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Febre Amarela

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Febre Amarela
Doença febril aguda causada por vírus do gênero Flavivírus – vírus amarílico. É transmitido ao homem por mosquitos vetores e também é um arbovirose. É composto por RNA de filamento único. A doença possui um ciclo urbano e um silvestre. No ciclo urbano, a transmissão se dá de pessoa para pessoa por meio do Aedes aegypti. Na década de 50 o mosquito desapareceu e, portanto, a doença foi erradicada no Brasil. Atualmente, o território brasileiro foi infestado novamente pelo Aedes, no entanto, a febre amarela continua restrita ao ciclo silvestre. O ciclo silvestre é mantido por mosquitos Haemagogus, que transmite a doença para macacos – principal reservatório. O homem é um hospedeiro acidental ao adentrar matas em regiões endêmicas ou de transição. Febre amarela é uma autêntica zoonose. 
Período de incubação varia de 3-6 dias, onde surge febre alta, cefaleia e mialgias, com poucos sinais clínicos como infecção conjuntival, rubor facial e bradicardia relativa (sinal de Faget). Em sua maioria, a doença se resolve espontaneamente em 2-3 dias. Mas, alguns pacientes desenvolvem a forma moderada da doença com síndrome febril, icterícia, sangramento leve (como epistaxe) e albuminúria no EAS. Cerca de 10% vão desenvolver a forma grave e desses, 20-50% vão ter letalidade. O primeiro período de 3-4 dias de intensa viremia é chamado de período de infecção. Logo depois vem uma breve melhora da febre, com posterior recrudescimento. É o período de intoxicação, com aparecimento de anticorpos. A febre volta acompanhada de fenômenos hemorrágicos (gengivorragia, epistaxe, hematêmese, hemorragias petequiais e purpúricas). O envolvimento hepático extenso e por necrose determina surgimento de icterícia e elevação importante das Aminotransferases, principalmente a TGO. A lesão hepática se dá por efeito direto do vírus. As manifestações hemorrágicas se dão por disfunção plaquetária, CIVD e diminuição da síntese de fatores de coagulação pelo fígado. A proteinúria (principalmente albumina) e a necrose tubular aguda com aumento das escórias caracterizam comprometimento renal. Pode ocorrer miocardite. Paciente morre em estado de choque, CIVD e insuficiência hepática. Óbito costuma ocorrer entre 7° e 10° dia. 
Nos exames inespecíficos, o hemograma apresenta leucopenia e neutropenia, plaquetopenia, anemia (sangramentos), aumento de produtos de degradação de fibrina e VHS aproximando-se do zero – dado característico da doença. As Aminotransferases estão bem elevadas, fosfatase alcalina pode estar levemente elevada ou normal, a bilirrubina direta está elevada e ocorre prolongamento do tempo de protrombina. O EAS apresenta albuminúria de 300 a 500 mg. 
O diagnóstico é feito pela sorologia, principalmente pelo MAC-ELISA, que detecta anticorpos IgM a partir do quarto dia. Em caso de não reatividade, mais duas amostras devem ser colhidas com intervalo de 14 dias. Biópsia hepática é contraindicada com risco de sangramento. Vírus pode ser isolado através de hibridização in situ, imunofluorescência ou PCR, em fragmentos de biópsia no momento do óbito – para fins epidemiológicos. 
O tratamento é de suporte repondo volume com solução alcaloide de acordo com parâmetros hemodinâmicos. Vitamina K para correção da hipoprotrombinemia. Em casos de insuficiência renal a diálise peritoneal é indicada. Casos graves devem ser encaminhados para a UTI. 
Dentre as medidas de profilaxia, a mais – talvez única – eficaz é a vacina antiamarílica. Ela é eficaz em 95% dos casos a partir de 10 dias de sua aplicação e seu efeito é de pelo menos 10 anos. Vacina é feita com vírus atenuado, sendo chamada de YF-17D. Reações adversas ocorrem em 10% dos casos. Todos os visitantes de áreas potenciais de transmissão devem receber a vacina. A faixa etária inicial é de 9 meses, sem limite de idade. Em epidemias, recomenda-se a vacinação a partir de 6 meses por via subcutânea. Não há como controlar o Haemagogus, portanto o ciclo silvestre não é contido. Mas há como erradicar o Aedes aegypti dos arredores das cidades, evitando o retorno da febre amarela para o meio urbano.

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