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Estado e nação não são sinônimos

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Estado e nação não são sinônimos 
Desde os tempos mais remotos, existem estados. Podemos citar vários 
exemplos: o estado maia, na América Pré-colombiana, o Estado egípcio na 
antiguidade, o estado romano etc. Ou seja, segundo esta definição, estado é a 
instancia politica que regula a vida publica. Ou seja, que estabelece e faz 
cumprir as leis, que cobra impostos e que detém a legitimidade do uso da 
violência. Só o estado pode julgar e punir, de acordo com as leis por ele 
estabelecidas. 
Portanto, de acordo com esta definição, podemos perceber a presença do 
estado ao longo de toda a historia. A mudança que acontece aqui e que este 
estado deixa de ser fragmentado e passa a ser centralizado. 
E conforme se consolida, ele se torna um estado-nação. 
Chegamos agora a definição de nação. 
Vamos pensar um pouco. O que faz com que sejamos brasileiros? 
O lugar em que nascemos? Com certeza! Mas isso não é tudo. O que nos faz 
brasileiros é que compartilhamos uma história, uma memória coletiva, um 
idioma, um mesmo governo, os mesmos direitos, seguimos as mesmas leis e 
dividimos uma cultura. É claro que é muito simplista tentar definir o Brasil 
como pais do carnaval ou do futebol. 
Existem mais um monte de elementos que compartilhamos, mas tanto futebol 
quanto carnaval fazem parte de nossa identidade nacional. E esse é o sentido 
de nação. O estado existe no Brasil desde que Portugal o colonizou, mas a 
nação brasileira é bem jovem, ela começa a se consolidar de fato a partir da 
Independência, em 1822, que é quando podemos realmente afirmar a 
existência de brasileiros, no sentido amplo do termo. 
Ou seja, uma nação pressupõe uma identidade nacional. Essa identidade é 
formada por vários elementos: uma língua única, uma moeda única, fronteiras 
territoriais, a existência de um exercito nacional 
 
 
É este estado nação que vemos surgir na transição da Idade Média para a 
Idade Moderna. 
Mas, é possível existir uma nação sem um estado? 
É sim! 
O melhor exemplo disso é o povo hebreu. Durante séculos, os judeus 
constituíam uma nação mesmo sem ter um estado. Estavam ligados por 
vínculos religiosos e seguiam os princípios de um mesmo livro sagrada, a Tora, 
onde quer que estivessem. Por isso era possível ser judeu em qualquer 
localidade, na Europa, no Oriente ou na América. Os judeus compartilham 
uma identidade que está além das fronteiras politicas mas se formou através 
dos princípios da fé. O estado judeu é bem recente, foi criado apenas em 
1948, mas os judeus, enquanto nação, existem há séculos. 
Entendeu a diferença? 
Na Idade Moderna, a aliança entre o rei e a burguesia permite que o estado 
seja centralizado e, portanto, regulado. Os burgueses podem contar com o 
estado como ponto de apoio para o desenvolvimento das atividades mercantis 
que irão fazer com que, ao longo de toda a modernidade, esta classe adquira 
cada vez mais poder econômico. 
Todas as questões que colocamos nesta aula foram importantes para que 
possamos traçar um panorama da Idade moderna, mas o fundamental é 
termos aprendido como operacionalizar os conceitos, quer dizer, como utilizar 
os conceitos que serão fundamentais na compreensão desta época. Estado, 
poder, burguesia, estado nação. Sobre estes conceitos, não pode haver dúvida 
já que falaremos deles o tempo todo. 
Durante as outras aulas estaremos voltando sempre a eles e, a medida que 
formos vendo cada assunto separadamente, temos que ter em mente aquilo 
de que falamos no comecinho desta aula, que a história é feita por indivíduos, 
que possuem as mesmas características que nós.

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