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Apostila de Direitos Humanos

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DIREITOS HUMANOS
PROF. BAGGIO
DIREITOS HUMANOS
A presente disciplina integra assertivamente as Diretrizes Curriculares dos Cursos nas áreas de Humanas e Ciências Sociais aplicadas. Posteriormente a II Guerra Mundial, verificou-se a necessidade de um aprofundamento dos estudos em Direitos Humanos, visto que, restou provado que os institutos e as instituições constituídas não forneceram o resguardo mínimo a dignidade da pessoa humana. A Moral, o Direito, a Filosofia, a Política, a Religião, e a Sociedade como um todo não estabeleceram limites, e, não impediram a realização das atrocidades cometidas contra seres humanos. As humanidades de forma contemporânea compõem os currículos do ensino médio, ensino superior e são requisitos para concursos da Magistratura, entre outros. 
DIREITOS HUMANOS
1) Fundamentação histórica e filosófica dos Direitos Humanos.
2) Geração de Direitos.
3) Concepção jusnaturalista. Concepção científico-positivista. Concepção crítico-materialista.
4) Contexto político-jurídico de Direitos Humanos.
5) Significado contemporâneo de Direitos Humanos.
6) O Princípio da Universalidade e a e os titulares dos Direitos Fundamentais. 
7) Estudo de caso - Adolf Otto Eichmann. 
8) Role play/Teatro do oprimido.
9) Direito Internacional de Direitos Humanos e Meio Ambiente.
10) Direitos Fundamentais e Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Tratados Internacionais de Direitos Humanos no Direito Brasileiro.
11) Direitos Humanos: Direitos das Crianças e dos Adolescentes; Questões Indígenas.
12) Direitos Humanos: Orientação Sexual; Questões Raciais.
13) Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional. Estrutura e competência do Tribunal Penal Internacional.
14) Crimes de genocídio. Crimes contra a humanidade. Crimes de guerra. Crime de agressão. 
DIREITOS HUMANOS
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. Direitos humanos fundamentais. 13. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.
MORAES, Alexandre de. Direitos humanos fundamentais: teoria geral. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2011.
PIOVESAN, Flávia. Direitos humanos e o direito constitucional internacional. 11. ed. rev. atual. São Paulo: Saraiva, 2010.
DIREITOS HUMANOS
Conselho Nacional de Justiça
Resolução n.º 75, de 12 de Maio de 2009.
Dispõe sobre os concursos públicos para ingresso na carreira da magistratura em todos os ramos do Poder Judiciário nacional.
DIREITOS HUMANOS
Art. 47. A primeira prova escrita será discursiva e consistirá:
I - de questões relativas a noções gerais de Direito e formação humanística previstas no Anexo VI;
II – de questões sobre quaisquer pontos do programa
específico do respectivo ramo do Poder Judiciário nacional.
DIREITOS HUMANOS
ANEXO VI
 NOÇÕES GERAIS DE DIREITO E FORMAÇÃO HUMANÍSTICA
A) SOCIOLOGIA DO DIREITO
1. Introdução à sociologia da administração judiciária. Aspectos gerenciais da atividade judiciária (administração e economia). Gestão. Gestão de pessoas.
2. Relações sociais e relações jurídicas. Controle social e o Direito. Transformações sociais e Direito.
3. Direito, Comunicação Social e opinião pública.
4. Conflitos sociais e mecanismos de resolução. Sistemas
não-judiciais de composição de litígios.
DIREITOS HUMANOS
B) PSICOLOGIA JUDICIÁRIA
1. Psicologia e Comunicação: relacionamento interpessoal, relacionamento do magistrado com a sociedade e a mídia.
2. Problemas atuais da psicologia com reflexos no direito:
assédio moral e assédio sexual.
3. Teoria do conflito e os mecanismos autocompositivos.
Técnicas de negociação e mediação. Procedimentos, posturas, condutas e mecanismos aptos a obter a solução conciliada dos conflitos.
4. O processo psicológico e a obtenção da verdade judicial. O comportamento de partes e testemunhas.
DIREITOS HUMANOS
C) ÉTICA E ESTATUTO JURÍDICO DA MAGISTRATURA NACIONAL
1. Regime jurídico da magistratura nacional: carreiras, ingresso, promoções, remoções.
2. Direitos e deveres funcionais da magistratura.
3. Código de Ética da Magistratura Nacional.
4. Sistemas de controle interno do Poder Judiciário:
Corregedorias, Ouvidorias, Conselhos Superiores e Conselho Nacional de Justiça.
5. Responsabilidade administrativa, civil e criminal dos
magistrados.
6. Administração judicial. Planejamento estratégico.
Modernização da gestão.
DIREITOS HUMANOS
D) FILOSOFIA DO DIREITO
1. O conceito de Justiça. Sentido lato de Justiça, como
valor universal. Sentido estrito de Justiça, como valor jurídico-político. Divergências sobre o conteúdo do conceito.
2. O conceito de Direito. Equidade. Direito e Moral.
3. A interpretação do Direito. A superação dos métodos
de interpretação mediante puro raciocínio lógico-dedutivo. O método de interpretação pela lógica do razoável.
DIREITOS HUMANOS
E) TEORIA GERAL DO DIREITO E DA POLÍTICA
1. Direito objetivo e direito subjetivo.
2. Fontes do Direito objetivo. Princípios gerais de Direito.
Jurisprudência. Súmula vinculante. Conselho Nacional de Justiça.
3. Eficácia da lei no tempo. Conflito de normas jurídicas
no tempo e o Direito brasileiro: Direito Penal, Direito Civil, Direito Constitucional e Direito do Trabalho.
4. O conceito de Política. Política e Direito.
5. Ideologias.
6. A Declaração Universal dos Direitos do Homem (ONU).
DIREITOS HUMANOS
Os Direitos Fundamentais constituem construção definitivamente integrada ao patrimônio comum da humanidade. Sua trajetória levou à gradativa consagração dos DIREITOS INTERNACIONAL e CONSTITUCIONAL.
Praticamente não há mais Estado que não tenha aderido a algum dos principais PACTOS INTERNACIONAIS sobre Direitos Humanos ou que não tenha reconhecido ao menos um núcleo de Direitos Fundamentais no âmbito de suas Constituições.
DIREITOS HUMANOS
DIREITOS FUNDAMENTAIS e DIREITOS HUMANOS
Como ponto de partida tomaremos por base a obra do jurista Ingo Wolfgang Sarlet. 
Sarlet, enfrenta o tema utilizando-se da abordagem do jurista português Vieira de Andrade, que enumera os Direitos Fundamentais em 03 (três) aspectos:
a) Perspectiva filosófica (ou jusnaturalista);
b) Perspectiva universalista (ou internacionalista);
c) Perspectiva estatal (ou constitucional).
DIREITOS HUMANOS
a) Perspectiva filosófica (ou jusnaturalista): cuida do estudo dos Direitos Fundamentais como direitos de todos os homens, em todos os tempos e lugares.
b) Perspectiva universalista (ou internacionalista): cuida dos direitos de todos os homens (ou categorias de homens) em todos os lugares, num certo tempo.
c) Perspectiva estatal (ou constitucional): os Direitos Fundamentais são analisados na qualidade de direitos dos homens, num determinado tempo e lugar.
DIREITOS HUMANOS
Ao prosseguirmos com os estudos, é importante esclarecermos a confusão semântica e conceitual dos termos DIREITOS FUNDAMENTAIS e DIREITOS HUMANOS.
Senão, vejamos primeiramente que a expressão DIREITOS FUNDAMENTAIS, confunde-se com as expressões: - direitos do homem; - direitos subjetivos públicos; liberdades públicas; - direitos individuais; - liberdades fundamentais; - direitos humanos; - direitos humanos fundamentais.
DIREITOS HUMANOS
AINDA, Na Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 encontramos as expressões:
- Art. 1º., inciso III, CF – dignidade da pessoa humana;
- Art. 4º., inciso II, CF – prevalência dos direitos humanos;
- Art. 5º., inciso LXXI, CF – conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania.
- Art. 5º., parágrafo 1º., CF – as normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata;
- Art. 60, parágrafo 4º., inciso IV, CF / - § 4º. – Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir; - inciso IV – os direitos e garantias individuais.
DIREITOS HUMANOS
Para Sarlet, a equiparação dos termos DIREITOS HUMANOS com DIREITOS FUNDAMENTAIS, não parece a mais correta,uma vez que, a POSITIVAÇÃO em normas de Direito Internacional, conforme ensina Norberto Bobbio, já revelou de forma incontestável a dimensão histórica e relativa dos direitos humanos, que se desprenderam da ideia de direito natural.
DIREITOS HUMANOS
Nestes termos, para fins didáticos, estudaremos as expressões da seguinte forma:
- Direitos do homem: no sentido de direitos naturais, não, ou ainda não positivados;
- Direitos humanos: positivados na esfera do direito internacional;
- Direitos fundamentais: direitos reconhecidos ou outorgados e protegidos pelo direito constitucional interno de cada Estado.
DIREITOS HUMANOS
Consoante o jurista alemão Otfried Höffe, a diferenciação conceitual entre Direitos Humanos e Direitos Fundamentais, está justamente no fato de que os Direitos Humanos, antes de serem reconhecidos e positivados nas Constituições, integravam apenas uma espécie de moral jurídica universal.
Portanto, para Otfried Höffe, os Direitos Humanos referem-se ao ser humano como tal (pelo simples fato de ser pessoa humana), ao passo que os Direitos Fundamentais (positivados nas Constituições) concernem às pessoas como membros de um ente público concreto.
DIREITOS HUMANOS
Não obstante, outro jurista alemão (Jürgen Habermas), aponta para uma possível distinção entre Direitos Fundamentais e Direitos Morais (reconhecendo que, os Direitos Fundamentais possuem conteúdo e fundamentação de cunho moral).
Porém, para Habermas, os direitos fundamentais que se manifestam como direitos positivos de matriz constitucional, NÃO PODEM ser compreendidos como mera expressão de direitos morais, assim como, a autonomia política não pode ser vista como reprodução da autonomia moral.
DIREITOS HUMANOS
Habermas citando Raiser, prescreve que: Os direitos “primários” são muito fracos para garantir à pessoa a proteção jurídica, quando esta está “inserida em ordens maiores, supraindividuais”. Tal tentativa de salvamento é por demais concreta. Certamente o direito privado passa por uma reinterpretação, quando da mudança de paradigma do direito formal burguês para o do direito materializado do Estado social. No entanto, essa reinterpretação não pode ser confundida com uma revisão dos princípios e conceitos fundamentais, os quais apenas são interpretados de maneira diferente quando os paradigmas mudam.
DIREITOS HUMANOS
Diante do assunto em comento, é importante ressaltar que, o fato de que a eficácia (jurídica e social) dos direitos humanos que não integram o rol dos direitos fundamentais de determinado Estado dependem, em regra, da sua recepção na ordem jurídica interna, e além disso, lhes falta a necessária cogência (que se impõe pela lógica; norma de imperatividade absoluta). 
Assim, a efetivação dos direitos humanos encontra-se, ainda e principalmente, na dependência da boa-vontade e da cooperação dos Estados individualmente considerados, observando-se a SOBERANIA DE CADA ESTADO.
DIREITOS HUMANOS
A história dos Direitos Fundamentais é também a história do surgimento do Estado Moderno Constitucional, cuja essência e razão de ser residem justamente no reconhecimento e na proteção da dignidade da pessoa humana e dos Direitos Fundamentais do homem.
Neste contexto, há que se dar razão aos que ponderam ser a história dos Direitos Fundamentais, também a história da limitação do poder.
Estado Liberal, Estado Democrático de Direito, e checks and balances (Montesquieu).
DIREITOS HUMANOS
A partir do reconhecimento dos Direitos Fundamentais pelas primeiras Constituições é que assume relevo a problemática das gerações e/ou dimensões dos Direitos Fundamentais.
Tais gerações e/ou dimensões de Direitos Fundamentais estão intrinsecamente ligadas a evolução do Estado Liberal e do Estado Social/Democrático de Direito.
DIREITOS HUMANOS
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO CONSTITUCIONALISMO
Na Antiguidade: Karl Loewenstein identificou, entre os Hebreus, o surgimento do constitucionalismo, estabelecendo-se no Estado teocrático limitações ao poder político ao assegurar aos profetas a legitimidade para fiscalizar os atos governamentais que extrapolassem os limites bíblicos.
DIREITOS HUMANOS
Na Idade Média: A Magna Carta de 1215 representa o grande marco do constitucionalismo medieval, estabelecendo formalmente a proteção a importantes direitos individuais. Nasce com a Magna Carta a ordem de Habeas Corpus. 
DIREITOS HUMANOS
Na Idade Moderna:
- A imposição de limitações jurídicas ao poder do monarca só pôde ser ensaiada na Inglaterra do século XIII, porquanto a nobreza e clero estavam minimamente organizados. O embrião dessa organização pode ser encontrado na tradição inglesa da oitava prévia da Curia Regis (Complexo das entidades eclesiásticas), pois, sempre que o monarca estivesse diante da necessidade de tomar decisões sobre assuntos de extrema relevância, o referido conselho reunia agentes públicos e membros do clero. Não obstante, sua atuação era meramente consultiva.
DIREITOS HUMANOS
- Petition of right (1628): Agravavam-se os conflitos entre o rei Charles I (1600-1649)e o parlamento. Em 1625, como parte do processo de consolidação do absolutismo monárquico, Charles I dissolveu o parlamento. Porém, com várias despesas decorrentes de guerra, o rei se vê obrigado a aumentar os tributos. Ocorre que pela tradição inglesa os tributos somente poderiam ser aumentados com autorização parlamentar. Diante dessa situação o rei é obrigado a convocar o parlamento para uma nova reunião, e os parlamentares forçam o rei a assinar um documentos que garantiria o respeito a vários institutos já consagrados na tradição jurídica inglesa.
DIREITOS HUMANOS
- Instrument of Government (1653): Em 1649, vencido pelos escoceses, o rei (Charles I) foi deposto e imediatamente submetido a julgamento sob as acusações de traição, tirania e assassinato. Em 30 de janeiro de 1653, Charles I é executado. Com a vitória do Parlamento, o poder passou às mãos do líder puritano, Oliver Cromwell, que governou a Inglaterra com mãos de ferro entre 1649 e 1658. Foi a chamada revolução puritana.
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- Habeas Corpus Act (1679): Em 1660, assume o rei Charles II (filho de Charles I). Seu reinado foi marcado por perseguições aos calvinistas ingleses, o que fez com o Parlamento identificasse a necessidade de conceber um mecanismo de proteção contra as arbitrariedades do monarca. Surge então um instrumento normativo (o Habeas Corpus Act) que permitiu a defesa da liberdade de locomoção com mais eficiência: a) qualquer indivíduo poderia pleitear a soltura de alguém que tivesse sua liberdade de locomoção afetada; b) o juiz deveria analisar o pedido sem demora; c) se as informações prestadas pela autoridade responsável pela guarda do preso fossem insuficientes, o paciente deveria ser imediatamente libertado.
DIREITOS HUMANOS
Bill of Rights (1689): Com a morte de Charles II, assume o trono em 1685 o rei James II. O novo monarca professou publicamente sua conversão ao catolicismo romano e adotou medidas impopulares. O Édito de Nantes foi assinado em 13 de abril de 1598 pelo rei francês Henrique IV, para proteger os protestantes franceses que eram cruelmente atacados desde o massacre da noite de São Bartolomeu (1572). O Édito de Nantes foi revogado em 23 de outubro de 1685 pelo rei Luís XIV. Com isso os huguenotes se refugiaram na Holanda, Inglaterra e África do Sul. 
DIREITOS HUMANOS
Sendo assim, as atitudes pró-católicas do monarca e as tentativas de restabelecer o absolutismo, levaram o Parlamento a convidar William of Orange (sobrinho e genro de James II) para assumir o governo inglês. Com a fuga de James II para a França, William assume o trono com imposição de limitações ao seu poder de governar. Essas imposições foram condensadas no então instrumento chamado Bill of Rights.
DIREITOS HUMANOS
Act of Settlement (1701): Considerado um dos documentos integrantes da Constituição inglesa, o Act of Settlement teve o objetivo de disciplinar as futuras sucessões de monarcas protestantes. Como por exemplo: Os herdeiros homensdevem assumir o trono independentemente da existência de uma irmã mais velha.
DIREITOS HUMANOS
Idade Contemporânea: O constitucionalismo moderno, destaca-se com as constituições escritas como instrumentos para conter qualquer arbítrio decorrente do poder. Os marcos do constitucionalismo contemporâneo é a constituição norte-americana de 1787 e a francesa de 1791, que consagraram direitos de primeira geração (vida, liberdade, etc.). A Constituição do México de 1917 e a de Weimar de 1919, consagram os direitos de segunda geração (Estado Social de Direito). A Constituição Brasileira de 1988 que consagra os direitos já citados e os direitos de terceira geração como fraternidade e solidariedade (que inclui, direito à paz, à autodeterminação dos povos, ao meio ambiente e a qualidade de vida, entre outros).
DIREITOS HUMANOS
AGRUPAMENTOS DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS:
- Direitos de primeira geração/dimensão: são a reafirmação do direito à liberdade em oposição à ação do Estado, que tem a obrigação de se abster de atos que possam representar a violação de tais direitos. São os direitos civis e políticos que abrangem o direito à vida e à nacionalidade, a liberdade de movimento, e o direito de asilo, a proibição de tortura ou tratamento cruel, desumano ou degradante, a proibição da escravidão, a liberdade de opinião, as atividades políticas e trabalhistas, entre outras.
DIREITOS HUMANOS
Direitos de segunda geração/dimensão: Tem ênfase nos direitos econômicos, sociais e culturais, nos quais existe como que dívida da sociedade para com o indivíduo. Estes direitos, que só podem ser desfrutados com o auxílio do Estado, são o direito ao trabalho em condições justas e favoráveis, o direito de pertencer a sindicatos, o direito à educação e cultura, o direito a um nível adequado de vida, o direito à seguridade e seguro social.
DIREITOS HUMANOS
Direitos de terceira geração: Na medida em que se sustentam, seriam o direito a ambiente sadio, o direito à paz, o direito ao desenvolvimento e o direito aos bens que constituem o patrimônio comum da humanidade. A característica desses direitos ditos “de terceira geração”, também denominados “direitos sociais”, é o fato de serem desfrutados de maneira coletiva, ou seja, pelo indivíduo, pelo Estado, por outra entidades públicas e privadas. Inicialmente eram mencionados com certa hesitação, porém, verifica-se que, com o passar dos anos, a noção desses direitos tem se consolidado.
DIREITOS HUMANOS
Direitos de quarta geração/dimensão: Cogita-se na doutrina, que os direitos de quarta geração decorrem das inovações tecnológicas, relacionadas com o patrimônio genético do indivíduo.
Direitos de quinta geração/dimensão: Ainda conforme a doutrina são direitos que decorrem da realidade virtual.
Direitos de sexta geração/dimensão: Água potável.
DIREITOS HUMANOS
CONSTITUIÇÃO DE WEIMAR – DIREITOS SOCIAIS
Ao final da 1ª Guerra Mundial a situação da Alemanha era gravíssima, vista de qualquer ângulo em que fosse encarada.
As organizações políticas estavam destruídas, a situação social extremamente agravada, as forças de ordem todas desmoralizadas.
Nesse contexto a esquerda radical lutava para tomar o poder em favor dos conselhos de operários e soldados – os Soviets – consoante a estrutura Bolchevique.
DIREITOS HUMANOS
Diante do quadro que vivia a Alemanha, não havia nenhuma condição para convocação da Assembleia Constituinte, para que a mesma se reunisse em Berlim, a capital. Por isso, a Assembleia Constituinte foi reunida em Weimar.
Elaborou-se uma Constituição para a Alemanha Republicana, da qual o ponto mais relevante para a história jurídica é a parte II – Dos Direitos e Deveres Fundamentais dos alemães.
A Constituição de Weimar, dedica a primeira seção ao indivíduo, a segunda à vida social, a terceira à religião e sociedades religiosas, a quarta à instrução e estabelecimentos de ensino, e a quinta seção à vida econômica.
DIREITOS HUMANOS
Todas essas seções são marcadas por um novo espírito, que se pode dizer “social”, mesmo quanto às liberdades. Em seu exame, destacam-se por exemplo, normas sobre o casamento e a juventude, a obrigatoriedade da instrução escolar, com previsão de estabelecimentos públicos para tanto. Porém, o núcleo plenamente novo está na última seção a que se refere à vida econômica.
Nela destacam-se a sujeição da propriedade À FUNÇÃO SOCIAL - com a célebre fórmula: “a propriedade acarreta obrigações. Seu uso deve visar interesse geral” (art. 153, CW).
DIREITOS HUMANOS
Entre outros destaques ressalta-se: - a repartição das terras – reforma agrária (art. 155, CW); - a possibilidade de socialização das empresas (art. 156, CW); - a proteção ao trabalho (art. 157, CW); - o direito a sindicalização (art. 159, CW); - a previdência social (art. 161, CW).
Estava assim estabelecido um novo modelo, que foi seguido e imitado nas Constituições da Europa e por grande parte do mundo, chegando ao direito positivo brasileiro com a Carta Constitucional de 1934, que é a primeira Carta Brasileira que enuncia uma Ordem Econômica e Social.
DIREITOS HUMANOS
CARACTERES E TITULARIDADE DE DIREITOS SOCIAIS
Como as liberdades públicas, os Direitos Sociais são Direitos Subjetivos, e não meros poderes de agir, como é típico das liberdades públicas. São portanto, poderes de exigir, são direitos de “crédito”.
O sujeito passivo desses direitos é o Estado. E o Estado é posto como responsável pelo atendimento aos Direitos Sociais
DIREITOS HUMANOS
Na Constituição Brasileira de 1988 os deveres do Estado são cristalinos. O texto constitucional afirma: é “dever do Estado” propiciar a proteção à saúde (art. 196, CF), à educação (art. 205, CF), à cultura (art. 215, CF), ao lazer, pelo desporto (art. 217, CF), pelo turismo (art. 180, CF), etc. 
Igualmente o direito ao trabalho que se garante pelo socorro da previdência social ao desempregado (art. 201, IV, CF).
O Estado é visto como o representante da sociedade, como a expressão personalizada desta. Porém, a seguridade social, por exemplo, é claramente apontada na mesma Constituição de 1988 como responsabilidade da sociedade inteira (art. 195, CF).
DIREITOS HUMANOS
Ainda por vezes, a responsabilidade é partilhada com outro grupo social como a família. Como é o caso do Direito à Educação (art. 205, CF).
O objeto do Direito Social é, tipicamente, uma contraprestação sob a forma de prestação de um serviço. O serviço escolar, quanto ao direito à educação, o serviço médico-sanitário-hospitalar, quanto ao direito à saúde, os serviços desportivos, o lazer, etc.
Na possibilidade de satisfazer uma prestação direta, pode existir uma contrapartida em dinheiro como é o seguro desemprego para o Direito do Trabalho.
DIREITOS HUMANOS
Fundamento dos Direitos Sociais: os Direitos Sociais, pressupõem a sociedade. Não são Direitos Naturais no sentido que dava a essa expressão a doutrina iluminista que prevaleceu no século XVIII.
Como na sociedade, existe a necessidade da cooperação e apoio mútuo, o esforço de todos beneficia a cada um, ou seja, todos devem auxiliar-se ou socorrer-se uns aos outros.
DIREITOS HUMANOS
Garantias dos Direitos Sociais: a garantia que o Estado, como expressão da coletividade organizada, dá a esses direitos é a instituição dos serviços públicos a eles correspondentes. Trata-se de uma garantia institucional.
A obrigação de atender os Direitos Sociais, foi quem ditou a expansão dos serviços públicos a partir de 1920. Não obstante, tal fato gerou pesados encargos para o Estado e indiretamente para os contribuintes, o que, contemporaneamente suscita um repensar a propósitos desses direitos
Indaga-se portanto: Até que ponto o Estado deve DAR o atendimento a esses direitos, até que ponto deve apenas amparar a busca do indivíduo pelo atendimento desses direitos?
DIREITOS HUMANOS
Declaração Universal dos Direitos do Homem: toda essa evolução encontrou o seu coroamento na Declaração Universal dos Direitos do Homem, promulgada pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, em10 de dezembro de 1948.
A Declaração é uma síntese que demonstra que Direitos Fundamentais de PRIMEIRA GERAÇÃO (liberdades) e Direitos Fundamentais de SEGUNDA GERAÇÃO (direitos sociais) evoluíram em conjunto.
DIREITOS HUMANOS
TITULARIDADE versus DESTINATÁRIO DE DIREITOS FUNDAMENTAIS
Parte da doutrina utiliza no Brasil o termo DESTINATÁRIO de Direitos Fundamentais (no sentido de destinatário da proteção ou tutela do direito) como sinônima de titular de direitos fundamentais.
Sendo assim, é preciso ressaltar que a terminologia mais adequada e que, em termos gerais, corresponde à tendência dominante no cenário jurídico contemporâneo, é a de TITULAR de direitos fundamentais.
DIREITOS HUMANOS
TITULAR DO DIREITO, na perspectiva da dimensão subjetiva dos direitos e garantias fundamentais, é quem figura como sujeito ativo da relação jurídico-subjetiva, ao passo que DESTINATÁRIO é a pessoa (física, jurídica ou ente despersonalizado) em face da qual o TITULAR pode exigir o respeito, proteção ou promoção do sei direito.
DIREITOS HUMANOS

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