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praxis de gestao social instrumentos de gestao monitoramento e avaliacao de fincanciamento

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Práxis da Gestão Social: Instrumentos de Gestão, 
Monitoramento e Avaliação e Lógica de Financiamento
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13
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V
1.
0
2/234
Práxis da Gestão Social: Instrumentos de Gestão, 
Monitoramento e Avaliação e Lógica de Financiamento
Autor: Marcelo de Almeida
Como citar este documento: ALMEIDA, Marcelo de. Práxis da Gestão Social: Instrumentos de Gestão, 
Monitoramento e Avaliação e Lógica de Financiamento. Valinhos: Anhanguera Educacional, 2015.
Sumário
Apresentação da Disciplina 04
Unidade 1: Conceituação e Implementação do Sistema de Informação, Monitoramento e 
Avaliação no Sistema Único de Assistência Social (SUAS)
06
Assista a suas aulas 21
Unidade 2: Processos para Implementação e Normas Legais do Sistema Único de Assistência 
Social (SUAS)
28
Assista a suas aulas 47
Unidade 3: Eixos Estruturantes para a Gestão e o Controle Social do Sistema Único de Assistência 
Social (SUAS)
55
Assista a suas aulas 73
2/234
3/2343
Unidade 4: Instrumentos e Responsabilidade dos Atores Sociais no Monitoramento e Avaliação 
da Política de Assistência Social
80
Assista a suas aulas 100
Unidade 5: Tendências na Gestão Local na Perspectiva do Sistema Único de Assistência Social 
(SUAS): Parte I
107
Assista a suas aulas 132
Unidade 6: Tendências na Gestão Local na Perspectiva do Sistema Único de Assistência Social 
(SUAS): Parte II
139
Assista a suas aulas 158
Sumário
Práxis da Gestão Social: Instrumentos de Gestão, 
Monitoramento e Avaliação e Lógica de Financiamento
Autor: Marcelo de Almeida
Como citar este documento: ALMEIDA, Marcelo de. Práxis da Gestão Social: Instrumentos de Gestão, 
Monitoramento e Avaliação e Lógica de Financiamento. Valinhos: Anhanguera Educacional, 2015.
4/2344
Unidade 7: Instrumentos de Gestão no Sistema Único de Assistência Social (SUAS): Plano de 
Assistência Social. Lei Orçamentária. Relatório Anual de Gestão. Instâncias de Articulação, 
Pactuação e Deliberação
165
Assista a suas aulas 187
Unidade 8: Aplicativos de Rede e Habilitação no Sistema Único de Assistência Social (SUAS). 
Usuários dos Serviços Tipificados
195
Assista a suas aulas 225
Sumário
Práxis da Gestão Social: Instrumentos de Gestão, 
Monitoramento e Avaliação e Lógica de Financiamento
Autor: Marcelo de Almeida
Como citar este documento: ALMEIDA, Marcelo de. Práxis da Gestão Social: Instrumentos de Gestão, 
Monitoramento e Avaliação e Lógica de Financiamento. Valinhos: Anhanguera Educacional, 2015.
5/234
Apresentação da Disciplina
Esperamos que esta disciplina sobre 
a concretização do Sistema Único de 
Assistência Social (SUAS) possa dar maior 
sustentação ética e política a todos os 
que estão cursando e participando da 
construção histórica da política pública 
de as sistência social no Brasil. Participar 
da implantação e da concretização 
dessa política é um grande desafio 
contemporâneo de nosso país. É 
importante salientar que o SUAS é uma 
conquista, o qual vem sendo construído 
na luta pela proteção social no Brasil, 
desde 2003, na IV Con ferência Nacional 
de Assistência Social, fruto da organização 
política do conjunto do CFESS/CRESS, de 
movimentos de usuários, organização de 
entidades, entre outros. Previsto na Lei 
Orgânica da Assistência Social (LOAS), o 
SUAS ganhou condições de existência, 
em 2004, com a Política Nacional de 
Assistência Social (PNAS), e teve suas bases 
de implantação consolidadas em 2005, 
por meio da Norma Operacional Básica 
do SUAS (NOB/SUAS), a qual apresenta 
claramente as competências de cada órgão 
federado e os eixos de implementação e 
consolidação.
6/234
Unidade 1
Conceituação e Implementação do Sistema de Informação, Monitoramento e Avaliação no 
Sistema Único de Assistência Social (SUAS)
Objetivos
1. Conhecer o sistema de informação 
e as abordagens conceituais sobre 
monitoramento e avaliação.
2. Entender os procedimentos para 
implementação do sistema de 
monitoramento e avaliação
Unidade 1 • Conceituação e Implementação do Sistema de Informação, Monitoramento e Avaliação no Sistema Único 
de Assistência Social (SUAS)7/234
Introdução
Com a Constituição Federal de 1988, 
pode-se afirmar que a assistência social 
ganhou expressiva capilaridade como 
política de seguridade social e como 
um direito do cidadão. Nesse cenário, 
a promulgação da Lei Orgânica da 
Assistência Social (LOAS), com objetivos 
explícitos pautados na criação de um 
sistema público descentralizado, teve 
como desdobramento o surgimento do 
Sistema Único da Assistência Social (SUAS). 
Nessa linha de raciocínio, concatenado 
com a Política Nacional de Assistência 
Social, o SUAS, em um de seus eixos 
estruturantes de gestão, apresenta a 
informação, o monitoramento, a avaliação 
e a sistematização de resultados como 
pilares basilares para seu funcionamento.
1. Avaliação e Monitoramento 
no SUAS
Aqui o assunto abordado é o tema que 
trata da avaliação e do monitoramento 
de serviços e programas sociais no SUAS, 
partindo inicialmente do entendimento de 
que se faz necessário diferenciar avaliação/
monitoramento em relação a ações de 
controle, uma vez que este se refere à 
legalidade dos atos da administração 
pública e a avaliação e o monitoramento 
visam à qualidade no desempenho da 
gestão dos serviços.
O Sistema Único de Assistência Social tem 
como alguns de seus eixos estruturantes de 
gestão a informação, o monitoramento, a 
avaliação e a sistematização de resultados. 
Unidade 1 • Conceituação e Implementação do Sistema de Informação, Monitoramento e Avaliação no Sistema Único 
de Assistência Social (SUAS)8/234
1.1. Princípios
Os princípios do Sistema de 
Monitoramento e Avaliação se somam 
àqueles integrantes e organizativos da 
Política Nacional de Assistência Social 
(PNAS/2004) e do Sistema Único de 
Assistência Social (SUAS), conforme 
seguem:
Isso então exige a implementação de um 
Sistema de Informação, monitoramento e 
avaliação como necessidade urgente a ser 
utilizada para a consolidação da Política 
Nacional de Assistência Social (PNAS) e do 
SUAS, mediante uma construção coletiva e 
participativa.
É muito importante ressaltar que a partir 
da PNAS/2004 a estruturação do sistema 
de informação, monitoramento e avaliação 
tornou-se uma obrigatoriedade, pois a sua 
implementação tornou-se não só o caminho 
necessário para o acompanhamento, a 
avaliação e o aperfeiçoamento dos projetos 
existentes, como também a base para a 
formulação de novas ações e uma estratégia 
para melhorar a atuação frente às políticas 
sociais.
Link
Ideias para erradicar a miséria. Disponível 
em: <http://pressroom.ipc-undp.org/
erradicar-a-miseria/monitoramento-e-
avaliacao/?lang=pt-br>. Acesso em: 30 jul. 2015
Unidade 1 • Conceituação e Implementação do Sistema de Informação, Monitoramento e Avaliação no Sistema Único 
de Assistência Social (SUAS)9/234
• Direção da universalidade do sistema.
• Descentralização político-
administrativa.
• Integração de objetivos, ações, 
serviços, benefícios, programas e 
projetos em rede hierarquizada e 
territorializada.
• Referenciação por normas 
operacionais básicas.
• Sistema ascendente de planejamento 
através de planos municipais, 
estaduais e federal de assistência 
social, que detalhem a aplicação da 
PNAS/2004 no âmbito do município, 
do Distrito Federal, do estado e da 
União, devidamente aprovados pelos 
respectivos Conselhos de Assistência 
Social.
• Sistema democrático e participativo 
de gestão e de controle social.
Com a institucionalização das atividades 
de avaliação e monitoramento integrantes 
de um sistema nacional, surgem os 
desafios em seus vários níveis de 
implementação, uma vez que os diferentes 
atores envolvidos no processo têm sobre 
eles distintos graus degovernabilidade.
O monitoramento e a avaliação têm 
como princípio subsidiar o gestor público 
de informações para que os objetivos 
possam ser alcançados, mediante coleta de 
informação visando identificar as direções 
das ações.
Unidade 1 • Conceituação e Implementação do Sistema de Informação, Monitoramento e Avaliação no Sistema Único 
de Assistência Social (SUAS)10/234
1.2. Objetivos
Um sistema de informação, 
monitoramento e avaliação é essencial 
para a consolidação da Política Nacional de 
Assistência Social e para a implantação do 
Sistema Único de Assistência Social (SUAS).
O objetivo desse sistema é a implantação 
de políticas articuladas de informação, 
monitoramento e avaliação que desafiem 
e proporcionem novos rumos de 
desenvolvimento da política de assistência 
social no País, das ações realizadas, na 
transparência da utilização de recursos, 
colabo rando com a participação, com 
o controle social, e em direção de uma 
gestão com partilhada da política.
O objetivo da avaliação e do 
monitoramento é a produção de 
informação qualificada e sistematizada 
sobre programas, políticas, ações e 
serviços, para subsidiar a tomada de 
decisões dos gestores.
A utilização da avaliação e do 
monitoramento pode promover ajustes ou 
mudanças para melhorar o desempenho de 
um programa e alcançar os objetivos e as 
metas previstos.
A Política Nacional de Assistência Social 
ressalta que, para a sua consolidação, 
a formulação e a implantação de um 
sistema de monitoramento e avaliação e 
um Sistema de Informação em Assistência 
Social são providências necessárias 
a serem constituídas a fim de que se 
Unidade 1 • Conceituação e Implementação do Sistema de Informação, Monitoramento e Avaliação no Sistema Único 
de Assistência Social (SUAS)11/234
implemente o Sistema Único de Assistência 
Social.
Para o Ministério de Desenvolvimento 
Social e Combate a Fome (MDS), o Sistema 
de Monitoramento e Avaliação constitui-
se como uma das etapas mais sensíveis 
na gestão de programas e políticas 
públicas, sobretudo a de desenvolvimento 
social, ainda que sua relevância seja 
inquestionável.
1.3 Procedimentos para Imple-
mentação
Para implementação do sistema 
de monitoramento e avaliação, os 
procedimentos devem estar embasados 
em princípios éticos, visando à informação 
a todos os envolvidos, com a apresentação 
dos resultados obtidos, sinalização dos 
caminhos que ainda devem ser percorridos, 
responsabilidade perante a contribuição de 
cada no processo e constante busca para 
atingir os objetivos propostos em prol das 
demandas coletivas e da qualidade dos 
serviços prestados.
A função do monitoramento enquanto 
acompanhamento contínuo do 
desenvolvimento dos programas e serviços 
em relação a seus objetivos e metas é 
pertinente à gestão e aos gerenciadores 
dos serviços, já que possibilita a obtenção 
de informações sobre os programas e a 
adoção de medidas para serem alterados, 
caso necessário.
Unidade 1 • Conceituação e Implementação do Sistema de Informação, Monitoramento e Avaliação no Sistema Único 
de Assistência Social (SUAS)12/234
O monitoramento se faz por meio de 
indicadores, com base em diferentes fontes 
de dados que possibilitam informações 
regulares sobre o desempenho dos 
programas e dos serviços, o que permite 
verificar se os objetivos e as metas estão 
sendo alcançados.
Alguns passos são necessários para a 
realização do monitoramento: coleta 
regular de dados; processamento e 
transmissão dos dados; produção 
de indicadores com base nos dados; 
acompanhamento e análise dos 
indicadores.
Unidade 1 • Conceituação e Implementação do Sistema de Informação, Monitoramento e Avaliação no Sistema Único 
de Assistência Social (SUAS)13/234
Figura 1: Passos para a realização do monitoramento
Fonte: Elaboração do autor.
Unidade 1 • Conceituação e Implementação do Sistema de Informação, Monitoramento e Avaliação no Sistema Único 
de Assistência Social (SUAS)14/234
A construção de indicadores se faz por 
meio da seleção de determinadas variáveis 
existentes em bases de dados existentes.
Os indicadores devem expressar as 
condições mais significativas, e os dados 
devem ser produzidos com periodicidade 
para que os indicadores possam ser 
comparados.
1.3.1 Etapas para a definição de 
indicadores
1ª Etapa – Definição do programa a ser 
monitorado:
• Programa, objetivos, público-alvo, 
principais ações.
• Possíveis impactos.
• Principais pressupostos para 
viabilização dos objetivos do 
programa.
• Desenho lógico da intervenção – 
encadeamento ou temporalidade das 
ações.
2ª Etapa – Especificação dos ciclos 
analíticos e definição das unidades de 
análise:
• Indicadores de caracterização 
socioeconômica.
• Indicadores de caracterização de 
gestão e/ou participação social.
Unidade 1 • Conceituação e Implementação do Sistema de Informação, Monitoramento e Avaliação no Sistema Único 
de Assistência Social (SUAS)15/234
3ª Etapa – Coleta de dados e indicadores 
de contexto:
• Instituto Brasileiro de Geografia e 
Estatística (IBGE).
• Departamento de Informática do 
Sistema Único de Saúde (DATASUS).
• Instituto Nacional de Estudos e 
Pesquisas Educacionais Anísio 
Teixeira (INEP).
• Matriz de Informações Sociais (MIS) / 
Ministério do Desenvolvimento Social 
(MDS).
• Programa de Disseminação das 
Estatísticas do Trabalho (PDET) / 
Ministério do Trabalho e Emprego 
(MTE).
• Empresa de Tecnologia e Informações 
da Previdência Social (DATAPREV).
• Ministério da Justiça (MJ).
• Ministério do Desenvolvimento 
Agrário (MDA).
4ª Etapa – Coleta dos indicadores do 
programa:
• Registros dos programas.
• Lógica processual de monitoramento/
avaliação.
• Indicadores de insumo, processo, 
processo, resultado e impactos.
Unidade 1 • Conceituação e Implementação do Sistema de Informação, Monitoramento e Avaliação no Sistema Único 
de Assistência Social (SUAS)16/234
5ª Etapa – Construção do painel de 
indicadores:
• Construção de gráficos.
• Início da análise exploratória.
A disponibilidade de indicadores permite 
ao gestor e ao técnico acompanharem 
a conjuntura social e econômica e os 
eventuais efeitos conjugados de outros 
programas, que podem afetar positiva 
ou negativamente a operação de um 
programa específico.
Unidade 1 • Conceituação e Implementação do Sistema de Informação, Monitoramento e Avaliação no Sistema Único 
de Assistência Social (SUAS)17/234
Glossário
Universalidade: fato de que todos os cidadãos brasileiros têm os mesmos direitos assegurados 
no artigo 203 da Constituição Federal: “A assistência social será prestada a quem dela 
necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social (...)”.
Territorialização: o território representa muito mais do que o espaço geográfico. Nesse sentido, 
o município pode ser considerado um território, mas com múltiplos espaços intraurbanos que 
expressam diferentes arranjos e configurações socioterritoriais. Os territórios são espaços de 
vida, de relações, de trocas, de construção e desconstrução de vínculos cotidianos, de disputas, 
contradições e conflitos, de expectativas e de sonhos, que revelam os significados atribuídos 
pelos diferentes sujeitos (BRASIL, 2008, p. 54).
Indicadores: são instrumentos de gestão essenciais nas atividades de monitorament o e 
avaliação das organizações, assim como seus projetos, programas e políticas, pois permitem 
acompanhar o alcance das metas, identificar avanços, melhorias de qualidade, correção de 
problemas, necessidades de mudança.
Questão
reflexão
?
para
18/234
Como a avaliação e o monitoramento contribuiu 
para o desenvolvimento e as alterações da política de 
assistência social e quais são as repercussões para a 
sociedade?
19/234
ConsideraçõesFinais
O Sistema Único de Assistência Social tem como alguns de seus eixos 
estruturantes de gestão a informação, o monitoramento, a avaliação e a 
sistematização de resultados.
O objetivo da avaliação e do monitoramento é a produção de informação 
qualificada e sistematizada sobre programas, políticas, ações e serviços, para 
subsidiar a tomada de decisões dos gestores.
Para implementação do sistema de monitoramento e avaliação, os 
procedimentos devem estar embasados em princípios éticos, visando à 
informação para todos os envolvidos, com a apresentação dos resultados 
obtidos, e sinalizando os caminhos que ainda devem ser percorridos.
O monitoramento se faz por meio de indicadores, com base em diferentes 
fontes de dados, que possibilitam informações regulares sobre o desempenho 
dos programas e dos serviços, o que permite verificar se os objetivos e as 
metas estão sendo alcançados.
Unidade 1 • Conceituação e Implementação do Sistema de Informação, Monitoramento e Avaliação no Sistema Único 
de Assistência Social (SUAS)20/234
Referências
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. CapacitaSuas. SUAS: 
configurando os eixos de mudança. Brasília: Instituto de Estudos Especiais da Pontifícia 
Universidade Católica de São Paulo, 2008. v. 1.
FILGUEIRAS, Cristina Almeida Cunha. Gestão Estratégica de programas sociais. In: Concepção e 
gestão da proteção social não contributiva no Brasil. Brasília: Ministério de Desenvolvimento 
Social e Combate à Fome. UNESCO, 2007/2009. p. 133-156.
______________. Avaliação de programas: oportunidade para a institucionalidade social. 
Serviço Social e Sociedade. 2007.
GAETANI, Francisco. Gestão e avaliação de políticas e programas sociais: subsídios para 
discussão. Cadernos de Textos, n. 3, Belo Horizonte. Fundação João Pinheiro/Escola de 
Governo, jul. 1997.
KLIKSBERG, Bernardo. Gerenciamento social: dilemas gerenciais e experiências inovadoras. In: 
KLIKSBERG, B. (org.). Pobreza: uma questão inadiável. Brasília: ENAP, 1994.
21/234
Assista a suas aulas
Aula 1 - Tema: Conceituação e Implementação 
do Sistema de Informação, Monitoramento e 
Avaliação no SUAS - Bloco I
Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/
e2ef9297dc21d69a8988bd20ba632ae0>.
Aula 1 - Tema: Conceituação e Implementação 
do Sistema de Informação, Monitoramento e 
Avaliação no SUAS - Bloco II
Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/
d57d4458a40136b33835282dabdf0815>.
22/234
1. A produção e o uso da informação definem-se como:
a) Relevantes ferramentas de gestão.
b) Instrumentos utilizados exclusivamente para subsidiar tomadas de decisão.
c) Mecanismos utilizados exclusivamente para divulgação do projeto.
d) Procedimentos técnicos que materializam a importância dos dados obtidos na 
implementação do monitoramento.
e) A dimensão do processo comunicativo intrínseca à execução de projetos sociais.
Questão 1
23/234
2. O monitoramento é fundamental para:
a) O levantamento de dados no decorrer da execução do projeto exclusivamente para 
subsidiar a elaboração de relatórios.
b) A fiscalização sistemática da gestão de projetos sociais.
c) A retroalimentação do projeto.
d) A fiscalização da execução financeira do projeto.
e) A produção de informações e sua posterior disseminação, objetivando a publicização do 
projeto.
Questão 2
24/234
3. O monitoramento define-se pelo:
a) Acompanhamento contínuo e regular da execução do projeto.
b) Controle e fiscalização da execução do projeto.
c) Acompanhamento sistemático da execução financeira do projeto.
d) Levantamento contínuo e regular de dados no decorrer da execução do projeto, 
objetivando a construção de indicadores para subsidiar a avaliação.
e) Acompanhamento contínuo da execução do projeto, objetivando identificar 
exclusivamente fragilidades na gestão para propor alternativas de superação.
Questão 3
25/234
4. A avaliação deve ser aplicada:
a) Nas etapas inicial e final da execução do projeto.
b) Apenas na etapa final do projeto.
c) Ao final da execução do projeto e alguns meses após seu encerramento, objetivando avaliar 
o impacto das ações no território e para o público-alvo.
d) Obrigatoriamente e exclusivamente em três etapas: antes de iniciar a implementação 
do projeto; imediatamente após a execução de 50% das ações previstas; e ao final da 
execução do projeto.
e) Em várias etapas do projeto.
Questão 4
26/234
5. Processos e resultados são dimensões:
a) Do monitoramento.
b) De todo projeto social.
c) Da gestão.
d) Da avaliação.
e) Da gerência social.
Questão 5
27/234
Gabarito
1. Resposta: A.
A produção e o uso da informação são 
fundamentais para a eficiência do trabalho 
de uma gestão.
2. Resposta: C.
O monitoramento é essencial para a 
retroalimentação do projeto, pois é capaz 
de identificar possíveis lacunas que 
necessitam de maior atenção.
3. Resposta: A.
O monitoramento define-se pelo 
acompanhamento contínuo e regular da 
execução do projeto, a fim de oferecer 
subsídios para a eficiência na sua 
implementação.
4. Resposta: E.
A avaliação deve ser aplicada em várias 
fases do projeto. Dessa forma, por meio dos 
resultados obtidos, possibilita a retomada 
do projeto com intuito de dar continuidade 
aos pontos satisfatórios e equacionar as 
ineficiências diagnosticadas.
5. Resposta: D.
A avaliação de um projeto é processual e 
apresenta resultados que servem como 
uma resposta daquilo que vem sendo feito.
28/234
Unidade 2
Processos para Implementação e Normas Legais do Sistema Único de Assistência Social (SUAS)
Objetivos
1. Compreender o processo de 
atualização da legislação no âmbito 
da assistência social que visa à 
aproximação das normativas legais 
da realidade social brasileira.
2. Conhecer a Norma Operacional 
Básica (NOB), importante instru-
mento normativo da política de 
assistência social.
Unidade 2 • Processos para Implementação e Normas Legais do Sistema Único de Assistência Social (SUAS)29/234
Introdução
Neste tema, você conhecerá um 
importante instrumento normativo da 
política de assistência social: a Norma 
Operacional Básica (NOB). 
A Norma Operacional Básica do Sistema 
Único de Assistência Social (NOB/SUAS) 
disciplina a gestão pública da Política de 
Assistência Social em todo o território 
brasileiro. A aprovação de sua mais 
recente redação no ano de 2012 expressa 
os diversos avanços conquistados após a 
imple mentação do SUAS e demonstra a 
intenção de que as políticas sociais sejam 
priorizadas em nosso país, ampliando o 
acesso dos cidadãos a direitos.
1. Conhecendo a Norma Opera-
cional Básica (NOB)
Desde a promulgação da Constituição 
Federal de 1988, a assistência social, como 
política pública de seguridade social, 
passa por profundas transformações. 
O texto constitucional garante direitos 
fundamentais e sociais aos cidadãos, sob a 
responsabilidade do Estado. 
Unidade 2 • Processos para Implementação e Normas Legais do Sistema Único de Assistência Social (SUAS)30/234
Segundo Sposati (2009, p. 14),
A inclusão da Assistência na Seguridade Social foi uma decisão 
plenamente inovadora. Primeiro, por tratar esse campo como con­
teúdo da política pública, de responsabilidade estatal, e não como uma 
nova ação, com atividades e atendimentos eventuais. Segundo, por 
desnaturalizar o princípio da subsidiariedade, pela qual a função da 
família e da sociedade antecedia a do Estado. [...] Terceiro por introduzir 
um novo campo em que se efetivam os direitos sociais.
Com o intuito de regulamentar as garantias previstas na Carta Magna, diversos instrumentos 
normativos foram criados.No campo da assistência social, podemos destacar: a Lei Orgânica 
de Assistência Social (LOAS/1993), que estabeleceu de modo definitivo a assistência social 
como direito não contributivo; a Política Nacional de Assistência Social (PNAS/2004); e a Norma 
Operacional Básica (NOB/2005), que instituí ram o Sistema Único de Assistência Social (SUAS) 
e permitiram avanços expressivos no modelo de gestão, organização e oferta de serviços, pro-
gramas projetos e benefícios socioassistenciais. 
Unidade 2 • Processos para Implementação e Normas Legais do Sistema Único de Assistência Social (SUAS)31/234
O SUAS reorganiza os serviços, programas, 
projetos e benefícios relativos à assistência 
social considerando todos os cidadãos 
que dela necessitam. Garante proteção 
social básica e especial de média e alta 
complexidade, tendo centralidade na 
família e base no território, ou seja, o 
espaço social onde seus usuários vivem 
(BRASIL, 2013).
O SUAS, sistema público não contributivo, 
descentralizado e par ticipativo, pode ser 
considerado a base para a organização da 
política de assistência social, cujas funções 
são a proteção social, a vigilância socio-
assistencial e a defesa de direitos.
No âmbito da assistência social foram 
aprovadas quatro redações de Normas 
Operacionais Básicas (1997, 1998, 2005 e 
2012). A cada edi ção publicada é possível 
notar avanços significativos, fato que 
demonstra os esforços para a aproximação 
da política de assistência social à realida de 
brasileira.
Frente ao processo de aprovação das 
diversas Normas Operacionais Básicas 
(NOBs) por meio de resoluções do 
Conselho Nacional de Assistência 
Social (CNAS), decorrentes, portanto, 
da participação de diversos setores 
societários/organizados, tanto do Estado 
quanto da sociedade civil, têm-se o 
aprimoramento e o adensamento dessa 
política (QUINONERO et al., 2013, p. 56).
Segundo o Dicionário de Termos Técnicos 
da Assistência Social (2007, p. 72), normas 
são um “conjunto de regras e/ou padrões 
Unidade 2 • Processos para Implementação e Normas Legais do Sistema Único de Assistência Social (SUAS)32/234
que de vem ser seguidos, ou aos quais 
as condutas, tarefas e atividades devem 
se ajustar”. O mesmo documento define 
Norma Operacional Básica (NOB) como 
“instrumento de regulação dos conteúdos 
e definições da política pública de 
assistência social, definindo parâmetros 
para o funcionamento do SUAS”. 
A primeira NOB foi aprovada em 1997 
e abordava a competência dos entes 
federados, os níveis de gestão, o 
financiamento, os critérios de partilha 
e prestação de contas dos benefícios, 
serviços, programas e projetos da política 
de assistência social. Além disso, instituía a 
Comissão Intergesto res Tripartite (CIT) com 
caráter consultivo.
Aprovada em 1998, a segunda Norma 
Operacional Básica apresen tava mais 
informações sobre o financiamento e os 
critérios de partilha dos recursos no âmbito 
da assistência social; também abordava 
a responsabi lidade dos entes federados, 
os modelos de gestão e os procedimentos 
para habilitação, além das competências 
dos Conselhos de Assistência Social e 
das Comissões Intergestores Bipartite 
(CIB) e Tripartite (CIT) como ins tâncias de 
negociação e pactuação. Vale ressaltar que 
as normativas da política de assistência 
social, em cada época, representam a 
realidade política e ideológica em que vive 
o Estado; logo, passam por períodos de 
progressos e retrocessos. Nesse sen tido, 
Quinonero et al. (2013, p. 56) afirmam: 
Unidade 2 • Processos para Implementação e Normas Legais do Sistema Único de Assistência Social (SUAS)33/234
“As primeiras NOBs, ainda que objetivassem a regulação da política tal qual instituída na 
Constituição Federal, a [trataram] [...] com uma visão conservadora e neoliberal, em que o 
Estado atuaria a partir do princípio da subsidiariedade”.
Entretanto, diferentemente das anteriores, a terceira redação da NOB, publicada em 2005, 
significou grande avanço e um marco impor tante na estruturação da Política Pública de 
Assistência Social,
[...] imprimindo um grande salto quantitativo na implantação de serviços 
socioassistenciais em todo o território nacional, tendo como base 
critérios de partilha transparentes e objetivos, adequa dos à distribuição 
territorial das populações vulneráveis, com a alocação equitativa do 
cofinanciamento federal e a possibilidade de superação das distorções 
regionais históricas. (BRASIL, NOB, 2012, p. 13).
A NOB de 2005, aprovada pela Resolução CNAS n. 130, de 15/07/2005, incorporou e 
aperfeiçoou as conquistas que foram alcançadas com as Normas Operacionais Básicas 
anteriores. Além disso, 
Unidade 2 • Processos para Implementação e Normas Legais do Sistema Único de Assistência Social (SUAS)34/234
[...] introduziu o repasse por pisos de proteção, zelando pela ga rantia 
da oferta permanente de serviços socioassistenciais, com base na 
capacidade de atendimento, e não mais pela quantidade e modalidade 
de atendimento. Instituiu a transferência regular e automática fundo a 
fundo, do Fundo Nacional para os Fun dos Municipais, do Distrito Federal 
e Estaduais de Assistência Social e simplificou os instrumentos de repasse 
e prestação de contas do cofinanciamento federal, rompendo com a 
relação tra dicional. (BRASIL, NOB, 2012, p. 13).
Outros avanços que merecem destaque na NOB/SUAS/2005 são: a introdução das 
responsabilidades com relação ao gestor da política, no âmbito da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios; a instituição da informação como ferramenta imprescindível; 
e a implanta ção da vigilância socioassistencial. 
Entretanto, sete anos após a promulgação da NOB/2005, reconhe ceu-se que esta não 
expressava mais os progressos obtidos a partir de sua implantação, sendo, portanto, 
necessário inovar e incorporar os avanços trazidos pelas normativas atuais, tais como a 
Lei n. 12.435/2011, que dispõe sobra a organização da Assistência Social em um sistema 
Unidade 2 • Processos para Implementação e Normas Legais do Sistema Único de Assistência Social (SUAS)35/234
descentralizado e participativo 
denominado Sistema Único da Assistência 
Social (SUAS).
Sendo assim, após ampla discussão 
nacional com diversos segmen tos do setor, 
a nova NOB foi pactuada pela Comissão 
Intergestores Tripartite (CIT) e aprovada em 
dezembro de 2012 pelo Conselho Nacional 
de Assistência Social. Com essa Normativa, 
“[...] são introduzidas novas estratégias 
que possibilitam um necessário salto de 
qualidade na gestão e na prestação de 
serviços, projetos, programas e benefícios 
socioassistenciais [...].” (BRASIL, NOB, 
2012, p. 12). 
A nova versão da Norma Operacional 
Básica do Sistema Único de Assistência 
Social (NOB/SUAS) foi publicada em 3 de 
janeiro de 2013. Sendo assim, a Resolução 
CNAS n. 130, de 15 de julho de 2005, que 
aprovou a NOB/SUAS 2005, foi revogada 
pela Resolução CNAS n. 33/2012, que 
aprovou a NOB/SUAS 2012. 
A aprovação da NOB/2012 adensou 
ainda mais o conteúdo da polí tica de 
Assistência Social, firmando instrumentos 
de aprimoramento de gestão do SUAS e de 
qualificação da oferta de serviços, sob a 
ótica do planejamento e monitoramento, 
avançando na função de vigilância 
socioassistencial, no aperfeiçoamento da 
definição das responsabilidades dos entes 
federados e no controle e participação 
social (QUINONERO et al., 2013, p. 47).
Unidade 2 • Processos para Implementação e Normas Legais do Sistema Único de Assistência Social (SUAS)36/234
1.1. Gestão do Sistema Único 
de Assistência Social
No que se refere à gestão do Sistema Único 
de Assistência Social, a Norma Operacional 
Básica se fundamenta na cooperação 
entre União, Estados, o Distrito Federal e 
os Municípios, estabelecendo suas compe-
tências e responsabilidades comunse 
específicas. 
A gestão da política de assistência social 
tem como base o pacto federativo, por 
meio do qual devem ser detalhadas as 
atribuições e competências dos três níveis 
de governo na provisão das ações so-
cioassistenciais, em conformidade com 
o preconizado na LOAS e nas NOBs, a 
partir das indicações e deliberações 
das Conferências, dos Conselhos e das 
Comissões de Gestão Compartilhada 
(Comissões Intergestora Tripartite/CIT 
e Bipartites/CIBs), que são espaços de 
discussão, negociação e pactuação dos 
instrumentos de gestão e for mas de 
operacionalização da política (QUINONERO 
et al., 2013, p. 53).
Em sua redação, a NOB/SUAS (BRASIL, 
NOB, 2012) descreve as diversas 
responsabilidades comuns dos entes 
federativos, dentre as quais podemos 
destacar: organizar e coordenar o 
SUAS em seu âmbito; estabelecer 
prioridades e metas visando à prevenção 
e ao enfrentamento da pobreza, da 
desigualdade, das vulnerabilidades e 
dos riscos sociais; elaborar o pacto de 
Unidade 2 • Processos para Implementação e Normas Legais do Sistema Único de Assistência Social (SUAS)37/234
aprimoramento do SUAS; promover a 
participação da sociedade, especialmente 
dos usuários, na elaboração da política 
de assistência social; formular diretrizes 
e participar das definições sobre o 
financiamento e o orçamento da 
assistência social; estruturar, implantar e 
implementar a vigilância socioassistencial; 
gerir, de forma integrada, os serviços, 
benefícios e programas de transferência de 
renda de sua competência; regulamentar 
os benefícios eventuais; implantar sistema 
de informação, acompanhamento, 
monitoramento e avaliação; implantar e 
executar a política de recursos humanos, 
de acordo com a NOB-RH/SUAS; e criar 
ouvidorias do SUAS. 
Como já citado, e ainda de acordo 
com o previsto na Norma Ope racional 
Básica (BRASIL, NOB, 2012), há também 
competências espe cíficas de cada ente 
federativo que precisam ser conhecidas por 
sua rele vância para a política de assistência 
social. No âmbito da União, podemos citar: 
a responsabilidade em responder pela 
concessão e manutenção do Benefício 
de Prestação Continuada (BPC), além de 
coordenar sua gestão; a atribuição de 
regulamentar e cofinanciar, em âmbito 
nacional, o aprimo ramento da gestão, dos 
serviços, programas e projetos de proteção 
social básica e especial, para prevenir e 
reverter situações de vulnerabilidade social 
e riscos; o compromisso de coordenar e 
gerir a Rede SUAS e de co ordenar em nível 
nacional o cadastro único e o Programa 
Bolsa Família. 
Unidade 2 • Processos para Implementação e Normas Legais do Sistema Único de Assistência Social (SUAS)38/234
Com relação às responsabilidades 
específicas dos Estados, cabe destacar: 
cofinanciar os serviços, programas, 
projetos e benefícios even tuais e o 
aprimoramento da gestão, em âmbito 
regional e local; organizar, coordenar 
e prestar serviços regionalizados da 
proteção social especial de média e 
Para saber mais
Os fundos de assistência social são instrumentos 
de gestão orçamentária e financeira da União, 
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, 
nos quais devem ser alocadas as receitas e 
executadas as despesas relativas ao conjunto de 
ações, serviços, programas, projetos e benefícios 
de assistência social (BRASIL, NOB, 2012).
alta complexidade; alimentar o Censo 
do Sistema Único de Assistência Social 
(Censo SUAS); instituir plano estadual de 
capacitação e educação permanente; e 
acompanhar o sistema de cadastro de 
entidades e organizações de assistência 
social em articulação com os municípios de 
sua área de abrangência. 
As responsabilidades do Distrito Federal 
e dos Municípios são basicamente as 
mesmas; as poucas diferenças devem-se 
à es pecificidade da área de abrangência. 
Como exemplo, podemos destacar a 
missão de ambos de organizar a oferta de 
serviços de forma territorializa da, em áreas 
de maior vulnerabilidade e risco, de acordo 
com o diagnósti co socioterritorial. 
Unidade 2 • Processos para Implementação e Normas Legais do Sistema Único de Assistência Social (SUAS)39/234
Entretanto, apesar da redação similar, 
acrescenta-se ao Distrito Fe deral o 
dever de construir arranjo institucional 
que permita envolver os Municípios da 
Região Integrada de Desenvolvimento 
do Distrito Federal e Entorno (RIDE). No 
mesmo sentido, ressalta-se a competência 
exclusiva dos Municípios de assumir as 
atribuições, no que lhe couber, no processo 
de municipalização dos serviços de 
proteção social básica.
1.2 Plano de Assistência Social
De acordo com o Dicionário de Termos 
Técnicos da Assistência Social (2007, p. 
82), o Plano de Assistência Social “é um 
instrumento de planejamento estratégico 
da Política de Assistência Social – 
elaborado pelo gestor e aprovado pelo 
conselho em cada esfera de governo – que 
or ganiza, regula e norteia a execução da 
política na perspectiva do SUAS”.
O plano deve ser estruturado com base 
em seus objetivos gerais e específicos, 
diretrizes e prioridades, ações e estratégias 
de implementa ção, metas, resultados e 
impactos esperados, recursos materiais, 
humanos e financeiros disponíveis e 
necessários, mecanismos e fontes de 
finan ciamento, a cobertura da rede 
prestadora de serviços, prazo de execução, 
além de indicadores de monitoramento e 
avaliação. 
Unidade 2 • Processos para Implementação e Normas Legais do Sistema Único de Assistência Social (SUAS)40/234
O Plano de Assistência Social da União, 
dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios deve ser elaborado a cada 
quatro anos, levando em consideração a 
realização do diagnostico socioterritorial.
Normativa também prevê a elaboração 
do Pacto de Aprimora mento do SUAS; 
podemos defini-lo como instrumento 
firmado entre União, Estados, Distrito 
Federal e os Municípios com o objetivo 
de mate rializar as metas e prioridades 
nacionais no âmbito do SUAS. 
De acordo com a NOB/SUAS, a elaboração 
do pacto deve ser feita a cada quatro anos, 
com necessidade de acompanhamento 
e revisão anual das prioridades e metas 
estabelecidas. Tal revisão, proposta pelo 
Ministé rio do Desenvolvimento Social e 
Combate à Fome (MDS), precisa ocorrer 
a partir de alterações de indicadores 
identificados nos sistemas nacionais de 
estatísticas (Censo SUAS, Rede SUAS) e 
outros sistemas do MDS.
Unidade 2 • Processos para Implementação e Normas Legais do Sistema Único de Assistência Social (SUAS)41/234
Para saber mais
O Censo SUAS é uma ferramenta de levantamento de dados coletados por meio de um formulário 
eletrônico preenchido pelos Órgãos Gestores (Secretarias) e Conselhos de Assistência Social, municipais 
e estaduais, e tem por objetivo propiciar ao SUAS a possibilidade de observar a execução das ações e 
apontar para os aperfeiçoamentos necessários com base em avaliações e pactuações realizadas entre 
os três entes da federação. Com as informações coletadas de forma contínua é possível realizar o 
planejamento que contribui para o alcance da melhoria dos serviços ofertados à população [...]. (BRASIL, 
Censo SUAS)
O Sistema Nacional de Informação do Sistema Único de Assistência Social (Rede SUAS) surgiu para 
suprir necessidades de comunicação no âmbito do SUAS e de acesso a dados sobre a implementação 
da Política Nacional de Assistência Social (PNAS). Iniciativa do Ministério do Desenvolvimento Social e 
Combate à Fome (MDS), a Rede serve como instrumento de gestão e divulgação a gestores, técnicos, 
entidades, sociedade civil e usuários. A Rede organiza a produção, o armazenamento, o processamento 
e a disseminação dos dados. Com isso, dá suporte a operação, financiamento e controle social do SUAS e 
garante transparência à gestão da informação (BRASIL, Rede SUAS).
Unidade 2 • Processospara Implementação e Normas Legais do Sistema Único de Assistência Social (SUAS)42/234
Glossário
Pactuação: acordo, pacto, acerto, compromisso mútuo de duas ou mais partes, pessoas ou 
organizações.
Cofinanciamento: financiar algo em conjunto com outra pessoa, ou seja, financiar algo de 
forma compartilhada de modo que duas ou mais pessoas (instituições) se responsabilizem pela 
mesma obrigação.
Programa Socioassistencial: tem como objetivo fortalecer a convivência e os vínculos 
familiares e comunitários, bem como garantir os direitos violados ou ameaçados.
Questão
reflexão
?
para
43/234
Até o presente momento, foram publicadas quatro redações 
da Nor ma Operacional Básica da Assistência Social (NOB). A 
necessidade de alteração das normativas deve-se à constante 
mudança da realidade que exige adequações para que a 
política pública de assistência social consiga oferecer proteção 
social àqueles que dela necessitam e viabilizar o acesso dos 
cidadãos a direitos.
Você acredita que todos aqueles que necessitam da assistência 
social têm acesso a essa política? Caso a resposta seja 
negativa, quais providên cias poderiam ser tomadas para 
democratizar o acesso e aproximar os usu ários dos serviços, 
programas, projetos e benefícios oferecidos.
44/234
Considerações Finais (1/2)
Com o intuito de regulamentar as garantias previstas na Carta Magna, 
diversos instrumentos normativos foram criados. No campo da 
assistência social, podemos destacar: a Lei Orgânica de Assistência 
Social (LOAS – 1993), que estabeleceu de modo definitivo a assistência 
social como direito não contributivo; a Política Nacional de Assistência 
Social (PNAS – 2004) e a Norma Operacional Básica (NOB – 2005) que 
instituí ram o Sistema Único de Assistência Social (SUAS) e permitiram 
avanços expressivos no modelo de gestão, organização e oferta de 
serviços, pro gramas, projetos e benefícios socioassistenciais.
A gestão da política de assistência social tem como base o pacto 
federativo, por meio do qual devem ser detalhadas as atribuições 
e competências dos três níveis de governo na provisão das ações 
socioassistenciais, em conformidade com o preconizado na LOAS e 
NOBs.
45/234
Avanços que merecem destaque na NOB-SUAS/2005, são: a introdução 
das responsabilidades com relação ao gestor da política, no âmbito da 
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; a instituição 
da informação como ferramenta imprescindível; e a implanta ção da 
vigilância socioassistencial.
Considerações Finais (2/2)
Unidade 2 • Processos para Implementação e Normas Legais do Sistema Único de Assistência Social (SUAS)46/234
Referências 
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Nor ma Operacional Básica 
do SUAS – NOB/SUAS. Brasília, 2005.
_______. Ministério do Desenvolvimento Social. Rede SUAS: O Sistema Nacional de Informação 
da Assistência Social. Brasília: MDS, 2007.
_______. Ministério do Desenvolvimento Social; Conselho Nacional de Assistência Social. NOB - 
Norma Operacional Básica: Resolução nº 33, de 12 de dezembro de 2012. Brasília: MDS, 2012.
_______. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Pres tação de Contas 
Ordinárias Anual – Relatório de Gestão. Brasília, 2013.
Censo SUAS: CRAS – Estado de São Paulo 2012 [recurso eletrônico] / Secretaria de 
Desenvolvimento Social. – São Paulo: Secretaria de Desenvolvimento Social, 2014.
Dicionário de termos técnicos da Assistência Social / Belo Horizonte. Prefeitura Municipal. 
Secretaria Municipal Adjunta de Assistência Social. Belo Horizonte: ASCOM, 2007.
QUINONERO, Camila G. et al. Princípios e diretrizes da Assistência Social: da LOAS à NOB SUAS. 
O Social em Questão, ano XVII, n. 30, 2013. Disponível em: <http://osocialemquestao.ser.puc-
rio.br/media/OSQ_30_Quinonero_3.pdf>. Acesso em: 5 ago. 2015. 
SPOSATI, Aldaísa. Modelo brasileiro de proteção social não contri butiva: concepções fundantes. 
Concepção e gestão da proteção social não contributiva no Brasil. São Paulo: MDS/UNESCO, 2009.
47/234
Assista a suas aulas
Aula 2 - Tema: Processos para Implementação e 
Normas Legais do SUAS - Bloco I
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Aula 2 - Tema: Processos para Implementação e 
Normas Legais do SUAS - Bloco II
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1d/98bf5eb65fe2b5723ed34afad0be5083>.
48/234
1. A Norma Operacional Básica/Sistema Único de Assistência Social (NOB/
SUAS) disciplina a gestão pública da Política de Assistência Social no ter-
ritório brasileiro, exercida de modo sistêmico pelos en tes federativos, em 
consonância com a Constituição da República de 1988, com a LOAS e com 
as legislações complementares a ela aplicá veis. Seu conteúdo e sua regula-
ção são sustentados:
a) Pela sociedade civil.
b) Pelo governo.
c) Pelo pacto federativo.
d) Pelo Conselho Nacional de Assistência Social.
e) Pelo Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome.
Questão 1
49/234
2. A Norma Operacional Básica do Sistema Único de Assistência Social 
(NOB/SUAS) prevê a existência de uma Rede Socioassistencial para a pres-
tação de um conjunto integrado de ações de iniciativa públi ca e da socie-
dade. Essas ações socioassistenciais são explicitadas na NOB/SUAS, como:
a) Serviços, programas, projetos e benefícios.
b) Serviços, programas, projetos e planos. 
c) Programas, projetos, benefícios e ações. 
d) Benefícios, ações, serviços e planos.
e) Apenas programas.
Questão 2
50/234
3. A NOB–RH/SUAS (Norma Operacional Básica de Recursos Huma nos 
do Sistema Único da Assistência Social) vem tratar da organi zação e da 
importância dos trabalhadores que compõem as equipes do SUAS. Uma 
vez que eles são os operadores dessa política pública, aprovar a NOB–RH 
compete ao(à):
a) Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. 
b) Presidente da República.
c) Secretaria Nacional de Assistência Social. 
d) Câmara e ao Senado Federais. 
e) Conselho Nacional de Assistência Social.
Questão 3
51/234
4. A Política Nacional de Assistência Social (PNAS) expressa o processo de 
construção coletiva do (re)desenho dessa política, na perspectiva de imple-
mentação do Sistema Único de Assistência (SUAS). De acor do com o artigo 
18 da Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), aprovar a PNAS compete 
ao(à):
a) Presidente da República.
b) Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. 
c) Conselho Nacional de Assistência Social.
d) Câmara e ao Senado Federais. 
e) Secretaria Nacional de Assistência Social.
Questão 4
52/234
5. Com relação às responsabilidades específicas dos Estados no que tange 
à gestão do SUAS, analise as proposições a seguir:
I. Cofinanciar os serviços, programas, projetos e benefícios even tuais e o aprimoramento da 
gestão, em âmbito regional e local.
II. Organizar, coordenar e prestar serviços regionalizados da proteção social especial de média e 
alta complexidade. 
III. Alimentar o Censo do Sistema Único de Assistência Social (Censo SUAS).
IV. Instituir plano estadual de capacitação e educação permanente. 
V. Acompanhar o sistema de cadastro de entidades e organizações de assistência social em 
articulação com os municípios de sua área de abrangência. 
Questão 5
53/234
Estão corretas:
a) Apenas as afirmativas I, II e III.
b) As afirmativas I, II, III, IV e V.
c) Apenas as afirmativas II, III e IV.
d) Apenas as afirmativas I, II, IV e V.
e) Apenas as afirmativas I, II e V.
Questão 5
54/234
Gabarito
1. Resposta: E.
O Ministério do Desenvolvimento 
Social e Combate à Fome é o organismoresponsável pelo conteúdo e pela 
regulação na NOB/SUAS.
2. Resposta: A.
A Política Nacional de Assistência Social 
(PNAS – 2004) e a Norma Operacional 
Básica (NOB – 2005) que instituí ram 
o Sistema Único de Assistência Social 
(SUAS) permitiram avanços expressivos no 
modelo de gestão, organização e oferta de 
serviços, pro gramas, projetos e benefícios 
socioassistenciais.
3. Resposta: E.
O Conselho Nacional de Assistência 
Social (CNAS) é o órgão responsável pela 
aprovação da NOB-RH/SUAS.
4. Resposta: C.
O Conselho Nacional de Assistência Social é 
o órgão do governo brasileiro, vinculado 
ao Ministério do Desenvolvimento Social 
e Combate à Fome, responsável pela 
coordenação e aprovação da Política 
Nacional de Assistência Social (PNAS).
5. Resposta: B.
Todas as proposições estão de acordo com 
o que se pede no enunciado da questão.
55/234
Unidade 3
Eixos Estruturantes para a Gestão e o Controle Social do Sistema Único de Assistência Social 
(SUAS)
Objetivos
1. Conhecer os principais eixos 
estruturantes do SUAS e suas 
funcionalidades
2. Entender o processo de gestão da 
assistência social.
Unidade 3 • Eixos Estruturantes para a Gestão e o Controle Social do Sistema Único de Assistência Social (SUAS)56/234
Introdução
Compreendemos o SUAS como um sistema, 
isto é, um conjunto de partes coordenadas 
entre si, por leis e princípios comuns, que 
regulam certa ordem de fenô meno. O 
Sistema de Assistência Social, para que 
seja único, supõe um pacto federativo 
entre as esferas de governo, definindo as 
competências dos entes dentro deste.
Nesse sentido, no tema em questão será 
abordada a im plantação do Sistema Único 
de Assistência Social (SUAS) e os desafios 
a serem enfrentados pelo novo modelo de 
gestão da política de assistência social. 
Refletir sobre a regulação do SUAS vai 
proporcionar maior sustentação ética e 
política a todos os que estão partici pando 
da construção histórica da política pública 
de assistência social no Brasil.
1. Eixos Estruturantes para a 
Gestão do Sistema Único de 
Assistência Social (SUAS) 
A implantação do SUAS como sistema 
único supõe “unir para garan tir”, o que 
implica romper com:
• A múltipla fragmentação 
programática hoje existente
• A fragmentação das esferas de 
governo e o paralelis mo de gestão;
• A fragmentação das ações por 
categorias ou segmentos sociais 
sem compromisso com a cobertura 
universal e a qualidade dos 
resultados (SPOSATI, 2004, p. 34).
Unidade 3 • Eixos Estruturantes para a Gestão e o Controle Social do Sistema Único de Assistência Social (SUAS)57/234
A política de assistência social traz em seu bojo, a importância de 
organizar os serviços de proteção social em rede há tempos as orga­
nizações públicas e privadas estabelecem entre si relações para se chegar 
a objetivos que transformam realidades. (SPOSATI, 2004, p. 36).
O trabalho em Rede amplia as possibilidades de ação, pois facilita a articulação entre as 
políticas setoriais e organizações e também faz com que o ob jetivo de prevenir situações 
de risco social seja alcançado com êxito. Esse é outro avanço importante trazido pela NOB/
SUAS/2005, a instituição do Sistema Nacional de Informação do Sistema Único de Assistência 
Social (Rede SUAS).
De acordo com o Sistema Único de Assistência Social, os serviços socioassistenciais estão 
organizados com base em três referências: a vigi lância social, a proteção social e a defesa social 
e institucional. 
O Sistema de Vigilância Social, como afirma Sposati (2004), pauta-se na assistência social 
como política social responsável, que deve detectar as situações de vulnerabilidade e de 
risco dos cidadãos e suas famílias, bem como informar as dimensões e características dessas 
situações.
Unidade 3 • Eixos Estruturantes para a Gestão e o Controle Social do Sistema Único de Assistência Social (SUAS)58/234
A proteção social se organiza por meio 
dos serviços relacionados à segurança 
de sobrevivência, tendo como objetivo 
assegurar e restabelecer o convívio e o 
vínculo familiares.
Com relação à terceira referência do SUAS, 
cabem à defesa social e institucional “a 
proteção social básica e a especial, as quais 
devem ser organizadas de forma a garantir 
aos seus usuários o acesso aos direitos 
socioassistenciais e sua defesa” (PNAS, 
2004, p. 34).
A gestão do SUAS está organizada 
pelas seguintes bases institucionais: 
matricialidade sociofamiliar, 
descentralização político-administrativa 
e territorialização, novos suportes para 
a relação entre Estado e Sociedade Civil, 
financiamento, controle social e o desafio 
da participação popular.
É preciso concordar com Aldaíza Sposati 
(2004, p. 111) quando afirma que o 
“SUAS não é um programa, mas uma nova 
ordenação da gestão da assis tência social 
como política pública”.
É com base na descentralização político-
administrativa e na territorialização da 
Política Nacional de Assistência Social que 
vamos realizar a definição de municípios a 
seguir:
Entende-se por município de:
• Pequeno porte: população até 
20.000 habitantes (5.000 famílias).
Unidade 3 • Eixos Estruturantes para a Gestão e o Controle Social do Sistema Único de Assistência Social (SUAS)59/234
• Médio porte: população até 20.001 a 100.000 habitantes (5.000 a 25.000 famílias).
• Grande porte: população a partir de 100.001 habitantes.
Para saber mais
Quadro 1: Parâmetros de referência para implantação do CREAS
Porte do Município Número de habitantes Parâmetros de referência
Pequeno Porte I Até 20.000
Cobertura de atendimento em CREAS Regional; ou
Implantação de 1 CREAS, quando a demanda local 
justificar.
Pequeno Porte II De 20.001 a 50.000 Implantação de pelo menos 1 CREAS.
Médio Porte De 50.001 a 100.000 Implantação de pelo menos 1 CREAS.
Grande Porte, 
Metrópoles e DF
A partir de 100.001.
Implantação de 01 CREAS a cada 200.000 
habitantes.
Fonte: Brasil (s.d, s.p).
Unidade 3 • Eixos Estruturantes para a Gestão e o Controle Social do Sistema Único de Assistência Social (SUAS)60/234
Dos municípios das regiões metropolitanas 
exige-se atenção diferenciada, 
desenvolvendo ações integradas.
O município deve exigir a vinculação 
constitucional de percentual de recursos 
para o financiamento dessa política nas 
três esferas de governo.
O financiamento com base no território 
considera o porte dos municípios e a 
complexidade dos serviços, pensando de 
maneira hierár quica e complementar.
Dentro do SUAS não deve ocorrer a 
exigibilidade da Certidão Ne gativa 
de Débitos (CND) pelo INSS como 
condição para os repasses e também 
não pode interromper a continuidade do 
financiamento a cada início de exercício 
financeiro.
O repasse automático de recursos 
do Fundo Nacional para os Esta dos, 
Municípios e o Distrito Federal para o 
cofinanciamento das ações afeta essa 
política e o estabelecimento de pisos de 
atenção.
Link
O Decreto n. 7788/2012 regulamenta o Fundo 
Nacional de Assistência Social e dá outras 
providências. Sua publicação representa avanços 
importantes para o financiamento da política 
de assistência social. Disponível em: <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-
2014/2012/Decreto/D7788.htm>. Acesso em: 
31 jul. 2015
Unidade 3 • Eixos Estruturantes para a Gestão e o Controle Social do Sistema Único de Assistência Social (SUAS)61/234
A relevância do SUAS está na participação 
dos usuários no controle social em direção 
à melhoria da qualidade dos serviços, e a 
construção da cidadania procura romper 
com a natureza da assistência social que 
historicamente reproduz usuários como 
pessoas dependentes, frágeis, vitimizadas, 
tuteladas por entidades e organizações. 
A questão da participação dos sujeitos 
de direitos tem um papel fundamentala desempenhar na dissolução de traços 
de ambiguidade e coerção presentes nos 
denominados programas de combate 
à exclusão social. A efetiva distribuição 
e gestão dos bens e serviços sociais, no 
âmbito das políticas públicas, passa a ser 
prioridade no processo de elaboração 
de medidas socioassistenciais contra a 
pobreza e a desigualdade sociocul tural. 
No entanto, ainda não são suficientes para 
atender toda a demanda de usuários dessa 
política.
A assistência social no âmbito do SUAS 
precisa desenvolver um projeto político 
novo e deve se voltar para um campo 
distinto das políticas sociais programadas 
em vez de simplesmente executar políticas 
governamen tais (no nosso caso, o Bolsa-
Família), reforçando o protagonismo de 
de pendentes, os usuários da assistência. 
Deve então desenvolver programas e 
projetos coletivos de enfrentamento à 
pobreza, sempre visando a processos de 
emancipação e autonomia dos segmentos 
populacionais a ela vincula dos.
Unidade 3 • Eixos Estruturantes para a Gestão e o Controle Social do Sistema Único de Assistência Social (SUAS)62/234
Alguns desafios encontrados no SUAS 
estão na definição de diretrizes e regras 
para as relações do Estado com as 
entidades e organizações sociais:
• Criação de redes de comunicação e 
informação e sua relação com um 
comando único.
• Nova legislação – filantropia, 
utilidade pública e registro das 
organizações.
• Envolvimento das organizações e dos 
usuários, como sujeitos políticos.
Aldaíza Sposati (2004, p.42) atenta 
para algumas questões que envolvem 
o processo de concretização do SUAS, 
entre as quais se desta ca “a ausência de 
consenso sobre o conteúdo e alcance 
do SUAS, o que exige ampla discussão 
quanto a concepção de seu alcance como 
proteção social de cidadania no campo da 
seguridade social”.
O direito de seguridade social foi 
conquistado em 1988 no Brasil, com a 
Constituição Federal, documento que está 
assentado sobre o tripé da previdência, 
saúde e assistência social. A ideia de 
seguridade remete à segu rança, enquanto 
bem público, devendo, portanto, ser um 
direito de todos e um dever do Estado. 
Então a proteção à família, à maternidade, 
à infância, à adolescência e à velhice passa 
ser reivindicada como direitos de todos. 
Unidade 3 • Eixos Estruturantes para a Gestão e o Controle Social do Sistema Único de Assistência Social (SUAS)63/234
Outros pontos de reflexão apresentados 
por Aldaíza Sposati (2004) são:
• A necessidade de construção 
estratégica para a incorporação 
e gestão das mudanças que a 
implantação do SUAS traz à gestão 
institucional da assistência social nas 
três esferas do poder, programando 
e investindo em múltiplas formas 
de capacitação dos gestores de 
assistência social e dos conselhos da 
política pública de assistência social.
• A importância da construção de 
“estratégias de resistência” a ser 
adotada pelos órgãos gestores 
do SUAS, para enfrentar o 
conservadorismo prevalente que 
resiste ao reconhecimento do direito 
socioassistencial e mantém o caráter 
residual ausente do dever do Estado 
em reconhecer a cidadania para 
todos os brasileiros.
Outro desafio para a efetiva implantação 
do SUAS é a precarização orçamentária, 
o que causa a redução de direitos em 
virtude das opções políticas a respeito 
da distribuição do fundo público. Por 
essa razão, entender a assistência social 
como política social é essencial para 
compreender os benefícios, serviços e 
programas socioassistenciais e projetos de 
enfrentamento à pobreza, como direitos 
criados para atender às necessidades 
humanas básicas e especiais. Entender 
as políticas sociais como direitos 
socioassistenciais ajuda a desmistificar o 
gasto social como favor, como improdutivo. 
Unidade 3 • Eixos Estruturantes para a Gestão e o Controle Social do Sistema Único de Assistência Social (SUAS)64/234
É preciso ficar atento com a proteção social pública que o SUAS coloca como demandas e com as 
orientações ide ológicas e políticas que estas comportam. É necessário ter compreensão para não 
executar na prática uma política pública compensatória e minimalista, voltada para os mais pobres. 
As demandas sociais devem ser vistas não como o retorno dos ele mentos neoconservadores 
na prática profissional, com atitudes embasadas em teorias positivistas, mas sim com base em 
questões teórico-metodo lógicas críticas que se negam a tutelar o usuário e que buscam na luta 
pelas conquistas dos direitos sociais o combate das desigual dades sociais.
1.1 Controle Social
De acordo com o Dicionário de Termos Técnicos da Assistência So cial (2007, p. 28), controle social 
define-se como:
Efeito da ação dos indivíduos e das comunidades sobre a gestão das 
instituições públicas ou privadas das quais são usuários. Conforme a NOB­
SUAS/2005, tem sua concepção advinda da Constituição Federal de 1988, 
enquanto instrumento de efetivação da participa ção popular no processo 
de gestão político – administrativa – finan ceira e técnico­operativa.
Unidade 3 • Eixos Estruturantes para a Gestão e o Controle Social do Sistema Único de Assistência Social (SUAS)65/234
No âmbito da assistência social, o conceito 
de controle social é amplamente explorado 
e seu exercício implica planejamento, 
acompanhamento, avaliação e fiscalização 
da oferta dos programas, serviços e 
benefícios socioassistenciais. Outro fator 
relevante é a vinculação entre controle 
social e participação, visto que ambos 
estão intimamente relacionados.
Por meio da participação na gestão pública, 
os cidadãos podem in terferir na decisão 
administrativa e exercer o controle social 
sobre a ação do poder público, exigindo 
transparência em sua atuação.
O controle social está mais próximo 
das reflexões e dos debates, na medida 
em que se consideram imprescindíveis 
a transparência dos gastos públicos 
e a participação da sociedade civil 
organizada no planejamento, na decisão, 
no acompanhamento, na execução e 
na avaliação da política pública, sendo 
ilustrado, segundo Raichelis (1998, p. 29), 
“dentro de um leque que abriga desde 
a efetiva democratização das políticas 
públicas, com ampla responsabilização do 
Estado e participação da sociedade, até 
as propostas dos que advogam a retirada 
do Estado e a privatização dos serviços 
públicos”.
O processo de monitoramento e 
avaliação das ações ainda se encontra 
em construção. Na defesa dos direitos 
assegurados no SUAS estão o direito 
ao atendimento digno, atencioso 
e respeitoso por parte de todos os 
Unidade 3 • Eixos Estruturantes para a Gestão e o Controle Social do Sistema Único de Assistência Social (SUAS)66/234
serviços socioassistenciais, ausente de 
procedimentos vexatórios e coercitivos, 
e o direito do tempo, a fim de acessar a 
prestação de serviço com pouca espera e 
de acordo com a necessidade, garantindo-
se também o direito à informação sobre o 
funcionamento dos serviços, o direito do 
usuário ao protagonismo e à manifestação 
dos seus interesses, o direito dele à oferta 
qualificada de serviço.
Faz-se necessário fortalecer os conselhos 
e buscar a articulação entre eles nas 
esferas municipais, estaduais e nacional, 
incentivar a representatividade da 
população que utiliza os serviços para 
evitar que os recursos sejam investidos 
de forma inadequada, acionar sempre 
que possível os órgãos aliados na defesa 
dos direitos dos usuários, investir na 
capacitação dos atores envolvidos na área 
e aperfeiçoar o controle social por meio 
de ampla participação dos usuários e da 
transparência nas informações.
Unidade 3 • Eixos Estruturantes para a Gestão e o Controle Social do Sistema Único de Assistência Social (SUAS)67/234
Glossário
Compensatório: o que se relaciona com compensação; em que há reparação ou indenização; 
compensador.
Neoconservador:como em qualquer outra ideologia política radical, o seu ideário prima pela 
simplicidade e, de fato, pela recusa hostil da complexidade, da ponderação equilibrada entre 
interesses contrapostos ou da possibilidade de diálogo entre perspectivas diferentes.
Matricialidade: refere-se à centralidade da família como núcleo social fundamental para a 
efetividade de todas as ações e todos os serviços da política de assistência social.
Questão
reflexão
?
para
68/234
Como romper com os estigmas assistencialistas que 
ainda existem na prática da assistência social?
69/234
Considerações Finais (1/2)
A relevância do SUAS está na participação dos usuários no controle social 
para melhoria da qualidade dos serviços e a construção da cidadania. 
Procura-se romper com a natureza da assistência social que historicamente 
reproduz usuários como pessoas dependentes, frágeis, vitimizadas, tuteladas 
por entidades e organizações. 
As demandas sociais devem ser vistas não como o retorno dos elementos 
neoconservadores na prática profissional, com atitudes embasadas em 
teorias positivistas, mas sim com base em questões teórico-metodo-
lógicas críticas que se negam a tutelar o usuário e que buscam na luta pelas 
conquistas dos direitos sociais o combate das desigual dades sociais.
É preciso ficar atento à proteção social pública que o SUAS coloca como 
demanda e às orientações ide ológicas e políticas que elas comportam, sendo 
necessário ter compreensão suficiente para não executar na prática uma 
política pública compensatória e minimalista, voltada para os mais pobres. 
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Faz-se necessário fortalecer os conselhos e buscar a articulação entre 
os estes nas esferas municipais, estaduais e nacional, incentivar a 
representatividade da população que utiliza os serviços para evitar que os 
recursos sejam investidos de forma inadequada.
Considerações Finais (2/2)
Unidade 3 • Eixos Estruturantes para a Gestão e o Controle Social do Sistema Único de Assistência Social (SUAS)71/234
Referências 
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. CREAS – Implantação. 
Sem data. Disponível em: <http://mds.gov.br/acesso-a-informacao/perguntas-frequentes/
assistencia-social/pse-protecao-social-especial/creas-centro-referencia-especializado-
assistencia-social/creas-implantacao>. Acesso em: 10 fev. 2016.
_______. Ministério do Desenvolvimento Social. PNAS – Política Nacional de Assistência Social. 
Brasília: MDS, 2004.
_______. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Nor ma Operacional Básica 
do SUAS – NOB/SUAS. Brasília, 2005.
CARVALHO, M. do C. B. de. A ação em rede na implementação de políticas e programas sociais 
públicos. Disponível em: <http://www.lasociedadcivil.org/wp-content/uploads/2014/11/a_ao_
em_rede_na_implementao.pdf> Acesso em: 29 jul. 2015
COUTO, Berenice Rojas (org.). O Sistema Único de Assistência So cial no Brasil: uma realidade 
em movimento. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2012.
Dicionário de termos técnicos da Assistência Social / Belo Horizonte. Prefeitura Municipal. 
Secretaria Municipal Adjunta de Assistência Social. Belo Horizonte: ASCOM, 2007.
Unidade 3 • Eixos Estruturantes para a Gestão e o Controle Social do Sistema Único de Assistência Social (SUAS)72/234
RAICHELIS, Raquel. Esfera pública e conselhos de assistência social: caminhos da construção 
democrática. São Paulo: Cortez, 1998.
SPOSATI, Aldaísa. O primeiro ano do Sistema único de Assistência Social. Revista Serviço Social 
e Sociedade, São Paulo, n. 87, 2004.
73/234
Assista a suas aulas
Aula 3 - Tema: Eixos Estruturantes para a Gestão 
e Controle Social no SUAS - Bloco I
Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f-
1d/1e8afa8d2f19dc0afdd41399b61cf56b>.
Aula 3 - Tema: Eixos Estruturantes para a Gestão 
e Controle Social no SUAS - Bloco II
Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/
ed2f2f7dea0000b96e4c3d8658463b06>.
74/234
1. O controle social envolve a capacidade que a sociedade civil tem de 
intervir na gestão pública orientando as ações do Estado e os gastos 
públicos. Qual é o objetivo desse controle?
a) Refletir mais uma vez sobre a importância da valorizar a burocracia.
b) Demonstrar um progresso da gestão centralizada.
c) Envolver aspectos relacionados à gestão com ênfase no poder hierarquizado.
d) Concretizar o processo de democratização. 
e) Não se preocupar com o que pode acontecer amanhã; se o profissional é um idealista, 
saberá como induzir para alcançar seus interesses.
Questão 1
75/234
2. Para exercer o controle social com maior resolutividade é preciso:
a) Manter a ordem, já que a zona de conflito impede novas estratégias.
b) Ter autoridade e escolher as pessoas certas para participar das discussões.
c) Selecionar a opinião que mais se aproxima da intenção do gestor, evitando assim conflitos 
sociais.
d) Ter conhecimento da realidade do território.
e) Centralizar a tomada de decisões no gestor.
Questão 2
76/234
3. Qual é o benefício de se trabalhar em rede?
a) Repassa-se a responsabilidade a outros grupos.
b) Permite-se que governo e sociedade civil organizada potencializem suas ações no intuito 
de garantir os direitos constitucionalmente estabelecidos.
c) Diminuem-se os gastos e enfatiza-se a questão da caridade.
d) Afasta-se o perigo de o usuário ficar dependente só de uma instituição.
e) Garantem-se ao usuário benefícios plenos, poupando-lhe de participar do processo de 
conquistas de seus direitos.
Questão 3
77/234
4. Depois do estabelecimento da Constituição Federal de 1988, com as 
mudanças que ocorreram em relação à gestão das políticas sociais, orien-
ta-se realizar os serviços à população com base em que tipo de gestão?
a) Gestão estabilizada.
b) Gestão focalizada.
c) Gestão planificada.
d) Gestão centralizada.
e) Gestão descentralizada.
Questão 4
78/234
5. O SUAS define e organiza os elementos essen ciais à execução da política 
de assistência social, possuindo como ei xos estruturantes:
a) O controle social e empresarial.
b) A defesa social e a segurança socioassistencial.
c) A matricialidade sociofamiliar e a territorialização.
d) O plantão social e psicológico.
e) A vulnerabilidade social e espacial.
Questão 5
79/234
Gabarito
1. Resposta: D.
O controle social tem como principal 
objetivo concretizar o processo de 
democratização previsto de forma 
legalizada na Constituição Federal do país.
2. Resposta: D. 
Conhecer a territorialidade é fundamental 
para que o controle social consiga atuar de 
forma propositiva na realidade do território 
em que está inserido.
3. Resposta: B.
O trabalho em Rede amplia as 
possibilidades de ação, pois facilita a 
articulação entre as políticas setoriais e 
as organizações e faz também com que 
o objetivo de prevenir situações de risco 
social seja alcançado com êxito.
4. Resposta: E.
A gestão descentralizada é uma forma de 
gestão que permite que União, Estados, 
Distrito Federal e Municípios compartilhem 
entre si os processos de tomadas de 
decisão.
5. Resposta: C.
A matricialidade sociofamiliar e a 
territorialização são elementos essen ciais à 
execução da política de assistência social.
80/234
Unidade 4
Instrumentos e Responsabilidade dos Atores Sociais no Monitoramento e Avaliação da Política 
de Assistência Social
Objetivos
1. Conhecer os avanços da política 
de as sistência social por meio 
da implementação da Norma 
Operacional Básica de Recursos 
Humanos do SUAS.
2. Entender a função das equipes de 
referência atuantes no SUAS.
Unidade 4 • Instrumentos e Responsabilidade dos Atores Sociais no Monitoramento e Avaliaçãoda Política de Assistência Social81/234
Introdução
A Resolução n. 269 do Con selho Nacional 
de Assistência Social (CNAS), de 13 de 
dezembro de 2006, aprovou a Norma 
Operacional Básica de Recursos Humanos 
do Sistema Único de Assistência Social 
(NOB-RH/SUAS), a qual vem tratar da 
organização e da importância dos ges-
tores, trabalhadores e conselheiros que 
compõem as equipes do SUAS, uma vez 
que eles são os operadores dessa política 
pública e, como tal, detêm um papel 
estratégico para sua efetivi dade.
O estudo da NOB-RH/SUAS demanda 
compreen são da direção ética e política 
que temos hoje para qualificar a oferta 
dos serviços e consolidar o direito 
socioassistencial. 
Um dos objetivos da NOB-RH/SUAS é 
a padronização das carrei ras do SUAS 
mediante diretrizes nacionais para a 
implementação de ações específicas 
visando à qualificação e à valorização dos 
trabalhadores do SUAS, cuja implantação 
se reflete na qualidade dos serviços e 
benefícios ofertados no SUAS.
1. Equipes de Referência
O SUAS afirma a necessidade de haver 
equipes de referência na proteção social 
básica e especial. Para entender a ideia de 
referência é importante considerar que 
o SUAS se consolida, em grande medida, 
pela expansão dos serviços e oferta de 
benefícios socioassistenciais.
Unidade 4 • Instrumentos e Responsabilidade dos Atores Sociais no Monitoramento e Avaliação da Política de Assistência Social82/234
Equipes de referências são formadas por profissionais do SUAS para ajudar a entender as 
necessidades sociais como explicitado na NOB-RH/SUAS (2011, p. 73):
São aquelas constituídas por servidores efetivos responsáveis pela 
organização e oferta dos serviços, programas, projetos e benefícios de 
proteção social básica e especial, levando­se em consideração o número 
de famílias e indivíduos referenciados, o tipo de atendimen to e as 
aquisições que devem ser garantidas aos usuários.
Essas equipes são referências de proteção social para as famílias e os indivíduos, que possuem 
a confiança de que encontrarão respaldo para suas necessidades. Uma equipe formada com 
conhecimentos técnico-es pecíficos e uma postura ética, ao acolher as necessidades sociais dos 
usuários como direito, contribui para o estabelecimento de vínculos, com atendimentos mais 
acolhedores, proporcionando maior autonomia.
As equipes de referência do SUAS são entendidas como um grupo de profissionais com 
diferentes conhecimentos, que têm objetivos comuns e definem coletivamente estratégias 
para alcançá-los. A função de organiza ção dos serviços é desempenhada pelos coordenadores. 
Unidade 4 • Instrumentos e Responsabilidade dos Atores Sociais no Monitoramento e Avaliação da Política de Assistência Social83/234
A Tipificação Nacional de Serviços 
Socioassistenciais (BRASIL, 2013, p. 
5) define três serviços de proteção 
social básica: a) serviço de proteção e 
atendimento integral à família (PAIF); b) 
Para saber mais
O CRAS é a unidade pública municipal, 
de base territorial, localiza da em áreas 
com maiores índices de vulnerabilidade e 
risco social, destinada à articulação dos 
serviços socioassistenciais no seu terri tório 
de abrangência e à prestação de serviços, 
programas e projetos socioassistenciais de 
proteção social básica às famílias, conforme 
expressa o § 1º do artigo 6º-C da LOAS.
Os responsáveis pelos serviços são as 
categorias de profissionais que atuam 
diretamente com os usuários. Essas 
equipes são responsáveis por um certo 
número de famílias e usuários que 
apresentam determinadas situações de 
vulnerabilidade ou risco social e pessoal, 
de acordo com a referência do serviço 
de proteção social básica ou especial, de 
média ou alta complexidade.
A Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS), 
atuali zada pela lei 12.435/2011, em seu 
art. 6º, expressa que a assistência social 
organiza-se por tipos de proteção, proteção 
social básica e proteção social especial.
A prestação de serviços e a execução das 
ações no âmbito da Proteção Social Básica 
nos municípios são realizadas nos Centros 
de Referência da Assistência Social (CRAS).
Unidade 4 • Instrumentos e Responsabilidade dos Atores Sociais no Monitoramento e Avaliação da Política de Assistência Social84/234
serviço de convivência e fortalecimento 
de vínculos; c) serviço de proteção social 
básica no domicílio para pessoas com 
deficiência e idosas.
Com o objetivo de regulamentar as equipes 
de referência da pro teção social básica, a 
NOB-RH/SUAS considerou as profissões 
regula mentadas em lei e a existência do 
Conselho Profissional, responsável pela 
fiscalização do exercício profissional 
e do cumprimento do código de ética 
profissional. Outra instância que contribui 
para a defesa dos direitos dos usuários são 
os conselhos profissionais e suas respectivas 
comissões de ética. As equipes de referência 
da proteção social básica serão compos-
tas por assistente social e psicólogo, assim 
como as equipes da proteção social especial 
de alta complexidade. A proteção social 
especial de média complexidade terá 
equipes formadas por assistente social, psi-
cólogo e advogado. 
A NOB-RH/SUAS e a Resolução n. 17 
do CNAS consolidam a direção de 
profissionalização da política de assistên-
cia social, indicando parâmetros para 
a seleção de profissionais, a partir das 
especificidades locais, do conhecimento 
das necessidades de seus usuários e da 
disponibilidade de profissionais na região 
(NOB-RH/SUAS, 2011, p. 33).
Com relação à proteção social especial, a 
equipe de referência para a prestação de 
serviços e execução das ações se divide 
em proteção social especial de média 
complexidade e proteção social especial de 
alta complexidade.
Unidade 4 • Instrumentos e Responsabilidade dos Atores Sociais no Monitoramento e Avaliação da Política de Assistência Social85/234
A Tipificação Nacional de Serviços 
Socioassistenciais (BRASIL, 2013) prevê 
quais serviços de proteção social especial 
devem ser prestados no Centro de 
Referência Especializado de Assistência 
Social (CREAS).
Para saber mais
O CREAS é uma unidade pública de abrangência e 
gestão mu nicipal, estadual ou regional, destinada 
à prestação de serviços a indivíduos e famílias que 
se encontram em situação de risco pessoal ou 
social, por violação de direitos ou contingência, 
que demandam intervenções especializadas da 
proteção social especial, conforme expressa o § 2º 
do artigo 6º-C da LOAS.
Podemos definir proteção social especial 
como um conjunto de serviços, programas 
e projetos destinados à reconstrução de 
vínculos familiares e comunitários como 
forma de enfrentamento das violações de 
direitos. “Os serviços de proteção especial 
têm estreita interface com o sistema de 
garantia de direito exigindo uma gestão 
mais complexa e compartilhada com o 
Poder Judiciário, Ministério Público e outros 
órgão e ações do Executivo.” (PNAS, 2004, 
p. 31).
Para a implantação da NOB-RH, isto é, 
para o estabelecimento de uma política de 
recursos humanos que supere a precária 
contratação de seus trabalhadores 
exige-se a disponibilidade de recursos 
para a realiza ção de concursos públicos 
Unidade 4 • Instrumentos e Responsabilidade dos Atores Sociais no Monitoramento e Avaliação da Política de Assistência Social86/234
direcionados à contratação dos trabalhadores da assistência. Sem esses profissionais 
assegurados juntamente com os demais profissionais que compõem as equipes de referência 
não ocorrerá a implantação plena do SUAS.
Quadro 2: Tipos de Proteção Social
Unidade 4 • Instrumentos e Responsabilidade dos Atores Sociais no Monitoramento e Avaliação da Política de Assistência Social87/234
Fonte: Cartilha 1: SUAS - Orientação acerca dos conselhos e do controle social da política pública de assistência

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