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Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO Fundação CECIERJ/Consórcio Cederj Curso de Pedagogia para as Séries Iniciais do Ensino Fundamental 2014/1º Disciplina optativa EDUCAÇÃO PARA A DIVERSIDADE Coordenação: Professora Doutora Maria Amelia de Souza Reis MÓDULO II – AULA 4 Meu Sonho Não Faz Silêncio Poema de José Carlos Limeira Meu sonho jamais faz silêncio E a ninguém caberá calá-lo Trago-o como herança que me mantém desperto Como esta cor não traduzida em versos Pois se fariam necessários muitos e tantos versos [...] Meu sonho jamais faz silêncio É a lança brilhante de Zumbi A espada de Ogum É o lê, o rumpi, é o rum É a fúria sem arreios Terra farta dos anseios Desacato, ato, sem freios Vôo livre da águia que não cansa Me faz erê, me faz criança Meu sonho jamais faz silêncio É um grito velho que me conta as lendas De onde fisga tantas lembranças E com ele invado chats, pages, sites Na intimidade de corpos em dança Perpetuando o gosto pelo correto Meu sonho é pura herança Rastro Dos que plantaram, lutaram, construíram O que não usufruo Areia que moldada em vaso Onde não nos cabem culpas É lúcido ao sol dos trópicos, charqueado ao frio É como um fio Grita alto e bom som Que o seio do amanhã nos pertence Carregamos toda pressa Meu sonho não faz silêncio E não é apenas promessa Planta em mim mesmo, na alma Palmares, Palmares, Palmares Pelo que de belo, pelo que de farto Muitos Palmares [...] E que nem tentem que faça silêncio Pois voltaria gritando em um texto de Solynca Ás que completa a trinca Torna-se um canto de Ella, Graça, Guiguio, Lecy Gente negra, gente negra Jamelão, Mangueira Brilho da mais brilhante estrela Nunca se estanca, bravo se retraduz em sina Só não lhe cabem Crianças arrancadas da escola Pela fome que rasga gargantas E nos promete vê-las Alimentadas todas, cultas Meu sonho é uma negra criança Que luta Ergue Quilombos, aqui, ali Em cada mente, em cada face Impávidos como Palmares, impávidos Ilês Em todos os lugares Meu sonho não faz silêncio Porque feito de lida Teimoso como esta cor Para sempre será desperto e certo Mais que vivo, é a própria vida. Ilê Para Somar Artista: Ilê Aiyê Composição: Valmir Brito/ Armandinho Áras/ Levis Menezes Link para a música http://ile_aiye.hipermusicas.com/ile_para_somar/ Sem facções, Sem transmutação da cor, sem lágrimas nem dor Não há submissão da raça pirraça pirraça... Sem lágrimas, nem dor Só mesmo o criador Se vê o passado o tempo levou Hoje a expressão do negro É só amar Hoje a expressão do negro é liberdade É certo futuro vai estar no presente Um militante ex-não combatente Um dissidente negro traidor Saudades daqueles Que não voltam atrás Sem dividir seremos sempre mais Sem dividir esse meu eu será você Adoro ilê, tenho orgulho ilê É o mais pleno e invulgar respeito Na sua trajetória Tornou-se um monumento Irreverente dessa nossa história Ilê ilê ilê ilê Aiyê http://www.youtube.com/watch?v=CHAKeWUmJh0&feature=related ATIVIDADE O poema e a música trazem na sua letra um protesto contra a discriminação e o racismo. Faça uma análise critica dos textos citados levando em consideração alguns pontos: As contribuições da população negra para a constituição do povo brasileiro. O “mito da democracia racial”, ou seja, reconhecer a existência do racismo no Brasil e a necessidade de valorização e respeito aos negros. O que a música que dizer no trecho: “Não há submissão da raça pirraça pirraça...”? As questões de marginalização e exclusão dos negros. Os diversos aspectos da história da cultura que caracteriza a formação da população brasileira.
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