Buscar

ENERGIAS RURAIS 2

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 26 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 26 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 26 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

2
3US O E G ES TÃO PARTICIPATIVA NO MEIO R UR A L
U
tilizan
d
o a en
ergia d
a m
atéria
orgân
ica vegetal e an
im
al
O
s 3 b
ios
B
IO
M
A
S
S
A
p
or q
u
eim
a
B
IO
G
Á
S
p
or d
ecom
p
osição
B
IO
C
O
M
B
U
S
T
IV
E
IS
p
or extração e
tran
sform
ação
A
b
iom
assa é a m
atéria orgân
ica q
u
e p
od
e ser u
tilizad
a
com
o recu
rso en
ergético a partir d
e d
iferen
tes p
rocessos:
2
4ENERGIA S RENOVÁ V EIS SU STENTÁ V EIS
A
 q
u
eim
a d
a b
iom
assa
 e
m
 se
u
 e
sta
d
o
 b
ru
to
 p
o
d
e
 se
r u
tiliz
a
d
a
 sim
p
le
sm
e
n
te
p
a
ra
 a
 g
e
ra
ç
ã
o
 d
e
 c
a
lo
r. O
 e
x
e
m
p
lo
 m
a
is sim
p
le
s é
 o
 d
a
 le
n
h
a
, q
u
e
 é
 a
 b
io
m
a
ssa
 v
e
g
e
ta
l
d
a
 m
a
d
e
ira
. A
n
te
s m
e
sm
o
 d
a
 rev
o
lu
ç
ã
o
 in
d
u
stria
l, im
p
u
lsio
n
a
d
a
 p
e
lo
 u
so
 d
o
s c
o
m
b
u
stí-
v
e
is fó
sse
is, c
o
m
o
 o
 c
a
rv
ã
o
, o
 p
e
tró
le
o
 e
 o
 g
á
s, a
 le
n
h
a
 e
ra
 o
 re
c
u
rso
 e
n
e
rg
é
tic
o
 u
tiliz
a
d
o
ta
n
to
 n
a
s in
d
ú
stria
s c
o
m
o
 n
a
s re
sid
ê
n
c
ia
s.
O
 seu
 u
so d
e form
a n
ão ren
ovável fez su
m
ir m
u
itas florestas.
L
o
n
g
e
 d
e
 se
r u
m
a
 p
rá
tic
a
 a
n
tig
a
, m
ilh
õ
e
s d
e
 m
u
lh
e
re
s n
o
 m
e
io
 ru
ra
l a
in
d
a
 p
re
-
c
isa
m
 c
a
m
in
h
a
r q
u
ilô
m
e
tro
s p
a
ra
 c
o
le
ta
r le
n
h
a
 p
a
ra
 g
a
ra
n
tir o
 c
o
z
im
e
n
to
 d
o
s a
lim
e
n
-
to
s e
 o
 a
b
a
ste
c
im
e
n
to
 e
n
e
rg
é
tic
o
 d
e
 su
a
s c
a
sa
s. E
sta
q
u
eim
a
 d
ireta
 d
a
b
iom
assa, d
en
tro d
e casa, p
od
e trazer tam
b
ém
 sérios p
rob
lem
as à saú
d
e
d
as p
essoas, p
rin
cip
alm
en
te d
as m
u
lh
eres e crian
ças.
E
sta
 re
a
lid
a
d
e
 d
o
 c
a
m
p
o
 p
o
d
e
 m
u
d
a
r c
o
m
 a
 o
rg
a
n
iz
a
ç
ã
o
 d
a
s c
o
m
u
n
id
a
-
d
e
s p
a
ra
 o
 u
so
 su
ste
n
tá
v
e
l o
s d
iv
e
rso
s re
c
u
rso
s d
a
 b
io
m
a
ssa
.
P
O
R
 Q
U
E
IM
A
A
 q
u
eim
a d
a b
iom
assa p
od
e tam
b
ém
 gerar vap
or,
q
u
e p
od
e m
over u
m
a tu
rb
in
a e, a p
artir d
e u
m
 gerad
or,
gerar en
ergia elétrica.
O
s ex
e
m
p
lo
s a
q
u
i a
p
re
se
n
ta
d
o
s trata
m
 d
o
 u
so
 d
a
 b
io
m
a
ssa
d
e
 u
m
a
 fo
rm
a
 re
n
o
v
á
v
e
l –
 já
 q
u
e
 o
s re
c
u
rso
s p
o
d
e
m
 se
r re
p
o
sto
s n
a
 n
a
-
tu
re
z
a
, e
 su
ste
n
tá
v
e
l –
 p
rio
riz
a
n
d
o
 o
 u
so
 d
e
 re
síd
u
o
s já
 d
isp
o
n
ív
e
is e
 a
s-
sim
 n
ã
o
 im
p
lic
a
n
d
o
 n
a
 u
tiliz
a
ç
ã
o
 d
e
 te
rra
s ex
c
lu
siv
a
m
e
n
te
 p
a
ra
 o
 c
u
ltiv
o
d
e
 b
io
m
a
ssa
 p
a
ra
 fin
s e
n
e
rg
é
tic
o
s e
 n
ã
o
 a
lim
e
n
ta
re
s.
2
5US O E G ES TÃO PARTICIPATIVA NO MEIO R UR A L
P
O
R
 D
E
C
O
M
P
O
S
IÇ
Ã
O
A
 d
ecom
p
osição d
a b
iom
assa gera o gás m
etan
o, tam
b
ém
 co-
n
h
ecid
o com
o b
iogás, q
u
e
 p
o
d
e
 se
r u
tiliz
a
d
o
 ta
n
to
 p
a
ra
 o
 a
q
u
e
cim
e
n
to
 co
m
o
p
a
ra
 a
 g
e
ra
ç
ã
o
 d
e
 e
n
e
rg
ia
 e
lé
tric
a
. U
m
a
 d
a
s fo
n
te
s d
e
 b
io
g
á
s n
o
 m
e
io
 ru
ra
l
sã
o
 o
s d
e
je
to
s d
e
 a
n
im
a
is, c
o
m
o
 p
o
rc
o
s e
 v
a
c
a
s.
P
O
R
 E
X
T
R
A
Ç
Ã
O
 E
 T
R
A
N
S
F
O
R
M
A
Ç
Ã
O
D
e m
u
ita
s esp
écies vegeta
is p
o
d
em
 ser extra
íd
o
s ó
leo
s e/ou
ob
tid
o
á
lco
o
l u
tiliza
d
o
s co
m
o
 b
io
co
m
b
u
stíveis p
a
ra
 d
iv
e
rso
s fin
s,
c
o
m
o
 tra
n
sp
o
rte
 e
 g
e
ra
ç
ã
o
 d
e
 e
n
e
rg
ia
 e
lé
tric
a
, su
b
stitu
in
d
o
 d
e
riv
a
d
o
s d
o
p
e
tró
le
o
 c
o
m
o
 o
 d
ie
se
l, a
 g
a
so
lin
a
, o
 q
u
e
ro
se
n
e
 e
 o
 g
á
s liq
u
e
fe
ito
 d
e
 p
e
-
tró
le
o
 - G
L
P.
A
 vasta e rica b
iod
iversid
ad
e b
rasileira e
o
clim
a p
rop
ício ao ráp
id
o crescim
en
to
d
a vegetação e à d
ecom
p
osição d
a m
atéria
orgân
ica favorecem
 o u
so d
a b
iom
assa.
C
ad
a região d
o p
aís oferece p
oten
cialid
ad
es
e p
ossib
ilid
ad
es q
u
e p
od
em
 ser ap
rop
riad
as
e ad
eq
u
ad
as à realid
ad
e d
as com
u
n
id
ad
es ru
rais.
2
6ENERGIA S RENOVÁ V EIS SU STENTÁ V EIS
B
iom
assa
n
a geração d
e
en
ergia elétrica
A
s fon
tes d
e geração d
e en
ergia elétrica
a p
artir d
a b
iom
assa são in
con
táveis.
D
iversos tip
os d
e m
aterial orgân
ico,
ao serem
 ap
roveitad
os em
 algu
m
p
rocesso artesan
al ou
 in
d
u
strial,
d
eixam
 resíd
u
os q
u
e p
od
em
 ser
reu
tilizad
os em
 ou
tros fin
s. E
sta
p
oten
cialid
ad
e d
e geração d
e en
ergia
p
or m
u
ito tem
p
o foi d
eixad
a d
e lad
o,
d
evid
o, em
 parte, aos m
od
elos q
u
e
p
rivilegiam
 a p
rod
u
ção d
e b
iom
assa em
m
on
ocu
ltu
ras d
e larga escala e,
tam
b
ém
, p
ela au
sên
cia d
e tecn
ologias
q
u
e estim
u
lem
 e in
corp
orem
 os
con
h
ecim
en
tos trad
icion
ais d
as
com
u
n
id
ad
es ru
rais.
2
7US O E G ES TÃO PARTICIPATIVA NO MEIO R UR A L
A
 geração d
e en
ergia em
 term
oelétricas
com
 b
ase em
 resíd
u
os agrícolas
A
 b
io
m
a
ssa
 é
 q
u
e
im
a
d
a
 e
m
 u
m
a
 c
a
ld
e
ira
, q
u
e
 g
e
ra
 e
n
e
rg
ia
 té
rm
ic
a
e
m
 fo
rm
a
 d
e
 v
a
p
o
r, a
 q
u
a
l v
a
i p
a
ra
 u
m
a
 tu
rb
in
a
 e
 é
 tra
n
sfo
rm
a
d
a
 e
m
 e
n
e
r-
g
ia
 m
e
c
â
n
ic
a
. D
e
p
o
is se
g
u
e
 p
a
ra
 o
 g
e
ra
d
o
r e
 se
 tra
n
sfo
rm
a
 e
m
 e
n
e
rg
ia
e
lé
tric
a
 a
 se
r u
tiliz
a
d
a
 o
u
 tra
n
sm
itid
a
 p
a
ra
 a
 re
d
e
 d
e
 d
istrib
u
iç
ã
o
.
O
s cu
sto
s d
a
 in
sta
la
çã
o
 d
e
 p
ro
je
to
 p
o
d
e
m
 v
a
ria
r m
u
ito, co
n
fo
r-
m
e
 a
s co
n
d
içõ
e
s d
o
 loca
l, a
 te
cn
o
lo
g
ia
 e
 o
s re
síd
u
o
s e
m
p
reg
a
d
o
s.
P
rojeto
R
esíd
u
os
C
u
sto d
o
kW
h
 in
stalad
o
U
rb
an
o, em
 Jagu
ará
d
o S
u
l (S
C
)
cascas d
e arroz
U
S
$ 2.500,00
D
oeler A
lim
en
tos, em
S
ão P
ed
ro d
o S
u
l (R
S
)
cascas d
e arroz
U
S
$ 1.200,00
N
o
 B
ra
sil e
x
iste
 u
m
 e
n
o
rm
e
 p
o
te
n
c
ia
l d
e
 g
e
ra
ç
ã
o
 d
e
 e
n
e
rg
ia
 c
o
m
 b
io
m
a
ssa
 re
si-
d
u
a
l. N
o
 R
io
 G
ra
n
d
e
 d
o
 S
u
l, re
síd
u
o
s d
o
s se
to
re
s a
rro
ze
iro
 e
 m
a
d
e
ire
iro
 sã
o
 c
a
p
a
ze
s d
e
su
p
rir q
u
a
se
 5
%
 d
a
 d
e
m
a
n
d
a
 d
o
 E
sta
d
o
 p
o
r e
n
e
rg
ia
 e
lé
tric
a
.
resíd
u
os
P
oten
cial
B
rasil
resíd
u
os d
e b
iom
assa
20.000 M
W
cascas d
e arroz
100 a 120 M
W
serragem
35 a 50 M
W
A
 p
revisão d
e cu
sto d
a en
ergia gerad
a p
or
M
W
h
 ficou
 em
 torn
o d
e R
$ 65,00
R
S
2
8ENERGIA S RENOVÁ V EIS SU STENTÁ V EIS
E
n
tre os exem
p
los d
e resíd
u
os agrícolas ou
 agroflorestais q
u
e
p
od
em
 ser q
u
eim
ad
os para a geração d
e en
ergia estão o b
agaço
d
a can
a d
e açú
car, as cascas d
e arroz, a serragem
 e ou
tros
resíd
u
os d
e m
ad
eira e resíd
u
os d
e p
rod
u
tos agroextrativistas
com
o as cascas d
a castan
h
a, d
o b
aru
, d
o cu
p
u
açu
.
E
m
 te
rm
o
s d
e
 c
rité
rio
s a
m
b
ie
n
ta
is, o
 id
e
a
l é
 q
u
e
 o
s re
síd
u
o
s u
tili-
z
a
d
o
s e
ste
ja
m
 ta
m
b
é
m
 a
sso
c
ia
d
o
s a
 fo
rm
a
s d
e
 p
ro
d
u
ç
ã
o
 su
ste
n
tá
v
e
l. Isto
 é
b
a
sta
n
te
 d
ifíc
il n
o
 c
a
so
 d
a
s ex
te
n
sa
s m
o
n
o
c
u
ltu
ra
s q
u
e
 u
tiliz
a
m
 g
ra
n
d
e
 q
u
a
n
ti-
d
a
d
e
 d
e
 ag
ro
tó
x
ic
o
s, m
a
s p
o
d
e
 se
r u
m
a
 re
a
lid
a
d
e
 n
o
 c
a
so
 d
a
 u
tiliz
a
ç
ã
o
 d
e
 re
síd
u
o
s
d
e
 p
ro
d
u
to
s ag
ro
ex
trativ
ista
s p
a
ra
 o
 a
b
a
ste
c
im
e
n
to
 e
n
e
rg
é
tic
o
 d
e
 p
e
q
u
e
n
a
s c
o
m
u
n
id
a
-
d
e
s iso
la
d
a
s n
a
 A
m
a
z
ô
n
ia
.
O
u
tro
s c
u
id
a
d
o
s re
fe
re
m
-se
 a
o
 m
e
lh
o
r a
p
ro
v
e
ita
m
e
n
to
 d
a
 c
o
m
b
u
stã
o
, m
e
d
ia
n
te
a
c
o
p
la
m
e
n
to
 d
e
 g
e
ra
ç
ã
o
 e
lé
tric
a
 c
o
m
 tu
rb
in
a
 a
 v
a
p
o
r e
 su
b
stitu
iç
ã
o
 d
e
 m
á
q
u
in
a
s d
e
b
a
ix
a
 e
fic
iê
n
c
ia
, e
 a
o
 b
alan
ço d
e carb
on
o, q
u
e
 p
o
d
e
 se
r p
ratic
a
m
e
n
te
 n
u
lo
.
A
 p
ro
d
u
ç
ã
o
 d
e
 a
rro
z
, p
o
r e
x
e
m
p
lo
, se
 fa
z
 e
m
 m
o
ld
e
s d
e
 m
o
n
o
c
u
ltu
ra
 n
a
 m
a
io
ria
d
a
s v
e
ze
s irrig
a
d
a
, q
u
e
r d
ize
r: e
m
 g
ra
n
d
e
s á
re
a
s, m
u
ito
s ag
ro
tó
x
ic
o
s e
 v
a
sto
 c
o
n
su
m
o
d
e
 á
g
u
a
. E
sta form
a d
e cu
ltivo, ao con
trário d
o arroz d
e seq
u
ilh
o, em
ite tam
-
b
ém
 gran
d
es q
u
an
tid
ad
es d
e m
etan
o, gás d
e efeito estu
fa.
B
alan
ço d
e carb
on
o
Q
u
an
d
o o recu
rso é u
tilizad
o d
e form
a ren
ovável, a q
u
an
tid
ad
e
d
e carb
on
o q
u
eim
ad
a e lib
erad
a n
a atm
osfera é p
raticam
en
te a
m
esm
a q
u
an
tid
ad
e reab
sorvid
a n
o n
ovo ciclo d
as cu
ltu
ras em
crescim
en
to.
2
9US O E G ES TÃO PARTICIPATIVA NO MEIO R UR A L
A
 re
u
tiliz
a
ç
ã
o
 d
a
 c
a
sc
a
 d
e
 a
rro
z
 p
a
ra
 fin
s d
e
 g
e
ra
ç
ã
o
 d
e
 e
n
e
rg
ia
 p
o
d
e, a
 p
rin
c
íp
io
,
se
r u
m
a
 so
lu
ç
ã
o
 a
lte
rn
ativ
a
 a
o
s d
e
p
ó
sito
s h
a
b
itu
a
is, a
 c
é
u
 a
b
e
rto
, e
m
 lav
o
u
ra
s o
u
 n
o
fu
n
d
o
 d
e
 u
m
 rio
, n
o
 d
e
stin
o
 d
e
 u
m
 su
b
p
ro
d
u
to
 q
u
e
 c
a
u
sa
 d
a
n
o
s a
o
 a
m
b
ie
n
te
 e
 q
u
e
d
e
m
o
ra
 5
 a
n
o
s p
a
ra
 se
 d
e
c
o
m
p
o
r. T
a
m
b
é
m
 n
ã
o
 im
p
lic
a
 n
a
 o
c
u
p
a
ç
ã
o
 d
e
 te
rra
s p
a
ra
 o
u
-
tro
s fin
s n
e
m
 in
te
rfe
re
 n
a
 c
u
ltu
ra
 a
lim
e
n
ta
r, c
o
m
o
 p
o
d
e
 a
c
o
n
te
c
e
r c
o
m
 o
u
tra
s c
u
ltu
ra
s
c
o
g
ita
d
a
s c
o
m
o
 fo
n
te
s re
n
o
v
á
v
e
is d
e
 e
n
e
rg
ia
 –
 c
a
so
 d
a
s p
la
n
ta
ç
õ
e
s d
e
 p
in
u
s e
 e
u
c
a
lip
to
p
a
ra
 c
a
rv
ã
o
 v
e
g
e
ta
l, o
u
 d
a
 m
a
m
o
n
a
 p
a
ra
 fin
s d
e
 p
ro
d
u
ç
ã
o
 d
e
 b
io
d
ie
se
l.
E
xem
p
lo 1
Q
u
an
d
o o p
rob
lem
a d
a casca d
o arroz
vira solu
ção
O
 p
ro
je
to
 fo
i d
e
se
n
v
o
lv
id
o
 p
e
la
 U
n
iv
e
rsid
a
d
e
 F
e
-
d
e
ra
l d
e
 S
a
n
ta
 M
a
ria
, p
e
la
 D
o
e
le
r A
lim
e
n
to
s L
td
a
. e
 p
e
la
P
T
Z
 F
o
n
te
s A
lte
rn
ativ
a
s d
e
 E
n
e
rg
ia
 In
d
. C
o
m
. e
 S
e
r-
v
iç
o
s. O
 m
u
n
ic
íp
io
 te
m
 u
m
a
 p
ro
d
u
ç
ã
o
 d
e
 3
3
0
 m
il sa
-
c
a
s d
e
 a
rro
z
, m
a
s p
ro
c
e
ssa
 a
n
u
a
lm
e
n
te
 u
m
 m
ilh
ã
o
,
q
u
e
 im
p
lic
a
 g
a
sto
s p
a
ra
 tra
n
sp
o
rta
r a
 c
a
sc
a
 d
e
 a
r-
ro
z
 e
 d
a
n
o
s a
o
 m
e
io
 a
m
b
ie
n
te. O
s p
ro
d
u
to
re
s p
a
s-
sa
ra
m
 a
 v
e
r o
s re
síd
u
o
s c
o
m
 o
u
tro
s o
lh
o
s, c
o
m
o
 se
e
ste
s n
ã
o
 a
p
e
n
a
s o
c
u
p
a
sse
m
 e
sp
a
ç
o
 e
 sig
n
ific
a
s-
se
m
 d
e
sp
e
rd
ício
 d
e
 re
cu
rso
s a
m
b
ie
n
ta
is, p
o
is g
a
n
h
a
-
ra
m
 n
o
v
a
s p
o
ssib
ilid
a
d
e
s.
E
m
 S
ão P
ed
ro d
o S
u
l,
n
o R
io G
ran
d
e d
o S
u
l, o
p
rojeto foca a con
stitu
ição
d
e u
m
a ação d
em
on
strativa
e d
escen
tralizad
a d
e p
rod
u
ção
d
e en
ergia elétrica a p
artir
d
a q
u
eim
a d
a b
iom
assa
d
as cascasd
e arroz.
3
0ENERGIA S RENOVÁ V EIS SU STENTÁ V EIS
A
 m
in
i-c
e
n
tra
l te
rm
o
e
lé
tric
a
 te
m
 u
m
a
 p
o
tê
n
c
ia
n
o
m
in
a
l in
sta
la
d
a
 q
u
e
 d
e
v
e
rá
 c
h
e
g
a
r a
 2
8
0
K
W
, c
u
ja
 p
e
-
q
u
e
n
a
 p
a
rc
e
la
 d
e
v
e
rá
 se
r d
e
stin
a
d
a
 à
 o
p
e
ra
ç
ã
o
 d
a
 p
ró
p
ria
c
e
n
tra
l e
 o
 re
sta
n
te
 a
o
 e
n
g
e
n
h
o
 d
e
 a
rro
z
. A
 q
u
a
n
tid
a
d
e
a
n
u
a
l d
e
 e
n
e
rg
ia
 e
lé
tric
a
 c
h
e
g
a
rá
 a
o
s 2
.0
4
0
 M
W
h
 e
 d
e
e
n
e
rg
ia
 té
rm
ic
a
 c
h
e
g
a
rá
 a
o
s 6
.10
0
 M
W
 té
rm
ic
o
s, q
u
e
 se
r-
v
irã
o
 p
a
ra
 a
 se
c
ag
e
m
 d
e
 a
rro
z
.
E
stru
tu
ração d
o em
p
reen
d
im
en
to
eq
u
ipam
en
tos d
e geração
4,5 t/h
 su
p
eraq
u
ecid
o
p
ressão d
e 15 kg/cm
2
tem
p
eratu
ra d
e 220º C
em
 con
d
ições d
e p
rod
u
zir
até 6 t/h
O
 p
ro
je
to
 p
a
sso
u
 p
o
r u
m
a
 a
m
p
la
 d
isc
u
ssã
o
 n
a
 U
n
iv
e
rsid
a
d
e
 F
e
d
e
ra
l d
e
 S
a
n
ta
M
a
ria
 e
 fo
i se
le
c
io
n
a
d
o
 n
a
 p
ro
p
o
sta
 d
o
 e
d
ita
l C
T
-E
n
e
rg
 d
o
 C
o
n
se
lh
o
 N
a
c
io
n
a
l d
e
 D
e
-
se
n
v
o
lv
im
e
n
to
 C
ie
n
tífic
o
 e
 T
e
c
n
o
ló
g
ic
o
 –
 C
N
P
q
 d
e
 2
0
0
4
, o
 q
u
e
 fo
i fu
n
d
a
m
e
n
ta
l p
a
ra
su
a
 v
ia
b
ilid
a
d
e
 té
c
n
ic
a
 e
 e
c
o
n
ô
m
ic
a
.
A
s cascas d
e arroz n
o p
átio d
a
m
in
i cen
tral term
oelétrica d
e
S
ão P
ed
ro d
o S
u
l, R
S.
(F
oto: P
T
Z
/U
F
S
M
)
paralelism
o com
a red
e p
ú
b
lica
sistem
a d
e geração a vap
or
(cald
eira reform
ad
a d
e u
m
an
tigo locom
óvel)
q
u
ad
ros d
e com
an
d
o e con
trole
elétricos
sistem
a d
e tran
sform
ad
ores
3
1US O E G ES TÃO PARTICIPATIVA NO MEIO R UR A L
E
xem
p
lo 2
A
 C
om
u
n
id
ad
e B
oa E
sp
eran
ça
e o carvão ecológico d
as cascas d
o b
aru
, ap
roveitan
d
o
d
e form
a su
sten
tável, os recu
rsos d
o C
errad
o
Q
u
atro
 c
o
m
u
n
id
a
d
e
s ru
ra
is d
e
 ag
ric
u
lto
re
s fa
m
ili-
a
re
s re
sistin
d
o
 a
o
 av
a
n
ç
o
 d
o
 ag
ro
n
e
g
ó
c
io
, a
sse
n
ta
d
o
s d
a
re
fo
rm
a
 ag
rá
ria
, e
x
trativ
ista
s, p
e
sc
a
d
o
re
s, v
a
z
a
n
te
iro
s e
g
u
ia
s tu
rístic
o
s d
o
s m
u
n
ic
íp
io
s d
e
 A
ru
a
n
ã
, S
ã
o
 D
o
m
in
-
g
o
s, C
a
ld
a
z
in
h
a
, Ja
n
d
a
ia
, S
ilv
â
n
ia
 e
 S
e
n
a
d
o
r C
a
n
e
d
o
 in
i-
c
ia
ra
m
 n
o
 a
n
o
 d
e
 2
0
0
0
 u
m
 p
ro
c
e
sso
 d
e
 o
rg
a
n
iz
a
ç
ã
o
 so
c
ia
l,
p
ro
d
u
tiv
o
 e
 e
c
o
ló
g
ic
o
, n
a
 fo
rm
a
 d
e
 re
d
e, b
a
se
a
d
o
s n
a
 so
lid
a
-
rie
d
a
d
e
 e
 n
a
 v
a
lo
riz
a
ç
ã
o
 d
o
 C
e
rra
d
o
. E
m
 2
0
0
3
, a
 re
d
e
 fu
n
d
o
u
u
m
a
 co
o
p
e
rativ
a
, q
u
e
 p
a
sso
u
 a
 se
r u
m
 in
stru
m
e
n
to
 co
le
tiv
o
 p
a
ra
e
stim
u
la
r a
 p
ro
d
u
ç
ã
o
 ag
ro
e
c
o
ló
g
ic
a
 e
 re
a
liz
a
r a
 c
o
m
e
rc
ia
liz
a
ç
ã
o
d
e
 to
d
o
s o
s p
ro
d
u
to
s d
e
se
n
v
o
lv
id
o
s a
 p
a
rtir d
e
sta
 ló
g
ic
a
. A
 R
e
d
e
 d
e
C
o
m
e
rc
ia
liz
a
ç
ã
o
 S
o
lid
á
ria
 re
ú
n
e
 h
o
je
 12
3
8
 fa
m
ília
s e
 m
a
is d
e
 6
0
0
0
 p
e
sso
-
a
s n
o
 E
sta
d
o
 d
e
 G
o
iá
s, B
a
h
ia
 e
 M
in
a
s G
e
ra
is p
a
rtic
ip
a
m
 d
e
ssa
 in
ic
iativ
a
.
U
m
a u
n
id
ad
e d
e b
en
eficiam
en
to d
e p
rod
u
tos agroecológicos, localizad
a n
o
M
u
n
icíp
io d
e C
ald
azin
h
a, gera 6 em
p
regos d
iretos, com
 u
m
a ren
d
a m
en
sal
d
e
R
$ 268,00/p
essoa. N
ela, os fru
tos d
o b
aru
 são p
rocessad
os e gan
h
am
 a
form
a d
e farin
h
a, b
olach
a e d
oces em
 b
arras p
elas m
ãos d
as agricu
ltoras d
a
C
om
u
n
id
ad
e B
oa E
sp
eran
ça.
U
m
a am
ên
d
oa d
o
C
errad
o, o b
aru
,
ap
roveitad
o p
or
com
u
n
id
ad
es trad
icion
ais
agroextrativistas com
o
alim
en
to e ven
d
id
o p
ela
R
ed
e d
e C
om
ercialização
S
olid
ária com
o
in
tegran
te d
a m
eren
d
a
escolar d
a red
e m
u
n
icipal
d
e en
sin
o d
e G
oiân
ia,
p
assou
 a ter seu
s resíd
u
os
–
as cascas d
o b
aru
 –
valorizad
os com
o recu
rso
en
ergético.
3
2ENERGIA S RENOVÁ V EIS SU STENTÁ V EIS
O
 c
h
a
m
a
d
o
 “
c
a
rv
ã
o
 e
c
o
ló
g
ic
o
” p
ro
v
e
n
ie
n
te
 d
o
 re
síd
u
o
d
o
 b
a
ru
 e
stá
 e
n
tre
 o
s p
ro
d
u
to
s d
o
 “
E
m
p
ó
rio
 d
o
 C
e
rra
d
o
” - p
ro
-
c
e
sso
 h
o
riz
o
n
ta
l, n
o
 q
u
a
l a
s p
e
sso
a
s q
u
e
 c
o
le
ta
m
, p
ro
c
e
ssa
m
,
m
o
n
ito
ra
m
 e
 v
e
n
d
e
m
 se
u
s p
ro
d
u
to
s d
e
 fo
rm
a
 c
o
le
tiv
a
 sã
o
 d
ire
-
ta
m
e
n
te
 b
e
n
e
fic
ia
d
a
s c
o
m
 o
s lu
c
ro
s o
b
tid
o
s c
o
m
 se
u
 tra
b
a
lh
o
,
se
m
 e
x
p
lo
ra
ç
ã
o
 o
u
 in
te
rm
e
d
iá
rio
s.
O
s ag
ric
u
lto
re
s v
e
m
 a
m
p
lia
n
d
o
 a
 su
a
 b
a
se
 d
e
 p
ro
d
u
ç
ã
o
, re
a
-
liz
a
n
d
o
 o
 p
la
n
tio
 e
m
 siste
m
a
s ag
ro
flo
re
sta
is c
o
m
 b
a
ru
 - atu
a
lm
e
n
te
e
m
 18
0
 h
e
c
ta
re
s - e
 d
e
se
n
v
o
lv
e
n
d
o
 p
rin
c
íp
io
s e
 p
rá
tic
a
s q
u
e
 sã
o
 se
g
u
i-
d
o
s p
o
r to
d
o
s o
s p
a
rtic
ip
a
n
te
s d
a
 R
e
d
e
:
• resp
eitar o C
errad
o,
• n
ão p
raticar q
u
eim
ad
as,
• d
eixar parte d
os fru
tos n
as árvores;
• garan
tir o d
esen
volvim
en
to com
 d
em
ocracia e ju
stiça,
d
esen
volver o trab
alh
o d
e form
a fam
iliar sem
a p
articip
ação d
e crian
ças
• d
efin
ir a participação d
as m
u
lh
eres com
 d
ireitos igu
ais,
• fortalecer a id
entid
ad
e d
os agroextrativistas d
o C
errad
o,
valorizan
d
o seu
 con
h
ecim
en
to com
o form
a d
e sob
revivên
cia.
O
 C
e
n
tro
 d
e
 D
e
se
n
v
o
lv
im
e
n
to
 A
g
ro
e
c
o
ló
g
ic
o
 d
o
 C
e
rra
d
o
 - C
E
D
A
C
 e
m
 c
o
o
p
e
-
ra
ç
ã
o
 té
c
n
ic
a
 c
o
m
 o
 L
a
b
o
rató
rio
 d
e
 P
ro
d
u
to
s F
lo
re
sta
is –
 L
P
F
/IB
A
M
A
 d
e
se
n
v
o
lv
e
u
u
m
 e
stu
d
o
 p
a
ra
 av
a
lia
r a
 v
a
lo
riz
a
ç
ã
o
 d
e
sse
s re
síd
u
o
s atrav
é
s d
e
 p
ro
c
e
sso
s d
e
 c
a
rb
o
n
iz
a
-
ç
ã
o
 o
u
 c
o
m
p
a
c
ta
ç
ã
o
, ta
m
b
é
m
 d
e
n
o
m
in
a
d
a
 b
riq
u
e
tag
e
m
, q
u
e
 p
o
d
e
m
 a
u
m
e
n
ta
r se
u
 c
o
n
-
te
ú
d
o
 e
n
e
rg
é
tic
o
.
A
 p
ossib
ilid
ad
e
d
e ap
roveitam
en
to
en
ergético d
o b
aru
,
ap
ós a extração d
a
castan
h
a, foi criad
a
p
elos p
róp
rios
agricu
ltores ao
q
u
eim
arem
 a casca
em
 seu
s fogões
a len
h
a.
3
3US O E G ES TÃO PARTICIPATIVA NO MEIO R UR A L
O
 e
stu
d
o
 c
o
n
c
lu
iu
 q
u
e
:
•
a casca resu
ltan
te d
a extração d
a castan
h
a d
o b
aru
 tem
 excelen
tes
p
ossib
ilid
ad
es d
e valorização en
ergética, p
od
en
d
o ser u
tilizad
o em
 q
u
eim
a
d
ireta ou
 tran
sform
ad
o em
 carvão vegetal
•
é d
e fácil secagem
, ao ser exp
osta ao ar livre, p
erm
an
ece com
 b
aixo d
e teor
d
e u
m
id
ad
e
•
o tam
an
h
o h
om
ogên
eo e red
u
zid
o facilita a em
b
alagem
, tran
sp
orte,
estocagem
 e p
erm
ite alim
en
tação au
tom
ática d
e cald
eiras em
 p
rocessos
in
d
u
strias
•
p
ossu
i p
od
er calorífico elevad
o, su
p
erior ao d
a len
h
a resid
en
cial ou
com
ercial, q
u
an
d
o seca ao ar livre
•
ap
resen
ta facilid
ad
e para com
p
actação, p
od
en
d
o ter su
a d
en
sid
ad
e
en
ergética au
m
en
tad
a, form
an
d
o b
riq
u
etes com
 b
oa resistên
cia
m
ecân
ica e elevad
a d
en
sid
ad
e
•
o carvão ob
tid
o é d
e b
oa q
u
alid
ad
e e d
e fácil carb
on
ização em
forn
os m
etálicos p
eq
u
en
os ou
 con
stru
íd
os e ad
ap
tad
os p
ara
tijolos, u
tilizad
os p
ara carb
on
ização d
e cocos
P
e
la
 p
e
rsp
e
c
tiv
a
 d
e
 c
re
sc
im
e
n
to
 d
a
 ativ
id
a
d
e
 e
x
trativ
ista
d
o
 b
a
ru
 e
 d
a
 p
o
ssib
ilid
a
d
e
 d
e
 a
sso
c
ia
ç
ã
o
 c
o
m
 o
u
tro
s re
síd
u
o
s
ru
ra
is, e
sta
 ativ
id
a
d
e
 d
e
v
e
 se
 to
rn
a
r u
m
a
 fo
n
te
 im
p
o
rta
n
te
 d
e
e
n
e
rg
ia
 a
lte
rn
ativ
a
 e
 e
c
o
lo
g
ic
a
m
e
n
te
 lim
p
a
 q
u
e
 p
o
d
e
 se
r u
tiliz
a
-
d
a
 ta
n
to
 n
a
 fo
rm
a
 d
e
 c
a
lo
r q
u
a
n
to
 tra
n
sfo
rm
a
d
a
 e
m
 e
n
e
rg
ia
 e
lé
-
trica
, se
n
d
o
 in
te
re
ssa
n
te
 p
a
ra
 ag
reg
a
r re
n
d
a
 a
o
s ag
ricu
lto
re
s, p
ro
-
m
o
v
e
n
d
o
 su
a
 in
te
g
ra
ç
ã
o
 so
c
ia
l e
 e
c
o
n
ô
m
ic
a
.
3
4ENERGIA S RENOVÁ V EIS SU STENTÁ V EIS
B
iogás
A
 d
ecom
p
osição
d
a b
iom
assa gera
o gás m
etan
o
A
 u
tilização d
o b
iogás
se ram
ifica e aten
d
e
d
ois p
rob
lem
as b
ásicos
p
ara as p
rop
ried
ad
es
ru
rais: u
m
 é o p
rob
lem
a
d
o
acesso a en
ergia e
o ou
tro é o q
u
e fazer com
os d
ejetos d
e an
im
ais,
com
o p
or exem
p
lo
os q
u
ilôm
etros cú
b
icos
d
e eflu
en
tes p
roven
ien
tes
d
a
su
in
ocu
ltu
ra.
3
5US O E G ES TÃO PARTICIPATIVA NO MEIO R UR A L
A
 te
c
n
o
lo
g
ia
 p
e
rm
ite
 o
 a
p
ro
v
e
ita
m
e
n
to
 e
 a
g
e
ra
ç
ã
o
 d
e
 e
n
e
rg
ia
 a
 p
a
rtir d
o
 m
e
ta
n
o
, u
m
 d
o
s g
a
-
se
s c
a
u
sa
d
o
re
s d
o
 e
fe
ito
 e
stu
fa
, m
u
ito
 c
o
m
u
m
e
n
te
 e
n
-
c
o
n
tra
d
o
 n
o
s lo
c
a
is d
e
stin
a
d
o
s a
 re
c
e
b
e
re
m
 re
je
ito
s in
d
u
s-
tria
is e
 o
rg
â
n
ico
s, co
m
o
 é
 o
 ca
so
 d
o
s ate
rro
s sa
n
itá
rio
s, lix
õ
e
s
e
 á
re
a
s d
e
stin
a
d
a
s a
o
s re
síd
u
o
s d
a
 c
ria
ç
ã
o
 d
e
 a
n
im
a
is.
P
e
sq
u
isas re
ce
n
te
s rev
e
lam
 q
u
e
 o
s m
u
n
icíp
io
s co
m
 m
ais
d
e
u
m
 m
ilh
ão d
e h
ab
itan
tes sã
o
 fo
n
te
s p
o
te
n
cia
is d
e
 g
e
ra
-
çã
o
 d
e
 e
le
tricid
a
d
e
 a
 p
a
rtir d
o
 b
io
g
á
s. E
stim
a
-se
 q
u
e
 até
 2
0
15
,
o
 B
ra
sil p
o
d
e
ria
 g
e
ra
r 440 M
W
 a
p
ro
v
e
ita
n
d
o
 o
 m
e
ta
n
o
 g
e
ra
d
o
n
o
s
lixões e aterros san
itários, o
 q
u
e
 re
q
u
e
r cu
id
a
d
o
s co
m
 a
u
tiliz
a
çã
o
 d
e
 e
q
u
ip
a
m
e
n
to
s e
sp
e
cia
is p
a
ra
 re
m
o
çã
o
 d
e
 o
u
tro
s g
a
se
s
tó
x
ico
s a
sso
cia
d
o
s. J
á
 o
s re
síd
u
o
s o
rg
â
n
ico
s p
ro
d
u
z
id
o
s n
o
 m
e
io
 ru
ra
l
tê
m
 u
m
 ap
ro
v
e
itam
e
n
to
 b
e
m
 m
ais sim
p
le
s e
 já e
stão
 tam
b
é
m
 se
n
d
o
 tran
s-
fo
rm
a
d
o
s e
m
 e
n
e
rg
ia
 e
 fo
n
te
 d
e
 re
n
d
a
 p
a
ra
 a
s p
e
sso
a
s d
o
 ca
m
p
o.
A
 b
io
m
a
ssa
 d
e
 o
rig
e
m
 a
n
im
a
l –
 c
o
m
o
 e
ste
rc
o
 d
e
 g
a
d
o
, p
o
rc
o
s e
 av
e
s - é
c
o
lo
c
a
d
a
 d
e
n
tro
 d
o
 b
io
d
ig
e
sto
r, o
n
d
e
 atrav
é
s d
a
 d
ig
e
stã
o
 e
 fe
rm
e
n
ta
ç
ã
o
 p
o
r
b
a
c
té
ria
s a
n
a
e
ró
b
ia
s é
 tra
n
sfo
rm
a
d
a
 e
m
 u
m
 g
á
s c
o
n
h
e
c
id
o
 c
o
m
o
 m
e
ta
n
o
.
E
sse
 tip
o
 d
e
 b
a
c
té
ria
 n
ã
o
 p
re
c
isa
 d
e
 a
r p
a
ra
 so
b
re
v
iv
e
r, p
o
r isso
 o
 a
m
b
i-
e
n
te
 te
m
 q
u
e
 se
r o
 m
a
is v
e
d
a
d
o
 p
o
ssív
e
l. O
 b
iod
igestor é
 c
o
m
p
o
sto
p
e
la
câm
ara d
e d
igestão
 e
 p
e
lo
 gasôm
etro
. O
s m
a
is sim
p
le
s p
o
ssu
e
m
u
m
 ú
n
ic
o
 e
stá
g
io
, a
lim
e
n
ta
ç
ã
o
 c
o
n
tín
u
a
 e
 se
m
 agita
ç
ã
o
. O
 te
m
p
o
 d
e
re
te
n
ç
ã
o
 d
o
s d
e
je
to
s n
o
 in
te
rio
r d
o
 b
io
d
ig
e
sto
r d
e
p
e
n
d
e
 d
a
 c
a
p
a
c
id
a
d
e
d
a
s b
a
c
té
ria
s e
m
 d
e
g
ra
d
a
r a
 m
até
ria
 o
rg
â
n
ic
a
.
P
or con
ta d
a
con
sciên
cia q
u
an
to aos
p
rob
lem
as ecológicos e
d
o aq
u
ecim
en
to glob
al,
a socied
ad
e in
d
u
strial
vem
 ab
rin
d
o os olh
os
p
ara tod
a form
a d
e
reap
roveitam
en
to d
os
recu
rsos n
atu
rais e
en
ergéticos,p
erm
itin
d
o
q
u
e a geração d
e
en
ergia seja o m
en
os
im
p
actan
te p
ossível.
O
 b
iogás é
ob
tid
o a p
artir
d
a
d
ecom
p
osição
d
a m
atéria
orgân
ica.
3
6ENERGIA S RENOVÁ V EIS SU STENTÁ V EIS
A
 q
u
eim
a d
o b
iogás para a geração d
e en
ergia
elétrica se d
á n
o in
terior d
e u
m
 gru
p
o gerad
or q
u
e
é com
p
osto p
or u
m
 m
otor a com
b
u
stão in
tern
a e
u
m
 gerad
or sín
cron
o. E
ste p
rocesso lib
era tam
b
ém
gases a altas tem
p
eratu
ras.
E
ste
s g
a
se
s p
o
d
e
m
 se
r a
p
ro
v
e
ita
d
o
s n
u
m
 siste
m
a
d
e
 co
-g
e
ra
çã
o
 q
u
e
 a
q
u
e
ce
 a
 á
g
u
a
 u
tiliz
a
d
a
 n
a
 p
ro
p
rie
d
a
d
e
p
a
ra
 to
d
o
 o
 tip
o
 d
e
 fim
, co
m
o
 o
 u
so
 re
sid
e
n
cia
l, lav
ag
e
m
,
e
ste
riliz
a
çã
o
 e
 a
q
u
e
cim
e
n
to
 d
e
 cria
d
o
u
ro
s. O
u
tro
s fin
s p
a
ra
o
 b
io
g
á
s sã
o
 o
 a
q
u
e
cim
e
n
to
 d
e
 fo
g
õ
e
s, co
m
b
u
stív
e
l p
a
ra
 m
o
-
to
re
s d
e
 co
m
b
u
stã
o
 in
te
rn
a
, g
e
la
d
e
ira
s, ch
o
ca
d
e
ira
s e
 se
ca
d
o
re
s
d
e
 g
rã
o
s.
A
lém
 d
e reter o m
etan
o p
ara d
ep
ois tran
sform
á-lo
em
en
ergia elétrica e calor, o b
iod
igestor, d
ep
ois d
e tod
o o
p
rocesso, d
isp
on
ib
iliza u
m
a sob
ra q
u
e p
od
e ser ch
am
ad
a
d
e
b
iofertilizan
te.
E
ste
 é
 o
 a
flu
e
n
te
 d
o
s b
io
d
ig
e
sto
re
s q
u
e
 n
ã
o
 se
 d
e
sp
e
rd
iç
a
, p
o
is e
le
 é
 ex
c
e
le
n
te
c
o
m
o
 a
d
u
b
o
 o
rg
â
n
ic
o
, d
isp
e
n
sa
n
d
o
 a
 n
e
c
e
ssid
a
d
e
 d
e
 fe
rtiliz
a
n
te
s q
u
ím
ic
o
s p
a
ra
 a
 fix
a
-
ç
ã
o
 d
e
 n
u
trie
n
te
s, c
o
m
o
 o
 N
itro
g
ê
n
io
, n
o
 so
lo
.
O
 in
v
e
stim
e
n
to
 d
e
 re
c
u
rso
s e
m
 n
o
v
a
s te
c
n
o
lo
g
ia
s p
a
ra
 o
 b
io
g
á
s p
o
d
e
 p
ro
p
ic
ia
r
a
in
d
a
 a
 m
e
lh
o
ria
 d
o
s e
sp
a
ç
o
s d
o
s re
je
ito
s, su
a
 tra
n
sfe
rê
n
c
ia
, a
 c
o
m
p
ra
 d
e
 e
q
u
ip
a
m
e
n
to
s
d
e
 lim
p
e
z
a
 q
u
e
 e
le
v
e
m
 a
 q
u
a
lid
a
d
e
 d
a
 p
ro
d
u
ç
ã
o
 e
 a
 in
stitu
iç
ã
o
 d
e
 c
o
o
p
e
rativ
a
s e
 c
o
n
só
r-
c
io
s q
u
e
 se
rv
irã
o
 d
e
 re
c
e
p
tá
c
u
lo
s p
a
ra
 n
o
v
o
s p
ro
je
to
s.
C
âm
ara d
e
b
iod
igestor d
e esterco
d
e reb
an
h
o leiteiro,
n
o su
l d
a A
lem
an
h
a.
(F
oto: L
ú
cia O
rtiz)
3
7US O E G ES TÃO PARTICIPATIVA NO MEIO R UR A L
O
 p
oten
cial d
e
com
ercialização d
e
“
créd
itos d
e
carb
on
o”
 p
od
e ser
im
p
ortan
te para a
viab
ilização
econ
ôm
ica d
e
em
p
reen
d
im
en
tos
d
e ap
roveitam
en
to
d
o b
iogás n
o m
eio
ru
ral.
P
ara en
ten
d
er a com
ercialização d
os
créd
itos d
e carb
on
o
O
 P
rotocolo de Q
u
ioto é u
m
 acordo
in
tern
acion
al firm
ado em
 1997, m
as qu
e
só agora, em
 fevereiro de 2005, en
trou
em
 vigor. E
ste acordo estabelece regras e
m
ecan
ism
os para qu
e os países
in
du
strializados alcan
cem
 m
etas de
redu
ção de em
issão de gases qu
e
agravam
 o efeito estu
fa e as m
u
dan
ças
clim
áticas globais.
E
n
tre os m
ecan
ism
os p
revistos, está o
M
ecan
ism
o d
e D
esen
volvim
en
to L
im
p
o
– M
D
L
, q
u
e p
erm
ite q
u
e o m
etan
o
(C
H
4 ), o gás carb
ôn
ico (C
O
2 ) e ou
tros
gases d
e efeito estu
fa q
u
e d
eixem
 d
e
ser jogad
os n
a atm
osfera n
os países em
d
esen
volvim
en
to, com
o o B
rasil, sejam
trocad
os p
or “
créd
itos d
e carb
on
o” a
serem
 ad
q
u
irid
os p
or países
in
d
u
strializad
os q
u
e n
ão con
segu
em
cu
m
p
rir su
as m
etas d
e red
u
ção d
e
em
issões d
estes gases. Isto ocorre
q
u
an
d
o se cap
tu
ra o m
etan
o para fin
s
d
e geração d
e en
ergia ou
 q
u
an
d
o se
realizam
 p
rojetos d
e eficiên
cia
en
ergética ou
 d
e su
b
stitu
ição d
o u
so
d
os com
b
u
stíveis fósseis p
or en
ergia
ren
ováveis (d
o d
iesel p
elo b
iod
iesel, d
o
carvão m
in
eral p
elas
cascas d
e arroz, p
or
exem
p
lo).
E
xiste u
m
 in
teresse
esp
ecial n
a com
p
ra d
os
créd
itos d
e carb
on
o
d
isp
on
ib
ilizad
os a partir d
o
ap
roveitam
en
to d
o m
etan
o, q
u
e
ocorre em
 m
en
or q
u
an
tid
ad
e m
as
é m
u
ito m
ais p
oten
te n
o agravam
en
to
d
o efeito estu
fa d
o q
u
e o gás carb
ôn
ico.
P
or esta razão, m
esm
o os p
eq
u
en
os
p
rojetos, com
 p
eq
u
en
o in
vestim
en
to,
são capazes d
e gerar m
u
itos créd
itos d
e
carb
on
o eq
u
ivalen
te e assim
 torn
arem
-
se m
ais facilm
en
te viáveis d
o p
on
to d
e
vista econ
ôm
ico.
P
ara q
u
e os p
rojetos receb
am
certificad
os p
ara a ven
d
a d
e créd
itos
d
e carb
on
o, d
evem
 ser an
alisad
as p
or
u
m
a com
issão in
term
in
isterial, n
o
B
rasil com
an
d
ad
a p
elo M
in
istério d
a
C
iên
cia e T
ecn
ologia, e d
ep
ois serem
valid
ad
os p
elo C
on
selh
o E
xecu
tivo d
o
M
D
L
, u
m
 órgão in
tern
acion
al
vin
cu
lad
o à C
on
ven
ção Q
u
ad
ro d
as
M
u
d
an
ças C
lim
áticas.
3
8ENERGIA S RENOVÁ V EIS SU STENTÁ V EIS
A
s d
iretrizes in
tern
acion
ais q
u
e regem
 os p
rojetos
d
e M
ecan
ism
o d
e D
esen
volvim
en
to L
im
p
o – M
D
L
já d
efin
iram
 n
orm
as sim
p
lificad
as e m
ais acessíveis
para os p
eq
u
en
os p
rojetos.
E
n
tre
ta
n
to
, h
o
je
 n
o
 B
ra
sil e
x
iste
 u
m
a
 g
ra
n
d
e
 b
u
ro
-
c
ra
c
ia
 e
 in
te
rm
e
d
ia
ç
ã
o
 d
e
 c
o
n
su
lto
re
sté
c
n
ic
o
s q
u
e
 c
o
-
b
ra
m
 c
u
sto
s a
ltíssim
o
s e
 d
e
sp
ro
p
o
rc
io
n
a
is p
a
ra
 a
 a
d
e
q
u
a
-
ç
ã
o
 e
 c
re
d
e
n
c
ia
m
e
n
to
 d
o
s p
e
q
u
e
n
o
s p
ro
je
to
s p
a
ra
 o
 re
c
e
b
i-
m
e
n
to
 d
o
s c
ré
d
ito
s d
e
 c
a
rb
o
n
o
. A
c
e
ssa
r e
ste
 re
c
u
rso
 a
d
ic
io
n
a
l,
q
u
e
 p
o
d
e
ria
 v
ia
b
iliz
a
r o
 e
sfo
rç
o
 d
e
 c
o
o
p
e
rativ
a
s n
a
 so
lu
ç
ã
o
 d
o
 se
u
p
ro
b
le
m
a
 c
o
m
 re
síd
u
o
s a
g
ro
p
e
c
u
á
rio
s e
 n
a
 o
b
te
n
ç
ã
o
 d
e
 e
n
e
rg
ia
 e
 a
o
 m
e
s-
m
o
 te
m
p
o
 c
o
n
trib
u
ir n
a
 so
lu
ç
ã
o
 d
o
 p
ro
b
le
m
a
 d
a
s m
u
d
a
n
ç
a
s c
lim
á
tic
a
s, a
c
a
b
a
 sa
in
d
o
m
u
ito
 c
a
ro
 p
a
ra
 a
s c
o
m
u
n
id
a
d
e
s ru
ra
is.
O
 M
D
L
 su
rgiu
 com
 o p
rop
ósito d
e com
p
en
sar a p
olu
ição n
a atm
osfera
gerad
a n
os países in
d
u
strializad
os e, ao m
esm
o tem
p
o, p
rop
orcion
ar
o d
esen
volvim
en
to su
sten
tável em
 p
aíses em
 d
esen
volvim
en
to.
P
orém
 as leis d
e m
ercad
o q
u
e con
trolam
 este m
ecan
ism
o acab
am
sen
d
o im
p
lacáveis com
 os p
eq
u
en
os p
rod
u
tores, d
e fato cap
azes d
e elab
orar
p
rojetos d
escen
tralizad
os e p
or isso com
p
rom
issad
os com
 a su
sten
tab
ilid
ad
e
am
b
ien
tal e a in
clu
são social.
3
9US O E G ES TÃO PARTICIPATIVA NO MEIO R UR A L
E
xem
p
lo 3
D
e olh
o n
o p
oten
cial d
os d
ejetos d
e
su
ín
os n
a p
rod
u
ção d
o b
iogás
A
 C
R
E
R
A
L
, c
o
m
 m
a
is d
e
 5
 m
il a
sso
c
ia
d
o
s, já
 p
ro
-
d
u
z
 e
 d
istrib
u
i su
a
 p
ró
p
ria
 e
n
e
rg
ia
 g
e
ra
d
a
 e
m
 m
in
i c
e
n
tra
is
h
id
re
lé
tric
a
s p
a
ra
 p
e
q
u
e
n
a
s p
ro
p
rie
d
a
d
e
s ru
ra
is e
 ag
o
ra
 v
a
i
a
p
o
sta
r n
o
 b
io
g
á
s.
O
 n
o
v
o
 p
ro
je
to
 se
rá
 d
e
se
n
v
o
lv
id
o
 n
a
 fa
z
e
n
d
a
 d
e
 u
m
a
sso
c
ia
d
o
 d
a
 c
o
o
p
e
rativ
a
, n
o
 m
u
n
ic
íp
io
 d
e
 F
a
x
in
a
lz
in
h
o
, c
u
ja
s
ativ
id
a
d
e
s e
c
o
n
ô
m
ic
a
s e
stã
o
 c
o
n
c
e
n
tra
d
a
s n
a
 c
ria
ç
ã
o
 d
e
 su
ín
o
s e
b
o
v
in
o
s e
 n
a
 a
g
ric
u
ltu
ra
. A
s tra
je
tó
ria
s d
o
s d
e
je
to
s n
a
 fa
ze
n
d
a
 re
p
e
-
te
m
 o
s d
e
 o
u
tra
s p
ro
p
rie
d
a
d
e
s: sã
o
 lav
a
d
o
s e
m
 u
m
a
 p
o
c
ilg
a
 e
 se
 a
c
u
-
m
u
la
m
 e
m
 d
u
a
s lag
o
a
s p
e
q
u
e
n
a
s q
u
e
, p
a
ssa
d
o
 u
m
 te
m
p
o
, sã
o
 lib
e
ra
d
o
s p
a
ra
u
m
a
 lag
o
a
 m
a
io
r. N
e
ste
 d
e
c
u
rso
, so
lta
m
 g
a
se
s m
a
l c
h
e
iro
so
s e
 n
o
c
iv
o
s a
o
 m
e
io
a
m
b
ie
n
te
, se
n
d
o
 u
m
 d
e
le
s o
 m
e
ta
n
o
.
O
 p
rojeto con
siste n
a in
stalação d
e b
iod
igestores, q
u
e resolverão
gran
d
e parte d
o p
rob
lem
a ocasion
ad
o p
elos d
ejetos,
d
e u
m
 gru
p
o gerad
or p
ara ap
roveitar o b
iogás e d
e u
m
a m
oto-b
om
b
a
q
u
e levará o b
iofertilizan
te até o cam
p
o agrícola.
E
stim
a
-se
 q
u
e
 a
 p
ro
d
u
çã
o
 d
e
 b
io
g
á
s fica
rá
 e
m
 to
rn
o
 d
e
 5
0
0
 m
3 p
o
r d
ia
,q
u
e
 a
 p
ro
d
u
-
çã
o
 d
e
 e
n
e
rg
ia
 fica
rá
 e
m
 to
rn
o
 d
e
 3
5
 kW
h
, e
 a
 d
e
 ca
lo
r fica
rá
 e
m
 to
rn
o
 d
e
 4
0
W
.
N
a região n
orte d
o R
io
G
ran
d
e, a C
oop
erativa
R
egion
al d
e E
letrificação
R
u
ral d
o A
lto U
ru
gu
ai –
C
R
E
R
A
L
, colocou
 n
o
p
ap
el u
m
 p
rojeto d
e
b
iogás a p
artir d
os d
ejetos
p
rod
u
zid
os p
or su
ín
os,
q
u
e é u
m
a ativid
ad
e
com
u
m
 n
a região e
altam
en
te p
olu
id
ora.
4
0ENERGIA S RENOVÁ V EIS SU STENTÁ V EIS
R
$ 150.000
– p
ara m
elh
orias n
as p
rop
ried
ad
es e in
stalação d
o b
iod
igestor
R
$ 100.000
– para a in
stalação d
e u
m
 gru
p
o gerad
or
R
$ 80.000
– para ad
eq
u
ação d
a red
e elétrica existen
te
R
$ 25.000
– para d
ivu
lgação e con
scien
tização
O
 c
u
sto
 p
re
su
m
id
o
 é
 d
e
 R
$ 355.000
 d
iv
id
id
o
s e
n
tre
:
A
 d
iv
u
lg
a
ç
ã
o
 é
 u
m
 ite
m
 ex
tre
m
a
m
e
n
te
 im
p
o
rta
n
te
 p
a
ra
 o
 e
n
v
o
lv
im
e
n
to
 in
fo
r-
m
a
d
o
 d
o
s p
ro
d
u
to
re
s e
 só
c
io
s d
a
 c
o
o
p
e
rativ
a
, d
a
s p
re
fe
itu
ra
s e
 ta
m
b
é
m
 p
a
ra
 o
s c
o
n
su
-
m
id
o
re
s d
o
s p
ro
d
u
to
s d
a
 re
g
iã
o
.
C
o
m
 re
la
ç
ã
o
 à
 in
sta
la
ç
ã
o
 d
o
 b
io
d
ig
e
sto
r, o
 p
ro
je
to
 d
e
ta
lh
a
:
D
im
en
sões d
o b
iod
igestor d
esen
h
ad
as para 1500 m
atrizes
e 5000 an
im
ais en
tre 5 e 25 kg
volu
m
e d
e d
ejetos p
or d
ia
49 m
3
volu
m
e d
e reten
ção d
o b
iod
igestor para 30 d
ias
1500 m
3
A
d
eq
u
ação d
a red
e elétrica
serão com
p
lem
en
tad
os 16,5 K
m
 d
e cab
os à red
e d
e alta ten
são, classe
15 kV
, tran
sform
an
d
o a red
e em
 trifásica e u
tilizan
d
o con
d
u
tores d
o tip
o
C
A
A
 n
º4 A
W
G
, lan
çan
d
o-os em
 estru
tu
ras com
 classe d
e isolação
para 15 kV.
4
1US O E G ES TÃO PARTICIPATIVA NO MEIO R UR A L
A
 C
R
E
R
A
L
 se
 e
sp
e
lh
a
 e
m
 p
ro
je
to
s se
m
e
lh
a
n
te
s, c
o
m
o
 o
 d
a
C
h
á
c
a
ra
 M
a
ru
jo
, n
o
 P
a
ra
n
á
, q
u
e
 já
 p
ro
d
u
z
 e
n
e
rg
ia
 e
lé
tric
a
 a
 p
a
rtir
d
o
 b
io
g
á
s p
ro
v
e
n
ie
n
te
 d
e
 d
e
je
to
s a
n
im
a
is. C
o
m
 b
a
se
 n
o
 a
p
re
n
d
iz
a
d
o
d
e
sta
s e
x
p
e
riê
n
c
ia
s, sa
b
e
-se
 q
u
e
 a
 tra
n
sfo
rm
a
ç
ã
o
 d
o
 b
io
g
á
s p
a
ra
 c
o
r-
re
n
te
 e
lé
tric
a
 a
 se
r d
istrib
u
íd
a
 n
a
 re
d
e
 a
p
re
se
n
ta
 a
in
d
a
 in
c
o
n
sistên
c
ia
s q
u
e
p
o
d
e
m
 se
r su
p
e
ra
d
a
s a
 m
e
d
id
a
 q
u
e
 a
s te
c
n
o
lo
g
ia
s se
ja
m
 a
d
e
q
u
a
d
a
s a
o
 n
ív
e
is
e
 fo
n
te
s d
e
 p
ro
d
u
ç
ã
o
 d
o
 b
io
g
á
s e
m
 c
a
d
a
 lo
c
a
lid
a
d
e.
E
xiste ain
d
a u
m
a con
d
icion
an
te im
p
ortan
te
p
ara q
u
e a tecn
ologia n
ão caia em
 d
escréd
ito:
cu
id
ad
os d
evem
 ser tom
ad
os n
a tran
sferên
cia d
a
tecn
ologia p
ara o q
u
e o p
rod
u
tor ten
h
a
con
h
ecim
en
to e d
om
ín
io d
a técn
ica ap
licad
a.
4
2ENERGIA S RENOVÁ V EIS SU STENTÁ V EIS
B
iocom
b
u
stíveis
D
e m
u
itas esp
écies vegetais
p
od
em
 tam
b
ém
 ser extraíd
os
óleos e álcool
A
 b
iom
assa p
od
e ser recolh
id
a
em
 estad
o b
ru
to em
 vários
recan
tos d
o B
rasil com
o
resíd
u
os d
e cu
ltu
ras agrícolas
ou
 d
e b
en
eficiam
en
to d
e
fru
tos q
u
e através d
e
d
eterm
in
ad
os p
rocessos são
con
vertid
os em
 com
b
u
stível.
4
3US O E G ES TÃO PARTICIPATIVA NO MEIO R UR A L
U
m
 d
o
s m
a
io
re
s e
x
e
m
p
lo
s d
e
 p
ro
d
u
ç
ã
o
 d
e
 b
io
c
o
m
b
u
stív
e
is e
m
la
rg
a
 e
sc
a
la
 n
o
 m
u
n
d
o
 fo
i o
 p
ro
g
ra
m
a
 P
ro
á
c
o
o
l d
o
 B
ra
sil. A
 p
a
rtir d
a
d
é
c
a
d
a
 d
e
 7
0
, in
ic
io
u
-se
 a
 p
ro
d
u
ç
ã
o
 e
m
 m
a
ssa
 d
e
 á
lc
o
o
l p
ro
v
e
n
ie
n
te
 d
a
c
a
n
a
 d
e
 a
ç
ú
c
a
r p
a
ra
 o
 su
p
rim
e
n
to
 d
a
 fro
ta
 a
u
to
m
o
b
ilístic
a
. A
p
e
sa
r d
e
 se
r
u
m
 c
o
m
b
u
stív
e
l “
v
e
rd
e
”
, re
n
o
v
á
v
e
l, o
 m
o
d
e
lo
 d
e
 p
ro
d
u
ç
ã
o
 d
a
 c
a
n
a
 tro
u
-
x
e
 sé
rio
s im
p
a
c
to
s a
m
b
ie
n
ta
is e
 a
 c
o
n
c
e
n
tra
ç
ã
o
 d
a
 p
ro
d
u
ç
ã
o
 e
 re
n
d
a
 n
a
s
m
ã
o
s d
o
s g
ra
n
d
e
s u
sin
e
iro
s. E
sta
 situ
a
ç
ã
o
 c
o
n
trib
u
iu
 ta
m
b
é
m
 p
a
ra
 o
 c
o
n
tro
le
d
o
s p
re
ço
s e
 d
a
s d
isp
o
n
ib
ilid
a
d
e
s d
o
 co
m
b
u
stív
e
l p
o
r u
m
 g
ru
p
o
 p
e
q
u
e
n
o
 e
 d
e
 g
ra
n
d
e
p
o
d
e
r p
o
lític
o
, o
 q
u
e
 fo
i u
m
a
 d
a
s ra
z
õ
e
s p
a
ra
 q
u
e
 o
 p
ro
g
ra
m
a
 p
e
rd
e
sse
 o
 re
sp
a
ld
o
d
a
 p
o
p
u
la
ç
ã
o
 e
 n
ã
o
 m
a
is fo
sse
 p
rio
ritá
rio
 n
o
s ú
ltim
o
s g
o
v
e
rn
o
s.
H
oje tan
to o álcoolcom
o o b
iod
iesel se ap
resen
tam
 com
o com
b
u
stíveis
ren
ováveis a su
b
stitu
ir os p
olu
en
tes e cad
a vez m
ais caros d
erivad
os
d
o p
etróleo. O
s b
iocom
b
u
stíveis p
od
em
 su
b
stitu
ir os fósseis n
os tran
sp
ortes,
n
a geração d
e en
ergia elétrica ou
 n
o fu
n
cion
am
en
to d
e m
áq
u
in
as e sistem
as
d
e b
en
eficiam
en
to d
a p
rod
u
ção ru
ral, em
 esp
ecial q
u
an
d
o os in
su
m
os para
su
a p
rod
u
ção estão n
a ou
 p
róxim
os d
a p
róp
ria localid
ad
e.
U
m
 p
ro
d
u
to
 q
u
e
 até
 b
e
m
 p
o
u
c
o
 te
m
p
o
 n
a
d
a
 v
a
lia
 p
a
ra
 o
 m
e
rc
a
d
o
, m
a
s q
u
e, p
a
ra
p
e
q
u
e
n
a
s c
o
m
u
n
id
a
d
e
s iso
la
d
a
s e
 d
e
 p
o
u
c
o
s re
c
u
rso
s d
o
 B
ra
sil su
p
ria
 p
e
lo
 la
d
o
 d
o
re
a
p
ro
v
e
ita
m
e
n
to
 e
c
o
n
ô
m
ic
o
 e
 p
e
lo
 la
d
o
 d
o
 b
e
n
e
fíc
io
 so
c
ia
l: os óleos vegetais. A
s
p
o
p
u
la
ç
õ
e
s d
e
sta
s c
o
m
u
n
id
a
d
e
s h
á
 sé
c
u
lo
s v
ê
m
 e
n
g
a
rra
fa
n
d
o
 ó
le
o
s e
x
tra
íd
o
s d
e
 p
a
l-
m
e
ira
s, 13
2
 e
sp
é
c
ie
s n
ativ
a
s e
 15
2
 e
sp
é
c
ie
s in
tro
d
u
z
id
a
s, q
u
e
 tê
m
 p
ro
p
rie
d
a
d
e
s m
e
d
ic
i-
n
a
is. E
ste
s ó
le
o
s p
o
d
e
m
 se
r u
tiliz
a
d
o
s e
m
 se
u
 e
sta
d
o
 n
atu
ra
l, c
o
m
 a
lg
u
m
a
s re
striç
õ
e
s,
4
4ENERGIA S RENOVÁ V EIS SU STENTÁ V EIS
c
o
m
o
 c
o
m
b
u
stív
e
is d
e
 m
o
to
re
s p
a
ra
 d
iv
e
rso
s fin
s. C
o
g
ita
-se
a
 p
o
ssib
ilid
a
d
e
 d
e
sta
s p
a
lm
e
ira
s e
 o
u
tra
s c
u
ltu
ra
s e
sta
re
m
se
n
d
o
 in
c
lu
íd
a
s n
a
 p
ro
d
u
ç
ã
o
 d
e
 b
io
d
ie
se
l e
m
 la
rg
a
 e
sc
a
la
.
A
 e
q
u
a
ç
ã
o
 e
m
 q
u
e
 se
 b
a
se
ia
 o
 b
io
d
ie
se
l é
 a
 re
a
ç
ã
o
e
n
tre
 ó
le
o
 v
e
g
e
ta
l e
 á
lc
o
o
l, e
m
 m
e
io
 á
c
id
o
 o
u
 a
lc
a
lin
o
, q
u
e
 é
d
e
n
o
m
in
a
d
a
 d
e
 a
lco
o
lise
 e
 te
m
 co
m
o
 su
b
 p
ro
d
u
to
 a
 g
lice
rin
a
.
O
 b
en
eficiam
en
to d
os óleos vegetais para a rem
oção
d
o glicerol tem
 com
o resu
ltad
o u
m
a m
elh
or com
b
u
s-
tão e m
en
or p
rod
u
ção d
e resíd
u
os n
o m
otor em
 com
p
a-
ração aos óleos in
 n
a
tu
ra,
o
s q
u
a
is tê
m
 ta
m
b
é
m
 u
m
a
 v
isc
o
si-
d
a
d
e
 m
u
ito
 v
a
riá
v
e
l e
 d
ifíc
il d
e
 se
r c
o
n
tro
la
d
a
.
E
sp
era-se q
u
e a
su
b
stitu
ição d
o d
iesel
oriu
n
d
o d
o p
etróleo
p
elo b
iod
iesel, u
m
com
b
u
stível tirad
o d
e
oleagin
osas com
o a
m
am
on
a, o d
en
d
ê, o
am
en
d
oim
, o coco, a
soja, o n
ab
o forrageiro
e o b
u
riti, acon
teça
n
u
m
 fu
tu
ro p
róxim
o.
T
eor d
e óleo
soja
18 a 20%
 d
o p
eso d
o grão
m
am
on
a
48%
D
o p
on
to d
e vista com
ercial, o foco para a p
rod
u
ção
d
e b
iod
iesel está cen
trad
o, p
rin
cip
alm
en
te, n
o óleo
vegetal d
a soja e d
a m
am
on
a.
O
 B
rasil, em
 2003, con
su
m
iu
36 b
ilh
ões d
e litros d
e d
iesel con
ven
cion
al
n
u
m
 in
vestim
en
to total d
e U
S
$ 800 m
ilh
ões.
4
5US O E G ES TÃO PARTICIPATIVA NO MEIO R UR A L
A
 e
stim
ativ
a
 d
o
 G
ru
p
o
 d
e
 T
ra
b
a
lh
o
 In
te
rm
in
iste
ria
l, q
u
e
 m
e
d
io
u
 o
s d
e
b
a
-
te
s e
m
 to
rn
o
 d
o
 p
ro
g
ra
m
a
 d
e
 p
ro
d
u
ç
ã
o
 d
o
 b
iod
ie
se
l, é
 q
u
e, se
 6%
 d
a agricu
l-
tu
ra fam
iliar con
trib
u
a para o p
rogram
a
, se
ja
m
 g
e
ra
d
o
s u
m
 m
ilh
ão e 80
m
il em
p
regos, re
p
a
rtid
o
s 2
7
0
 m
il p
a
ra
 o
 c
a
m
p
o
 e
 8
10
 m
il p
a
ra
 in
d
ú
stria
, c
o
m
é
rc
io
e
 d
istrib
u
iç
ã
o
, e
m
 84 m
il h
ectares, re
d
u
z
in
d
o
 a
 p
o
lu
iç
ã
o
 atm
o
sfé
ric
a
 p
ro
v
o
c
a
d
a
 p
e
la
q
u
e
im
a
 d
e
 c
o
m
b
u
stív
e
is fó
sse
is e
 e
v
ita
n
d
o
 a
 in
te
n
sific
a
ç
ã
o
 d
o
 e
fe
ito
 e
stu
fa
.
C
o
n
tu
d
o
, a
 su
b
stitu
iç
ã
o
 d
e
 u
m
a
 m
atriz
 e
n
e
rg
é
tic
a
 p
o
r o
u
tra
 e
m
 c
u
rto
 e
sp
a
ç
o
 d
e
te
m
p
o
 p
o
d
e
 tra
z
e
r im
p
lic
a
ç
õ
e
s sé
ria
s p
a
ra
 re
a
lid
a
d
e
s so
c
ia
is, e
c
o
n
ô
m
ic
a
s e
 a
m
b
ie
n
ta
is
tã
o
 d
iv
e
rsa
s c
o
m
o
 a
s q
u
e
 e
n
c
o
n
tra
m
o
s n
o
 B
ra
sil. T
a
x
a
-se
 o
 b
io
d
ie
se
l d
e
 a
 g
ra
n
d
e
 v
e
d
e
te
p
a
ra
 o
 se
to
r e
n
e
rg
é
tic
o
 e
 a
g
ríc
o
la
 n
o
s p
ró
x
im
o
s a
n
o
s, e
m
 ra
z
ã
o
 d
o
s re
c
u
rso
s q
u
e
 se
rã
o
re
d
ire
c
io
n
a
d
o
s d
o
 d
ie
se
l c
o
m
u
m
 p
a
ra
 o
 b
io
d
ie
se
l. E
n
tã
o
, se
 fa
z
 c
o
m
p
re
e
n
d
e
r o
 lo
b
b
y
q
u
e
 o
 se
to
r d
o
 a
g
ro
n
e
g
ó
c
io
 b
o
to
u
 e
m
 m
a
rc
h
a
 n
o
 c
o
n
g
re
sso
 n
a
c
io
n
a
l p
a
ra
 e
stip
u
la
r a
o
b
rig
ato
rie
d
a
d
e
 e
 a
c
e
le
ra
r a
s m
e
ta
s d
o
 p
ro
g
ra
m
a
 c
o
m
 re
la
ç
ã
o
 a
o
s n
ív
e
is d
e
 m
istu
ra
.
M
etas d
o P
rogram
a N
acion
al d
e B
iod
iesel:
ad
oção d
e 2%
 d
o b
iod
iesel ju
n
to ao d
iesel m
in
eral n
u
m
 p
razo d
e três an
os
a ad
oção d
e 5%
 em
 u
m
 p
razo d
e oito an
os
A
s e
n
tid
a
d
e
s lig
a
d
a
s à
 ag
ric
u
ltu
ra
 fa
m
ilia
r b
ata
lh
a
ra
m
 p
o
r u
m
 c
a
rá
te
r a
u
to
riz
ativ
o
d
a
 m
istu
ra
 e
 n
ã
o
 p
o
r su
a
 o
b
rig
ato
rie
d
a
d
e
, p
o
rq
u
e
 tin
h
a
m
 c
o
n
sc
iê
n
c
ia
 d
a
 d
e
sig
u
a
ld
a
d
e
d
e
 c
o
n
d
iç
õ
e
s m
ate
ria
is, d
e
 te
m
p
o
 e
 d
e
 d
e
se
n
v
o
lv
im
e
n
to
 d
a
 o
fe
rta
 d
a
 p
ro
d
u
ç
ã
o
 d
e
 o
le
a
-
g
in
o
sa
s e
m
 q
u
e
 v
iv
e
m
 o
s p
e
q
u
e
n
o
s p
ro
d
u
to
re
s ru
ra
is e
 a
sse
n
ta
d
o
s, c
o
m
p
a
ra
d
o
s c
o
m
 o
s
g
ra
n
d
e
s p
ro
d
u
to
re
s d
e
 g
rã
o
s. S
a
c
ra
m
e
n
ta
d
a
 a
 o
b
rig
ato
rie
d
a
d
e
 d
a
 m
istu
ra
 re
c
e
n
te
m
e
n
-
te
 a
p
ro
v
a
d
a
, a
s e
n
tid
a
d
e
s lu
ta
m
 ag
o
ra
 p
a
ra
 a
 a
d
o
ç
ã
o
 d
e
 c
rité
rio
s d
e
 p
ro
d
u
ç
ã
o
 q
u
e
 fav
o
-
re
ç
a
m
 a
 ag
ric
u
ltu
ra
 fa
m
ilia
r e
 o
 m
e
io
 a
m
b
ie
n
te.
4
6ENERGIA S RENOVÁ V EIS SU STENTÁ V EIS
Q
u
an
to aos critérios para u
m
 “
selo socioam
b
ien
tal”
d
o b
iod
iesel, ad
voga-se q
u
e:
• a agricu
ltu
ra fam
iliar n
ão seja m
era
forn
eced
ora d
e m
atéria-p
rim
a, avan
çan
d
o
em
 p
rocessos d
e agregação d
e valor e n
o
d
om
ín
io d
a cad
eia p
rod
u
tiva d
o b
iod
iesel;
• os con
tratos sejam
 ser estab
elecid
os d
e
form
a d
em
ocrática e tran
sparen
te, e visem
a in
corp
oração d
o p
rocesso d
e extração d
e
óleo e d
e tran
sesterificação, etapa fin
al d
a
p
rod
u
ção d
o b
iod
iesel;
• o p
rogram
a d
e b
iod
iesel p
rom
ova a
in
clu
são social e n
ão p
riorize o
agron
egócio;
• a cu
ltivar escolh
id
a seja p
rod
u
zid
a em
con
sórcio com
 ou
tras cu
ltivares;
• su
a p
rod
u
ção n
ão am
eace a segu
ran
ça
alim
en
tar d
as p
op
u
lações trad
icion
ais;
• n
esta p
rod
u
ção os asp
ectos d
e
d
esen
volvim
en
to d
a ciên
cia e d
e
tran
sferên
cia e ap
rop
riação d
as tecn
ologias
p
elas com
u
n
id
ad
es ru
rais se faça p
resen
te;
• a tecn
ologia ap
reen
d
id
a se coad
u
n
e às
p
oten
cialid
ad
es d
as realid
ad
es locais e n
ão
d
ivirja d
elas;
• os p
róp
rios in
su
m
os p
ara a p
rod
u
ção,
com
o o álcool, p
ossam
 ser p
rod
u
zid
os n
a
região;
• o com
b
u
stível seja ob
tid
o d
e form
a
d
escen
tralizad
a;
• a tecn
ologia e a logística im
p
rescin
d
ível
p
ara o tran
sp
orte d
o com
b
u
stível ten
h
a
tam
b
ém
 participação e con
trole d
as
com
u
n
id
ad
es en
volvid
as n
o p
rocesso d
e
p
rod
u
ção e com
ercialização e q
u
e este
tran
sp
orte n
ão im
p
liq
u
e n
a m
u
ltip
licação
d
e in
term
ed
iários e n
ão cau
se im
p
actos ao
m
eio am
b
ien
te;
• d
iversas restrições ao a
g
ro
b
u
sin
ess n
a
p
rod
u
ção d
as d
iversas esp
écies oleagin
osas
in
clu
em
 o form
ato d
a m
on
ocu
ltu
ra
exten
siva, o u
so d
e agrotóxicos e d
e
esp
écies gen
eticam
en
te m
od
ificad
as.
4
7US O E G ES TÃO PARTICIPATIVA NO MEIO R UR A L
E
xem
p
lo 1
C
om
u
n
id
ad
es d
e V
ila E
sp
eran
ça
S
e
rv
iço
s b
á
sico
s co
m
o
 e
d
u
ca
çã
o, sa
ú
d
e
 e
 a
b
a
ste
cim
e
n
-
to
 d
e
 á
g
u
a
 o
u
 e
ra
m
 p
re
c
á
rio
s o
u
 in
e
x
iste
n
te
s. U
m
a
 p
ro
p
o
sta
d
e
 g
e
ra
ç
ã
o
 d
e
 e
n
e
rg
ia
 e
lé
tric
a
 a
 p
a
rtir d
o
 ó
le
o
 d
e
 p
a
lm
a
 fo
i
a
p
re
se
n
ta
d
a
 e
 o
b
te
v
e
 o
 a
p
o
io
 d
o
 C
o
n
se
lh
o
 N
a
c
io
n
a
l d
e
 D
e
-
se
n
v
o
lv
im
e
n
to
 C
ie
n
tífic
o
 e
 T
e
c
n
o
ló
g
ic
o
 –
 C
N
P
q
.
O
 p
ro
je
to
 p
re
v
ia
 a
 ex
tra
ç
ã
o
 d
o
 ó
le
o
 d
e
 d
e
n
d
ê
 p
o
r se
r o
d
e
n
d
e
ze
iro
 a
 o
le
a
g
in
o
sa
 d
e
 m
a
io
r re
n
d
im
e
n
to
 p
o
r h
e
c
ta
re
 p
la
n
ta
-
d
o
, c
e
rc
a
 d
e
 3
 a
 5
 to
n
e
la
d
a
s d
e
 ó
le
o
 p
o
r h
e
c
ta
re
 a
o
 a
n
o
. C
o
mo
 o
d
e
n
d
e
ze
iro
 d
e
m
o
ra
 3
 a
n
o
s p
a
ra
 d
a
r fru
to
s, o
 ó
le
o
 fo
i su
p
rid
o
 p
e
la
 e
m
p
re
-
sa
 D
E
N
P
A
S
A
, até
 q
u
e
 a
 c
o
m
u
n
id
a
d
e
 se
 to
rn
a
sse
 a
u
to
-su
fic
ie
n
te
 n
a
 p
ro
d
u
-
ç
ã
o
 d
a
 o
le
ag
in
o
sa
, d
a
 q
u
a
l fo
ra
m
 p
la
n
ta
d
o
s in
ic
ia
lm
e
n
te
 15
 h
e
c
ta
re
s.
T
od
o eq
u
ipam
en
to u
tilizad
o n
o p
rocesso foi u
m
a m
icro u
sin
a d
e extração
d
e
óleo d
e d
en
d
ê e u
m
 gru
p
o m
otor-gerad
or (d
a M
A
S, m
od
elo M
F
-4R
T
A
-G
S
)
com
 p
otên
cia d
e geração em
 u
so con
tín
u
o d
e 132 kV
A
 (106 kW
)
fu
n
cion
an
d
o 6 h
oras p
or d
ia.
A
té o an
o d
e 1996, os
m
il m
orad
ores d
e
M
ojú
, n
o E
stad
o d
o
P
ará viviam
 n
o m
ais
ab
solu
to d
esam
paro
en
ergético e social,
resu
ltad
o d
a
in
d
isp
on
ib
ilid
ad
e d
e
en
ergia elétrica n
a V
ila
E
sp
eran
ça.
O
 resu
ltad
o im
ed
iato foi a eletrificação d
e
100 resid
ên
cias, d
a escola p
ú
blica e d
o
estab
elecim
en
to d
a ilu
m
in
ação p
ú
b
lica.
4
8ENERGIA S RENOVÁ V EIS SU STENTÁ V EIS
E
xem
p
lo 2
V
ila S
oled
ad
e, M
oju
, P
ará
E
m
 V
ila
 d
a
 S
o
le
d
a
d
e
 fo
i in
sta
la
d
o
 e
 te
sta
d
o
 u
m
 m
o
to
r
d
ie
se
l co
n
v
e
n
cio
n
a
l, a
d
a
p
ta
d
o
 p
a
ra
 o
p
e
ra
r co
m
 ó
le
o
 d
e
 p
a
l-
m
a
in
 n
a
tu
ra
. D
e
sd
e
 o
s p
rim
e
iro
s te
ste
s n
a
 o
ficin
a
 d
a
 E
m
b
ra
p
a
d
a
 A
m
a
z
ô
n
ia
 O
cid
e
n
ta
l, e
m
 B
e
lé
m
, o
 g
ru
p
o
 g
e
ra
d
o
r, m
a
rca
M
W
M
 T
D
2
2
9
, fo
i m
o
n
ito
ra
d
o
 e
 a
d
e
q
u
a
d
o
 co
m
 u
m
 site
m
a
 d
e
co
n
v
e
rsã
o
 co
m
p
le
m
e
n
ta
r p
a
ra
 o
 co
n
tro
le
 d
a
 v
isco
sid
a
d
e
 d
o
 ó
le
o
v
eg
e
ta
l a
n
te
s d
o
 se
u
 e
n
v
io
 p
a
ra
 a
 co
m
u
n
id
a
d
e.
N
a
 c
o
m
u
n
id
a
d
e, h
á
 u
m
 o
p
e
ra
d
o
r re
sid
e
n
te
 q
u
e
 ze
la
 p
e
lo
g
ru
p
o
 g
e
ra
d
o
r a
c
io
n
a
n
d
o
 m
a
n
u
a
lm
e
n
te
 a
 c
o
n
v
e
rsã
o
 d
a
 o
p
e
ra
ç
ã
o
d
e
 d
ie
se
l p
a
ra
 o
p
e
ra
ç
ã
o
 c
o
m
 ó
le
o
 d
e
 p
a
lm
a
.
O
 m
otor con
tin
u
a geran
d
o 3,3 M
W
h
 ao m
ês, seis h
oras d
iárias,
p
ara 1300 h
ab
itan
tes. A
u
las n
otu
rn
as p
od
em
 ser m
in
istrad
as para u
m
a
com
u
n
id
ad
e d
e trab
alh
ad
ores ru
rais q
u
e, em
 b
oa parte, n
ão p
od
eria
ir a escola d
u
ran
te o d
ia.
O
 p
ro
je
to
 P
ro
v
e
g
a
m
 c
u
m
p
riu
 se
u
s o
b
je
tiv
o
s to
rn
a
n
d
o
 u
m
a
 re
a
lid
a
d
e
 o
 fo
rn
e
c
i-
m
e
n
to
 d
e
 e
n
e
rg
ia
 e
 d
e
 to
d
o
s o
s se
u
s b
e
n
e
fíc
io
s p
a
ra
 e
sta
 c
o
m
u
n
id
a
d
e
s iso
la
d
a
 n
o
 P
a
rá
.
O
 caso d
o p
rojeto
P
rovegam
, d
a
com
u
n
id
ad
e d
e V
ila
S
oled
ad
e, tam
b
ém
em
 M
ojú
, trou
xe
b
on
s resu
ltad
os d
o
p
on
to d
e vista
m
etod
ológico e d
o
p
on
to d
e vista
econ
ôm
ico e social.

Outros materiais