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Seminário - Transtornos Alimentares

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Estudo de Caso 
Laura, estudante, 20 anos, solteira, 3º grau incompleto, mora com os pais e mais duas irmãs. A paciente expôs que sua preocupação com o peso começou aos 15 anos, apesar de saber que tinha sido uma criança "gordinha". Esta foi uma época em que estava começando a se interessar pelo sexo oposto, e, após 
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uma desilusão amorosa passou a atribuir o fato de estar acima do peso todos os seus insucessos. Sentia-se infeliz, e não conseguia adequar-se as roupas que gostaria de usar, por isso passou a não sair mais de casa. Já havia tentado inúmeros regimes, ginásticas, etc., mas com pouco ou nenhum resultado. Aos 17 anos teve o primeiro episódio de vômito e a paciente relatou que experimentou uma sensação de prazer ao fazê-lo.
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A partir de então, passou a provocar o vômito uma vez por semana. Depois de 1 ano, aproximadamente, resolveu contar para a mãe que, para sua surpresa, disse que já havia desconfiado de seu comportamento e a aconselhou procurar ajuda de um profissional na área de Psicologia.
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Abordagem aos Portadores de Transtornos Alimentares
ENFERMAGEM 59 – Seminário do Módulo 094
do curso de Enfermagem da
Universidade Estadual de Londrina
 
Docente: Marcos Hirata Soares
Alunos: Larissa Ueno
Nathanye Stanganelli
Priscilla Ghiraldi
Tatiane Tokushima
 
LONDRINA 2014
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Contextualizando 
 A sociedade de consumo (atual) é bem diferente da anterior (sociedade de produtores), pois a atualmente, temos como objetivo satisfazer os desejos humanos de uma forma que nenhuma outra sociedade do passado pode fazer.
 Essa satisfação permanecerá enquanto a sensação de desejo não realizado continuar.
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Contextualizando 
“Agora temos meios de exercer sobre os corpos um grau de controle sem precedentes, e no entanto também vivemos numa era que lançou numa dúvida radical nosso conhecimento do que são os corpos e de como devemos controlá-los.”
Chris Shilling 
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Contextualizando 
Para um corpo consumista o seu bem-estar é o principal objetivo de qualquer busca existencial, assim como a convivência e desejo para o restante das pessoas é considerado um teste de utilidade.
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Contextualizando 
Na sociedade de consumo…
 Boa forma: é definida pela ausência de limites, podendo seu corpo estar em excelente forma, não importando, e com pensamento que sempre será possível melhorar.
 Saúde: refere-se também às condições do corpo, que busca um equilibrio orgânico, mental, emocional e espiritual.
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Transtornos Alimentares 
Os transtornos do comportamento alimentar (TCA) são caracterizados por toda e qualquer circunstância que suponha uma perturbação no comportamento alimentar, causando diversos tipos de prejuízo ao indivíduo. 
 
(Domínguez, Rodríguez, 2010) 
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Fatores Predisponentes
 Biológicos;
 Psicológicos;
 Socioculturais.
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Centro de regulagem do apetite
 Hipotálamo: controle
 
 Desregulagem
Aspectos Biológicos
Alimentação
Saciedade
Neurotransmissores
Neuromoduladores
Hormônios
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Aspectos Biológicos
 Predisposições genéticas; 
 Incidência familiar; 
 Gêmeos monozigóticos - 52%;
 Gêmeos dizigóticos - 11%; 
 Fatores ambientais. 
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Aspectos Psicológicos
 Nível psicológico:
 Relações interpessoais inadequadas ou destrutivas; 
 Depressão e; 
 Estresse; 
(MASO et al., 2001; RIBEIRO; BUSSE, 2002)
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 Nível social - há controle neurótico do peso corporal;
 Medo de engordar e;
 Distúrbios da imagem corporal.
 
(MASO et al., 2001; RIBEIRO; BUSSE, 2002)
Aspectos Psicológicos
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Aspectos Psicológicos
 Características de personalidade; 
 Anoréticos e bulímicos tendem a ser bastante autocríticos, perfeccionistas e sensíveis a críticas; 
 Vulneráveis a pressões sociais; 
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 Têm baixa auto estima e ansiedade interpessoal aumentada.
 
 Demonstram ainda pouca capacidade de controle sobre a sua vida.
Aspectos Psicológicos
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Aspectos Sócio - Culturais
 Normas culturais em transformação;
 Esbeltez é valorizada, culturalmente recompensada e associada com o sucesso;
 Mulher ideal nos EUA: magra, forte, graciosa e feminina  50% das mulheres estão de dieta em um determinado momento.
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Definição 
Anorexia
 
Deriva do grego Orexis (apetite)
 
prefixo an (privação, ausência)
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Aspectos Históricos - AN
 Primeiro caso registrado há 300 anos;
 1694 - primeiras constatações de pacientes acometidos por disfunções do comportamento alimentar;
 1874 - descrição detalhada da síndrome;
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 1874 - Gull utilizou pela primeira vez o termo anorexia nervosa;
 1970 - Russell sugeriu critérios diagnósticos para a anorexia nervosa.
Aspectos Históricos - AN
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Características Epidemiológicas - AN
 Ocorre predominantemente no sexo feminino;
 90% são mulheres;
 Início em média, entre 13 e 18 anos;
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 Do total da população com o diagnóstico, apenas 5% a 10% são homens;
 Sua prevalência na população é de 1% a 3% e apenas 10% recebem tratamento;
 Mortalidade estimada: 5,6% por década.
Características Epidemiológicas - AN
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Anorexia Nervosa
Tipos de anorexia nervosa: 
 Restritivo e
 Purgativo. 
 Milosevic (1999); Borges et al (2006)
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Anorexia Nervosa - Restritivo
 Comportamentos restritivos associados à dieta;
 Dietas desequilibradas;
 Evitam alimentos “engordantes”;
 Criam uma rotina “bizarra”.
Milosevic (1999); Borges et al (2006)
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Anorexia Nervosa - Purgativa
 Episódios de compulsão alimentar;
 Métodos compensatórios, como:
 vômitos auto induzidos;
 uso de laxantes e
 diuréticos.
Milosevic (1999); Borges et al. (2006)
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Definição 
Bulimia
 
 deriva do grupo:
bous (boi)
Limos (fome)
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Aspectos Históricos
 1870 - identificados comportamentos bulímicos (William Gull);
 1979 - descrita por Gerald Russell;
 1980 - estudos sugerem que a bulimia alcança proporções epidêmicas.
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Características Epidemiológicas
 Taxa de prevalência  2% a 4% entre mulheres adolescentes e adultas jovens;
 Maioria do sexo feminino;
 Proporção de 9 mulheres para 1 homem;
 Início dos sintomas  dos 20 anos aos 40 anos.
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Características 
Episódios de Binge 
 
Provocam vômitos; fazem exercícios extenuantes; abusam do uso de laxantes e diuréticos e fazem jejum
 
Evitar o ganho de peso 
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Bulimia Nervosa 
Subtipos:
 Purgativo;
 Não purgativo.
(XIMENES; COLARES, 2004)
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Bulimia Nervosa - Purgativo
Uso indiscriminado de laxantes, diuréticos ou auto indução de vômitos. 
(KAPLAN et al., 1997)
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Bulimia Nervosa – Não Purgativo
Jejuns prolongados, dietas rigorosas ou prática excessiva de exercícios físicos.
 
 
(KAPLAN et al., 1997)
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Abordagem Psicoterapêutica
Integração das abordagens:
 
 
(APOLLINARIO; CLAUDINO, 2000)
 Médica; Psicológica; Nutricional
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Psicoterapia
 Função primordial  é propiciar ao paciente um espaço seguro para que ele possa compartilhar seu mundo e encontrar outras expressões para o sintoma. 
 Uma equipe composta por psiquiatra, clínico geral, psicólogo e nutricionista é o alicerce do tratamento.
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O que se espera do paciente dentro da perspectiva da psicoterapia, além de uma melhora no manejo dos sintomas, é que ele possa dispor de um repertório qualitativamente mais amplo para responder às demandas que a vida lhe impõe.
Psicoterapia
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Psicoterapia - Curto Prazo
 Desenvolvimento da aliança terapêutica;
 Desenvolvimento de uma
observação sobre si mesmo;

 Consciência dos estados afetivos;

 Reconhecimento de padrões de comportamento que sejam incongruentes com seus objetivos.
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Psicoterapia – Longo Prazo
 Compreensão das funções do sintoma;

 Melhora da auto-estima;
 Possibilidade de estabelecer uma distinção mais clara entre eu – mundo;
 Melhora sintomatológica e do funcionamento social.
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Psicoterapia - Anorexia
 A psicoterapia individual é a mais indicada.
 A restituição nutricional é um pré-requisito para a eficácia da psicoterapia, embora o ganho de peso não seja sinônimo de cura. 
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Psicoterapia - Anorexia
 A terapia familiar mostra-se eficaz quando a história clínica tem menos de três anos e os estudos de seguimento apontam para resultados duradouros.
 Por vezes, surge no contexto psicoterapêutico da anorexia nervosa um silêncio imperativo, um vazio que remete à imagem de um deserto psicológico.
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Psicoterapia - Bulimia
 Apesar de não termos encontrado estudos controlados sobre a eficácia das psicoterapias psicodinâmicas na BN, a experiência clínica sugere que estas auxiliam no:
 Tratamento das co-morbidades,
 Na diminuição da ansiedade, 
 Nos traumas por abuso sexual e,
 Na melhora das relações interpessoais.
Gorgati, S. B. et al 
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Abordagem Farmacológica
 Os fármacos mais utilizados no tratamento são os antidepressivos.
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Abordagem Farmacológica - AN
 Fluoxetina;
 Amitriptilina;
 Clomipramina. 
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Abordagem Farmacológica – BN 
Muitos medicamentos foram avaliados para a BN, incluindo:
 Naltrexona, lítio, fenfluramina, difenilhi- dantoína, L-triptofano.
No entanto, as drogas mais estudadas e frequentemente usadas são os antidepressivos. 
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Diagnóstico de Enfermagem
1) Nutrição desequilibrada menos do que as necessidades corporais, relacionada ao medo de ganhar peso, evidenciada pelo não atendimento das necessidades que o corpo requer perda de peso, déficit de volume de líquido, tônus muscular e turgor cutâneo deficientes, atividades purgativas ou exercício físico excessivo;
2) Déficit de conhecimento sobre nutrição e transtornos alimentares relacionado a interpretação errônea de informação evidenciado por comportamento alimentar impróprio ou exagerado;
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3) Processos familiares interrompidos definido como uma sistema familiar disfuncional caracterizado por mudanças nas alianças de poder, nos padrões e nos rituais, relacionado a alteração do poder de membros da família e a troca dos seus papeis, bem como alteração do estado de saúde de um de seus membros;
4) Distúrbio na imagem corporal relacionado à supervalorização da aparência física e ao medo de ganhar peso, evidenciado na verbalização de sentimentos que refletem uma visão alterada do próprio corpo na aparência, estrutura ou função;
Diagnóstico de Enfermagem
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5) Isolamento social relacionado ao medo de rejeição e preocupação com comportamentos ou rituais alimentares;
6) Risco para automutilação relacionado ao sentimento de inadequação e necessidades de alivio de tensão, evidente por ferimentos causados por exercícios excessivos e vomito auto- induzido;
Diagnóstico de Enfermagem
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7) Negação ineficaz relacionada a retardo no desenvolvimento do ego e medo de perder o único aspecto de vida sobre o qual o cliente percebe ter algum controle. É evidenciada por incapacidade de admitir o impacto de o comportamento alimentar não adaptativo sobre o padrão de vida;
8) Ansiedade relacionada ao medo de ganhar peso, evidente em rituais associados a preparação de alimentos e como comer;
9) Baixa auto estima crônica relacionada a sentimento de baixo valor próprio e as suas capacidades, evidente na verbalização de um único parâmetro de sucesso, estando este relacionado a aparência pessoal adequada;
Diagnóstico de Enfermagem
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Intervenções de Enfermagem
1) Estabelecer com o cliente e a equipe interdisciplinar o peso “alvo” (IMC >= que 19) e determinar calorias necessárias para uma nutrição adequada;
2) Firmar contrato de aceitação mutua com o cliente para atingir essa meta, com o objetivo de envolvê-lo em uma aliança terapêutica e obter compromisso com o processo de tratamento;
3) Pesar os clientes diariamente, logo após despertar e depois da primeira micção.
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4) Evitar discutir e comentar sobre o ganho ou a perda de peso;
5) Manter um rigoroso registro dos controles hídricos e aferir sinais vitais, sempre atento a possíveis alterações metabólicas e/ hidroeletroliticas ;
6) Avaliar diariamente o turgor, integridade da pele, coloração e umidade de mucosas.
Intervenções de Enfermagem
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7) Permanecer com o cliente durante o tempo estabelecido para as refeições. Evitando assim que esconda, distribua seus alimentos ou induza o vomito. Planejar e supervisionar as atividades físicas e esclarecer sobre os danos causados pelos intensos exercícios físicos;
8) Explorar o medo de ganhar peso quando expressar ou manifestar comportamento de ansiedade excessiva, com o ganho de peso e naquelas situações em que se evidenciem tentativas de burlar o tratamento.
Intervenções de Enfermagem
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9) Encorajar a participar de grupos nos quais são utilizadas técnicas de resolução de problemas (TCC- técnica cognitivo comportamental);
10) Aceitar manifestações de frustrações e medo, ouvindo-o atentamente e demonstrando compreensão;
11) Ajudar o cliente a desenvolver uma percepção realista da imagem corporal e da relação com o alimento, principalmente quando evidenciar alguma critica do seu comportamento;
Intervenções de Enfermagem
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12) Ajudar o cliente a perceber que a busca do corpo perfeito esta fora da realidade;
13) Manter a colaboração interdisciplinar com o nutricionista para que o cliente e a família adquiram conhecimento sobre nutrição calorias, valores dos alimentos, dieta balanceada e alimentos que promovam a função intestinal normal, ressaltando a importância das fibras;
Intervenções de Enfermagem
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14) Reconhecer e discutir valores familiares e culturais crenças e estereótipos que dizem respeito à magreza e a atratividade;
15) Explorar o grau de dependência e envolvimento entre os membros da família. Discutir com o cliente e a família as funções, os papeis e os limites adequados, bem como formas de comunicação mais afetiva.
Intervenções de Enfermagem
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http://noticias.r7.com/saude/noticias/adolescente-morre-apos-tentar-esconder-anorexia-dos-pais-20120419.html?question=0 
Livro pág. 564/5
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Página 565 Laraia biológico digitar
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Último tópico entra tbm: e a restrição alimentar parece ser a única forma de sensação de controle e maestria. 
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Pag 562 – livro enfermagem psiquiátrica (roxinho):
Anorexia nervosa, que significa perda do apetite…
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Russell marcou a história e a descrição dos transtornos alimentares, de modo geral, pois, dentre outros aspectos, sugeriu critérios diagnósticos para a anorexia nervosa, em 1970 (Duchesne, 1997). 
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Página 562 LIVRO STURT & LARAIA
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Pag 565 – livro enfermagem psiquiátrica (roxinho)
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Pag 564 – livro enfermagem psiquiátrica
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Exercícios extenuantes
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 os três juntos é a base terapêutica.
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A psicoterapia de orientação dinâmica pode ser conduzida individualmente ou em grupo. A indicação ou contra-indicação para cada modalidade dependerá do diagnóstico e da gravidade do quadro.
 A experiência clínica sugere que a psicoterapia contribui na melhora dos sintomas e na prevenção de recaídas, porém ela é insuficiente como tratamento exclusivo.
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 o psicoterapeuta tem a função de favorecer a emergência do mundo subjetivo e, especialmente, ajudar o paciente na identificação
dos sentimentos, na compreensão do significado da experiência emocional, ampli- ando assim sua tolerância afetiva.
 Os clínicos de orientação psicodinâmica escutam com atenção a história e nela encontram o impacto dos conflitos tanto nos relacionamentos familiares como próprios de cada etapa do desenvolvimento.
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Página 570 e 571 livro roxinho
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Página 570 e 571 livro roxinho
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Página 570 e 571 livro roxinho
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Significado de Purgação
s.f. Ato ou efeito de purgar; purga.
Página 570 e 571 livro roxinho
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