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Geologia aplicada à Engenharia Sanitária e Ambiental - UFSC

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ENS - 5319 
 
Professor: Masato Kobiyama 
Elaboração: Fabiane Tasca 
Apresentação 
 
 Onde buscar no futuro a água imprescindível à sobrevivência? Onde e como obter o ar respirável? 
Onde plantar alimentos se os solos são rapidamente erodidos, simplesmente porque não existem árvores 
que possam atenuar o impacto das chuvas? A esperança de que nossa alimentação estaria nos mares vai 
sendo desfeita. Aos poucos, as praias se tornam impróprias ao banho. O lixo atômico, os acidentes com os 
petroleiros e poluentes químicos despejados todos os dias no mar não asseguram um bom futuro para 
aquela fonte de riquezas. É importante que todos os profissionais que atuam no campo das Engenharias- 
da Biologia, da Geologia, Ciências Naturais, Geografia, Sanitária, Ambiental e todas demais áreas, 
conheçam as leis naturais que regem o nosso planeta, a fim de trabalhar em harmonia com elas. 
 Na disciplina de Geologia Aplicada a Engenharia Sanitária e Ambiental – ENS 5319- 
estudaremos desde o processo de formação dos solos e do universo até a formação dos furacões. Veremos 
um vasto conteúdo no intuito de entender a natureza dos fenômenos, seus porquês e para quês; ao mesmo 
tempo em que instigaremos o aluno a formular novas indagações e questionamentos, enriquecendo nossa 
disciplina. 
 Esta disciplina é composta por aulas práticas (campo e viagens), tornando-se fundamental ao 
aluno o interesse por trabalhos de campo, bem como possuir uma boa capacidade de observação e 
interpretação. Ao final do curso o aluno deverá ser capaz de observar, calcular e analisar os componentes 
(minerais, rochas, solos, águas, etc.) do Geossistema e seus comportamentos, considerando o tempo 
geológico. 
 O engenheiro sanitarista e ambiental atua, também, junto ao meio ambiente e talvez seja o 
profissional mais preparado para gerenciar essa área. Da mesma forma que descobre depósitos minerais 
cuja extração, eventualmente, vai prejudicar o meio ambiente, é o profissional que está preparado para 
propor ações mitigadoras ou corretivas. 
 A presente apostila foi desenvolvida pela equipe do Laboratório de Hidrologia- Labhidro- da 
Universidade Federal de Santa Catarina com objetivo de tornar-se uma ferramenta auxiliar à disciplina de 
Geologia aplicada à Engenharia Sanitária e Ambiental. Esperamos que o estudo dela seja tão prazeroso a 
você, estudante, como foi para nós tê-la desenvolvido. 
Bons estudos! 
 
Atenciosamente 
Masato Kobiyama 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, 
imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para 
entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e 
dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. 
Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o 
próprio teto.Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para 
quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo 
como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser. 
Que nos faz professores e doutores do que não vimos, 
quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver.” 
 
Amyr Klink- (Mar sem Fim, 2000) 
 
 
 
Sumário 
 
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 7 
1.1 O que é a Geologia .......................................................................................................................... 7 
1.2 A Geologia Ambiental e a Geologia da Engenharia ...................................................................... 7 
2 UNIVERSO ........................................................................................................................................... 9 
2.1 Como Nasceu o Universo ............................................................................................................. 10 
2.1.1 Cronologia na criação do Universo ....................................................................................... 10 
2.2 Estrutura do Universo ................................................................................................................... 13 
2.2.1 Via Láctea .............................................................................................................................. 13 
2.2.2 Sistema Solar ......................................................................................................................... 15 
2.2.3 Sol .......................................................................................................................................... 15 
2.2.4 Planetas .................................................................................................................................. 17 
2.2.5 Planetas anões ........................................................................................................................ 18 
2.2.6 Luas ........................................................................................................................................ 18 
2.2.7 Corpos menores ..................................................................................................................... 19 
2.2.8 O Planeta Terra ...................................................................................................................... 20 
3 MINERAIS .......................................................................................................................................... 33 
3.1 Propriedades Químicas ................................................................................................................. 33 
3.2 Propriedades Físicas ...................................................................................................................... 35 
3.3 Minerais mais comuns .................................................................................................................. 37 
4 ROCHAS ............................................................................................................................................. 44 
4.1 Natureza das Rochas ..................................................................................................................... 44 
4.2 Rochas Ígneas ou Magmáticas ...................................................................................................... 47 
4.2.1 Principais Rochas Ígneas ....................................................................................................... 49 
4.3 Rochas Sedimentares .................................................................................................................... 50 
4.3.1 Rochas Sedimentares Clásticas .............................................................................................. 51 
4.3.2 Rochas Sedimentares Orgânicas ............................................................................................ 53 
4.3.3 Litificação (ou diagônese) ..................................................................................................... 54 
4.4 rochas Metamórficas ..................................................................................................................... 54 
4.4.1 Classificação de metamorfismo ............................................................................................. 55 
4.4.2 Estruturas das Rochas Metamórficas ..................................................................................... 57 
4.4.3 Classificação das Rochas Metamórficas ................................................................................ 58 
4.4.4 Principais Rochas Metamórficas ...........................................................................................58 
4.5 Onde as rochas são encontradas ? ................................................................................................. 60 
5 Processos internos e seus efeitos ........................................................................................................ 64 
5.1 Placas TectônicaS e Deriva Continental ....................................................................................... 64 
5.1.1 Pangéia ................................................................................................................................... 67 
5.2 Orogênese...................................................................................................................................... 68 
5.2.1 Dobramentos .......................................................................................................................... 70 
5.2.2 Falhamentos ........................................................................................................................... 72 
5.2.3 Vulcanismo ............................................................................................................................ 74 
5.2.4 Terremoto .............................................................................................................................. 78 
5.3 Epirogênese ................................................................................................................................... 79 
5.3.1 Teoria da Isostasia ................................................................................................................. 80 
5.3.2 Modelo de Airy ...................................................................................................................... 81 
5.3.3 Anomalias Isostáticas (Anomalias gravimétricas) ................................................................. 81 
5.3.4 Glacio-isostasia ...................................................................................................................... 82 
5.4 Origens das montanhas ................................................................................................................. 83 
5.4.1 Montanhas de domo ............................................................................................................... 84 
5.4.2 Montanhas de blocos de falhamento ...................................................................................... 84 
5.4.3 Montanhas de Dobras ............................................................................................................ 84 
5.4.4 Montanhas vulcânicas ............................................................................................................ 85 
5.4.5 Montanhas Brasileiras ........................................................................................................... 86 
6 Intemperismo ...................................................................................................................................... 89 
6.1 Intemperismo físico....................................................................................................................... 90 
6.2 Intemperismo químico .................................................................................................................. 90 
6.3 Intemperismo e sedimentação ....................................................................................................... 92 
6.4 Importância dos sedimentos em ecologia e na engenharia hidráulica: ......................................... 93 
7 Solos ..................................................................................................................................................... 94 
7.1 Perfil e horizontes ......................................................................................................................... 95 
7.2 Os Diferentes Tipos de Solos ........................................................................................................ 96 
7.3 Mapas Pedológicos ....................................................................................................................... 97 
7.3.1 Elaboração dos mapas pedológicos ....................................................................................... 97 
7.3.2 Utilização dos levantamentos de solos em Geologia de Engenharia ..................................... 98 
8 As paisagens: Interação da Tectônica e do Clima ......................................................................... 100 
8.1 Topografia, elevação e relevo ..................................................................................................... 100 
8.2 Geração de Curvas de Nível ........................................................................................................ 102 
8.2.1 Características das Curvas de Nível .................................................................................... 103 
8.2.2 Normas para o Desenho das Curvas de Nível ..................................................................... 105 
8.2.3 Principais Acidentes Geográficos Naturais: ........................................................................ 108 
9 Processos externos e seus efeitos ..................................................................................................... 111 
9.1 Água ............................................................................................................................................ 111 
9.1.1 Distribuição das Águas ........................................................................................................ 111 
9.1.2 Ação Geológica das Águas .................................................................................................. 115 
9.2 Vento ........................................................................................................................................... 120 
9.2.1 Principais ventos .................................................................................................................. 123 
9.2.2 Transporte Eólico ................................................................................................................. 125 
9.2.3 Erosão Eólica ....................................................................................................................... 131 
9.3 Gelo ............................................................................................................................................. 133 
9.3.1 Ação Erosiva das Geleiras ................................................................................................... 133 
9.3.2 Glaciações ............................................................................................................................ 135 
9.3.3 Erosão Glacial ...................................................................................................................... 136 
9.4 Gravidade .................................................................................................................................... 137 
9.4.1 Causas do Movimento de Massa ......................................................................................... 138 
9.4.2 Classificação dos Movimentos de Massa ............................................................................ 138 
9.4.3 Leitura Complementar: Tirando o natural do desastre natural ............................................ 145 
9.4.4 Deslizamentos que matam: veja se você e a sua família correm perigo 
[16]
 ........................ 145 
10 Geologia do Brasil ............................................................................................................................ 152 
10.1 Geologia de Santa Catarina ......................................................................................................... 15510.1.1 Complexo Granulítico de Santa Catarina ............................................................................ 155 
10.1.2 Complexo Tabuleiro ............................................................................................................ 156 
10.1.3 Complexo Metamórfico Brusque ........................................................................................ 156 
10.1.4 Grupo Itajaí .......................................................................................................................... 156 
10.1.5 Suítes Intrusivas Graníticas ................................................................................................. 156 
10.1.6 Supergrupo Tubarão ............................................................................................................ 157 
10.1.7 Grupo Passa Dois ................................................................................................................. 158 
10.1.8 Grupo São Bento .................................................................................................................. 159 
10.1.9 Sedimentos Cenozóicos ....................................................................................................... 159 
 
 
 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
“A terra ensina-nos mais acerca de nós próprios do que todos os 
livros. Porque ela nos resiste.” (Antoine de Saint-Exupéry) 
 
 
1.1 O QUE É A GEOLOGIA 
 Geologia, do grego γη- (ge-, "a terra") e λογος (logos, "palavra", "razão"), é a ciência que tem 
como objeto o estudo do planeta Terra- sua composição, estrutura, seus processos internos e externos, 
propriedades físicas, história e os processos que lhe dão forma. É uma das ciências da Terra. Dedica-se, 
principalmente, ao entendimento do que ocorre ou ocorreu abaixo da superfície da Terra, mesmo que, 
para isso, tenha que buscar elementos nos fenômenos que estão ocorrendo sobre a superfície. O campo de 
atividade da Geologia é, por conseguinte, a porção da Terra constituída de rochas que, por sua vez, são as 
fontes de informações. Entretanto, a formação das rochas decorre de um conjunto de fatores físicos, 
químicos e biológico, de onde os interesses se entrecruzam repetidamente. É objeto da Geologia Geral o 
estudo dos agentes de formação e transformação das rochas, da composição e disposição das rochas na 
crosta terrestre. 
 
1.2 A GEOLOGIA AMBIENTAL E A GEOLOGIA DA 
ENGENHARIA 
 
 O Homo sapiens é do Quaternário. Os vestígios de sua civilização, 
representados por fósseis, utensílios e pinturas rupestres são encontrados 
em todos os continentes, evidentemente a partir dos períodos em que os mesmos foram ocupados. O 
homem foi evoluindo em forma, constituição e habitat, deixando de ser nômade para se tornar sedentário, 
trocando a posição de coletor de alimentos para virar produtor, com as atividades de pastoreio e 
agricultura. Tornou-se assim o mais novo e intenso agente modificador do ambiente, o que permitiu seu 
enorme crescimento populacional, que nos últimos 100 anos, principalmente, exerceu forte pressão sobre 
o meio ambiente, interferindo, acelerada e intensamente, nos processos naturais. 
 Desta forma, o homem contribuiu para modificar o regime de escoamento, infiltração e 
evapotranspiração das águas das chuvas, provocando a aceleração dos processos erosivos dos solos, a 
desertificação, salinização e a diminuição da infiltração d´água na recarga dos aqüíferos, dentre outros 
impactos que estabelecem relações negativas. Por outro lado, também recupera áreas degradadas ou as 
ocupa com critérios adequados. Essas relações do homem com seu habitat são estudados por dois ramos: 
 Geologia Ambiental: ramo da Ecologia que trata das relações entre o homem e seu habitat 
geológico; ela se ocupa dos problemas do homem com o uso 
da terra - e a reação da terra a este uso. A Geologia Ambiental 
inclui os ramos tradicionais da Geologia de Engenharia e da 
Geologia Econômica, ou uma pequena parte desta última, 
referente aos recursos minerais. (FLAWN, P.T.; 1970. 
Environmental Geology. New York: Harper & Row Pub. 
Prefácio). 
 Geologia de Engenharia (antiga Geologia Aplicada): 
Ciência dedicada à investigação, estudo e solução de 
problemas de engenharia e meio ambiente, decorrentes da 
interação entre a Geologia e os trabalhos e atividades do 
homem, bem como à previsão e desenvolvimento de medidas 
preventivas ou reparadoras de acidentes geológicos 
 (Associação Brasileira de Geologia de Engenharia – ABGE). 
 
 Os conhecimentos de geologia de engenharia terão uma função diferente conforme sejam usados 
por um engenheiro ou por um geólogo (Figura 1). Aquele deverá ter consciência dos problemas que 
poderão advir do terreno sobre o qual constrói sua obra (condicionamentos geológicos), dos problemas 
que a obra poderá criar, saber solicitar os levantamentos geológicos necessários e interpretá-los. O 
geólogo deverá ter consciência dos problemas que as condições geológicas podem trazer para a 
construção, para adaptar essa investigação a essas necessidades. Assim, vivendo as contradições 
de sua evolução, o homem impõe ao Planeta as conseqüências de suas escolhas. A Geologia de 
Engenharia é uma das ferramentas técnico- científicas úteis ao discernimento das escolhas mais acertadas 
a uma transformação adequada do meio ambiente. 
 
 
Referências: 
 
MACIEL FILHO, C. L. Introdução à geologia de engenharia. Brasilia: CPRM; Santa Maria, RS: Ed. da 
UFSM, 1994. 283p. 
TEIXEIRA, W. Decifrando a terra. São Paulo: Companhia Ed. Nacional, 2008, 558p 
OLIVEIRA, A. & BRITO, S. Geologia de engenharia. São Paulo: ABGE, 1998. (impressão 1999) 587p. 
 
Figura 1: O Geólogo, Pintura do séc. XIX por 
Carl Spitzweg. 
 
2 UNIVERSO 
 
“Quero saber como Deus criou este mundo. Não estou interessado 
neste ou naquele fenômeno, ou no espectro deste ou daquele 
elemento. Quero conhecer seus pensamentos, o resto são 
detalhes.” (Albert Einstein) 
 
 
 
 
 Muitos foram os seres humanos que dedicaram as suas vidas ao estudo das ciências e da 
descoberta da origem do Universo (do latim universus, "todo inteiro", composto de unus e versus). Dentre 
as principais descobertas e teorias desenvolvidas para elucidar a origem do Universo, podemos citar: 
 
 1914 – Albert Einstein enuncia a Teoria da Relatividade, mostrando a equivalência entre matéria e 
energia. E = m.c² 
 1917 – O astrônomo holandês Willen de Sitter demonstra de forma teórica que o Universo está em 
expansão. 
 1927 – O astrônomo belga Georges Lemaitre sugere que, inicialmente, toda a matéria do Universo 
estava concentrada em um único lugar: o ovo cósmico ou átomo primordial. 
 1929 – Edwin Hubble, baseado em suas observações, enuncia sua famosa lei segundo a qual a 
velocidade com que uma galáxia se afasta de nós está relacionada com a sua distância até nós, e, portanto, 
com o tempo. Esta foi a primeira evidência da expansão do Universo. 
 1950 – Herman, Gamow e Alpher propõem a Teoria do Big-Bang (nome sugerido por Hoyle para 
o evento que dá início ao Universo). 
 1965 – Os físicos americanos Arno Penzias e Robert Wilson detectam a radiação cósmica de 
fundo, equivalente à radiação emitida por um corpo negro a uma temperatura de 2,7K. Essa descoberta da 
radiação cósmica de fundo parece evidenciar duas coisas: a existência do big-bang, sendo esta radiação de 
fundo proveniente da transformação de massa em energia radiante, um resíduo do big-bang que deu 
origem ao Universo, e ainda que 2,7K seria a temperatura atual do Universo considerado como um todo 
(uma espécie de temperatura média do Universo), o que já tinha sido previsto por George Gamow (1904-1968) em 1948. 
2.1 COMO NASCEU O UNIVERSO 
 Por meio do conhecimento existente sobre a matéria e energia, radiações, partículas elementares e 
fazendo uso dos recursos da Física teórica, incluindo modelagens e simulações, os cientistas 
reconstituíram com grande precisão as etapas sucessivas ao Bing Bang, que é a teoria mais aceita no que 
se refere à origem do universo. 
 A Teoria do Big-Bang (Figura 2.0) admite que o Universo tem uma idade limite, da ordem de 15 
ou 20 bilhões de anos e, portanto, existe um instante inicial em que o Universo foi criado. Segundo essa 
teoria, há 15 ou 20 bilhões de anos uma fabulosa quantidade de energia estava localizada em uma esfera 
de diâmetro inferior a 1 cm, denominada ovo cósmico ou singularidade. 
 Num dado instante (t = 0), toda essa energia, em rápida expansão, criou o Universo que se dilatou 
e se resfriou uniformemente. A redução rápida de temperatura determinou as sucessivas transformações 
da energia liberada que se materializou na forma de partículas (quarks) e antipartículas (antiquarks). A 
matéria e a antimatéria se aniquilam, gerando uma quantidade enorme de energia na forma de fótons e 
obedecendo à equação de Einstein: E = m.c². O excesso de matéria em relação à antimatéria deu origem 
ao Universo em que hoje vivemos. 
2.1.1 CRONOLOGIA NA CRIAÇÃO DO UNIVERSO 
 
 a) Instante t = 0: instante inicial em que ocorreu o Big-Bang; a escala de distâncias vale zero, a 
densidade do universo é infinitamente elevada e não há ferramentas na Matemática ou na Física, que hoje 
conhecemos, para estudar este momento. O evento instante zero é tratado como uma singularidade no 
estudo da evolução do Universo. 
 b) Intervalo de tempo entre t = 0 e t = 10 – 43s: o que ocorreu neste intervalo é pura especulação 
teórica sem nenhuma possibilidade de comprovação através de observações físicas. 
 c) Intervalo de tempo entre t = 10 – 43s e t = 10 – 35s: neste curto intervalo de tempo os quarks e 
os antiquarks aniquilaram-se dando origem à radiação, na forma de fótons. A quantidade de quarks é 
maior que a de antiquarks, de modo a restar matéria na forma de quarks que deu origem ao Universo em 
que hoje vivemos. O universo está-se resfriando, passando de uma temperatura de 1032 K em t = 10 – 43s 
para a temperatura de 1027K em t = 10 – 35s. 
 d) No instante t = 10 – 30s: os quarks remanescentes do processo de aniquilamento começam a se 
fundir, dando origem aos prótons e nêutrons. 
 e) No instante t = 10 – 6s: a fusão dos quarks, originando prótons e nêutrons, é concluída e os 
quarks desaparecem. Os prótons e nêutrons podem-se transmutar entre si e vão coexistir com elétrons e 
fótons. 
 f) Após o instante t = 1s: com a queda da temperatura, os prótons não podem mais se transmutar, o 
que não ocorre em relação aos nêutrons. É por isso que existem, até hoje, quatro vezes mais prótons do 
que nêutrons. 
 g) No intervalo de t = 10s - 500s: ocorrem as reações de fusão dos núcleos: 25% dos núcleos de 
hidrogênio transformam-se em hélio; um milésimo por cento é transformado em deutério e menos de um 
milionésimo por cento é transformado em lítio. Ao fim de 3 minutos as transformações fundamentais já 
haviam ocorrido. 
 h) Quando o Universo possui uma idade entre 300 000 anos e 1 milhão de anos, a temperatura já é 
suficientemente baixa para que os elétrons comecem a se associar aos prótons para formar os átomos de 
hidrogênio. 
 i) Antes de atingir a idade de 1 bilhão de anos, a força gravitacional começou a agir e as primeiras 
galáxias apareceram. 
 
 
 Figura 2.0: Simulação do Big Bang [1]. 
2.2 ESTRUTURA DO UNIVERSO 
 
 A Astronomia nos ensina que existem incontáveis estrelas no céu. Ao mesmo tempo, observamos 
que elas se dispõem de uma maneira ordenada, segundo hierarquias. As estrelas agrupam-se 
primeiramente em galáxias, cujas dimensões são da ordem de 100.000 anos- luz. As galáxias podem 
conter enormes espaços interestelares de baixa densidade, mas também regiões de densidade extrema. Os 
assim chamados buracos negros podem sugar qualquer matéria das proximidades, em virtude da sua 
gigantesca energia gravitacional. Nem mesmo a luz consegue escapar dos buracos negros e o seu estudo é 
um dos temas de fronteira da Astronomia. 
 A Via Láctea é uma galáxia do tipo espiral, que faz parte de um grupo de galáxias, o Grupo 
Local (Figura 2.1), que é um aglomerado pequeno, com cerca de 50 membros, que ocupa um volume de 3 
milhões de anos-luz na sua dimensão maior. A Via Láctea e Andrômeda (M31) são de longe os dois 
membros mais massivos, estando um em cada borda do aglomerado. A terceira galáxia mais luminosa do 
grupo é outra espiral, M33, que tem 20% da luminosidade da Via Láctea e 13% da luminosidade de 
Andrômeda. Entre os demais membros existem duas elípticas, M32, satélite de M31, e M110, e várias 
irregulares e galáxias anãs. As Nuvens de Magalhães (Grande Nuvem de Magalhães e Pequena Nuvem de 
Magalhães), galáxias irregulares e satélites da nossa Galáxia, também fazem parte desse grupo. A Grande 
Nuvem de Magalhães, localizada a 150 mil anos-luz da Via Láctea, era até 1994 considerada a galáxia 
mais próxima. Desde 2003 foram descobertas várias galáxias anãs na região do Grupo Local, entre as 
quais uma anã localizada a apenas 25 mil anos-luz de distância, na direção do centro galáctico. Essa é 
atualmente a galáxia mais próxima, e só não foi detectado antes devido estar numa região de grande 
extinção e ter brilho superficial muito baixo. 
 No total, o grupo local contém pelo menos 3 galáxias espirais, 2 elípticas, 15 galáxias irregulares 
de diferentes tamanhos, e 17 anãs elípticas. A maioria das galáxias se encontra orbitando a Via Láctea ou 
Andrômeda, dando uma aparência binária ao Grupo Local. 
2.2.1 VIA LÁCTEA 
 
 Em noites límpidas e sem lua, longe das luzes artificiais das áreas urbanas, pode-se ver claramente 
no céu uma faixa nebulosa atravessando o hemisfério celeste de um horizonte a outro. Chamamos a essa 
faixa Via Láctea (Figura 2.2), devido à sua aparência, que lembrava aos povos antigos um caminho 
esbranquiçado como leite. 
 Sua parte mais brilhante fica na direção da constelação de Sagitário, sendo melhor observável no 
Hemisfério Sul durante as noites de inverno. Na Via Láctea está localizado o Sistema Solar da Terra. 
 A Via Láctea é uma estrutura constituída 
por cerca de duzentos bilhões de estrelas 
(algumas estimativas colocam esse número no 
dobro, em torno de quatrocentos bilhões) e tem 
uma massa de cerca de um trilhão e 750 bilhões 
de massas solares. Sua idade está calculada entre 
treze e treze bilhões e 800 milhões de anos, 
embora alguns autores afirmem estar na faixa de 
quatorze bilhões de anos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2.2: Nossa localização na Via Láctea
 [3]
. 
 
Figura 2.1: Via Láctea 
[2]
. 
2.2.2 SISTEMA SOLAR 
 
 Nosso sol é uma estrela de média grandeza, formando hélio pela queima de hidrogênio há cerca de 
4,6 bilhões de anos. Possivelmente permanecerá nesta fase por outros tantos bilhões de anos, antes de 
evoluir para a fase de gigante vermelha, anã branca, e finalmente tornar-se uma anã- negra. 
 Os demais corpos que pertencem ao Sistema Solar (planetas, satélites, asteróides, cometas, além 
de poeira e gás) formaram-se ao mesmo tempo em que sua estrela central. Isto confere ao sistema uma 
organização harmônica no tocante à distribuição de sua massa e às trajetórias orbitais de seus corpos 
maiores, os planetas e satélites. A massa do sistema (99,8%) concentra-se no sol, com os planetas girando 
ao seu redor, em ordens elípticas de pequena excentricidade, virtualmente coplanares, segundo um plano 
básico denominado eclíptico. 
 Neste planoestão assentadas, com pequenas inclinações, as órbitas de todos os planetas, orbitam 
também numerosos asteróides. Por sua vez, a grande maioria dos cometas parece seguir órbitas próximas 
do plano eclíptico. O movimento de todos estes corpos ao redor do sol concentra praticamente todo o 
momento angular do sistema. 
 
2.2.3 SOL 
 
 
 
 
 O Sol é o objeto mais proeminente em nosso sistema solar (Figura 2.3). É o maior objeto e contém 
aproximadamente 98% da massa total do sistema solar. Cento e nove Terras seriam necessárias cobrir o 
Figura 2.3: Sistema Solar
 [4]
. 
disco do Sol, e em seu interior caberia 1,3 milhão de Terras. A camada externa visível do Sol é chamada 
fotosfera e tem uma temperatura de 6.000°C. Esta camada tem uma aparência turbulenta devido às 
erupções energéticas que lá ocorrem. 
 O Sol começou a brilhar quando o núcleo atingiu 10 milhões de graus Celsius, temperatura 
suficiente para iniciar reações de fusão nuclear. A radiação acabou por gerar um vento solar muito forte, 
conhecido como ―onda de choque‖, que espalhou o gás e poeira restantes das redondezas da estrela 
recém-nascida para os planetas que se acabaram de formar a partir de colisões entre os protoplanetas. 
 A energia solar é gerada no núcleo do Sol. Lá, a temperatura (15.000.000° C) e a pressão (340 
bilhões de vezes a pressão atmosférica da Terra ao nível do mar) são tão intensas que ocorrem reações 
nucleares. Estas reações transformam quatro prótons ou núcleos de átomos de hidrogênio em uma 
partícula alfa, que é o núcleo de um átomo de hélio. A partícula alfa é aproximadamente 0,7 % menos 
massiva do que quatro prótons. A diferença em massa é expelida como energia e carregada até a 
superfície do Sol, através de um processo conhecido como convecção, e é liberada em forma de luz e 
calor. A energia gerada no interior do Sol leva um milhão de anos para chegar à superfície. A cada 
segundo 700 milhões de toneladas de hidrogênio são convertidos em cinza de hélio. Durante este 
processo 5 milhões de toneladas de energia pura são liberados; portanto, com o passar do tempo, o Sol 
está se tornando mais leve. O Sol aparentemente está ativo por 4,6 bilhões de anos e tem combustível 
suficiente para continuar por aproximadamente mais cinco bilhões de anos. No fim de sua vida, o Sol 
começará a fundir o hélio em elementos mais pesados e se expandirá, finalmente crescendo tão grande 
que engolirá a Terra. Após um bilhão de anos como um gigante vermelha, ele rapidamente colapsará em 
uma anã branca - o produto final de uma estrela como a nossa. Pode levar um trilhão de anos para ele se 
esfriar completamente. 
 
Estatísticas do Sol 
 
Massa (kg)..............................1,989 x 10
30
 
Raio Equatorial (km)................695.000 
Densidade média (gm/cm
3
).......1,410 
Distância da Terra (km)............150 milhões 
Período de Rotação (dias)..........25-36 
Temperatura média da fotosfera.... 6.000°C 
Idade (bilhões de anos)..................4,5 
Composição Química Principal: 
Hidrogênio...... 92,1% Hélio................7,8% 
Oxigênio..........0,061% Demais Gases..0,039%
 
 
 
 
 
2.2.4 PLANETAS 
 
Tabela 2.0: Algumas características dos planetas. 
 
2.2.4.1 A DIMENSÃO ASTRONÔMICA DAS DISTÂNCIAS NO ESPAÇO 
 
 Para se ter a noção da dimensão astronômica das distâncias no espaço é interessante fazer uns 
cálculos e arranjar um modelo que nos permita ter uma percepção mais clara do que está em jogo. 
Imaginemos, por exemplo, um modelo reduzido em que o Sol estaria representado por uma bola de 
futebol (de 22 cm de diâmetro). A essa escala, a Terra ficaria a 23,6 metros de distância e seria uma esfera 
com apenas 2 mm de diâmetro (a Lua ficaria a uns 5 cm da Terra, e teria um diâmetro de uns 0,5 mm). 
Júpiter e Saturno seriam berlindes com cerca de 2 cm de diâmetro, respectivamente a 123 e a 226 metros 
do Sol. Plutão ficaria a 931 metros do Sol, com cerca de 0.36 mm de diâmetro. Quanto à estrela mais 
próxima, a Proxima Centauro, essa estaria a 6332 km do Sol! E a estrela Sírio a 13150 km. 
 Se demorasse 1 hora e um quarto a ir da Terra à Lua (a uns 257000 km/hora), demoraria umas 3 
semanas (terrestres) a ir da Terra ao Sol, uns 3 meses a ir a Júpiter, 7 meses a Saturno e uns 2 anos e meio 
a chegar a Plutão e deixar o nosso sistema solar. A partir daí, a essa velocidade, teríamos de esperar uns 
17600 anos até chegar à estrela mais próxima! E 35 000 anos até chegarmos a Sírio! 
 Na Figura 2.4 pode-se observar a proporção entre os planetas do sistema solar. 
 
 
 
 Figura 2.4.: Proporção entre planetas e Sol [5]. 
 
2.2.5 PLANETAS ANÕES 
 
 Planeta anão é um corpo celeste muito semelhante a um planeta, dado que orbita em volta do Sol e 
possui gravidade suficiente para assumir uma forma com equilíbrio hidrostático (aproximadamente 
esférica), porém não possui uma órbita desimpedida, orbitando com milhares de outros pequenos corpos 
celestes. 
 
2.2.6 LUAS 
 
 Satélites naturais ou luas são objetos de dimensões consideráveis que orbitam os planetas. 
Compreendem pequenos astros capturados da cintura de asteróides, como as luas de Marte e dos planetas 
gasosos, até astros capturados da cintura de Kuiper como o caso de Tritão, no caso de Netuno ou até 
mesmo astros formados a partir do próprio planeta através do impacto de um protoplaneta, como o caso 
da Lua da Terra. 
 Os planetas gasosos têm pequenas partículas de pó e gelo que os orbitam em enormes quantidades, 
são os chamados anéis planetários, os mais famosos são os anéis de Saturno. 
 
 
b) a) 
c) 
2.2.7 CORPOS MENORES 
 
 A classe de astros chamados ―corpos menores do sistema solar‖ inclui vários objetos diferenciados 
como são os asteróides, os transnetunianos, os cometas e outros pequenos corpos. 
 Asteróides: são astros menores do que os planetas, normalmente em forma de batata, encontrando-
se na maioria na órbita entre Marte e Júpiter e são compostos por partes significativas de minerais não-
voláteis. Estes são subdivididos em grupos e famílias de asteróides baseados em características orbitais 
específicas. Nota-se que existem luas de asteróides, que são asteróides que orbitam asteróides maiores, 
que, por vezes, são quase do mesmo tamanho do asteróide que orbitam. 
 As sementes das quais os planetas se originaram são chamadas de planetésimos: são corpos 
subplanetários que existiram durante os primeiros anos do sistema solar e que não existem no sistema 
solar recente. O nome é também usado por vezes para referir os asteróides e os cometas em geral ou para 
asteróides com menos de 10 km de diâmetro. 
 Centauros: Os centauros são astros gelados semelhantes a cometas que têm órbitas menos 
excêntricas e que permanecem na região entre Júpiter e Netuno, mas são muito maiores que os cometas. 
O primeiro a ser descoberto foi Quíron, que tem propriedades parecidas com as de um cometa e de um 
asteróide. 
 Transnetunianos: Os transnetunianos são corpos celestes gelados cuja distância média ao Sol 
encontra-se para além da órbita de Netuno, com órbitas superiores a 200 anos e são semelhantes ao 
centauros. Pensa-se que os cometas de curto período sejam originários desta região. Os planetas anões 
Plutão e Éris encontram-se, também, nesta região. O primeiro transnetuniano foi descoberto em 1992. No 
entanto, Plutão, que já era conhecido há quase um século, orbita nesta região do sistema solar. 
 Cometas: A maioria dos cometas tem três partes: 1. Um núcleo sólido ou centro; 2. Uma 
cabeleira- ou cabeça redonda- que envolve o núcleo e consiste em partículas de poeira misturadas com 
água, metano e amoníaco congelados; e 3. Uma longa cauda de poeira e gasesque escapam da cabeleira. 
Os cometas são compostos largamente por gelos voláteis e com órbitas bastante excêntricas, geralmente 
com um periélio dentro das órbitas dos planetas interior e com afélio para além de Plutão. Cometas com 
pequenos períodos também existem; contudo, os cometas mais velhos que perderam todo o seu material 
volátil são categorizados como asteróides. Alguns cometas com órbitas hiperbólicas podem ter sido 
originados de fora do sistema solar. 
 Meteoróides: Os meteoróides são astros com dimensão entre 50 metros até partículas tão 
pequenas como pó. Astros maiores que 50 metros são conhecidos como asteróides. Um meteoróide que 
atravesse a atmosfera da Terra passa a se denominar meteoro; caso chegue ao solo, chama-se meteorito. 
 
 
2.2.8 O PLANETA TERRA 
 
 O terceiro planeta do Sistema Solar apresenta uma atmosfera 
secundária, formada por emanações gasosas durante toda a história do 
planeta e constituída principalmente por nitrogênio, oxigênio e argônio. 
A temperatura de sua superfície é suficientemente baixa para permitir a 
existência de água líquida, bem como vapor d´água na atmosfera, 
responsável pelo efeito estufa regulador da temperatura, que permite a 
existência da biosfera. Por causa dos envoltórios fluídos que a recobrem, 
a atmosfera e hidrosfera, a Terra quando vista do espaço assume a coloração azulada. 
 A característica principal do planeta Terra é seu conjunto de condições únicas e extraordinárias 
que favorecem a existência e a estabilidade de muitas formas de vida, sendo que evidências de vida 
bacteriana abundante foram já encontradas em rochas com idade de 3500 milhões de anos. 
 Entre os planetas do sistema a Terra tem condições únicas: mantém grandes quantidades de água 
em estado líquido, tem placas tectônicas e um forte campo magnético. A atmosfera interage com os 
sistemas vivos. A ciência moderna coloca a Terra como único corpo planetário conhecido que possui vida 
da forma a qual conhecemos. Alguns cientistas como James Lovelock consideram que a Terra é um 
sistema vivo chamado Gaia. 
Tabela 2.1: Parâmetros Terrestres 
 
 
 A superfície terrestre é constituída por complexos relevos. O Geóide é a superfície equipotencial 
da gravidade que coincide com a superfície oceanográfica média no oceano (Figura 2.5). 
 
 
Figura 2.5: Superfície equipotencial. 
2.2.8.1 FORMA E TAMANHO 
 
 O planeta Terra tem aproximadamente uma forma esférica, mas a sua rotação causa uma pequena 
deformação para a forma elipsoidal (achatada aos pólos). A forma real da Terra é chamada de Geóide, 
apresenta forma muito irregular, ondulada, matematicamente complexa. 
 
 
 
 
 
Figura 2.6: Elipsóide Terrestre. 
Figura 2.7: Aproximação Terciária 
2.2.8.2 ORIGEM 
 
 O planeta teria se formado pela agregação de poeira cósmica em rotação, aquecendo-se depois, 
por meio de violentas reações químicas. O aumento da massa agregada e da gravidade catalisou impactos 
de corpos maiores. Essa mesma força gravitacional possibilitou a retenção de gases constituindo uma 
atmosfera primitiva. Os processos de formação do planeta Terra são a acreção, diferenciação e 
desintegração radioativa. 
 O envoltório atmosférico primordial atuou como isolante térmico, criando o ambiente na qual se 
processou a fusão dos materiais terrestres. Os elementos mais densos e pesados, como o ferro e o níquel, 
migraram para o interior; os mais leves localizaram-se nas proximidades da superfície. Dessa forma, 
constituiu-se a estrutura interna do planeta, com a distinção entre o núcleo, manto e crosta (litosfera). O 
conhecimento dessa estrutura deve-se à propagação de ondas sísmicas geradas pelos terremotos. Tais 
ondas, medidas por sismógrafos, variam de velocidade ao longo do seu percurso até a superfície, o que 
prova que o planeta possui estrutura interna heterogênea, ou seja, as camadas internas possuem densidade 
e temperatura distintas. 
A partir do resfriamento superficial do magma, consolidaram-se as primeiras rochas, chamadas 
magmáticas ou ígneas, dando origem a estrutura geológica denominado escudos cristalinos ou maciços 
antigos. Formou-se, assim, a litosfera ou crosta terrestre. A liberação de gases decorrente da volatização 
da matéria sólida devido a altas temperaturas e também, posteriormente, devido ao resfriamento, originou 
a atmosfera, responsável pela ocorrência das primeiras chuvas e pela formação de lagos e mares nas áreas 
rebaixadas. Assim, iniciou-se o processo de intemperismo (decomposição das rochas) responsável pela 
formação dos solos e conseqüente início da erosão e da sedimentação. 
 As partículas minerais que compõem os solos, transportados pela água, dirigiram-se, ao longo do 
tempo, para as depressões que foram preenchidas com esses sedimentos, constituindo as primeiras bacias 
sedimentares (bacias sedimentares são depressões da crosta, de origem diversa, preenchidas ou em fase de 
preenchimento por material de natureza sedimentar) e, com a sedimentação (compactação); as rochas 
sedimentares. No decorrer desse processo, as elevações primitivas (pré-cambrianas) sofreram enorme 
desgaste pela ação dos agentes externos, sendo gradativamente rebaixadas. Hoje, apresentam altitudes 
modestas e formas arredondadas pela intensa erosão, constituindo as serras conhecidas no Brasil como 
serras do Mar, da Mantiqueira, do Espinhaço e, em outros países, os Montes Apalaches (EUA), os Alpes 
Escandinavos (Suécia e Noruega), os Montes Urais (Rússia), etc. Os escudos cristalinos ou maciços 
antigos apresentam disponibilidade de minerais metálicos (ferro, manganês, cobre), sendo por isso, 
bastante explorados economicamente. 
Nos dobramentos terciários pode haver qualquer tipo de minério. O carvão mineral e o petróleo 
são comumente encontrados nas bacias sedimentares. Já os dobramentos modernos são os grandes 
alinhamentos montanhosos que se formaram no contato entre as placas tectônicas em virtude do seu 
deslocamento a partir do período Terciário da era Cenozóica, como os Alpes, os Andes (a oeste da 
América do Sul), o Himalaia (norte do subcontinente indiano), e as Montanhas Rochosas. 
2.2.8.3 HISTÓRIA DA TERRA 
 
A história da Terra é muito longa. Uma história que se 
desenrola há cerca de 4.600 milhões de anos e que o homem vem a 
escrever há cerca de 5 mil anos. Na Geologia os caminhos da história 
raramente são direitos. 
É próprio de uma falsa ciência nunca descobrir o que é falso, 
nunca reconhecer a necessidade de renunciar seja ao que for, nunca 
mudar de linguagem. Não esquecendo que a história da verdade, e só da 
verdade, é uma noção contraditória. Aquilo que hoje é impossível 
amanhã é do censo comum. 
Pitágoras (580-500 a.C.) teve a verdadeira intuição acerca da natureza das referidas impressões 
(fósseis). Contudo, ainda no século XVII, Plot admitia que as marcas (impressões - fósseis) observadas 
nas rochas seriam o resultado de propriedade inerente à Terra a qual originaria as marcas como 
ornamento das regiões ocultas do Globo, da mesma maneira que as flores são o ornamento da superfície. 
Mesmo no século XIX, um decreto teológico de Oxford afirmava que o Diabo tinha colocado aquelas 
impressões (fósseis) nas rochas para enganar e embaraçar a humanidade. 
Foi Leonardo da Vinci (1452-1519), que realizou estudos importantes nos domínios da 
Geometria, Biologia, Geologia, Astronomia e Anatomia, quem esclareceu o problema das impressões 
(fósseis). O método utilizado por Leonardo da Vinci nas suas observações e deduções foi de importância 
fundamental para o estudo da história da Terra, tendo, deste modo, resolvido o problema do significado 
dos fósseis. 
Nicolau Steno (1638-1686) foi um dos primeiros investigadores aredescobrir a verdadeira 
natureza dos fósseis. 
Georges Cuvier (1769-1832) prestou muitas e importantes contribuições à História Natural, no 
que se refere a espécies extintas e à reconstituição de alguns fósseis dando-lhe o aspecto que teriam 
quando eram vivos. Foi defensor de uma versão da história da Terra, segundo a qual uma sucessão de 
catástrofes teria exterminado as primitivas formas de vida, sendo a última destas catástrofes o Dilúvio 
descrito na Bíblia. 
Johann Gottlob Lehman e Christian Fuchsel, dois naturalistas do século XVIII, mostraram que 
a história geológica da região foi condicionada por dois episódios distintos. Lehmann evidenciou a 
seqüência de fenômenos da história da Terra gravados nas sucessivas camadas rochosas. 
James Hutton (1726-1797), considerado o fundador da geologia moderna, fazendo uso da 
observação de campo dos fenômenos atuais; deduziu que as mesmas leis físicas atuais que os 
condicionam terão sido as mesmas que atuaram no passado. Formulou, deste modo, o princípio do 
Uniformitarismo. Mais tarde, Charles Lyell (1797-1875), ampliou este princípio aplicando-o a novas 
situações geológicas, traduzindo-se em novos progressos das ciências geológicas. De fato, as rochas 
formam-se na natureza atual, obedecendo às mesmas leis que presidiram à sua formação há centenas de 
milhões de anos. 
Para finalizar William Smith (1769-1839), enunciou dois princípios fundamentais da estratigrafia, 
a lei "da sobreposição dos estratos" e a "das camadas identificadas pelos fósseis". Durante quase 
cinqüenta anos, percorreu a Inglaterra elaborando o primeiro mapa geológico daquele país. 
2.2.8.3.1 GEOLOGIA HISTÓRICA – ESTRATIGRAFIA 
 
Lei de superposição (Law of superposition): O estrato superior é mais novo do que o inferior. 
Este Princípio da Sobreposição é fundamental para a interpretação da história da terra, porque em 
qualquer parte do planeta Terra indica as idades relativas das camadas das rochas sedimentares e dos 
fósseis nelas contidos (Figura 2.8). 
Lei de identificação: Se dois estratos contêm o mesmo fóssil, pode-se confirmar que estes foram 
formados na mesma época (Figura 2.9). 
 
 
 
 
 
 
 
 
Apesar das observações e estudos de Steno, só no fim do século XVIII e início do século XIX, 
James Hutton (1726-1797) como estudioso dos processos sedimentares confirmou o princípio da 
Figura 2.8: Barreira constituída por uma formação 
calcária do Ordovícico de Lexington, Kentucky (USA), 
rica em conteúdo fossilífero. Estas camadas encontram-
se na posição horizontal original. Assim sendo, podemos 
afirmar que A é mais antigo que B e B mais antigo que 
C. A é a parte mais antiga da formação e C a parte mais 
recente. 
Figura 2.9: Camadas quase verticais, de uma formação calcária 
nas montanhas de Arbuckle, perto de Ardmore, Oklahoma (USA), 
que foram perturbadas da sua posição horizontal original pelas 
forças tectônicas que ergueram a montanha. Neste caso, sem 
prévios estudos cartográficos, tectônicos e paleontológicos, não se 
pode dizer se A é mais antiga ou mais recente do que B e C. 
sobreposição e estabeleceu o Princípio do Uniformitarismo, também conhecido pelo Princípio das 
Causas Atuais, o qual se pode expressar das seguintes formas: 1) os fenômenos geológicos existentes na 
atualidade são idênticos aos que ocorreram no passado, 2) os acontecimentos geológicos do passado, 
explicam-se através dos mesmos processos naturais que se observam na atualidade, 3) "o presente é a 
chave do passado". 
As camadas de rochas são como as páginas do nosso livro de história. 
As maiorias das rochas expostas à superfície da terra são sedimentares - formadas a partir das partículas 
de rochas mais velhas que foram erodidas pela água ou pelo vento. O cascalho, a areia, o silte e a lama 
(argilas) existem nos rios, lagos e oceanos. Estas partículas sedimentares ao depositarem-se podem 
enterrar animais e plantas, mortos ou vivos, no fundo dos lagos, dos rios ou dos mares. Com a passagem 
do tempo e a acumulação por deposição de mais partículas, freqüentemente com mudanças químicas, os 
sedimentos desagregados transformam-se em rocha cimentada. O cascalho transforma-se numa rocha 
chamada conglomerado, a areia transforma-se em arenito, a lama transforma-se em calcários ou argilitos, 
consoante o tipo de lama; e os esqueletos e outras partes animais, bem como as diferentes partes 
constituintes das plantas podem transformar-se em fósseis. 
Para determinar a idade da maioria das rochas sedimentares, o estudo científico dos fósseis 
contidos nelas é fundamental. Os fósseis fornecem importantes evidências (Figura 2.10) que ajudam a 
determinar o que aconteceu ao longo da história da Terra e quando aconteceu. Por exemplo, fosseis de 
coral indicam que a época da deposição dos mesmos teve um clima bem quente. Pela estratigrafia com 
fosseis, foi estabelecido o tempo depois do nascimento da Terra até hoje. Este tempo é denominado 
tempo geológico (biocronológico- Tabela 2.2 e 2.3). 
 
 
Figura 2.10 : Esquema simplificado de uma paisagem atual e de algumas plantas e animais (potenciais fósseis) que 
poderão ser preservados como fósseis 
[6]
. 
 
 
 
Tabela 2.2: Hierarquia do tempo e sua correspondente camada. 
Tempo Era Período Época 
Camada (rocha) Grupo Sistema Série 
 
Tabela 2.3: Escala do Tempo Geológico 
Eon Era Período Época 
Limite inferior 
de tempo(#) 
Fanerozóico 
Cenozóica 
 
Neogeno (*) 
 
Holoceno (**) 11,5 ± 0 ka 
Pleistoceno(**) 1.806 ± 0 ka 
Plioceno 5.332 ± 0 ka 
Mioceno 23,03 ± 0 Ma 
Paleogeno(*) 
Oligoceno 33,9 ± 0,1 Ma 
Eoceno 55,8 ± 0,2 Ma 
Paleoceno 65,5 ± 0,3 Ma 
Mesozóica 
Cretáceo . 145,5 ± 4,0 Ma 
Jurássico . 199,6 ± 0,6 Ma 
Triássico . 251,0 ± 0,4 Ma 
Paleozóica 
Permiano . 299,0 ± 0,8 Ma 
Carbonífero . 359,2 ± 2,5 Ma 
Devoniano . 416,0 ± 2,8 Ma 
Siluriano . 443,7 ± 1,5 Ma 
Ordoviciano . 488,3 ± 1,7 Ma 
Cambriano . 542,0 ± 1,0 Ma 
Proterozóico 
(***) 
Neoproterozóico . . 1,0 Ga 
Mesoproterozóico . . 1,6 Ga 
Paleoproterozóico . . 2,5 Ga 
Arqueano 
(***) 
Neoarqueano . . 2,8 Ga 
Mesoarqueano . . 3,2 Ga 
Paleoarqueano . . 3,6 Ga 
Eoarqueano . . ~3,85 Ga 
Hadeano 
(***) 
. . . 
4,6(?) ~ 3,85 Ga 
 (*) Terciário: termo informal para período do Cenozóico correspondente ao Paleogeno e 
Neogeno juntos excluindo o Pleistoceno e Holoceno. 
(**) Quaternário: termo informal para período do Cenozóico mais recente, correspondente ao 
Pleistoceno e Holoceno, hoje incorporados ao Período Neogeno. 
(***) Precambriano: 88 % do tempo geológico e que corresponde ao Hadeano, Arqueano e 
Proterozóico juntos. 
 O princípio do uniformitarismo não significa que todo fenômeno geológico ocorre de forma lenta. 
Alguns dos mais importantes processos ocorrem como eventos súbitos, como um meteoróide grande que 
impacta a Terra - um bólido - que pode escavar uma vasta cratera em questão de segundos; como um 
vulcão- que pode explodir seu cume ou como, ainda, uma falha- que pode rachar o solo num terremoto 
muito rapidamente. Outros processos ocorrem de maneira mais lenta. Milhões de anos são necessários 
para que continentes migrem, montanhas sejam soerguidas e erodidas, e sistemas fluviais depositem 
espessas camadas de sedimentos. Os processos geológicos ocorrem numa extraordinária gama de escalas 
tanto no espaço como no tempo (Figura 2.11). 
A história geológica da Terra é atualmente descrita por uma espiral temporal (Figura 2.12) 
indicando que processos atuais ocorreram no passado (Uniformitarismo), mas não da mesma forma, com 
mesma intensidade e não necessariamente todos os processos do passado ocorrem no presente e vice-versa. 
 
Figura 2.11: Os fenômenos geológicos podem estender-se durante milhares de séculos ou ocorrer com velocidades estupendas. 
(Esquerda) O Grand Canyon, no Arizona (EUA). [John Wang/PhotoDisc/Getly Images]. Direita: Cratera do Meteorito, 
Arizona (EUA). [John Sanford/Photo Researchers].
 [7]
 
 
Figura 2.12 – Espiral temporal [8]. 
2.2.8.3.2 IDADE ABSOLUTA (TEMPO ABSOLUTO) 
 
O descobrimento da radioatividade em 1896 por Becquerel tornou-se o principal instrumento na 
comprovação do tempo geológico longo. Os métodos de datação radiométrica, entretanto, só foram 
completamente desenvolvidos e amplamente aplicados a partir dos anos 50, quando a radioatividade se 
tornou mais completamente entendida e os equipamentos necessários para a sua aplicação na datação 
fossem desenvolvidos. 
As datações radiométricas são usadas para medir a idade da cristalização da rocha, ou mesmo, da 
última vez em que ela foi fundida ou quando sofreu metamorfismo e passou por perturbações tectônicas 
capazes de re-homogeneizar os elementos radioativos presentes. A Lua é um corpo mais primitivo do que 
a Terra porque não foi perturbada por processos de tectônica de placas. Suas rochas foram datadas a partir 
de amostras coletadas em várias missões espaciais. As rochas lunares que apresentaram idades mais 
antigas foram datadas entre 4.4 e 4.6 bilhões de anos (= 4.4 a 4.6 Ga). Também, os meteoritos têm sido 
usados para calcular a idade da Terra. A idade mais provável assumida para a Terra é de 4.56 bilhões de 
anos (= 4.56 Ga), baseada na quase totalidade dos valores de datação obtidos diretamente em meteoritos. 
Os métodos de datação radiométrica baseiam-se no fato de que o decaimento de cada tipo de 
átomo ocorre em proporções constantes, segundo taxas exponenciais, que não são afetadas por agentes 
físicos ou químicos externos. A velocidade de decaimento depende apenas da estabilidade dos núcleos 
radioativos e é constante para cada tipo de isótopo radioativo. 
O número atômico é o número de prótons do núcleo. Esse número determina o elemento. O 
número de massa é a soma dos prótons e nêutrons do núcleo. Por exemplo, 
H
1
1
, 
He
2
4
, 
C
6
12
, 
N
7
14
, e 
O
8
16
. 
 Os franceses Pierre Curie e Marie Curie descobriram 
Ra
88
226
, 
Po
84
210
. 
Desintegração radioativa: Quando um átomo radioativo ―pai‖ se desintegra, ele se transforma 
em um outro tipo de átomo denominado ―filho‖. 
(i) Desintegração alfa: O número do átomo ―pai‖ perde 2 prótons e 2 nêutrons. (Então, O número 
de massa decresce de 4 e o número atômico decresce de 2.) 
(ii) Desintegração beta: O núcleo emite um elétron de alta velocidade, um dos seus nêutrons se 
transforma em um próton, e o número atômico aumenta de um. 
Nota-se que a desintegração radioativa é independente de todas as condições físicas e químicas 
(pressão, temperatura, forças químicas tampões, etc.) 
Assume-se que uma constante de desintegração (λ) seja a probabilidade de desintegração por 
meio, ou a proporção de átomos radioativos existentes que se desintegrarão em uma unidade de tempo. 
Então, esta probabilidade pode ser expressa como: 
 
     ttPttP  1     ttPtPttP  )(  
 
   
)( tP
t
tPttP



  
 
 
)( tP
dt
tdP
 
 
 
 
dt
tP
tdP
 
)(
 
 
 
CttP  )(ln CtetP  )( 
Como 
1)0( P
, 
1Ce
. Portanto, 
tetP )(
 
Nota-se que 

1
t
 seja definido como a vida média. Aqui, assuma-se que N(t) é o número total de 
átomos radioativos ―pai‖, presentes no sistema no tempo t, e que 
)0(0 NN 
 é o número inicial. Então, 
pela definição, 
  te
N
tN 
0
 
 
teNtN  0)(
 (1) 
O tempo necessário de desintegração da metade dos átomos radioativos ―pai‖ em um sistema se 
chama meia-vida (T). Então, pela definição, 
  Te
N
TN 
2
1
0
 
 

693,02ln
T
 
 
T
2ln

 (2) 
Substituindo a eq. (2) para a eq. (1), obtém-se: 
 
 
T
t
T
t
T
t
NNN
T
t
NtN 





















2
1
22lnexp
2ln
exp 0000
 (3) 
Os métodos de datação radiométrica são baseados na acumulação de filhos atômicos produzidos 
por um pai radioativo. Modificando a equação (3), obtém-se: 
 
  






T
t
NtN
2ln
exp0
 







T
t
N
N 2ln
exp0
 
 
T
t
N
N 2ln
ln 0 






 
 





















N
N
T
N
N
e
T
N
N
Tt 000 log323,3log
log
2ln
1
ln
2ln
1 
 






 1log323,3
N
N
Tt d
 
onde N é o número de átomos pais e Nd é o número de átomos filhos. E esta idade t se chama idade 
absoluta. Neste caso, precisam-se ter duas proposições: 
(i) Quando t = 0, não houve átomos filhos. 
(ii) Durante o tempo t, nenhum os átomos filhos e pais saíram nem entraram no sistema. 
 
 
Tabela 2.4: Métodos de datação radiométrica. 
Isótopo - 
Pai 
Isótopo - 
Filho 
Meia-vida do 
isótopo-pai 
(anos) 
Intervalo de 
datação efetiva 
(anos) 
Minerais e materiais que podem ser datados 
Urânio-
238 
Chumbo-
206 
4,47 bilhões 10 milhões - 4,6 
bilhões 
Zircão, Apatita 
Urânio-
235 
Chumbo-
207 
0,704 bilhão 10 milhões - 4,6 
bilhões 
Zircão, Apatita 
Potássio-
40 
Argônio-40 1,3 bilhão 50 mil - 4,6 
bilhões 
Muscovita, Biotita, Hornblenda 
Rubídio-
87 
Estrôncio-
87 
47 bilhões 10 milhões - 4,6 
bilhões 
Muscovita, Biotita, Feldspato potássico 
Carbono-
14 
Nitrogênio-
14 
5730 100 – 70 mil Madeira, carvão vegetal, turfa, ossos e tecidos, carbonato 
de cálcio de conchas, água subterrânea e gelo de geleira 
contando dióxido de carbono dissolvido 
Fonte: Modificado de Press et al. (2006). 
As rochas não são todas da mesma idade - ou têm idades próximas - mas, como páginas de uma 
longa e complicada história, elas registram os eventos que moldaram a Terra e a vida no passado. Esse 
registro, entretanto, está incompleto. Muitas páginas, especialmente do capítulo inicial, foram apagadas 
ou estão faltando, ou são difíceis de decifrar. Apesar disso, existem páginas suficientemente preservadas 
para dar ao estudante a certeza de que a Terra possui bilhões de anos. 
 
 
Referencias Bibliográficas: 
 
Benjamin, R. A. (2008). "The Spiral Structure of the Galaxy: Something Old, Something New...". 
Beuther, H.; Linz, H.; Henning, T. (ed.) Massive Star Formation: Observations Confront Theory 387: 
375, Astronomical Society of the Pacific Conference Series. 
Croswell, Ken; The Alchemy of the Heavens - Anchor Books, New York, 1995. 
MACIEL FILHO, C. L. Introdução à geologia de engenharia. Brasilia: CPRM; Santa Maria, RS: Ed. da 
UFSM, 1994. 283p. 
TEIXEIRA, W. Decifrando a terra. São Paulo: Companhia Ed. Nacional, 2008, 558p 
OLIVEIRA, A.; BRITO, S. Geologia de engenharia. São Paulo: ABGE, 1998. (impressão 1999) 587p. 
 
Referências Eletrônicas: 
 
 International Commission on Stratigraphy (ICS). 
Disponível em: < http://www.stratigraphy.org/>. Acesso em: 25 jul.2009. 
International Union of Geological Sciences. 
Disponível em: < http://www.iugs.org/>. Acesso em: 25 jul.2009. 
 
Terra Planeta “Vivo”. 
Disponível em: < http://domingos.home.sapo.pt/index.html>. Acesso em: 25 jul.2009. 
 
Fontes das Figuras: 
[1]:
 http://br.geocities.com/lumini_astronomia/LUMINI_ASTRONOMIA_ARTIGOS/Big_Bang.html[2]:
 UFRG 
[3]: 
UFRG 
[4]: 
http://www.vitorresende.com/mundo_astronomia/sistema_solar/sistema_solar.htm 
[5]:
 http://direitosfundamentais.net/2008/05/ 
[6]: 
www.colegiosaofrancisco.com.br 
[7]: 
TEIXEIRA, W. Decifrando a terra. São Paulo: Companhia Ed. Nacional, 2008, Cap.1, p.27. 
[8]: 
Graham, Joseph, Newman, William, and Stacy, John, 2008, The geologic time spiral—A path to the 
past (ver. 1.1): U.S. Geological Survey General Information Product 58, poster, 1 sheet. Available online 
at http://pubs.usgs.gov/gip/2008/58/ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 MINERAIS 
 
"Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma." 
(Antoine Lavoisier) 
 
 
 
Minerais são elementos ou compostos encontrados naturalmente na crosta terrestre. São 
inorgânicos e em sua maioria possuem composição química definida. Para estudarmos o planeta Terra é 
necessário, inicialmente, conhecer as características dos materiais que o constituem, especialmente os 
mais superficiais e com os quais temos maior contato. Na superfície terrestre, podem ser observados 
materiais inconsolidados (por exemplo, os solos dos nossos jardins, as areias dos rios e das praias) e 
rochas consolidadas, ambos constituídos por associações mais ou menos características dos minerais. 
Embora existam mais de 2000 tipos de minerais, usualmente encontram-se apenas 50 a 60 tipos. Nota-se 
que somente a água e o mercúrio se apresentam no estado líquido, em condições naturais de pressão e 
temperatura. 
 
3.1 PROPRIEDADES QUÍMICAS 
Os minerais podem constituir de apenas um elemento químico (por exemplo, ouro, diamante, 
grafita, etc.) ou de vários. 
 
 
 
 
 
Tabela 3.0: Tabela periódica dos elementos químicos 
 
 
De acordo com a relação entre a forma cristalina e a composição química, existem duas 
classificações: 
 (1) Polimorfismo: Os diferentes minerais possuem a mesma composição química, mas a formas 
cristalinas diferentes. Ex.) Diamantes e grafita (Figura 3.0). Carbonato de cálcio, CaCO3, que ao 
cristalizar sob condições diferentes pode originar a calcite ou a aragonite (Figura 3.1). 
 
Figura 3.0: Estruturas cristalinas do Diamante e Grafite, respectivamente. 
 
Figura 3.1: Cristais de calcite e aragonite, respectivamente. 
(2) Isomorfismo: As diferentes minerais possuem composições químicas diferentes, mas análoga, 
cristalizando na mesma forma. Ex.) os feldspatos plagioclásios, como a fayalita e forsterita (Figura 3.2). 
 
Figura 3.2: Fayalita e Forsterita, respectivamente. 
 
3.2 PROPRIEDADES FÍSICAS 
Forma: refere-se ao poliedro definido pelas faces naturais do corpo mineral que guardam entre si 
ângulos bem definidos e característicos da espécie. Quando cristalizados em formas bem identificáveis, os 
minerais podem ser reconhecidos por esta propriedade. Nas rochas, geralmente os grãos minerais não 
podem desenvolver suas formas próprias, devido ao confinamento. 
Dureza: Expressa a resistência de um mineral à abrasão ou ao risco (Figura 3.3 e 3.4). Em regra, 
os minerais de brilho metálico possuem risco escuro. Os minerais de brilho não metálico possuem risco 
branco ou levemente corado. Mohs estabeleceu uma escala comparativa de minerais com durezas 
classificadas em ordem crescente (Tabela 3.1). 
 
 Figura 3.3: Hematite Figura 3.4: Limonite 
 
Tabela 3.1: Escala de Dureza de Mohs. 
 
Esta escala mostra somente relação, mas não quantitativamente. Por exemplo, o diamante é 140 
vezes mais duro do que o coríndon. 
Clivagem: propriedade que uma substancia cristalina tem de dividir-se segundo planos paralelos. 
É uma direção natural de fraqueza segundo a qual o mineral tende a quebrar. Nem todos os minerais 
possuem clivagem e há minerais com mais de uma direção de clivagem (Figura 3.5). Fratura é a 
superfície obtida pela ruptura de um mineral em uma direção diferente daquela de clivagem (Figura 3.6). 
 
Figura 3.5: Esquema interpretativo da clivagem. Figura 3.6: Fratura de um mineral. 
 
 Tenacidade: Refere-se à resistência dos minerais a esforços. Segundo ela o mineral pode ser 
maleável, flexível, elástico, frágil, etc. 
 Cor: É um caráter muito importante do mineral, que pode identificá-lo. Em alguns casos a 
superfície do mineral pode estar alterada e não mostrar sua verdadeira cor. 
 Brilho: É a capacidade de reflexão da luz incidente. 
 
 
 
 
3.3 MINERAIS MAIS COMUNS 
 
Tabela 3.2: Porções de minerais na crosta. 
Felspatos 59,5% Micas 3,8% 
Piroxonios e anfibólicos 16,8% Outros 7,9 % 
Quartzo 12% 
 
 Quartzo SiO2 
 Cor branca ou incolor, mas também em inúmeras outras variedades (roxo, amarelo, vermelho, 
preto, etc.). Dureza = 7, densidade = 2,65 g/cm
3
. Sem clivagem, apresentando fratura concoidal. Nas 
rochas o quartzo geralmente não apresenta forma própria, ocupando os espaços deixados por outros 
minerais. Como é transparente, mostra aparentemente a cor dos outros minerais. Os grãos de areia dos 
solos ou sedimentos são compostos, em sua maioria, por quartzo. 
Tipos de Ocorrências: Ocorre geralmente em pegmatitas graníticas e veios hidrotermais. Cristais 
bem desenvolvidos podem atingir vários metros de extensão e pesar centenas de quilogramas. A erosão 
de pegmatitas pode revelar bolsas expansivas de cristais, conhecidas como "catedrais". Pode também ter 
origem metamórfica ou sedimentar. Geralmente associado aos feldspatos e micas. Faz parte da 
constituição de granito, arenito, calcários por exemplo. Adicionalmente, pode ocorrer em camada, 
particularmente em variedades como a ametista; neste caso, os cristais desenvolvem-se a partir de uma 
matriz e deste modo apenas é visível uma pirâmide terminal. Um geode de quartzo consiste de uma pedra 
oca (geralmente de forma aproximadamente esférica), cujo interior é revestido por uma camada de 
cristais. 
 Aplicações e utilizações: Areia para moldes de fundição, fabricação de vidro, esmalte, saponáceos, 
dentifrícos, abrasivos, lixas, fibras ópticas, refratários, cerâmica, produtos eletrônicos, relógios, indústria 
de ornamentos; fabricação de instrumentos ópticos, de vasilhas químicas etc. É muito utilizado também 
na construção civil como agregado fino e na confecção de jóias baratas, em objetos ornamentais e 
enfeites, na confecção de cinzeiros, colares, pulseiras, pequenas esculturas, etc. Algumas estruturas de 
cristal de quartzo são piezoelétricas e usadas como osciladores em aparelhos eletrônicos tais como 
relógios e rádios. 
 Variedades de quartzo: Sendo um dos minerais mais comuns do mundo, existe um número 
impressionante de designações diferentes. A distinção mais importante entre tipos de quartzo é entre as 
variedades macrocristalinas (com cristais individuais visíveis a olho nu- Figuras 3.7 – 3.14) e 
microcristalinas também chamadas criptocristalinas (neste caso trata-se de agregados de cristais apenas 
visíveis sob grande ampliação). Calcedônia é um termo genérico para quartzo criptocristalino. As 
variedades criptocristalinas (Figuras 3.15- 3.18) são opacas ou translúcidas, enquanto que as variedades 
transparentes são geralmente macrocristalinas. 
 
Variedades Cristalinas (Figuras 3.7 a 3.14) 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 15: Quartzo 
hialino 
Figura3.7: Cristais de quartzo 
 
Figura 3.8: Ametista 
Bruta 
Figura 3.10: Citrino 
 
Figura 3.9: Quartzo fumado 
Figura 3.11: Quartzo morion 
 
Figura 3.12: Quartzo rosa Figura 3.13: Aventurina Figura 3.14: Quartzo olho-de-falcão 
Variedades criptocristalinas fibrosas (calcedônias- Figuras 3.15- 3.18).Feldspatos 
Feldspato (do alemão feld, campo; e spat, uma rocha que não contém minério) é o nome de uma 
importante família de minerais, do grupo dos tectossilicatos, constituintes de rochas que formam cerca de 
60% da crosta terrestre. Cristalizam nos sistemas triclínico ou monoclínico. Eles cristalizam do magma 
tanto em rochas intrusivas quanto extrusivas; os feldspatos ocorrem como minerais compactos, como 
filões, em pegmatitas e se desenvolvem em muitos tipos de rochas metamórficas. Também podem ser 
encontrados em alguns tipos de rochas sedimentares. A dureza é 6. As cores são claras, rosa, branca ou 
cinza. Em todos os países produtores as reservas de feldspato são expressivas. No Brasil, as reservas 
oficialmente conhecidas são da ordem de 79,3 milhões de toneladas, destacando-se o Estado de Minas 
Gerais (53,1%) e o Estado de São Paulo (37,4%). Outros Estados como Bahia, Ceará, Paraíba, Paraná, 
Figura 3.18: Ônix 
Figura 3.15: Ágata Figura 3.16: Ágata carneliana 
Figura 3.17: Crisoprásio 
bruto 
Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e Santa Catarina são também detentores de reservas de 
feldspato. 
Minerais de feldspato: Nesta família, os principais grupos são o ortoclásio e plagioclásio: 
 a) Feldspatos alcalinos (f. ortoclásios Figura 3.19): K2O.Al2O3.6SiO2 . Densidade = 2,56 g/cm
3 
b) Feldspatos plagioclásios (Figura 3.20): ISOMORFISMO- Trata-se de um mineral de 
composição química variável pelo fato de formar cristais mistos de albita (Na2O.Al2O3.6SiO2) e anorita 
(CaO.Al2O3.2SiO2)-. Densidade = 2,6 a 2,75 g/cm
3
. 
 
 
 Usos e aplicações: Os feldspatos possuem numerosas aplicações na indústria, devido ao seu teor 
em álcalis e alumina. As aplicações mais importantes são: 
 Fabricação de vidro (sobretudo feldspatos potássicos; reduzem a temperatura de fusão do 
quartzo, ajudando a controlar a viscosidade do vidro). 
 Fabricação de cerâmicas (é o segundo ingrediente mais importante depois das argilas; aumentam 
a resistência e durabilidade das cerâmicas). 
 Usados como materiais de incorporação em tintas, plásticos e borrachas devido à sua boa 
dispersibilidade, por serem quimicamente inertes, apresentarem pH estável, alta resistência à abrasão e 
congelamento e pelo seu índice de refração (nestas aplicações usam-se feldspatos finamente moídos). 
 Produtos vidrados, como louça sanitária, louça de cozinha, porcelanas para aplicações elétricas. 
 
 FILOSSOLICATOS 
 São minerais com uma estrutura em folhas constituídas por tetraedros de sílica e octaedros de 
outros elementos. Os principais filossilicatos são as micas, as cloritas, os argilo-minerais, o talco, a 
serpentina. 
 
 
 
Figura 3.19: Ortoclásio Figura 3.20: Plagioclásio 
 MICAS 
 As micas (Figura 3.21) mais comuns são a muscovita branca, prateada (Figura 3.22) ou 
transparente e a biotita, preta. As micas são facilmente reconhecíveis pela excelente clivagem em uma 
direção que permite separá-las em folhas, as quais apresentam um brilho intenso. A dureza é baixa, 2 a 3. 
A muscovita possui potássio e a biotita, ferro e magnésio. Nas rochas, geralmente aparecem como placas 
brilhantes. Os filitos e mica- xistos possuem mica finamente granulada que lhes confere o brilho 
característico. A palavra "mica" pensa-se ser derivada do latim, da palavra "micare", significando brilho, 
em referência à aparência brilhante deste mineral (especial quando em escalas pequenas). Na 
classificação das cores possui cor alocromática devido a sua variedade de cores (branca, preta, marrom, 
roxo, verde). 
 
Figura 3.21: Mica natural Figura 3.22: Muscovita 
 
 Usos e aplicações: A mica tem uma alta resistência dielétrica e excelente estabilidade química, 
tornando-se por isto o material preferido para a confecção de capacitores para aplicações de rádio 
freqüência. Ela também é usada como isolante em equipamentos para alta-voltagem. Ela é também um 
birrefringente sendo comumente usado para fazer um polarizador de onda de 180 e 90 graus. 
 - Devido à resistência ao calor da mica ela é usada no lugar do vidro em janelas para fogões e 
aquecedores a querosene. Ela é usada também para separar condutores elétricos em cabos que são 
projetados para possuírem uma resistência ao fogo de forma a garantira a integridade do circuito. A idéia 
é prevenir que os condutores metálicos se fundam, prevenindo o curto circuito, permitindo que o s cabos 
permaneçam operacionais na presença do fogo. Isto pode ser importante em aplicações como luzes de 
emergência. 
 - Aventurina é uma variedade de quartzo com inclusões de mica. 
 - Lâminas de mica prensadas são freqüentemente usadas no lugar do vidro em estufas. 
 - Mica Moscovita é o substrato mais comum usado na preparação de substrato para amostras em 
microscópio de força atômica 
 - Alguns tipos de pasta de dente incluem mica branca beneficiada. Ela atua como um abrasivo 
suave para ajudar no polimento da superfície do dente e também para adicionar uma cintilação brilhante 
cosmeticamente agradável a pasta. 
 
 CLORITAS 
 As cloritas (Figura 3.23) são minerais verdes, finamente granulados que ocorrem em xistos 
(xistos verdes) principalmente. 
 Os minerais de argila são a caolinita (Figura 3.24), a esmecita e a ilita. A caolinita é do tipo 1:1, 
isto é, possui uma camada tetraédrica de sílica e uma octaédrica de alumina. A superfície das partículas 
não tem em geral dimensões inferiores a 0,3 ou 0,4 micrômetros e sua espessura varia de 0,05 a 2 
micrômetros. As esmecitas são do tipo 2:1, isto é, com duas camadas tetraédricas e uma octaédrica de 
alumina. Algumas partículas tem espessura da ordem de 0,002 micrômetros, sendo o comprimento e a 
largura da ordem de 10 a 100 vezes a espessura. O grupo das ilitas é um tanto mal definido e constituído 
por vários minerais. As ilitas são semelhantes à muscovita da qual diferem essencialmente, por terem 
menos potássio e maior teor em água. As lamelas de ilita têm diâmetro de 0,1 a 0,3 micrômetros e 
espessura muito menor. 
 
 
 TALCO 
 O talco (Figura 3.25) é um silicato de magnésio hidratado que ocorre em talco- xisto, esteatita e 
pedra sabão. É reconhecível pela folhação, baixa dureza e maciez ao tato. 
 
 SERPENTINA 
 A serpentina (Figura 3.26) é um silicato de magnésio, tem cor verde e ocorre principalmente nos 
serpentinitos. Alguns têm hábito fibroso, sendo um dos minerais dos quais se podem extrair fibras para 
amianto. 
 
Figura 3.24: Caolinita Figura 3.23: Clorita 
 
 
 
Referências Bibliográficas 
 
BORGES, F. S. Catálogo descritivo do Museu de Mineralogia Prof. Montenegro de Andrade, FCUP, 
1994. 
MACIEL FILHO, C. L. Introdução à geologia de engenharia. Brasilia: CPRM; Santa Maria, RS: Ed. da 
UFSM, 1994. 283p. 
TEIXEIRA, W. Decifrando a terra. São Paulo: Companhia Ed. Nacional, 2008, 558p 
OLIVEIRA, Antonio Manoel dos Santos; BRITO, Sérgio Nertan Alves de. Geologia de engenharia. São 
Paulo: ABGE, 1998. (impressão 1999) 587p. 
 
Referências Eletrônicas: 
 
Laboratório de Geologia e Mineralogia da ULBRA. 
Disponível em: http://www.ulbra.br/mineralogia/colecionador.htm. Acesso em: 31 jul.2009. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 3.25: Talco Figura 3.26: Serpentina 
4 ROCHAS 
 
“ Um homem deveria examinar por si mesmo a grande pilha de estratos 
superpostos e ver os riachos carregando argila e as ondas desgastando as 
falésias marinhas para poder compreender algo sobre a duração do tempo 
passado, cujos monumentos vemos em todo o nosso redor." (Charles Darwin) 
 
 
 
 Rochas são agregados naturais

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