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CENTRO UNIVERSITÁRIO TOLEDO – UNITOLEDO DISCIPLINA: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO I PROFESSOR: MS. DANIEL BARILE DA SILVEIRA PLANO DE AULAS 1º. Semestre Conteúdo Programático UNIDADES: 1- A UNIVERSALIDADE DO FENÔMENO JURÍDICO 1.1- A universalidade do fenômeno jurídico; 1.2- Noções sobre a História do Direito e a cronologia do nascimento dos cursos jurídicos no Brasil; 1.3- A palavra Direito como um conceito polissêmico; 1.4- Ordem e desordem nas relações humanas e o papel do Direito na organização social. A ordem do Direito como forma de organização da sociedade: as sociedades primitivas – desconstrução do Direito como lei escrita e posta pelo Estado; 1.5- O Direito: significados. O Direito e sua função social na modernidade; 1.6- O Direito com um instrumento de pacificação social e como um instrumento de dominação: os dois lados de uma mesma moeda; 1.7- O problema do conflito e da decisão no Direito: noções introdutórias. 2- CIÊNCIA. CIÊNCIA DOGMÁTICA DO DIREITO. 2.1- Conhecimento científico, noções básicas. O senso comum e o conhecimento científico; 2.2- A Ciência do Direito ou Dogmática Jurídica: seu objeto e seu método específico; 2.3- Ciências afins. Sociologia do Direito. Filosofia Jurídica e História do Direito; 2.4- Caráter problemático do tema “Ciência Jurídica“. Problema da cientificidade do saber jurídico. 2.5 – A Ciência do Direito como um instrumento decisório: direito, decisão e conflito. 3- AS ESCOLAS CIENTÍFICO-JURÍDICAS. CONCEPÇÕES EPISTEMOLÓGICAS DA CIÊNCIA DO DIREITO. 3.1- A difícil resposta ao conceito de Direito; 3.2- O Jusnaturalismo e o pensamento do direito natural; 3.3- Empirismo Exegético e sua crítica: o Teleologismo de Rudolf von Jhering; 3.4- A Livre Investigação Científica e A Escola do Direito Livre; 3.5- O Historicismo Casuístico e o Sociologismo Jurídico; 3.6- O Positivismo Jurídico e a teoria de Hans Kelsen; 3.7- Culturalismo Jurídico: T ridimensionalismo Jurídico de Miguel Reale; 3.8- A Teoria Tridimensional do Direito de Miguel Reale; 3.9- A visão alternativa do Direito (O Direito Achado na Rua); 3.10- Concepções críticas do fenômeno jurídico. 4- AS FONTES DO DIREITO. 4.1- Significados. 4.2- Fontes formais: estatais - a lei e a jurisprudência; não estatais – o costume, a doutrina e o poder negocial; 4.3- As fontes materiais; 4.4- O caráter problemático das fontes do Direito. 2 UNIDADE I – A UNIVERSALIDADE DO FENÔMENO JURÍDICO AULA 1 CONCEITO DE DIREITO - A definição do conceito de Direito: trata-se de um problema crítico, já que constitui uma palavra de natureza polissêmica. - Etimologia: latim (adjetivo) - Directum (particípio passado do verbo directus) - direito, derecho, diritto, droit etc. - recht, right etc. Aquilo que é reto, perfeitamente correto, segundo a reta razão (razão humana). - Romanos: ‘’Ius est ars boni et aequi’’. Significados: 1. Lei Direito é sinônimo de norma, lei, regra jurídica codificada. Implica na definição de um conjunto de leis e regulamentos que traçam determinadas formas de comportamento ao indivíduo. Sinônimo de Direito Objetivo (normas agendi). 2. Ramo do conhecimento ou Ciência Sinônimo da Ciência do Direito, ou seja, o ramo do conhecimento humano que estuda do Direito. 3. Valor de Justiça Significa a idéia da busca pelo justo, de agir conforme a Justiça. Agir segundo o Direito. (ex.: “O Brasil busca o Direito em suas relações internacionais”; “As partes buscam resolver seu conflito no Judiciário através do Direito”); “Aquele homem é direito”. 4. Faculdade ou prerrogativa de agir Implica na possibilidade (permissão) em agir na defesa de um direito existente ou violado em favor do indivíduo (ex.: “Eu tenho direito a receber minha aposentadoria em dia”; “Nós temos o direito de exigir da Prefeitura a reparação dos prejuízos pelas chuvas”; “Os pacientes pobres têm o direito de receber remédios gratuitos do governo”. Sinônimo de Direito Subjetivo (facultas agendi). Textos: 1. REALE, Miguel. Lições preliminares de direito. 27. ed. São Paulo: Saraiva, 2005, Cap. I (Objeto e Finalidade do estudo do Direito). 2. VENOSA, Sílvio de Salvo. Introdução ao estudo do direito. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2006, cap. I (Noções Introdutórias – até o tópico 2, inclusive). 3. TELLES JUNIOR, Goffredo, Iniciação na ciência do direito. São Paulo: Saraiva, 2001, Cap. XXXVII e XXXVIII (p. 373-384). 3 AULA 2 ORDEM E DESORDEM - Ordem organização ------ finalidade Trata-se de uma forma de organização para buscar a unidade do múltiplo (ex.: livros – biblioteca) - Direito? – é uma forma de organizar a vida coletiva, de padronizar o comportamento dos indivíduos, na busca de um fim comum. - Gregos --- universo ---- “cosmos” (ordem) “caos” (desordem) - A vida coletiva, para que possa subsistir, requer o estabelecimento de determinada ordem, de certa organização social. - Desordem ? Falta de certa ordem (ou ainda, pode-se entendê-la como uma ordem diferente). - A vida social regida pela desordem (ausência de regras que organizam a vida dos indivíduos), torna-se impossível, pois ela sempre terá como conseqüência o conflito. - O Direito busca instaurar certa ordem na sociedade, com a finalidade de impedir a ocorrência de conflitos, de modo a atingir a paz social e a harmonia na relação entre os indivíduos. - Uma dada sociedade não sobrevive na desordem. A presença de ordem garante a própria sobrevivência da vida coletiva. Aristóteles : “O homem é um zoon politikón”. – Idéia do “deus” ou da “besta” São Tomás de Aquino: O homem é deixa de ser gregário apenas em 3 hipóteses: 1) mala fortuna: no caso de infortúnios do destino (ex.: náufrago); 2) corruptio natura: caso da natureza pervertida (ex.: doente mental); 3) excellens natura: excelência da natureza (ex.: o sábio eremita”) - Para se conviver em sociedade o ser humano requer o cumprimento de determinadas regras, sem as quais se colocaria em risco a própria permanência da vida social. - O Direito intervém na sociedade estabelecendo um conjunto de regras, organizando a vida coletiva, e instaurando a ordem ------- busca-se a paz social SEGURANÇA. - (Direito serve para prevenir) ----- Punição? T rata-se de um “mal necessário”. Visa acabar com uma manifestação de desordem social, corrigindo-a. Textos: 1. TELLES JUNIOR, Goffredo, Iniciação na ciência do direito. São Paulo: Saraiva, 2001, Cap. I. 4 AULA 3 O DIREITO DAS SOCIEDADES PRÉ-HISTÓRICAS - Objetivo: Desconstruir a concepção única de que Direito é sinônimo de Lei. Revelar que a idéia de “ordem” pode manifestar-se diferentemente da ordem jurídica legal. - Sociedades pré-históricas: pré-histórica? ausência de escrita dificuldade de reconstrução histórica Direito não codificado - Importância de se estudar “os povos sem escrita” e seus direitos? Deve-se ao fato de que grande parte das comunidades políticas, até hoje, sobrevivem baseadas em um direito não escrito revela a importância dos costumes como núcleo formador da organização social de uma comunidade (“direito consuetudinário”). Ex.: Brasil (comunidades indígenas), Austrália (aborígines), sociedades africanas (tribos) etc. - Direito primitivo? Por que primitivo? --- Etnocentrismo a) Alto desenvolvimento das formas de organização social, embora possuíssem um direito não codificado; b) O termo “primitivo” carrega em si um forte conteúdo discriminatório (“sociedade selvagem”). - Toda cultura possui regras sociais, padrões de comportamento coletivo que direcionam a conduta de toda a comunidade toda sociedade possui um direito, sendo que todo agrupamento humano existe uma ordem social necessária à própria sobrevivência coletiva (“ubi ius, ibi societas”). - Características : 1. Os direitos são não codificados (não escritos) – a criação dasnormas não depende do Estado para existir; 2. Cada sistema social, cada sociedade, formula seu próprio direito (“pluralismo jurídico”); 3. O Direito vem fortemente carregado de formulações religiosas – o desrespeito às normas sociais do clã (à “ordem clânica”) é uma forma de desrespeito às normas religiosas – Religião=Direito; Obs.: o julgamento é dado por “ordálios” (julgamentos divinos, baseados na fé). Ocorre pela manifestação de poderes sobrenaturais sobre o indivíduo, decidindo sobre sua inocência ou culpa. 4. As normas de organização social são baseadas nos costumes (problema do chefe da tribo? Deve obedecer estritamente à tradição). - PONTO PRINCIPAL: a presença de reprovações coletivas perante o culpado para puni-lo, ou então, a presença de constrangimento da sociedade para obrigar os indivíduos a cumprir as regras sociais. Ex.: a “cesta” e a “flecha” (Pierre Clastres) – forma de divisão social do trabalho. * * * 5 Complemento: comentário sobre sociedades matriarcais/patriarcais, sociedades monogâmicas/poligâmicas etc. “A lei (de uma tribo) é a sociedade inteira resolvendo uma disputa local, ou punindo, ou reprimindo um erro, no interesse de toda coletividade e de acordo com sua consciência comum (seu costume)” (Robert Redfield). “Em tempos de crise, uma sociedade volta seu olhar para seu próprio passado e ali procura algum sinal” (Octavio Paz). Textos: 1. GILISSEN, John. Introdução histórica ao direito. 4. ed. Lisboa: Gulbenkian, 2003. 2. WOLKMER, Antonio Carlos. (Org.). Fundamentos de história do direito. 2. ed. Belo Horizonte: Del Rey, 2002. 6 UNIDADE II – CIÊNCIA. CIÊNCIA DOGMÁTICA DO DIREITO AULA 4 CIÊNCIA. CIÊNCIA DOGMÁTICA DO DIREITO. - Disciplina de Introdução ao Estudo do Direito: para que serve? 1. Natureza introdutória (ou propedêutica) – visa proporcionar ao estudante um conhecimento mais generalístico acerca dos temas mais profundos e diversificados. 2. Natureza científica (ou epistemológica) - visa estudar a Ciência do Direito. - Ciência - Conhecimento? É a incorporação de um objeto (material ou imaterial) à inteligência humana. SUJEITO OBJETO COGNOSCENTE COGNOSCÍVEL - O processo de conhecimento pode dar-se de duas formas, basicamente: a) pelos sentidos (visão, paladar, audição, olfato e tato); b) pelo pensamento (sem a necessidade de experiências sensórias) (ex.: idéia de infinito, gigantes etc.) - Divisão dos conhecimentos: 1. Conhecimento vulgar (ou senso comum) – trata-se do conjunto de idéias extraídas a partir de um conhecimento desorganizado, superficial, adquirido por hábito ou pela experiência de vida prática (pela observação) – origina-se normalmente da seio popular. 2. Conhecimento científico – é o conhecimento de idéias a partir de um estudo aprofundado, metódico (baseado em um método – em um meio controlável) e organizado racionalmente. CIÊNCIA – Conjunto de conhecimentos certos, ordenados e conexos entre si, adquiridos através de um método próprio para o estudo do objeto apresentado. - Segundo a visão mais tradicional, toda ciência para existir deve possuir um objeto e um método próprios. * Objeto: aquilo a ser estudado; * Método: o caminho a ser percorrido para se buscar o conhecimento a partir daquele objeto dado. 7 - Classificação das Ciências Obs.: A classificações podem ser múltiplas. Aqui se selecionam aquelas consideradas mais importantes para o entendimento do Direito. 1. Ciências Naturais – Busca-se compreender os fenômenos da natureza, na busca de uma explicação dos eventos segundo uma relação necessária, baseada na forma de “causa-efeito” (lei da causalidade). Normalmente podem ser processados ou repetido em laboratórios, obtendo sempre o mesmo resultado. Ex.: movimentos físicos (empurrar uma carteira, dar um tiro para o alto), movimentos climáticos (formação de chuvas, movimentação do solo), fenômenos químicos (mistura de dois reagentes) etc. 2. Ciências Humanas ou Histórico-Sociais – Busca-se estudar os fenômenos sociais, em que o Homem é o seu criador, na busca de se entender o comportamento dos indivíduos em sociedade. * Ciências explicativas – visam explicar os fenômenos sociais ou psicossociais. Ex.: Sociologia e Psicologia. Obs.: Criminologia e Psicologia Forense. * Ciências normativas – visam estudar e elaborar um sistema de normas e leis gerais para os indivíduos. Ex.: Ética (religiosa, v.g.) e o Direito. Textos: 1. DINIZ, Maria Helena. Compêndio de introdução à ciência do direito. 17. ed. São Paulo: Saraiva, 2005, Cap. II(Ciência Jurídica). 2. NUNES, Luiz Antônio. Manual de introdução ao estudo do direito. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2005, Cap. 2. (Ciência, até pág. 52 – até Ciência Dogmática do Direito). 8 AULA 5 CIÊNCIA DO DIREITO, SOCIOLOGIA DO DIREITO E FILOSOFIA DO DIREITO - Comumente confundidas, as disciplinas de Ciência, Sociologia e Filosofia do Direito possuem significativas distinções. 1. Sociologia do Direito – Estuda o comportamento de determinada sociedade, conforme ela se orienta por um conjunto de regras e normas estabelecidas juridicamente. Busca analisar como os indivíduos reagem ante a existência de um estatuto jurídico legítimo. Objeto: comportamento humano, orientado para o cumprimento (ou descumprimento) das normas e princípios jurídicos estabelecidas. 2. Filosofia do Direito – Estuda os valores a que a sociedade defende como corretos e que são importantes para a definição do conteúdo axiológico ao qual o Direito se presta a defender. Visa, portanto, analisar o conjunto de valores juridicamente relevantes para a compreensão do fenômeno jurídico como um todo. Objeto: os valores sociais, fortemente dotados de conteúdo ético que por conseguinte são necessários à criação do direito e sua aplicação ao caso concreto. 3. Ciência do Direito – Estuda o conjunto das normas e princípios jurídicos presentes no universo do Direito, com o fito de se buscar uma melhor organização da sociedade, além de prevenir e pacificar os conflitos sociais emergentes. Objeto: normas e princípios jurídicos, voltados para organizar a vida coletiva e solucionar os conflitos existentes entre os indivíduos. FILOSOFIA DO DIREITO Valores Sociais SOCIOLOGIA DO DIREITO Fatos Sociais CIÊNCIA DO DIREITO Normas e princípios jurídicos 9 AULA 6 A CIÊNCIA DO DIREITO COMO UM INSTRUMENTO DECISÓRIO – DIREITO, DECISÃO E CONFLITO Teoria do Conflito - Conflito: trata-se de uma luta por interesses, um embate físico ou verbal, mesmo que dissimulado (oculto), nascido de uma divergência de interesses entre pessoas. - A aparição de conflitos em uma sociedade revela um aspecto natural da própria condição humana, inclinada para, invariavelmente, divergirem as pessoas entre si. Nasce do problema da sociabilidade à qual todos nós nos submetemos ao escolhermos viver em sociedade. - Entretanto, a partir do momento em que nasce um conflito, deve ser ele imediatamente solucionado, sob o risco de se colocar a própria sobrevivência de toda coletividade em perigo. - Do ponto de vista estritamente jurídico, todo o conflito implica em um “mal social”, uma excrescência surgida que merece ser extinta necessariamente da sociedade (vide, ao contrário, o ponto de vista da política, sob o qual o conflito é algo aceitável – ex.: democracia). - Um conflito que se prolonga é danoso coletivamente, na medida em que a partir do momento em que um evento conflitivo nasce, inúmeros outros dele decorrem sucessivamente, instaurando a barbárie no meio social (uma verdadeira “guerra de todos contra todos”). - Em meio ao conflito coletivo toda vida social não é duradoura, tornando-se impossível. - No mundo atual, os conflitos surgidos não podem ser resolvidos pelos próprios indivíduos, sendo vedada tal prática pelo Estado (oque constituiria o “exercício arbitrário das próprias razões”), salvo em raríssimas exceções ( ex.: legítima defesa, desforço imediato etc.). - Assim, o próprio Estado assume essa difícil tarefa de solucionar esses conflitos, sendo que o Direito proporciona as regras e princípios para que se possa gerar essa decisão. Estado CONFLITO DECISÃO SEGURANÇA E EQUILÍBRIO SOCIAIS Princípios e normas jurídicas - Na atualidade, aqueles conflitos não resolvidos pacificamente ou não gerados pela via negocial, devem necessariamente ser solucionados por intermédio de uma decisão estatal, construída segundo as normas e princípios jurídicos presentes em nosso ordenamento jurídico. 10 - OBS.: Uma decisão jurídica elimina um conflito por completo? Não o elimina inteiramente, mas o transforma, impedindo sua continuação no momento em que se dá uma decisão definitiva (vide coisa julgada). Toda decisão é uma forma de pacificação social (posto que cessa o conflito surgido socialmente). Toda decisão é uma forma de controle de comportamento (posto que impede que os ind ivíduos entrem em conflito entre si). PACIFICAÇÃO SOCIAL DECISÃO CONTROLE DE COMPORTAMENTO - Uma das preocupações fundamentais da Ciência do Direito é a obtenção de uma decisão da melhor maneira, com o mínimo de perturbação social possível. DECISÃO Impede a continuação do conflito Paz e equilíbrio sociais - Diferentemente das demais ciências, como as naturais e humanas explicativas, em que a solução dos seus problemas pode não ser descoberto (Ex.: solução de doenças, descoberta da origem do universo, fenômenos climáticos, mutação de espécies etc.), a Ciência do Direito deve proporcionar sempre aos conflitantes uma decisão (princípio jurídico da “proibição ao non liquet). Textos: 1. NUNES, Luiz Antônio. Manual de introdução ao estudo do direito. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2005, pág. 65-69 (Solução x Decisão). 2. DINIZ, Maria Helena. Compêndio de introdução à ciência do direito. 17. ed. São Paulo: Saraiva, 2005, p. 195-209 (Funções da Ciência Jurídica). 3. FERRAZ JR., Tercio Sampaio. Introdução ao estudo do direito. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2005, págs. 82,-93 e 310-315. 11 UNIDADE III - AS ESCOLAS CIENTÍFICO-JURÍDICAS. CONCEPÇÕES EPISTEMOLÓGICAS DA CIÊNCIA DO DIREITO. AULA 7 ESCOLAS CIENTÍFICAS 1. Jusnaturalismo e a Escola do Direito Natural - Manifestações literárias do Direito Natural: * “Antígona” – Sófocles --------- Debate: Idéia do “Justo pela Lei” x “justo por Natureza”; * “Cesaropapismo” – “Daí a César o que é de César e à Deus o que é de Deus”. - Separação entre as esferas da produção do direito: a) Direito estatal – trata-se do direito produzido pelos órgãos de Estado, como sendo a norma ou lei elaborada pelo poder político em uma dada sociedade. Recebe também o nome de “lei humana”, “lei positiva” ou ainda “direito objetivo”. b) Direito natural – trata-se da lei advinda da vontade divina ou mesmo decorrente da p´ropria natureza (física ou humana), que independe do Estado para existir. Advém de uma ordem (lei) eterna, imutável, preexistente ao Homem e válida universalmente (válida para todos, indistintamente). - O jusnaturalismo é a corrente de pensamento que afirma a existência de direitos naturais e inerentes aos indivíduos apenas pela sua condição de humanidade. Estes direitos existem antes, durante e mesmo depois da sociedade, não podendo ser atingidos ou reformulados por qualquer decisão de Estado – são intangíveis. - O jusnaturalismo advém etimologicamente de “ius” (direito) e “naturale” (natural), sendo que permanecem no discurso jurídico até o início do século XIX, quando, a partir de então aparecem para a civilização moderna sob novas definições: direitos humanos, direitos fundamentais do homem, direitos universais do homem, consagrados por praticamente todas as Constituições modernas e por grande parte dos tratados de Direito Internacional atualmente celebrados. - São direito naturais o direito à vida, à liberdade, à igualdade, à dignidade humana, à saúde, à propriedade dentre vários outros universalmente considerados. - O direito natural não é um direito essencialmente criado por códigos ou por leis escritas, porém se inscreve e se manifesta no coração do homem. - O Homem, ser dotado de Razão, consegue depreender naturalmente que existe acima das leis humanas um direito que é válido para todos e que é fruto de uma vontade superior, um direito perfeito e que manifesta um ideal a ser alcançado. Fenômeno de conhecimento da lei natural – “sindéresis”: um ato natural da inteligência de todo ser racional. - O direito natural, por ser expressão de uma lei universal, imutável, preexistente ao Homem, revela-se um direito que está acima das decisões e das normas fixadas pelo Estado. Havendo um conflito entre a lei natural e a norma positivada, prevalece o direito natural, por ser superior e anterior à própria existência humana. - O direito natural é um direito considerado “justo por natureza” , ou seja, é justo segundo a natureza do Homem, e não “justo por lei”, como atualmente se concebe. 12 Propriedades do Direito Natural: 1. Universalidade (válido para todos os Homens, enquanto partícipes da natureza única em que se fundamentam); 2. Perpetuidade (é eterno, existe desde sempre e sempre existirá, independentemente da vontade do Homem); 3. Imutabilidade (não é modificável, tal como o direito humano – o justo e o bem não mudam, são indeléveis); 4. Obrigatoriedade (deve ser obedecido por todos os homens, porque contém princípios direcionados ao agir humano, devendo todos obedecerem seu preceitos); 5. Necessidade (é necessário porque não há como conceber uma sociedade sem a presença desses direitos naturais). - No caso de conflito entre a lei natural e a lei positiva, qual prevalece? A lei natural, sempre (lembre-se de Antígona), pois se trata da manifestação de uma natureza que é própria do Homem, sendo-lhe superior. A) A lei humana e sua complementação pela lei natural A lei humana, como aquela imposta pelo poder político para regular a vida em sociedade, pode ou não corresponder a um direito natural. Isto se deve porque a lei humana corresponde a expressão da vontade do Estado, ou melhor, à vontade do poder político manifestado naquele momento histórico (v. p. ex.: III Reich). Esta manifestação da lei humana é um instrumento que tanto poderá servir a causas que implicam na valorização do gênero humano, como pode consagrar valores negativos que importam em valores negativos que impedem o pleno desenvolvimento da pessoa, ou mesmo que são danosos a pequenos grupos ou a toda uma coletividade. (ex.: leis de segregação racial na África do Sul, escravidão no Brasil monárquico, atos institucionais no Brasil de 64). A lei humana é insuficiente, em muitos casos, para consagrar o ideal de Justiça, sendo que o Direito natural é que irá fornecer a idéia do justo e do bom para a tomada de decisã no caso concreto. B) A lei natural e sua complementação pela lei humana Por um outro lado, a lei natural necessita também da complementação pela lei humana. São Tomás de Aquino (12224-1274) elenca 3 motivos: 1. Exigência de certeza jurídica – o direito natural é evidente em seus princípios, mas não soluciona situações particulares da vida concreta. Assim, há a positivação do direito para conferir certeza aos valores pregados pelo direito natural, a fim de que, desta forma, todos tenham acesso a essas verdades; 2. Necessidade de salvaguardar a paz social – deve-se impor uma lei humana para punir aqueles não seguidores dos princípios do direito natural. Sem a lei punitiva, não há como obrigar o indivíduo a cumprir tais preceitos naturais. Assim, permite-se a punição dos homens através da lei positivada, forçando os indivíduos a observarem os princípios do direitonatural e mantendo a ordem na sociedade. 3. Facilita o juízo dos juízes – facilita-se o julgamento dos magistrados no momento de tomarem uma decisão para a resolução de conflitos de interesses. Deve-se dar fundamentação e segurança ao julgamento, não podendo a decisão embasar-se somente em leis gerais e princípios abstratos. 13 Textos: 1. NUNES, Luiz Antônio. Manual de introdução ao estudo do direito. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2005, Cap 2. 2. DINIZ, Maria Helena. Compêndio de introdução à ciência do direito. 17. ed. São Paulo: Saraiva, 2005, Cap. II, 4. 3. SÓFOCLES. Antígona. São Paulo: Cia das Letras, 1999. 4. GUIMARÃES, Ylves José de Miranda. Direito natural: visão metafísica e antropológica. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1991. 14 AULA 8 2. Empirismo Exegético - Escola da Exegese – Século XIX – França: 1804 - Código Napoleônico Pandectismo - Alemanha / Escola Analítica (Analitical School) – Inglaterra e EUA. - Conceituação: * Empirismo – Corrente de pensamento filosófico que afirma ser o conhecimento fruto da própria prática, do exame do objeto estudado na vida cotidiana e experimental. * Exegese - Significa o estudo de textos de maneira criteriosa, minudenciosa, sistemática. IDÉIA CENTRAL: O Direito poderia ser plenamente conhecido, bastando que os intérpretes se voltassem à leitura do texto da lei, na busca de se extrair a “vontade do legislador” (mens legislatoris). - E como se conhece o Direito? 1. A partir da subsunção; 2. Através de um silogismo legal. - Características dessa corrente doutrinária: a) redução do Direito à Lei; b) induz a uma concepção mecanicista do juiz (o magistrado é somente “la bouche du loi”); c) revela o impedimento do juiz de inovar na realidade – a própria lei causa a “petrificação” do Direito, impedindo-o de ser concebido de forma diferente. - Qual, então, o papel do intérprete, estudioso das normas jurídicas? Deve ele somente explicar a lei, jamais reformulá-la. - A lei, assim, torna-se a única fonte das decisões judiciais. Garante-se maior segurança jurídica, evitando decisões múltiplas e assegurando, em texto escrito, os direitos dos cidadãos. “Os códigos nada deixam ao arbítr io do intérprete, este não tem mais por missão fazer o direito: o direito está feito. Não existe mais a incer teza, porque o direito está escrito nos textos, já há a segurança dos tex tos. Mas para que esta vantagem dos códigos seja real, é preciso que os juristas e ju ízes aceitem sua nova posição de subalternos ao Código... Diria a té que devem resignar-se a ele” (LOURANT). ∑ Crítica 1. A lei é insufic iente para resolver todos os problemas humanos – trata-se de uma utopia. 2. Será que uma lei promulgada é sinônimo de lei justa? Textos: 1. NUNES, Luiz Antônio. Manual de introdução ao estudo do direito. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2005, pág. 65-69 (Solução x Decisão). 2. DINIZ, Maria Helena. Compêndio de introdução à ciência do direito. 17. ed. São Paulo: Saraiva, 2005, p. 195-209 (Funções da Ciência Jurídica). 15 AULA 9 3. Teleologismo de Rudolf Von Jhering - Livro principal: “A Luta pelo Direito”. - Efetuou uma crítica severa aos adeptos da corrente do Empirismo Exegético, alegando que o Direito não pode se resumir a um silogismo, reduzindo sua complexidade a uma abstração teórica e formalista. - Em sua concepção o Direito resulta da prática cotidiana dos indivíduos, revelado a partir da luta do dia-a-dia na preservação dos direitos já sacralizados nos textos jurídicos. O Direito apenas ganha sua concretude, apenas se realiza, quando é dotado de força, apenas realizável na luta cotidiana por nossos direitos. - Critério para se conhecer o Direito e interpretar as normas jurídicas: FINALIDADE. - A norma jurídica não é um fim em si mesmo, de forma a ser suficiente apenas a leitura de seu conteúdo como critério para resolução dos problemas jurídicos surgidos na vida. Pelo contrário, é necessário interpretar essa norma de acordo com o seu fim, teleologicamente, para então atingirmos a real dimensão de sua aplicação. - “O fim é o criador de todo direito; não há norma jurídica que não deva sua criação a um fim, a um propósito, isto é, a um motivo prático” (IHERING, A Luta pelo Direito). - FINALIDADE DO DIREITO: a proteção dos interesses, sociais e individuais, de forma harmoniosa e conciliadora. - LUTA PELO DIREITO? É a luta diária para o alcance da proteção desses interesses. Textos: 1. NUNES, Luiz Antônio. Manual de introdução ao estudo do direito. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2005, Cap 2. 2. DINIZ, Maria Helena. Compêndio de introdução à ciência do direito. 17. ed. São Paulo: Saraiva, 2005, Cap. II, 4. 3. IHERING, Rudolf Von. A luta pelo direito. 19. ed. Rio de Janeiro: 2000. Estudos Complementares 1. Livre Investigação Científica – François Geny; 2. Escola do Direito Livre. Textos: DINIZ, Maria Helena. Compêndio de introdução à ciência do direito. 17. ed. São Paulo: Saraiva, 2005, Cap. II, 4. 16 AULA 10 Escola Histórica ou Historicismo Jurídico e o Sociologismo Jurídico Alemanha – século XIX ---- Savigny / F. Putcha / Gustave Hugo 1. opunham-se ao jusnaturalismo, posto que não se poderia supor a existência de uma lei eterna, imutável, que nunca se modificasse, e que sobretudo fosse igual para todas as sociedades, indistintamente – o direito natural é a-histórico, e não revela as peculiaridades de cada sociedade, em suas várias épocas. 2. opunham-se à idolatria da lei e à fetichização dos códigos, contrariando a decisão defendida pela Escola da Exegese. --- a codificação eterniza o Direito, engessando-o, e rompe com sua evolução no decorrer dos tempos. “A extraordinária exuberância da vida não cabe nos estreitos limites de um código” (SAVIGNY) - A lei deve se adequar ao povo, e não o povo à lei (como no empirismo exegético) - A lei não decorre da “vontade do legislador” (mens legislatoris) , mas é o fruto da consciência da sociedade – do “espírito do povo” (Volksgeist). IDÉIA CENTRAL: O Direito reside no usos e costumes de uma sociedade, decorrente das tradições de seu povo. A lei decorre da consciência coletiva da sociedade de uma determinada época, do “espírito do povo”. Ex.: língua (gramático deve reconhecer as variações lingüísticas) e direito ( o jurista e o legislador devem reconhecer as variações da lei em face do povo com o passar dos anos). - Papel do legislador? ---- reconhecer esses usos e costumes, transformando-os em lei escrita, demarcando a abrangência e a validade dos costumes. Sociologismo Jurídico Nasce com Augusto Comte, fundador da Sociologia. Para esta corrente de pensamento, o Direito é um fato social, é um fenômeno que decorre da sociedade como qualquer outro evento social. Fatos Sociais Direito Émile Durkheim, Leon Duguit e Pontes de Miranda (no Brasil) - As leis criadas pelos homens não decorrem de direitos naturais, preexistentes aos indivíduos e eternos. Pelo contrário, são convenções humanas e decorrem diretamente da evolução histórico- social de cada agrupamento humano. Textos: DINIZ, Maria Helena. Compêndio de introdução à ciência do direito. 17. ed. São Paulo: Saraiva, 2005, Cap. II, 4. 17 AULA 11 Livre Investigação Científica de François Geny e a Escola do Direito Livre - Tarefa do jurista: descobrir a vontade do legislador A vontade do legislador pode ser: - anacrônica; - injusta; - incompatível com os fatos sociais. - Não sendo suficiente a lei para resolver os problemas humanos, deve recorrer o intérprete: a) costumes; b) doutrina e jurisprudência – atualizando o direito; c) Livre Investigação científica (consiste na somatória de dados históricos, lógicos ou mesmo por intuição, a fim do órgão julgador dar uma resposta ao caso concreto surgido) ∑ Escola do DireitoLivre – deve o juiz decidir conforme sua vontade, arbitrariamente. Deve dar uma resposta à questão surgida em juízo, sendo que, não encontrando elementos suficientes para decidir, o bom senso e o espírito de Justiça guiariam a conduta do juiz. DINIZ, Maria Helena. Compêndio de introdução à ciência do direito. 17. ed. São Paulo: Saraiva, 2005, Cap. II, 4. 18 AULA 12 O POSITIVISMO JURÍDICO - Século XX - Critica as inúmeras concepções de Direito e as múltiplas interferências dos demais ramos do Direito na Ciência Jurídica. HANS KELSEN O DIREITO DEVE SER PURO - Depuração : 1. Fatos (tarefa de estudo da História, Sociologia, Psicologia etc.) 2. Valores (incumbidos à Filosofia, à Ética, à Religião, à Política etc.) O Direito deve se reduzir à NORMA JURÍDICA Obs.: Diferenciação do Empirismo Exegético: para os empiristas o juiz seria somente a “boca da lei”, jamais devendo interpretar a norma, a não ser como forma de silogismo. Para os positivistas, a norma jurídica é um quadro no qual é possível compreender múltiplas visões, desde que não fujam a esse quadro. Para os positivistas é possível ter sempre múltiplas decisões em uma mesmo caso, desde que não se violem as normas jurídicas – bastaria o jurista interpretar encontrar a melhor solução para aquela situação controvertida. Já os empiristas, idólatras da lei, a única interpretação possível seria a subsunção, devido à função limitada exercida pelo juiz. 19 Sein Sollen - mundo dos eventos naturais, dos fenômenos - mundo da norma jurídica, a ser climáticos, físicos e sociais – é tarefa das ciências estudada pela ciência normativa - humano-explicativas e das ciências naturais estudar. pelo DIREITO. REGRA: Se “A” é, “B” é. REGRA: Se “A” é, “B” deve-ser. Relação de “causa-efeito” Relação de “imputação-sanção” A = causa A = conduta contrária à norma B = efeito B = sanção Para Kelsen, as normas jurídicas possuem uma estrutura que nunca irão mudar, posto que é a característica própria do Direito. O Direito é uma estrutura coativa, sendo que toda norma imputa uma sanção. O Direito deveria se preocupar, assim, com a norma e esta com a sanção, pois são seus elementos necessários. Objeto da Ciência do Direito Para Kelsen, o objeto da Ciência do Direito é a NORMA JURÍDICA. O que é norma? É aquele ato de vontade emanado por uma autoridade competente (norma válida). Compreende: a) a lei: norma geral. b) a sentença: norma individual. . Devem ser sempre emanadas por uma autoridade competente (validade x justiça) ESTRUTURA PIRAMIDAL DAS NORMAS JURÍDICAS SER DEVER-SER 20 As normas de um ordenamento distribuem-se de forma hierarquizada, vislumbradas em uma estrutura piramidal. - Norma hipotética fundamenta (“Grundnorm”): é uma norma imaginária, que rege todas as demais normas, apesar de ser produto da imaginação do legislador. É o fundamento de validade de todas as outras normas jurídicas. T rata-se de uma norma sem conteúdo e suposta (se houvesse conteúdo seria – “obedeça a Constituição”). É uma norma jurídica, posto que é do mundo do dever-ser. Por isso não pode ser o espírito do povo, os valores da sociedade, o poder constituinte etc. Para Kelsen todas essas afirmações de diversas escolas estavam no mundo do ser. Para Kelsen, basta que uma norma seja válida para que ela possa ser passível de ser aplicada. VALIDADE, EFICÁCIA E VIGÊNCIA. 1. VALIDADE É aquela norma emanada por uma autoridade competente, compatível com aquela norma que lhe é diretamente superior. 2. EFICÁCIA Trata-se da capacidade de produção de efeitos sociais. É aquela norma que encontra respaldo na sociedade, ou seja, que a sociedade a aceita e a cumpre. É chamada também de eficácia social. 3. VIGÊNCIA Trata-se da capacidade de produção de efeitos jurídicos. Refere-se à existência da norma ou inexistência no mundo jurídico. Para Kelsen, “as normas existem por sua validade”. Em sua visão, as normas existem porque estão em conformidade lógica com a norma que lhe é diretamente superior. Buscam seu fundamento 21 último na Norma Hipotética fundamental, em um procedimento de regresso de validade até seu pressuposto lógico final. ** Qual a diferença entre a ordem de um bandido e a ordem da autoridade policial? Questões para reflexão: - Validade x Justiça. - Kelsen e o Nazismo. NORMA E PROPOSIÇÃO JURÍDICA NORMA PROPOSIÇÃO JURÍDICA Ato de vontade ato de conhecimento Norma/decisão parecer do jurista/ doutrina do cientista É prescritiva é descritiva (descreve a norma) Válida/inválida falsa/verdadeira TEORIA ESTÁTICA E TEORIA DINÂMICA TEORIA ESTÁTICA – é o sistema de normas em vigor. T rata-se do direito inerte. --- Origina a Teoria da Norma. TEORIA DINÂMICA – é o processo jurídico em que o Direito é criado e aplicado. É direito em movimento ---Origina a Teoria da Interpretação. - Autopoiésis - “O Direito regula sua criação e aplicação” - Identificação Direito e Estado
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