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15.08 SISTEMAS CONSTITUCIONAIS - História Inglesa (Felipe Schaan)

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RESUMO (15/08 SISTEMAS CONSTITUCIONAIS- Sistema de matriz inglesa). 
 
História constitucional inglesa e norte-americana: do surgimento à estabilização da 
forma constitucional, de PAIXÃO, Cristiano; BIGLIAZZI, Renato. História constitucional 
inglesa e norte-americana: do surgimento à estabilização da forma constitucional. 
Capítulo 1. p. 19-90. 
 
CAPÍTULO 1 – O SURGIMENTO DO CONTEÚDO CONSTITUCIONAL NA INGLATERRA 
O autor salienta que a conexão entre a história política inglesa, o common law e o 
surgimento das constituições modernas está em vasta literatura. 
Havia, no séc. XVII, uma crise social e política, está se consolidando uma diferenciação 
social, o common law toma importância como prática político-jurídica. 
O common law nasce associado a Conquista Normanda em 1066, neste período a atual 
Inglaterra não tinha uma unidade. Após a queda do Império Romano do Ocidente, a 
região se dividiu em pequenos reinos. Houveram tentativas esparsas de unificação 
sem sucesso, a regra era a dispersão política e manutenção dos vínculos locais. No séc. 
IX esse quadro se altera com a invasão dos Vikings, que ficam no poder por alguns 
reinados, porém ao chega a haver uma unificação como estado. Em 1066, Guilherme, 
um normando, chega ao trono. Ele vai unificar a Inglaterra. 
 
A organização social do Ocidente medieval 
 
- A Primeira Idade Média (séc IV/séc VIII) 
Após a queda do Império Romano do Ocidente a Europa de fragmentou, formando 
reinos germânicos, como os ostrogodos, os visigodos, os burgúndios, os suevos, os 
lombardos e os francos. A cultura resultante disso é uma mistura da civilização 
clássica, do cristianismo e da cultura germânica. Este período é marcado pela 
instabilidade econômica e política. 
- A Segunda Idade Média (séc VIII/séc X) 
Os francos se destacam entre os demais povos, lideram e unificam a Europa central, 
ladeados pelos mouros e pelos bizantinos. 
A dinastia carolíngia tenta recuperar a magnitude da cultura romana e Carlos Magno é 
coroado imperador pelo Papa. Se inicia um processo de descentralização do poder em 
vários condados liderados por aristocratas locais, fragmentando o poder do rei. 
O império carolíngio acaba junto com a tentativa de resgatar os valores romanos. 
- A Terceira Idade Média (séc XI/séc XIII) 
Consolida-se o Feudalismo com a descentralização do poder real, tendo como figura 
central o pacto de vassalagem. O direito neste período era somente os costumes 
locais. 
 
 
 
 
A invenção da common law e a importância da Magna Carta na história constitucional 
inglesa. 
 
Quando Guilherme I (normando) chegou ao poder, ele tratou de consolidar o reino 
inglês, criando um aparato administrativo, coletando dados sobre a população e os 
recursos naturais, registrando a situação fundiária para fins de tributação e dar 
segurança sobre a propriedade da terra. 
Os normando instituíram a mentalidade e a prática feudal e o poder distribuído entre 
o senhores feudais. 
Com o Renascimento e o declínio de feudalismo, surge o conflitos entre os senhores 
feudais e o poder real. Foi neste período que o então rei Henrique II judicializou esses 
conflitos, sendo julgados por tribunais criados pelo próprio monarca. Isso significou a 
diminuição dos poderes dos tribunais locais de cada feudo e o aumento do poder dos 
tribunais reias. Esses tribunais reconheciam o costume e ordenavam que fosse 
obedecido. Essas decisões (writs) passaram a criar o direito. Essa relação costume-
precedente criou o common law. Ainda no séc. XII foram publicadas as primeiras 
compilações das decisões para casos futuros. 
Com o aumento populacional europeu, o direito feudal ficou obsoleto e ineficaz. A 
solução foi o resgate do direito romano, através da síntese de Justiniano. 
Então na Inglaterra surgia o common law enquanto no restante da Europa surgia o civil 
law através da releitura do corpus juris civilis. Duas construções distintas surgidas de 
um desafio semelhante. Enquanto o civil law representou a separação de direito e de 
costume o common law foz o contrário. 
No séc. XIII, a Inglaterra estava unificada, mas a guerra civil. Como resultado desta 
guerra entre o rei e os barões surge a Magna Carta LIbertum, que não era uma 
constituição, era uma carta de compromisso entre o rei e os barões, impondo, 
reciprocamente, direitos e obrigações. De inovador e relevante, a carta traz um 
limitação do poder real,mas ela nada falava sobre liberdades individuais. Era uma 
releitura do contrato feudal e dos vínculos de fidelidade. Uma nova carta, as Provisões 
de Oxford, ainda no sec. XIII, dividia o governo entre o rei e o conselho de barões, 
aprofundando a limitação dos poderes reais. 
No séc. XIV, fica consolidado o parlamento bicameral. 
 
As tensões do período Tudor (1509-1603) 
 
Com a chegada dos Tudor ao poder, houve um aumento do monarca como chefe de 
governo e deu-se a ruptura coma igreja católica. Surgem bancos e taxas de cambia, 
pois a usura para os anglicanos não é pecado. 
Num intervalo de 100 anos teve de tudo; um governo absolutista, uma crise entre 
coroa e parlamento, um governo monárquico sem as câmaras, um novo parlamento 
que durou 3 semanas e outro de 20 anos, uma guerra entre coroa e parlamento, uma 
reconciliação entre eles, um novo conflito, a execução do monarca em praça pública, a 
república, a ditadura, a restauração da monarquia, um novo reinado absolutista, o 
aumento da tensão entre católicos e protestantes, a deposição de mais um rei, a vinda 
de outro do exterior, a proclamação da soberania do parlamento e, como fim da 
dinastia Stuart, a transmissão da linha sucessória para uma casa germânica. 
Ao longo do séc. XVII, o common law teve papel fundamental nas transformações 
políticas e sociais inglesas. Jaime I tinha uma visão mística da monarquia (direito divino 
dos reis) e queria passar isso aos lordes, aos comuns e aos juízes. 
Edward Coke foi o defensor da common law contra as ideís de Jaime I. Porém a 
common law estava desgatada, pois não tinha a plasticidade necessária pra 
acompanhar as mundanças sociais, econômicas e políticas do período, salientando o 
papel de destaque internacional que a Inglaterra passou a desempenhar, 
aproveitando-se de sua posição geográfica estratégica. 
A tendência ao esvaziamento da common law se fez notar, sendo cada vez mais 
utilizado outros meios de jurisdição. Destaque para o equity, que remontava do séc 
XIII, quando, no contexto feudal, possibilitava ao monarca intervir pelas liberdades dos 
súditos quando a common law tomasse uma decisão injusta. No séc. XVI, o equity foi 
recuperado para tratar de matérias relativas a pessoa do rei, onde as garantias 
processuais da common law eram deixadas de lado. 
Outra modalidade de foram os tribunais especiais, como os tribunais marcantis, 
marítimos e eclesiásticos, neste último onde o rei era o chefe da igreja anglicana. 
Com o anacronismo da common law, Coke buscou modernizar e sistematizar o direito 
inglês, adaptando a common law pra o momento vivido então. Ele afirma que o 
common law deve, através dos juízes, controlar o parlamento, e se as decisões 
parlamentares que contrariarem a common law, devem ser declaradas nulas. Isso ia de 
encontro direto ao direito divino dos reis. 
Para Coke, a Magna Carta é um documento fundamental, para as liberdades 
individuais e para o poder dos juízes. O rei não tem nenhuma prerrogativa, a não ser 
aquels que a lei diz que tem. 
 
A guerra civil e a revolta contra o julgo normando 
 
Carlos I, sucessor de Jaime I, também não dava a importância ao parlamento, a relação 
entre o rei e as casas era de mútua desconfiança. Em 1698, Carlos I se vê “forçado” a 
sancionar o Petition of Rights, resultado do teor dos debates parlamentares, que 
invocavam as ideias de constituição antiga e as liberdades previstas na Magna Carta. 
Logo após Carlos I dissolve o parlamento, governando sozinho por 11 anos,quando 
aplicou medidas impopulares mediante métodos arbitrários. A desconfiança recíproca 
entre rei e nobres cresce. O rei foi obrigado e reconvocar o parlamento, mas a relação 
era péssima, chegando à guerra. Carlos I foi julgado pelo parlamento e executado. 
Em 1660, Carlos II restaura a monarquia, e junto com ela, a constituição mista. 
 
O orgulho da Revolução Gloriosa e o Bill of Rights 
 
Durante os últimos reinados Stuart, duas facções do parlamento, os whigs e os tories 
era as reminiscências dos parlamentaristas e dos realistas. Os protestantes temiam, 
devido a proximidade do rei com a frança, a restauração do catolicismo. 
A prerrogativa real volta a ser invocada para justificar atos unilaterais do rei, assim 
como os tribunais de exceção. O rei foi perdendo o apoio dos conservadores. 
Devido ao temor da restaura;’ao do catolicismo, o parlamento chama Guilherme I da 
Holanda para assumir o trono e garantir a religião anglicana no trono, o rei teve que se 
comprometer com uma Declaração de Direitos, que definia o papel do rei e o do 
parlamento, o Bill of Rights, que consagra a soberania do parlamento, delimitando 
claramente os poderes do monarca e das casas.

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