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O caso dos exploradores de Caverna - Defesa Juiz Keen

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SOCIEDADE EDUCATIVA E CULTURAL AMÉLIA LTDA – SECAL
ALEXANDRE PTAS
ANDERSON ROCHA
HIGOR CARNEIRO
GABRIEL NEVES
GRAZIELLE GIEBELUKA
LAYSA RAFAELY ROSINI
MARINA RODRIGUES
VALÉRIA DALLAGASSA
DEFESA
O Caso dos exploradores de Caverna – Juiz Keen
PONTA GROSSA
2017
ANDERSON ROCHA
ALEXANDRE PTAS
HIGOR CARNEIRO
GABRIEL NEVES
GRAZIELLE GIEBELUKA
LAYSA RAFAELY ROSINI
MARINA RODRIGUES
VALÉRIA DALLAGASSA
DEFESA
O Caso dos exploradores de Caverna – Juiz Keen
Trabalho apresentado como critério parcial de avaliação do 2º Bimestre da Disciplina de Teoria Geral da Norma ee do Ordenamento Jurídico, da Faculdade Secal. 
Professora Hanna Caroline Kruguer Geronimo
PONTA GROSSA 
2017
Juiz Keen  
Keen baseia seus argumentos, essencialmente, na lei positivada. O próprio, apesar de possuir concepções individuais que se diferem do ordenamento vigente, aplica a lei escrita.
            Inicialmente, Keen critica a posição do juiz Truepenny, ao instruir o Poder Executivo de conceder clemência aos acusados alegando que isso é “confusão de funções judiciais”. No entanto, manter-se imparcial diante de um caso desse porte é algo autômato e impróprio para funções, pragmaticamente falando, desempenhadas pelo Poder Judiciário.
            Keen afirma que, como cidadão comum, com base em preceitos próprios, concederia perdão total àqueles homens, visto que já sofreram o bastante. No entanto, como juiz, aplicador da lei, deve segui-la à risca. Evidencia que, como juiz, deve aplicar o direito do país e não as suas concepções de moralidade. 
            A postura de Keen, na doutrina do grau de liberdade dos juízes, caracteriza-se como limitação à subsunção. Essa posição consiste na aplicação exata da lei pelos magistrados. O legislador, portanto, estava incumbido de prever todos os casos possíveis, possibilidade essa que estava resguardada na concepção à época, que tentava aproximar o direito das ciências naturais.
            Posteriormente, afirma que a lei do país é clara: “quem quer que intencionalmente prive a outrem da vida será punido com a morte”. Para ele, a repercussão que a discussão denotou se deu pelo fato de haver indistinção dos aspectos legais e morais. .
No Brasil, o ato de matar alguém não se é punido com a condenação à morte, mas, segundo o CP, art. 121, a pena pode variar de 6 a 20 anos de reclusão. Esse ponto de vista de que o caso não exige uma maior interpretação é demasiadamente legalista, já que, como já foi amplamente discutido, trata-se de um caso de exceção, em que visões diametralmente opostas, e fundamentadas, são confrontadas.           
            O direito não pode se abster, de forma total, da moral, da ética, da política, do senso comum. O sistema jurídico é produto do meio social e deste sofre influências, logo, não deve se isolar dos fatos e valores. A lei não pode ser vista de forma dogmática, como uma emanação divina, já que o legislador, ao criá-la, não pode prever todos os casos possíveis, além de, muitas vezes, atender aos anseios da classe dominante, sendo injusto e lacunoso.
            Keen volta a criticar o seu colega Foster ao afirmar que ele é um “juiz do século quarenta”, período em que os juízes efetivamente legislavam, e busca, incessantemente, lacunas na lei. Essa separação rigorosa de poderes foi amplamente evidenciada na Escola da Exegese, corrente que emergiu no século XIX, em torno do Código Civil Napoleônico. Perelmen apud Borges (2004) afirma que “o poder de julgar será apenas o de aplicar o texto da lei às situações particulares, graças a uma dedução correta e sem recorrer a interpretações que poderiam deformar a vontade do legislador”. No entanto, interpretar a lei ou mesmo agir contra ela (contra legem), não significa legislar, nem utilizar atos arbitrários.
            Em relação à legítima defesa, frisada nos raciocínios de Foster e Tatting, o presente juiz afirma que não se enquadra ao caso, visto que Whetmore não fez nenhuma ameaça contra a vida dos réus.
            A opinião pública também é objeto de argumentação na fala de Keen, segundo ele, os tribunais devem estar isentos de proferir sentenças de cunho popular. Esse argumento é parcialmente verdadeiro. É inegável que o Judiciário deva proferir decisões de maneira racional, sem se deixar levar pelo clamor da população. Não obstante, esse Poder não deve isolar-se a si mesmo, servindo de instrumento de adaptação social. 
O mesmo caso acima citado, caso fosse julgado no Brasil, teria o mesmo desfecho, mudando somente o caso da pena de morte, que não é aceita pela constituição brasileira, em seu lugar entraria a sentença de reclusão por até 30 (trinta) anos, que é a pena máxima permitida no país.
Talvez, sendo o caso julgado no Brasil, o juiz também entendesse que os acusados fossem inocentes, pois a situação exigiu uma ação extrema, onde uma pessoa foi privada da vida para que os demais sobrevivessem, onde houve uma espécie de acordo (contrato) dentre os presentes, visando o bem estar da maioria. Porém, mesmo se tratando de um acordo entre as partes, onde a pessoa que se sacrificou para que os outros pudessem viver, estivesse de acordo com o feito, ainda assim houve um assassinato, caracterizando assim um crime de homicídio. 
Com a sentença proferida, os acusados por serem réus primários e terem bons antecedentes criminais, teriam redução da pena, que seria de até 30 (trinta) anos, e poderiam até responder em liberdade aqui no Brasil.

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