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Cristiane Mac Cormick Rodrigues

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AVALIAÇÃO ACÚSTICA DE UM ESTÚDIO DE GRAVAÇÃO IMPLANTADO 
NUMA EDIFICAÇÃO COMERCIAL
Cristiane Mac-Cormick Rodrigues
Dissertação de Mestrado apresentada ao 
Programa de Pós-graduação em Engenharia 
Civil, COPPE, da Universidade Federal do Rio 
de Janeiro, como parte dos requisitos necessários 
à obtenção do título de Mestre em Engenharia 
Civil. 
Orientadores: Webe João Mansur
 Andreia Sofia Carvalho Pereira
 
Rio de Janeiro
Setembro de 2010
AVALIAÇÃO ACÚSTICA DE UM ESTÚDIO DE GRAVAÇÃO IMPLANTADO 
NUMA EDIFICAÇÃO COMERCIAL
Cristiane Mac-Cormick Rodrigues
DISSERTAÇÃO SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DO INSTITUTO ALBERTO 
LUIZ COIMBRA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA DE ENGENHARIA 
(COPPE) DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE 
DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE 
EM CIÊNCIAS EM ENGENHARIA CIVIL.
Examinada por:
________________________________________________
Prof. Webe João Mansur, Ph.D.
________________________________________________
Prof. José Antonio Fontes Santiago, D. Sc. 
________________________________________________
Prof. Jules Ghislain Slama, D. Sc.
________________________________________________
Prof. Francisco Cláudio Pereira de Barros, D. Sc.
RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL
SETEMBRO DE 2010
iv
Rodrigues, Cristiane Mac-Cormick
Avaliação Acústica de um Estúdio de Gravação 
Implantado numa Edificação Comercial/ Cristiane Mac-
Cormick Rodrigues. – Rio de Janeiro: UFRJ/COPPE, 2010.
XXI, 130 p.: il.; 29,7 cm.
Orientadores: Webe Mansur
 Andreia Sofia Carvalho Pereira
Dissertação (mestrado) – UFRJ/ COPPE/ Programa de 
Engenharia Civil, 2010.
 Referências Bibliográficas: p. 118-121.
1. Acústica de Ambientes. 2. Isolamento de Ruídos. 3. 
Estúdios de Gravação. I. Mansur, Webe et al. II. 
Universidade Federal do Rio de Janeiro, COPPE, Programa 
de Engenharia Civil. III. Titulo.
iii
 
"Dedico este trabalho aos meus pais, que são meus exemplos de vida e minha 
inspiração"
" Pedras no caminho? Guardo todas,
um dia vou construir um castelo..."
(Fernando Pessoa) 
iv
AGRADECIMENTOS
Agradeço a minha família por todo o amor, dedicação e apoio ao longo da minha 
vida e de toda a caminhada para a conclusão deste trabalho.
Ao meu orientador, Professor Webe João Mansur pela disponibilidade e apoio 
ao longo da elaboração desta dissertação.
A minha co-orientadora, Professora Andreia Sofia Carvalho Pereira, que mesmo 
estando longe fisicamente, foi de uma importância fundamental para a realização deste 
trabalho. Agradeço pelas inúmeras conversas sobre o conteúdo da dissertação, por todo 
seu apoio, contribuição, disponibilidade e ensinamentos transmitidos.
A Comissão Nacional de Energia Nuclear, e todas as pessoas da instituição, que 
de alguma forma contrubuiram para que eu concluísse com êxito esta etapa de 
desenvolvimento pessoal e profissional.
Ao João Abdalla, pelo apoio incondicional, suporte, encorajamento e 
principalmente pelo carinho e apoio emocional.
Aos amigos Diego Vivas e Thais Helena Britto, pelo apoio e presença constante 
durante a realização deste trabalho, além da disponibilização do estúdio para que eu 
pudesse realizar meu estudo.
Enfim, agradeço a todos os amigos que de alguma forma contribuíram para a 
realização deste trabalho, sem eles, a caminhada seria muito mais árdua.
v
Resumo da Dissertação apresentada à COPPE/UFRJ como parte dos requisitos 
necessários para a obtenção do grau de Mestre em Ciências (M.Sc.)
AVALIAÇÃO ACÚSTICA DE UM ESTÚDIO DE GRAVAÇÃO IMPLANTADO 
NUMA EDIFICAÇÃO COMERCIAL
Cristiane Mac-Cormick Rodrigues
Setembro/2010
Orientadores: Webe João Mansur
Andreia Sofia Carvalho Pereira
Programa: Engenharia Civil
 Cada tipo de edificação precisa atender a alguns requisitos específicos para 
garantir a qualidade acústica voltada para sua funcionalidade. Este trabalho tem como 
objetivo principal motivar e contribuir para um aumento do conhecimento atual no que 
concerne à implantação de estúdios de gravação em espaços comerciais, através de um 
estudo de caso que consistiu num pequeno estúdio de gravação, implantado em uma 
edificação comercial. A análise da qualidade acústica do ambiente é efetuada 
inicialmente através da caracterização do espaço e das soluções construtivas 
implementadas com importância para o seu comportamento acústico. São 
posteriormente quantificados alguns parâmetros acústicos objetivos especificamente, 
tempo de reverberação, ruído de fundo e isolamento aos sons aéreos de divisórias 
através da realização de ensaios experimentais. Por último são ainda avaliados 
parâmetros acústicos subjetivos, através da aplicação de um questionário dirigido aos 
usuários deste espaço sendo eles: ruído exterior, ruído interior, impressão espacial, 
vivacidade, clareza, envolvimento, timbre, equilíbrio tímbrico e classificação geral. 
vi
Abstract of Dissertation presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the 
requirements for the degree of Master of Science (M.Sc.)
ACOUSTIC EVALUATION OF A RECORDING STUDIO IN AN IMPLANTED 
COMMERCIAL BUILDING
Cristiane Mac-Cormick Rodrigues
September/2010
Advisors: Webe João Mansur
 Andreia Sofia Carvalho Pereira.
Department: Civil Engineering
Each type of building must meet specific requirements to ensure proper acoustic 
comfort. This study's main objective is to motivate and contribute to an increase in the 
current knowledge regarding the acoustic demands for recording studios in commercial 
spaces, by analyzing a case study that consisted of a small recording studio, installed in 
a commercial building. The analysis of the acoustic quality of the environment is made 
through the characterization of the space and of constructive solutions implemented in 
what concerns to the importance on the acoustic behavior. Evaluation of objective 
parameters such as reverberation time, background noise and airborne sound insulation 
of partitions is made by conducting experimental tests. Evaluation of subjective 
parameters is also performed by applying a questionnaire to users of this space. These 
parameters were: exterior noise, interior noise, spatial impression, liveliness, clarity, 
involvement, tone, timbre and balance overall.
vii
SUMÁRIO
1 - INTRODUÇÃO..................................................................................................... 01
1.1 - Motivação e Objetivo da Pesquisa....................................................................... 01
1.2 - Relevância do Estudo........................................................................................... 03
1.3 - Estrutura da Dissertação....................................................................................... 04
2 – ACÚSTICA DE AMBIENTES.......................................................................... 06
2.1 - Introdução............................................................................................................ 06
2.2 - Propagação do som num espaço fechado............................................................. 07
2.2.1 - Reflexão, Transmissão e Absorção....................................................... 07
2.2.2 - Tipos de Fontes..................................................................................... 08
2.2.3 - Defeitos Acústicos de um espaço fechado............................................ 10
2.2.3.1 - Eco......................................................................................... 10
2.2.3.2- Eco Flutuante (Flutter Echo)................................................. 10
2.2.4 - Modos Acústicos de Espaços Fechados............................................... 11
2.3 - Parâmetros de Qualidade Acústica...................................................................... 12
2.3.1 - Ruído de Fundo..................................................................................... 12
2.3.2 - Tempo de Reverberação...................................................................... 16
2.3.3 - Outros parâmetros............................................................................... 20
2.3.3.1 - EDT (Early Decay Time)..................................................... 21
2.3.3.2 - RASTI (Room Acoustics or Rapid Speech Transmission In-
dex).................................................................................................... 21
2.3.3.3 - Definição – D50...................................................................... 21
2.4 - Materiais e Sistemas Sonoros Absorventes........................................................ 21
viii
2.4.1 - Materiais porosos ou fibrosos............................................................... 22
2.4.2 - Ressonadores........................................................................................ 23
2.4.3 - Membranas........................................................................................... 25
2.5 - Difusão................................................................................................................ 26
2.5.1 - Efeitos da geometria, tamanho e absorção da sala na difusão sonora.. 28
2.5.2 - Difusores............................................................................................... 28
2.6 - Parâmetros Subjetivos......................................................................................... 30
3 – ISOLAMENTO ACÚSTICO.............................................................................. 32
3.1 - Introdução............................................................................................................ 32
3.2 - Isolamento de ruídos aéreos................................................................................ 34
3.2.1 - Paredes Simples.................................................................................... 35
3.2.2 - Paredes Duplas...................................................................................... 36
3.2.3 - Paredes de alta performance acústica.................................................... 37
3.2.4 - Isolamento de Portas............................................................................. 38
3.2.5 - Isolamento de Janelas........................................................................... 39
3.3 - Isolamento de ruídos de impacto......................................................................... 40
4 – PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS ACÚSTICAS DE ESTÚDIOS............. 42
4.1 - Características Gerais dos Estúdios..................................................................... 42
4.2 - Dimensões dos Estúdios..................................................................................... 45
4.3 - Tempo de Reverberação...................................................................................... 48
4.4 - Materiais absorventes e difusores........................................................................ 51
4.5 - Requisitos para o Ruído de Fundo....................................................................... 57
ix
4.6 - Isolamento de Ruídos.......................................................................................... 59
4.6.1 - Isolamento de Ruídos Aéreos................................................................ 59
4.6.2 - Isolamento de Ruídos de Impacto......................................................... 64
4.6.3 – Solução “Room Within a Room”......................................................... 64
4.7 - Janela de observação entre a sala técnica e a sala de gravação............................ 65
4.8 - Ruído proveniente dos sistemas de ventilação..................................................... 66
5 – METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO DE PARÂMETROS ACÚSTICOS.... 68
5.1 - Caracterização Física do Espaço......................................................................... 68
5.2 - Avaliação de Parâmetros Objetivos..................................................................... 68
5.2.1 - Tempo de Reverberação...................................................................... 71
5.2.2 - Ruído de Fundo.................................................................................... 71
5.2.3 - Isolamento Sonoro.............................................................................. 72
5.3 - Avaliação de Parâmetros Subjetivos................................................................... 76
6 – ANÁLISE COMPARATIVA DOS RESULTADOS OBTIDOS...................... 77
6.1 - Objeto do Estudo................................................................................................. 77
6.2 - Avaliação da Caracterização Física do Estúdio................................................... 80
6.2.1 - Isolamento............................................................................................. 81
6.2.2 - Tipos de Revestimentos........................................................................ 85
6.2.3 - Dimensões do Estúdio.......................................................................... 87
6.2.4 - Sound Lock........................................................................................... 88
6.2.5 - Portas Acústicas.................................................................................... 88
6.2.6 - Janela de observação entre a sala técnica e a sala de gravação............ 89
x
6.3 - Parâmetros Acústicos Objetivos......................................................................... 90
6.3.1 - Avaliação Tempo de Reverberação..................................................... 90
6.3.1.1 - Sala de Gravação do Estúdio................................................ 90
6.3.1.2 - Sala Técnica.......................................................................... 93
6.3.2 - Avaliação do Ruído de Fundo............................................................. 94
6.3.2.1 - Sala de Gravação do Estúdio................................................ 94
6.3.2.2 - Sala Técnica.......................................................................... 96
6.3.3 - Isolamento Acústico............................................................................ 98
6.3.3.1 - Sala Emissora: Estúdio / Sala Receptora: Sala Técnica........ 98
6.3.3.2 - Sala emissora: Sala Técnica / Sala receptora: Sala vizinha.. 101
6.4 - Avaliação dos Parâmetros Acústicos Subjetivos................................................ 104
6.5 - Estudo de Soluções para melhora da Qualidade Acústica do Estúdio e do 
Isolamento Acústico..................................................................................................... 111
6.5.1 - Qualidade Acústica.............................................................................. 111
6.5.2 - Recomendações para Melhorias.......................................................... 112
6.5.2.1 - Tempo de Reverberação....................................................... 112
6.5.2.2 - Ruído de Fundo..................................................................... 112
6.5.2.3 - Equilíbrio Tímbrico.............................................................. 113
6.5.2.4 - Isolamento Acústico.............................................................. 113
7 – CONCLUSÕES.................................................................................................... 115
7.1 - Considerações Finais...........................................................................................115
7.2 - Sugestões para futuras pesquisas......................................................................... 117
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................... 118
xi
APÊNDICE A............................................................................................................. 122
APÊNDICE B............................................................................................................. 124
APÊNDICE C............................................................................................................. 130
xii
LISTA DE FIGURAS
Figura 2.1: Exemplo de absorção, reflexão e transmissão de som incidente em uma 
superfície. Fonte: adaptado de MEHTA et al., 1999.........................................................8
Figura 2.2: Curvas de igual sensação sonora (isofônicas) / Superfície de audição. Fonte: 
MATEUS, 2008.................................................................................................................9
Figura 2.3: Intervalo de frequência de certos tipos de fonte. Fonte: adaptado de MEHTA 
et al., 1999.......................................................................................................................10
Figura 2.4: Curvas NC. Fonte: MEHTA et al., 1999.......................................................14
Figura 2.5: Tempos de reverberação recomendados para diversos tipos de recintos 
fechados em função do volume da sala. Fonte: NEPOMUCEMO, 1968........................18
Figura 2.6: Tempo de Reverberação Aparente. Fonte: TADEU, MATEUS, ANTONIO, 
GODINHO, MENDES, 2007..........................................................................................19
Figura 2.7: Tempo de Reverberação NBR 12179. . Fonte: ABNT, 1992.......................20
Figura 2.8: Coeficiente de absorção em materiais porosos ou fibrosos. Fonte: TADEU, 
MATEUS, ANTONIO, GODINHO, MENDES, 2007...................................................23
Figura 2.9: Exemplo de um Ressonador. Fonte: MOREIRA, 2008................................24
Figura 2.10: Ressonadores de Cavidade. Fonte: MOREIRA, 2008................................25
Figura 2.11: Esquema de funcionamento de uma membrana acústica. Fonte: 
MOREIRA, 2008.............................................................................................................26
Figura 2.12: Onda sonora incidente num obstáculo e sua: (a) Reflexão; (b) Absorção e 
(c) Difusão. Fonte: Crutchfield, 2008..............................................................................27 
Figura 2.13: a) Elemento de um difusor policilíndrico. Fonte: Metha et al, 1999..........29
Figura 2.14: Perfil de um difusor MLS. Fonte: Metha et al, 1999.................................29
Figura 2.15: Exemplo de um difusor unidimensional QRD. Fonte: Metha et al, 1999...29 
Figura 2.16: Exemplo de um difusor bidimensional QRD. Fonte: Metha et al, 1999.....29 
xiii
Figura 3.1: Transmissão Ruído Aéreo. Fonte: METZEN, 2002.....................................34
Figura 3.2: Curva típica de perda de transmissão para paredes simples. Fonte: 
GERGES, 2000................................................................................................................36
Figura 3.3: Exemplo de parede dupla..............................................................................37
Figura 3.4: Exemplo de parede de alta performance acústica.........................................37
Figura 3.5: Curva de exemplo de perda de transmissão de uma porta de madeira. Fonte: 
QUIRT, 1985...................................................................................................................38
Figura 3.6: Ruído de impacto sobre piso, entre pavimentos de edifícios. Fonte: www 
.ecophon.com.es/templates/Print.asp?id=14204& renderoption=5&CurrFName =/ 
templates /eco_FDPage1.as.............................................................................................40
Figura 3.7: Pavimento Flutuante em Madeira. Fonte: MATEUS, 2008..........................41
Figura 3.8: Lajes Flutuantes em concreto. Fonte: MATEUS, 2008...............................41 
Figura 4.1: Tipos de Estúdios Sonoros. Fonte: adaptado de LONG, 2006....................44
Figura 4.2: Ambientes não paralelos reduzem os efeitos acústicos ocasionados em salas 
pequenas, melhor que os ambientes retangulares. Fonte: adaptado de MEHTA et al., 
1999.................................................................................................................................46
Figura 4.3: Tempos de Reverberação recomendados para estúdios de gravação. Fonte: 
adaptado de MEHTA et al., 1999....................................................................................48
Figura 4.4: Tempos de Reverberação para Estúdios de 500-1000Hz. Fonte: adaptado de 
LONG, 2006....................................................................................................................49
Figura 4.5: Sugestão de Tempos de Reverberação para Salas de Controle. Fonte: 
adaptado de LONG, 2006................................................................................................51
Figura 4.6: Exemplo de “bass traps” e seu posicionamento parede/parede/teto. Fonte: 
adaptado www.sixstringstudios.com/studioconstruction.html........................................52
Figura 4.7: Vista Superior de Posicionamento de “bass traps”. Fonte: adaptado 
www.sevenstring.org/forum/recording-studio/48 ..........................................................53 
Figura 4.8: Difusor Policilindrico. Fonte: http://audiolist.cjb.net...................................54 
xiv
Figura 4.9: Difusor Piramidal. Fonte: http://audiolist.cjb.net..........................................54 
Figura 4.10: Típico layout de um Estúdio de Gravação com 500m². Fonte: adaptado 
NEWELL, 2008...............................................................................................................56
Figura 4.11: Típico layout de um Estúdio de Gravação e Sala de Controle, destacando 
os itens de absorção. Fonte: adaptado MEHTA et al., 1999...........................................57
Figura 4.12: Estrutura suspensa com apoios antivibratórios. Fonte: MATEUS, 2008...61 
Figura 4.13: Apresentação de um “sound lock” em uma sala de controle. Fonte: 
adaptado NEWELL, 2008...............................................................................................62
Figura 4.14: Exemplo de composição de porta acústica. Fonte: adaptado NEWELL, 
2008.................................................................................................................................63
Figura 4.15: Porta Acústica. Fonte: NEWELL, 2008......................................................63
Figura 4.16: Corte esquemático da solução “room within a room”. Fonte: adaptado 
ELSEA, 1996...................................................................................................................64
Figura 4.17: Típica solução de isolamento adotada em estudios. Fonte: adaptado 
MEHTA et al., 1999........................................................................................................65
Figura 4.18: Opções de projetos para janela entre estúdio e sala técnica. Fonte: 
www.audiolist.org/forum/kb.php?mode=article&k=249................................................66
Figura 5.1: Medidor de Nível de Pressão Sonora............................................................70 
Figura 5.2: Amplificador e gerador de sinal que se ligam à fonte sonora......................70
Figura 5.3: Fonte Sonora................................................................................................71Figura 5.4: Medição do nível médio de pressão sonora..................................................73
Figura 5.5: Curva padrão de referência para sons aéreos de acordo com a ISO 717-1. 
Fonte: MATEUS, 2008....................................................................................................75
Figura 5.6: Ajuste a curva de referência. Fonte: MATEUS, 2008.................................76
Figura 6.1: Planta esquemática do 1º pavimento do Edifício Comercial (sem escala)...78
Figura 6.2: Estúdio Centoeum - Planta Baixa 1º pav (sem escala).................................78 
xv
Figura 6.3: Estúdio Centoeum – Mezanino (sem escala)................................................79
Figura 6.4: Imagem do interior do Estúdio Centoeum....................................................79 
Figura 6.5: Imagem do interior da Sala Técnica do Estúdio Centoeum..........................80 
Figura 6.6: Construção de paredes independentes às existentes.....................................82
Figura 6.7: Detalhe do isolamento da janela...................................................................83
Figura 6.8: Detalhes dos elementos de composição do piso. .........................................83
Figura 6.9: Detalhes da colocação dos painéis de madeira de cobertura do estúdio.......84
Figura 6.10: Detalhe da utilização de lã de rocha e isopor..............................................84
Figura 6.11: Laje de cobertura do estúdio.......................................................................85
Figura 6.12: Utilização de materiais absorventes e reflexivos no interior do estúdio de 
gravação, incluindo difusores..........................................................................................85
Figura 6.13: Utilização de materiais absorventes e reflexivos no interior da Sala 
Técnica.............................................................................................................................86
Figura 6.14: Utilização de ressonador com material absorvente.....................................86
Figura 6.15: Dispositivos para quebra do paralelismo da sala do estúdio.......................87
Figura 6.16: Sound Lock Estúdio Centoeum...................................................................88
Figura 6.17: Detalhe construtivo das portas acústicas.....................................................89
Figura 6.18: Detalhe da janela de observação entre a sala técnica e a sala de 
gravação...........................................................................................................................90
Figura 6.19: Tempo de Reverberação obtido através de medições na sala de Gravação vs 
recomendação METHA et al. (1999)..........................................................................92
Figura 6.20: Gráfico comparativo entre valores recomendados por LONG (2006) e 
valores medidos...............................................................................................................93
Figura 6.21: Gráfico comparativo entre valores de NC e os valores medidos no 
estúdio..............................................................................................................................95
xvi
Figura 6.22: Gráfico comparativo entre valores de NC e os valores medidos na sala 
técnica..............................................................................................................................97
Figura 6.23: Sala Emissora: Estúdio / Sala Receptora: Sala Técnica..............................99
Figura 6.24: Gráfico DnT,w (norma de referência: ISO 717-1)......................................100
Figura 6.25: Sala emissora: Sala Técnica / Sala receptora: Sala vizinha......................101
Figura 6.26: Gráfico DnT,w (norma de referência: ISO 717-1)......................................103
Figura 6.27: Gráfico com a caracterização da amostra.................................................104
Figura 6.28: Resultados para a pergunta: Ruído Externo: Você consegue ouvir de dentro 
do estúdio sons oriundos de fora do recinto, como conversas, barulho de trânsito, 
buzinas, etc.?..................................................................................................................105
Figura 6.29: Resultados para a pergunta: Ruído Interno: Ao ouvir sua gravação musical 
ou durante os ensaios da banda, você consegue identificar sons provenientes do próprio 
local, como barulho de equipamentos de ar condicionado, computadores, etc.?..........105
Figura 6.30: Resultados para a pergunta sobre ruído interno com respostas classificadas 
por tipo de músico.........................................................................................................106
Figura 6.31: Resultados para a pergunta: Impressão Espacial: Você considera que a 
geometria do estúdio contribui para sua qualidade acústica?........................................107
Figura 6.32: Resultados para a pergunta: Vivacidade: Você diria que em relação a 
reverberância do estúdio, a sala lhe parece mais "viva", isto é, bastante reverberante, ou 
mais "morta/seca", ou seja, mais absorvente e que reflete pouco som?........................107
Figura 6.33: Resultados para a pergunta: Clareza ou Definição: Ao ouvir sua gravação 
musical , você consegue identificar claramente os sons provenientes de seu instrumento 
e/ou sua voz, ou tem a impressão de uma massa confusa de som?...............................108
Figura 6.34: Resultados para a pergunta: Clareza ou Definição: Durante os ensaios da 
banda, você consegue identificar claramente os sons provenientes de seu instrumento e/
ou sua voz, ou tem a impressão de uma massa confusa de som?...............................108
Figura 6.35: Resultados para a pergunta: Envolvimento: Nos ensaios da banda você tem 
a sensação de estar imerso no som, ou rodeado por ele?...............................................109
xvii
Figura 6.36: Resultados para a pergunta: Timbre: Você percebe alguma alteração no 
timbre do seu instrumento causado pela acústica da sala?............................................109
Figura 6.37: Resultados para a pergunta: Equilíbrio Tímbrico: Como você classificaria o 
equilíbrio tímbrico relativo a frequências graves e agudas do estúdio?........................110
Figura 6.38: Resultados para a pergunta: Classificação Geral: De um modo geral, como 
você classificaria a acústica do estúdio?........................................................................110
Figura 6.39: Fotos internas da sala 102 – Consultório Psicológico...............................113
Figura 6.40: Exemplo da possível solução a ser adotada..............................................114
xviii
LISTA DE TABELAS
Tabela 2.1: Pressão, Intensidade e Nível de Pressão Sonoro de alguns ruídos. Fonte: 
adaptado de MEHTA et al., 1999......................................................................................8
Tabela 2.2: Os valores dos níveis de pressão sonora em função da frequência relativa a 
cada curva NC. Fonte: MEHTA et al., 1999...................................................................15
Tabela 2.3: Curvas NC recomendadas e níveis de ruído de fundo equivalentes em 
dB(A). Fonte: Isbert, A. - Diseño Acústico de Espacios Arquitectónicos, Edicions UPC, 
Universitat Politécnica de Catalunya, Barcelona, 1998..................................................15
Tabela 3.1: Condições de tolerância ao Ruído para caixilhos. Fonte: NBR 10821, 
2001.................................................................................................................................40
Tabela 4.1: Dimensões preferências a adotar em compartimentos retangulares pequenos. 
Fonte:Louden M.M. “ Dimensional ratios of rectangular rooms with good distribution 
of eigentones” Acustica, vol. 24, 1971, pp. 101-104.......................................................48
Tabela 4.2: Nível de Ruído de Fundo para Estúdios e Salas de Som. Fonte: adaptado 
LONG, 2006....................................................................................................................58
Tabela 4.3: Níveis de isolamento para construções destinadas a música. Fonte: adaptado 
de LONG, 2006..............................................................................................................60
Tabela 6.1: Tempos de Reverberação medidos em 1/3 de oitavas nas frequências 
apresentadas, medidos na sala de gravação.....................................................................91
Tabela 6.2: Tempo de Reverberação medido em 1/3 de oitava na Sala Técnica............93
Tabela 6.3: Ruído de Fundo medidos em 1/3 de oitava, nas frequências apresentadas, na 
sala de gravação com aparelhos desligados.....................................................................94
Tabela 6.4: Ruído de Fundo medidos em 1/3 de oitava, nas frequências apresentadas, na 
sala de gravação com aparelho split ligado.....................................................................95
Tabela 6.5: Ruído de Fundo medidos em 1/3 de oitava, nas frequências apresentadas, na 
sala técnica com aparelhos desligados.............................................................................96
xix
Tabela 6.6: Ruído de Fundo medidos em 1/3 de oitava, nas frequências apresentadas, na 
sala técnica com aparelhos desligados.............................................................................97
Tabela 6.7: Avaliação do Desempenho do Isolamento Acústico - Sala Emissora: Estúdio 
/ Sala Receptora: Sala Técnica........................................................................................99
Tabela 6.8: Sala Emissora: Estúdio / Sala Receptora: Sala Técnica – Tabela de Cálculo 
DnT,w (norma de referência: ISO 717-1)........................................................................100
Tabela 6.9: Avaliação do Desempenho do Isolamento Acústico- Sala emissora: Sala 
Técnica / Sala receptora: Sala vizinha...........................................................................102
Tabela 6.10: Tabela de cálculo do DnT,w - Sala emissora: Sala Técnica / Sala receptora: 
Sala vizinha (norma de referência: ISO 717-1).............................................................102
xx
LISTA DE SÍMBOLOS E ABREVIATURAS 
ABNT - Associação brasileira de normas técnicas
COPPE/UFRJ - Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em 
Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro
CTS - Classe de Transmissão Sonora
dB - decibéis
dB(A) - decibéis ponderação A
D50 - Definição
EDT - Early Decay Time (Tempo de decaimento inicial)
Hz - Hertz
INMETRO - Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial
ISO - Internacional Organization for Standartization
Leq - Nível de Pressão Sonora Equivalente
NBR – Norma brasileira
NC – Noise Criteria (Critério para ruído)
NPS - Nível de Pressão Sonora
RASTI – Room Acoustics or Rapid Speech Transmission Index (Índice Rápido de 
Transmissão da Fala)
RF – Ruído de Fundo
TR - Tempo de Reverberação
xxi
 
Capítulo 1
Introdução
1.1 - Motivação e Objetivo da Pesquisa
A qualidade acústica dos ambientes vem se tornando um aspecto relevante para 
um bom desenvolvimento de diversas atividades. No Brasil, a pertinência do tema vem 
se revelando pelo crescente interesse que a comunidade científica brasileira tem 
demonstrado pelo assunto, através da publicação recente de inúmeros trabalhos 
acadêmicos nas diversas áreas da acústica de edificações. Destaca-se ainda a publicação 
recente da norma brasileira NBR 15575, em vigor desde 2010, que visa estabelecer para 
os edifícios habitacionais de até cinco pavimentos, condições acústicas mínimas de 
habitabilidade, além de outros requisitos que são definidos. Este documento revela-se 
importante, pois estabelece parâmetros mínimos de desempenho acústico para os 
elementos construtivos que até a data não eram avaliados no Brasil. Espera-se então que 
esta norma venha a contribuir para uma melhoria do conforto acústica nestes edifícios.
Em paralelo, os usuários dos espaços têm adquirindo nos últimos anos uma 
maior consciência sobre este tema, reforçando a necessidade de uma maior qualidade 
acústica nas edificações através da reivindicação desta exigência para os espaços. Esta 
atitude, além da definição de legislação e normalização, motivará os diversos 
intervenientes no ato construtivo a facultarem, progressivamente, melhores condições 
acústicas às edificações, contribuindo assim para uma melhoria global na qualidade de 
vida nos espaços habitáveis.
Os aspectos abordados são recentes e, embora constituindo um passo para a 
melhoria real da qualidade acústica dos espaços, nos dias atuais, no Brasil, observam-se 
diversos problemas relativos à falta de preocupação com a acústica, que causam 
transtornos em diversos espaços, como em salas de aula, residências, ou mesmo em 
espaços comerciais, o que demonstra que muito tem ainda que ser feito ao assunto. 
1
De fato, são muitos os espaços que requerem um estudo cuidadoso da 
componente acústica. Entre eles, inclui-se o caso dos estúdios de gravação, objeto de 
análise no presente trabalho. Na concepção destes espaços deve-se garantir a qualidade 
acústica do ambiente onde são realizadas as gravações, para a qual, em muito, 
contribuem os revestimentos aplicados, mas também o desempenho acústico das 
soluções construtivas no que se refere ao isolamento a sons aéreos e de impacto. Neste 
último aspecto interessa que sons provenientes de outros locais não interfiram nas 
gravações, mas também no caso do estúdio se localizar em edifícios ou zonas onde 
coexistam outras atividades sensíveis ao ruído, é também fundamental assegurar que a 
atividade ali realizada não produza incomodo nos espaços vizinhos. É importante 
ressaltar que os equipamentos de gravação têm também um papel muito importante na 
garantia da qualidade da gravação. Pelo exposto, compreende-se que a concepção destes 
estúdios seja uma atividade complexa.
Devido ao grande avanço tecnológico e preços de equipamentos de gravação 
bem mais acessíveis, a quantidade de estúdios no país aumentou consideravelmente. 
Esses estúdios foram implantados nos mais diversos locais, indo desde a própria 
residência, conhecidos como “home studio”, como em locais predominantemente 
comerciais. Entretanto, tem se verificado que nem sempre se tomou o devido cuidado na 
criação destes espaços, onde a concepção acústica tem sido feita normalmente sem 
critérios específicos para este tipo de atividade. De fato, os grandes investimentos 
iniciais, com equipamentos de alta tecnologia, nem sempre propiciaram o sucesso aos 
estúdios, pois a acústica que é proporcionada pelo espaço em si é elemento primordial a 
este tipo de ambiente.
Verifica-se que não existe normalização suficiente no país, que norteie os 
projetistas quanto aos parâmetros e índices que devem ser atendidos para a obtenção da 
qualidade acústica necessária a este tipo de espaço. Também não existem normas 
brasileiras específicas para desempenho acústico de edifícios comerciais, uma vez que a 
implantação de estúdios nestes edifícios é usualmente alvo de reclamação dos usuários 
pela questão do incômodo gerado pelo som quevaza do estúdio.
Este trabalho tem como objetivo principal motivar para esta temática e contribuir 
para um aumento do conhecimento atual no que concerne à implantação de estúdios de 
gravação em espaços comerciais, através do estudo de um pequeno estúdio de gravação, 
implantado em uma edificação comercial. O estúdio escolhido como objeto de estudo 
2
foi concebido sem a existência de um projeto acústico específico, elaborado por um 
profissional da área, o que põe à prova a qualidade acústica do ambiente. Além disso, 
produz uma perturbação acústica significativa numa sala vizinha, uma vez que ele está 
localizado em um edifício comercial, onde existem salas com áreas de atuação bem 
distintas. 
Com o intuito mencionado, é efetuada primeiramente uma compilação dos 
requisitos acústicos que estes espaços devem de um modo geral cumprir, de modo a 
proporcionar um adequado desempenho acústico. Posteriormente é analisado o estudo 
de caso citado, através da caracterização física das soluções acústicas implementadas e 
da realização de ensaios experimentais para avaliar alguns parâmetros acústicos 
objetivos, especificamente o tempo de reverberação, ruído de fundo e isolamento aos 
sons aéreos de divisórias. Foi ainda realizado um questionário dirigido aos usuários 
deste espaço de modo a poder quantificar alguns parâmetros acústicos subjetivos, sendo 
eles: ruído exterior, ruído interior, impressão espacial, vivacidade, clareza, 
envolvimento, timbre, equilíbrio tímbrico e classificação geral. Os resultados destes 
questionários são confrontados com as demais caracterizações.
Como objetivos específicos deste trabalho, podem-se citar:
· Analisar comparativamente os resultados obtidos com as especificações encontradas 
na bibliografia existente;
· Produzir base técnica para, juntamente com outros estudos, subsidiar a produção de 
normalização acústica para edifícios comerciais.
1.2 - Relevância do Estudo
Quanto à relevância do presente estudo, pode-se mencionar que, na literatura 
técnica brasileira, há muito pouco a respeito de acústica para estúdios pequenos, ao 
mesmo tempo em que existe uma demanda tão grande deste tipo de edificação. Existe 
portanto uma realidade muito pouco adequada em se tratando deste tipo de ambiente. 
 Infelizmente, os próprios projetistas de edificações não dão a devida atenção à 
parte acústica, pois raramente encontra-se um projeto específico para esta especialidade, 
o que resulta normalmente em ações corretivas posteriores para se atingir a qualidade 
3
acústica esperada, e as soluções encontradas são sempre complexas e de custos 
elevados.
Somando se aos fatos descritos, no Brasil a legislação referente à acústica de 
edificações é bastante precária e faltam leis federais, estaduais e municipais que 
estipulem condições mínimas referente a desempenho acústico de edificações, o que 
contribui para o não cumprimento das normas técnicas, que além de serem pouco 
eficazes passam a ser meramente ilustrativas.
1.3 - Estrutura da dissertação
O presente trabalho é composto por sete capítulos, estando organizado da 
seguinte forma:
Capítulo 1 – Introdução ao trabalho, indicando a motivação e o objetivo da pesquisa 
desenvolvida, a relevância do estudo e apresentando a estrutura da dissertação.
Capítulo 2 – Apresenta os conceitos básicos referentes à acústica de ambientes, 
apontando os principais parâmetros que são considerados para avaliá-los.
Capítulo 3 – Neste capítulo são abordados os principais aspectos relacionados ao 
isolamento acústico.
Capítulo 4 – São abordadas as principais características que devem ser atendidas por 
estúdios de gravação, indicando os principais parâmetros que devem ser analisados para 
a verificação da qualidade acústica de um estúdio, apresentando algumas soluções 
acústicas comumente utilizadas nestes espaços, tendo em conta a sua especificidade.
Capítulo 5 – Descrevem-se as metodologias utilizadas de avaliação dos parâmetros 
acústicos utilizados no presente trabalho para o estudo de caso.
Capítulo 6 – Neste capítulo é analisado o estudo de caso sendo efetuada a caracterização 
das soluções construtivas adotadas no estúdio relevantes para o seu comportamento 
4
acústico. São ainda apresentados e discutidos diversos parâmetros acústicos obtidos 
através de ensaios experimentais e de um questionário respondido pelos usuários. Por 
último são apontadas sugestões de possíveis melhoras que podem ser feitas no estúdio, 
visando o aspecto da qualidade acústica e do isolamento acústico.
Capítulo 7 – Conclusões gerais do trabalho, e sugestões para futuras pesquisas.
5
Capítulo 2
Acústica de Ambientes
O ambiente acústico interfere de forma significativa no estado sensitivo dos 
usuários de um dado ambiente. Este capítulo aborda os conceitos básicos referentes a 
acústica de ambientes, apontando os principais parâmetros que são considerados para 
avaliá-los.
2.1 - Introdução
Enquanto a acústica arquitetônica estuda como isolar o som, a acústica de 
ambientes estuda as condições acústicas de cada sala em si, procurando favorecer a 
audibilidade e as condições de conforto acústico no seu interior (NEPOMUCENO, 
1968). Embora de um modo geral estas áreas de acústica sejam tratadas de forma 
isolada, existe uma forte ligação entre elas. A título de exemplo refere-se que um mau 
isolamento de uma sala pode gerar ruído de fundo no interior da mesma, proveniente do 
exterior que vai condicionar as condições de audição. 
 A geometria da sala, volume, e as características de absorção das faces e 
materiais que revestem o ambiente têm grande influencia tanto na qualidade do som 
quanto no nível sonoro que se estabelece nos vários pontos da sala (MEHTA et al., 
1999).
Existem diversos parâmetros que permitem analisar o comportamento do som no 
ambiente, tais como as características físicas da sala, o tempo de reverberação, o ruído 
de fundo e os níveis sonoros. A qualidade acústica também pode ser avaliada de forma 
subjetiva, como por exemplo, através da aplicação de questionários em usuários e testes 
6
de inteligibilidade. A análise conjunta dos resultados irá caracterizar a qualidade 
acústica da sala.
2.2 - Propagação do som num espaço fechado
O som, de acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT 
(ABNT, 2000, 1987), é definido como sendo uma forma de energia proveniente de um 
corpo emitindo em uma ou mais direções, certos movimentos vibratórios, que se 
propagam em meios elásticos e acústicos e que podem ser perceptiveis pelo ouvido 
humano. 
Cada partícula que compõe o meio de propagação do som desenvolve um 
movimento em torno de sua posição de equilíbrio, isto é, a partícula vibrante transmite 
seu movimento para a partícula adjacente, que também o transmite para a próxima, 
fazendo com que o som se propague em um meio. A propagação das ondas sonoras 
pode ser harmoniosa, gerando neste caso um som, ou incômoda, gerando neste caso um 
ruído, dependendo esta classificação da análise subjetiva de cada indivíduo (HARRIS, 
1998; BERANEK & VÉR, 1992).
A propagação das ondas sonoras em espaços fechados, pode gerar, segundo 
BERANEK (1960), certos fenômenos, como reflexão, transmissão, absorção e difusão, 
que são influenciados diretamente pelas características da onda e do meio onde ela se 
propaga.
2.2.1 - Reflexão, Transmissão e Absorção
Entende-se por reflexão o fenômeno que ocorre quando uma onda sonora 
incidente em uma superfície quesepara dois meios distintos, retorna a energia ou parte 
da energia incidente ao meio de origem. Neste processo existem dois tipos de onda: uma 
onda transmitida e outra refletida. Se toda energia incidente for completamente 
refletida, o processo é considerado equivalente, isto é, as duas ondas do processo terão 
mesma freqüência e amplitude, propagando-se em sentidos contrários. (BIES & 
HANSEN, 2002; HASSALL & ZAVERI, 1979). Quando parte da onda sonora 
7
incidente atravessa a superfície que separa os dois meios, tem-se o fenômeno 
denominado de transmissão. Quando parte da onda sonora incidente é atenuada ou 
distorcida pela superfície ou pelo meio, tem-se o fenômeno da absorção. Tais 
fenômenos são representados na Figura 2.1.
Figura 2.1: Exemplo de absorção, reflexão e transmissão de som incidente em uma 
superfície. Fonte: adaptado de MEHTA et al., 1999.
2.2.2 - Tipos de Fontes
A maioria dos sons está na faixa de nível de pressão 0 a 120 dB, que equivalem 
a amplitudes de pressão sonora de 2x10-5 a 20 Pa. Na Tabela 2.1 são apresentados os 
valores de Pressão, Intensidade e Nível de Pressão Sonora de algumas fontes de ruído.
Tabela 2.1: Pressão, Intensidade e Nível de Pressão Sonoro de alguns ruídos. Fonte: 
adaptado de MEHTA et al., 1999.
Som 
refletido 
20%
Som 
incidente 
100%
Som absorvido 
Som 
transmitido 
30%
Som 
refletido 
20%
Som 
incidente 
100%
Som absorvido 
Som 
transmitido 
1%
8
De acordo com EGAN (1998), uma pessoa jovem e saudável é capaz de ouvir 
sons no intervalo de freqüência de aproximadamente 20 a 20.000 Hz e esse intervalo é 
dividido em faixas de freqüência, onde as faixas de freqüência padronizadas mais 
utilizadas são as bandas de freqüência de 1/1 oitava ou 1/3 de oitava. Sons de alta 
freqüência (> 2.000 Hz) incomodam mais que sons de média ou baixa freqüência 
porque o ouvido humano é menos sensível para sons de baixa freqüência (ver Figura 
2.2).
A faixa de freqüência da voz humana se estende de aproximadamente 100 Hz até 
5 KHz, cobrindo cerca de 5 oitavas. Este intervalo de frequência é o geralmente é 
avaliado nos problemas de acústica de edificações. Aproximadamente 75% da energia 
sonora da fala é composta por vogais, que são os componentes de baixa freqüência da 
fala. É o som das vogais que distingue a fala de um indivíduo. As consoantes são os 
componentes de alta freqüência da fala. A energia contida nas consoantes é 
relativamente pequena, mas são as consoantes que determinam a inteligibilidade da fala 
humana. Freqüências abaixo de 500 Hz contribuem insignificantemente para a 
inteligibilidade da fala (MEHTA et al., 1999). A música apresenta um espectro de ruído 
mais alargado abrangendo a banda de frequência dos 63 Hz e dos 8000Hz. Dependo do 
instrumento músical o som poderá ser mais rico em frequências graves ou agudas. A 
Figura 2.2 mostra os limites de freqüências para alguns tipos de som.
Figura 2.2: Curvas de igual sensação sonora (isofônicas) / Superfície de audição. Fonte: 
MATEUS, 2008.
9
Figura 2.3: Intervalo de frequência de certos tipos de fonte. Fonte: adaptado de MEHTA 
et al., 1999.
2.2.3 - Defeitos Acústicos de um espaço fechado
2.2.3.1 - Eco
O eco é uma conseqüência da reflexão sonora. Define-se eco como a repetição 
de um som que chega ao ouvido por reflexão 1/15 de segundo ou mais depois do som 
direto e que é identificado pelo ouvido como sendo um segundo som. Considerando-se 
a velocidade do som em 345 m/s, o objeto que causa essa reflexão no som deve estar a 
uma distância do ouvinte (se for este que emite o som) de 23 m ou mais, para que ele 
perceba um eco.
2.2.3.2 - Eco Flutuante (Flutter Echo)
É um caso particular das ondas estacionárias. São as repetições rápidas que 
podem ser ouvidas, quando, por exemplo, batemos palmas em ambientes fechados. 
Ocorre quando existe a sobreposição de ondas refletidas cujos caminhos percorridos se 
diferenciem de um número inteiro de comprimentos de onda. Neste caso, haverá 
10
momentos de intensificação do som pelas coincidências das fases, e outros com a 
anulação do som pela defasagem da onda. Para uma pessoa, esses aumentos e 
diminuições na intensidade sonora produzirá a mesma sensação de um eco. 
Sempre que encontrados em uma sala de audição devem ser tratados, quer por 
meio de absorção, por métodos geométricos, ou por difusão (NEWELL, 2008).
2.2.4 - Modos Acústicos de Espaços Fechados
Para se caracterizar rigorosamente o campo sonoro que se estabelece em um 
recinto fechado, na presença de uma fonte sonora, é uma tarefa difícil, principalmente 
no que diz respeito a geometrias irregulares da sala e/ou a grande heterogeneidade das 
características de absorção sonora dos materiais de revestimento do espaço.
As frequências de ressonância de espaços fechados são responsáveis pela 
determinação da forma da propagação sonora.
O som ao propagar-se no interior de um espaço fechado sofre reflexões 
sucessivas. Dependendo da forma e dimensões dos elementos que envolvem a sala, bem 
como das condições de contorno das envolventes, pode ocorrer formação de ondas 
estacionárias, condicionando fortemente a propagação nas frequências próprias 
associadas a estas ondas.
No caso de um compartimento paralelipipedico, as frequências do ar neste 
compartimento podem ser obtidas através da expressão (Noise Reduction, Leo Beranek, 
MacGraw Hill, 1960, USA.):
 f n,m,k=
c
2  n2L x2 m2L y2 k 2Lz2 , (Hz) (2.1)
em que, n, m e k correspondem à ordem das frequências ao longo das direções x, y e 
z; , e são as dimensões do espaço acústico e c corresponde à velocidade do som. 
Pela análise desta expressão verifica-se que o número de modos acústicos é 
ilimitado, sendo a sua distribuição discreta em frequencia. Observa-se ainda que para 
dimensões de compartimentos elevadas, como é o caso de grandes auditórios, os 
primeiros modos situam-se em frequências muito baixas. 
11
De um modo geral os primeiros modos acústicos dos compartimentos 
encontram-se espaçados entre si, no eixo da frequência condicionando o nível sonoro. 
Nas altas frequências estes encontram-se sobrepostos deixando de haver concentrações 
discretas de energia uma vez que estes deixam de dominar a resposta. Admitindo que a 
existência de modos é inevitável convém selecionar uma relação entre as dimensões da 
sala tal que a distribuição dos mesmos em frequência seja o mais uniforme possivel. 
Desta forma conseguem-se evitar as concentrações de energia em bandas estreitas de 
frequência, responsáveis pelo aparecimento de colorações intensas do som. 
Verifica-se ainda que se as dimensões dos compartimentos são pequenas, como 
é o caso dos estúdios de gravação musical, as primeiras frequências próprias de vibração 
do espaço tendem a surgir para frequências mais elevadas, principalmente acima dos 
100Hz. 
Em sala que não tem a forma de paralelepípedo, para se determinar os modos 
próprios de vibração, é necessário a utilização de métodos de cálculo mais complexos, 
por exemplo, através de elementos finitos ou de elementos de contorno.
2.3 - Parâmetros de Qualidade Acústica
2.3.1 - Ruído de Fundo
O ruído pode ser classificado como ruído ambiente quando se trata de um ruído 
associado a um certo ambiente em um tempo específico, sendo usualmente composto 
pelo som de muitas fontes em diferentes direções, próximas e distantes, incluindo as 
fontes sonorasde interesse. O ruído pode ainda ser classificado como ruído de fundo, 
quando se refere ao ruído total de todas as fontes que não são a fonte de interesse 
(HARRIS, 1998).
O ruído de fundo não deve mascarar o sinal de interesse e pode ter origem 
interna ou externa à edificação. A transmissão de ruído externo para o interior dos 
ambientes pode ser feita através do ar e da estrutura da edificação. O ruído interno em 
salas geralmente é oriundo de ventiladores, ar condicionado e outros equipamentos (e.g. 
equipamento informático ou eletrônico).
12
As principais fontes geradoras do ruído de fundo em edificações são o ruído de 
tráfego de veículos e o proveniente de atividades de construção civil. O ruído externo 
pode passar para o interior da edificação através de paredes, aberturas, portas e janelas.
Na maioria dos estudos sobre conforto acústico, o ruído de fundo no ambiente é 
avaliado pelo nível de pressão sonora equivalente medido em dB(A). Esta é uma 
medida global que não fornece informações sobre a distribuição do nível de pressão 
sonora por freqüência (GERGES, 2000). Porém, sabe-se que existem diferenças na 
percepção do ruído pelo ouvido em freqüências diferentes. Desta forma, a medida do 
ruído de fundo em função da freqüência é uma medida importante para conhecer melhor 
o comportamento do som no ambiente medido. 
Segundo GERGES (2000), após muitas pesquisas foi desenvolvido um critério 
que avalia o ruído de fundo de um ambiente, traduzido pelas chamadas curvas NC 
(critério de ruído). As curvas NC são conjuntos de níveis de pressão sonora pré-
determinados em função de freqüências em bandas de 1/1 oitava que podem ser 
comparados com os níveis de pressão sonora medidos no ambiente. A classificação do 
NC de um ambiente é determinada pelo valor que superpõe todos os valores medidos no 
ambiente pela curva padrão. A Figura 2.4 mostra o gráfico de curvas NC e os valores 
dos níveis de pressão sonora em função da freqüência relativos a cada curva são 
apresentados na Tabela 2.2. Através da observação destas curvas, verifica-se que 
seguem de forma aproximada à evolução da sensibilidade do ouvido humano em função 
da frequência. Para uma determinada curva NC os níveis sonoros máximos permitidos 
nas baixas frequências são sempre maiores do que nas altas frequências, uma vez que o 
ouvido humano tem uma menor sensibilidade aos sons de baixa frequência. O nível de 
ruído de fundo pode-se representar alternativamente através do nível de ruído 
equivalente expresso em dB (A), podendo-se verificar que este se encontra cerca de 10 
dB acima do valor da curva NC.
13
Figura 2.4: Curvas NC. Fonte: MEHTA et al., 1999.
14
Tabela 2.2: Os valores dos níveis de pressão sonora em função da frequência relativa a 
cada curva NC. Fonte: MEHTA et al., 1999
Na Tabela 2.3 encontram-se as curvas NC recomendadas para os alguns tipos de 
espaços e a correspondência em nível sonoro equivalente expresso em dB(A).
Tipos de espaços Curva NC recomendada Equivalência em dB (A)
Estúdios de gravação 15 28
Salas de concerto e 
teatros 15-25 28-38
Salas de 
conferências/aula 20-30 33-42
Hotéis (quartos 
individuais) 20-30 33-42
Bibliotecas 30-35 42-46
Restaurantes 35-40 46-50
Salas de computadores 35-45 46-55
Tabela 2.3: Curvas NC recomendadas e níveis de ruído de fundo equivalentes em 
dB(A). Fonte: Isbert, A. - Diseño Acústico de Espacios Arquitectónicos, Edicions UPC, 
Universitat Politécnica de Catalunya, Barcelona, 1998.
15
A norma brasileira NBR 10152 (1987) – Níveis de ruído para conforto acústico, 
fixa os níveis de ruído de fundo compatíveis com o conforto acústico nos seguintes 
ambientes: hospitais, escolas, hotéis, residências, auditórios, restaurantes, escritórios, 
igrejas e templos e locais para esportes, e utiliza o parâmetro NC para indicar os valores 
de nível de ruído de fundo ideais para estes ambientes através de uma tabela, que mostra 
também os valores de nível de pressão sonora medidos em dB(A). Níveis superiores aos 
estabelecidos pela norma são considerados de desconforto, sem necessariamente 
provocar danos à saúde (ABNT, 1987).
2.3.2 - Tempo de Reverberação
Quando um som é gerado dentro de um ambiente escuta-se primeiramente o som 
direto e, em seguida, o som refletido pelas superfícies existentes. Ao prolongamento do 
som resultante das múltiplas reflexões produzidas pelas superfícies dá se o nome de 
reverberação
Define-se como tempo de reverberação o tempo necessário para que, depois de 
cessada a fonte, a intensidade do som se reduza de 60 dB. Se as paredes do local forem 
muito absorventes (pouco reflexivas), o tempo de reverberação será muito pequeno, 
caso contrário ocorrerão muitas reflexões e o tempo de reverberação será grande.
Existe uma relação entre tempo de reverberação e os parâmetros geométricos da 
sala. Sabine (1964 apud MEHTA et al. 1999) desenvolveu a equação, denominada de 
equação de Sabine indicando que o cálculo do tempo de reverberação (TR) é função 
somente de dois parâmetros: a absorção (A) e o volume da sala (V). A absorção da sala 
é determinada através do tipo de revestimentos que a compõem e do seus componentes 
(e.x: mobiliário, cortinas, tapetes) através de seus respectivos coeficientes de absorção 
sonora (α).
 
nA
VTR 16.0= , (s) (2.2)
16
onde:
V é volume da sala (m³); 
An = Σ αn . Sn + Aeq é a área de absorção total na sala (m2); 
Aeq é a área de absorção equivalente do mobiliário sem ou com ocupação (m²); 
αn é o coeficiente de absorção do material e Sn é a área do material (m²).
A equação de Sabine possui limitações, designadamente quando aplicada a salas 
de grandes dimensões e pouco reflexivas, onde a média dos coeficientes de absorção 
dos materiais é superior a 0,2. Para essas situações outras equações foram desenvolvidas 
e devem ser usadas, como por exemplo, a Equação de Eyring (NEWELL, 2008), dada 
por:
 TR=
0 .16 V
−S ln 1−α 
, (s) (2.3)
onde,
V é o volume da sala (m³); 
S é a área total das superfícies dos materiais (m²);
e α refere-se à média dos coeficientes de absorção.
A Figura 2.5 mostra os valores de tempo de reverberação ideais em função do 
volume e do uso das salas avaliados na freqüência de 500 Hz.
17
Figura 2.5: Tempos de reverberação recomendados para diversos tipos de recintos 
fechados em função do volume da sala. Fonte: NEPOMUCEMO, 1968.
Para medir o Tempo de Reverberação em uma sala são utilizados equipamentos 
específicos. Primeiramente gera-se um sinal sonoro, que deve ser amplificado até que 
preencha toda a sala. Em seguida o sinal é cortado e é medido quanto tempo o som leva 
para decair 60 dB. 
18
Entretanto, na prática, nem sempre esta redução no nível sonoro de 60 dB pode 
ser possível, principalmente nos casos em que o ruído de fundo existente seja elevado. 
Nestes casos, considere-se, por exemplo, que o nível sonoro na presença de uma fonte 
sonora atinge 90 dB, numa determinada banda de frequências, enquanto que o ruído de 
fundo atinge 50 dB. Ao ser desligada a fonte sonora, a redução no nível sonoro limita-se 
a 40 dB (90-50). Perante este cenário apenas é possível determinar uma duração 
aparente de reverberação, inferior ao tempo de reverberação conforme esquema 
representação na Figura 2.6. (TADEU, MATEUS, ANTONIO, GODINHO, MENDES, 
2007). O tempo de reverberação obtém-se normalmente extrapolando o valor para 60 
dB a partir de um decaimento de 30dB ou mesmo de 20 dB. Nestescasos, o tempo de 
reverberação obtido denomina-se de T30 ou T20. 
Figura 2.6: Tempo de Reverberação Aparente. Fonte: TADEU, MATEUS, ANTONIO, 
GODINHO, MENDES, 2007.
O tempo de reverberação é medido geralmente em função da freqüência em 
bandas de 1/1 oitava ou de 1/3 de oitava. 
A norma brasileira NBR 12179 de 1992 – Tratamento Acústico em Recintos 
Fechados, tem como objetivo fixar os critérios fundamentais para a execução de 
tratamentos acústicos em recintos fechados. Este documento apresenta duas fórmulas 
para o cálculo do tempo de reverberação: Fórmula de Sabine e Fórmula de Eyring. 
Segundo a norma, o tratamento acústico é o modo pelo qual se procura dar aos 
ambientes boas condições de clareza e inteligibilidade, de acordo com as atividades 
19
desenvolvidas em cada um deles. E o condicionamento acústico é o modo onde se 
procura garantir a boa distribuição do som e também o seu tempo ótimo de reverberação 
(ABNT, 1992).
A norma NBR 12179 de 1992 apresenta a Figura 2.7, onde se definem os valores 
de tempo ótimo de reverberação recomendados de acordo com o volume do ambiente e 
da atividade nele desenvolvida. A indicação na norma que mais se assemelha estúdios 
de gravação é o estúdio de rádio para música.
Figura 2.7: Tempo de Reverberação NBR 12179. Fonte: ABNT, 1992.
2.3.3 - Outros parâmetros 
Além dos fatores que foram apresentados anteriormente, existem outros 
parâmetros que podem auxiliar na determinação da qualidade acústica de ambientes, e 
entre eles, podemos destacar:
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2.3.3.1 - EDT (Early Decay Time)
O EDT, Early Decay Time, ou tempo de reverberação mais cedo, é caracterizado 
como o tempo que a energia sonora leva para decair 10 dB. Este tempo está associado 
com a primeira parte do decaimento sonoro (10 dB) após cessada a fonte sonora, mas 
também extrapolando para um decaimento de 60 dB. Este parâmetro permite avaliar o 
efeito das primeiras reflexões, que são as mais perceptíveis para os ouvintes.
2.3.3.2 - RASTI (Room Acoustics or Rapid Speech Transmission Index)
O parâmetro RASTI, Room Acoustics or Rapid Speech Transmission Index, é 
chamado de índice rápido de transmissão e utiliza uma escala que varia de 0 a 100% 
(ou de 0 a 1), onde “0” corresponde a uma inteligibilidade nula, enquanto que o valor 
“100” corresponde a uma inteligibilidade perfeita, mas na prática, ambas são 
inatingíveis. (MATEUS, 2008)
2.3.3.3 - Definição - D50
Definição, que é representada por D50, é o parâmetro determinado pela razão 
entre a energia que chega ao receptor nos primeiros 50 milisegundos e a energia total. 
Seus valores variam entre 0 a 1 ou pode ser representado em porcentagem de 0 a 100%, 
mas de um mode geral, este valor deverá ser superior a 50%. (MATEUS, 2008)
2.4 - Materiais e Sistemas Sonoros Absorventes 
Conforme mencionado anteriormente, entende-se por absorção, a propriedade de 
alguns materiais em não permitir que o som seja refletido totalmente por uma 
superfície. Os materiais de revestimento, absorvem energia sonora em maior ou em 
menor quantidade.
A absorção do som é controlada por duas grandezas: a porosidade e a vibração 
das massas que vibram em coerência. 
Os materiais ou sistemas absorventes sonoros podem ser classificados em:
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• Materiais porosos ou fibrosos: materiais texturados, onde a absorção de energia é 
mais eficiente nas altas frequências (≈ 1600 Hz a 6400 Hz).
• Ressonadores de cavidade: absorvem energia nas frequências médias (≈ 400 Hz e 
1600 Hz).
•Membranas ressonantes: a absorção de energia sonora é mais eficiente nas baixas 
frequências ( ≈ 100 Hz a 400 Hz).
2.4.1 - Materiais porosos ou fibrosos
De acordo com NEPOMUCENO (1968), os materiais absorventes porosos são 
caracterizados pela porosidade e pela resistência específica a vazão por unidade de 
comprimento. A queda de pressão que se observa entre duas faces do material poroso é 
devida ao fato de ter tal pressão de vencer não só as perdas devidas ao escoamento 
como também a reatância de massa do ar no interior dos poros. 
Os materiais porosos possuem apenas parte do volume preenchido por matéria 
sólida, sendo o restante constituído por pequenas cavidades cheias de ar, com 
comunicação entre si e para o exterior, e o ar contido nesses orifícios está submetido a 
pequenos movimentos oscilatórios que permite, através do atrito sobre as paredes 
sólidas, a transformação de parte da energia sonora em energia térmica.
Normalmente, os materiais absorventes porosos se aplicam como revestimentos 
de superfícies uma vez que, além do mecanismo de absorção sonora, ele também atua 
como atenuador da onda sonora, através de um processo de interferência entre a onda 
incidente na superfície do material e a onda emergente após reflexão na superfície rígida 
em que se apóia o material absorvente.
Como se descreveu, estes materiais são constituídos por pequenas câmaras de ar 
ou por pequenos poros que comunicam entre si. As ondas sonoras com comprimentos 
de onda pequenos (frequências elevadas) penetram nestas pequenas câmaras de ar e 
propagam-se nestes interstícios fazendo movimentar o ar que se encontra no seu 
interior. Alguns exemplos destes materiais são as lãs minerais (lã de rocha, lã de vidro, 
etc.), aglomerados de cortiça, alcatifas e tecidos.
 O coeficiente de absorção destes materiais varia com a frequência, conforme 
ilustra a Figura 2.8. Verifica-se que aumentando a espessura dos materiais absorventes, 
consegue-se uma maior absorção nas baixas e médias frequências.
22
Figura 2.8: Coeficiente de absorção em materiais porosos ou fibrosos. Fonte: TADEU, 
MATEUS, ANTONIO, GODINHO, MENDES, 2007.
2.4.2 - Ressonadores
Um ressonador é constituído por uma cavidade preenchida por ar ligada ao 
ambiente exterior através de um orifício.
O ressonador funciona, quando uma onda sonora ao “entrar” num ressonador, 
põe em movimento a massa de ar do orifício do ressonador. Se a frequência do som 
incidente for próxima da frequência característica do ressonador, a velocidade e a 
amplitude do movimento da massa de ar do gargalo aumentam, provocando vibrações 
acentuadas no ressoador as quais, por atrito, acabam por dissipar, parte da energia 
sonora incidente.
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Figura 2.9: Exemplo de um Ressonador. Fonte: MOREIRA, 2008.
Na Figura 2.9 está representado um ressonador de cavidade, apresentando seus 
principais componentes.
O mais simples ressonador absorvente é o de Helmholtz e é utlizado para atenuar 
o som. Neste caso, a frequência correspondente à vibração máxima (frequência de 
ressonância) é dada por:
 0 ' (Hz)2
c Sf
VLpi
=
 , (s) (2.4)
em que S é a área da abertura (m2), 'L refere-se ao comprimento efetivo dessa abertura 
(m), V é o volume da cavidade (m3), e c é a velocidade do som (m/s)
Por motivos de desenvolvimento prático, os ressonadores comuns tem a 
frequência de ressonância entre 100 e 800Hz, o que permite a obtenção de absorção 
para médias frequências. Para se aumentar a absorção dos ressonadores, atenua-se ainda 
o movimento do ar nos orifícios, enchendo os mesmo de material poroso. O grau de 
absorção do ressonador alcança teoricamente seu máximo quando a resistência à vazão 
for da ordem de grandeza da impedância específica do ar e é, nesse caso, teoricamente 
100%. Quando ambas as resistências não são iguais, obtém-se o máximo na frequencia 
24
de ressonância, mas nesse caso, a absorção é menor que 100%. Por este motivo deve-se 
fazer a resistência a vazão sempre grande,porque tem-se, dessa maneira, um fator de 
qualidade menor e uma absorção grande dentro de faixa maior de frequências. 
(NEPOMUCENO, 1968). 
Um painel com aberturas de diferentes dimensões, funciona como um conjunto 
de ressoadores de cavidade que absorvem energia sonora em frequências diferentes, 
conforme apresentado na Figura 2.10.
Figura 2.10: Ressonadores de Cavidade. Fonte: MOREIRA, 2008.
2.4.3 - Membranas
A Figura 2.11 apresenta um exemplo de membrana acústica, que é constituída 
por uma placa flexível separada de uma base de suporte, vertical ou horizontal, através 
de apoios.
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Figura 2.11: Esquema de funcionamento de uma membrana acústica. Fonte: 
MOREIRA, 2008.
Neste caso, a absorção do som é obtida através da dissipação da energia sonora 
no movimento da membrana. O som ao incidir nesta placa provoca o seu movimento 
vibratório, dissipando desta forma parte da energia incidente. Parte da energia sonora é, 
então, transformada em energia cinética que por sua vez se vai dissipar devido a atritos 
internos de deformação e de atrito nos apoios. Existem frequências de excitação para as 
quais a placa vibra com mais facilidade. Estas frequências estão associadas aos modos 
de vibração próprios do elemento placa-separador. Os modos próprios de vibração de 
uma placa dependem da distância entre apoios e da rigidez da própria membrana.
2.5 - Difusão 
Tal como já foi abordado anteriormente, a reflexão de uma onda sonora, existe 
em maior ou menor amplitude e depende das características dos materiais que 
constituem os obstáculos. No entanto, este fenômeno também depende do tipo de 
superfície. Para superfícies rígidas, a onda sonora é refletida apenas numa direção e 
depende do ângulo de incidência da mesma. No caso de superfícies irregulares, a onda 
sonora incidente é refletida em várias direções. Este fenômeno denomina-se por difusão. 
Na Figura 2.12 apresentam-se imagens dos vários comportamentos de uma onda 
sonora ao incidir num obstáculo. 
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Figura 2.12: Onda sonora incidente num obstáculo e sua: (a) Reflexão; (b) Absorção e 
(c) Difusão. Fonte: Crutchfield, 2008. 
Precisamos da difusão para bem distribuir a energia acústica dentro do recinto de 
audição, já que a difusão espalha o som reverberante por toda a sala, proporcionando 
melhor controle das reflexões e modos de ressonância, não só impedindo a formação de 
ondas estacionárias como também eliminando pontos mortos, que são lugares onde os 
componentes do som não aparecem devido a interferências de fase e evitando ecos de 
curta duração (“flutter echo”) e o efeito “comb-filter”, que ocorre quando dois sons 
iguais são tocados simultaneamente, porém, com atraso de um para o outro. Superfícies 
planas podem ser “quebradas” colocando-se difusores nas mesmas. Uma difusividade 
aceitável pode ser encontrada usando-se difusores fixos e / ou rotativos.
Quando o som é uniformemente distribuído pela difusão, ele passa a ter a 
fidelidade da fonte sonora dispersa por uma área de audição mais ampla, livre de 
interferências e com pleno aproveitamento e otimização da potência sonora original.
Não existe um limite definido quanto ao número de difusores a ser utilizado. 
Aumentando o número de difusores, a difusividade aumenta proporcionalmente até 
aproximar-se de um valor máximo, e permanece constante com o aumento da 
quantidade de difusores. O número ótimo de difusores estacionários é aquele em que 
esse valor constante é atingido.
Qualquer objeto pode difundir o som, e por isso existem diversos tipos de 
difusores.
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2.5.1 - Efeitos da geometria, tamanho e absorção da sala na difusão sonora
A difusão sonora é função da geometria da sala, e salas retangulares com 
paredes paralelas possuem uma pobre difusão. Na verdade, quanto mais a sala sair da 
forma retangular e quanto mais irregular forem as superfícies de suas paredes, maior 
será a difusão sonora nesta sala. 
O tamanho da sala é outro fator que afeta a difusão. A difusão é mais facilmente 
obtida em salas grandes do que em pequenas, assim sendo, em espaços pequenos 
destinados a estúdios de gravação, é difícil conseguir uma boa difusão sonora, a menos 
que sejam usados difusores de som em suas superfícies . 
Salas com superfícies muito reflexivas aumentam a difusão sonora. Por outro 
lado, quando se promove a absorção de som dentro de uma sala, a difusão diminui. 
Mesmo quando apenas uma das superfície da sala é altamente absorvente, como o piso, 
por exemplo, é difícil se obter a difusão necessária, a menos que outros meios de 
ampliar a difusão sejam incorporados. (METHA et al, 1999)
2.5.2 - Difusores
Quando não se consegue atingir a difusão necessária dentro de uma sala, podem 
ser usados difusores sonoros para aumentar a difusão do ambiente. Um difusor de som é 
um elemento de superfície que produz reflexão difusa.Toda a superfície reflexiva com 
irregularidades de tamanho comparável ao comprimento de onda de som, vai funcionar 
como um difusor. Quanto maior as irregularidades e tamanho de sua superfície, melhor 
será o difusor.
Assim, um difusor pode ter uma variedade de geometrias e pode ser de 
diferentes tipos de materiais, como placas de gesso, madeira compensada, ou painéis de 
disco rígido que são comumente usados, mas os metais e materiais de alvenaria também 
podem ser utilizados.
Existem vários tipos de elementos difusores, denominados: difusores 
policilíndricos (Figura 2.13) e de Schröeder (RPG), podendo estes subdividirem-se em 
difusores MLS (Figura 2.14), QRD unidimensionais (Figura 2.15), QRD bidimensionais 
(Figura 2.16).
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Figura 2.13: Elemento de um difusor policilíndrico. Fonte: Metha et al, 1999.
Figura 2.14: Perfil de um difusor MLS. Fonte: Metha et al, 1999.
Figura 2.15: Exemplo de um difusor unidimensional QRD. Fonte: Metha et al, 1999. 
Figura 2.16: Exemplo de um difusor bidimensional QRD. Fonte: Metha et al, 1999. 
 
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2.6 - Parâmetros Subjetivos
Segundo NEPOMUCENO (1968), apesar de existirem diversos equipamentos 
capazes de medir os parâmetros necessários para a avaliação acústica de um espaço, a 
decisão final quanto a qualidade acústica de um ambiente será sempre do ouvido 
humano, isto é, do usuário e da sua percepção acústica e seus critérios de julgamento da 
qualidade sonora de um instrumento, uma voz ou de um sistema acústico.
Para a avaliação subjetiva, a elaboração de questionário visando avaliar a 
percepção acústica dos usuários dos ambientes, é sempre o mais indicado.
Segue uma breve descrição qualitativa dos principais parâmetros subjetivos para 
se avaliar a qualidade acústica de um ambiente:
• Ruído Exterior: É o efeito de sons escutados dentro do local de estudo, mas que são 
oriundos de fontes de fora do recinto, como conversas, barulho de trânsito, buzinas, etc. 
(MACHADO, 2008).
• Ruído Interior: É o efeito de sons escutados no próprio local, provenientes do próprio 
espaço, como o ruído de equipamentos de ar condicionado, computadores, etc. 
(MACHADO, 2008).
• Impressão Espacial: É a sensação acústica espacial do ambiente pelo ouvinte, que é 
causado pelas reflexões sonoras que o atingem. (IAZZETTAA, et al, 2004).
• Vivacidade: É o efeito de persistência do som no espaço, e que está diretamente 
relacionada ao tempo de reverberação da sala. Salas reverberantes são ditas salas 
"vivas", e já as salas que apresentam elevado índice de absorção e que refletem pouco 
som para o ouvinte são ditas salas "mortas/secas". É uma qualidade relacionada 
diretamente ao tempo

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