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Aula de introdução ao direito professor Alexandre...

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09/03/2015
O Conceito de Direito
Livro: A origem da família, da sociedade e da propriedade privada.
O estado de Natureza: Não havia fixação de território, havia coletores e não tinham a ideia de agricultura. Existia um sistema de matriarcado (de qual mulher era nascido, pois ela dormia com todos). Existia tudo em abundancia, porem quando não existia aparecia a concorrência (matavam uns aos outros pela coisa desejada) imperava força física e também a predominância de um grupo pelo outro.
É uma época real ou imaginaria onde os homens viviam naturalmente, antes de formar uma sociedade civil organizada.
Segundos Hobbes os homens no estado de natureza vivia em uma condição de guerra permanente, cada um querendo os seus direitos e se chocando com os direitos dos outros. Por isso, é preciso sair da natureza para formar o Estado Civil.
Estado de natureza por Hobbes: Vivem isolados e em luta constante, a guerra de todos contra todos, o caos, a desordem (“O homem é lobo do próprio homem”) . O homem é livre, mas egoísta. Permanece um ambiente de insegurança, angustia e medo. 
Estado de natureza por Rousseau: Indivíduos isolados nas florestas, garantindo a sobrevivência com que se pode extrair da Natureza, prevalecendo a paz, comunicando-se com gestos, gritos e cantos (estado de felicidade original – “bom selvagem”).
O surgimento da sociedade civilizada
A chegada do homem a vida civilizada é a ruptura definitiva do estado de natureza.
O homem passa a valorizar o amor-próprio, ou seja, uma vida de egoísmo, inveja, deslealdade e a elevação das riquezas materiais ao plano principal da vida. Esse sujeito civilizado é, segundo Rousseau, um homem fora de si, que reforça posições de prestigio, mando e poder. Os homens não são mais homens, são senhores uns dos outros, escravos, e por essa razão, estão fora de sua humanidade natural.
Principais concepções do Pensamento Jurídico
O Jusnaturalismo:
a)Direito Natural Objetivo e Material: Dominante na era medieval; Conjunto de normas e princípios morais imutáveis que resultam da natureza das coisas; Exemplo: Autopreservação, vida , liberdade, etc.
b)Direito Natural Subjetivo e Formal: Busca seu fundamento na razão humana; Concebe a natureza humana: a)Como genuinamente social(Locke); b)Como originariamente associal (fora da sociedade) ou individualista( como Hobbes e Rousseau).
c) O Direito Racional de Kant: O direito natural depende da ideia de liberdade, que é a autonomia da vontade, orientada unicamente pela razão pura (todo direito apoiado na razão pura); Separação formal entre o direito e a moral;
2 ESCOLA: a) O Empirismo Exegético: Concepções legalistas ou mecânicas de interpretação do direito; Principais escolas: da exegese, pandectismo e analítica; A função do interprete e do julgador era uma função mecânica de logica dedutiva, ora de construção sistemática, ora de aplicação do direito costumeiro;
2-b) Criticas ao Empirismo Exegetico: Devido ao processo evolutivo das nações; descobertas da Ciencia Moderna e conquista de novas técnicas;
Principais criticas:
2.b.1- Utilitarismo de Jeremy Bentham: Interpretas as normas considerando os efeitos; Determinar o conjunto de interesses da sociedade estabelecendo uma hierarquia entre eles.
2.b.2.- Teleologismo de Rudolf von Ihering: Interpretar as normas em conformidade com fins por elas visados; Deve ser regida pelo critério da finalidade;
2.b.3 – Escola do Direito Livre: A prioridade deve ser as normas jurídicas que brotam espontaneamente dos grupos sociais; São as convicções predominantes que regulam o comportamento, em um certo lugar e tempo, sobre aquilo que é justo.
2.b.4 – O Realismo jurídico Norte americano: Concepção empírica do direito,
fundamentada da natureza humana social; Deve ser descoberta mediante observações empíricas de cunho psicológico ou sociológico, buscando interpretar a vigência do direito em termos de efetividade social das normas jurídicas.
3 – O Historicismo causuístico( Pontual, para cada caso uma situação) : Savigny;
Ciência jurídica como ciência histórica; Oposição à codificação do direito, por considera-lo uma manifestação da livre consciência do povo ou do espirito popular, sob a forma de costume;
Substituição da lei pela convicção comum do povo;
4 – O Positivismo: Reconhece apenas o direito positivado (escrito; existência de uma lei afirmando isso) como vigente e eficaz em determinada sociedade; Limita a Ciência Jurídica ao estudo das legislações positivas, consideradas como fenômenos espaciotemporais;
4.1 – O Positivismo Sociologico: (sociologismo eclético): Comte, Durkhein e Duguit; Sociologia como Ciência geral da sociedade; Direitos naturais inatos são frutos da consciência coletiva; O direito, por ser fato social, deve ser estudado pelo método sociológico.
4.2 – O Positivismo Jurídico Estrito: Tentativa de exclusão do direito e da ciência jurídica de qualquer fundamento moral ou de direito natural; A Ciência Jurídica deve somente procurar a base de uma ordem legal, o fundamento objetivo e racional da sua validade legal;
5 – O Racionalismo Dogmático: (normativismo jurídico de Hans Kelsen):
Consequência da decadência do Capitalismo Liberal marcada pela primeira guerra; Objetivo uma pureza metódica (pirâmide de leis, onde a base ou o topo cria as outras leis, dependentes dessa base ou topo, um exemplo é a constituição federal/TIDH), excluindo de seu âmbito, quaisquer aspectos valorativos; Correlação entre normas, mediante um procedimento finito,
até um único centro unificador: a norma hipotética fundamental; A estrutura logica da ordem jurídica é piramidal em razão de hierarquia e subordinação.
6 – O Culturalismo Jurídico: Concebe o direito como um objeto cultural, criado pelo homem e dotado de conteúdo valorativo;
6.1 – Teoria de Emil Lask: O direito é uma realidade jurídica empírica que se
desenvolve historicamente; Estudo do direito como um fator cultural real, como um processo da vida social;
6.2 – Egologismo (estudo do ego) existencial de Carlos Cossio: Problemática jurídico filosófica inteiramente voltada para investigação jurídico-cientifica baseada no instrumental teórico da filosofia contemporânea; Deve estudar a conduta humana enfocada em sua dimensão social e não na norma jurídica, por ser um objeto cultural; O direito deve ser estudado pelo método empírico-dialético;
6.3 – Tridimensionalismo jurídico de Miguel Reale: A estrutura do direito é
tridimensional composta por fato, valor e norma; A Ciência Jurídica deve estudar as normas sem abstrair os fatos e os valores presentes e condicionantes no seu surgimento e os supervenientes ao seu advento; A Ciência do direito é uma ciência histórico-cultural por ter
objeto a experiência social. Fatos -> Valores -> Normas -> Fatos -> [...] (C.C.C. = Causação Circular Cumulativa).
Conceito de Direito:
- Gustav Radbruch: O conjunto das normas gerais e positivas que regulam a vida social; -Carlos Cossio: Conduta humana em interferência intersubjetiva;
-Miguel Reale: É a ordenação heterônoma (sujeito a uma lei exterior; Cuja formação ocorre por leis desconhecidas) das relações sociais baseada numa integração normativa de fatos e valores.
Funções da Ciência Jurídica:
a)Função Sistemática: No modelo analítico: Analisar as figuras jurídicas, encadeando-as em um sistema para obtenção de decisões possíveis; Preocupa-se com: Procura da norma vigente, -validade constitucional fática(sistematização das normas jurídicas) , ideal e ética, -estrutura hipotética da norma, -sistematização jurídica.
b)Função Hermenêutica: No modelo Teórico Hermenêutico: Tem como a tarefa a: - Interpretação das normas,-Verificação da existência de lacunas jurídicas e integração dos elementos que levem a uma decisão possível, -o afastamento das contradições por meio de critérios que visem a solução das antinomias jurídicas. ( Falha do sistema: Estado laico usando a igreja como base de uma lei)
c)Função Decisória: No modelo Teórico Empírico: Enfrenta os problemas: - Da qualificação jurídica, qual seja, emprego de conceitos técnicos,por meio de definições explicitas, - Das regras decisórias, mediante a valoração positiva vigente na sociedade no estabelecimento de conceitos e conteúdos normativos.
AS CIÊNCIAS AFINS
As ciências sociais são as que têm por objeto material o comportamento humano. (Kelsen as classifica em: a) Causais: (Como é) as que se ocupam do comportamento do homem segundo o principio da causalidade, procurando explicar a conduta como é de fato; b) Normativas:(como devem ser) as que tratam
da conduta reciproca dos homens, não efetivamente como se realiza, como ela, determinada por normas positivas, deve realizar-se.
A Ciência do Direito: a) Em sentido amplo: qualquer estudo metódico, sistemático e fundamentado s /obre o Direito; b)Em sentido estrito: buscar expor, metódica, sistemática e fundamentadamente as normas vigentes de determinado ordenamento jurídico positivado no espaço e no tempo, sua interpretação e aplicação;
Teoria Geral do Direito: - Zona fronteiriça entre a filosofia e o Direito; Estabelece os pressupostos gerais da Ciência Jurídica; - Elaboram noções comuns a todas as ordens jurídico positivas por estudar as condições necessárias ao fenômeno jurídico; Lógica Jurídica: Reflexão critica sobre a validade do pensamento jurídico; Indica como deve se dar a interpretação e aplicação das normas jurídicas;
Cibernética Jurídica: Coloca à disposição os recursos de informática e Tecnologia de Informação visando a facilitação das tarefas dos juristas e aplicadores do direito; Direito Comparado: Estuda o Direito positivo, contemporâneo ou não, de diversos países para analise e comparação.
Psicologia Forense: Estuda a natureza do comportamento humano, os fenômenos mentais e os princípios de onde procedem;
Sociologia Jurídica: Estuda as relações reciprocas entre a realidade social e o direito; História do Direito: Estuda, cronologicamente, o direito como fato empírico e social; Política Jurídica: Estuda as relações entre as autoridades e cidadãos e as formas e meios jurídicos adequados à consecução dos fins da comunidade por meio da ação estatal; 
Questões:
1 – Quais são as principais concepções do pensamento jurídico? Explique
sucintamente cada uma delas:
2 – Qual é o conceito de direito? Explique.
3 – Quais são as funções da Ciência Jurídica? Explique sucintamente cada uma delas:
16/03/2015
Unidade – O direito e moral
Tema: 
Direito e Moral: Conceito de Direito; Conceito de Moral; Teoria do Mínimo Ético; Direito e Coação; Direito e Heteronomia; Bilateralidade Atributiva; Normas de trato social.
Objetivos da aula ao final do estudo, o discente deverá compreender e reconhecer nucleares do sistema jurídico dos elementos 
O Direito e a moral:
É considerado um dos problemas mais difíceis da filosofia jurídica;
Os dois conceitos não devem ser confundidos, nem tampouco, separados; “a verdade consiste em distinguir as coisas, sem separá-las” (REALE).
As relações entre moral, direito e política tem sido explicadas sob os mais variados modelos, sendo considerada por muitos fracassada a tentativa de fornecer uma clara delimitação entre a experiência jurídica e os ditames da moral.
Conceituação da moral ante o Direito: critérios de distinção
3 são os critérios:
A localização da moral no foro interno da consciência, ao passo que o direito se preocuparia com o foro externo ao indivíduo;
A intrínseca bilateralidade ou alteridade do jurídico, oposta à unilateralidade ou individualidade da moral; e
O necessário caráter heterônomo do direito em contraste com a irrenunciável condição autônoma da moral.
A QUESTÃO DO “FORO INTERNO” DA MORAL
Ideia introduzida por Kant, teve por finalidade afastar a ingerência do Estado absoluto da esfera íntima da consciência;
A moral é colocada como ordem normativa diversa do direito, ocupada exclusivamente com o âmbito interno do individuo, ao passo que a lei, de responsabilidade do Estado, regularia tão somente a conduta humana passível de manifestação externa;
Acepção teórica favorável à classe pensadora da época, caracterizando-se, em verdade, um “argumento de oportunidade”
A ALTERIDADE DAS ORDENS NORMATIVAS
O jurídico é dotado de intrínseca bilateralidade ou socialidade, visto que suas normas se dirigem a regular a sociedade, ao passo que a consciência ética, ou moral, é um fenômeno essencialmente pessoal, de irrenunciável individualidade;
Em verdade, a alteridade ou bilateralidade não se dá apenas no direito, mas em toda a vida prática do homem, inclusive em âmbito moral;
As obrigações morais se justificam através da comunicação intersubjetiva e em função de preferencias ou opções conscientes e universalizantes.
AUTONOMIA DA MORAL, HETERONOMIA DO DIREITO
A moral é um sistema normativo autônomo, ao passo que o direito é, por natureza, heterônomo em sua formação;
A produção das normas morais procede do individuo, o qual, autonomamente, cria, pelos ditames da consciência, a regra moral;
O direito, por sua vez, seria heterônomo, porquanto originado por agente externo ao sujeito;
Inadequação desse critério para diferenciar a moral do direito, vez que a moral positiva, apesar de heterônoma, não se confunde com a norma jurídica;
MODELOS TEORICOS DE ARTICULAÇÃO ENTRE DIREITO, MORAL E POLÍTICA.
1 – SEPARAÇÃO ABSOLUTA
Trata-se da concepção segundo a qual moral, direito e política constituem ordens normativas autônomas e completamente independentes;
A imagem sugerida é de linhas paralelas que nunca se cruzam;
A ciência jurídica deve se ocupar do direito em si, enquanto estrutura normativa autossuficiente, autorreferente e coerente;
O “deve-ser” jurídico, de natureza forma-normativa, não apresenta conteúdo ético;
De acordo com as premissas kelsenianas, o caráter “puro” da ciência jurídica faz com que um conceito ético, político ou sociológico do direito seja considerado metodologicamente inaceitável;
2 – SEPARAÇÃO RELATIVA
A relação entre direito, moral e política seria estabelecida graficamente como uma pirâmide, tendo em seu ápice a moral, seguida do direito e apresentando em sua base a politica;
A moral seria o fundamento de validade do direito, que, por sua vez, validaria a ordem normativa da atividade politica;
Moral, direito e politica seriam conceitos distintos, mas interferentes entre si, enquanto ordens éticas escalonadas em uma verticalidade hierárquica;
3 – INTEGRAÇÃO ABSOLUTA
A moral seria uma ética universal, que conteria o direito e a politica;
Todo direito seria necessariamente moral e toda política seria necessariamente direito;
O direito seria uma moral especifica e a politica uma diferenciação do direito;
Graficamente, ter-se-iam três círculos concêntricos, com a moral contendo os demais, como ethos universalista, e a politica circunscrita a uma parte do direito;
4 – INTEGRAÇÃO RELATIVA
Direito, política e moral como conceitos distintos, mas coincidentes em uma parcela;
A representação se daria por três círculos secantes, com pontos de intersecção entre os três;
Reconhece a distinção real entre moral e direito sem negar a existência de uma parcela do direito que implementa a moral objetiva;
Toma a politica como ordem normativa autônoma em relação ao direito, admitindo, porém, a coincidência quanto a alguns comandos normativos;
A validade do direito não repousa unicamente em critérios formais; tampouco não se deve ao dado puramente fático de sua aplicação efetiva na prática social;
TEORIA DO MÍNIMO ÉTICO
O Direito representa o mínimo de moral declarado obrigatório para que a sociedade possa sobreviver;
O direito não é algo diverso da moral, mas é uma parte desta, armada de garantias específicas;
É representada por dois círculos concêntricos, sendo o circulo maior o da moral enquanto que o menor, o do direito;
Então, tudo o que não é direito, é imoral? Ou que todas as leis são morais?
Se hoje eu acordo de manhã e há um obstáculo na pista da direita em minha rua, sou obrigado a dirigir pela mão esquerda da pista.
Estaria eu sendo imoral ao não obedecer as normas de trânsito?
Um filho industrial, muito abastado,cujos pais estavam passando por dificuldades para comprar remédios e alimentos. Após muitas tentativas de convencer o filho a ajuda-los, não havia alternativa senão partir para uma ação na Justiça e, só depois de transitado e julgado, o filho “aceitou” fornecer uma pensão alimentícia aos seus genitores.
Houve aplicação do direito? Da moral?
O direito e a moral devem ser representados como dois círculos secantes;
Pode-se se dizer que os círculos concêntricos representam a concepção ideal;
Os círculos secantes a concepção real, pragmática;
IMAGEM 1
CONCEITOS E DISTINÇÕES
MORAL
Conjunto de práticas, costumes e padrões de conduta formadores da ambiência ética. Trata-se de algo que varia no tempo e no espaço, porquanto cada povo possui sua moral, que evolui no curso da história, consagrando novos modos de agir e pensar.
Direito
É a ordenação heterônoma, coercível e bilateral atributiva das relações de convivência, segundo uma integração normativa de fatos conforme valores.
TABELA
Direito e coação
Coercibilidade é expressão técnica para demonstrar a compatibilidade entre o direito e a força;
Dentro desta concepção, o direito é definido como ordenação coercivel da conduta humana;
Consiste na possibilidade do emprego da força física para faze-lo ser observado, ou melhor, na possibilidade de se recorrer ao Poder Judiciário para fazê-lo ser respeitado quando violado ou ameaçado;
DIREITO E HETERONOMIA
Heteronomia significa dependência, submissão, obediência.	
Formada do radical grego “hetero” que significa “diferente”, e “momos” que significa “lei”, portanto, é a aceitação de normas que não são nossas, mas que reconhecemos como válidas;
O fato de as normas jurídicas se imporem às pessoas independentemente de suas escolha individual;
Impostas aos destinatários independente de suas vontades ou quereres;
As pessoas que integram as sociedades não têm liberdade para escolher as normas jurídicas às quais estão submetidas, pois as regras válidas em uma dada comunidade são impostas a todos os seus membros, independentemente de sua concordância;
DIREITO E BILATERALIDADE ATRIBUTIVA
Há bilateralidade atributiva quando duas ou mais pessoas se relacionam segundo uma proporção objetiva que as autoriza a pretender ou a fazer garantidamente algo;
É proporção intersubjetiva, em função da qual os sujeitos de uma relação ficam autorizados a pretender, exigir, ou a fazer, garantidamente; algo;
Elementos Complementares:
Sem relação que uma duas ou mais pessoas, não há direito (bilateralidade em sentido social);
Para que haja direito é indispensável que a relação entre os sujeitos seja objetiva, isto é, insuscetível de ser reduzida, unilateralmente, a qualquer dos sujeitos da relação (bilateralidade em sentido axiológico);
Da proporção estabelecida deve resultar a atribuição garantida de uma pretensão ou ação, que podem se limitar aos sujeitos da relação ou estender-se a terceiros (atributividade);
DIREITO E NORMAS DE TRATO SOCIAL
Normas convencionais compartilham da espontaneidade e da incoercibilidade próprias da moral;
Quem desatende essa categoria de regras sofre uma sanção social como a censura ou o desprezo público, mas não pode ser coagido a praticá-las;
	COERCIBILIDADE HETERONOMIA BILATERALIDADE ATRIBUTIVIDADE
Moral		-		-			X		-
Direito		X		X			X		X
Costume	-		X			X		-
Quais são os critérios utilizados para distinguir o direito e a moral? Explique sucintamente cada um deles.
Quais os modelos teóricos de articulação entre o direito, a moral e a política? Explique cada um deles.
O que é a teoria do Mínimo Ético? Explique
Qual o conceito de direito e moral e quais suas distinções? Explique
Como se dão as características de coercibilidade, heteronomia, bilateralidade e atributividade entre o direito, a moral e os costumes? Explique.
23/03/2015
FILME
30/03/2015
RAMOS DO DIREITO
CONCEITO DE DIREITO: Conjunto de normas que regulam as ações humanas na vida social, estabelecida por uma organização soberana e imposta coativamente à observância de todos.
DIREITO OBJETIVO VERSUS DIREITO SUBJETIVO
Direito Objetivo (Direito Positivo): é o complexo de normas jurídicas que regem o comportamento humano, de modo obrigatório (norma agendi).
Direito Subjetivo: é a faculdade conferida ao individuo de invocar a norma a seu favor em um caso concreto (facultas agendi).
Espécies:
Direito subjetivo comum da existência: é a permissão de fazer ou não fazer, de ter ou não ter algo, sem violação de preceito normativo;
Direito subjetivo de defender direitos: é a autorização de assegurar o uso do direito subjetivo, de modo que o lesado pela violação da norma está autorizado, por ela, a resistir contra a ilegalidade, fazer cessar o ato ilícito, reclamar reparação de prejuízo, e processar criminosos;
2 DIREITO PÚBLICO E PRIVADO
2.1 Fundamentos da Divisão
O Direito Público é aquele que regula as relações em que o Estado é parte, regendo a organização e a atividade do Estado considerado em si mesmo, em relação com outro Estado e em suas relações com os particulares, quando procede em razão de seu poder soberano e atua na tutela do bem coletivo. O Direito Privado é o que disciplina relações entre os particulares, nas quais predomina, o interesse de ordem privado.
2.2 DIVISÃO:
2.2.1 Público Interno
Direito Constitucional: Regulamenta a estrutura básica do Estado, disciplinado a sua organização, divisão de poderes, funções e limites de seus órgãos e relações entre governantes e governados;
Direito Administrativo: disciplina os exercícios dos atos administrativos praticados por quaisquer dos poderes estatais, com escopo de atingir fins sociais e políticos ao regulamentar a atuação governamental, a execução dos serviços públicos, a atuação no campo econômico, a administração dos bens públicos e o poder de polícia;
Direito Financeiro: Conjunto de normas relativas a despesa e receita pública;
Direito Tributário: Conjunto de normas que correspondam, direta ou indiretamente, à instituição, arrecadação e fiscalização de tributos;
Direito Penal: Complexo de normas que definem crimes e contravenções, estabelecendo penas, com as quais o Estado mantém a integridade da ordem jurídica, mediante sua função preventiva e repressiva;
Direito Processual: também conhecido como direito Adjetivo. Rege a atividade do Poder Judiciário e dos que a ele requerem ou perante ele litigam, correspondendo, à função estatal de prestação jurisdicional;
Direito Eleitoral: regula o regime eleitoral, a maneira de participação dos eleitores no regime político, os direitos e deveres do cidadão, o procedimento e o processo eleitoral, incluindo o processo penal eleitoral, contendo normas de direito substantivo e adjetivo.
Direito Militar: é o ramo do direito relacionado à legislação das forças armadas. Tem sua origem no Direito Romano, onde era utilizado para manter a disciplina das tropas da Legião Romana.
2.2.2. Público Externo
Direito Internacional Público: Conjunto de normas consuetudinárias e convencionais que regem as relações, diretas ou indiretas, entre Estados e organismos internacionais;
2.2.3 Direito Privado	
Direito Civil: Rege as relações familiares, patrimoniais e obrigacionais que se formam entre os indivíduos enquanto membros da sociedade;
Direito Empresarial: Disciplina a atividade negocial do empresário e de qualquer pessoa, física ou jurídica, destinada a fins de natureza econômica, desde que habitual e dirigida à produção de resultados patrimoniais;
2.2.4 Direito Difuso Interno
Direito do Trabalho: regulamenta as relações entre empregador e empregado, abrangendo as normas, princípios e instituições relativas à organização do trabalho e da produção e à condição social do trabalhador assalariado;
Direito Previdenciário: Conjunto de normas relativas às contribuições para o seguro social e aos benefícios dele decorrentes;
Direito Econômico: Se compõe das normas jurídicas que regulam a produção e circulação de produtos e serviços, com vista ao desenvolvimento econômicodo país jurisdicionado, especialmente no que diz respeito ao controle do mercado interno;
Direito do Consumidor: é um ramo do direito que lida com conflitos das relações de consumo e a defesa dos direitos dos consumidores frente aos fornecedores de bens e serviços;
Direito Ambiental: é a área do conhecimento jurídico que estuda as interações do homem com a natureza e os mecanismos legais para proteção do meio ambiente.
2.2.5 Direito Difuso Externo
Direito Interno Privado: regulamenta as relações do Estado com os cidadãos pertencentes a outros Estados, dando soluções para os conflitos de leis no espaço.
3 PRINCIPIOS GERAIS DE DIREITO
Conceito: entende-se por princípios gerais de direito aquelas regras que, embora não se encontrem escritas, encontram-se presentes em todo o sistema, informando-o.
São exemplos de princípios gerais de direto:
Todos são iguais perante a lei;
Diz-me o fato e te darei o direito (narra mihi factum dabo tibi jus);
Ninguém é obrigado a citar os dispositivos legais nos quais ampara sua pretensão, pois se presume que o juiz os conheça;
Ninguém deve ser punido seus pensamentos (congitations poeman nemo patitu) (punir os pensamentos é o apogeu da tirania);
Ninguém está obrigado ao impossível (ad impossibilita nemo tenetur ou impossibilium, nulla obligatio est);
Falar e não provar é o mesmo que não falar;
Ninguém pode causar dano, e quem causar terá que indenizar;
Ninguém pode se beneficiar da própria torpeza;
Não há crime sem lei anterior que o descreva (Nullum crimen, nulla poena sine praevia lege);
Ninguém pode alienar mais direitos do que efetivamente possui;
PROVA
13/04/2015
AS DIMENSÕES DO FENÔMENO JURÍDICO
A Norma Jurídica
	Se constitui um modelo de conduta estabelecido pela comunidade jurídica, como resultado pela valoração dos fatos da vida, com finalidade de obter a adaptação do homem à convivência social harmônica.
A Dimensão Política:
	É o momento pelo qual os representantes da coletividade valoram os fatos da vida e, quando os considera relevantes para o relacionamento inter-humano, edita norma sobre o assunto e passa regulá-lo em suas consequências no plano jurídico.
A Dimensão Normativa:
	O Direito passa a ser tratado em razão de seus comandos, consubstanciados nas normas jurídicas, despregadas do legislador, na sua pura expressão normativa. É nesta dimensão que se analisa a coerência normativa, adequação da norma ao sistema jurídico, sua constitucionalidade ou inconstitucionalidade.
	A norma é vista como dogma em sua abstração lógica cuja a juridicidade é tratada como ordem de validade.
A Dimensão Sociológica:
	Na dimensão sociológica o Direito analisa e verifica a adequação da norma jurídica aos fatos por ela regulados. Se verifica a subordinação dos fatos da vida à norma jurídica que os previu e regulou.
	Quando essa subordinação seja defeituosa, por não coincidirem a aplicação e a incidência, ter-se-á evidente imperfeição na organização jurídica da sociedade.
TEORIA GERAL DA NORMA JURÍDICA
O MUNDO DOS FATOS E O MUNDO JURÍDICO:
O Mundo Jurídico
	Formado pelos fatos jurídicos e estes, são o resultado da incidência da norma jurídica sobre seu suporte fático quando concretizado no mundo dos fatos;
	
A NORMA JURÍDICA
Conceito
	É proposição através da qual se estabelece que, ocorrendo determinado fato ou conjunto de fatos (= suporte fático / CONJUNTO DE FATOS QUE SÃO IMPORTANTE PARA O DIREITO (ex: quando alguém matar alguém, quando alguém furtar alguém, etc.)) a ele devem ser atribuídas certas consequências no plano do relacionamento intersubjetivo (=efeitos jurídicos);
Elementos
Descrição de um suporte fático do qual resultará o fato jurídico;
Prescrição dos efeitos atribuídos ao fato jurídico respectivo;
Normas Explícitas
	São normas jurídicas expressas mediante proposições formuladas em textos sintéticos. Podem ser:
Integrativas: buscam evitar repetições inúteis, de modo que uma pressuponha a outra.
O suporte fático (SF) não se encontra expresso em seu texto, mas está relacionada ao SF de outra norma que lhe corresponder.
Exemplo: CC, Art. 389, 402;
Remissivas: buscam evitar repetições inúteis, de modo que uma pressuponha a outra.
O suporte fático (SF) não integram outras, mas as fazem integrantes suas, isto é, apanham outras normas e as consideram parte de seu conteúdo.
Exemplo: CC, Art. 927, 186.
Normas Implícitas
O sistema jurídico positivo não consegue atender todas as situações da vida social.
Aplicação por analogia de normas explícitas – dos costumes, dos princípios gerais de direito e, em casos excepcionais, da equidade que fundamentam o sistema jurídico.
LINDB, Art. 4º;
Normas Sancionistas:
Para Kelsen, a Norma Jurídica (NJ) teria uma estrutura dúplice.
NJ Primária (NJP) e NJ Secundária (NJS), ou seja:
	NJS: se F (fato) então deve ser P (preceito - consequência)
	NJP: se não P (preceito – consequência) então S (sanção - punição)
Exemplo: Art. 389
NJS:
F (SF): havendo uma dívida;
P (Preceito): o devedor deve cumpri-la;
NJP:
Não P (descumprimento da norma): Não cumprida a obrigação;
S (sanção): responde o devedor por perdas e danos;
Para Kelsen, as normas tem que trazer uma sanção.
Normas não sancionistas:
Para Pontes de Miranda, Von Tuhr, entre outros, a NJ é uma proposição completa, bastando a menção ao SF e ao P;
Assim:
	NJ = SF + P
Da Existência a Eficácia – Noções Gerais
Os planos do mundo jurídico
	Plano da Existência
	Plano da Validade
	Plano da Eficácia
	Requisitos do Plano da Existência
	Requisitos do Plano da Validade
	ARTMED
Direitos <-> deveres
Ações <-> Exceções
Pretensões <-> obrigações
27/04/2015
Questões para entregar dia 04/05 sobre LINDB
O que é LINDB?
Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro. Consiste em norma jurídica autônoma, aplicável sobre todo o ordenamento jurídico, e não apenas ao Direito Civil.
Quais são suas funções?
Garantir a eficácia global e a estabilidade jurídica.
Estabelecer mecanismo de integração de normas.
Regular a vigência e eficácia da norma jurídica.
Fornecer critérios de hermenêutica.
O que é e quais são as diferenças entre vigência, validade e eficácia?
Vigência: A vigência da norma, por sua vez, tem relação com a sua “existência específica”[7]. Ele é “um termo com o qual se demarca o tempo de validade de uma norma[;] [...] é a norma válida (pertencente ao ordenamento) cuja autoridade já pode ser considerada imunizada, sendo exigíveis os comportamentos prescritos”[8]. Assim, a norma será vigente quando puder ser exigida. 
Validade: A validade tem relação com o ingresso da norma no ordenamento jurídico, ou seja, uma norma será válida quando não contradizer norma superior e tenha ingressado no ordenamento atendendo ao processo legislativo pré-estipulado.
EFICÁCIA.  Por fim, a eficácia está relacionada com a produção de efeitos[9]. Com o “fato real de ela [a norma] ser efetivamente aplicada e observada, da circunstância de uma conduta humana conforme à norma se verificar na ordem dos fatos”[10].
O que é vocatio legis?
Vacatio legis é uma expressão latina que significa "vacância da lei", ou seja: " A Lei Vaga"; é o prazo legal que uma lei tem pra entrar em vigor, ou seja, de sua publicação até o início de sua vigência, se não for dito prazo de vacância expressamente pela lei, esse, será o prazo 
Como se dá a aplicação da lei no tempo?
As normas processuais aplicam-se aos processos em andamento, pouco importando se o fato ocorreu antes ou depois de entrar em vigor a nova da lei, inclusive se esta lei for prejudicial ao réu.
O que é revogação de uma lei? Como ele pode se dar?
Acessação da obrigatoriedade da lei, supressão ou cassação da lei. Pode ser classificada:
Quanto à extensão:
Ab-Rogação – revogação total
Derrogação – revogação parcial
Quanto à forma:
Expressa – deve ser regra, na dicção do art. 9º da Lei Complementar 95/98, pois ocasiona segurança jurídica.
Tácita – decorre de incompatibilidade ou quando uma nova norma regula todo o temada lei anterior, com colisões. Pode se dar como fulcro no critério hierárquico (norma superior revoga norma inferior), cronológico (norma mais nova revoga a mais antiga) e especial (norma especifica revoga normal geral tratando do mesmo tema).
O que é repristinação? Explique:
A repristinação é o instituto jurídico pelo qual a norma revogadora de uma lei, quando revogada, traz de volta a vigência daquela que revogada originariamente. Exemplo: A lei 2 revogou a 1. A lei 3 revogou a 2. A repristinação ocorreria se a lei 1 retornasse a vigência.
O que é ultratividade da lei? Explique:
É um princípio do Direito que guarda relação estreita com os princípios constitucionais da reserva legal e da anterioridade da lei penal, sendo normalmente estudada quando se aborda o âmbito temporal de atuação das normas jurídicas, ganhando especial relevância no Direito Penal. Diz-se que uma lei é ultrativa quando é aplicada posteriormente ao fim de sua vigência. No Direito Penal, quando uma lei posterior pune mais gravemente ou severamente um fato criminoso, revogando de forma expressa a lei anterior que o punia mais brandamente, prevalecerá a lei mais benéfica. Deste modo, diz-se que a lei anterior é ultrativa mas somente para os fatos ocorridos durante sua vigência. Do contrário, se a lei anterior for a mais gravosa, ela não será ultrativa, retroagindo a lei posterior.
O que é ato jurídico perfeito, direito adquirido e coisa julgada? Explique:
O ato jurídico perfeito refere-se à situação consumada, incorporada ao patrimônio jurídico ou à personalidade do respectivo titular pelo fato de o direito ter sido efetivamente exercido (e ter produzido seus efeitos) por atender aos requisitos exigidos pela legislação em vigor à época.
Como se dá a aplicação da lei no espaço? Explique:
A norma processual segue o princípio da territorialidade, ou seja, é aplicável a lei do local.
04/05/2015
Conceito de LINDB
Se constitui um modelo de aplicabilidade das leis em geral.
Norma máxima de hermenêutica que regula a vigência e eficácia das demais normas do ordenamento pátrio.
Finalidade
Contém normas sobre normas, assinalando-lhes a maneira de aplicação e entendimento, predeterminando as fontes do direito positivo, indicando-lhes as dimensões espácio-temporais.
Funções:
Início da obrigatoriedade da lei (art. 1)
Adoção do sistema do prazo de vigência único ou sincrônico, ou simultâneo, segundo o qual entra em vidar de uma só vez em todo o país.
Antigamente, em 1916, 03 dias depois da publicidade, a lei entrava em vigor no Distrito Federal, 15 dias depois no Rio de Janeiro, 30 dias depois nos Estado marítimos e em Minas Gerais, e 100 dias depois nos demais Estados.
		
O tempo de sua vigência (art. 2)
Cláusula de Vigência: Dec. 4.176/02
	Cláusula de vigência é a que indica a data a partir da qual a lei entra em vigor. Na ausência dessa clausula, a lei começa a vigorar em todo o país 45 dias depois de oficialmente publicada.
	Cuidado: alto mar não é território estrangeiro, logo, no silencio, a lei entra em vigor 45 dias depois da publicação.
Vigência e contagem de Prazo: Art. 19. O texto do projeto indicará de forma expressa a vigência do ato normativo. § 1º A clausula entra em vigor na data de sua publicação somente será utilizada nos projetos de ato normativo de menor repercussão, § 2º Nos projetos de ato normativo de maior repercussão, será: (I – estabelecido período de vacância razoável para que deles se tenha conhecimento e; II – utilizada a clausula esta lei entra em vigor após decorridos (o número de) dias de sua publicação oficial).
A eficácia global da ordem jurídica (art. 3)
Os mecanismos de integração da norma (art. 4)
Os critérios de hermenêutica jurídica (art. 5)
O direito intertemporal (art. 6)
O direito internacional privado brasileiro (arts. 7-17)
Os atos civis, praticados, no estrangeiro, pelas autoridades consulares brasileiras.
VOCATIO LEGIS
	Vocatio legis é o período que medeia entre a publicação da lei e a sua entrada em vigor.
	Tem a finalidade de fazer com que os futuros destinatários da lei a conheçam e se preparem para bem cumpri-la.
A vacatio legis é obrigatória:
Lei que cria ou aumenta contribuição social para a Seguridade Social. Só pode entrar em vigor noventa dias publicação (art. 195, § 6º, da CF)
Lei que cria ou aumenta tributo. Só pode entrar em vigor noventa dias da data que haja sido publicada, conforme art. 150, III, c, da CF, com redação determinada pela EC 42/2003. Saliente-se ainda, que deve ser observado o princípio da anterioridade.
A vacatio legis não é obrigatória:
Atos Administrativos. Salvo disposição em contrário, entram em vigor na data da publicação (art. 103, I, do CTN (código tributário nacional);
Emendas Constitucionais. No silencio, entram em vigor no dia da sua publicação;
Lei que cria ou altera o processo eleitoral. Tem vigência imediata, na data da sua publicação, todavia, não se aplica à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência (art. 16 da CF).
Forma de Contagem:
	Quanto à contagem do prazo de vacatio legis, dispõe o art. 20 (a contagem do prazo para entrada em vigor dos atos normativos que estabeleçam o período de vacância far-se-á incluindo a data da publicação e o último dia do prazo, entrando em vigor no dia subsequente à sua consumação integral) DEC. 4.176/02 (decreto), que deve ser incluído o dia da publicação e o último dia, devendo a lei entrar em vigor no dia seguinte.
	Conta-se o prazo dia a dia, inclusive domingos e feriados, entrando em vigor no dia seguinte ao último dia, ainda que se trate de domingo e feriado.
Lei Corretiva:
	A lei foi publicada com incorreções e erros materiais.
Se a lei ainda não entrou em vigor: Não é necessária nova lei, bastando a repetição da publicação, sanando-se os erros, reabrindo-se, destarte, o prazo da vacatio legis em relação aos artigos republicados;
Se a lei já entrou em vigor: Necessária a edição de nova lei, que é denominada lei corretiva, cujo efeito, no silencio, se dá após o decurso do prazo de 45 dias a contar da sua publicação;
Local de publicação das Leis:
	A lei é publicada no Diário Oficial do Executivo. Porém, nada obsta a sua publicação no Diário Oficial do Legislativo ou Judiciário.
	Todavia, o termo da vacatio legis é a publicação no Diário Oficial do Executivo. Caso o Município ou o Estado-membro não tenham imprensa oficial, a lei pode ser publicada na imprensa particular.
	Nos municípios em que não há imprensa oficial nem particular, a publicação pode ser feita mediante fixação em lugar público ou então em jornal vizinho ou no órgão oficial do Estado.
Princípio da Obrigatoriedade das Leis (Nemine excusat ignorantia legis – Direito Brasileiro não admite o desconhecimento da lei)
	De acordo com esse principio ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece.
	Uma vez em vigor, todas as pessoas sem distinção devem obedecer a lei, inclusive os incapazes, pois ela se dirige a todos.
	Art. 3º Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece.
Princípio da Continuidade das Leis:
	De acordo com esse principio, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue (art. 2º da LINDB).
	Assim, só a lei pode revogar a lei. Esta não pode ser revogada por decisão judicial ou por ato do Poder Executivo. Em regra, as leis tem efeito permanente, isto é, uma vigência por prazo indeterminado, salvo quanto as leis de vigência temporária.
	Art. 2º Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue.
	§ 1º A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior.
	§ 2º A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior.
Cessação da Vigência:
Se destinada a vigência temporária: Findo o prazo; Exemplo: Leis orçamentárias; leis de incentivo fiscais; disposições transitórias;Sem vigência temporária: até que seja modificada e/ou revogada por outra, em função do princípio da continuidade;
Cessação da Vigência – A Revogação
	Revogar é tornar sem efeito uma norma;
Espécies:
Ab-rogação: é a supressão total da norma anterior;
Derrogação: torna sem efeito uma parte da norma;
Tanto Ab-rogação quanto Derrogação, podem ser:
Expressa: quando o legislador declara extinta a lei velha em todos os artigos ou aponta claramente os artigos que pretende retirar;
Tácita: Quando a lei nova passa regular a matéria tratada pela lei anterior, sem apontar expressamente a revogação.
Repristinação:
	Repristinação é a restauração da vigência de uma lei anteriormente revogada em virtude da revogação da lei revogadora.
	Dispõe o § 3º do art. 2º da LINDB: “salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência”.
	O efeito repristinatório não é automático; só é possível mediante cláusula expressa.
E as relações jurídicas sob a vigência da Lei Velha?
Dois critérios:
Disposições Transitórias: conciliam a nova norma com as relações já definidas pela anterior; de vigência temporária, tem a função de evitar conflitos entre a lei nova e a anterior;
Princípios de Retroatividade e Irretroatividade da norma: para solucionar conflitos na ausência de normação transitória;
É retroativa a norma que atinge os efeitos de atos jurídicos praticados sob a vigência da norma revogada; É irretroativa a que não se aplica a situação jurídica constituída anteriormente;
Princípio da Retroatividade e Irretroatividade das Leis
	O art. 5º (Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: ...), inc. XXXVI (a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada) da CF estabelece que a lei não pode retroagir para violar o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada.
	Devem ser respeitadas, portanto, as relações jurídicas constituídas sob a égide da lei revogada.
Direito Adquirido: é o que pode ser exercido desde já por já ter sido incorporado ao patrimônio jurídico da pessoa;
Ato Jurídico Perfeito: é o já consumado de acordo com a lei vigente ao tempo em que se efetuou. Exemplo: contrato celebrado antes da promulgação do Código Civil não é regido por este diploma legal, e sim pelo Código Civil anterior;
Coisa Julgada: é a sentença judicial de que já não caiba mais recurso. É, pois, a imutabilidade da sentença.
A Retroatividade da Lei:
	A CRFB não impede a edição de leis retroativas; veda apenas a retroatividade que atinja o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada.
	A retroatividade, consistente na aplicação da lei a fatos ocorridos antes da sua vigência, é possível mediante dois requisitos:
Cláusula expressa de retroatividade;
Respeito ao direito adquirido, ato jurídico perfeito e coisa julgada.
Situações de retroatividade da lei:
Lei penal benéfica;
Lei com cláusula expressa de retroatividade, desde que não viole o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada. Na área penal, porém, é terminantemente verdade a retroatividade de lei desfavorável ao réu.
Lei interpretativa: é a que esclarece o conteúdo de outra lei, tornando obrigatória uma exegese, que já era plausível antes de sua edição.
Aplicação da Lei no Espaço (território – lugar)
	Em razão da soberania estatal, a norma aplica-se no espaço delimitado pelas fronteiras do Estado.
Doutrina da Territorialidade Moderada:
	Sem comprometer a soberania nacional, os Estados admitem em determinadas hipóteses, a aplicação de normas estrangeiras;
Territorialidade:
A norma aplica-se no território do Estado, inclusive ficto, como:
Embaixadas;
Consulados;
Navios e aeronaves de guerra onde quer que se encontrem;
Navios mercantes em águas territoriais ou em alto mar;
Navios estrangeiros (menos de guerra), em águas territoriais;
Aeronaves comerciais em espaço aéreo nacional ou internacional;
Extraterritorialidade: (arts. 7, 10, 12, 17 da LINDB)
	Aplica-se em território de outro Estado, segundo princípios e convenções internacionais;
	Estatuto do Estrangeiro;
Questões relativas ao começo e fim da personalidade;
Questões relativas ao nome, à capacidade das pessoas, ao direito de família e sucessões;
Questões relativas à competência da autoridade judiciária;
11/05/2015
As Fontes do Direito
O Alcance do Vocábulo “fonte”
Expressão vem do latim (fons, fontis, nascente);
Significado: Tudo aquilo que origina, que produz algo.
A expressão, no Direito, indica as formas pelas quais ele manifesta-se.
As fontes do direito asseguram à sociedade que o juiz, o ao decidir, os casos concretos que lhe são postos, não decida pautado em critérios subjetivos, centrado em critérios pessoais.
Conceito: José Cretella Júnior
	“fonte é o vocábulo que designa concretamente o lugar onde brota alguma coisa, como fontes d’água ou nascente, a expressão fontes do direito significa o lugar de onde provem a norma jurídica, donde nascem regras jurídicas ainda não existentes na sociedade humana, 
Fonte no sentido de validade do ordenamento jurídico
	Segundo Kelsen, a norma fundamental (Constituição no sentido lógico-juridico) é a fonte primordial do direito, de acordo com a qual devem estar todas as demais leis do ordenamento jurídico.
	Desse modo, uma norma só pode
Fontes do Direito:
	Conceito
	
	São os vários modos de onde são buscadas, nascem ou surgem as normas jurídicas e os princípios gerais da ciência do direito.
	É uma expressão utilizada no meio jurídico para se referir aos componentes utilizados no processo de composição do direito, enquanto conjunto sistematizado de normas, com um sentido e lógica próprios, disciplinador da realidade social de um estado. Em outras palavras, fontes são as origens do direito, a matéria prima do qual se nasce o direito.
São utilizadas como fontes recorrentes do direito as leis, o costume, a jurisprudência, equidade e a doutrina.
	Leis são as normas ou o conjunto de normas jurídicas criadas através de processos próprios, estabelecidas pelas autoridades competentes;
	Costume é a regra social derivada de prática reiterada, generalizada e prolongada, o que resulta numa convicção de obrigatoriedade, de acordo com a sociedade e cultura em particular.
	Jurisprudência é o conjunto de decisões sobre interpretações de leis, feita pelos tribunais de determinada jurisdição.
	Equidade é a adaptação de regra existente sobre situação concreta que prioriza critérios de justiça e igualdade.
	Doutrina é a produção realizada por pensadores, juristas e filósofos do direito, concentrados nos mais diversos temas relacionados às ciências jurídicas.
A classificação das fontes: FONTES DIRETAS E FONTES INDIRETAS
Diretas:
Leis – normas gerais e impressas, valendo para o futuro e editadas para um número ilimitado de pessoas; as leis merecem um especial destaque, já que constituem a principal fonte do Direito.
	Leis (sentido strictu): leis complementares; leis ordinárias; leis delegadas, medidas provisórias; decretos legislativos e resoluções.
	Costumes – norma jurídica não escrita, que o uso continuado consagra, respeitando pela sociedade onde se instala como se tivesse força de lei, o costume é oriundo de uma convicção do grupo social, que o cumpre com rigor.
Indiretas (influenciam nas decisões)
Doutrina: trabalhos teóricos desenvolvidos por estudiosos do Direito, que visam à interpretação das leis e dos preceitos jurídicos;
Ex.: Teorias trazidas em livros são doutrinas.
Jurisprudência: conjunto de decisões proferidas pelos tribunais de segunda instância em casos concretos, específicos.
Observação...Jurisprudência e Súmula Vinculante:
	A jurisprudência constitui-se de decisões, nos casos concretos.
	A Súmulavinculante é a síntese dessas jurisprudências e representa o entendimento jurisprudencial mais recorrente e reiterado em decisões.
	A súmula é emitida (e numerada, inclusive) pelo STF/STJ e, de certa forma, ela é a consolidação da jurisprudência, após várias decisões irem ao encontro do mesmo entendimento, de modo que ela preestabelece posicionamentos, fixando parâmetros para os tribunais inferiores.
Outra classificação de Fontes:
Fontes Materiais (também chamadas REAIS)
	São os fatos sociais, as próprias forças sociais criadoras do Direito. Constituem a matéria-prima da elaboração deste, pois são os valores sociais que informam o conteúdo das normas jurídicas.
	As fontes materiais não são ainda o Direito pronto, perfeito, mas concorrem para a formação deste sob a forma de fatos sociais econômicos, políticos, religiosos, morais.
Fatos Sociais de natureza política, encontraremos no papel inegável das ideologias políticas, ao originarem movimentos políticos de fato, como as revoluções e as quarteladas.
Na religião, há uma fonte destacada do Direito, haja vista a Antiguidade Oriental e a Clássica, nas quais encontramos Direito e Religião confundidos.
Fatores morais na elaboração do Direito, citem-se as virtudes morais, os valores sociais considerados por todos, como o decoro, a decência, a fidelidade, o respeito ao próximo.
Como fatores naturais, pode-se citar o clima, o solo, a raça, a geografia, a população, a constituição anatómica dos povos.
Montesquieu, no O Espírito das Leis, informou sobre a influência das condições mesológicas sobre os povos e suas leis, que deveriam ser aquelas apropriadas.
FONTES HISTÓRICAS:
	São os documentos jurídicos e convenções coletivas do passado que, graças a sua sabedoria e aplicabilidade, continuam a influir nas legislações do presente.
	Ex.: São fontes históricas do Direito brasileiro, por exemplo, o Direito Romano, o Direito Canônico, as Ordenações Afonsinas, Manuelinas e Filipinas, o Código de Napoleão, a legislação da Itália fascista, entre outros.
FONTES FORMAIS
	É o que dá forma ao Direito, fazendo referência aos modos de manifestação das normas jurídicas, demonstrando quais os meios devem ser empregados pelo jurista para o funcionamento do direito vigente.
	As fontes formais podem ser estatais e não estatais.
	Estatais: dividem-se em Legislativas (as leis) e Jurisdicionais (jurisprudência, precedentes judiciais, súmulas, sentenças, acórdãos (decisão de tribunal superior recebe esse nome)).
	As fontes formais não estatais referem-se ao direito consuetudinário e ao direito científico (doutrina).
Esquema (foto) – Fontes Normais do Direito
FONTES FORMAIS ESTATAIS
	
	Lei é a principal fonte formal do direito nos países da Civil Law.
	Há essa tendência a codificar o direito, para buscar maior certeza e segurança nas relações jurídicas.
	Ainda: O processo baseado na lei escrita costuma ser mais rápido do que o Direito baseado em precedentes, casos concretos, como nos países da common law. Objetivo da celeridade, rapidez: alcançar meios que possam dar mais agilidade às demandas (morosidade legislativa).
	O Estado cria a lei e concede ao costume e à jurisprudência a forma desta.
	O Termo “Lei”
	Diniz distingue três formas que o termo pode ser usado:
Amplíssima: Lei = norma jurídica (escrita ou costumeira)
Ampla: o sentido da lei que faz menção apenas as normas jurídicas escritas segundo o verbo legere (ler) por isso que podem ser lidas. A legislação positiva.
Estrita ou técnica: lei = norma jurídica elaborada pelo poder legislativo, por meio do devido processo. Exemplo: A Constituição Federal, lei complementar, lei ordinária, decreto legislativo, etc.
A JURISPRUDÊNCIA
	Conjunto de decisões uniformes e constantes dos tribunais, resultante da aplicação da norma a casos semelhantes, é o conjunto de normas emanadas dos juízes em sua atividade jurisdicional. É as decisões de Tribunais que uniformizam as decisões judiciais.
	Segundo Reale, a jurisprudência é a forma de Direito que se processa através do exercício da jurisdição, em virtude de uma sucessão harmônica de decisões dos tribunais.
ESQUEMA – FOTO DE JURISPRUDENCIA (VER)
FONTES FORMAIS NÃO ESTATAIS:
Costume: é a prática reiterada de determinado ato, com a convicção de sua necessidade jurídica. A lei, por mais completa que tente ser, jamais poderá abrigar todos os fatos sociais que necessitam uma proteção jurídica, por isso, o costume ainda tem papel fundamental no direito, haja vista insuficiência legal.
Segundo o art. 4º. Da LINDB o costume ocupa uma posição subsidiária a lei.
Art. 4º. Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito.
O costume é formado por dois elementos:
Objetivo: uso que o consagra no meio social;
Subjetivo: convicção de sua juridicidade.
Para a vigência de um costume é necessário:
Continuidade – longa prática (uso e convicção da juridicidade);
Convicção de sua exigibilidade.
Uso deve ser uniformes, constante, público e geral. Não se confunde o elemento subjetivo com a mera praxe, pois no costume há um sentimento de dever jurídico, de obrigatoriedade.
Requisitos:
Continuidade (uso reiterado);
Uniformidade (pelo menos numa região determinada);
Diuturnidade (duração longa);
Moralidade:
Obrigatoriedade.
Espécies de Costumes: Em relação as leis o costume pode ser:
Secundum legem (segundo a lei): é previsto na lei que reconhece ou orienta o uso do costume. Art. 1297, § 1º. CC (muros, cercas, divisórias “até prove-se em contrário pertencem aos dois confinantes”).
Proeter legem: caráter supletivo, supre a lei nos campos omissos e preenche as lacunas da lei. Art 4º. Da LINDB – “quando a lei for omissa, o juiz decidirá com base nos costumes, analogia e Princípios Gerais do Direito”.
Contra legem (contra lei): forma-se em sentido contrário ao da lei, admite-se em caso de defasagem da lei. Não há uniformidade na doutrina. Ex. Cheque pré-datado. (a lei não prevê cheque pré, pois é contado perante a lei, cheque de ordem a vista. Mas é um costume e colocar sempre a data pré no lugar extenso).
A DOUTRINA
	É a atividade dos juristas, cientistas do Direito. São ensinamentos dos professores, juízes, promotores ou demais estudiosos do Direito.
	Por meio da doutrina, buscam-se enunciados para facilitar a compreensão dos conceitos jurídicos.
18/05/2015
HERMENÊUTICA JURÍDICA
A interpretação das normas:
Conceito
Interpretar é descobrir o sentido e o alcance da norma, procurando a significação dos conceitos jurídicos.
É explicar, esclarecer, dar significado ao vocábulo, é extrair da norma tudo que nela contem, revelando seu sentido apropriado para a vida real.
Funções:
Conferir a aplicabilidade da norma jurídica às relações sociais que lhe deram origem.
Estender o sentido da norma a relações novas, inéditas ao tempo de sua criação.
Temperar o alcance do preceito normativo, para fazê-lo corresponder às necessidades reais e atuais de caráter social.
A Hermenêutica Jurídica
	
É o conjunto de regras ordenadas que fixam os critérios e princípios que norteiam a interpretação das normas jurídicas.
Critérios Hermenêuticos:
A vontade de lei ou do legislador?
	A Teoria Subjetiva:
A meta da interpretação é estudar a vontade histórico-psicológica do legislador expressa na norma, porque:
Não se pode ignorar a vontade do legislador;
Os fatores objetivos, que influenciam na vontade da lei, também estão sujeitos a interpretação;
A segurança e a certeza da captação do sentido da norma ficariam à mercê da opinião do interprete;
A interpretação deve procurar compreender o pensamento do legislador, sendo, ex tunc (tapa na testa, voltar para trás, um efeito novo que não se volta para trás).
A Teoria Objetiva:
A interpretação deve se ater à vontade da lei, a intenção da norma;
Independe do querer subjetivo do legislador, porque após o ato legislativo a lei desliga-se do seu elaborador, adquirindo existênciaobjetiva;
Deve se procurar o sentido imanente no texto e não o que o seu prolator teve em mira;
O sentido incorporado pela norma é mais rico do que tudo que seu criador pensou, porque ela, pelo seu dinamismo, é suscetível de adaptação. A interpretação deve ser ex nunc.
Argumentos da Teoria Objetiva:
O da vontade: não há legislador dotado de vontade própria. A vontade do legislador é mera ficção pois o ato legislativo é atividade coletiva com a colaboração de muitos;
Da forma: somente manifestações volitivas vertidas em forma legal tem força obrigatória;
Da confiança: a norma legal será aplicada segundo seu sentido objetivo, indistintamente. Logo o interprete deve conceder essa confiança à palavra contida na norma;
Da integração: só a interpretação objetivista atende os interesses de integração e complementação do direito pelo órgão competente;
A Crítica as teorias:
Nenhuma das duas responde satisfatoriamente a questão;
A subjetiva favorece, em certa medida, o autoritarismo, por preconizar a preponderância da vontade do legislador;
A objetiva, por dar destaque à equidade do interprete, deslocando a responsabilidade do legislador para o interprete, favorece a anarquia.
“Terson Sampaio Ferraz Junior”
TÉCNICAS INTERPRETATIVAS
	Técnica Gramatical: Também chamada de literal, semântica ou filológica. O hermeneuta busca o sentido literal do texto normativo. Busca estabelecer uma definição, ante a indeterminação semântica dos vocábulos normativos, que em regra são vagos e ambíguos.
Regras de Interpretação Literal:
Palavras podem ter uma significação comum e uma técnica, caso em que se deve dar preferencia ao sentido técnico;
Deve ser considerada a colocação da norma no contexto legislativo a que se refere;
Havendo antinomia (contradição, contrariedade) entre o sentido gramatical e o lógico, este deve prevalecer;
O significado da palavra deve ser tomado em conexão com o da lei;
O termo deve ser interpretado em relação aos demais;
Havendo palavras com sentido diverso, cumpre ao interprete fixar-lhes o adequado ou verdadeiro.
O Processo Lógico de Interpretação:
O que se pretende é desvendar o sentido e o alcance da norma, estudando-a por meio de raciocínios lógicos, analisando os períodos normativos e combinando-os entre si visando a compatibilização;
Procedimentos:
Atitude formal: busca solucionar incompatibilidades estabelecendo:
Regras gerais de aplicação das normas, mediante critérios de sucessividade (até que se modifique ou revogue), especialidade, de retroatividade e irretroatividade;
Regras relativas ao problema da especialidade: Lex Loci (quando se aplica a lei do lugar) e Lex personae (lei da pessoa).
Atitude prática: visa evitar incompatibilidades à medida em que elas forem se apresentado, repensando disposições normativas em relação ao caso concreto.
Atitude diplomática: visa evitar a incompatibilidade em certo momento e em certas circunstancias e deve se ater, mesmo que provisoriamente, somente aquele conflito.
O Processo Sistemático
	É o que considera o sistema em que se insere a norma, relacionando-a com outras normas concernentes ao mesmo objeto.
	Técnica de interpretação de atos normativos em que o hermeneuta relaciona umas normas a outras até vislumbrar-lhes e o alcance.
O processo Histórico
	Averiguação dos antecedentes históricos da norma. O histórico do processo legislativo, as circunstancias sociais históricas que ensejaram a criação da norma, visando captar o exato significado, a razão e o resultado que pretende atingir.
O processo Sociológico ou teleológico
	Visa adaptar a finalidade das normas às exigências sociais. Busca o fim, a razão do preceito normativo para a partir dele determinar seu sentido.
	Regras:
As normas conformes no seu fim devem ter idêntica execução, não podendo ser entendidas de modo que produzam decisões diferentes sobre o mesmo objeto;
Se o fim advém de várias normas, cada uma delas deve ser compreendida de maneira que corresponda ao objetivo resultante do conjunto;
Deve-se conferir ao texto normativo um sentido que resulte haver a norma regulado a espécie a favor e não em prejuízo de quem ela visa proteger;
Os títulos, as epigrafes, o preâmbulo e as exposições de motivos da norma auxiliam a reconhecer o seu fim.
EFEITOS DO ATO INTERPRETATIVO
	A interpretação extensiva ou restritiva é o efeito obtido a que chegará empenhado a desvendar o sentido ou o alcance do texto normativo.
	A interpretação extensiva visa completar uma norma, admitindo que ela abrange certos fatos-tipos, implicitamente. Ultrapassa o núcleo do sentido normativo para compreender casos que não estão expressos em sua letra, mas que nela se encontram, virtualmente, incluídos, conferindo assim, mais amplo raio de ação.
	A interpretação restritiva, visa limitar a incidência do comando normativo, impedindo que se produza efeitos não desejados, porque suas palavras abrangem hipóteses que nelas, na realidade, não se contêm. Não reduz o campo da norma, determina-lhes tão somente os limites de aplicabilidade.
	A interpretação Extensiva ou Restritiva, apesar de não serem processos ou técnicas interpretativas, são importantes efeitos do ato de interpretar.
	O hermeneuta, ao interpretar, deve se ater:
Ao espírito do texto normativo;
À equidade;
Ao interesse geral;
Ao paralelo entre a norma interpretada e outras, sobre idêntico objeto, contidas no mesmo diploma legal ou em outro;
Ao tipo de disposição normativa interpretada, pois há preceitos que não aditem interpretação extensiva, como os de Direito Penal e Tributário.
Organização do poder judiciário
Conceito: a palavra judiciário está ligada a expressão juris dicio = jurisdição, responsável por interpretar as leis para solucionar casos concretos. Por meio de seus juízes e tribunais, o judiciário media as disputas a algumas coisas, quem deve cumprir uma obrigação ou se uma pessoa é culpada ou inocente. Resolução dos litígios, aplicação da lei positiva para casos concretos.
O estado contemporâneo tem que elaborar da legislação, execução da lei visando bem comum, função aplicar a lei positiva para casos concretos.
Função: garantir o direito das pessoas e promover a justiça, aplicando as leis nas mais variadas questões.
Organização: facilitar o trabalho dos juízes e o andamento dos processos o judiciário tem divisões que organizam o seu funcionamento.
Divisão de competências:
Justiça estadual comum, de cada estado busca solucionar conflitos que possam surgir entre pessoas, empresas, instituições e impões penas aquelas que cometem algum crime.
Justiça federal comum: julga casos que forem de interesse da união , das autarquias ou das empresas publicas.
Justiça do trabalho – especializada: busca resolver conflitos entre trabalhadores e empregados.
Justiça eleitoral: especializadas existe para garantir o processo eleitoral seja honesto.
Justiça militar – Especializada: processa e julga os crimes militares.
Divisão Hierárquica
São três instancias. A ação entra na primeira instancia. Caso seja julgada e tenha recurso vai para a segunda instancia, dependendo das circunstancias poderá ir para a terceira instancia, na qual haverá uma decisão final.
Primeira instancia. É aquela que primeiro analisa e julga um caso apresentado ao judiciário, geralmente representada pelos juízes. Quando um juiz toma uma decisão a respeito de uma ação, diz-se que existiu uma sentença da 1ª instancia, já que caso uma das partes interessadas do processo (autor ou réu) não concordem com a decisão pronunciadas pelo juiz, pode apelar para que o caso seja analisado em 2ª instancia, isto é, pode pedir para que a decisão seja reavaliada.
Segunda instancia é representada pelo tribunal de justiça, de cada estado, situado na capital, é para lá que vão os casos que sofrem apelação para que sejam examinadas as decisões tomadas na primeira instancia, tendo os desembargadores dos tribunais poder para modifica-las ou mantê-las. São três desembargadores.
Terceira instancia: aos controversospodem ainda ser enviados a uma 3ª instancia de poder STF (supremo tribunal federal) ou STJ (superior tribunal de justiça). Os tribunais Superiores nos quais os Ministros tomam decisões finais, a qual não cabe mais recurso. A função dos tribunais Superiores é garantir que a lei seja interpretada da mesma forma em todo pais.
Art 92. São órgãos do Poder Judiciário.
STF – supremo tribunal federal
CNJ – conselho nacional de justiça
STJ – superior tribunal de justiça
TRF e Juízes federais – tribunais regionais federais
Tribunais e juízes do trabalho
Tribunais e juízes eleitorais
Tribunais e juízes militares
Tribunais e juízes dos estados e do distrito federal e territórios.
O STF, CNJ e STF tem sede na capital federal e possui jurisdição em todo território nacional.
Justiça estadual – reúne a maior parte dos casos que chegam ao judiciário, já que ela é a responsável pelas questões mais comuns, tanto na área civil (bens e questões de família), quanto na ara criminal. Cada estado tem o poder de organizar de forma que achar mais conveniente a estrutura de seu poder judiciário.
Justiça civil: decide conflitos relacionados a bens (compra e venda de casas, terrenos, carros, eletrodomésticos; créditos e débitos de transações comerciais e indenizatórias), além de questões de família (casamento, divorcio, guarda e adoção de filhos, herança).
Causas cíveis de menor complexidade como batida de carro, serviços mal prestados, compra de um produto que não foi entregue, produto com defeito já pago, entre outros podem ser encaminhados aos juizados especiais cíveis.
No juizado especiais cíveis o atendimento é mais rápido e os serviços são gratuitos. Para utilizar o juizado especial é preciso que a pessoa seja capaz, maior que 18 anos e o valor do prejuízo não ultrapassa 40 salários mínimos. Empresas não podem encaminhar casos (ativos) aos juizados especiais.
Justiça Criminal: processa e julga pessoas que cometem crimes. Contudo, para que um ato seja considerado crime, não basta ser imoral, ilícito ou injusto, é preciso que a lei o caracterize como crime.
Causas criminais menos graves, que envolvem crimes com penas menores de 1 ano de prisão (menor potencial ofensivo) podem ser julgados pelos juizados Especiais Criminais (JECrim) este juizado tem como característica maior rapidez e processos mais simples e descomplicados, que em geral tem como objetivo levar a conciliação, reparação dos danos causados ou a aplicação de penas que não sejam de prisão.
Crimes graves como roubo, agressões física e trafico de drogas são julgados diretamente pelos juízes das varas criminais.
Casos gravíssimos, como crimes dolosos (intencional) contra a vida, como por exemplo, matar ou tentar matar alguém, são julgados nos tribunais de Juri.
Nesses tribunais, o julgamento não é feito somente pelo juiz, mas também por um júri popular. O júri popular é composto por cidadãos comuns, maiores de 21 anos, sem distinção de sexo, profissão, renda ou escolaridade e que não tenham pendencias como a lei. É o júri que decide se uma pessoa que cometeu um crime gravíssimo é culpada ou inocente, e cabe ao juiz decidir qual é a pena em caso de culpa.
Justiça estadual: além da divisão ente civil e criminal, pode haver outra divisão para estabelecer seu funcionamento de acordo com o numero de habitantes de casa estado.
Divisão em Instancias:
A justiça Estadual é dividida em duas instancias;
A primeira instancia é representada pelos juízes ou pelo Júri (nos crimes intencionais contra a vida) que julgam um caso e tomam uma decisão, chamada de sentença. Quando uma das partes do processo (acusador ou acusado) não concorda com a sentença, pode entrar com um recurso para que o caso seja analisado em segunda instancia. SENTENÇA
Na segunda instancia – TJ - não é mais analisado por uma pessoa mas sim por um colegiado de 3 desembargadores e a decisão, que pode modificar ou manter a sentença, é chamada de ACÓRDÂO (indicando que os desembarcadores entram em um acordo, devem concordar).
Divisao espacial
1ª instancia circunscrição judiciaria: são arese territoriais formadas por uma ou mais comarcas próximas. Videira, Tangara, Caçador.
Comarca: é o território sobre o qual um ou mais juízes de primeira instancia tem autoridades. Em regiões com cidades muito pequenas uma comarca pode se estender por mais de um município, mas em geral a comarca inclui apenas uma cidade. As comarcas são classificadas de acordo com seu tamanho ( numero de habitantes e eleitores, volume de processos, receita do municio e extensão territorial) em primeira ENTRANCIA, segunda ENTRANCIA e ENTRANCIA ESPECIAL.
Segunda instancia.
Existe apenas um tribunal de justiça por estado e que ele é responsável por julgar todas as apelações daquele estado.
DIVISAO Judicial
Vara é a área judicial em que o juiz de primeira instancia exerce sua autoridade. Elas podem ser únicas (atendem a todo e qualquer processo), civis, criminais ou atender a outras especializações e são numeradas de acordo com o numero de juízes da comarca. As varas especializadas são criadas de acordo com as demandas locais, sendo as mais comuns, além das já mencionadas: Vara da família e das Sucessões, Vara da Infância e da Juventude, Vara de Acidentes do Trabalho e Vara da Fazenda Publica.
Os tribunais não seguem esta divisão.
Justiça de Santa Catarina.
Possui 3 entrância: Inicial, Final e Especial.
O tribunal de justiça, para efeitos de comunicação dos atos processuais, realização de diligencias e atos probatórias, poderá reunir duas ou mais comarcas para que constituíssem uma comarca integrada, desde que próximas as sedes municipais, fáceis as vias de comunicação e intensa a movimentação populacional entre as comarcas contiguas.
Tribunal composto por câmaras.
Justiça federal: é responsável pelas ações que envolvem a união federal, ou o Estado Brasileiro, seja diretamente por meio de autarquias, fundações e empresas publicas. A justiça Federal atua ainda em casos que envolvem estados ou organizações estrangeiras, entrangeiro em situação irregular no pais, desrespeito e tratados internacionais, crimes contra o sistema financeiro, crimes cometidos a bordo de aeronaves ou navios e disputas sobre direitos indígenas. Atualmente esta em discussão o deslocamento dos crimes contra os direitos humanos para a justiça federal.
Composta por 2 instancias. 1ª representada por juízes federais que atuam em varas federais. Quando uma das partes do processo não concorda com a decisão desta instancia, entra com um recurso que envia o caso para uma segunda instancia.
2ª instancia é representada por juízes federais que atuam em tribunais regionais federais TRF.
Quando um caso já passou por elas duas instancias e uma das partes acredita que a lei foi interpretada de maneira errada na justiça Federal, o caso pode ser enviado para análise pelos ministros do Supremo Tribunal de Justiça STJ em Brasília.
Organização: são cinco regiões.
Tribunais regionais Federais: cada região de atuação da Justiça Federal Possui um Tribunal Regional, formado pelas seções judiciarias dos Estados que compõe esta região.
Seções Judiciarias: esta nas capitas cordadas por conjunto de varas federais de cada estado é o local onde atua titulares .
Juizado especial federal – relações com crimes federais menos graves e questões civis de menor complexidade. Competência dos juizados especiais federal busca a conciliação das partes. Julgam coisas de competências de justiça federal até o valor de 60 salários mínimos. São dinâmicos e muitos casos um simples termos circunstanciais substitui o inquérito policial, de maneira que as partes tem chances de falar e serem ouvidas diretamente pelo juiz desde o inicio dispensando o inquérito policial. As penas não envolvem prisões.
São órgãos da justiça federal Art 106.
Tribunal regional federal tem 7 juízes nomeados pelo Presidente da Republica. O quinto é composto por advogados e ministros com mais de dez anos de profissão.
Justiça eleitoral.
Processos eleitorais no pais, trabalhando para organizar, fiscalizare realizar as eleições em níveis municipais, estaduais e federal.
Organizada por 2 instancias. 1ª formada por juizes eleitorais que atuam na vara eleitoral.
2ª. Formada pelo Tribunal regional Eleitoral situados na capital.
Os ministros são responsáveis fazendo com que o código eleitoral seja respeitado e executado de maneira adequado.
Art 118.
Justiça do trabalho: responsável por resolver os problemas relacionados as relações de trabalho, conciliar e julgar ações entre patrões e trabalhadores.
Organização.
São 3 instancias: a 1ª são as comarcas onde existem varas trabalhistas com 1 juiz por vara.
2ª é representada pelos desembargadores federais que atuam nos TRT.
Art. 111.
Justiça Militar: responsável pela aplicação da lei para as categorias militares federais e estaduais, de acordo com a legislação especifica. Ela se divide em Justiça Militar da União e as Justiças Militares Estaduais.
Antinomias
Conceito: O dto é uma realidade dinâmica, que abrange normas, fatos e valores. Logo o sistema jurídico é aberto, composto de subsistemas normativos, legal e consuetudinário, de subsistema fático e de subsistema valorativo, apresentando lacunas quando houver quebra de continuidade entre os subsistemas.
Identificação da lacuna: pela constatação que procura defini-la, classifica-la, verificando os meios para o seu preenchimento, indicando os limites da função integradora do magistrado.
A constatação da lacuna resulta de um juízo de apreciação, cujo ponto decisivo é o processo metodológico, empregado pelo magistrado.
Art. 4º e 5º da LINDB:
art. 4º quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito.
Art. 5º na aplicação da lei, o juiz atendera aos fins sociais a que ela se dirige e as exigências do bem comum.
Meios supletivos da lacuna
Analogia: é um procedimento quase logico, que envolve duas fases: 1ª) a constatação (empírica) por comparação, de que há uma semelhança entre fatos-tipos diferentes e, 2ª) um juízo de valores que mostra a relevância das semelhanças sobre, as diferenças, tendo em vista uma decisão jurídica. É um processo revelador de normas implícitas que se funda na igualdade jurídica, baseada em razoes relevantes de similitude.
Especies de analogia:
*Legis, que consiste na aplicação da lei, norma existente destinada a reger caso semelhante ao previsto.
*Juris, que se apoia num conjunto de normas para extrair elementos que possibilitem sua aplicação ao caso concreto não previsto mais similar. Na pratica só esta é autentica analogia.
Costumes:
O juiz pode socorrer-se de qualquer espécie de costumes, quando se esgotarem as potencialidades legais para preencher a lacuna normativa, axiológica e ontológica, desde que armado de certo grau de sensibilidade e faro sociológico para descobrir o ponto de saturação em que um use pode ser invocado como jurídico.
 
Princípios gerais de direito
Conceito: são normas de valores genéricos que orientam a compreensão do sistema jurídico em sua aplicação e integração. Ex: lindb, art. 32; CC, art 112; proibição do locupletamento ilícito; ninguém pode transferir mais direito do que tem.
Natureza múltipla: de ordem de subsistemas normativos; originam-se das ideias politicas e sociais vigentes; são reconhecidas pelas nações civilizadas os que tiverem substractum (síntese) comum a todos os povos ou a alguns deles em dada época histórica.
Roteiro de aplicação do juiz: o juiz empregando dedução, indução e juízos valorativos deve:
*Buscar os princípios da instituição a que se refere o caso;
*sendo isto inócuo, deve procurar os que informam o livro ou parte do diploma onde se insere a instituição, depois o do diploma onde se encontra o livro, em seguida, o da disciplina a que corresponde o diploma, até chegar aos princípios gerias de todo o direito escrito, de todo o regime jurídico-policio e sociedade das nações.
*procurar princípios de direito costumeiro.
*recorrer ao direito comparado.
*invocar elementos de justiça, entrando na seara da filosofia do direito.
Equidade
Acepções: latíssima – seria a suprema regra da justiça a que os homens devem obedecer.
*lata – confunde-se com os princípios gerais de direito e com o direito natural.
*estrita – seria o ideal de justiça enquanto aplicado, isto é, na interpretação, integração, individualização judiciaria, adaptação, etc.
Espécies de equidade:
Legal – contida no texto normativo
Judicial – quando o legislador, implícita ou explicitamente, incumbe ao juiz a decisão do caso concreto.
Requisitos
- o seu emprego decorre do sistema e do direito natural
-inexistência de texto claro e inflexível sobre a matéria;
-só se aplica em caso de lacuna depois de esgotado os recursos do art. 4º da LINDB
- deve estar em harmonia com o espirito que rege o sistema e com os princípios que informam os institutos objetivo da decisão.
Função: *interpretativa * de adaptação da norma jurídica ao caso concreto a partir do momento que não se tem norma para tal situação * de suplementar a lei.
Correção do direito e antinomia jurídica
Noção de antinomia jurídica: é a oposição que ocorre entre duas normas contraditórias (total ou parcial) emanadas de autoridades competentes, num mesmo âmbito normativo que colocam o jeito numa posição insustentável, pela ausência de inconsistência de critérios aptos a permitir-lhe uma saída nos quadros de um ordenamento dado.
Classificação:
Quanto ao critério de avaliação: aparente: se os critérios para a sua solução a partir da própria norma integrantes do ordenamentos jurídicos.
Real: quando não houver na ordem jurídica qualquer critério normativo para solucionar sendo necessária a sua eliminação e edição de uma nova norma.
Quanto ao conteúdo: própria: se se der por razão formal, independentemente de seu conteúdo material.
Imprópria: se ocorrer em virtude do contudo material das normas.
Espécies:
Princípios: se houver desarmonia numa ordem jurídica pelo fato de dela fazerem parte diferentes ideias fundamentais entre as quais se pode estabelecer um conflito.
Valorativa: no caso de o legislador não ser fiel a uma valoração por ele próprio realizado.
Teleológica: se apresentar incompatibilidade entre os fins propostos por certa norma e os meios previstos por outra para a consecução daqueles fins.
Técnica: atinente à falta de uniformidade da terminologia legal.
Critérios para solução das antinomias
De dto interno:
*hierárquico (lei superior prevalece sobre a inferior)
*cronológico (lei posterior derroga a anterior)
*de especialidades (lei especial tem preferencia sobre a geral)
Critérios para solução da antinomia
Do dto internacional:
*Prior in tempore potior in jus.- que se dá, havendo conflito entre dois tratados, preferencia ao primeiro sobre o Segundo, desde que tenha sido elaborados pelas mesmas partes.
*lex posterior derogat priori – que se aplica sempre que o segundo tratado dita a lei dos estados signatários do primeiro
*lex specialis derogat generali – aplicável somente nos casos de tratados sucessivos entre os mesmos signatários.
*lex superior derogat inferior – pelo qual a norma superior liga-se não a natureza da fonte, mas ao valor por ela colimado.
De direito interno- internacional
*superioridade da norma internacional sobre a interna, se o conflito for submetido a juízo internacional.
*se o conflito for levado a apreciação do juízo interno, este poderá reconhecer ora a superioridade da lei interna, ora a do tratado.
Segundo o grau e os metacríticas para sua resolução
*conflitos entre os critérios hierárquicos e cronológicos será solucionado pela hierarquia. (metarregra lex posterior inferior non derogat priori superiori )– a lei posterior inferior ao principio anterior, vale o principio anterior.
*antinomia entre os critérios de especialidade e cronológico será resolvida pelo metacritério da especialidade (lex posterior generalis non derogat priori specialis
* antinomia entre a hierarquia e a especialidade, havendo uma norma superior-geral e outra inferior-especial,

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