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PROCESSO CIVIL II. CASO CONCRETO. SEMANA 11. ESTÁCIO. 2017. FIC.

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PROCESSO CIVIL II
CASO 11
Um espanhol foi condenado em segunda e última instância por um tribunal competente de seu país a pagar a quantia de 50 mil euros por conta de dívidas oriundas de cheques não honrados pelo sistema bancário ou pelo próprio emitente. O caso transitou em julgado e quando foi iniciada a execução, descobriu-se que o devedor tinha se mudado para o Brasil, especificamente para Fortaleza, capital do Ceará. O credor consulta seu advogado a respeito da possibilidade de cumprimento da sentença no Brasil, onde está claro o estabelecimento de nova residência e domicilio do espanhol devedor, inclusive com novos negócios em andamento, conforme relatos e documento obtidos pelas redes sociais. O advogado espanhol contrata os serviços do escritório onde você está estagiando para concretizar o direito material de seu cliente. Releia e interprete o texto acima para responder aos seguintes questionamentos: 
a) quais os requisitos para a homologação de sentença estrangeira no Brasil? 
	Os requisitos que validarão a sentença\decisão estrangeira no Brasil, estão dispostos no artigo 963 do CPC/15, quais sejam ser ela proferida por autoridade competente (lembrando que as análises serão feitas aqui no Brasil); ter ocorrido a citação regular ainda que haja revelia no feito; ser ela eficaz no país onde fora proferida; não ofender a coisa julgada brasileira; estar acompanhada de tradução oficial (vide regimento interno do STJ), salvo disposição contrária em tratado; não conter manifesta ofensa a coisa pública (quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes). Veja-se:
Art. 963.  Constituem requisitos indispensáveis à homologação da decisão:
I - ser proferida por autoridade competente;
II - ser precedida de citação regular, ainda que verificada a revelia;
III - ser eficaz no país em que foi proferida (Vide regimento interno do STJ, que exige o trânsito em julgado da decisão)
IV - não ofender a coisa julgada brasileira;
V - estar acompanhada de tradução oficial, salvo disposição que a dispense prevista em tratado; (Vide regimento interno do STJ, que exige o original ou cópia autenticada da decisão homologanda e de outros documentos indispensáveis, devidamente traduzidos por tradutor oficial ou juramentado no Brasil e chancelados pela autoridade consular brasileira competente, quando for o caso.)
VI - não conter manifesta ofensa à ordem pública (Vide art. 17 da LIDB).
Parágrafo único.  Para a concessão do exequatur às cartas rogatórias, observar-se-ão os pressupostos previstos no caput deste artigo e no art. 962, § 2o.
Art. 964.  Não será homologada a decisão estrangeira na hipótese de competência exclusiva da autoridade judiciária brasileira. (ART. 23 DO CPC)
Parágrafo único.  O dispositivo também se aplica à concessão do exequatur à carta rogatória. (CPC/15)
À vista do exposto, se faz necessário ressaltar o que dispõe o regimento interno do Superior tribunal de justiça acerca da homologação da sentença estrangeira no Brasil, lembrando que, nos termos do artigo 960, parágrafo 2º, a homologação deve estar em concordância ao que expressa os tratados em vigor no Brasil e também o regimento interno do STJ, e aqui, neste último, nota-se algumas particularidades em comparação ao cpc. Vejamos
Art. 960. A homologação de decisão estrangeira será requerida por ação de homologação de decisão estrangeira, salvo disposição especial em sentido contrário prevista em tratado.
(...)
§ 2º A homologação obedecerá ao que dispuserem os tratados em vigor no Brasil e o Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça. (CPC)
Art. 216-A. É atribuição do Presidente do Tribunal homologar decisão estrangeira, ressalvado o disposto no art. 216-K. 
Art. 216-B. A decisão estrangeira não terá efi cácia no Brasil sem a prévia homologação do Superior Tribunal de Justiça. 
Art. 216-C. A homologação da decisão estrangeira será proposta pela parte requerente, devendo a petição inicial conter os requisitos indicados na lei processual, bem como os previstos no art. 216-D, e ser instruída com o original ou cópia autenticada da decisão homologanda e de outros documentos indispensáveis, devidamente traduzidos por tradutor oficial ou juramentado no Brasil e chancelados pela autoridade consular brasileira competente, quando for o caso. 
Art. 216-D. A decisão estrangeira deverá: (Redação dada pela Emenda Regimental n. 24, de 2016) 
I - ter sido proferida por autoridade competente; (Incluído pela Emenda Regimental n. 18, de 2014) 
II - conter elementos que comprovem terem sido as partes regularmente citadas ou ter sido legalmente verifi cada a revelia;
III - ter transitado em julgado. (Regimento interno do STJ)
b) Quais os órgãos judiciários competentes para e homologação e execução no Brasil ? 
	No que diz respeito a homologação de sentença estrangeira no Brasil, será incumbência do Superior Tribunal de Justiça tornar a decisão homologada, com base no que dispõe o artigo 963 do CPC/15, aos tratados entre países em vigor no Brasil, e no regimento interno do próprio tribunal superior. 
E se houver a necessidade de executar a decisão no território Brasileiro, a competência para processar a carta de sentença (carta rogatória), será a do juízo de 1º grau da justiça federal. Nesse sentido:
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
I - processar e julgar, originariamente:
(...).
i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas rogatórias; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (CF)
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: 
(...).
X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta rogatória, após o "exequatur", e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização; (CF)
c) É cabível antecipação de tutela no procedimento de homologação de sentença estrangeira? 
	Sim, é possibilidade expressa no código de processo civil a antecipação de tutela no procedimento de homologação de sentença estrangeira, mesmo que no referido regramento haja tão-somente a expressão sobre a concessão de tutela de urgência, é pacífico na doutrina que tal disposição deve ser entendido no seu sentido lato, abrangendo não só a tutela já falada, mas também nas suas formas cautelares ou de evidência. Vejamos nesse mesmo sentido:
 Art. 216-G. Admitir-se-á a tutela provisória nos procedimentos de homologação de decisão estrangeira. (Regimento interno do STJ)
Art. 962. É passível de execução a decisão estrangeira concessiva de medida de urgência.
§ 1o A execução no Brasil de decisão interlocutória estrangeira concessiva de medida de urgência dar-se-á por carta rogatória.
§ 2o A medida de urgência concedida sem audiência do réu poderá ser executada, desde que garantido o contraditório em momento posterior.
§ 3o O juízo sobre a urgência da medida compete exclusivamente à autoridade jurisdicional prolatora da decisão estrangeira.
§ 4o Quando dispensada a homologação para que a sentença estrangeira produza efeitos no Brasil, a decisão concessiva de medida de urgência dependerá, para produzir efeitos, de ter sua validade expressamente reconhecida pelo juiz competente para dar-lhe cumprimento, dispensada a homologação pelo Superior Tribunal de Justiça. (CPC/15)
QUESTÕES OBJETIVAS
1ª Questão
No âmbito da homologação de sentença estrangeira no Brasil é correto afirmar que:
a) existe novo juízo de mérito, com possibilidade de reversão do direito material.
Xb) existe apenas juízo de delibação. Correto. 
O juízo de delibação é, a bem verdade, um juízo de forma superficial acerca da legalidade de um ato, sem, todavia, adentrar no exame do mérito dele. É, em outras palavras, fazer um confrontamento entre o ato e o ordenamento legal. Se está em consonância ao dispõe a lei. 
c) não existe juízo de mérito ou delibação, mas apenas tramitação burocrática para posterior cumprimento na Justiça Federal.
d) pode haver anulação do julgado,se houver violação de direito pátrio. 
2ª Questão:
A respeito da possibilidade de homologação de decisão arbitral do estrangeiro, marque a correta opção:
a) não é possível sua homologação, uma vez que o título executivo é extrajudicial.
b) não é possível sua homologação sem anuência prévia das partes.
Xc) pode ser homologada de acordo com o CPC. Correto:
Art. 960.  A homologação de decisão estrangeira será requerida por ação de homologação de decisão estrangeira, salvo disposição especial em sentido contrário prevista em tratado.
§ 1o A decisão interlocutória estrangeira poderá ser executada no Brasil por meio de carta rogatória.
§ 2o A homologação obedecerá ao que dispuserem os tratados em vigor no Brasil e o Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça.
§ 3o A homologação de decisão arbitral estrangeira obedecerá ao disposto em tratado e em lei, aplicando-se, subsidiariamente, as disposições deste Capítulo.
Art. 961.  A decisão estrangeira somente terá eficácia no Brasil após a homologação de sentença estrangeira ou a concessão do exequatur às cartas rogatórias, salvo disposição em sentido contrário de lei ou tratado.
d) Trata-se de título executivo extrajudicial no Brasil e poder ser homologada.

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