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Fenômenos Eletromagnéticos BC0209 (Teoria) Prof. Fernando Semião CCNH/UFABC Critérios de Avaliação Material das aulas, listas de exercícios, notas das provas etc., serão divulgados em: www.flsemiao.wordpress.com Essa disciplina consiste de uma parte teórica e outra experimental. A nota final NF é calculada como NF=0,6NT+0,4NP, onde NT é a nota de teoria e NP a nota da parte experimental (ambas entre 0,0 e 10,0) A conversão para conceito seguirá a tabela: Essa tabela é aplicada apenas se NT e NP ≥ 4,0.Caso contrário, NF=F. Teremos duas provas na parte teórica: A 10,0 – 8,5 B 8,4 – 7,0 C 6,9 – 5,0 D 4,9 – 4,0 F 3,9 – 0,0 P1 em 01/07/2011. P2 em 05/08/2011. Teremos uma prova substitutiva (matéria toda) em 12/08/2011. Essa prova, como o nome diz, substituirá obrigatoriamente a mais baixa entre P1 e P2. Boa sorte! Bibliografia Seguiremos essencialmente o volume 3 de Fundamentos de Física - Halliday et al., e o volume 2 Física – Alaor Chaves . Visão geral do Eletromagnetismo Os termos eletricidade e magnetismo derivam de elektron (grego para âmbar – resina fossilizada de arvores coníferas) e magnetita (Fe3O4) – minério da região da Magnésia (Grécia). Tales de Mileto no ano 800 a.C. já relatava experimentos do tipo: Âmbar friccionada atrai objetos leves como penas. Pedaços de magnetita se atraem ou se repelem dependendo da orientação entre eles. Já no século XIX, nomes como Michael Faraday e James Clerk Maxwell sistematizaram os fenômenos elétricos e magnéticos em uma ciência unificada: Eletromagnetismo. Fatos importantes dessa teoria: Carga elétrica é a entidade responsável pelos fenômenos eletromagnéticos. Cargas em repouso interagem por meio da força elétrica. Quando elas se movem umas em relação às outras, aparece outra forma de interação, a força magnética. Luz é um fenômeno eletromagnético. Forças eletromagnéticas são manifestações de campos eletromagnéticos: campo elétrico e campo magnético. Variação de campo elétrico produz campo magnético e variação de campo magnético produz campo elétrico. Há dois tipos de carga, que por convenção, foram denominadas positivas e negativas, e recebem esse sinal algebricamente. A soma algébrica de todas as cargas em um sistema fechado permanece constante. A carga q em um corpo qualquer é quantizada em unidades da carga elementar e = 1,6 10−19C (C é Coulomb, unidade de carga elétrica no S.I.). Matematicamente, q = ±ne, 𝑛 = 0,1,2,… . De mesmo modo, partículas subatômicas portadoras de carga elétrica são criadas ou destruídas em pares com cargas de sinais opostos. Exemplo: n → p+e-+ν , onde n é um neutron (q=0), p é um próton (q=e), e- é um elétron (q=-e) e ν é um antineutrino (q=0). Em um sistema aberto, a carga é conservada no sentido de que se sua densidade num ponto muda, então isso causou aumento de densidade em outro ponto (houve corrente elétrica). Tudo isso e muito mais está contido nas chamadas equações de Maxwell: 𝐸 . 𝑑𝑎 = 𝑞/𝜀0 𝐵 . 𝑑𝑎 = 0 𝐸 . 𝑑𝑠 = − 𝑑Φ𝐵 𝑑𝑡 𝐵 . 𝑑𝑠 = 𝜇0𝜀0 𝑑Φ𝐸 𝑑𝑡 + 𝜇0𝑖 Nosso objetivo nesse quadrimestre é entender essa estrutura! Lei de Coulomb Cargas elétricas em repouso interagem por meio de força elétrica (força eletrostática). Charles-Augustin de Coulomb mostrou em 1785 que a força que uma partícula de carga 𝑞2 exerce sobre outra de carga 𝑞1 é dada por 𝐹 = 𝑘 𝑞1𝑞2 𝑟2 𝑟 (Lei de Coulomb) onde 𝑟 é um versor (vetor adimensional de módulo 1) ao longo do eixo que une as partículas, r é a distância entre elas, e k=8,99 x 109 N.m2/C2 é a constante eletrostática. Pela 3ª Lei de Newton, a força que a partícula 1 exerce sobre a 2 é igual a −𝐹 . Note que o sinal das cargas tem importância fundamental. Se elas têm o mesmo sinal, a força na partícula 1 é na direção de 𝑟 (repulsiva) Se elas tem carga oposta, a força é na direção −𝑟 (atrativa) Essa força tem a mesma forma que a gravitacional 𝐹 𝑔 = −𝐺 𝑚1𝑚2 𝑟2 𝑟 exceto que as massas são sempre positivas (gerando força sempre atrativa) e que G é cerca de 1039 vezes menor que k. É devido a grande intensidade da força elétrica que a matéria consegue se agrupar em átomos, moléculas, etc. Devido a força gravitacional a matéria se agrupa em sistemas solares, galáxias, etc. Devido a outra força (nuclear), partículas como nêutrons e prótons se agrupam em núcleos atômicos. Campo Elétrico Vimos que na presença de uma carga 𝑞, outra partícula de carga 𝑞0 sentirá a uma força eletrostática. Podemos dizer então que a presença da carga 𝑞 modifica o espaço ao seu redor, tal que outra partícula carregada poderá sentir esse efeito. Essa é a origem do conceito de campo em Física. Trata-se de uma distribuição contínua no espaço de uma quantidade física (pode ser escalar, vetorial ou tensorial). O campo elétrico é obtido calculando a força por unidade de carga, ou seja, 𝐸 = 𝐹 𝑞0 = 𝑘𝑞 𝑟2 𝑟 (campo elétrico criado por carga pontual) Fica claro dessa definição que dado um campo elétrico no espaço, se quisermos a força elétrica sentida por uma partícula de carga Q, basta multiplicar o valor do campo elétrico por Q. A unidade de campo elétrico é N/C. É útil reescrever a constante k da seguinte maneira (simplificará equações no futuro) 𝑘 = 1 4𝜋𝜀0 onde 𝜀0 = 8,85 x 10-12 C2/N.m2 é chamada de permissividade elétrica do vácuo. Com isso, a lei de Coulomb e o campo elétrico criado por uma partícula de carga q se tornam 𝐹 = 1 4𝜋𝜀0 𝑞1𝑞2 𝑟2 𝑟 𝐸 = 1 4𝜋𝜀0 𝑞 𝑟2 𝑟 O princípio da superposição é válido para forças elétricas e campos elétricos. Considere por exemplo 4 partículas carregadas. Elas interagem ao pares de acordo com a Lei de Coulomb. A força resultante sobre, digamos, a partícula 1 será: 𝐹 1 = 𝐹 12 + 𝐹 13 + 𝐹 14 onde 𝐹 1𝑗 e a força que a partícula 𝑗 exerce na partícula 1. Exemplo Considerando a configuração mostrada na figura abaixo, calcule a força elétrica atuando na partícula 0. A força resultante em q0 é a soma das forças individuais: 𝐹 0 = 𝐹 0,1 + 𝐹 0,2 Podemos trabalhar componente à componente (x e y): 𝐹 0 = 𝐹0𝑥𝑖 + 𝐹0𝑦𝑗 . 𝐹0𝑥 = |𝐹0,1| cos 45° + 0 = |𝑞0||𝑞1| 4𝜋𝜀0 22 + 22 2 2 2 = 3,97𝑥10−7𝐶 𝐹0𝑦 = 𝐹0,1 sin 45° − 𝐹0,2 = 𝑞0 𝑞1 4𝜋𝜀0 22 + 22 2 2 2 − |𝑞0||𝑞2| 4𝜋𝜀022 = −2,77𝑥10−7𝐶 Logo, a força elétrica sobre 𝑞0 é 𝐹 0 = 3,97𝑖 − 2.77𝑗 10 −7𝐶.
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