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OK 3. O nascimento da medicina social

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O nascimento da medicina social
Michel Foucault
Instituto de Humanidades Artes e Ciências Prof Milton Santos
HACA10 Introdução ao campo da saúde
Docente: Luís Augusto Vasconcelos
Monitora: Danielly da Hora Cabral
2017
Introdução
“A medicina é uma prática social que somente em um de seus aspectos é individualista e valoriza as relações medico-doente.”
 O controle da sociedade sobre os indivíduos não se dá apenas por ideologias, mas também pelo corpo;
 O corpo é uma realidade biopolítica.
MEDICINA DE ESTADO
Alemanha, século XVIII;
Estado é objeto de conhecimento, instrumento e lugar de formação de conhecimento;
Desenvolvimento de prática médica para melhoria de saúde da população;
Polícia médica de estado.
MEDICINA DE ESTADO
Estabeleceu-se sistema completo de informações sobre morbidade;
Contabilização de doentes e mortes nos hospitais ou por médicos em exercício;
Observação de fenômenos endêmicos e intervenções;
Normatização do médico no intuito de ofertar a mesma formação a todos, sem distinção;
Controle das práticas médicas evitando erros, desleixo e consequentes perdas humanas.
MEDICINA DE ESTADO
Criação de funcionários médicos responsáveis por pequenos distritos ou maiores regiões  objetivo de organizar e garantir o cuidado ao indivíduo doente
“A medicina de Estado se caracteriza na normatização da profissão médica, subordinação dos médicos a uma administração central e integração de vários médicos.”
MEDICINA DO ESPAÇO URBANO
França, século XVIII
Revoltas camponesas e urbanas por baixos salários e altos custos assolavam a França;
Tentativa de organização da cidade como uma unidade, o corpo urbano homogêneo, com poder único e bem formulado;
MEDICINA DO ESPAÇO URBANO
PLANO DE URGÊNCIA (quarentena)
Divisão da cidade por bairros sob responsabilidade de autoridades-inspetores;
Vigilância com proibição dos indivíduos saírem de suas casas e desinfecção das mesmas para garantir a não propagação de doenças;
Relatório diário e semanal sobre a cidade, cada inspetor com o propósito de verificar vivos ou mortos nas casas;
MEDICINA DE ESPAÇO URBANO
Objetivos:
Analisar espaços de amontoamento, confusão e perigo que poderiam causar problemas a saúde, ex. cemitérios;
 Controle da circulação da água e do ar, tratamento e cuidado com a transmissão de doenças;
Organização de distribuições, ex. como evitar que água suja chegue a água potável?
Noção de salubridade, higienização;	
MEDICINA DE ESPAÇO URBANO
“Essa medicina se caracteriza pelo aperfeiçoamento da medicina de quarentena realizada no século anterior, avanço visível nas áreas de vigilância sanitária, dos espaços públicos e da higienização dos espaços urbanos. Não é uma medicina dos homens e sim do ar, da água, dos elementos.”
MEDICINA DA FORÇA DE TRABALHO
Inglaterra 
1º lugar o Estado, 2º lugar as cidades, 3º lugar o homem;
Neste momento iniciou-se a medicina da força de trabalho, centrada no corpo humano, na saúde para produtividade;
No século XVIII o pobre ainda não era visto como problema, causador de doenças e sim como meio de serviço barato, ainda não havia intervenções sobre eles.
MEDICINA DA FORÇA DE TRABALHO
Século XIX o pobre apareceu como perigo:
População se revelou com força, poder, capacidade de problematização;
Criação de sistema postal para entregar cartas, tirando do pobre seu sustento por meio de trocados;
Propagação da cólera (decidiu-se dividir o espaço para ricos e pobres nas cidades)
MEDICINA DA FORÇA DE TRABALHO
Leis dos pobres
Forma de controlar doenças, minimizar danos a saúde e garantir o domínio do proletariado pelos detentores de poder;
Serviço autoritário, de controle da população;
Localização de locais insalubres e destruição dos mesmos;
Controle de vacinas e prevenção de doenças;
MEDICINA DA FORÇA DE TRABALHO
Lutas contra medicalização
“Resistência a ação médica imposta, busca pelo direito de escolha sobre a assistência, direito pelo corpo, direito de decisão sobre estar sadio ou doente”;
MEDICINA DA FORÇA DE TRABALHO
A medicina da força de trabalho é a medicina dos corpos, do controle dos indivíduos por meio de sua saúde, desencadeou a criação de 3 sistemas:
Medicina assistencial designada aos mais pobres;
Medicina administrativa encarregada de problemas gerais como a cólera;
Medicina privada privilegiando aqueles que possuíam meios para pagá-la.
O NASCIMENTO DO HOSPITAL
1- Final do século XVIII -- hospital surge como instrumento terapêutico
2- Programa de reforma e de reestruturação dos hospitais: clima, ambientes, conforto
3- Estudo sobre fenômenos patológicos e espaciais, cuidado com a arquitetura e disposição dos objetos e dos indivíduos
4- Parturientes não devem ficar em andares acima de feridos (precaução com contágio)
O NASCIMENTO DO HOSPITAL
Inicialmente houve o intuito de purificar o hospital, livrá-lo de efeitos nocivos;
Atuação nos hospitais marítimos que eram foco de desordem: Controle e inspeção de sofres evitando contrabando, sistema de quarentena;
Não mais arquitetos, mas médicos começaram a organizar o espaço dos hospitais, avaliar o curso natural do seu interior diário
O NASCIMENTO DO HOSPITAL
Até o século XVIII o objetivo dos hospitais é cuidar dos pobres e evitar contágio à população abastada;
 Era assegurada a salvação da alma, um lugar para morrer após a redenção dos pecados;
Fim do século XIII 
 Foco no hospital militar: 
 Cuidar dos feridos, doentes; evitar que agravassem; evitar que fingissem a doença para não serem liberados
O NASCIMENTO DO HOSPITAL
Surge o cuidado com o espaço, a individualização e classificação dos doentes;
Vigilância dos indivíduos, controle do seu adoecimento, intervenção sempre que necessário;
“A questão do hospital é criar espaços diferenciados para cuidar dos doentes, ter preocupação com os espaços, com o cuidado individualizado e higiene local”
O NASCIMENTO DO HOSPITAL
O hospital era controlado por religiosos, mas, a partir de então, teve sua organização por médicos;
Organização de sistema de registros para identificar doentes;
Hospital passa a ser local de formação e transmissão de saber e a medicina orientada para o indivíduo e para a comunidade
REFERÊNCIA:
FOUCAULT, Michel. Microfísica do Poder. São Paulo: Graal, 2008

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