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#DIPRI @CURSO DEL OLMO 2014

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a	fim	de	possibilitar	ao	consumidor	bem	manuseá-lo	e	lê-lo).	Nem	a	editora	nem	o	autor	assumem	qualquer
responsabilidade	por	eventuais	danos	ou	perdas	a	pessoa	ou	bens,	decorrentes	do	uso	da	presente	obra.	Todos	os	direitos
reservados.	Nos	termos	da	Lei	que	resguarda	os	direitos	autorais,	é	proibida	a	reprodução	total	ou	parcial	de	qualquer	forma
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■			Direitos	exclusivos	para	o	Brasil	na	língua	portuguesa
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Tel.:	(0XX21)	3543-0770	–	Fax:	(0XX21)	3543-0896
forense@grupogen.com.br	|	www.grupogen.com.br
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dos	exemplares	reproduzidos	ou	a	suspensão	da	divulgação,	sem	prejuízo	da	indenização	cabível	(art.	102	da	Lei	n.	9.610,
de	19.02.1998).
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fraude,	com	a	finalidade	de	vender,	obter	ganho,	vantagem,	proveito,	 lucro	direto	ou	indireto,	para	si	ou	para	outrem,	será
solidariamente	 responsável	 com	 o	 contrafator,	 nos	 termos	 dos	 artigos	 precedentes,	 respondendo	 como	 contrafatores	 o
importador	e	o	distribuidor	em	caso	de	reprodução	no	exterior	(art.	104	da	Lei	n.	9.610/98).
	
■				Produção	Digital:	Geethik.
	
■			CIP	–	Brasil.	Catalogação	na	fonte.
Sindicato	Nacional	dos	Editores	de	Livros,	RJ.
D422d
Del’Olmo,	Florisbal	de	Souza,	1941	–
Curso	de	direito	internacional	privado,	10.ª	edição/Florisbal	de	Souza	Del’Olmo	–	Rio	de	Janeiro	:	Forense,	2014.
Inclui	bibliografia
ISBN	978-85-309-5407-9
1.	Curso	de	direito	internacional	privado.	I.	Título
99-0355 CDU	341.9
	
	
	
	
	
	
	
	
	
A	Deus,	Criador	de	Todos	os	Mundos;
A	Jesus	Cristo,	o	Divino	Mestre;
Pela	vida,	pela	saúde,	pelas	inspirações.
À	Minha	Família,
Aos	Meus	Alunos,
Aos	Meus	Amigos,
Por	tudo	o	mais.
O	autor
	
	
Ao	 atingir	 sua	 décima	 edição,	 o	Curso	 de	Direito	 Internacional	 Privado	 busca	 complementar	 e
aprimorar	as	sucessivas	revisões	e	atualizações	das	edições	anteriores,	sempre	com	o	intuito	de	torná-lo
cada	vez	mais	apropriado	e	completo	para	o	estudioso	do	Direito.	Procedeu-se	a	uma	releitura	atenta	e
abrangente	 de	 todos	 os	 capítulos,	 atualizando-os	 de	 acordo	 com	 a	 legislação	 vigente	 e	 as	 doutrinas
clássica	e	contemporânea,	bem	como	procurou-se	sanar	eventuais	lacunas	sobre	a	matéria.
Em	 alguns	 capítulos,	 como	 os	 que	 abordam	 a	 nacionalidade,	 o	 direito	 de	 família,	 a	 adoção
internacional,	 a	 concorrência	 internacional	 e	 o	 Mercosul,	 o	 aporte	 oferecido	 nesta	 edição	 foi	 mais
expressivo,	devido	a	aspectos	diversos	e	ao	dinamismo	vivenciado,	ultimamente,	por	esses	temas	no	que
tange	ao	Direito	Internacional	Privado.
Procuramos	 elaborar	 um	 manual	 voltado	 especialmente	 para	 o	 estudante	 universitário,	 com	 uma
linguagem	acessível	e	objetiva,	tornando	a	obra	mais	dinâmica.	Em	alguns	capítulos,	elaboramos	tabelas
para	sintetizar	determinados	assuntos,	com	vistas	a	facilitar	a	aprendizagem	do	aluno,	atentos,	ademais,
aos	 principais	 temas	 cobrados	 em	 concursos	 públicos,	 sempre	 concorridos,	 nos	 quais	 o	 Direito
Internacional	Privado	tem	sido	uma	matéria	cada	vez	mais	presente.	Os	resumos	e	as	questões	propostas,
no	final	de	cada	capítulo,	permitem	ao	 leitor	revisar	brevemente	e	avaliar	seus	conhecimentos	sobre	o
que	aprendeu.
Buscando	 novas	 ementas	 sobre	 conflitos	 que	 envolvem	 leis	 interespaciais,	 houve	 não	 apenas
substituição	de	casos	apresentados	na	edição	anterior,	como	o	aporte	de	jurisprudência	em	mais	alguns
capítulos,	 de	 forma	 a	 permitir	 que	 o	 aluno	 e	 o	 jurista	 conheçam	 o	 posicionamento	 mais	 atual	 dos
Tribunais	 do	 País.	 Exemplos	 clássicos	 da	 doutrina	 nacional	 e	 estrangeira	 também	 foram	 lembrados	 e
explicados	pertinentemente	no	decorrer	dos	capítulos,	visualizando-se	a	aplicação	das	normas	do	DIPr
em	diversos	países.
No	acervo	das	normas	brasileiras	pertinentes	ao	Direito	Internacional	Privado,	em	anexo	no	final	da
obra,	 a	 par	 das	 atualizações	 legislativas,	 incluímos	 outros	 dispositivos,	 como	 artigos	 e	 parágrafos	 da
Constituição	Federal,	do	Código	Civil	e	do	Estatuto	da	Criança	e	do	Adolescente.
Registramos,	a	exemplo	de	edições	anteriores,	a	valiosa	participação,	com	pertinentes	sugestões	e
comentários	 sempre	 enriquecedores	 e	 oportunos,	 dos	professores	Augusto	 Jaeger	 Junior,	 José	Russo	 e
Silvio	 Battello,	 que	 tanto	 contribuíram	 para	 o	 aprimoramento	 desta	 obra.	 Acresçam-se,	 nesta	 edição,
pertinentes	 subsídios	 dos	 professores	 doutores	 Guilherme	 Camargo	Massaú,	 Liliana	 Locatelli	 e	Mara
Darcanchy.
O	 auxílio	 da	 Especialista	 em	 Direito	 e	 oficial	 de	 chancelaria	 Elisa	 Cerioli	 Del’Olmo	 Kämpf
também	 se	 constituiu	 em	 aporte	 inestimável,	 possibilitando,	 com	 sua	 percuciente	 leitura	 e	 oportunas
críticas	 em	 cada	 um	 dos	 capítulos,	 alcançar	 o	 objetivo	 principal	 da	 obra	 –	 torná-la	 um	 instrumento
acessível	 e	 objetivo,	 de	maneira	 a	 propiciar	 um	 aprendizado	mais	 fácil	 dos	 temas	 em	 estudo.	 A	 sua
enriquecedora	 experiência	 laboral	 no	 Ministério	 das	 Relações	 Exteriores	 contribuiu	 para	 selecionar
casos	envolvendo	os	elementos	de	conexão	do	DIPr.
Reiteramos	 a	 nossa	 permanente	 disposição	 de	 mantermos	 e	 aperfeiçoarmos	 o	Curso	 de	 Direito
Internacional	Privado	como	uma	fonte	válida	e	eficaz	no	aprendizado	de	nossa	matéria,	permitindo	ao
estudioso	um	adequado	conhecimento	e	domínio	desse	ramo,	a	cada	dia	mais	presente,	no	universo	das
disciplinas	jurídicas.
Janeiro	de	2014
	
	
É	 com	 a	 disposição	 de	 ser	 útil	 aos	 estudiosos	 de	 Direito	 de	 todo	 o	 Brasil	 –	 professores,
magistrados,	 procuradores,	 advogados	 e	 candidatos	 a	 concursos	 públicos	 na	 área	 jurídica	 –,	 que
apresentamos	este	Curso	de	Direito	Internacional	Privado.
Lançada	 em	1999,	 como	Direito	 Internacional	 Privado:	Abordagens	Fundamentais,	 Legislação,
Jurisprudência,	 a	 obra	 mereceu	 acolhida,	 com	 tiragens	 significativas.	 Embora	 sempre	 atualizada,
sentimos	que	chegara	o	momento	de	uma	releitura	mais	abrangente,	demorada	e	atenta	e	de	inserção	de
novos	capítulos,	abordando	segmentos	do	DIPr,	não	contemplados	especificamente.
Colocamos	nessa	tarefa	todo	o	nosso	esforço	e	experiência	acumulada.	Admitido	para	estágio	pós-
doutoral	 no	Curso	de	Pós-Graduação	 em	Direito	 (CPGD)	da	Universidade	Federal	 de	Santa	Catarina,
sob	 a	 orientação	 do	Professor	Dr.	Luiz	Otávio	Pimentel,	 centramos	 essa	 instigante	 fase	 de	 nossa	 vida
acadêmica	 na	 elaboração	 de	 uma	 obra	 que,	 a	 par	 de	 se	 constituir	 em	 preito	 de	 gratidão	 aos	 que	 –
professores	e	alunos	–	a	haviam	conduzido	a	aceitação	tão	ampla,	trouxesse	contribuição	maior	no	campo
do	DIPr.
A	eleição	dos	temas	para	reflexão	tem	origem	acadêmica	diversa.	Provém	de	troca	de	experiências
com	expoentes	da	disciplina	e	de	áreas	correlatas,	da	 releitura	de	clássicos	nacionais	e	estrangeiros	e
das	 aulas	ministradas	 em	 cursos	 de	 graduação	 e	 pós-graduação,	 de	modo	 especial	 nas	Universidades
Federais	 de	 Santa	 Catarina	 (UFSC),	 do	 Rio	 Grande	 do	 Sul	 (UFRGS),	 do	 Amazonas	 (UFAM)	 e	 de
Uberlândia,	 MG	 (UFU),	 bem	 como	 na	 instituição	 em	 que	 trabalhamos	 desde	 1996,	 a	 Universidade
Regional	 Integrada	 do	Alto	Uruguai	 e	 das	Missões	 (URI),	 campus	 de	 Santo	Ângelo,RS,	 e	 da	 Escola
Superior	de	Direito	de	Mato	Grosso	(ESUD),	de	Cuiabá,	MT.	Nossa	visita	à	Polônia,	durante	o	estágio
pós-doutoral,	em	maio	de	2007,	proferindo	palestras	na	Universidade	de	Varsóvia,	na	Escola	Superior	de
Economia	 de	 Varsóvia	 e	 na	 Universidade	 Marie	 Curie,	 de	 Lublin,	 com	 o	 aporte	 trazido	 por	 essa
experiência	 e	 troca	de	 conhecimentos	 transnacional,	 conscientizou-nos	da	missão.	Questões	 levantadas
pelos	 alunos,	 em	 sua	 ânsia	 de	 resposta	 imediata	 e	 de	 ampliação	 de	 saberes,	 nesses	 encontros,	 trouxe
motivação	especial.
Encetado	e	bem	elaborado,	esse	trabalho	teve	a	gratificação	maior	do	conhecimento	de	novos	vieses
e	peculiaridades	do	Direito	Internacional	Privado.	Ao	optarmos	por	um	objeto	abrangente	da	disciplina,
incluindo	 conflito	 de	 leis	 interespacial,	 nacionalidade,	 condição	 jurídica	 do	 estrangeiro,	 direitos
adquiridos,	 conflito	 de	 jurisdições,	 competência	 internacional	 e	 reconhecimento	 de	 sentenças
estrangeiras,	surgiu	a	necessidade	de	abordar	cada	um	deles.	Reside	aí	a	fonte	dos	capítulos	adicionados,
resultando	agora	em	número	total	de	vinte	e	cinco.
A	nacionalidade,	a	condição	jurídica	do	estrangeiro,	as	pessoas	e	a	adoção	internacional	passam	a
constituir	 capítulos	 próprios.	 O	 consumidor,	 a	 concorrência,	 a	 propriedade	 intelectual,	 as	 relações
jurídicas	 no	 trabalho	 e	 a	 competência,	 todos	 analisados	 sob	 o	 viés	 do	Direito	 Internacional	 Privado,
enriquecem	 a	 obra	 e	 permitem	 ao	 leitor	 economia	 de	meios	 e	 buscas.	 Por	 óbvio,	 a	 consulta	 a	 outros
autores	é	necessária	e	 recomendável,	pois	o	Curso	de	Direito	 Internacional	Privado,	como	toda	obra
dessa	natureza,	não	pode	ter	a	pretensão	de	esgotar	os	temas	abordados.
Mantiveram-se,	 no	 final	 dos	 capítulos,	 os	 resumos	 e	 as	 questões	 propostas,	 estas	 agora	 voltadas
para	respostas	de	formulação	própria,	que	permitam	ao	leitor	explicitar	o	que	aprendeu,	refletir	sobre	o
aprendido	e	dominar	o	conteúdo	estudado.	O	destaque	de	termos,	expressões	ou	conceitos	agora	está	em
itálico,	por	assim	entendermos	mais	adequado.
Continuam	presentes	legislação	e	jurisprudência.	A	primeira	permeia	toda	a	obra,	com	acervo	mais
trabalhado	 no	 capítulo	XI,	 optando-se	 apenas	 por	 não	 inserir,	 como	 anexo,	 o	 Estatuto	 do	 Estrangeiro
(facilmente	 acessível	 no	 site	 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6815.htm)	 e	 o	 Código
Bustamante	 (site	 ccji.pgr.mpf.gov.br.ccji/legislacao).	 Houve,	 assim,	 substancial	 espaço	 para	 os	 novos
capítulos	 e	 o	 conteúdo	 ampliado	dos	 demais.	Quanto	 à	 jurisprudência,	 referem-se	 decisões	 das	 cortes
nacionais	 embasando	 e	 exemplificando	 conteúdos	 ao	 longo	 da	 obra,	 entendendose,	 contudo,
desnecessário	apresentar	um	rol	mais	amplo	de	ementas,	hoje	postas	à	disposição	de	todos	nos	endereços
eletrônicos	dos	respectivos	tribunais.
Um	 trabalho	 como	 este	 só	 é	 possível	 pela	 convergência	 de	 fatores	 e	 conjuntura,	 o	 que	 implica
gratidão	a	colegas	e	amigos,	mestres	e	alunos.	 Impõe-se,	nessa	 tessitura,	 referir	o	aporte	 trazido	pelos
professores	Cláudia	Lima	Marques,	Luiz	Otávio	Pimentel,	Augusto	Jaeger	 Junior,	 José	Russo,	Adriane
Cláudia	Melo	Lorentz,	Sílvio	Javier	Battello,	Amador	Paes	de	Almeida,	Astrid	Heringer,	Diego	Pereira
Machado,	Alessandro	 Freitas	 de	 Faria	 e	Marília	 Zanchet.	 Uma	 referência	 especial	 cabe	 à	 professora
Salete	Oro	Boff,	colega	de	estágio	pós-doutoral	na	UFSC,	com	contribuições	oportunas.
A	 participação	 dos	mestres	 Jorge	Mário	 Fensterseifer	 –	 ao	 longo	 da	 história	 da	 obra	 –	 e	 Artur
Hamerski	 trouxe	 méritos	 para	 a	 linguagem	 e	 a	 correção	 do	 vernáculo.	Membros	 do	 nosso	 Grupo	 de
Pesquisas	CNPq	–	Tutela	dos	Direitos	e	sua	Efetividade,	como	Beatrice	Guimarães	Nóbrega,	Fernanda
Savian	Rodrigues,	Geferson	Deutner	da	Silva,	Vinicius	Batista	Morais,	Paulo	Grzeca,	Patrick	Fachim	e
Pablo	Miguel	Mucha,	foram	profundamente	valiosos.
Por	 fim,	 refiro	Elisa	Cerioli	Del´Olmo,	 também	do	Grupo	de	Pesquisas,	 filha	e	 fonte	de	 todas	as
inspirações	 na	 vida,	 na	 academia	 e	 nos	 sonhos.	 Sua	 vivência	 e	 estudos	 nos	 Estados	 Unidos	 e	 na
Alemanha,	seu	envolvimento	no	Direito	Ambiental	e	áreas	jurídicas	voltadas	ao	ser	humano,	não	obstante
sua	 juventude,	 trouxeram	 à	 obra	 contribuições	 inestimáveis,	 fruto	 de	 seu	 juízo	 crítico	 apurado	 e
honestidade	intelectual,	direcionados	a	nos	manter	ativos,	percucientes,	insaciáveis	na	busca	do	saber	e
saudáveis	em	uma	existência	já	longa.
Nosso	objetivo	maior	é	que	o	Curso	de	Direito	Internacional	Privado	continue	a	merecer	acolhida
e,	mais	 do	 que	 isso,	 a	 cumprir	 sua	missão	 de	 tornar	 o	 estudo	 da	matéria	mais	 acessível,	 agradável	 e
eficaz	e	a	ocupar	o	espaço	que	esse	ramo	merece	no	âmbito	geral	das	disciplinas	jurídicas.
Outono	de	2009
O	autor
	
	
O	 livro	 sobre	 o	 direito	 internacional	 privado	 do	 Professor	Doutor	 Florisbal	 de	 Souza	Del’Olmo
chega	a	sua	décima	edição,	sempre	pela	Editora	Forense,	do	Rio	de	Janeiro,	e	a	exemplo	do	que	se	viu
ao	 longo	 dos	 anos,	 também	 esta	 edição	 contém	 atualizações	 importantes	 para	 o	 operador	 e	 para	 o
estudante	dessa	matéria.
O	autor	é	um	ser	humano	vivido	e	um	experiente	jurista.	Eu	já	contei	esta	história	em	outro	escrito,
mas	como	me	orgulho	muito	dessa	amizade,	eu	me	permito	repeti-la	neste	prefácio.	Conheci	o	professor
Del’Olmo	num	encontro	proposital	na	escadaria	do	prédio	da	Justiça	do	Trabalho,	então	sediada	na	Rua
3	de	Outubro,	em	Santo	Ângelo,	cidade	em	que	morávamos,	no	Rio	Grande	do	Sul.	Na	época,	no	começo
do	 ano	de	 1997,	 ele,	 após	 exitosa	 carreira	 profissional	 em	outra	 área,	 desempenhava	 funções	 naquele
órgão,	 e	 eu	 era	 um	 especializando	 em	 Direito,	 e	 nós	 dois	 pretendentes	 a	 vagas	 de	 Mestrado	 na
Universidade	Federal	de	Santa	Catarina.	Mesmo	ainda	sem	uma	vaga,	de	forma	pretensiosa,	pois,	pus-me
à	 procura	 de	 futuros	 colegas	 para	 dividir	 as	 despesas	 das	 viagens	 que	 passaríamos	 a	 fazer	 após	 a
eventual	aprovação	para	o	curso.	Informado	sobre	outros	conterrâneos	inscritos	no	processo	seletivo,	o
primeiro	listado	que	eu	descobri	e	a	quem	eu	acorri	imediatamente	foi	o	professor	Florisbal	Del’Olmo.
Desde	aquele	momento,	viajamos,	semanalmente,	durante	um	ano,	para	frequentar	as	aulas	do	Mestrado,
quando,	então,	ocorreram	trocas	de	informações	sobre	a	vida	e	a	experiência	jurídica	que	até	hoje	me	são
proveitosas.	Ele	também	me	acolheu	por	muitas	vezes	em	sua	casa,	para	os	estudos	em	grupo,	durante	o
Mestrado	na	UFSC.
A	amizade	que	ali	 se	 iniciou	me	deu	segurança	para	passos	mais	arrojados	na	vida	acadêmica.	É
oportuno	 mais	 uma	 vez	 reconhecer	 que	 foi	 através	 de	 um	 convite	 seu,	 que	 me	 tornei	 professor
universitário.	Em	um	determinado	momento,	em	maio	de	1998,	o	professor	Del’Olmo	necessitou	afastar-
se	 por	 curto	 período	 da	 atividade	 docente	 diária,	 e	me	 convidou	 para	 substituí-lo	 como	 professor	 da
disciplina	de	direito	internacional	privado,	que	foi	lecionada	na	nossa	Universidade	Regional	Integrada
do	 Alto	 Uruguai	 e	 das	 Missões,	 em	 Santo	 Ângelo.	 Veja-se	 que	 a	 nossa	 proximidade	 com	 o	 direito
internacional	privado	vem	já	daquela	época.	Certo	é	que	foi	pelo	convite	do	professor	Del’Olmo,	tendo
sido	conduzido	pelas	suas	mãos	até	a	turma,	que	eu	dei	as	minhas	primeiras	aulas	em	uma	universidade.
É	pelos	motivos	acima	confessados,	não	exclusivamente,	que	eu	aceito	com	grande	prazer	o	convite
para	apresentar	mais	uma	de	suas	consagradas	obras,	que	chega	a	sua	décima	edição.
Aquele	 afastamento	 antes	 referido	 do	 professor	 Del’Olmo	 das	 aulas	 não	 representou,	 de	 forma
alguma,	um	descanso.	Pois	não	é	que	já	no	começo	do	ano	de	1999	surgia,	para	o	mercado	nacional,	a
primeira	edição	desta	obra!	Naquela	época,	ela	se	chamou	Direito	Internacional	Privado:	Abordagens
Fundamentais,	Legislação	e	Jurisprudênciae	veio	a	suprir	uma	lacuna	entre	os	operadores	do	Direito,
uma	vez	que	continha,	 ademais	dos	 temas	clássicos	da	matéria,	um	capítulo	 sobre	a	União	Europeia	e
outro	sobre	o	Mercosul.
Eu	 acompanhei,	 com	 muita	 proximidade,	 uma	 vez	 que	 o	 substituía	 nas	 aulas	 na	 universidade,	 o
trabalho	e	o	esforço	do	professor	Del’Olmo	na	construção	daquela	primeira	versão.	Até	contribuí	com
um	capítulo,	 qual	 seja,	 aquele	 que	 se	 dedicou	 ao	Mercosul.	De	 forma	que	 hoje,	 assim	 como	honrado,
também	me	sinto	bem	à	vontade	com	esse	convite	para	prefaciar	esta	décima	edição	que	temos	em	nossas
mãos.
Desde	o	lançamento	da	primeira	edição,	em	1999,	esse	então	primeiro	livro	do	professor	Del’Olmo
alcançou	grandes	mestres	da	matéria,	de	renome	internacional.	Passados	pouco	mais	de	dois	meses	do
lançamento,	 em	 20	 de	 julho	 de	 1999,	 o	 autor	 recebeu	 uma	 carta	 em	 papel	 timbrado	 da	 já	 centenária
Faculdade	de	Direito	e	Ciências	Sociais	da	Universidade	Nacional	de	Assunção.	Ela	vinha	assinada	pelo
Decano	 da	 Faculdade,	 o	 Professor	 Doutor	 Ramón	 Silva	 Alonso.	 Eu	 guardei	 uma	 cópia	 dessa	 carta,
porque	foi	expressiva	também	para	mim,	um	professor	em	início	de	carreira,	mestrando	ainda	na	época.
Agora	com	o	convite	para	prefaciar	esta	décima	edição,	eu	a	recuperei	em	meus	arquivos	pessoais.
Naquela	 época,	 assim	 escreveu	 o	 professor	 Ramón	 Silva	 Alonso	 ao	 seu	 colega,	 professor
Del’Olmo:	 “Quisiera	 expresarle	 al	 mismo	 tiempo	 cuánto	 agradezco	 el	 obsequio	 de	 su	 valiosa	 obra
‘Derecho	 Internacional	 Privado’,	 en	 la	 que	 en	 breve	 volumen,	 reúne	 Ud.	 ló	 que	 yo	 llamaría	 lo	 más
valioso	de	nuestra	materia.	(…)	me	persuadí	de	que	estamos	en	presencia	de	un	trabajo	excepcional.	(…)
Coincido	con	Ud.	en	que	Teixeira	de	Freitas	es	sin	duda	una	de	las	mayores	glorias	del	derecho	de	su
tiempo	en	América.	También	creo	que	Freitas	no	ha	sido	aún	suficientemente	estudiado	ni	valorado	aún
en	el	propio	Brasil,	considerando	el	tiempo	en	que	le	tocó	vivir.	Salvo	la	Argentina	y	quizás	el	Paraguay,
no	es	suficientemente	conocido	en	el	Continente,	teniendo	en	cuenta	la	grandeza	de	su	figura”.
A	 carta	 seguia	 com	 referências	 à	 amizade	 comum	 que	 nutriam	 com	 outro	 professor	 paraguaio
brilhante,	o	Dr.	Roberto	Ruiz	Díaz	Labrano,	agora	em	2013	festejado	com	um	livro	em	sua	homenagem
pela	ASADIP	–	Associação	Americana	de	Direito	 Internacional	Privado,	 lançado	durante	o	Congresso
Anual	dessa	entidade,	realizado	em	novembro	passado,	em	Assunção.1
Veja-se	que	a	carta	datava	de	1999,	e	que	o	Brasil,	por	exemplo,	apenas	em	2002	passaria	a	ter	um
novo	 Código	 Civil,	 que	 reconheceu	 em	 sua	 organização	 algumas	 das	 brilhantes	 inovações	 jurídicas
ofertadas	 por	 Teixeira	 de	 Freitas	 mais	 de	 um	 século	 e	 meio	 antes,	 em	 especial,	 a	 unificação	 das
obrigações	civis	e	comerciais.2
Mais	tarde,	movido	por	aquelas	palavras	do	professor	Ramón	Silva	Alonso,	me	atrevo	a	sugerir	e	o
professor	Del’Olmo	viria	a	se	dedicar	com	mais	força	ao	estudo	da	obra	de	Augusto	Teixeira	de	Freitas,
de	 cujas	 pesquisas	 resultou	 o	 artigo	 Augusto	 Teixeira	 de	 Freitas:	 o	 protojurista	 do	 Mercosul,3	 que,
incorporado	ao	livro	em	edição	seguinte,	o	completou	e	o	engrandeceu.
De	 fato,	 a	 ideia	 da	 unificação	 das	 obrigações	 civis	 e	 comerciais	 não	 é	 recente.	 A	 aspiração	 de
condensar	 as	 normas	 jurídicas	 em	 um	 único	 corpo	 de	 direito	 esteve	 presente	 desde	 as	 mais	 antigas
civilizações.4	 No	 Brasil	 do	 Império,	 o	 incremento	 comercial	 experimentado	 fez	 ser	 necessária	 uma
legislação	comercial.	Assim,	em	1850	surgiu	o	Código	Comercial	brasileiro,	ordenamento	que	recebeu
forte	influência	do	Código	Francês	de	1807.	Esta	Lei	ficou	em	discussão	na	Câmara	dos	Deputados	por
16	 anos,	 até	 ser	 promulgada	 pelo	 imperador	 constitucional	Dom	Pedro	 II.	Como	o	Código	Comercial
veio	antes	de	um	ordenamento	civil,	 foi	 tido	como	natural	que	 incluísse	muitas	disciplinas	de	matérias
que	não	constavam	da	desordenada	legislação	civil	de	então.
O	surgimento	de	um	Código	que	regulasse	o	direito	civil	não	tinha	a	mesma	sorte.5	Neste	sentido,
em	1854	o	 jurista	brasileiro	Augusto	Teixeira	de	Freitas,	ao	propor	um	Código	Civil	para	o	Brasil,	 já
insistia	fortemente	na	unificação	do	direito	obrigacional,	cujo	entendimento	seria	mais	consentâneo	para
o	ordenamento	jurídico	brasileiro.	Afirmava	o	renomado	estudioso	que	o	direito	civil	e	o	comercial	não
eram	 distintos.	 A	 divisão	 era	 uma	 falsificação	 e	 uma	 frivolidade,	 pois	 a	 separação	 escondia	 o
rompimento	da	igualdade	entre	as	pessoas	(dava	só	ao	comerciante	o	direito	de	falir,	por	exemplo).
Sobre	 a	 personalidade	marcante	 de	 Teixeira	 de	 Freitas,	 é	 possível	 ser	 dito	 que	 ele	 pensava	 em
descompasso	 com	 o	 seu	 tempo.6	 Vale	 ainda	 lembrar	 que	 se	 tratava	 de	 um	 perfeccionista.7	 Segundo
depoimentos	colhidos,	em	sua	vida	Teixeira	de	Freitas	produziu	uma	obra	perfeita.	Também	como	pessoa
humana	foi	uma	referência:	certa	feita	se	recusou	a	acolher	as	normas	escravistas	em	seu	documento,	pois
acreditava	que	logo	fossem	cair,	como	a	morte	civil	e	a	restrição	aos	direitos	civis	aos	nacionais.8
E	não	somente	em	seu	país	o	seu	 trabalho	foi	destacado,	como	 lembrou	o	professor	Ramón	Silva
Alonso,	mas	 a	 sua	 obra	 serviu	 como	um	ponto	 de	 convergência	 na	 legislação	 civil	 entre	 os	 povos	 da
América.9	Por	tal	é	que	o	professor	Del’Olmo	o	chamou	de	o	protojurista	do	Mercosul.	O	ordenamento
civil	da	Argentina,	por	exemplo,	com	o	esforço	de	Vélez	Sarsfield,10	tomou	1.200	artigos	do	seu	Esboço.
Igual	influência	foi	reproduzida	no	Uruguai,	com	o	estudo	de	Tristán	Narvaja.	Já	no	Paraguai,	foi	adotado
o	 Código	 Argentino	 que,	 como	 visto	 acima,	 recebeu	 influência	 de	 Teixeira	 de	 Freitas.11	 Além-mar,
pensamento	semelhante	às	suas	ideias	Vivante,	na	Itália,	só	foi	ter	cinquenta	anos	depois,	quando	também
se	opunha	a	um	Código	Comercial	separado	do	Civil.
Em	 que	 pese	 os	 relevantes	 estudos	 desencadeados,	 o	 governo	 federal	 não	 foi	 receptivo	 a	 essas
novas	ideias	e	o	trabalho	foi	interrompido	ainda	incompleto.
Para	 nova	 empreitada	 legislativa,	 concluída	 em	 1865,	 fora	 novamente	 convidado	 Teixeira	 de
Freitas,	 tendo	 se	 fixado	 em	 classificar	 as	matérias	 e	 unificar	 o	 direito	 privado.	O	Esboço	 final	 desta
compilação	reuniu	cinco	milheiros	de	artigos.
Então	em	1916	o	ordenamento	jurídico	brasileiro	recebeu	a	aprovação	do	Código	Civil,	após	longa
e	tumultuada	tramitação,	especialmente	devido	à	contestação	veemente	de	Ruy	Barbosa,	que	costumava
se	referir	a	ele	como	um	produto	do	século	anterior,	já	que	oriundo	de	elaboração	iniciada	em	1896.
Uma	manifestação	 sobre	 o	Código	Civil	 de	 1916	 que	 se	 faz	 necessária	 para	 o	 seguimento	 deste
prefácio	é	que	ele	não	consagrou	essa	ideia	de	unificação	das	obrigações	civis	e	comerciais	em	um	único
documento,	o	que	era	a	proposta	de	Teixeira	de	Freitas.
A	ideia	de	unificação	de	matérias	de	direito	privado,	neste	caso	em	especial	a	de	obrigações	civis	e
comerciais,	já	tinha	sido	aplicada	em	outros	ordenamentos	pelo	mundo	afora.	Os	países	que	a	adotaram
podem	 ser	 classificados	 segundo	 os	 sistemas	 de	 unificação	 que	 foram	 utilizados.	 Assim,	 há	 sistemas
radicais	e	moderados.
Um	exemplo	do	processo	de	unificação	segundo	o	sistema	moderado	ocorreu	no	direito	suíço,	que
tem	um	Código	próprio	para	o	direito	das	obrigações,	fora	do	direito	civil.	E	um	exemplo	de	unificação
segundo	o	 sistema	 radical	 se	deu	no	direito	 italiano,	onde	o	Código	Civil	de	1942	unificou	não	 só	as
obrigações,	mas	o	direito	privado,	acabando	com	a	diferença	entre	atos	civis	e	comerciais	e	trabalhistas,
mas	mantendo	normas	especiais	 referentes	à	agricultura.	Lá,	diferentemente,	e	mais	radical	que	a	 ideia
original	brasileira,	o	documento	também	comporta	o	direito	do	trabalho.
Mas	a	grande	diferença	do	documentoitaliano	referido	acima	com	o	sistema	aprovado	pelo	Brasil
por	influência	de	Beviláqua	e	agora	de	Reale	é	que	aquele	não	tem	uma	Parte	Geral	(outra	elaboração	de
Teixeira	 de	 Freitas)	 e	 os	 nossos	 Códigos	 têm,	 motivo	 pelo	 qual	 eles	 não	 se	 confundem	 com	 os
documentos	italiano	e	suíço.
Coincidentemente,	no	mesmo	ano	de	1942,	a	Lei	de	Introdução	ao	Código	Civil	brasileiro	também
era	 alterada,	 em	 função	 da	 Segunda	Guerra	Mundial,	 estabelecendo	 um	 novo	 elemento	 de	 conexão,	 o
domicílio.	Este	já	havia	sido	indicado	como	o	elemento	mais	apropriado	por	Teixeira	de	Freitas	em	sua
Proposta.12	Essa	modificação,	talvez	a	principal	da	nova	Lei	de	Introdução,	pode	ser	entendida	como	um
ajuste	 histórico,	 já	 que	 deu	 razão,	 cem	 anos	 após,	 ao	 iluminado	 pensador,	 alterando	 o	mecanismo	 de
Pimenta	Bueno	e	Clóvis	Beviláqua	positivado	em	1916,	que	estabelecera	a	nacionalidade	como	elemento
de	conexão	para	as	questões	de	direito	internacional	privado.
O	surgimento	de	um	Código	Civil	em	1916	que	não	contemplou	a	unificação	do	direito	privado,	nem
mesmo	 do	 ramo	 das	 obrigações,	 não	 conseguiu,	 todavia,	 sepultar	 a	 ideia	 de	 unificação.	Novamente	 a
ideia	da	unificação	das	obrigações	teve	ressurgimento	em	1940,	com	o	Projeto	do	Código	de	Obrigações
e	 especialmente	 em	1965	com	outro	Projeto,	 que	 chegou	a	 ser	 enviado	ao	Congresso	Nacional,	 sendo
depois	igualmente	arquivado.
O	professor	Ramón	Silva	Alonso,	tendo	escrito	aquelas	palavras,	e	com	o	debate	estabelecido,	foi
durante	a	última	década	de	sua	vida	um	dos	grandes	impulsionadores	do	seguimento	desta	obra,	hoje	em
décima	 edição.	Ele	 veio	 a	 falecer	 passados	 pouco	mais	 de	 dez	 anos	 de	 quando	 escreveu	 a	 carta	 aqui
parcialmente	reproduzida,	em	8	de	outubro	de	2009.	O	seu	passamento	enlutou	os	profissionais	do	direito
internacional	privado	do	continente.	Era	o	criador,	o	iniciador	e	o	presidente	da	Academia	Paraguaya	de
Derecho	y	Ciencias	Sociales.	Em	seu	enterro,	as	seguintes	palavras	de	despedidas	foram	pronunciadas
pelo	 Professor	 Doutor	 José	 A.	Moreno	 Ruffinelli,	 que,	 assim	 como	 eu,	 foi	 iniciado	 em	 uma	 cátedra
universitária	por	um	grande	mestre:	“lo	que	nadie	puede	dudar,	ni	por	un	instante,	es	que	sólo	había	una
persona	en	nuestro	país	que	podía	hacerlo,	pues	nadie	más	tenía	ese	rasgo	que	lo	diferenciaba	netamente
del	 resto	de	nuestros	 juristas:	 el	 de	 ser,	 sencillamente,	 indiscutible.	 Ese	 era	 el	maestro	Silva	Alonso.
(…)	Tan	pronto	ingresó	a	la	Facultad	de	Derecho,	tuvo	ese	raro	encantamiento	con	esta	disciplina,	que	lo
acompañó	hasta	los	últimos	instantes	de	su	vida.	(…)	Ocupó	y	prestigió	todos	los	grados	de	la	carrera,
del	cursus	honorarium:	Juez	de	Primera	Instancia	en	lo	Civil,	Miembro	del	Tribunal	de	Apelaciones	en
lo	civil	y	comercial	y	miembro	de	la	Corte	Suprema	de	Justicia”.
Da	mesma	 forma	que	 aquele	professor	 em	 relação	 ao	 seu	mestre	 teve	 a	 honra	de	prefaciar	 a	 sua
clássica	 obra	 paraguaia	 de	 direito	 internacional	 privado,	 aqui	 quem	me	 a	 dá	 hoje	 é	 o	meu	mestre,	 o
professor	Del’Olmo.
Ainda	no	âmbito	de	questões	pessoais	que	unem	alunos	e	mestres,	sobretudo,	foi	ele	que	me	honrou
desde	muito	jovem	com	uma	amizade	sincera	e	construtiva.
Outro	 eminente	 professor	 que	 logo	 se	 impactou	 com	o	 seu	 estudo	 foi	 o	 catedrático	Luis	 Ivani	 de
Amorim	Araujo,	do	Rio	de	Janeiro.	Em	uma	cartinha	datilografada	à	máquina,	de	15	de	junho	de	1999,
que	 eu	 pela	 mesma	 importância	 guardei,	 afirma	 ele	 que	 “O	 grande	 mérito	 do	 Prof.	 Florisbal,	 na
publicação	de	‘Direito	Internacional	Privado’	repousa	no	amparo	incalculável	que	representa	o	texto	do
Docente	aos	epígonos	e	em	estimular	o	interesse	dos	mesmos	ao	conhecimento	do	Direito	que	norteia	o
conflito	das	 leis	no	espaço.	 (…)	O	 jurista	Florisbal	é	um	exemplo	a	 ser	 imitado	pelos	professores	de
nosso	 Brasil,	 escrevendo	 os	 seus	 cursos	 para	 adestrar	 o	 estudo	 dos	 discentes	 e	 atalhar	 a	 invasão	 de
compêndios	forâneos,	nem	sempre	amoldados,	e	que,	na	realidade	constituem	autêntica	invasão	do	nosso
território	cultural”.
Com	 o	 professor	 Ivani,	 Florisbal	 de	 Souza	Del’Olmo	 também	 estabeleceu	 um	 debate	 acadêmico
proveitoso,	 do	 qual	 resultou	 um	 livro	 com	 ele	 escrito,13	 um	 livro	 com	 ele	 organizado,14	 e	 um	 livro
organizado	em	sua	homenagem.15	O	professor	Luis	Ivani	de	Amorim	Araujo	foi	outro	querido	mestre	que
passou	à	imortalidade,	recentemente,	em	2007.
Pois	bem,	em	sua	primeira	edição,	publicada	no	começo	do	ano	de	1999,	a	obra	surgiu	com	dezoito
capítulos.	 Ali	 já	 se	 via	 a	 opção	 metodológica	 de	 fazer	 com	 que	 cada	 capítulo	 fosse	 concluído	 com
resumo	e	questionário,	que	a	acompanha	até	a	edição	de	agora,	por	terem	sempre	se	mostrado	úteis	ao
aprendizado.	Na	atualidade,	a	obra	é	apresentada	em	vinte	e	quatro	 interessantes	capítulos.	Apenas	de
longe	lembra	aquele	tratamento	clássico	dado	na	primeira	edição.	Nos	anos	de	2008	e	2009,	as	edições
correspondentes	 apresentaram	 novos	 capítulos,	 contendo	 os	 modernos	 temas	 de	 direito	 internacional
privado,	como	Adoção	Internacional,	Direito	Internacional	da	Concorrência,	para	cujo	capítulo	eu	tive	a
oportunidade	de	contribuir,	Direito	Internacional	do	Consumidor	e	Direito	Internacional	do	Trabalho.
O	capítulo	dedicado	à	União	Europeia	desta	edição	destaca	a	entrada	em	vigor,	em	1º	de	dezembro
de	2009,	das	modificações	trazidas	ao	Direito	da	União	pelo	Tratado	de	Lisboa.	Outro	tema	importante
tratado	na	obra	do	professor	Del’Olmo	refere-se	ao	processo,	como	eu	o	chamo	em	obra	assinada	no	ano
passado	e	nas	minhas	aulas	de	graduação	e	de	pós-graduação	na	Universidade	Federal	do	Rio	Grande	do
Sul,	de	Europeização	do	Direito	Internacional	Privado.
Europeização	 do	 direito	 internacional	 privado	 significa	 que	 as	 normas	 de	 colisão	 autônomas	 dos
Estados-membros	 da	 União	 Europeia	 (UE)	 restarão	 obsoletas.	 Isso	 é	 assim	 porque	 o	 processo	 de
unificação	da	matéria	no	nível	comunitário	é	 levado	a	efeito	através	de	 regulamentos	comunitários,	os
quais,	segundo	o	artigo	288,	n.	2,	do	Tratado	sobre	o	Funcionamento	da	União	Europeia	(TFUE)	possuem
aplicabilidade	 direta	 nos	Estados-membros.	A	 primazia	 de	 aplicação	 do	 direito	 comunitário	 atinge	 as
normas	 de	 colisão	 dos	 direitos	 internos	 –	 sempre	 que	 o	 âmbito	 de	 aplicação	 de	 um	 determinado
regulamento	de	direito	internacional	privado	esteja	envolvido	–	e	isso	tem	como	consequência,	por	causa
do	 fundamental	 caráter	universal	das	normas	de	colisão	comunitárias,	o	 fato	de	que	as	disposições	de
direito	internacional	privado	dos	Estados-membros	da	UE	sejam	afastadas	da	aplicação.
De	 fato,	 o	 processo	 de	 integração	 comunitário	 abrange,	 desde	muito	 tempo,	 a	matéria	 de	 direito
internacional	privado,	em	especial	o	direito	processual	civil	 internacional.	A	criação	de	um	espaço	de
liberdade,	de	segurança	e	de	justiça	sem	fronteiras	internas,	que	de	acordo	com	o	ex-artigo	2º,	n.	2,	do
Tratado	da	União	Europeia	(TUE),	segundo	a	nova	redação	que	lhe	é	dada	pelo	Tratado	de	Lisboa,	deve
ser	ofertado	aos	cidadãos	da	UE,	apresenta	particulares	exigências	ao	direito	internacional	privado.
Como	 um	 objetivo	 a	 longo	 prazo	 do	 processo	 de	 harmonização	 vislumbra-se	 o	 alcance	 de	 uma
codificação	de	direito	internacional	privado	com	uma	parte	geral	no	nível	da	organização	internacional.
Um	último	ponto	a	 ser	destacado	no	que	 se	 refere	à	atualização	da	obra	está	 sediado	no	capítulo
sobre	o	Direito	da	Concorrência.	Refiro-me	aqui	à	incorporação	ao	mesmo	das	inovações	trazidas	pela
nova	lei	brasileira	de	defesa	da	concorrência,	a	Lei	número	12.529,	de	30	de	novembro	de	2011.	Essa	lei
reestruturou	o	Sistema	Brasileiro	de	Defesa	da	Concorrência	e	dispôs	sobre	a	prevenção	e	a	repressão	às
infrações	contra	a	ordem	econômica.
Cabe	também	referir	as	atualizações	que	o	capítulo	necessitou	ter	com	a	aprovaçãodo	novo	texto	do
Acordo	de	Defesa	da	Concorrência	do	Mercosul,	 advindo	com	a	Decisão	número	43/10,	do	Conselho
Mercado	Comum.
Vale	mencionar	ainda	o	recente	surgimento	da	Lei	número	12.874,	de	29	de	outubro	de	2013,	que
alterou	o	artigo	18	do	Decreto-Lei	no	4.657,	de	4	de	setembro	de	1942,	para	possibilitar	às	autoridades
consulares	brasileiras	celebrarem	a	separação	e	o	divórcio	consensuais	de	brasileiros	no	exterior.
Além	 dessa	 modificação,	 já	 ocorrida	 na	 LINDB,	 outras	 alterações	 são	 previstas	 para	 um	 futuro
breve.	A	principal	delas	vem	com	a	iminente	reforma	atualizadora	do	Código	de	Defesa	do	Consumidor
(CDC).	Nos	últimos	dias,	 graças	 à	 atuação	da	Professora	Cláudia	Lima	Marques,	passou-se	 a	 esperar
uma	modificação	no	artigo	9º	da	LINDB.	A	mudança	foi	 incluída	dentro	das	modificações	do	CDC.	O
relatório	foi	apresentado	e	o	projeto	reuniu	vários	projetos,	passando	a	tramitar	conjuntamente,	e	hoje	se
encontram	 na	 Comissão	 Temporária	 de	 Modernização	 do	 CDC	 do	 Senado	 Federal.	 Espera-se	 que	 o
projeto	 seja	 votado	 no	 Parlamento	 em	 breve	 e	 que,	 com	 isso,	 o	 País	 tenha	 de	 volta	 uma	 norma	 que
permita	 a	 autonomia	 da	 vontade	 para	 a	 determinação	 do	 direito	 aplicável	 a	 certas	 obrigações
plurilocalizadas,	cassada	com	a	reforma	da	LICC	de	1942.	A	nova	redação	do	artigo	9º,	para	aperfeiçoar
a	 disciplina	 dos	 contratos	 internacionais	 comerciais	 e	 de	 consumo	 e	 dispor	 sobre	 as	 obrigações
extracontratuais,	 começaria	 assim:	 “O	 contrato	 internacional	 entre	 profissionais,	 empresários	 e
comerciantes	rege-se	pela	lei	escolhida	pelas	partes,	sendo	que	o	acordo	das	partes	sobre	esta	escolha
deve	ser	expresso”.
Bem,	como	também	já	escrevi	em	outro	 local,	não	são	apenas	os	 fatos	de	 termos	sido	colegas	de
Mestrado	na	UFSC,	de	termos	realizado	Doutorado	na	mesma	instituição,	a	Universidade	Federal	do	Rio
Grande	do	Sul,	com	a	mesma	orientadora,	a	Professora	Doutora	Cláudia	Lima	Marques,	e	o	fato	de	eu	ter
iniciado	a	minha	carreira	acadêmica	a	convite	do	professor	Del’Olmo	e	de	ter	sido	por	ele	conduzido	até
a	 classe,	 que	 nos	 unem:	 nós	 dois	 há	 muito	 tempo	 trabalhamos	 academicamente	 as	 mesmas	 áreas	 do
Direito.	 Além	 dessas	 que	 constituem	 o	 objeto	 do	 presente	 livro,	 o	 professor	 Del’Olmo	 leciona	 com
primazia	 e	 autoridade	 o	 Direito	 Internacional	 Público,	 o	 Direito	 da	 Integração	 e	 o	 Direito	 da	 União
Europeia.	Basta	ver	que	ele,	em	conjunto	com	o	colega	professor	Diego	Pereira	Machado,	publicou	em
2011,	o	 livro	Direito	 da	 Integração,	Direito	Comunitário,	Mercosul	 e	União	Europeia,	 pela	 Editora
JusPodivm,	de	Salvador.
Essa	 comunhão	 de	 áreas	 nos	 colocou,	 nos	 quinze	 anos	 que	 computamos	 de	 amizade	 pessoal	 e
acadêmica,	em	estreito	e	diário	contato.
O	Professor	Florisbal	de	Souza	Del’Olmo	é	um	homem	de	bem.	E	como	tal	criou	com	a	sua	esposa,
Neide,	a	filha	Elisa,	sendo	que,	juntos	com	o	genro	Martin,	passaram	neste	ano	de	2013	a	transmitir	amor
e	valores	ao	netinho	Arthur.
Eu	 renovo	 os	 meus	 cumprimentos	 ao	 amigo	 e	 colega	 de	 profissão	 e	 à	 Editora	 Forense	 pelo
surgimento	da	décima	edição	deste	consagrado	livro	e	pelo	esforço	continuado	do	professor	Del’Olmo
de	ensinar	 aos	 jovens	estudantes	de	Direito	o	apaixonante	 sistema	de	 solução	dos	conflitos	de	 leis	no
espaço.	A	todos	os	interessados,	deseja-lhes	uma	boa	leitura	o
Prof.	Dr.	Augusto	Jaeger	Junior
Professor	da	Graduação	e	da	Pós-graduação	da	Faculdade	de	Direito
da	Universidade	Federal	do	Rio	Grande	do	Sul.
Bolsista	de	produtividade	em	pesquisa	do	CNPq.
Doutor	em	Direito	Comunitário	pela	UFRGS.
______________
1					DERECHO	internacional	privado	y	derecho	de	la	integración:	Libro	homenaje	a	Roberto	Ruiz	Díaz	Labrano.	Asunción:
Centro	de	Estudios	de	Derecho,	Economía	y	Política	–	CEDEP,	2013.
2					JAEGER	JUNIOR,	Augusto.	O	novo	Código	Civil	Brasileiro	e	a	reorganização	de	empresas.	Boletín	Latinoamericano	de
Competencia.	Bruxelas,	out.	2002,	n.	15,	p.	53-77.
3					DEL’OLMO,	Florisbal	de	Souza.	Augusto	Teixeira	de	Freitas:	o	protojurista	do	Mercosul.	In:	PIMENTEL,	Luiz	Otávio	(Coord.).
Mercosul,	Alca	e	Integração	Euro-Latino-Americana.	v.	1.	Curitiba:	Juruá,	2001.	p.	239-247.	Ver	também	em	espanhol	em
DEL’OLMO,	Florisbal	de	Souza.	Augusto	Teixeira	de	Freitas	–	El	Protojurista	del	Mercosur.	Cadernos	do	Programa	de	Pós-
Graduação	em	Direito	(UFRGS).	Porto	Alegre:	PPGDir-UFRGS,	v.	II,	n.	IV,	2004.	p.	111-117.
4					KARAM,	Munir.	Teixeira	de	Freitas	e	o	processo	de	codificação	do	Direito	Civil	Brasileiro.	Revista	de	Direito	Civil,	Imobiliário,
Agrário	e	Empresarial.	São	Paulo:	Revista	dos	Tribunais,	n.	29.	p.	95-112,	p.	95.
5					KARAM,	Munir.	Teixeira	de	Freitas	e	o	processo	de	codificação	do	Direito	Civil	Brasileiro.	Revista	de	Direito	Civil,	Imobiliário,
Agrário	e	Empresarial.	São	Paulo:	Revista	dos	Tribunais,	n.	29.	p.	95-112,	p.	97.
6					KARAM,	Munir.	Teixeira	de	Freitas	e	o	processo	de	codificação	do	Direito	Civil	Brasileiro.	Idem,	ibidem.
7					KARAM,	Munir.	Teixeira	de	Freitas	e	o	processo	de	codificação	do	Direito	Civil	Brasileiro.	Revista	de	Direito	Civil,	Imobiliário,
Agrário	e	Empresarial.	São	Paulo:	Revista	dos	Tribunais,	n.	29.	p.	95-112,	p.	100.
8					KARAM,	Munir.	Teixeira	de	Freitas	e	o	processo	de	codificação	do	Direito	Civil	Brasileiro.	Idem,	ibidem.
9					DEL’OLMO,	Florisbal	de	Souza.	Augusto	Teixeira	de	Freitas:	o	protojurista	do	Mercosul.	In:	PIMENTEL,	Luiz	Otávio	(Coord.).
Mercosul,	Alca	e	Integração	Euro-Latino-Americana.	v.	1.	Curitiba:	Juruá,	2001.	p.	239-247,	p.	239.
10			DEL’OLMO,	Florisbal	de	Souza.	Augusto	Teixeira	de	Freitas:	o	protojurista	do	Mercosul.	In:	PIMENTEL,	Luiz	Otávio	(Coord.).
Mercosul,	Alca	e	Integração	Euro-Latino-Americana.	v.	1.	Curitiba:	Juruá,	2001.	p.	239-247,	p.	240.
11			KARAM,	Munir.	Teixeira	de	Freitas	e	o	processo	de	codificação	do	Direito	Civil	Brasileiro.	Revista	de	Direito	Civil,	Imobiliário,
Agrário	e	Empresarial.	São	Paulo:	Revista	dos	Tribunais,	n.	29.	p.	95-112,	p.	107.
12			DEL’OLMO,	Florisbal	de	Souza.	Augusto	Teixeira	de	Freitas:	o	protojurista	do	Mercosul.	In:	PIMENTEL,	Luiz	Otávio	(Coord.).
Mercosul,	Alca	e	Integração	Euro-Latino-Americana.	v.	1.	Curitiba:	Juruá,	2001.	p.	239-247,	p.	244.
13			DEL’OLMO,	Florisbal	de	Souza;	ARAÚJO,	Luís	Ivani	de	Amorim.	Lei	de	Introdução	ao	Código	Civil	Brasileiro	Comentada.	2.
ed.	Rio	de	Janeiro:	Editora	Forense,	2004.	v.	1.	p.	207.
14			DEL’OLMO,	Florisbal	de	Souza;	ARAÚJO,	Luís	Ivani	de	Amorim	(Orgs.).	Direito	de	Família	Contemporâneo	e	os	Novos
Direitos:	Estudos	em	Homenagem	ao	Professor	José	Russo.	1.	ed.	Rio	de	Janeiro:	Editora	Forense,	2006.	v.	1.	p.	353.
15			DEL’OLMO,	Florisbal	de	Souza	(Org.).	Curso	de	Direito	Internacional	Contemporâneo:	Estudos	em	Homenagem	ao	Prof.	Dr.
Luís	Ivani	de	Amorim	Araújo	pelo	seu	80º	aniversário.	1.	ed.	Rio	de	Janeiro:	Editora	Forense,	2003.	v.	1.	p.	700.
	
	
a.C. Antes	de	Cristo
AC Apelação	Cível
ADCT Ato	das	Disposições	Constitucionais	Transitórias
AgR Agravo	Regimental
ALADI Associação	Latino-Americana	de	Integração
ALALC Associação	Latino-Americana	de	Livre	Comércio
ALCA Área	de	Livre	Comércio	das	Américas
APEC Associação	de	Cooperação	Econômica	da	Ásia	e	do	Pacífico
Art. Artigo
c/c Combinado	com
CADE Conselho	Administrativo	de	Defesa	Econômica
cap. Capítulo
CC Código	Civil/Conflito	de	Competência
CDC Código	de	Defesa	do	Consumidor
CE Comissão	Europeia
CEE Comunidade	Econômica	Europeia
CEEA Comunidade	Europeia	de	Energia	Atômica
CECA Comunidade	Europeia	do	Carvão	e	do	Aço
CF Constituição	Federal
CIDIP Conferências	Interamericanas	de	Direito	Internacional	Privado
CIG Conferência	Intergovernamental
CLT Consolidação	das	Leis	do	Trabalho
CMC Conselho	do	Mercado	Comum
CNPJ Cadastro	Nacional	de	Pessoas	Jurídicas
CP Código	Penal
CPC Código	de	Processo	Civil
CPGD Curso	de	Pós-Graduaçãoem	Direito
CPF Cadastro	de	Pessoas	Físicas
CPP Código	de	Processo	Penal
DIPr Direito	Internacional	Privado
DJU Diário	de	Justiça	da	União
DL Decreto-lei
DOE Diário	Oficial	do	Estado
DPI Direito	Processual	Internacional
ECA Estatuto	da	Criança	e	do	Adolescente
EE Estatuto	do	Estrangeiro
EIDAS Encontros	Internacionais	de	Direito	da	América	do	Sul
ESUD Escola	Superior	de	Direito	de	Mato	Grosso
EUA Estados	Unidos	da	América
GATT Acordo	Geral	sobre	Tarifas	e	Comércio
HC Habeas	Corpus
inc. Inciso
INCOBRASA Industrial	e	Comercial	Brasileira	S/A
IPTU Imposto	sobre	a	Propriedade	Predial	e	Territorial	Urbana
JSTJ-CD Jurisprudência	do	Superior	Tribunal	de	Justiça
JTRFS-CD Jurisprudência	dos	Tribunais	Regionais	Federais	–	CD
LICC Lei	de	Introdução	ao	Código	Civil
LIN Lei	de	Introdução	as	Normas	do	Direito	Brasileiro
Mercosul Mercado	Comum	do	Sul
Min. Ministro
MS Mandado	de	Segurança
NAFTA Tratado	Norte-Americano	de	Livre	Comércio
OCDE Organização	para	Cooperação	e	Desenvolvimento	Econômico
OEA Organização	dos	Estados	Americanos
OIT Organização	Internacional	do	Trabalho
ONU Organização	das	Nações	Unidas
p. Página/páginas
PDCM Protocolo	de	Defesa	da	Concorrência	do	Mercosul
PESTRAF Pesquisa	sobre	Tráfico	de	Mulheres,	Crianças	e	Adolescentes	para	Fins	deExploração	Sexual	Comercial
PUCRJ Pontifica	Universidade	Católica	do	Rio	de	Janeiro
RE Recurso	Extraordinário
ReCrim. Revisão	Criminal
Rel. Relator
REO Recurso	Ex	Officio
REsp Recurso	Especial
RESP. Recurso	Especial
RHC Recurso	Habeas	Corpus
RISTF Regimento	Interno	do	Supremo	Tribunal	Federal
RO Recurso	Ordinário
SAE Secretaria	de	Acompanhamento	Econômico
SBDC Sistema	Brasileiro	de	Defesa	da	Concorrência
SDE Secretaria	de	Direito	Econômico
séc. Século
segs./ss. Seguintes
SGT Subgrupo	de	Trabalho
STJ Superior	Tribunal	de	Justiça
TJGB Tribunal	de	Justiça	da	Guanabara
TJPE Tribunal	de	Justiça	de	Pernambuco
TJSP Tribunal	de	Justiça	de	São	Paulo
TRF Tribunal	Regional	Federal
TRIPs Acordo	sobre	Aspectos	dos	Direitos	de	Propriedade	Intelectual
TST Tribunal	Superior	do	Trabalho
TUE Tratado	da	União	Europeia
UE União	Europeia
UFAM Universidade	Federal	do	Amazonas
UFRGS Universidade	Federal	do	Rio	Grande	do	Sul
UFRJ Universidade	Federal	do	Rio	de	Janeiro
UFSC Universidade	Federal	de	Santa	Catarina
UFU Universidade	Federal	de	Uberlândia
UNIDROIT Estatuto	Orgânico	do	Instituto	Internacional	para	a	Unificação	do	DireitoPrivado
UNOESC Universidade	do	Oeste	de	Santa	Catarina
URI Universidade	Regional	Integrada	do	Alto	Uruguai	e	das	Missões
v.g. Verbi	gratia
v. Volume
vers. Versículo
	
	
Capítulo	I	–	Noções	Fundamentais	e	Objeto	do	Direito	Internacional	Privado
1.1		Considerações	iniciais
1.2		Conceito
1.3		Objeto
1.4		Normas	de	DIPr	na	Constituição	Federal	de	1988
1.5		Direitos	adquiridos
1.6		Direito	Internacional	Privado	e	Direito	Internacional	Público
1.7		Direito	Internacional	Privado	e	Direito	Comparado
Resumo
Questões	Propostas
Capítulo	II	–	Esboço	Histórico	do	Direito	Internacional	Privado
2.1		Considerações	iniciais
2.2		Grécia
2.3		Roma
2.4		Feudalismo
2.5		Glosadores	e	escolas	estatutárias
2.6		Codificação
2.7		Doutrinas	modernas
Resumo
Questões	Propostas
Capítulo	III	–	Denominação	e	Método	de	Direito	Internacional	Privado	e	a	Disciplina	no	Brasil
3.1		Considerações	iniciais
3.2		Denominação
3.3		Autonomia	do	DIPr
3.4		Método
3.5		Direito	Internacional	Privado	no	Brasil
3.5.1		Primeiros	tempos
3.5.2		Augusto	Teixeira	de	Freitas
3.5.3		José	Antônio	Pimenta	Bueno
3.5.4		Notáveis	tratadistas
3.5.5		Atualidade	do	DIPr	brasileiro
3.6		Considerações	finais
Resumo
Questões	Propostas
Capítulo	IV	–	Fontes	do	Direito	Internacional	Privado
4.1		Considerações	iniciais
4.2		Lei
4.3		Tratados
4.4		Doutrina
4.5		Jurisprudência
4.6		Costumes
Resumo
Questões	Propostas
Capítulo	V	–	Teoria	das	Qualificações
5.1		Considerações	iniciais
5.2		Teorias	existentes
5.3		Qualificações	no	Brasil
5.4		Casos	clássicos
5.5		Questões	prévias
Resumo
Questões	Propostas
Capítulo	VI	–	Elementos	de	Conexão
6.1		Considerações	iniciais
6.2		Classes	de	elementos	de	conexão
6.3		Conexões	pessoais
6.3.1		Domicílio
6.3.2		Nacionalidade
6.4		Conexões	reais
6.4.1		Lex	rei	sitae
6.5		Conexões	voluntárias
6.5.1		Autonomia	da	vontade
Resumo
Questões	Propostas
Capítulo	VII	–	Aplicação	do	Direito	Estrangeiro
7.1		Considerações	iniciais
7.2		Aplicação	direta	da	lei	estrangeira
7.3		Retorno
7.3.1		Caso	Forgo
7.4		Limites	à	aplicação	da	lei	estrangeira
7.4.1		Ordem	pública
7.4.2		Fraude	à	lei
7.4.3		Favor	negotii
7.4.4		Prélèvement
7.4.5		Instituições	desconhecidas
7.4.6		Instituições	abomináveis
Resumo
Questões	Propostas
Capítulo	VIII	–	Homologação	de	Sentença	Estrangeira
8.1		Considerações	iniciais
8.2		Fundamentos
8.3		Documentos	estrangeiros:	cartas	rogatórias
8.4		Sentenças	estrangeiras	homologáveis
8.4.1		Conceituação
8.4.2		Decisões	passíveis	de	homologação
8.4.3		Sistemas	de	homologação
8.4.4		Delibação
8.4.5		Órgãos	homologadores,	pressupostos	e	rito	na	Justiça	brasileira
8.4.6		Sentença	homologanda	versus	lide	na	Justiça	brasileira
8.5		Convenção	da	ONU	sobre	prestação	de	alimentos	no	estrangeiro
8.6		Legislação	brasileira
8.7		Jurisprudência	brasileira
8.8		Considerações	finais
Resumo
Questões	Propostas
Capítulo	IX	–	Nacionalidade
9.1		Considerações	iniciais
9.2		Interdisciplinaridade
9.3		Nacionalidade	originária
9.3.1		Jus	sanguinis
9.3.2		Jus	soli
9.4		Naturalização
9.5		Conflitos	de	nacionalidade
9.5.1		Plurinacionalidade
9.5.2		Anacionalidade
9.6		Nacionalidade	no	ordenamento	jurídico	brasileiro
9.7		Perda	da	nacionalidade
Resumo
Questões	Propostas
Capítulo	X	–	Condição	Jurídica	do	Estrangeiro
10.1		Considerações	iniciais
10.2		Ingresso	e	permanência
10.2.1		Passaporte
10.2.2		Visto
10.3		Afastamento	compulsório
10.3.1		Institutos	em	desuso
10.3.2		Expulsão
10.3.3		Deportação
10.3.4		Diferenças	entre	expulsão	e	deportação
10.3.5		Extradição:	conceito	e	classificação
10.3.6		Extradição	de	nacionais
10.3.7		Requisitos	e	limites	da	extradição
10.3.8		Caso	Pinochet
10.3.9		Extradição	na	ordem	jurídica	brasileira
10.3.10		Tratados	de	extradição	firmados	pelo	Brasil
10.3.11		Diferenças	dos	demais	institutos
10.4		Jurisprudência	brasileira
10.5		Projeto	de	novo	Estatuto	do	Estrangeiro
Resumo
Questões	Propostas
Capítulo	XI	–	Pessoas	no	Direito	Internacional	Privado
11.1		Considerações	iniciais
11.2		Personalidade
11.2.1		Começo	da	personalidade
11.2.2		Término	da	personalidade
11.3		Comoriência
11.4		Ausência
11.5		Poder	familiar
11.6		Tutela
11.7		Curatela
11.8		Ação	de	alimentos
Resumo
Questões	Propostas
Capítulo	XII	–	Direito	de	Família	e	Direito	Internacional	Privado
12.1		Direito	de	Família
12.2		Casamento	e	conflito	de	leis	no	espaço
12.3		Normas	brasileiras	sobre	casamento
12.3.1		Capacidade
12.3.2		Impedimentos	e	formalidades
12.3.3		Casamento	por	procuração
12.3.4		Casamento	no	consulado
12.3.5		Nulidade	do	casamento
12.3.6		Regime	de	bens
12.4		Divórcio
12.5		Casamento	entre	pessoas	do	mesmo	sexo
12.6		Jurisprudência	brasileira
Resumo
Questões	Propostas
Capítulo	XIII	–	Adoção	Internacional
13.1		Considerações	iniciais
13.2		Conceituação
13.3		Importância	e	atualidade
13.4		Adoção	como	resgate	de	crianças	sem	assistência
13.5		Adoção	internacional
13.6		Documentos	sobre	adoção	internacional	e	a	Convenção	de	1993
13.7		Adoção	no	ordenamento	jurídico	brasileiro	e	a	adesão	à	Convenção	de	1993
13.8		Noções	básicas	sobre	adoção
13.9		Brasil	como	país	de	origem	do	menor	adotado
13.10		Organismos	credenciados
13.11		Brasil	como	país	de	acolhida	do	menor	adotado
13.12		Adoção	internacional	e	nacionalidade
13.13		Caso	João	Herbert
13.14Caso	das	meninas	da	Guiné-Bissau
13.15		Considerações	finais
Resumo
Questões	Propostas
Capítulo	XIV	–	Direito	das	Sucessões	e	Direito	Internacional	Privado
14.1		Considerações	iniciais
14.2		Sucessão	e	conflito	de	leis	no	espaço
14.3		Elementos	de	conexão
14.4		Sucessão	legítima
14.5		Sucessão	testamentária
Resumo
Questões	Propostas
Capítulo	XV	–	Direito	das	Obrigações	e	Direito	Internacional	Privado
15.1		Considerações	iniciais
15.2		Obrigações	na	esfera	internacional
15.3		Autonomia	da	vontade
15.4		Novos	elementos	de	conexão
15.5		Normas	brasileiras
Resumo
Questões	Propostas
Capítulo	XVI	–	Direito	do	Consumidor	e	Direito	Internacional	Privado
16.1		Considerações	iniciais
16.2		Consumidor	no	ordenamento	jurídico	brasileiro
16.3		Consumidor	no	DIPr
16.4		Proteção	do	consumidor	nas	Américas
16.4.1		Projeto	de	CIDIP	de	proteção	do	consumidor
16.5		Consumidor	à	luz	da	LINDB
16.5.1		Proposta	de	adequação	da	LINDB	ao	consumidor
16.6		Caso	Panasonic
16.6.1		Ementa	do	caso
16.7		Considerações	finais
Resumo
Questões	Propostas
Capítulo	XVII	–	Direito	Empresarial	e	Direito	Internacional	Privado
17.1		Considerações	iniciais
17.2		Sociedade	estrangeira	e	direito	brasileiro
17.3		Sociedade	binacional
17.4		Estabelecimento
17.5		Capacidade	para	exercer	a	atividade	empresarial
17.6		Legislação	brasileira	e	direito	empresarial	internacional
17.7		Falência	e	recuperação	empresarial
17.8		Falência	internacional
Resumo
Questões	Propostas
Capítulo	XVIII	–	Direito	da	Concorrência	e	Direito	Internacional	Privado
18.1		Considerações	iniciais
18.2		Concorrência	e	Direito	da	Concorrência
18.3		Defesa	da	concorrência	no	Brasil
18.4		Abuso	do	poder	econômico	em	um	mercado	relevante
18.5		Concorrência	internacional:	algumas	reflexões
18.6		Concorrência	no	Mercosul	e	na	União	Europeia
18.7		Liberdades	econômicas	fundamentais
18.8		Considerações	finais
Resumo
Questões	Propostas
Capítulo	XIX	–	Direito	das	Coisas	e	Direito	Internacional	Privado
19.1		Considerações	iniciais
19.2		Qualificação	dos	bens	móveis	e	imóveis
19.3		Direito	das	coisas	no	ordenamento	jurídico	brasileiro
19.4		Direitos	reais	e	conflito	de	leis	no	espaço
19.5		Referências	especiais	sobre	alguns	direitos	reais
19.6		Regras	de	DIPr	em	outras	ordens	jurídicas
Resumo
Questões	Propostas
Capítulo	XX	–	Propriedade	Intelectual	e	Direito	Internacional	Privado
20.1		Considerações	iniciais
20.2		Propriedade	intelectual
20.2.1		Histórico
20.2.2		Importância	na	atualidade
20.3		Propriedade	intelectual	no	Brasil
20.3.1		Medicamentos
20.3.2		Caso	Efavirenz
20.4		Organização	Mundial	da	Propriedade	Intelectual
20.5		Convenções	internacionais
20.5.1		TRIPs
20.6		Direito	Internacional	Privado	e	Propriedade	Intelectual
20.7		DIPr	brasileiro	da	Propriedade	Intelectual
20.8		Considerações	finais
Resumo
Questões	Propostas
Capítulo	XXI	–	Direito	do	Trabalho	e	Direito	Internacional	Privado
21.1		Considerações	iniciais
21.2		Direito	Internacional	Privado	do	Trabalho
21.3		Justiça	competente
21.4		Contrato	individual	de	trabalho	e	conflito	interespacial
21.5		Emprego	da	lex	loci	executionis
21.6		Mercosul	e	harmonização	das	normas	trabalhistas	entre	os	países
21.7		Casos	de	conflitos	trabalhistas	interespaciais
21.8		Ementas	de	lides	interespaciais
Resumo
Questões	Propostas
Capítulo	XXII	–	Competência	Internacional
22.1		Considerações	iniciais
22.2		Conceito	e	objeto
22.3		Princípios	e	fontes	do	DPI
22.4		Competência	internacional	na	legislação	brasileira
22.5		Imunidade	de	jurisdição
22.5.1		Imunidade	absoluta
22.5.2		Imunidade	relativa
22.6		Jurisprudência	brasileira
22.7		Considerações	finais
Resumo
Questões	Propostas
Capítulo	XXIII	–	União	Europeia
23.1		Globalização	da	economia	e	formação	de	blocos	continentais
23.2		Processo	de	integração	dos	Estados	europeus
23.3		Instituições	da	União	Europeia
23.3.1		Conselho	Europeu
23.3.2		Comissão
23.3.3		Conselho	da	União	Europeia
23.3.4		Parlamento	Europeu
23.3.5		Tribunal	de	Contas
23.3.6		Tribunal	de	Justiça	da	União	Europeia
23.3.7		Comitê	Econômico	e	Social
23.3.8		Comitê	das	Regiões
23.3.9		Banco	Central	Europeu
23.4		Ordenamento	jurídico	comunitário
23.5		Supranacionalidade	na	União	Europeia
23.6		Cidadania	europeia
23.7		Livre	circulação	dos	trabalhadores
23.8		Considerações	finais
Resumo
Questões	Propostas
Capítulo	XXIV	–	Mercosul
24.1		Antecedentes	históricos
24.2		ALALC	e	ALADI
24.3		Conceitos	básicos
24.4		Mercado	Comum	do	Sul	–	Mercosul
24.5		Tratado	de	Assunção
24.6		Protocolo	de	Ouro	Preto
24.7		Relacionamento	com	o	exterior
24.8		Período	do	sucesso
24.9		Crise	do	Mercosul
24.10		Venezuela	como	membro	pleno
24.11		Solução	de	controvérsias	no	Mercosul
24.12		Fragilidade	institucional
24.13		Direito	processual	civil	internacional	do	Mercosul
24.14		Harmonização	das	regras	materiais
24.15		Parlamento	do	Mercosul
24.16		Considerações	finais
Resumo
Questões	Propostas
ANEXO	–	Normas	Brasileiras	Pertinentes	ao	Direito	Internacional	Privado
1.	Constituição	da	República	Federativa	do	Brasil	(1988)
2.	Lei	de	Introdução	às	Normas	do	Direito	Brasileiro	(Decreto-lei	n.	4.657/1942)	(Redação	determinada
pela	Lei	n.	12,	de	30.12.2010)
3.	Código	Civil	(Lei	n.	10.406/2002)
4.	Código	de	Processo	Civil	(Lei	n.	5.869/1973)
5.	Código	Tributário	Nacional	(Lei	n.	5.172/1966)
6.	Código	Penal	(Decreto-lei	n.	2.848/1940)	(Parte	Geral	com	redação	determinada	pela	Lei	n.	7.209,	de
11.07.1984)
7.	Código	de	Processo	Penal	(Decreto-lei	n.	3.689/1941)
8.	Lei	das	Contravenções	Penais	(Decreto-lei	n.	3.688/1941)
9.	Lei	dos	Registros	Públicos	(Lei	n.	6.015/1973)
10.	Lei	Antidrogas	(Lei	n.	11.343/2006)
11.	Letra	de	Câmbio	e	Nota	Promissória	(Decreto	n.	2.044/1908)
12.	Lei	de	Recuperação	de	Falências	(Lei	n.	11.101/2005)
13.	Estatuto	da	Criança	e	do	Adolescente	(Lei	n.	8.069/1990)
14.	Direitos	Autorais	(Lei	n.	9.610/1998)
15.	Consolidação	das	Leis	do	Trabalho	(Decreto-lei	n.	5.452/1943)
16.	Técnicos	Estrangeiros	(Decreto-lei	n.	691/1969)
17.	Serviços	no	Exterior	(Lei	n.	7.064/1982)
18.	Código	Brasileiro	de	Aeronáutica	(Lei	n.	7.565/1986)
19.	Lei	da	Arbitragem	(Lei	n.	9.307/1996)
Bibliografia
	
	
	
Nota	da	Editora:	o	Acordo	Ortográfico	foi	aplicado	integralmente	nesta	obra.
NOÇÕES	FUNDAMENTAIS	E	OBJETO	DO	DIREITO	INTERNACIONAL	PRIVADO
“A	definição	é,	portanto,	meio	para	um	fim	que	não	consiste
somente	em	indicar	a	significação	de	um	nome,	mas	em	precisá-lo	para
determinação	de	seu	conceito”	(Irineu	Strenger).
1.1	Considerações	iniciais
O	ser	humano	 sempre	buscou,	 desde	 tempos	 imemoriais,	 a	 proximidade	 com	seu	 semelhante.	No
começo,	a	família,	ou	o	que	se	entendia	como	tal;	depois	a	tribo:	grupos	maiores	foram	se	formando,	até
se	 constituírem	 em	povo	 ou	nação,	 pessoas	 com	 identidades	 próprias	 e	 aspirações	 comuns.	 Só	muito
mais	 tarde	 aparece	o	Estado,	 como	o	 conhecemos	 hoje,	 formado	por	 três	 elementos	 essenciais:	povo,
território	e	governo,	amalgamados	em	uma	unidade	jurídica.	Convém	lembrar,	como	observou	Amílcar
de	Castro,1	que	governo	não	deve	 ser	 confundido	com	 força;	 território,	 com	extensão	geográfica;	 e
povo,	 com	 aglomeração	 de	 pessoas.	Governo,	 símbolo	 do	 poder,	 deve	 ser	 visto	 como	 competência;
território,	como	limite	dessa	competência;	e	povo,	como	conjunto	de	interações	humanas.
Assim,	 o	 Estado	 é	 a	 sociedade	 maior	 e,	 como	 sociedade,	 deve	 estar	 intimamente	 ligado	 ao	 ser
humano,	em	um	conjunto	harmônico.	Esse	Estado	tem	sua	ordem	jurídica,	que	regula	o	modus	vivendi	e	a
interação	de	seus	habitantes,	sendo	essa	ordem	jurídica	soberana	nos	limites	de	seu	território.	A	lei	não
estende	 seu	 comando	 além-fronteiras.	 Não	 existe	 um	 poder	 supranacional	 capaz	 de	 determinar,
juridicamente,	o	que	deve	ser	 feito	por	determinado	Estado.	Em	realidade,	nas	 relações	 internacionais
impera	um	tipo	de	justiça	privada:bloqueio	econômico,	retaliações,	extorsão	nos	preços	de	produtos
essenciais,	entre	outros.
A	humanidade	busca	incessantemente	o	convívio	fraternal	e	proveitoso	entre	os	povos.	Tratados	e
convenções	são	acertados	e	firmados	com	a	finalidade	de	aproximar	os	Estados	e	tornar	mais	agradável	a
vida	 dos	 cidadãos.	 Deve-se	 considerar	 que	 vivemos	 tempos	 de	 globalização	 econômica	 e	 de
extraordinários	 avanços	 tecnológicos,	 que	 intensificam	a	 dinâmica	 e	 a	 fluidez	do	 intercâmbio	 entre	 os
povos,	 em	 razão	 da	 necessidade	 econômica,	 da	 busca	 de	 conhecimentos,	 das	 atividades	 de	 lazer,	 do
espírito	de	aventura	e	de	outros	fatores	sociais	e	até	religiosos.
O	desenvolvimento	dos	meios	de	comunicação	e	de	 transporte	só	vem	aumentar	as	 relações	entre
pessoas	 de	 diferentes	 lugares,	 regidas	 por	 legislações	 diferentes.	 Desse	 intercâmbio	 muitas	 vezes
decorrem	problemas,	que	precisam	ser	dirimidos	pela	 justiça.	Daí	perguntar-se:	que	 justiça?	À	 luz	de
qual	legislação?
O	conflito	de	leis	pode	ser	no	tempo	ou	no	espaço.	Do	concurso	de	leis	no	tempo,	vai	preocupar-se
o	 Direito	 Intertemporal,	 positivado	 na	 ordem	 jurídica	 brasileira	 nos	 primeiros	 artigos	 da	 LINDB.	 O
conflito	 de	 leis	 no	 espaço	 é	 tema	 do	 Direito	 Internacional	 Privado,	 que,	 mais	 do	 que	 um	 direito
verdadeiro,	tem	sido	entendido	como	uma	técnica	de	aplicação	do	Direito.
1.2	Conceito
Para	 Clóvis	 Beviláqua,	 Direito	 Internacional	 Privado	 é	 o	 conjunto	 de	 preceitos	 que	 regulam	 as
relações	de	ordem	privada	da	 sociedade	 internacional,2	 enquanto	Luís	 Ivani	Araújo	 vê	 esse	 ramo	das
ciências	 jurídicas	como	o	conjunto	de	 regras	de	direito	 interno,	cujo	objetivo	é	a	 solução	de	conflitos
envolvendo	 leis	 originárias	 de	 Estados	 diferentes,	 indicando,	 em	 cada	 caso,	 a	 lei	 competente	 a	 ser
aplicada.3	Essas	definições,	das	quais	não	se	afasta	o	entendimento	de	autores	nacionais	e	estrangeiros
dos	últimos	cem	anos,	nos	aproximam	de	uma	conceituação	aceitável	e	compreensível	da	disciplina.
Nessa	tessitura,	visualizamos	o	Direito	Internacional	Privado	como	o	conjunto	de	normas	de	direito
público	interno	que	busca,	por	meio	dos	elementos	de	conexão,	encontrar	o	direito	aplicável,	nacional	ou
estrangeiro,	 quando	 a	 lide	 comporta	 opção	 entre	mais	 de	 uma	 ordem	 jurídica	 para	 solucionar	 o	 caso.
Cabe	salientar	a	presença	implícita	de	um	elemento	externo,	que	faça	a	conexão	entre	o	direito	interno	e	o
estrangeiro.
Não	 hesitamos	 em	 colocar	 essas	 regras	 no	 âmbito	 do	direito	 público,	 embora	 reconhecendo	 que
importantes	estudiosos	as	veem	integradas	no	direito	privado.	Destinadas	a	compor	litígios	em	relações
privadas	 transnacionais,	 essas	 normas	 estão	 perfeitamente	 inseridas	 na	 ordem	 jurídica	 interna	 dos
Estados,	mas	vêm	gradativamente	ocupando	espaço	em	tratados	e	convenções	internacionais,	bem	como
em	regulamentos	da	União	Europeia.
Em	verdade,	ocorre	a	presença	na	relação	sub	judice	de	mais	de	um	direito	em	condições	de	dirimir
a	 lide.	 Essa	 peculiaridade	 pode	 ser	 referida	 como	 concurso	 de	 leis,	 simultaneidade	 de	 leis,
concorrência	de	leis,	pluralidade	de	leis,	contato	de	leis	e	opção	entre	leis,	qualquer	delas	por	certo
mais	adequada	do	que	a	expressão	consagrada:	conflito	de	leis.	O	que	deve	ser	enfatizado	é	que	não	há
disputa,	inexiste	conflito,	animosidade	ou	colisão,	não	há	embate	entre	a	legislação	do	foro	e	qualquer
outra	que	possa	dirimir	o	conflito	–	esse,	sim	–	entre	as	partes.
Coerente	 com	 nosso	 entendimento,	 Amorim	 enfatiza	 que	 aplicamos	 a	 norma	 jurídica	 estrangeira
seguindo	 determinações	 de	 uma	 lei	 local,	 não	 se	 tratando	 de	 conflitos,	mas	 do	 reconhecimento	 de	 um
direito	 adquirido	 no	 exterior:	 “Conflitos,	 realmente,	 há	 quando	 aquela	 lei	 ferir	 nossa	 soberania	 ou	 a
ordem	pública	local.”4	Nesse	sentido,	poder-se-ia	afirmar	que	o	Direito	Internacional	Privado	promove,
na	realidade,	um	diálogo	entre	ordenamentos	jurídicos	diversos.
Por	fim,	mencionemos	mais	dois	conceitos	para	a	disciplina.	Segundo	Strenger,	é	“um	complexo	de
normas	 e	 princípios	 de	 regulação	 que,	 atuando	 nos	 diversos	 ordenamentos	 legais	 ou	 convencionais,
estabelece	 qual	 o	 direito	 aplicável	 para	 resolver	 conflitos	 de	 leis	 ou	 sistemas,	 envolvendo	 relações
jurídicas	de	natureza	privada	ou	pública,	com	referências	internacionais	ou	locais”.5	Para	Cláudia	Lima
Marques,	 em	entendimento	 sintético	 e	 avançado,	 o	Direito	 Internacional	Privado	 é	 “o	 ramo	do	direito
interno	que	regula	direta	ou	indiretamente	as	relações	privadas	internacionais”.6	A	composição	direta
da	 lide,	 não	 se	 limitando	 a	 indicar	 o	 direito	 aplicável,	 pretende	 dar	 resposta	 eficiente	 e	 justa	 aos
numerosos	processos	dessa	natureza	submetidos	ao	DIPr.
1.3	Objeto
O	objeto	central	do	Direito	Internacional	Privado	é	o	conflito	de	leis	no	espaço,	visto	esse	espaço
como	o	de	ordenamentos	 jurídicos	diversos.	Nessas	 leis	 se	 incluem	 temas	de	direito	 civil,	 comercial,
trabalhista,	industrial,	fiscal,	administrativo,	penal	e	processual.
Enfatizando	ser	único	o	objeto	de	estudo	do	DIPr,	Amílcar	de	Castro	assim	o	sintetiza:	“organizar
direito	 adequado	 à	 apreciação	 de	 fatos	 anormais,	 ou	 fatos	 com	 duas	 ou	 mais	 jurisdições,	 sejam
pertinentes	ao	fórum,	ou	ocorridos	no	estrangeiro.”7	Essa	visão	se	ampara	nas	teorias	italiana	e	alemã,	as
quais	nos	dois	últimos	séculos	restringiram	o	campo	do	Direito	Internacional	Privado	ao	conflito	de	leis,
tendo	sido	observada	por	outros	autores	brasileiros,	como	Eduardo	Espínola	e	João	Grandino	Rodas.
As	 doutrinas	 francesa	 e	 norte-americana	 ampliam	 o	 objeto	 de	 nossa	 disciplina.	 Para	 Jean	 Paul
Niboyet,	nele	se	 incluem	o	conflito	de	 leis,	a	nacionalidade,	a	condição	 jurídica	do	estrangeiro	e	os
direitos	adquiridos.8	Henri	Batiffol,	de	forma	análoga,	apenas	coloca	o	conflito	de	jurisdições	ao	invés
dos	 direitos	 adquiridos.9	 Essa	 corrente	 francesa	 se	 ocupa	 da	 situação	 do	 ser	 humano	 nas	 relações
privadas	 internacionais,	 identificando	 sujeitos	 de	 direitos	 (nacionalidade	 e	 condição	 jurídica	 do
estrangeiro),	exercício	desses	direitos	(conflito	de	leis)	e	sanção	dos	direitos	(conflito	de	jurisdições).
Atentos	 aos	 objetivos	 desta	 obra	 e	 alicerçados	 na	 releitura	 dos	 diversos	 autores,	 sentimo-nos
autorizados	a	enunciar	o	objeto	de	Direito	Internacional	Privado	mais	adequado	ao	nosso	tempo,	quando
limites	não	devem	ser	colocados	na	busca	do	conhecimento	e	na	harmonia	e	coerência	de	conteúdos	e
métodos.	Esse	objeto	que	pode	parecer	amplo,	à	primeira	vista,	inclui	o	conflito	de	leis	interespacial,	a
nacionalidade,	a	condição	jurídica	do	estrangeiro,	os	direitos	adquiridos,	o	conflito	de	jurisdições,	a
competência	 internacional	e	o	 reconhecimento	de	sentenças	estrangeiras.	Não	vemos,	contudo,	 razão
para	restringi-lo.	Poderíamos	entender,	para	exemplificar,	que	os	direitos	adquiridos	estão	inseridos	na
condição	jurídica	do	estrangeiro;	que	a	nacionalidade	se	integra	no	Direito	Constitucional,	limitando-se	–
como	pensam	vários	autores	–	no	DIPr	à	condição	de	elemento	de	conexão;	que	a	sentença	estrangeira	é
estudada	na	competência	internacional,	a	qual,	por	sua	vez,	poderia	ser	analisada	ao	lado	do	conflito	de
jurisdições.
Nossa	 obra	 tem-se	 caracterizado	 pela	 simplicidade	 e	 objetividade.	 Nesse	 viés,	 cada	 um	 dos
aludidos	objetos	do	Direito	Internacional	Privado	nela	será	estudado.
1.4	Normas	de	DIPr	na	Constituição	Federal	de	1988
A	 Carta	 Magna	 vigente,	 no	 caput	 do	 artigo	 5º,	 garante	 aos	 estrangeiros	 residentes	 no	 país	 “a
inviolabilidade	 do	 direito	 à	 vida,	 à	 liberdade,	 à	 igualdade,	 à	 segurança	 e	 à	 propriedade”	 nos	 termos
legais,	equiparando-os,	nesses	aspectos,	aos	brasileiros.	Exceto	os	direitos	políticos,	tais	como	votar	e
ser	 votado,	 o	 estrangeiro,	 regularmente	 residindono	 Brasil,	 não	 sofre	 qualquer	 discriminação.	 Em
segmento	próprio	desta	obra,	 o	Capítulo	X,	 é	 analisada	 a	condição	 jurídica	do	estrangeiro	 em	nosso
país.
Outros	parâmetros	emanados	pelo	Estatuto	Maior	brasileiro	(art.	12)	se	referem	à	nacionalidade	e	à
naturalização,	que	estudaremos	no	capítulo	nono.	O	inciso	XV	do	artigo	22	dá	competência	privativa	à
União	para	legislar	sobre	emigração	e	imigração,	entrada,	extradição	e	expulsão	de	estrangeiros.
1.5	Direitos	adquiridos
O	respeito	aos	direitos	adquiridos	é	considerado	basilar	para	a	 segurança	 jurídica,	 fazendo	parte
dos	ordenamentos	jurídicos	contemporâneos	–	no	Brasil,	ele	está	inserido	na	Carta	Magna	(art.	5º,	inc.
XXXVI).	 Verificar	 a	 prevalência	 desses	 direitos	 quando	 invocada	 em	 outro	 país	 interessa	 ao	Direito
Internacional	 Privado.	 Muitos	 autores	 têm-se	 ocupado	 do	 tema,	 considerando-o	 objeto	 da	 disciplina,
enquanto	outros	adotam	posição	diversa,	entendendo	que	os	direitos	adquiridos	alegados,	nesse	contexto,
não	se	afastam	dos	conflitos	de	leis,	por	estarem	neles	integrados.	Como	antes	referido,	julgamos	mais
adequada	a	primeira	posição.
Seria	 um	 contrassenso	 imaginar	 que	 o	 ser	 humano,	 ao	 ultrapassar	 as	 fronteiras	 de	 seu	 país,	 nele
deixasse	 os	 direitos	 adquiridos,	 especialmente	 os	 que	 constituem	 seu	 estatuto	 pessoal.	 Trata-se	 de
direitos	 privados,	 que	 foram	 reconhecidos	 por	 ordenamento	 jurídico	 competente.	 Nessa	 esfera,	 são
repelidos,	por	óbvio,	os	que	ofendem	a	ordem	pública,	os	bons	costumes	e	a	soberania	nacional.	Assim,
não	se	permitirão	novas	núpcias	de	cidadão	(v.g.,	árabe)	que	aqui	aportar	já	casado	e	alegar	o	direito	de
poligamia	 existente	 na	 legislação	 de	 seu	 país,	 bem	 como	 alguém	 que	 trouxesse	 seus	 escravos	 seria
impedido	de	mantê-los	nessa	condição.
Feitas	 as	 ressalvas	 acima,	 todos	 os	 direitos,	 plenamente	 incorporados	 ao	 patrimônio	 jurídico	 do
cidadão,	 nacional	 ou	 estrangeiro,	 devem	 acompanhá-lo	 extraterritorialmente.	 Há	 casos	 em	 que	 tais
direitos,	se	buscados	em	nosso	foro	–	pela	aplicação	direta	da	norma	estrangeira	que	os	reconhece	–	não
seriam	 aceitos	 por	 contrariarem	 nossa	 ordem	 pública,	 mas	 serão	 admitidos	 por	 terem	 legalmente
ocorrido	no	 seu	ordenamento	 jurídico.	Assim,	 sentenças	 de	 cobrança	de	 dívidas	 de	 jogos	 de	 azar,	 em
países	onde	essa	atividade	é	legalizada,	têm	sido	reconhecidas	pelo	Superior	Tribunal	de	Justiça.
Eduardo	Espínola	acentua	que	os	direitos	adquiridos	pelo	estrangeiro,	conforme	as	leis	internas	e	as
decisões	 proferidas	 pelos	 tribunais	 de	 seu	 país,	 são	 reconhecidos	 no	 exterior,	 assim	 como	 o
reconhecimento	de	sua	personalidade	e	capacidade	civil.10
Cabe	 ao	 Direito	 Internacional	 Privado	 de	 cada	 país	 verificar	 as	 circunstâncias	 de	 aquisição	 de
direitos	 no	 estrangeiro	 e	 indicar	 as	 condições	 para	 o	 seu	 reconhecimento	 no	 ordenamento	 jurídico
interno.11	Nesse	contexto,	atos	jurídicos	referentes	ao	estado	civil,	como	casamento,	adoção	e	divórcio,
quando	 realizados	no	 estrangeiro	 são	normalmente	 reconhecidos	pelos	Estados	 em	 razão	da	 segurança
jurídica.	Seria,	por	exemplo,	o	caso	de	brasileiro	solteiro	ou	viúvo	que	casa	no	exterior	com	estrangeira
divorciada:	o	assento	no	registro	público	no	Brasil	não	depende	de	homologação	do	divórcio	pelo	STJ,
desde	que	a	estrangeira	não	fosse	casada	com	brasileiro.	Porém,	se	a	celebração	ocorrer	no	Brasil,	se	faz
necessário	apresentar	a	Carta	de	Sentença	do	Superior	Tribunal	de	Justiça	homologando	o	divórcio.
Por	fim,	observemos	que	mera	expectativa	de	direito	em	uma	ordem	jurídica	não	deve	ser	tida	como
direito	adquirido,	enquanto	conquistas	reconhecidas	na	esfera	do	direito	público,	como	aposentadorias	e
pensões,	somente	são	invocadas	perante	o	ordenamento	que	as	concedeu.
1.6	Direito	Internacional	Privado	e	Direito	Internacional	Público
O	DIPr	tem	profunda	afinidade	com	o	Direito	Internacional	Público,	trabalhando	ambos	com	fontes
e	 institutos	 comuns	 –	 tratados,	 nacionalidade,	 extradição	 –	 e	 com	o	mesmo	objetivo	 –	 a	 convivência
pacífica	e	harmônica	entre	os	povos.
Jacob	Dolinger	refere	julgamento,	de	1984,	da	Corte	de	Cassação	francesa	sobre	causa	relacionada
a	Acordo	 de	Cooperação	Científica	 entre	 a	 França	 e	 o	 Irã,	 em	 que	 se	 afirma:	 “As	 partes	 envolvidas
nestes	 acordos	 estavam	 situadas	 no	mais	 alto	 nível.	 Estavam	na	 encruzilhada	 do	Direito	 Internacional
Privado	com	o	Direito	Internacional	Público,	havendo	motivos	para	se	questionar	sob	qual	dos	dois	os
acordos	estavam	cobertos.”12
A	identificação	entre	esses	dois	ramos	jurídicos	fica	evidenciada	na	Convenção	sobre	a	Prestação
de	Alimentos	 no	Estrangeiro,	 instituída	 em	 1956	 pela	ONU,	 estando	 inserida	 no	Direito	 Internacional
Público,	mas	se	destinando	a	concertar	relações	essencialmente	privadas,	o	que	a	integra	plenamente	no
Direito	Internacional	Privado.
1.7	Direito	Internacional	Privado	e	Direito	Comparado
Enfatize-se,	 inicialmente,	 que	 boa	 parte	 da	 doutrina	 entende	 que,	 a	 rigor,	 não	 existe	 Direito
Comparado,	mas	estudos	comparativos	entre	sistemas	jurídicos	diversos,	até	porque	tal	ramo	seria	uma
criteriosa	comparação	entre	institutos	jurídicos	presentes	no	ordenamento	legal	de	diferentes	países,
buscando	 estabelecer	 pontos	 comuns	 e	 divergentes	 que	 neles	 existem.	 Para	 Valladão,	 ele	 é	 “apenas
ciência,	é	a	comparação	dos	direitos	no	espaço,	é	geografia	jurídica,	ao	lado	da	história	do	direito	cuja
dimensão	é	o	tempo”.13
Por	sua	parte,	Oscar	Tenório	considera	que	o	Direito	Comparado	não	constitui	um	ramo	do	Direito,
mas	um	campo	científico	para	apreciar	semelhanças,	afinidades	e	diferenças	entre	sistemas	jurídicos	de
mais	de	um	país.14
De	maneira	diversa	entende	o	professor	de	Direito	Comparado	português	Ferreira	de	Almeida,	para
quem	 esse	 ramo	 das	 ciências	 jurídicas	 pode	 ser	 definido	 como	 “a	 disciplina	 que	 tem	 por	 objetivo
estabelecer	 sistematicamente	 semelhanças	 e	 diferenças	 entre	 sistemas	 jurídicos	 considerados	 na	 sua
globalidade	 (macrocomparação)	 e	 entre	 institutos	 jurídicos	 afins	 em	 ordens	 jurídicas	 diferentes
(microcomparação)”.15
Esses	estudos	comparativos	são	sumamente	importantes	em	Direito	Internacional	Privado.	Quando
da	 aplicação	 de	 Direito	 estrangeiro,	 o	 operador	 jurídico	 nacional	 deve	 analisar	 tal	 direito	 à	 luz	 do
método	 comparativo,	 e	 não	 seguindo	 os	 preceitos	 jurídicos	 do	 foro.	 Assim,	 em	 caso	 jusprivatista
internacional	 que	 deva	 ser	 resolvido	 por	 norma	 jurídica	 estrangeira	 (por	 exemplo,	 direito	 francês),	 a
leitura	desse	direito	não	pode	ser	feita	tendo	em	consideração	as	formas	de	interpretação	e	de	aplicação
do	 direito	 local:	 esse	 operador	 (juiz	 ou	 advogado)	 deverá	 analisar	 as	 normas	 do	 direito	 francês
utilizando	a	sua	hermenêutica.
RESUMO
1.1	Considerações	iniciais
A	intensificação	do	intercâmbio	de	pessoas	vinculadas	a	Estados	regidos	por	legislações	diversas
oportuniza	a	ocorrência,	cada	vez	mais	frequente,	de	conflitos,	criando	dificuldade	para	estabelecer	qual
ordenamento	jurídico	e	qual	legislação	são	competentes	para	a	solução	da	lide.	É	desse	conflito	de	leis
no	espaço	que	se	ocupa	o	Direito	Internacional	Privado.
1.2	Conceito
É	o	ramo	do	direito	interno	que	regula	direta	ou	indiretamente	as	relações	privadas	internacionais
(Cláudia	Marques).
É	o	conjunto	de	regras	de	direito	interno	que	objetiva	solucionar	os	conflitos	de	leis	originárias	de
Estados	diversos,	indicando,	em	cada	caso	que	se	apresente,	a	lei	competente	a	ser	aplicada	(Araújo).
É	um	complexo	de	normas	e	princípios	de	regulação	que,	atuando	nos	diversos	ordenamentos	legais
ou	 convencionais,	 estabelece	 qual	 o	 direito	 aplicável	 para	 resolver	 conflitos	 de	 leis	 ou	 sistemas,
envolvendo	relações	jurídicas	de	natureza	privada	ou	pública,	com	referênciasinternacionais	ou	locais
(Strenger).
O	 Direito	 Internacional	 Privado	 consiste	 no	 conjunto	 de	 normas	 de	 direito	 público	 interno	 que
busca,	por	meio	dos	elementos	de	conexão,	encontrar	o	direito	aplicável,	nacional	ou	estrangeiro,	quando
a	lide	comporta	opção	entre	mais	de	uma	ordem	jurídica	para	solucionar	o	caso	(Del’Olmo).
1.3	Objeto
Organizar	direito	adequado	à	apreciação	de	fatos	anormais	ou	fatos	com	duas	ou	mais	jurisdições,
sejam	pertinentes	ao	fórum	ou	ocorridos	no	estrangeiro	(Amílcar).
Conflito	de	leis,	nacionalidade,	condição	jurídica	do	estrangeiro	e	direitos	adquiridos	(Niboyet).
Conflito	de	leis	interespacial,	nacionalidade,	condição	jurídica	do	estrangeiro,	direitos	adquiridos,
conflito	de	jurisdições,	competência	internacional	e	homologação	de	sentenças	estrangeiras	(Del’Olmo).
1.4	Normas	de	DIPr	na	Constituição	Federal	de	1988
Reconhece	 ao	 estrangeiro	 os	 direitos	 fundamentais.	Disciplina	 a	 nacionalidade	 e	 dá	 competência
privativa	 à	 União	 para	 legislar	 sobre	 emigração	 e	 imigração,	 entrada,	 extradição	 e	 expulsão	 de
estrangeiros.
1.5	Direitos	adquiridos
Todos	 os	 direitos,	 plenamente	 incorporados	 ao	 patrimônio	 jurídico	 do	 cidadão,	 nacional	 ou
estrangeiro,	devem	acompanhá-lo	extraterritorialmente.	Mesmo	casos	em	que	 tais	direitos,	se	buscados
em	nosso	foro,	pela	aplicação	direta	da	norma	estrangeira,	não	seriam	aceitos	por	contrariarem	a	ordem
pública,	podem	ser	admitidos.
São	repelidos,	no	entanto,	aqueles	que	ofendem	a	ordem	pública	local.
1.6	Direito	Internacional	Privado	e	Direito	Internacional	Público
Possuem	fontes	e	institutos	comuns:	tratados,	nacionalidade,	extradição.
1.7	Direito	Internacional	Privado	e	Direito	Comparado
Para	 o	 DIPr,	 o	 Direito	 Comparado	 é	 uma	 ferramenta	 indispensável	 na	 aplicação	 do	 Direito
estrangeiro,	assim	como	na	criação	e	na	adaptação	de	institutos.
QUESTÕES	PROPOSTAS
1.		Conceituar	Direito	Internacional	Privado.
2.		Indicar	o	objeto	do	DIPr	mais	adequado	na	atualidade.
3.		Tecer	considerações	sobre	os	cinco	direitos	fundamentais,	na	CF/88,	extensivos	aos	estrangeiros.
4.		Os	direitos	adquiridos	pelo	cidadão	estrangeiro	que	se	estabelece	legalmente	no	Brasil	são
reconhecidos	pelo	nosso	Direito?	Justificar	sua	resposta.
5.		Citar	institutos	e	fontes	comuns	ao	DIPr	e	ao	Direito	Internacional	Público.
6.		Dissertar	sobre	a	importância	do	Direito	Comparado	para	o	DIPr.
______________
1					CASTRO,	Amílcar	de.	Direito	internacional	privado.	p.	7.
2					BAVILÁQUA,	Clóvis.	Princípios	elementares	de	direito	internacional	privado.	p.	11.
3					ARAÚJO,	Luís	Ivani	de	Amorim.	Curso	de	direito	dos	conflitos	interespaciais.	p.	8.
4					AMORIM,	Edgar	Carlos	de.	Direito	internacional	privado.	p.	6.
5					STRENGER,	Irineu.	Direito	internacional	privado.	p.	44.
6					MARQUES,	Cláudia	Lima.	Ensaio	para	uma	introdução	ao	direito	internacional	privado.	p.	325.
7					CASTRO,	A.	Op.	cit.	p.	50.
8					NIBOYET,	J.	P.	Principios	de	derecho	internacional	privado.	p.	1.
9					BATIFFOL,	Henri	e	LAGARDE,	Paul.	Traité	de	droit	international	privé.	p.	17.
10			ESPINOLA,	Eduardo;	ESPINOLA	FILHO,	Eduardo.	A	Lei	de	Introdução	ao	Código	Civil	Brasileiro.	p.	294.
11			RECHSTEINER,	Beat	Walter.	Direito	internacional	privado:	teoria	e	prática.	p.	204-209.
12			DOLINGER,	Jacob.	Direito	internacional	privado	(parte	geral).	p.	30.
13			VALLADÃO,	Haroldo.	Direito	internacional	privado.	v.	I,	p.	30.
14			TENÓRIO,	Oscar.	Direito	internacional	privado.	v.	I,	p.	47.
15			ALMEIDA,	Carlos	Ferreira	de.	Introdução	ao	direito	comparado.	p.	9.
ESBOÇO	HISTÓRICO	DO	DIREITO	INTERNACIONAL	PRIVADO
“A	história	é	a	soma	dos	acontecimentos	passados,	experiência	vivida
que	acaba	nos	dando	uma	visão	completa	do	pretérito	com	projeções	no
presente	e	no	futuro”	(Edgar	Carlos	de	Amorim).
2.1	Considerações	iniciais
O	Direito	Internacional	Privado	(DIPr)	pode	ser	definido,	em	linhas	gerais,	como	o	marco	jurídico
de	um	país	que	indica	qual	o	direito	a	ser	aplicado	nas	questões	que	contêm	um	elemento	estrangeiro.	A
partir	dessa	definição	pode-se	entender	o	motivo	de	essa	disciplina	ser	chamada,	na	 língua	inglesa,	de
“conflito	 de	 leis”	 (conflict	 of	 laws).	 Em	 casos	 que	 envolvem	 um	 elemento	 estrangeiro,	 torna-se
necessário	definir	questões	como	a	lei	e	a	jurisdição	aplicáveis.	Nesse	sentido,	o	Direito	Internacional
Privado	promove	um	diálogo	entre	culturas	legais	diferentes,	pois	pode	estipular	a	aplicação	da	lei	de
um	país	em	outro.
É	consenso	entre	os	estudiosos	que	na	Antiguidade	não	existiram	regras	de	Direito	Internacional
Privado,	 uma	vez	que	o	 estrangeiro	 era	 considerado	hostil,	 não	 inspirava	 confiança	 e	 não	praticava	 a
mesma	 religião,	 o	que	o	 transformava	 em	potencial	 inimigo.	As	 relações	 eram	difíceis,	 como	 relata	 o
exemplo	 bíblico	 –	 Gênesis,	 cap.	 43,	 vers.	 32	 –,	 no	 qual	 um	 egípcio	 não	 podia	 comer	 pão	 com	 um
estrangeiro.
O	estrangeiro,	nem	em	Roma,	nem	em	Atenas,	 tinha	direito	algum,	não	podendo	ser	proprietário
nem	casar,	herdar,	contratar	ou	praticar	o	comércio.	Algumas	legislações,	como	a	chinesa,	permitiam
até	o	sacrifício	e	a	destruição	do	estrangeiro.1
Contudo,	várias	circunstâncias	ensejavam	relações	entre	os	povos,	como	as	expedições	militares,	os
embates	guerreiros	e,	especialmente,	o	intercâmbio	comercial.	Isso	impunha	o	surgimento	de	algum	tipo
de	justiça	para	os	estrangeiros,	já	que	o	interesse	econômico	assim	o	exigia.
2.2	Grécia
O	meteco,	estrangeiro	em	Atenas,	não	tinha	o	status	de	cidadão,	mas	pagava	uma	taxa	especial	a	fim
de	poder	exercer	atividades	comerciais.	Dispunha	de	uma	judicatura	especial,	a	polemarca,	protegendo
sua	 família	e	 seus	bens.	Surgiu,	 aí,	o	próxeno,	 cidadão	encarregado	de	orientar	o	 estrangeiro	 em	suas
relações	comerciais	e	zelar	por	seus	interesses.	A	consequência	dessas	relações	ensejou	o	surgimento	de
tratados	 entre	 as	 cidades,	 chamados	asília,	 que	 seriam	 a	 origem	dos	 tratados	 de	DIPr,2	 com	o	 fim	 de
proteger	 os	 súditos	 e	 resguardá-los	 contra	 violências.	 O	meteco	 chegou	 a	 gozar	 de	 certos	 direitos
políticos	e	civis,	sendo	então	chamado	isótele.
2.3	Roma
Em	Roma,	o	estrangeiro,	a	princípio	vendido	como	escravo	e	tendo	seus	bens	sequestrados,	evoluiu
para	peregrino,	com	certos	direitos,	baseados	no	 jus	gentium.	Em	242	a.C.,	surge	o	pretor	peregrino,
para	solucionar	as	questões	entre	romanos	e	estrangeiros	ou	entre	somente	estes,	desde	que	residentes	em
Roma.
O	pretor	exercia	o	antigo	poder	jurisdicional	dos	reis,	sendo	a	autoridade	suprema	na	administração
da	justiça	e	encarnando,	na	esfera	de	suas	atribuições,	a	soberania	do	povo	romano,	podendo	“também
criar,	ou	transformar	o	direito	(critérios	de	apreciação),	se	tal	exigissem	as	necessidades	da	prática”.3
Também	no	Egito,	no	tempo	de	Amenófis	III	(1500	a.C.),	firmaram-se	alguns	tratados	de	comércio
com	os	babilônios	e	com	os	hititas.
Na	Bíblia,	outrossim,	há	passagens	simpáticas	ao	estrangeiro,	como	“não	afligirás	o	forasteiro	nem
o	 oprimirás,	 pois	 forasteiro	 foste	 na	 terra	 do	 Egito”	 (Êxodo,	 cap.	 22,	 vers.	 20)	 e	 “se	 o	 estrangeiro
peregrinar	na	vossa	 terra	não	o	oprimireis”	 (Levítico,	 cap.	 19,	 vers.	 33).	 Inobstante	 tais	 legislações	 e
preceitos,	não	há	que	se	falar	em	DIPr	nesses	tempos.	Como	destaca	Jacob	Dolinger,	os	estrangeiros	não
participavam	da	vida	jurídica,	não	admitindo	os	direitos	locais	cotejo	com	direitos	estrangeiros,	o	que
afastava	qualquer	possibilidade	de	conflito:	existia	apenas	um	complexo	de	normas	de	direito	material,4
sendo	absoluta	a	territorialidade	das	leis.
A	invasão	dos	bárbaros	no	Império	Romano,	em	476	de	nossa	era,	vai	alterar	essa	situação.	A	partir
de	 então	 passam	 a	 conviver,	 no	 mesmo	 contexto,	 pessoas	 de	 diferentes	 línguas,	 raças	 e	 condições
econômicas	e	sociais.
Nesse	ínterim,	surge	a	personalidade	das	leis,	por	meio	da	qual	cada

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