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Gestão de Custos e Finanças

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MATERIAL DIDÁTICO 
 
 
GESTÃO DE CUSTOS E FINANÇAS 
 
 
 
 
 
 
 
CREDENCIADA JUNTO AO MEC PELA 
PORTARIA Nº 2.861 DO DIA 13/09/2004 
 
0800 283 8380 
 
www.portalprominas.com.br 
 
 
 
2
 
SUMÁRIO 
 
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO ..................................................................................... 3 
UNIDADE 2 – CONTABILIDADE - CONCEITOS FUNDAMENTAIS ......................... 5 
2.1 OBJETIVO E OBJETO DE ESTUDO ................................................................................ 5 
2.2 FUNÇÕES ................................................................................................................ 6 
2.2.1 INSTRUMENTO DE FISCALIZAÇÃO E CONTROLE ......................................................... 7 
2.3 PRINCÍPIOS CONTÁBEIS ............................................................................................ 8 
UNIDADE 3 – CONTABILIDADE DE CUSTOS ........................................................ 12 
3.1 TERMINOLOGIAS DE CUSTOS ................................................................................... 14 
UNIDADE 4 – MÉTODOS DE CUSTEIO E TOMADAS DE DECISÃO .................... 19 
4.1 A GESTÃO ESTRATÉGICA DOS CUSTOS ..................................................................... 19 
4.2 MÉTODOS DE CUSTEIO ........................................................................................... 21 
4.3 O MÉTODO DA UNIDADE DE PRODUÇÃO (UP) ........................................................... 28 
UNIDADE 5 – FORMAÇÃO DE PREÇOS ................................................................ 30 
UNIDADE 6 – PLANEJAMENTO E CONTABILIDADE FINANCEIRA .................... 34 
UNIDADE 7 – MERCADO FINANCEIRO ................................................................. 42 
7.1 MERCADO MONETÁRIO ........................................................................................... 46 
7.2 MERCADO DE CAPITAIS ........................................................................................... 46 
7.3 BANCO DE INVESTIMENTOS ..................................................................................... 47 
7.4 MERCADO FINANCEIRO INTERNACIONAL ................................................................... 48 
7.5 FINANCIAMENTOS: CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO ........................................................ 49 
UNIDADE 8 – VALOR ECONÔMICO AGREGADO (EVA®) E VALOR DE 
MERCADO AGREGADO (MVA®) ............................................................................ 53 
8.1 VALOR ECONÔMICO AGREGADO (EVA®) .................................................................. 55 
8.1.1 VANTAGENS, DESVANTAGENS E DIFICULDADES ...................................................... 57 
8.2 VALOR DE MERCADO AGREGADO (MVA®)................................................................ 58 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 60 
 
 
 
3
 
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO 
 
As organizações não são estruturas isoladas muito menos sistemas fechados, 
ao contrário, são sistemas abertos que interagem com outras organizações e com a 
sociedade de maneira geral. Elas possuem objetivos, missões, responsabilidade 
social que se traduz no desenvolvimento da comunidade, da cidade, da região, 
enfim, da macroeconomia em que estão inseridas. 
Como dizem Pompermayer e Lima (2003, p. 49), no cumprimento da sua 
missão, as organizações desenvolvem suas atividades econômicas, buscando 
cumprir suas principais funções: patriótica, mercadológica, tecnológica, social e 
econômica, o que torna os negócios mais atraentes e mais ricos em reciprocidade. A 
função econômica não é a principal, mas é imprescindível. Auferir e aferir lucro é a 
exigência maior de qualquer atividade econômica! 
A boa gestão de custos nas empresas é dependente e consequente da 
coragem decisória dos administradores em mudar processos e comportamentos. A 
institucionalização nas empresas de uma transformação comportamental alicerçada 
na prática efetiva de nova cultura de custos, consubstanciada em técnicas modernas 
de produção e de administração de recursos financeiros e humanos, é o caminho 
mais eficaz para a boa gestão de custos. Em qualquer circunstância, é sempre 
possível conter custos, seja pela racionalidade das tarefas, pelo combate implacável 
aos desperdícios e pela eliminação dos supérfluos. 
Uma das subáreas de conhecimento do Engenheiro de Produção engloba 
exatamente a gestão econômica, de custos, de investimentos e riscos. Nesse 
sentido, o EP tem como atribuições formular, estimar e avaliar resultados 
econômicos justamente para avaliar alternativas que levem a tomada de decisão, 
consistindo em um conjunto de técnicas matemáticas que simplificam a comparação 
econômica. 
Esperamos que apreciem o material e busquem nas referências anotadas ao 
final da apostila subsídios para sanar possíveis lacunas que venham surgir ao longo 
dos estudos. 
Ressaltamos que embora a escrita acadêmica tenha como premissa ser 
científica, baseada em normas e padrões da academia, fugiremos um pouco às 
 
 
4
 
regras para nos aproximarmos de vocês e para que os temas abordados cheguem 
de maneira clara e objetiva, mas não menos científicos. Em segundo lugar, 
deixamos claro que este módulo é uma compilação das ideias de vários autores, 
incluindo aqueles que consideramos clássicos, não se tratando, portanto, de uma 
redação original. 
 
 
5
 
UNIDADE 2 – CONTABILIDADE - CONCEITOS 
FUNDAMENTAIS 
 
A Contabilidade é a ciência que estuda, interpreta e registra os fenômenos 
que afetam o patrimônio de uma entidade. Ela alcança sua finalidade através do 
registro e análise de todos os fatos relacionados com a formação, a movimentação e 
as variações do patrimônio administrativo, vinculado à entidade, com o fim de 
assegurar seu controle e fornecer a seus administradores as informações 
necessárias à ação administrativa, bem como a seus titulares (proprietários do 
patrimônio) e demais pessoas com ele relacionadas, as informações sobre o estado 
patrimonial e o resultado das atividades desenvolvidas pela entidade para alcançar 
os seus fins (FRANCO, 1997; SÁ, 1998). 
Diversas técnicas são usadas pela contabilidade para que seus objetivos 
sejam atingidos: a escrituração é uma forma própria desta ciência de registrar as 
ocorrências patrimoniais; as demonstrações contábeis são demonstrações 
expositivas para reunir os fatos de maneira a obter maiores informações, e a análise 
de balanços é uma técnica que permite decompor, comparar e interpretar o 
conteúdo das demonstrações contábeis, fornecendo informações analíticas, cuja 
utilidade vai além do administrador (SÁ, 1998; IUDÍCUBUS, 2004; COUTINHO et al, 
2010). 
Como um instrumento operacional, a Contabilidade se realiza por meio de um 
sistema de informação e avaliação econômica e monetária, com a finalidade de 
fornecer demonstrações e análises que habilitem seus diversos usuários na predição 
sobre eventos e tendências futuras da organização. Assim, o produto da 
Contabilidade é a informação contábil resultante da sintetização dos dados obtidos 
através de documentos que reflitam a realidade mercantil em que se encontra o 
usuário (CHIAVENATO, 2005; COUTINHO et al, 2010). 
 
2.1 Objetivo e objeto de estudo 
O objetivo principal da contabilidade é coletar, registrar, resumir, analisar e 
relatar, em termos monetários, informações acerca dos negócios das companhias. A 
contabilidade busca prover os usuários com informações sobre aspectos de 
 
 
6
 
natureza econômica, financeira e física do patrimônio da entidade e suas mutações, 
o que compreende registros, demonstrações, análises, diagnósticos e prognósticos, 
expressos sob a forma de relatos, pareceres, tabelas, planilhas e outros. 
A contabilidadesó é capaz de captar e registrar, normalmente, eventos 
mensuráveis em moeda quando sabemos que, em quase todas as decisões, muitos 
outros elementos não quantitativos devem ser levados em conta para uma decisão 
adequada (IUDICIBUS, 1998, p. 27). 
De acordo com Iudícibus e Marion (2000, p. 68), o objetivo científico da 
Contabilidade manifesta-se na correta apresentação do Patrimônio e na apreensão e 
análise das causas das suas mutações. Já sob a ótica pragmática, a aplicação da 
Contabilidade a uma Entidade particularizada, busca prover os usuários com 
informações sobre aspectos de natureza econômica, financeira e física do 
Patrimônio da Entidade e suas mutações, o que compreende registros, 
demonstrações, análises, diagnósticos e prognósticos expressos sob a forma de 
relatos, pareceres, tabelas, planilhas e outros meios. 
Seu objeto de estudo nada mais é do que o patrimônio da entidade, composto 
pelo conjunto de bens, direitos e obrigações pertencentes a uma ou mais pessoas, 
em seus aspectos: estático (econômico e financeiro) e dinâmico (variações sofridas 
pela riqueza patrimonial) e nos seus aspectos qualitativos e quantitativos visando 
desnudá-lo e mostrá-lo como está, no intuito de propiciar condições de intervenção 
no mesmo (COUTINHO et al, 2010). 
 
2.2 Funções 
Quanto às funções da contabilidade, resumidamente, podemos dizer que 
funciona como um sistema de controle e informação das empresas. Com a análise 
do balanço patrimonial e da demonstração do resultado do exercício, é possível 
verificar a situação da empresa, sob os mais diversos enfoques, tais como: análises 
de estrutura, de evolução, de solvência, de garantia de capitais próprios e de 
terceiros, os bancos, as financeiras, aos clientes, etc. (CREPALDI, 2002, p. 24). 
 
 
7
 
Conforme Favero et al: 
Analisar, interpretar e registrar os fenômenos que ocorrem no patrimônio 
das pessoas físicas e jurídicas, busca demonstrar a seus usuários, através 
de relatórios próprios (Demonstração de Resultado do Exercício, 
Demonstração das Mutações de Patrimônio Líquido ou Demonstração de 
Lucros ou Prejuízos Acumulados, Balanço Patrimonial, Demonstração de 
Origens e Aplicações de Recursos e outros), as informações sobre o 
comportamento dos negócios para a tomada de decisões” (FAVERO et al, 
1997, p.13). 
 
De todo modo, podemos afirmar que as funções da Contabilidade se 
compõem pela classificação e registro dos fatos contábeis; o controle evidenciado 
pelo exame da situação patrimonial; a demonstração e análise da situação 
patrimonial com interpretação do resultado econômico apurado, de maneira a 
garantir o atingimento dos objetivos previstos pela mesma. 
 
2.2.1 Instrumento de fiscalização e controle 
É através da contabilidade que se registram os recursos encontrados pelo 
sistema contábil. A contabilidade deve ser organizada de forma a respeitar os 
princípios, informações e as características inerentes. 
Segundo Andrade (2002), a função da contabilidade como instrumento de 
controle é hoje unanimemente reconhecida. Um sistema de contabilidade que não 
esteja apoiado num eficiente controle interno é, até certo ponto, inútil uma vez que 
não é possível confiar nas informações contidas nos seus relatórios. 
Uma vez que a contabilidade é vista como um sistema de informação e 
mensuração de eventos que afetam a tomada de decisão, o controle interno deverá 
usar um sistema organizado de contabilidade de modo que possa acompanhar a 
execução dos aspectos financeiros e gerenciais e as operações extras orçamentais 
de natureza financeira ou não. 
O controle requer a existência de uma estrutura organizacional que defina as 
responsabilidades de garantir o desempenho dos setores envolvidos com a 
contabilidade. 
Ela deve pôr em evidência todo tipo de controle dos documentos e recursos 
materiais, levando em conta os gastos e desperdícios que podem ser evitados, para 
 
 
8
 
controlar e obter resultados positivos com o apoio dos controles internos 
(CHIAVENATO, 2005; COUTINHOA et al, 2010). 
O controle é fundamental para executar o acompanhamento das tarefas e 
registros da contabilidade, além de apontar eventuais falhas. Realiza, assim, uma 
manutenção dos bens e aplicações dos recursos. 
Em virtude disso, a contabilidade como um processo de informação deve ser 
organizada de maneira que as informações obedeçam aos princípios contábeis 
geralmente aceitos, e possuam características que lhe são inerentes, entre as quais 
de utilidade e confiabilidade (ANDRADE, 2002). 
 
2.3 Princípios contábeis 
 
A contabilização deve ser realizada em conformidade com os Princípios 
Fundamentais de Contabilidade, que são os parâmetros básicos que norteiam a 
realização da escrituração, através da definição de critérios e procedimentos que 
direcionam e uniformizam a contabilidade como atividade. Chamados também de 
regimes contábeis de escrituração. 
O CFC – Conselho Federal de Contabilidade, através da Resolução nº 
750/93, dispõe sobre os Princípios Fundamentais de Contabilidade, que ao 
reconhecer e oficializar esses princípios os coloca em um mesmo patamar, sem 
hierarquização. 
Os Princípios Fundamentais de Contabilidade representam a essência das 
doutrinas e teorias relativas à Ciência da Contabilidade, consoante o entendimento 
predominante nos universos científico e profissional de nosso País. Concernem, 
pois, à Contabilidade no seu sentido mais amplo de ciência social, cujo objeto é o 
Patrimônio das Entidades (CFC, N. 750/93). 
Considerando a estrutura conceitual básica da Contabilidade, Iudícibus e 
Marion (2000, p. 97) e outros estudiosos os classificam em postulados, princípios e 
convenções. Os postulados são premissas básicas para existência da contabilidade, 
ou seja, são a base para a existência da contabilidade, ou ainda, uma proposição ou 
observação de certa realidade que pode ser considerada não sujeita a verificação. 
 
 
9
 
Os princípios orientam quanto aos procedimentos que devem ser seguidos na 
realização dos registros contábeis; são preceitos básicos. As convenções delimitam 
o campo de atuação dos princípios, estabelecendo critérios a serem observados na 
aplicação dos mesmos. 
Os princípios contábeis adotados nas Normas Brasileiras de Contabilidade 
não se opõem aos da estrutura conceitual básica da Contabilidade. No entanto, 
estes apresentam maior abrangência e classificação científica, sendo, portanto, mais 
completos e mais específicos em relação a atuação do contador. 
São Postulados, segundo esses autores, o da Entidade Contábil e o da 
Continuidade, sendo que, a Resolução nº 750/1993 – CFC, os considera como 
Princípios Fundamentais. Estão elencados no art. 3º da Resolução citada. 
Prescreve ainda o §2º, do art. 1º, da mesma norma que “na aplicação dos 
Princípios Fundamentais de Contabilidade há situações concretas e a essência das 
transações deve prevalecer sobre seus aspectos formais”. Ou seja, a cada situação, 
o contabilista deve analisar se a forma jurídica confere com a essência econômica 
do fato contábil. Caso não confira, a essência deve prevalecer sobre a forma. Alguns 
autores consideram essa assertiva como um princípio “embrionário”. 
De acordo com Reis (1995, p. 7), os princípios contábeis constituem a 
essência das doutrinas e teorias relativas à ciência da contabilidade, segundo 
entendimento dominante no universo científico profissional brasileiro. 
Horngren (1985, p. 394), por sua vez, afirma que os princípios contábeis 
transformaram-se em princípios de aceitação geral por consenso, sendo ainda que 
tal consenso não é influenciado somente pela análise lógica formal, mas também 
pela experiência, pelo uso e pela necessidade prática. 
Segundo Iudícibus (2004), as convenções contábeis delimitam ou qualificam 
melhor o tipo de comportamento necessário do contador em face dosamplos graus 
de liberdade que os postulados e princípios lhe permitem exercer. São restrições 
que representam o complemento dos postulados e princípios delimitando-lhes 
conceitos e atribuições (IUDÍCIBUS; MARION, 2000, p. 121). São normas de caráter 
prático que devem ser consideradas como guias. Conservadorismo, Consistência, 
Materialidade e Objetividade são as quatro convenções aceitas pelos doutrinadores. 
 
 
10
 
Segundo Coutinho et al (2010), os princípios fundamentais da contabilidade 
representam a essência das doutrinas e teorias relativas à ciência da contabilidade, 
de acordo com o entendimento predominante nos universos científico e profissional 
de nosso país. O pronunciamento conceitual básico emitido pelo CPC, sob o título 
Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações 
Contábeis, classifica, tecnicamente, os princípios contábeis em dois níveis. 
Primeiro nível – 
pressupostos 
básicos 
Regime de competência - As demonstrações contábeis são preparadas 
conforme o regime contábil de competência. Segundo este regime, os 
efeitos das transações e outros eventos são reconhecidos quando 
ocorrem (e não quando os recursos financeiros são recebidos ou pagos) 
e são lançados nos registros contábeis e reportados nas demonstrações 
contábeis dos períodos a que se referem. 
As demonstrações contábeis preparadas pelo regime de competência 
informam aos usuários não somente as transações passadas, envolvendo 
o pagamento e recebimento de caixa ou outros recursos financeiros, 
como também as obrigações de pagamento futuras e os recursos que 
serão recebidos no futuro. 
Dessa forma, apresentam informações sobre transações passadas e 
outros eventos que sejam as mais úteis aos usuários na tomada de 
decisões econômicas. Em resumo, o regime de competência pressupõe a 
confrontação entre receitas e despesas. 
Continuidade - As demonstrações contábeis são normalmente 
preparadas no pressuposto de que a entidade continuará em operação no 
futuro previsível. Dessa forma, presume-se que a entidade não tem a 
intenção nem a necessidade de entrar em liquidação, nem reduzir 
materialmente a escala das suas operações. 
Segundo nível – 
características 
qualitativas das 
demonstrações 
contábeis 
Compreensibilidade - Uma qualidade essencial das informações 
apresentadas nas demonstrações contábeis é a de que elas sejam 
prontamente entendidas pelos usuários. Para este fim, presume-se que 
os usuários tenham um conhecimento razoável dos negócios, atividades 
econômicas e contabilidade e a disposição de estudar as informações 
com razoável diligência. Todavia, informações sobre assuntos complexos 
que devam ser incluídas nas demonstrações contábeis por conta de sua 
relevância para a tomada de decisão pelos usuários não devem ser 
excluídas em nenhuma hipótese, principalmente porque seria difícil para 
certos usuários entenderem. 
Relevância - diz respeito à influência de uma informação contábil na 
tomada de decisões. As informações são relevantes quando podem 
influenciar as decisões econômicas dos usuários, ajudando-os a avaliar o 
impacto de eventos passados, presentes ou futuros, confirmando ou 
corrigindo suas avaliações anteriores. A relevância depende da natureza 
e também da materialidade (dimensão econômica) do item em discussão. 
 
Confiabilidade - Para ser útil, a informação deve ser confiável, livre de 
erros ou desvios relevantes e representar adequadamente aquilo a que 
se propõe. A confiabilidade torna-se uma das características mais 
importantes, pois trata da “primazia da essência sobre a forma”, ou seja, 
a forma econômica deve prevalecer sobre a forma jurídica. E ainda, é 
necessário também que se observem: 
neutralidade – imparcialidade da informação apresentada; 
 
 
11
 
prudência – precaução nas estimativas com o cuidado para se evitar 
exacerbado conservadorismo; 
integridade – a informação deve ser a mais completa possível. 
Comparabilidade - As demonstrações contábeis elaboradas devem ser 
passíveis de comparação não somente ao longo do tempo – o que 
permite a visualização de tendências de evolução patrimonial – mas, 
também, em relação a outras empresas que exercem atividades de 
mesma natureza - possibilitando uma melhor visão do posicionamento da 
empresa no mercado em que atua. Tal característica qualitativa não deve 
ser confundida com o total engessamento ou imutabilidade das práticas 
contábeis adotadas. Sempre que a empresa estiver diante de uma prática 
que seja permitida por lei e abarcada pelas normas contábeis, deve-se 
modificar o procedimento até então adotado, tendo em vista a geração de 
informação com melhor qualidade. 
 
É importante observar que existem limitações às características de relevância 
e confiabilidade das informações. Deve ser considerado o aspecto de 
tempestividade na divulgação das informações – o momento adequado, uma vez 
que a demora injustificável ou antecipação exagerada nessa divulgação pode 
comprometer definitivamente a utilidade da informação para os usuários. 
A relação entre o custo e o benefício de produção e divulgação de uma 
informação deve, evidentemente, ser observada. O benefício trazido pela informação 
deve ser maior do que o custo de produzi-Ia. Finalmente, com relação às 
características qualitativas, deve se perseguir um equilíbrio adequado, evitando 
privilegiar uma ou mais características em detrimento de outras. 
 
 
12
 
UNIDADE 3 – CONTABILIDADE DE CUSTOS 
 
De acordo com Pinto et al (2008), durante as décadas de 1960 a 1980, o 
Brasil viveu um longo período de processo inflacionário, com o seu mercado interno 
fechado. As empresas, na sua gestão operacional, procuravam produzir, 
comercializar ou prestar serviços praticamente sem controles administrativos na 
operação, porém com grandes controles financeiros, principalmente no que diz 
respeito à remarcação dos seus preços. Esse processo tornava o controle de custos 
algo desnecessário. 
Afinal, remunerávamos os estoques com a sua remarcação e, nessa ciranda, 
todo e qualquer erro na gestão da operação poderia ser facilmente repassado ao 
cliente mediante a elevação de preços, que as empresas alegavam ser referente, 
exclusivamente, à perda do poder aquisitivo da moeda. Entretanto, observamos ser 
esse processo inerente a uma proposta focada na visão financeira, já que a 
percepção econômica se perde em um cenário inflacionário. 
Tal cenário sofreu seu primeiro abalo no início da década de 1990, com a 
abertura do mercado interno brasileiro aos produtos e empresas estrangeiras. 
Chegava ao Brasil o conceito de concorrência internacional. Apesar da abertura aos 
produtos e às empresas estrangeiras, somente com o Plano Real, em 1994, 
tornamos razoáveis os índices inflacionários e, com isso, criamos toda uma 
necessidade de conhecimentos e controles empresariais. 
Esse novo ambiente empresarial fez com que muitas empresas nacionais 
deixassem de existir ou tivessem de passar seus controles acionários para 
empresas estrangeiras, seja pela falta de capacidade para administrar suas 
operações, seja pelo grande poder de capitalização dessas organizações 
internacionais. 
Os gestores passaram a ter necessidade de informações muito variadas. 
Afinal, a sobrevivência em ambiente competitivo requer conhecimentos 
diversificados sobre os produtos/serviços, produzidos/comercializados e, nesse 
contexto, a contabilidade de custos voltou a fazer parte dos controles fundamentais 
para a adequada gestão empresarial. 
 
 
13
 
A contabilidade de custos, com todo o seu ambiente de interpretação dos 
diversos tipos de atividades e sua flexibilidade gerencial, tem como característica 
primária oferecer ao gestor a capacidade de gerar informações que permitam o 
planejamento das ações no ambiente operacional e, consecutivamente, medir os 
efeitos desseplanejamento nos diversos setores da organização. 
A necessidade de planejamento das operações torna-se fundamental por 
possibilitar à empresa maior capacidade de controle sobre as suas ações no 
presente e as ações futuras. 
Esses dois elementos, planejamento e controle, permitem maior qualidade no 
processo de tomada de decisão por parte dos gestores nos diversos ambientes da 
empresa, operacionais ou administrativos. A contabilidade de custos consiste em um 
ramo da contabilidade, propriamente dita, cujo objeto de estudo é o custeio de um 
produto ou serviço. 
Para Martins (1998), o objetivo da contabilidade de custos é, portanto, 
identificar, mensurar e registrar transações econômicas realizadas por uma entidade 
que impactem diretamente no valor a ser atribuído a um produto ou serviço 
produzido ou executado pela mesma O objetivo da contabilidade de custo é fornecer 
informações sobre os produtos, de tal forma que essas informações possam auxiliar 
a administração da empresa na tomadas de decisões. 
Nos dias atuais, a contabilidade de custos informa dados para que a empresa 
realize previsões, avaliações, planejamento, controle e fixações de preço, uma vez 
que para competir no mercado é preciso buscar a maximização dos lucros. 
Para Leone (2000), uma das vantagens da contabilidade de custos é que ela 
pode e deve fornecer informações de custos diferentes para atender necessidades 
gerenciais diferentes. 
A contabilidade de custos requer assim, a existência de métodos de custeio 
para que, ao final do processo, seja possível obter-se o valor a ser atribuído ao 
objeto de estudo. Os principais métodos de custeio são: custeio por absorção; 
custeio variável; custeio por atividade; custeio ABC, e o custeio por UEP. 
Com respeito ao crescimento mercadológico, a contabilidade de custos apoia 
as diversas áreas, seja financeira, de marketing, operacional ou comercial, na 
 
 
14
 
avaliação do desempenho de determinado produto/serviço, fazendo essa avaliação 
em conjunto com os objetivos de lucro da empresa. 
Feita esta introdução aos objetivos da contabilidade de custos, destacamos 
que no ambiente contábil existem diversas nomenclaturas que são apresentadas no 
ambiente empresarial com significados diferentes e essa profusão de nomes para 
um mesmo conceito, em diversas situações, dificulta a correta classificação e 
entendimento, por parte do usuário, da informação contábil. 
 
3.1 Terminologias de custos 
As terminologias mais utilizadas no ambiente da contabilidade de custos são: 
gasto, investimento, custo, despesa e perda. 
Gasto é todo esforço que a entidade realiza para a obtenção de um bem ou 
serviço, representado por entrega ou promessa de entrega de ativos. O gasto se 
concretiza quando os serviços ou bens adquiridos são prestados ou passam a ser 
de propriedade da empresa. 
São exemplos o gasto com mão-de-obra (salários e encargos sociais) = 
aquisição de serviços de mão-de-obra; o gasto com aquisição de mercadorias para 
revenda; o gasto com aquisição de matérias-primas para industrialização; o gasto 
com energia elétrica = aquisição de serviços de fornecimento de energia; o gasto 
com aluguel de edifício (aquisição de serviços) e o gasto com reorganização 
administrativa (serviço). 
Investimento é o gasto com bem ou serviço ativado em função de sua vida 
útil ou de benefícios atribuíveis a períodos futuros. Como exemplos temos a 
aquisição de móveis e utensílios; a aquisição de imóveis; despesas pré-
operacionais; aquisição de marcas e patentes; aquisição de matéria-prima (estoque). 
Custo são gastos acumulados para executar uma atividade, fabricar um 
produto ou adquirir uma mercadoria. São exemplos: salários do pessoal da 
produção; matéria-prima utilizada no processo produtivo; mercadorias para venda; 
combustíveis e lubrificantes usados nas máquinas da fábrica; aluguéis e seguros do 
prédio da fábrica; depreciação dos equipamentos da fábrica; gastos com 
manutenção das máquinas da fábrica. 
 
 
15
 
Despesa são gastos com bens e serviços consumidos direta ou indiretamente 
com a finalidade de obtenção de receitas. 
A forma como os gastos impactam o resultado redefinirá sua classificação. Se 
esses gastos não impactam o resultado, mas o farão no futuro, serão estocados e, 
portanto, representam investimentos. Se esses gastos impactam o resultado de 
forma direta, ou seja, são os responsáveis diretos pela geração de receita, 
representam custo das mercadorias vendidas, custo dos produtos vendidos ou custo 
dos serviços prestados. 
Se esses gastos impactam o resultado de forma indireta, ou seja, são 
responsáveis indiretamente pela geração de receita e estiverem correlacionados 
com a operação dos negócios, serão despesas operacionais; porém, se não 
estiverem correlacionados com a operação dos negócios, será despesas não 
operacionais. Finalmente, se esses gastos não impactam o resultado nem o farão no 
futuro, representam perdas (figura 1). 
 
Perda é um gasto não-intencional decorrente de fatores externos fortuitos ou 
da atividade produtiva normal da empresa. 
No primeiro caso (fatores externos fortuitos), as perdas são consideradas da 
mesma natureza que as despesas e são apropriadas diretamente contra o resultado 
do período. São exemplos: incêndio; obsoletismo de estoques; período de greve; 
enchente; furto/roubo. 
 
 
16
 
No segundo caso (atividade produtiva normal), no qual se enquadram, por 
exemplo, as perdas normais de matérias-primas na produção industrial, elas 
integram o custo de produção. São exemplos: uma indústria de estamparia que 
aproveita apenas 80% da chapa de aço e considera 20% como perda técnica; o 
camiseiro que considera como custo o preço do pano total comprado, não se 
importando com os retalhos. 
 
3.2 Classificação dos custos 
Os custos podem ter as seguintes classificações: 
Custos diretos - São aqueles que podem ser apropriados diretamente aos 
produtos fabricados, porque existe uma medida objetiva de seu consumo nessa 
fabricação. São exemplos: matéria-prima – normalmente, a empresa sabe qual a 
quantidade exata que está sendo utilizada para a produção de uma unidade do 
produto; mão-de-obra direta – trata-se dos custos com os trabalhadores utilizados 
diretamente na produção. Sabendo-se quanto tempo cada um trabalhou no produto 
e o valor da mão-de-obra, é possível apropriá-Ia diretamente ao produto; material de 
embalagem; depreciação de equipamento quando é utilizado para produzir apenas 
um tipo de produto; energia elétrica das máquinas, quando é possível saber quanto 
foi consumido na produção de cada produto. 
Custos indiretos - São os custos que dependem de cálculos, rateios ou 
estimativas para serem apropriados em diferentes produtos; portanto, são os custos 
que só são apropriados indiretamente aos produtos. O parâmetro utilizado para as 
estimativas é chamado de base ou critério de rateio. São exemplos: depreciação de 
equipamentos que são utilizados na fabricação de mais de um produto; salários dos 
chefes de supervisão de equipes de produção; aluguel da fábrica; gastos com 
limpeza da fábrica; energia elétrica que não pode ser associada a determinado 
produto (PINTO et al, 2008). 
Custos fixos - São aqueles cujos valores serão os mesmos, 
independentemente do volume de produção e vendas da empresa. É o caso, por 
exemplo, do aluguel da fábrica. Este será cobrado pelo mesmo valor qualquer que 
seja o nível de produção, inclusive no caso de a fábrica nada produzir. 
 
 
17
 
Segundo Pinto et al (2008), os custos fixos são fixos em relação ao volume de 
produção, mas podem variar de valor no decorrer do tempo ou até o limite da 
capacidade do ativo gerador do custo fixo. O aluguel da fábrica, mesmo quando 
sofre reajuste em determinado mês, não deixa de ser considerado um custo fixo, 
uma vez que terá o mesmovalor qualquer que seja a produção do mês. Da mesma 
forma, o aluguel da fábrica só será constante até o limite do espaço do parque fabril 
disponível. Caso aumente a demanda da empresa por espaço, haverá aumento no 
Custo fixo pela necessidade de locação de nova área. 
São exemplos de custos fixos: o imposto predial; depreciação dos 
equipamentos (pelo método linear); salários de vigias e porteiros da fábrica; prêmios 
de seguro. 
Custos variáveis - São aqueles cujos valores se alteram em função da 
quantidade produzida ou do volume de vendas da empresa. No primeiro caso, os 
custos variáveis estão atrelados ao produto e aumentam na mesma medida do 
aumento da produção e, se não houver quantidade produzida, o custo variável será 
nulo. São exemplos de custos variáveis: materiais diretos consumidos (matéria-
prima); depreciação dos equipamentos (quando esta for feita em função das 
horas/máquina trabalhadas); gastos com horas extras na produção. 
No segundo caso, os custos variáveis estão atrelados a um percentual do 
faturamento e aumentam na mesma medida do aumento das vendas, sendo que seu 
valor depende tanto da quantidade vendida, quanto do preço da venda. Exemplos: 
comissão de vendas; descontos concedidos. 
Custos semifixos - São custos que são fixos numa determinada faixa de 
produção, mas que variam se há uma mudança nessa faixa. 
Custos semivariáveis - São custos que variam com o nível de produção, 
porém possuem uma parcela fixa que existe mesmo que não haja produção. 
É o caso, por exemplo, da conta de energia elétrica da fábrica, na qual a 
concessionária cobra uma taxa mínima, mesmo que nada seja gasto no período, 
embora o valor da conta dependa do número de quilowatts consumidos e, portanto, 
do volume de produção da empresa. Outros exemplos: aluguel de uma copiadora, 
no qual se cobra uma parcela fixa mesmo que nenhuma cópia seja tirada; gasto com 
combustível para aquecimento de uma caldeira, que varia de acordo com o nível de 
 
 
18
 
atividade, mas que existirá, mesmo que seja num valor mínimo, quando nada se 
produza, já que a caldeira não pode esfriar (PINTO et al, 2008). 
A partir do entendimento do comportamento dos custos, podemos traçar o 
gráfico dos custos totais. No gráfico abaixo temos uma boa representação. 
Figura 2 - Custos totais 
 
Fonte: Pinto et al (2008, p. 29) 
 
 
 
19
 
UNIDADE 4 – MÉTODOS DE CUSTEIO E TOMADAS DE 
DECISÃO 
 
4.1 A gestão estratégica dos custos 
É importante considerar que num ambiente de grande concorrência a escolha 
da metodologia de custos e sistema de informações gerenciais deve ser relevante, 
pois a eficácia na busca pelo lucro só será possível para quem possuir uma visão 
sistêmica do processo, para que possam identificar o mix ideal de vendas com 
produtos de maior valor agregado e consiga atuar sobre os produtos que geram 
menos lucro tornando-os mais competitivos. 
O gerenciamento de custos deve ser considerado de importância vital ao 
sucesso nos negócios de uma empresa (FAGUNDES, 2009). Atualmente, a 
revolução tecnológica repercute diretamente nos resultados das empresas, sobre a 
forma que as empresas demonstram suas informações e, principalmente, na 
velocidade das tomadas de decisões, de tal maneira que quem não manter um 
sistema eficaz está muito longe de conseguir resultados positivos em suas 
negociações. 
Toscani (1998) diz que o controle de custos organiza, analisa e interpreta os 
custos dos produtos, dos inventários, dos serviços, dos componentes da 
organização, dos planos operacionais e das atividades de distribuição para 
determinar o lucro. 
O gerenciamento de custos exige um conjunto de procedimentos empregado 
para a determinação do custo de um produto e das várias atividades relacionadas 
para sua fabricação e venda, para auxiliar o planejamento e a mensuração de 
desempenho da empresa. 
Os custos diretos ou indiretos permitem informações suficientes para chegar 
ao valor real do custo de produção de cada produto. Dutra (1995, p. 35) define 
“custo direto como aquele que pode ser diretamente apropriado a cada tipo de bem 
ou órgão, no momento da sua ocorrência, isto é, está ligado diretamente a cada tipo 
de bem ou função.” Portanto, custos diretos são todos os custos que possuem 
facilidade na sua percepção, sendo diretamente relacionados ao produto feito. 
 
 
20
 
Crepaldi (1999, p. 59) acrescenta que “os custos indiretos são os custos que 
dependem de cálculos, rateios ou estimativas para serem apropriados em diferentes 
produtos, portanto, que só são apropriados indiretamente aos produtos”. O termo 
indireto significa ser impossível uma segura identificação de seus valores e 
quantidades em relação ao produto. 
De acordo com Martins (1998, p. 56), “os custos fixos são os que num período 
tem seu montante fixado não em função de oscilações na atividade: variáveis os que 
têm seu valor determinado em função da oscilação na produção.” Portanto, custos 
fixos são aqueles cujo total não varia proporcionalmente ao volume produzido, como 
por exemplo, o aluguel e o seguro, já os custos variáveis variam proporcionalmente 
ao volume produzido, ou seja, se não houver quantidade produzida, o custo variável 
será nulo. Outros exemplos de custos variáveis: matéria-prima e embalagens. 
Martins (1998, p. 25) conceitua custo como “o gasto relativo à bem ou serviço 
utilizado na produção de outros bens ou serviços. E despesas como os bens ou 
serviços consumidos direta ou indiretamente para a obtenção de receita.” Quando 
uma organização não conhece seus respectivos potenciais de gerar lucro através da 
redução dos custos unitários na fabricação ou na escolha da melhor programação 
de produção reduzindo gargalos produtivos, ou ainda, antes de investir em um 
processo produtivo, a empresa não analisa onde o dinheiro pode gerar mais 
resultado, ela deixa de ganhar ou gerar lucro, traduzindo-se em um custo de 
oportunidade. 
Martins (1998) define os custos de oportunidade como sendo: o valor do 
benefício que se deixa de ganhar quando, no processo decisório, se toma um 
caminho ou uma alternativa em detrimento de outra. Entre os custos de 
oportunidade que existem no processo produtivo existem ainda as perdas que, por 
sua vez, devem ser consideradas como custo de oportunidade, ou seja, o lucro que 
a empresa deixou de realizar por ter perdido. 
A perda é considerada por Martins (1998, p. 26) como 
um bem ou serviço consumido de forma anormal e involuntária, não sendo 
um sacrifício feito com intenção de obtenção de receita, sendo exemplos 
mais comuns: perda com incêndios e obsoletismo de estoques. 
 
 
21
 
Sob essas proposições, a gestão de custos e sistemas de custeio estão 
estreitamente vinculados à trajetória estratégica escolhida pela empresa. Esta 
trajetória terá influência decisiva na definição e desenvolvimento do sistema de 
custos a ser implantado na indústria. 
 
4.2 Métodos de custeio 
Segundo Pinto et al (2008), a apuração dos custos é fundamental para o 
cálculo da lucratividade da empresa, apoiando também o gestor na análise da 
viabilidade do negócio e sua atratividade. 
Há a necessidade de identificar o custo unitário de um produto ou serviço por 
diversas razões. Primeiro porque ele é utilizado para valorar o estoque, um dos itens 
das demonstrações contábeis. Segundo, o custo de unidade vendida é transferido 
da conta estoque para a conta custo das mercadorias vendidas, e esta, por sua vez, 
tem seu valor deduzido da conta receita, determinando, então, o resultado. 
Finalmente, a gestão necessita do custo unitário de um produto para ajudá-Ia 
em várias decisões, como, por exemplo, calcular o preço de venda. Nesse sentido, o 
sistema de contabilidade de custos geralmente acumula custos com alguma 
classificação “natural” e, depois, aloca (associa) esses custosa algum objetivo de 
custos (método de custo). 
Portanto, identificados os custos e observadas as classificações, as empresas 
procedem a sua alocação nos produtos respectivos. É justamente nessa hora que 
surgem as indagações quanto à confiabilidade das informações geradas, em função 
da sua necessidade para um processo decisório quanto à diversificação de linha, 
quanto à ampliação e ao lançamento de novos produtos, entre outros (PINTO et al, 
2008). 
Vamos discorrer sobre três métodos de custeio: por absorção, variável ou 
direto e por atividades (ABC). 
O método de custeio por absorção representa uma exigência da legislação 
societária e consiste em alocar aos produtos ou serviços todos os custos incorridos, 
sejam eles diretos ou indiretos. No método por absorção, os fluxos de produção 
seguem os parâmetros apresentados na figura 3. 
 
 
22
 
Figura 3 – Método de custeio por absorção ou funcional 
 
Fonte: Pinto et al (2008, p. 41) 
 
Este método também é conhecido como modelo funcional, pois as despesas 
do período são classificadas pela sua função dentro do processo de geração de 
receita, ou seja, em produção, administrativas, vendas e financeiras. 
Além disso, o método é denominado absorção porque, nas despesas 
relacionadas com a produção, são considerados os custos fabris diretos e indiretos, 
alocados aos produtos por algum critério de rateio, relacionados aos produtos que 
geraram as receitas do período. Ou seja, os produtos absorvem todos os gastos 
relacionados ao processo produtivo. 
Neste método não há preocupação em classificar previamente os custos em 
fixos e variáveis, pois a ordem é a segregação das despesas do período por 
funções. Os custos dos produtos em processo, ou acabados em estoque, 
permanecem ativados para serem confrontados com as receitas futuras por ocasião 
da geração das receitas de vendas. 
Nos valores de produtos em processo estão incorporados os custos fixos 
indiretos alocados anteriormente. A demonstração de resultados do exercício (DRE), 
apresentada pelo método de custeio por absorção, é aquela exigida oficialmente 
pela lei das sociedades anônimas. 
 
 
23
 
Quando se usa o custeio por absorção acontecem alguns erros básicos que 
fazem com que o gestor não tenha noção da ociosidade da empresa. Se a empresa, 
por exemplo, deixar de fabricar um produto, todos os custos rateados a ele serão 
realocados para outros produtos. Só que a ociosidade gerada não será 
imediatamente localizada. Os quatro erros básicos seriam: 
1) não há identificação se os produtos realmente agregam valor para a 
empresa; 
2) não considera o comportamento dos custos, caso, por exemplo, se 
aumente a quantidade produzida; 
3) os critérios de rateio são arbitrários e, por isso, prejudicam a gestão da 
empresa; 
4) os produtos absorvem todos os custos. 
 
Surge, assim, no âmbito gerencial, o uso do custeio variável ou direto. O 
Método de custeio variável ou direto desenvolveu-se em virtude de o gestor 
demandar informações mais úteis ao processo gerencial. 
Em sua visão, os custos fabris são previamente classificados em variáveis e 
fixos, e apenas os custos variáveis são alocados aos produtos. Como consequência, 
apenas os custos variáveis serão ativados em produtos em processo. 
Nesse método, o princípio da competência não é observado, pois a parcela 
dos custos fixos que contribuiu com os produtos em processo ou acabados ainda 
não vendidos não permanecerá ativada, mas serão confrontadas como despesa do 
período as receitas geradas pelos produtos vendidos. 
De forma resumida, nesse método, os fluxos de produção seguem os 
parâmetros seguintes, conforme a figura 4. 
 
 
24
 
Figura 4 – Método de custeio variável 
 
Fonte: Pinto et al (2008, p. 41) 
 
A principal ideia do método variável ou direto é separar os custos variáveis, 
juntando a eles as despesas variáveis, indicando com clareza quais os gastos 
próprios de cada produto ou serviço, antes da incidência dos custos e das despesas 
fixas, requisitadas pela organização. Separa-se, portanto, o que realmente pertence 
a cada produto e varia conforme a sua quantidade (custos variáveis), e o que 
pertence à capacidade estrutural da organização e que, portanto, independe da 
quantidade produzida (custos fixos). Assim, o gestor consegue calcular quanto os 
produtos e serviços contribuíram para que a empresa possa cobrir seus gastos fixos 
e, ainda, remunerar os investidores. 
 
Surgimento do método de custeio por atividade – ABC. 
Com o passar do tempo e uso da tecnologia, os custos indiretos das 
empresas tornaram-se mais relevantes, fazendo com que a empresa necessitasse 
de mecanismos mais precisos para apurar o custo dos produtos. 
Já o método variável ou direto agrega informações, principalmente de curto 
prazo, visto que os custos fixos só serão constantes em certo período. Além disso, 
como os produtos não absorvem os custos fixos, porque estes pertencem à 
 
 
25
 
empresa, essa metodologia não apura os custos unitários, podendo prejudicar a 
formação de preços, mensuração de lucratividade e valorização dos estoques. 
Surge então uma metodologia batizada como Activity Based Costing (ABC). 
Este é um método de custeio baseado na análise das atividades significativas 
desenvolvidas na empresa. Visa eliminar as limitações impostas pelos sistemas 
tradicionais de custeio. 
Cooper e Kaplan (1998) consideram que o ABC é uma abordagem que 
analisa o comportamento dos custos por atividade, estabelecendo relações entre as 
atividades e o consumo de recursos, independente de fronteiras departamentais, 
permitindo a identificação dos fatores que levam a instituição ou empresa a incorrer 
em custos em seus processos de oferta de produtos e serviços e de atendimento a 
mercados e clientes. 
O objetivo principal do sistema ABC é a alocação racional dos gastos 
indiretos aos bens e serviços produzidos, proporcionando um controle mais apurado 
dos gastos da empresa e melhor suporte nas decisões gerenciais. Em princípio, o 
sistema baseado em atividades pode ser aplicado em qualquer empresa, de 
qualquer porte ou natureza. 
De forma comparativa, da mesma forma que o método por absorção diz que 
os produtos absorvem todos os custos, nós, humanos, consumimos energia elétrica. 
Pela visão do custeio ABC, no entanto, nós não consumimos energia elétrica. Quem 
consome são os eletrodomésticos. Nós usamos os eletrodomésticos. Ou seja, os 
produtos não consomem recursos. Na verdade, quem consome os recursos são as 
diversas atividades executadas pela empresa. Os produtos consomem tais 
atividades, como pode ser demonstrado na figura 5. 
 
 
26
 
Figura 5 – Consumo de recursos 
 
Fonte: Pinto et al (2008, p. 56) 
 
Considerando a maior complexidade do sistema ABC comparado com o 
sistema de custeio tradicional, por ocasião da avaliação quanto à conveniência da 
mudança na sistemática, é recomendável a aplicação somente nos seguintes casos: 
• o custo indireto ser a parcela significativa na composição do custo total; 
• diversidade de produtos e/ou serviços com variação relevante nos volumes de 
produção ou processo produtivo encomendas especiais onde volume e/ou 
especificações do produto variam de acordo com determinações impostas 
pelo cliente. 
 
Portanto, antes de qualquer reestruturação no sistema de custeio, faz-se 
necessário uma análise minuciosa das operações da empresa no sentido de se 
conhecer as atividades significativas, concluindo sobre a adequação, ou não, da 
implantação e operacionalização do sistema de custeio ABC. 
A utilização do método de custeio por atividades pode proporcionar benefícios 
interessantes para o correto rateio de custos indiretos aos produtos, tais como: 
• inclusão da totalidade dos custos nos produtos, por meio das atividades. 
Considerandoque todas as atividades que geram valor existem em função 
dos produtos, seus custos devem ser atribuídos; 
 
 
27
 
• estimativa de cada atividade em termos de objetivos da organização; 
• por se tratar de um método baseado em atividades, tende a exibir o vínculo 
destas com seus resultados (produtos, serviços, clientes, projetos); 
• o sistema ABC se diferencia pelo momento em que os custos começam a ser 
computados - por exemplo, em um processo industrial, os custos gerados 
pelo recebimento da matéria-prima são considerados na formação do custo 
do produto. Nos sistemas tradicionais, a acumulação dos custos do produto 
inicia-se somente com o processamento da matéria-prima, tornando todo o 
processo de custeamento mais preciso. No ABC são computadas, também, 
as despesas que irão decorrer da garantia e do atendimento ao consumidor 
após o momento da entrega do produto. Nos sistemas tradicionais, não existe 
esse tipo de preocupação, sendo o custo do produto encerrado no momento 
da sua passagem ao estoque de produtos acabados; 
• questionamento constante do sistema de produção é próprio do sistema ABC 
que, ao contrário dos sistemas tradicionais, está sempre buscando formas 
alternativas de produção visando à redução dos custos, verificando as 
atividades que agregam valor e aquelas que o cliente não estaria disposto a 
custear. Com isso, esse sistema se torna ideal para as empresas 
preocupadas com a satisfação do cliente e a manutenção da qualidade dos 
produtos e serviços prestados. 
 
Por outro lado, o método de custeio por atividades pode apresentar as 
seguintes distorções: 
• necessidade de apuração de custos fixos unitários, o que pode criar alguma 
dúvida com o conceito de custos variáveis; 
• alto custo de implementação pela ampla complexidade de localização e 
mensuração das diversas atividades existentes; 
• incomparabilidade entre os custos de concorrentes, em decorrência do 
processo antes citado. 
 
Dessa forma, pode-se afirmar que os métodos aqui expostos refletem as 
visões financeira, operacional e estratégica de uma organização. Ao se falar do 
 
 
28
 
método de custeio por absorção, observamos que os usuários das informações são 
os acionistas externos, financiadores e autoridades fiscais, com objetivos específicos 
da contabilidade financeira. 
Ao se falar do método de custeio variável, observamos que os usuários são 
os gerentes de linha e as equipes de melhoria de processos, que necessitam 
trabalhar com a margem de contribuição individual de seus produtos, em casos de 
tomada de decisão para exclusão e/ou de ampliação de portfólio. 
Quando falamos do método de custeio por atividades, observamos que os 
usuários são os planejadores estratégicos e gestores de custos, que defenderão as 
justificativas de investimentos, baseados no custeio de ciclo de vida dos produtos 
(PINTO et al, 2008). 
 
4.3 O método da Unidade de Produção (UP) 
O método de UP é muito útil para indústrias que possuem em sua linha de 
produção diferentes produtos sendo fabricados, pode ser uma ferramenta muito útil 
para os gestores, pois segundo Allora (1995, p. 8), o método UP significa 
tecnologia de gestão de desempenho e custos voltada para a melhoria de 
processos, redução de custos dos produtos, aumento da rentabilidade dos 
produtos e melhoria real da lucratividade da empresa. 
 
Para Morozini (2006, p. 146), uma das vantagens deste método é que ele 
“permite medir o desempenho da produção, verificar a viabilidade de aquisição de 
novos equipamentos, programador de produção e comparar processos, entre 
outros.” 
A produção de uma fábrica durante um determinado período corresponde ao 
conjunto de objetos fabricados, sejam acabados, semiacabados ou em andamento 
(ALLORA, 1996). 
As quantidades e tipos de artigos fabricados em uma indústria são 
enumerados para medir o desempenho realizado em determinado período, 
considerando-se que o número de peças, os metros na tecelagem e confecções, o 
quilograma na fundição e mecânica, as horas de trabalho, são todas unidades 
imperfeitas, que não refletem o verdadeiro valor e desempenho da produção 
 
 
29
 
(ALLORA, 1995). Portanto, a produção não dispõe de uma unidade de medida 
própria, quaisquer que sejam os produtos fabricados. 
De acordo com Bornia (1995), uma das vantagens da utilização deste método 
é devido a simplificação na maneira de realizar os cálculos de produção de um 
período, devido a utilização de uma única unidade medida para todos os produtos da 
empresa. 
Segundo explica Allora (1995, p. 52), as medidas comumente usadas na 
indústria são unidades imperfeitas, porque “não representam o verdadeiro valor da 
produção.” Concluem os autores que através destas medições não existe uma 
unidade de medida que permita medir com exatidão uma produção, qualquer que 
sejam os produtos fabricados. 
O método UP, vem para resolver este problema, pois representa uma unidade 
única para medir a produção diversificada de uma empresa, obtendo-se uma melhor 
ideia de produção e evitando-se que as quantidades e tipos de artigos fabricados 
sejam simplesmente enumerados (KUHN, FRANCISCO, KOVALESKI, 2011). 
 
 
30
 
UNIDADE 5 – FORMAÇÃO DE PREÇOS 
 
Segundo Pinto et al (2008), a formação de preços é um dos problemas mais 
delicados das organizações, ainda mais com a competitividade do mundo de hoje. 
De certa forma, uma diferença relativamente pequena no preço pode gerar efeitos 
dramáticos na lucratividade do bem ou serviço. 
Um estudo conduzido pela McKinsey (1992 apud PINTO et al, 2008), com 
mais de 2.400 empresas, mostra o impacto de várias decisões sobre os resultados 
finais: uma redução de 1% nos custos fixos melhora a lucratividade em 2,3%; um 
aumento de 1% no volume das vendas resulta em uma elevação de 3,3% nos 
lucros; uma redução de 1%nos custos variáveis ocasiona um aumento de 7,8% nos 
lucros e um aumento de 1% nos preços pode elevar a lucratividade em 11%. 
Vamos analisar alguns conceitos importantes na formação de preço. 
Preço é a expressão monetária do valor de um produto ou serviço, podendo 
ser amplamente definido como: o elemento mais flexível do composto de marketing. 
Há dois pontos de vista a considerar em relação ao preço. Primeiro, para a empresa, 
preço é a quantidade de dinheiro que está disposta a aceitar em troca de um 
produto. Para os consumidores, preço é algo que estão dispostos a pagar em troca 
de um produto. 
Existem três abordagens quanto à formação de preços, baseadas em custos, 
em percepção de valor e na concorrência. 
1) Formação de preços baseado em custos 
A metodologia consagrada por muitas empresas é aquela que define uma 
sistemática baseada nos esforços produtivos para se obter o preço de um bem ou 
serviço. Há a intenção de que o investidor obtenha lucro compatível com seus 
investimentos e, portanto, a receita deve cobrir os custos operacionais e gerar um 
lucro. De forma geral, o modelo de preço baseado em custos pode ser explicado 
pela figura 6. 
Percebe-se que o produto gera o custo e, a partir de uma margem de lucro, 
estabelece-se o preço-meta a ser cobrado ao público. 
 
 
31
 
 
Fonte: Adaptada de Kotler (1998, p. 246). 
2)Formação de preços baseado em percepção de valor 
Neste método de formação de preços, independentemente dos custos dos 
produtos, a tomada de decisão dos clientes está em sua percepção de valor. Dessa 
maneira, as empresas buscam mensurar quanto eles estão dispostos a pagar em 
troca de um bem ou serviço. 
Com base no preço que os clientes desejam pagar e considerando o lucro 
esperado pelos acionistas, estima-se o custo-meta, isto é, o custo que o produto 
deve ter, conforme a figura 7. 
 
Fonte: adaptada de Kotler (1998, p. 246). 
Percebe-se que o mercado acaba delimitando o produto a ser comercializado,tendo em vista que é a sua percepção de valor que irá direcionar os administradores 
a moldarem seus produtos de acordo com o custo-meta. 
 
3)Formação de preços baseado no concorrência 
Muitas vezes, a tomada de decisão dos consumidores está intimamente 
ligada à simples comparação do preço de um produto com outro do concorrente. Tal 
julgamento tem como premissa a força da marca das empresas e a percepção das 
diferenças existentes entre os produtos. Se forem semelhantes e proporcionarem os 
mesmos benefícios, a decisão se fundamentará na variável preço. Assim, a empresa 
estabelece seu preço em um patamar acima, igual ou inferior ao preço de seus 
competidores. O modelo pode ser representado pela figura 8. 
 
 
 
32
 
 
Fonte: adaptada de Kotler (1998, p. 246). 
Tal precificação considera que a concorrência interfere diretamente no valor 
do produto a ser vendido e, consequentemente, no estabelecimento do preço. 
Independentemente do modelo a ser escolhido, os gestores devem considerar 
inúmeras variáveis que influenciam a precificação, como percepção de valor, preço 
da concorrência, estratégias predefinidas, entre outras. Entretanto, são os objetivos 
financeiros aqueles que mais irão influenciar a tomada de decisões, como 
lucratividade e maximização do valor das ações. 
Assim, os objetivos não mensuráveis podem ser importantes e devem ser 
levados em conta sempre que pertinentes à avaliação do êxito do empreendimento, 
mas os objetivos financeiros terão um peso maior nesta avaliação, já que a 
cobertura dos custos e a geração do lucro são essenciais para a continuidade de 
qualquer empreendimento (PINTO et al, 2008). 
Enfim, a administração estratégica de preços tem como propósito criar 
decisões de preços com base em inúmeros fatores; os mais comuns são os fatores 
de mercado e financeiros. 
Não há dúvidas que o preço é um dos componentes fundamentais para tornar 
economicamente viável a oferta de bens ou serviços por parte de qualquer empresa. 
Dessa forma, nenhum elemento é capaz de justificar a prática de um preço médio 
inapropriado por longo tempo. 
Está comprovado também, que os bons resultados econômico-financeiros 
dependem de um preço de venda justo. Quando se fala de globalização, observa-se 
que as empresas têm que se ajustar aos preços praticados pelo mercado 
internacional. 
Quando a empresa fixa preços, ela tem que considerar estratégias e políticas 
prefixadas, analisando determinados aspectos, tais como mercado, market share, 
elasticidade de preço, etc. Muitas vezes, as empresas, antes de lançarem produtos, 
fazem análises econômico-financeiras e de mercado; depois, porém, que estão no 
mercado, observam que tais produtos já não atendem às necessidades do 
 
 
33
 
consumidor. Isso pode ser causado por vários motivos, como entrada de outros 
concorrentes no mercado, mudanças nas condições financeiras do consumidor, etc. 
Não é aconselhável que a empresa pratique preços que não cubram os 
custos por longo tempo; só poderá agir dessa forma se tiver objetivos estratégicos 
que justifiquem tal procedimento. 
Conforme já dito anteriormente, o principal propósito de qualquer decisão da 
empresa é a geração de lucro e valor para o acionista, mediante retorno sobre o 
investimento; assim, esse é também o principal objetivo da decisão de preços. 
Outros objetivos são perseguidos; entre eles, podemos citar: 
• Aumentar vendas e participação no mercado; 
• Evitar a competição e assegurar a sobrevivência; 
• Ser líder de preços com sustentabilidade; 
• Ter uma gestão eficiente da sua estrutura de custos e despesas fixas. 
 
 
34
 
UNIDADE 6 – PLANEJAMENTO E CONTABILIDADE 
FINANCEIRA 
 
A administração financeira tem demonstrado ao longo do tempo notável 
evolução conceitual e prática. De uma posição inicial menos ambiciosa para uma 
postura mais reveladora e questionadora em relação ao comportamento do mercado 
em geral e ao processo de tomada de decisões empresariais, essa evolução da área 
financeira possibilitou ao administrador contemporâneo uma necessidade nítida de 
maior visualização de toda a empresa, realçando suas estratégias de 
competitividade, continuidade e crescimento futuro. 
Segundo Assaf Neto (2005, p. 32), “a Administração Financeira é um campo 
de estudo teórico e prático que objetiva, essencialmente, assegurar um melhor e 
mais eficiente processo empresarial de captação e alocação de recursos de capital.” 
O administrador financeiro está mais preocupado em manter a solvência da 
empresa, proporcionando os fluxos de caixa necessários para honrar as suas 
obrigações e adquirir e financiar os ativos circulantes e fixos, necessários para 
atingir as metas da empresa. Ao invés de reconhecer receitas no ponto de vendas e 
despesas quando incorridas, reconhece receitas e despesas somente com respeito 
às entradas e saídas de caixa. 
De acordo com Lemes Júnior, Rigo e Cherobim (2005, p. 8), 
o administrador financeiro é responsável pela captação de fundos de curto 
prazo necessário às atividades diárias da empresa, e pela captação de 
recursos de longo prazo, necessários ao financiamento da expansão das 
atividades da empresa. 
 
Para os mesmos autores (2005, p. 4), a Administração Financeira objetiva 
maximizar a riqueza dos acionistas da empresa, sendo o administrador financeiro o 
principal responsável pela criação de valor da empresa. Dentre as inúmeras 
atividades desempenhadas por esta função, pode-se elencar as decisões 
estratégicas, como a seleção de alternativas de investimentos e as decisões de 
financiamento de longo prazo, além das operações de curto prazo, como a gestão 
do caixa, o gerenciamento do risco etc. 
 
 
35
 
E a contabilidade financeira? Onde surgiu e com quais objetivos? 
A contabilidade de maneira geral é um instrumento de controle patrimonial e 
de apoio ao processo de decisão. Sua história nos remete aos primórdios da 
civilização e está fortemente relacionada à necessidade social de proteção à posse 
e de perpetuação de meios materiais. Com a fixação do homem à terra e sua 
consequente exploração para a criação da riqueza individual, surge o senso de 
propriedade. Com a morte do “proprietário”, a riqueza a ser herdada passou a se 
chamar patrimônio, termo que se generalizou para qualquer conjunto de valores. 
Com o aparecimento e incremento das atividades de troca e venda de 
mercadorias realizadas pelos comerciantes, surgiu a necessidade do 
acompanhamento das variações de seus bens quando cada transação era efetuada 
e dos registros do comércio. À medida que o volume das transações aumentava, o 
mesmo acontecia com a quantidade de valores. As informações não eram de fácil 
memorização quando em maior volume, requerendo registros (COUTINHO et al, 
2010). 
As operações comerciais tornaram-se mais complexas, e o seu controle ficou 
mais exigente e detalhado. Surgiram os conceitos de caixa, rendas, lucros, receitas 
e despesas. No século XV, temos a difusão do sistema de partidas dobradas, que 
passa a ser a base da formação das regras de negócio de todo e qualquer sistema 
contábil. 
No Brasil, a vinda da Família Real portuguesa e a abertura dos portos 
incrementaram a atividade comercial. Naquele momento, o Brasil passou a 
estruturar um sistema de arrecadação de impostos, que exigia mais intensamente o 
controle patrimonial das atividades comerciais. 
Derivadas de um comportamento empresarial incipiente, as informações 
contábeis ainda sofrem a interferência de uma cultura nociva: quanto é que você 
quer que dê? O negócio ou empreendimento, quando iniciado, carrega esse modelo. 
O escopo maior é a prática da elisão fiscal que, revestida de informalidade, incentiva 
a pagar menos ou, preferencialmente, não pagar os impostos incidentes sobre o 
lucro (COUTINHO et al, 2010). 
Com essa postura, além da ausênciade vocação para empreendedor e da 
inexperiência do negócio, são mínimas as chances de sucesso do empreendimento. 
 
 
36
 
O antídoto para esses riscos é colocar em prática um fluxo de informações que 
mapeie preventivamente as dificuldades à frente, com tempo hábil para que sejam 
solucionadas. 
Outro ponto fundamental para vencer as adversidades é a conquista do 
equilíbrio financeiro, destacando-se a formação de um banco de dados que permita 
formar o preço dos produtos e serviços. Essa prática exige quantidade analítica 
mínima de informações que permita maior compreensão e comprometimento com o 
negócio. Cenários macroeconômicos devem ser previstos e adotados, simulando as 
informações na aproximação das metas estabelecidas. Nesse ambiente, mais uma 
vez, a presença do risco induz o empreendedor a tomar um caminho mais curto, 
optando pela prática da elisão fiscal como tábua de salvação. 
A renúncia e a aversão ao risco criam um sentimento que vicia a tomada de 
decisão, transformando a gestão em algo quase que empírico. Por outro lado, a 
presença da vocação na condução dos negócios traduz-se em uma eficiente e eficaz 
tomada de decisão na promoção da sobrevivência e do crescimento do próprio 
negócio. 
Com esse objetivo, e na tentativa de proporcionar maior entendimento e 
organização na gestão, são apresentados os conceitos intrínsecos em quatro 
paradigmas que, se observados e praticados, permitirão alcançar os resultados 
desejados. 
Os paradigmas empresariais 
 Capacidade de gerar lucro 
 De desempenho Crescimento sustentável 
Paradigma 
 De gestão Dinâmica de valores circulantes 
 compatibilização 
 
Capacidade de gerar lucro (paradigma de desempenho), estabelece a 
capacidade de geração de lucro, apresentando uma relação da taxa interna de 
retorno (TIR) maior que o custo de capital aportado. De maneira a tornar a 
 
 
37
 
exposição clara, vamos tomar por base a fase pré-operacional, isto é, o início das 
atividades de um empreendimento. 
Os investidores, acionistas ou empreendedores, após alguns estudos entre as 
metodologias existentes, avaliam alternativas de investimentos, decidindo aportar 
seus recursos no início de uma atividade econômica. Como prioridades, a vocação 
para os negócios e, em seguida, a obtenção da remuneração desejada do capital 
investido. 
A empresa recém-constituída ou em fase de implementação investe seus 
recursos, agora considerados próprios, na atividade econômica: capital circulante e 
investimentos fixos. Para a empresa, os recursos originários dos investidores e dos 
acionistas possuem um custo chamado de custo do capital. Para eles, investidores, 
é a remuneração desejada em função da alternativa escolhida. 
Concluindo-se, estabelece que a taxa interna de retorno (TIR) deve ser maior 
do que o custo do capital para que esse paradigma seja considerado verdadeiro e 
legitimado. Quando o objetivo é alcançado, superando a taxa desejada e mantida 
essa condição na atividade econômica, elege-se o empreendimento como gerador 
pleno de lucros. 
Crescimento sustentável (paradigma de desempenho) 
A gestão empresarial, para se tornar blindada às crises internas e externas, 
deve praticar o crescimento sustentável. Esse paradigma estabelece a prática de 
reinvestir a maior parte possível do lucro gerado pela empresa em sua própria 
atividade. 
A política empresarial nociva ao empreendimento, nesse ponto, sinaliza pela 
retirada em prol da satisfação pessoal do investidor, contribuindo para a 
desestabilização financeira. Distribuir desregradamente o lucro gerado é pouco 
recomendável. 
Pode-se estabelecer um salário a título de retirada mensal pela dedicação 
executiva e, ao final de cada exercício, distribuir dividendos a título de remuneração 
do capital investido. Reinvestir esse lucro na expansão dos negócios contribui para o 
crescimento econômico com maior produtividade, a manutenção do negócio permite 
a prática de uma visão de longo prazo. 
 
 
38
 
Compatibilização (paradigma de gestão) 
O equilíbrio financeiro acontece quando se pratica o paradigma da 
compatibilização, isto é, compatibilizar os prazos dos recursos com os prazos dos 
investimentos. Assim, os recursos de terceiros de curto prazo, também conhecidos 
como de funcionamento e financiamento, financiam prioritariamente os 
investimentos circulantes tais como: manutenção de liquidez, vendas a prazo e 
estoques. 
Os recursos de terceiros de longo prazo devem financiar a expansão e o 
crescimento, ou seja, os investimentos em bens de capital, pesquisa e 
desenvolvimento e tecnologia. Em casos especiais, podem financiar coligadas ou 
controladas, por meio de adiantamentos para futuro aumento de capital (Afac) da 
controladora e operações de mútuo com pessoas ligadas. 
Esse paradigma, quando praticado, reflete-se no equilíbrio do fluxo de caixa 
com relevância à paridade de encargos financeiros, quando comparados com a taxa 
de retorno dos investimentos. Traduz a prática de elaboração de projetos de 
investimentos que visem ampliar a capacidade instalada de produção, 
comercialização e serviços. Tais projetos consideram uma participação de recursos 
próprios da empresa como contrapartida aos recursos de instituições credoras ou 
investidores. 
A dinâmica de valores circulantes (paradigma de gestão) reúne dois fatores 
derivados dos paradigmas anteriores: a capacidade de gerar lucro e o crescimento 
sustentável. Esse paradigma estabelece a relação entre a força de demanda, 
vendas e o lucro gerado por essa força, isto é: quanto maior a rotação dos valores 
circulantes, maior o retorno dos recursos neles investidos. Exemplificando: 
 
Observa-se que, à medida que o mercado é estimulado, as vendas 
aumentam, imprimindo maior velocidade aos estoques, aumentando o giro e 
alavancando o lucro gerado no negócio. 
 
 
39
 
Logo, o paradigma da dinâmica de valores circulantes estabelece que quanto 
maior o giro dos valores circulantes (disponibilidades, estoques e duplicatas a 
receber), maior o retorno dos recursos neles investidos. 
Esse paradigma ressalta a importância de se observar o comportamento 
volátil do ciclo operacional, adequado às formas de negociação de clientes com 
fornecedores: vendas à vista para compra à vista; vendas à vista para compras a 
prazo; vendas a prazo para compras à vista; e venda a prazo para compras a prazo. 
As formas nem sempre são escolhidas aleatoriamente ou conforme a 
conveniência do gestor. A preferência recai na segunda forma, restaurando a 
liquidez e permitindo equilibrar o fluxo de caixa. A interpretação e utilização de todas 
as informações contábeis deve ser precedida do conhecimento de todos os 
conceitos e princípios que fundamentam o registro dos fatos contábeis, com o 
objetivo de se obter o melhor resultado, como veremos a seguir. 
A contabilidade é, objetivamente, um sistema de informação e avaliação 
destinado a prover seus usuários com demonstrações e análises de natureza 
econômica, financeira e de produtividade, com relação à entidade objeto de 
contabilização. 
Conceitua-se como usuário toda pessoa física ou jurídica que tenha interesse 
na avaliação da situação e do progresso de determinada entidade, seja uma 
empresa, ente de finalidade não lucrativa ou mesmo de patrimônio familiar. 
Contabilidade financeira na realidade é a contabilidade geral, necessária a 
toda empresa. Ela fornece informações básicas aos seus usuários e é obrigatória 
para fins fiscais. De acordo com a área ou atividade em que é aplicada, recebe 
várias denominações: contabilidade agrícola (aplicada às empresas agrícolas); 
contabilidade bancária (aplicada aos bancos); contabilidade comercial (aplicada às 
empresas comerciais); contabilidade hospitalar (aplicada aos hospitais); 
contabilidade industrial (aplicada às indústrias); e mais:contabilidade imobiliária, 
contabilidade pastoril, contabilidade pública, contabilidade de seguros, etc. 
As demonstrações contábeis são elaboradas para os usuários externos, 
conforme conceitual básico emitido pelo CPC, para atendimento de suas mais 
diversas necessidades. 
 
 
40
 
Mas quem são os usuários da informação contábil? 
1)Administradores 
Frequentemente os responsáveis pela administração estão tomando 
decisões, quase todas importantes, vitais para o sucesso do negócio. Por isso, 
necessitam de dados, de informações corretas, de subsídios que contribuam para 
uma adequada tomada de decisão. Decisões, tais como: contrair uma dívida a longo 
ou curto prazo, valor da dívida, volume de recursos imobilizados, entre outras. 
A contabilidade é o grande instrumento que auxilia a administração de todos 
os níveis a tomar decisões. Na verdade, ela coleta todos os dados econômicos, 
mensurando-os monetariamente, registrando-os e sumariando-os em forma de 
relatórios ou de comunicados, que contribuem sobremaneira para a tomada de 
decisões. 
2)Investidores 
É por meio dos relatórios contábeis que se identifica a situação econômico-
financeira da empresa. Assim, o investidor tem à mão os elementos necessários 
para decidir sobre as melhores alternativas de investimentos. Os relatórios 
evidenciam a capacidade de a empresa gerar lucros e outras informações. 
3)Fornecedores de bens e serviços a crédito 
Usam os relatórios para analisar a capacidade de pagamento da empresa 
compradora. 
4)Bancos 
Utilizam os relatórios para aprovar empréstimos, limites de crédito, projetos de 
investimentos etc., exercendo seu papel de intermediadores financeiros. 
5)Governo 
Não só usa os relatórios com a finalidade de arrecadação de impostos, como 
também para dados estatísticos, no sentido de melhor redimensionar a economia 
(IBGE, por exemplo) e viabilizar projetos de investimentos produtivos e sociais. 
6)Sindicatos 
Utilizam os relatórios para determinar a produtividade do setor, fator 
preponderante para reajustes de salários. 
 
 
41
 
7)Outros interessados 
Funcionários, órgãos de classe, pessoas e diversos institutos, como os 
conselhos regionais de contabilidade e outros. 
 
 
42
 
UNIDADE 7 – MERCADO FINANCEIRO 
 
Como bem nos diz Chiavenato (2005), as empresas não existem no vácuo 
nem são absolutas. Elas estão inseridas em um meio ambiente, do qual fazem parte 
e de que dependem para funcionar e existir. E nesse ambiente de negócios 
dinâmico, mutável e complexo é que existem os mercados. 
Mercado deixou de ser apenas local físico e o conceito se modernizou. 
Espacialmente pode ser uma região, um país, o mundo, dependendo do assunto a 
ser tratado. Temporalmente podemos dizer que ele se comporta de várias maneiras. 
Por exemplo, com relação ao mercado de trabalho, no primeiro trimestre de cada 
ano ele é tranquilo, ao contrário, torna-se agitado no último trimestre. Assim, 
podemos diferenciá-lo no espaço e no tempo. 
Uma vez que o mercado envolve as transações entre vendedores e 
compradores, oferta e procura, existe um jogo, uma relação que apresenta três 
situações: 
1. Equilíbrio – quando a oferta é igual a procura. Nessa situação os preços 
tendem a se estabilizar; 
2. Oferta – quando a oferta é maior que a procura. Os vendedores são muitos e 
os compradores são poucos. Isso faz com que os preços caiam devido à 
competição entre vendedores e compradores; 
3. Procura – quando a procura é maior que a oferta. Os compradores são muitos 
e os vendedores são poucos. Essa situação faz os preços subirem. Eles 
tendem a aumentar devido à competição entre os compradores. 
 
 
43
 
O quadro abaixo ilustra bem essas situações: 
 
Oferta Procura 
 
Situação de 
oferta 
 Situação de 
equilíbrio 
 Situação de 
procura 
 
Oferta>procura Oferta = procura Procura > oferta 
 
Concorrência entre 
vendedores 
 
Concorrência entre 
compradores 
 
Preços em baixa Preços estáveis Preços em alta 
 
Dentre os vários tipos de mercado que existem, nos interessa nesse momento 
discorrer sobre o mercado financeiro, onde são feitas transações entre aqueles que 
oferecem e aqueles que demandam fundos, isto, fornecedores e tomadores de 
fundos. 
Antes vamos relembrar o Sistema Financeiro Nacional (SFN), órgão que 
regula, controla e opera o mercado financeiro brasileiro, e que é composto de 
instituições financeiras envolvidas na questão da política monetária do governo, sob 
orientação do Conselho Monetário Nacional. 
O SFN é composto de um subsistema normativo e de um subsistema 
operativo. 
Subsistema normativo Subsistema operativo 
1.Conselho Monetário Nacional (CMN) 
2.Banco Central do Brasil (BCB) 
3.Comissão de Valores Mobiliários 
(CVM) 
4.Banco do Brasil S.A. (BB) 
5.Banco Nacional de Desenvolvimento 
Econômico e Social (BNDES) 
1.Instituições Financeiras Bancárias 
2.Instituições Financeiras Não 
Bancárias. 
 
 
44
 
 
 
 
 
INSTITUIÇÕES 
FINANCEIRAS 
Instituições Bancárias Instituições Não Bancárias 
Bancos Comerciais (públicos e 
privados) 
Caixa Econômica 
Bancos de investimento 
Bancos de desenvolvimento 
Cias. De desenvolvimento 
Soc. Crédito, Financ. e Investim. 
Soc. Crédito Imobiliário 
Ass. Pop. Empréstimos 
Companhias Seguradoras 
Bolsas de Valores – Soc. Corretoras – Distribuidoras 
Agentes autônomos de investimento 
CMN – Conselho Monetário 
Nacional 
BCB 
Banco Central do Brasil 
CVM – Comissão de Valores 
Mobiliários 
BB 
Banco do Brasil 
BNDES 
Banco Nacional de 
Desenvolvimento Econômico e 
Social 
 
 
45
 
O BCB, BB e os Bancos comerciais públicos e privados constituem o 
chamado subsistema monetário, ou seja, o subsistema que tem poder de emitir 
moeda escritural (cheque). Embora as caixas econômicas possam emitir cheque, 
elas costumam fazer parte do subsistema não monetário devido a predominância de 
atividades não monetárias. 
Os bancos comerciais são a porta de entrada ao sistema financeiro, 
especializados em duas atividades principais: 
a) Depósitos à vista e desconto de curto prazo; 
b) Venda de crédito e serviços oferecidos. 
 
Os bancos comerciais ainda podem funcionar no varejo e no atacado e 
podem ser divididos em bancos nacionais e regionais. 
 Quanto à 
clientela 
 Bancos de 
atacado 
 Bancos de 
varejo 
Bancos 
 Quanto ao 
território 
 Bancos 
nacionais 
 Bancos 
regionais 
 
É no mercado financeiro que ocorre a oferta e procura de recursos 
financeiros, onde se captam ou aplicam os recursos financeiros. A oferta dos 
recursos é determinada pela poupança, pelo estágio de desenvolvimento econômico 
atingido pelo país e pela eficiência dos intermediários financeiros. A procura de 
recursos, por outro lado, é determinada pelas exigências de fundos pelas empresas 
que operam no mercado. De maneira geral, essas exigências variam conforme o 
ramo de atividade e as características de cada ramo (CHIAVENATO, 2005). 
São os recursos financeiros que permitem aos tomadores e fornecedores de 
empréstimos e investimentos de curto e longo prazo a negociação entre si ou 
indiretamente por meio das instituições financeiras, ou seja, é o mercado financeiro 
que permite a transferência de recursos poupados por certas unidades para outras 
 
 
46
 
entidades que desejam investir e têm oportunidade para tanto. São, portanto, estes 
grupos que compõem a oferta e a procura de recursos financeiros. 
 
7.1 Mercado monetário 
O mercado monetário é constituído de fornecedores e de tomadores de 
fundos de curto prazo. Com exceção das transações entre bancos, as transações do 
mercado monetário são efetuadas através de títulos negociáveis, que são 
instrumentos

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