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Aspectos morfofisiológicos reprodutivos do macho Ciências Morfofuncionais Aplicadas à Med. Veterinária IV Gabriela Gonçalves, MV, MSc Sistema genital masculino • Órgãos individuais que agem em conjunto para produzir gametas masculinos (espermatozoides) e depositá-los no trato reprodutivo da fêmea • Tal ação conjunta envolve o sistema neuroendócrino (Hipotálamo e Hipófise Anterior) quanto o próprio sistema genital Testículo • Órgão central do sistema reprodutor masculino • Todas as funções desse órgão são influenciadas pelo sistema neuroendócrino • Responsável pela esteroidogênese (células de Leydig) e espermatogênese (túbulos seminíferos) • Interstício: células de Leydig circundam os túbulos seminíferos e os banha com líquido rico em testosterona • Túbulos seminíferos > região basal: contém espermatogônias (mitose) região adluminal: espermatócitos (meiose), espermátides e espermatozóides Células de Sertoli (junções de oclusão) Função testicular • Espermatogênese normal: ambiente abaixo da temperatura corporal basal • Criptorquidismo • O testículo criptórquio é pouco desenvolvido, mas é capaz de produzir testosterona Descida testicular • Cavalo: 9 a 11 meses de gestação • Touro: 4 meses de gestação • Carneiro: 80 dias de gestação • Porco: 90 dias de gestação • Cão: 5 dias após o nascimento • Gato: 2 a 5 dias após o nascimento Epidídimo • Os túbulos seminíferos liberam seu conteúdo na rede testicular, que transporta os espermatozoides até o epidídimo pelos túbulos eferentes • Esse órgão se trata de um ducto tortuoso e único, que transporta os espermatozoides e concentra-os. Aqui, eles sofrem maturação e adquirem a capacidade de fertilização • É dividido em cabeça, corpo e cauda Epidídimo • Quando chegam à cabeça do epidídimo, os espermatozoides são imóveis e incapazes de fertilizar • Passam pela migração e maturação pela cabeça e corpo do epidídimo, adquirindo motilidade e capacidade de fertilização (2-5 dias de trânsito) • Cauda do epidídimo e ducto deferente: reservatórios de espermatozoides maduros (tempo de permanência varia de 3-13 dias entre animais domésticos) Ducto deferente • Passam através do canal inguinal para o interior do abdômen, conectando a cauda do epidídimo à uretra pélvica • No touro, garanhão, pequenos ruminantes, cão e gato, a porção terminal dos ductos deferentes se dilatam para formar as ampolas, que são reservatórios adicionais de espermatozoides • Touro, garanhão e cão: existem glândulas ampolares que contribuem para o ejaculado Pênis • Órgão copulatório do macho • Túnica albugínea • Corpos cavernosos: região dorsal do órgão • Corpo esponjoso: circundando a uretra peniana • Ereção Emissão e ejaculação • Emissão: liberação de espermatozoides e fluidos das glândulas acessórias na uretra pélvica. Mediada pelo sistema simpático • Ejaculação: expulsão vigorosa do sêmen da uretra mediada pelo sistema parassimpático. Contrações rítmicas dos músculos bulboesponjoso, isquiocavernoso e uretral • Após a ejaculação, há um aumento de tônus dos músculos lisos dos espaços cavernosos mediado pelo sistema simpático • O fluxo venoso é reestabelecido e há contração do músculo retrator do pênis Monta natural - Equino Monta natural - Cão Monta natural - Gato Monta natural - Bovino Espermatogênese • Células germinativas diploides (espermatogônias) dividem-se por mitose para manter seu próprio número. Produzem uma progênie que sofre posterior divisão meiótica e se diferencia em espermátides haploides, que são liberadas como espermatozoides • Dividida em três fases: Espermatocitogênese Meiose Espermiogênese Espermatocitogênese • Espermatogônias tipo A se dividem por meio de mitose, produzindo mais espermatogônias para manutenção da população de células primordiais (tronco) • Essas divisões são responsáveis pela capacidade do macho de produzir espermatozoides de modo contínuo durante toda a sua vida adulta • Espermatogônias tipo A tornam-se tipo B, e posteriormente se dividem por mitose para formar os espermatócitos primários Meiose • Esse processo de divisão celular só ocorre para a produção de gametas • Há pareamento dos cromossomos homólogos e troca de material genético (variabilidade genética) – crossing over • O resultado da meiose são espermatócitos secundários, que se mantém com as cromátides duplicadas e se dividem posteriormente em espermátides, que possuem uma cromátide de cada um dos cromossomos haplóides Espermiogênese • Espermátides recém-formadas seguem se diferenciando até se tornarem maduras • Espermiação Eixo Hipotalâmico-Hipofisário-Testicular • Regulação do sistema reprodutor do macho envolve o hipotálamo, hipófise anterior e testículos • O hipotálamo sintetiza e secreta o hormônio regulador de gonadotropinas (GnRH), que age nas células gonadotrópicas da hipófise anterior • Essas células gonadotrópicas produzem o hormônio folículo- estimulante (FSH) e o hormônio luteinizante (LH) Eixo Hipotalâmico-Hipofisário-Testicular • A liberação de FSH e LH depende do padrão de pulsatilidade do GnRH • O LH se liga aos receptores de membrana das células de Leydig, estimulando-as a converter colesterol em testosterona, que por sua vez se liga à proteína ligadora de andrógeno (ABP) produzida pelas células de Sertoli • São necessárias altas [testosterona] nos testículos para garantir a espermatogênese normal Eixo Hipotalâmico-Hipofisário-Testicular • As ABP mantém a alta [testosterona] nos túbulos seminíferos e no interstício do testículo • As principais células-alvo para a testosterona são as Sertoli (envolvem e dão suporte as células espermáticas em desenvolvimento) • As ABP também são responsáveis por carrear a testosterona para o epidídimo, onde tais hormônios influenciam o trânsito epididimal e a maturação dos espermatozoides Eixo Hipotalâmico-Hipofisário-Testicular • O FSH tem receptores nas células de Sertoli, atuando juntamente com a testosterona: estimulam a síntese de ABP, inibina, ativina, estrógeno e outras envolvidas na transferência de nutrientes para células germinativas, meiose, maturação de espermatócitos, espermiação e função das células de Leydig • A produção de testosterona pelas células de Leydig é estimulada pela inibina, produzida nas células de Sertoli por estimulação pelo FSH • Inibina e testosterona estão envolvidas no feedback negativo exercido no hipotálamo ou na hipófise anterior Feedback negativo dos esteroides e da inibina • Regulam a produção de FSH e LH pela hipófise anterior • Se há uma concentração muito alta de esteroides (testosterona e estrógeno) nos testículos e, consequentemente, no sangue, ocorre uma diminuição da produção de FSH e LH pelas células gonadotrópicas • A inibina é a principal reguladora da produção de FSH • O uso de esteroides anabolizantes em machos pode tornar o animal estéril ou com hipofertilidade grave Puberdade • PUBERDADE X MATURIDADE SEXUAL • O hipotálamo tem um papel central para o início da puberdade, que ocorre quando este é dessensibilizado à inibição por feedback dos esteroides gonadais, o que permitirá a liberação de maior quantidade de GnRH • Com a estimulação da hipófise anterior, serão produzidos FSH e LH em níveis crescentes, o que estimulará o desenvolvimento dos testículos, a produção de testosterona e a espermatogênese Caso Clínico • Garanhão, 3 A • Cobriu 10 éguas saudáveis e emprenhou apenas 1 • Animal com exames clínicos e laboratoriais normais • Espermograma: sptz com anormalidades morfológicas graves
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