Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
26/02/2013 1 Tração animal Docente: Prof. DR. Jorge Wilson Cortez UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS Criação da tração animal • Devido ao Sistema agrário com pousio • meados séc. XIV • Sistema de plantio da época • Crescimento acelerado da sociedade • Aperfeiçoamento das técnicas de plantio • Séculos atrás era a única fonte de força • utilizada em determinadas máquinas simples • Utilização • engenhos • veículos para o transporte de cargas Meados sec. XIV Posteriormente Conceito • Tração animal é um termo utilizado para designar que um animal conduz um veículo (carroça, carruagem) 26/02/2013 2 Figura 1: Carroça com duas rodas puxada por um burro no Mali (Fonte: OUDMAN, L. A utilização de burros para transporte e lavoura, Fundação Agromisa, Wageningen, 2004). Recomendação e finalidade • Recomendada: – pequenas áreas em que não são necessárias máquinas agrícolas, – as zonas de topografia acidentada e – regiões com falta de estradas para a locomoção • Finalidade: – arar, – gradear, – semear, – colher e – transportar Vantagens • o auto deslocamento dos animais, • a reserva de força, • a grande adaptabilidade a diferentes serviços e terrenos, • o preço de aquisição relativamente baixo, • o consumo de alimentos variados, • a possibilidade de ser reproduzido na própria fazenda, • adapta-se a diferentes terrenos. Desvantagens • requerem alimentação quando não trabalham, • agüenta por pouco tempo cargas pesadas, • velocidade limitada, • requerem espaço para abrigo e alimentos, • utilizam terras para pastagens, • não é eficiente em equipamentos estacionários. Atrelamento • De acordo com o veículo • Veículos de transporte: – 1 varal – 2 varal • Equipamentos: – Com cabeçalho e – Sem cabeçalho 26/02/2013 3 • Posição do animal: – Singelo, – Parelhas em Tandem, – Linha, Figura. Atrelamento em tandem (Fonte: OUDMAN, L. A utilização de burros para transporte e lavoura, Fundação Agromisa, Wageningen, 2004). • Posição do animal: – Singelo, – Parelhas em Tandem, – Linha, Figura. Parelhas em tandem (Fonte: OUDMAN, L. A utilização de burros para transporte e lavoura, Fundação Agromisa, Wageningen, 2004). • Posição do animal: – Singelo, – Parelhas em Tandem, – Linha, Figura. Atrelamento em linha (Fonte: OUDMAN, L. A utilização de burros para transporte e lavoura, Fundação Agromisa, Wageningen, 2004). Exemplos • Quais são os atrelamentos?? 26/02/2013 4 Exemplos • Quais são os atrelamentos?? Exemplos • Quais são os atrelamentos?? Dispositivos para atrelamento • Eqüinos: – A -Tapa, – B - Coalheira, – C - Lombeira, – D - Corrente de tiro A B C D Dispositivos para atrelamento • Eqüinos: arreamento completo Dispositivos para atrelamento • Eqüinos em veículos de transporte Dispositivos para atrelamento • Bovinos: – Canga 26/02/2013 5 Dispositivos para atrelamento • Bovinos • O atrelamento pode ser feito de duas formas: – tiro pela cernelha – tiro pela cabeça (na nuca ou cabeça) Dispositivos para atrelamento • Bovinos Dispositivos para atrelamento • Bovinos Acessórios para atrelamento • Balancins Figura: Balancins equalizadores. (I) Posição do balancim na coalheira. (II) Dimensões das peças metálicas do balancim. (III) Forças atuantes no balancim em operação. (Fonte: Conti, M., Tratado de Mecânica Agrícola, Buenos Aires, 1942). Figura. Amortecedores de tração. (Fonte: Conti, M., Tratado de Mecânica Agrícola, Buenos Aires, 1942). Acessórios para atrelamento • Amortecedores Perdas por atrelamento Forma de atrelamento Eficiência relativa * 1 só animal atrelado------------------------------------------------------- 100% 2 animais em linha---------------------------------------------------------- 98% 3 animais em linha--------------------------------------------------------- 85% 4 animais em linha---------------------------------------------------------- 78% 4 animais atrelados por parelhas em tandem---------------------------- 82% 6 animais em linha---------------------------------------------------------- 60% 6 animais atrelados 3 a 3 em tandem------------------------------------- 72% 26/02/2013 6 Porcentagem de perdas em diferentes velocidades de trabalho. Velocidade Perdas % Km/h m/s 2,0 3,2 4,0 6,0 8,0 10,0 12,0 14,0 16,0 0,55 0,88 1,11 1,66 2,22 2,77 3,33 3,88 4,44 31 0 1 6 17 32 49 67 82 Perdas por atrelamento Animais de tração • EQÜINOS: PERCHERON • BRETAO CLYDESDALE • AZININOS: • BOVINOS: SIMENTAL CARACU 26/02/2013 7 • BUFALOS Desempenho dos animais • Estimar o peso: – Bovinos: – Outros: – Em que, P – peso do animal (kg) C – perímetro da caixa toráxica, medida atrás das patas anteriores (m). L – comprimento do animal, medido da inserção da calda até a caixa toráxica (m). Esforço trativo 1. A capacidade de trabalho relacionada com o peso do animal – o esforço trativo varia de 1/8 a 1/10 do peso vivo (P.V.) – desenvolvem trabalho equivalente a 3.200 a 3.600 vezes P.V. Esforço trativo 2. Capacidade de trabalho pela dimensão do animal – Chamado de Índice de Baron ou Índice anamorfósico – Em que, I – índice anamorfósico, C2 - perímetro toráxico, m A - altura do animal (cernelha), m Esforço trativo 2. Capacidade de trabalho pela dimensão do animal Esforço trativo 2. Capacidade de trabalho pela dimensão do animal • I maior que 2,116 ele terá aptidão para tração (força), • I menor que 2,116 ele terá aptidão para desenvolver velocidade 26/02/2013 8 Esforço trativo 2. Capacidade de trabalho pela dimensão do animal • O passo do animal é cerca de ¾ da altura da cernelha, • esforço trativo é de 30 vezes o I • Trabalho desenvolvido será igual a T. Em que, T – trabalho desenvolvido em kgm por passo (quilogrâmetros) Carga no dorso • Eqüinos (45 + 50% peso vivo) • Muares (55 – 60% peso vivo) • Fluxo de transporte: • Em que, • Ft – fluxo de transporte (t.km/h), • C – carga transportada em cada ciclo (t), • D - distância total percorrida no ciclo de ida e volta (km) • T – tempo total do ciclo (horas) Carga no dorso Carga suportada no dorso de Eqüinos, Muares e Azininos. Animal Peso Vivo Km/dia Eqüinos Muares Azininos 45 – 50% 55 – 60% 60 – 65% 25 – 30 30 – 35 35 – 40 Fonte: Mialhe (1980) Cálculo da tração animal Exemplo: Calcule o esforço e a potência necessária para tracionar um arado de 75 cm de largura, 12 cm de profundidade de trabalho, o solo com resistência de 40 kgf/dm², velocidade de 4 km/h, rendimento na barra de 88%. 1º - Superfície de trabalho = 75 x 12 --- S = 900 cm² --- 9,0 dm² 2º - Esforço exigido = 9,0 x 40 --- Ef = 360 kgf 3º - Acréscimo de 25% (irregularidades do solo) - Ef = 360 + (360 * 0,25) = 450 kgf 4º - Velocidade = 450 * 1,11 m/s = 499,5 kgm/s = 500 kgm/s 5º - Potência = C.V = 500kgm/s /75 kgm/s ---------- C.V. =6,66 = 7 cv 6º - P = 7 / 0,88 ---------- P = 7,95 cv = 8 cv 7º - Potência final (+25% reserva do motor):P = 8+ (8*0,25) = 10 cv Cálculo da tração animal Exemplo: Fale se é possível uma parelha de muares de 500 kg tracionar um arado de 21,3 cm de largura, 13 cm de profundidade de trabalho, e o solo com resistência de 45 kgf/dm². 1º - Superfície de trabalho = 21,3 x 13 --- S = 276,9 cm² --- 2,77 dm² 2º - Esforço exigido = 2,77 x 45 --- Ef = 124,65 kgf 3º - Ef = 124,65/2 --- Ef = 62,3 kgf 4º - Perda de atrelamento de 7%: Ef = 62,3 + (62,3 x 0,07) --- Ef = 66,66 kgf 5º - Esforço trativo = 2 x 66,66 x 0,93 --- Ef = 123,98 kgf 6º - Consultando a tabela 3, uma parelha de muares possui 188 kgf. A parelha de muares de 500 kg consegue desenvolver trabalho com o respectivo arado. Esforço tratório Tabela. Dados do esforço máximo desenvolvido por parelhas de equinos, muares e bovinos. (Fonte: ROSTON & TOLAINE (1958) ) Animais Peso da parelha (kg) Força de tração (kgf) Velocidade média (m/s) Equinos Mestiço bretão 1.080 208 1,51 Mestiço bretão 860 166 1,51 Muares Mestiço bretão 830 195 1,14 Nacional 700 188 1,40 Boi caracu 1.130 215 1,42 26/02/2013 9 Custo-hora • Os custos são divididos em custos fixos e variáveis, segundo SAAD (1976) • Fixos: – amortização, – juros, – taxa de abrigo e – taxa de cercas Custo-hora • Variáveis: – alimentação, – pasto, – veterinários e – trato • Custo-hora do operador • Custo-hora do implemento Custo-hora (Fixos) • Depreciação ou Amortização: Em que, D – depreciação/hora, (R$/h) Ci – custo inicial do animal (R$), Cf – custo final ou de venda (R$), T – vida útil em horas de trabalho (nºanos x nº horas/ano) Custo-hora (Fixos) • Juros: Em que, J – juros/hora, (R$/h) Ca – custo atual (inicial) do animal, (R$) i – taxa de juros (12% ao ano), decimal, t – número de horas de trabalho por ano. Custo-hora (Fixos) • Abrigo: Em que, Ab – taxa de abrigo por hora, (R$/h) Ca – custo atual (inicial) do animal, (R$) t – número de horas de trabalho por ano. Custo-hora (Fixos) • Cercas: Em que, Ce – taxa de cercas por hora, (R$/h) Ca – custo atual (inicial) do animal, (R$) t – número de horas de trabalho por ano. 26/02/2013 10 Custo-hora (Variáveis) • Alimentação: – Milho Em que, Am – despesas com milho/hora (R$/h), cm – consumo de milho/cabeça/dia (kg), d – número de dias de trabalho por ano, pm – preço do milho R$/kg, t – número de horas de trabalho por ano. Custo-hora (Variáveis) • Alimentação: – Ração Em que, Ar – despesas com ração/hora (R$/h), cr – consumo de ração/cabeça/dia (kg), pr – preço da ração R$/kg. d – número de dias de trabalho por ano, t – número de horas de trabalho por ano. Custo-hora (Variáveis) • Alimentação: – Sal Em que, As – despesas com sais/hora (R$/h), cs – consumo de sais/cabeça/dia (kg), ps – preço dos sais R$/kg. d – número de dias de trabalho por ano, t – número de horas de trabalho por ano. Custo-hora (Variáveis) • Pasto: Em que, P – despesas de pasto/hora (R$/h) p – aluguel/cabeça/mês (R$) t – número de horas de trabalho por ano. Custo-hora (Variáveis) • Veterinárias: Em que, Dv – despesas veterinárias/hora (R$/h) p – aluguel/cabeça/mês (R$) t – número de horas de trabalho por ano. Custo-hora (Variáveis) • Trato: Em que, Tr – despesas de trato/ano (R$/ano), Hh – custo do homem por hora (R$/hora). t – número de horas de trabalho por ano. 26/02/2013 11 Custo-hora operador • Operador: Em que, Cop – custo do operador (R$/h), sm – valor do salário mensal (R$). t – número de horas de trabalho por ano. Equipamentos de tração animal Equipamentos de tração animal Equipamentos de tração animal Equipamentos de tração animal Equipamentos de tração animal 26/02/2013 12 Equipamentos de tração animal Equipamentos de tração animal
Compartilhar