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AS INTERAÇÕES SOCIAIS NA BRINCADEIRA

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AS INTERAÇÕES SOCIAIS NA BRINCADEIRA 
Durante esses anos que antecedem ao ensino fundamental, é possível 
observar uma orientação e uma preferência clara das crianças para com os iguais, 
preferência que se manifesta em um aumento das interações e de sua complexidade. 
As crianças dessas idades recorrem mais à linguagem como recurso comunicativo e 
são mais hábeis nas ferramentas expressivas – gestos e falas – em fazer entender suas 
intenções e desejos – pedidos diretos e pedidos indiretos – em adaptar suas estratégias 
de comunicação em função das características do outro – idade e gênero – em 
compartilhar significados com o outro e em saber encaixar a própria conduta ao ritmo 
marcado pela interação. A brincadeira é a ação que está regida por uma evidente 
motivação intrínseca – o sujeito sabe o que está fazendo – é espontânea e voluntária, 
é uma atividade que produz prazer e na qual há um predomínio dos meios sobre os fins, 
de maneira que brincar se transforma em uma meta em si mesma na qual a criança 
experimenta condutas complexas sem a pressão de ter de alcançar um objetivo. As 
brincadeiras são uma importante ferramenta para o diagnóstico e tratamento psicológico 
de crianças pequenas. As condutas aparentemente mais imaturas continuam estando 
presentes nas crianças maiores: não basta dar atenção ao caráter mais ou menos social 
da brincadeira, mas é preciso considerar a complexidade cognitiva das atividades que 
se realizam. Em relação à idade, as brincadeiras são feitas de formas diferentes, são 
condutas que continuam sendo ótimos recursos de aprendizagem e funcionam com um 
significado diferente em uma ou outra idade. 
Classificação em função dos temas das brincadeiras: 
• Brincadeira sensorial: manipular objetos, bater. As crianças aprendem as 
propriedades que caracterizam os objetos e as leis que que os governa, ao 
mesmo tempo que estimula a criatividade e segurança, confiança e domínio 
sobre o ambiente. 
• Brincadeira com movimento: comer, pular 
• Brincadeira simbólica: usar a mão como se fosse o prato do qual se pega comida 
• Brincadeira rude-desordenada: simular lutas. Ajuda as crianças a descarregar 
suas energias, controlar seus sentimentos e impulsos, diferença entre o real e o 
que aparenta ser e a consolidar o sentimento de cooperação e filiação social. 
• Brincadeira verbal: jogos de palavras, ritmos 
• Brincadeira sociodramática: brincar de médica, casinha, professora, policial. As 
crianças exercitam a simulação e se projetam em outras personalidades, 
permitindo o enriquecimento social e permitindo experiências do mundo adulto. 
• Brincadeira cognitiva: construir torres com blocos, quebra-cabeça, desenhar 
• Brincadeira de regras: xadrez, futebol. 
Classificação em função da maturidade social (Parten, 1932) 
• Brincadeira solitária: brincar sozinho 
• Brincadeira de espectador: ver outros brincarem sem participar das atividades. 
É uma ferramenta útil na hora de aprender sobre o que os outros fazem, de 
compreender situações sociais e servir como passo para a interação. 
• Brincadeira paralela: brincar juntos, mas sem interação um com o outro 
• Brincadeira associativa: interagir compartilhando e trocando brinquedos, mas 
sem adotar diferentes papéis nem cooperar para conseguir uma meta 
• Brincadeira cooperativa: coordenar esforços para conseguir metas comuns, 
dividindo papéis e colaborando para o objetivo final.

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