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AULA 2: Ondas – parte 1 Patrícia Dalsoglio Garcia ESCOLA DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE Disciplina: Portos, Rios e Canais II DEFINIÇÃO • perturbação da superfície da água causada por ventos, sismos, deslizamentos e vulcões ou forças gravitacionais. • energia é dissipada internamente ao fluido, pela interação com o ar, no leito em águas rasas ou na arrebentação. • principais responsáveis pela remobilização dos sedimentos nas plataformas continentais e na formação das praias DEFINIÇÃO Movimentos do Mar Semi – Permanentes (Correntes marítimas) Ondulatórios (Ondas e marés astronômicas) Periódicos: Ondas de oscilação - devido ao vento Ondas progressivas: reproduzem-se no tempo e espaço (Ondas de gravidade) Ondas estacionárias: reproduzem-se no tempo (Seiches) Não periódicos: Ondas de translação – marés astronômicas DEFINIÇÃO Período (T): tempo que leva para que parte da onda se repita em relação a um ponto fixo de sua trajetória. Direção ou rumo: direção, em relação ao norte verdadeiro, de onde provém as ondas; Esbeltez (d): relação entre a altura e o comprimento (H/L). Expressa a forma da onda; Velocidade de propagação da onda ou celeridade (c): relação entre o comprimento e o período da onda (L/T). crista cavado comprimento (L) altura (H) amplitude (a) nível médio d'água profundidade (h) fundo oceânico TIPOS DE ONDAS Tipo de onda Período Causa Observações Ondas capilares T<0,1 s Vento local Pequenas ondulações conhecidas como vagas Ondas de gravidade 1 s < T < 20 s vento Crescem a partir das ondas capilares seiches Poucos minutos Diversas origens ocorrem em geral em bacias naturais ou portuárias, que resultam da amplificação e ressonância de ondas incidentes Tsunamis 15 min. < T < 60 min. Sísmica ondas progressivas de água rasa, causadas pelo rápido deslocamento da água do mar em função de algum movimento vertical repentino da Terra, por deslizamentos, icebergs soltando-se das geleiras, erupções vulcânicas e outros deslocamentos diretos da superfície da água Marés astronômicas 12 a 24h astronômica a atração gravitacional da Lua e do Sol sobre as massas líquidas ONDAS DE GRAVIDADE período varia desde ondículas, T=0,1 a 2 segundos até alcançar T=15 a 20 s geradas pelo vento são as mais importantes para os estudos na engenharia alturas que podem atingir 10m. Oceano Pacífico Mar do Norte Mar Mediterrâneo Cananéia (SP) Período(s) 22 20 14 12 Comprimento(m) 900 500 300 170 Altura* (m) 25 20 10 7 * Altura máxima assinalada: 34 m no Oceano Pacífico. ONDAS DE GRAVIDADE Zona de Formação de ondas: Ação direta do vento. Zona de expansão: As ondas começam a se propagar na direção que esta soprando o vento: aspecto irregular e tendência a ganhar energia. Zona de propagação: Ondas começam a se propagar livremente sob o efeito exclusivo da gravidade. Há perda de energia na propagação. Zona de deformação: Ocorre junto à costa em profundidades reduzidas, onde há influência nas características das ondas , deformando-as até ocorrer a arrebentação na praia ou costões (localização das obras marítimas) onde dissipam toda a energia. Vagas Ondulações (swell) DEFINIÇÃO MATEMÁTICA DAS ONDAS DE OSCILAÇÃO ondas reais são complexas Várias teorias para definição do movimento das ondas Quanto maior a declividade da onda (h/L) mais a forma se afasta da senóide se aproximando da forma trocoidal (teorias mais complexas) Teoria de onda simplificada de pequena amplitude, linear, de Airy ou de Stokes de primeira ordem Hipótese: as ondas são pequenas perturbações da superfície da água em repouso (ondas sinusoidais) não leva em conta o transporte de massa devido às ondas, ou o fato de que as cristas das ondas afastam-se mais do nível d'água em repouso do que os cavados, ou a própria existência da arrebentação das ondas, para cujas previsões são necessárias teorias mais gerais DEFINIÇÃO MATEMÁTICA DAS ONDAS DE OSCILAÇÃO Teoria de Airy a) O fluido é homogêneo e incompressível, portanto de massa específica () constante. b) A tensão superficial é negligenciável, o que é aceitável para comprimentos de onda superiores a 2 cm e períodos superiores a 0,1s. c) Pode-se negligenciar o efeito da aceleração de Coriolis. d) A pressão na superfície livre é uniforme e constante (atmosférica). e) O fluido é ideal e não viscoso. f) A onda considerada não interage com as outras. g) O leito é horizontal, fixo, impermeável, o que implica em que a velocidade orbital vertical junto ao leito seja nula. h) A amplitude da onda é pequena comparativamente com seu comprimento e à profundidade da água e sua forma é invariante no tempo e espaço. i) As ondas são planas (ou de crista longa ou bidimensionais), com forma lisa e regular. Isto é devido a que o movimento das partículas líquidas que formam a onda apresenta simetria cilíndrica, isto quer dizer que se repete identicamente em planos paralelos ao rumo de propagação. DEFINIÇÃO MATEMÁTICA DAS ONDAS DE OSCILAÇÃO Teoria de Airy três primeiras hipóteses são aceitáveis para virtualmente todos os problemas. As hipóteses (d), (e) e (f) somente não são consideradas em problemas muito específicos. Já as três últimas hipóteses não são consideradas em vários casos, principalmente em águas mais rasas e próximas da arrebentação, onde as velocidades das partículas e a velocidade de fase da onda são próximas. DEFINIÇÃO MATEMÁTICA DAS ONDAS DE OSCILAÇÃO CLASSIFICAÇÃO h/L 2(πh/L) tgh(2(πh/L)) Águas profundas ≥ 1/2 ≥ π ≈ 1 Águas de transição 1/25 a 1/2 1/4 a π tgh (2(πh/L)) Águas rasas < 1/25 < 1/4 ≈ 2(π h/L) c=velocidade de propagação da onda=celeridade. L=comprimento da onda. H=altura da onda. h=profundidade em relação ao nível de repouso. )tanh(kh g T L C T 2 L k 2 Número de onda Frequencia angular )tanh(kh gT L DEFINIÇÃO MATEMÁTICA DAS ONDAS DE OSCILAÇÃO h h h DEFINIÇÃO MATEMÁTICA DAS ONDAS DE OSCILAÇÃO Teoria de Airy Águas profundas – h > L/2 h>L/2 movimento desprezível nível médio d'água partícula direção de propagação da onda T g CT gT Lkh 56,156,11)tanh( 0 2 0 DEFINIÇÃO MATEMÁTICA DAS ONDAS DE OSCILAÇÃO Teoria de Airy Águas intermediárias e rasas – h < L/2 h<L/2 movimento de vaivém junto ao fundo nível médio d'água direção de propagação da onda hgCkhkh )tanh( ONDAS REAIS Variáveis ao longo do tempo Trem de ondas com aproximadamente mesmos período, direção e celeridade (alturas pouco diferentes) Previsão feita através de valores extremos que ocorrem com determinado período de retorno – observações prolongadas (mínimo de 1 ano) Medições de ondas locais ou ao largo -4,00 -3,00 -2,00 -1,00 0,00 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00 0 100000 200000 300000 400000 500000 600000 700000 800000 Tempo (s) Nível d´águ a (m) ONDAS REAIS Análise estatística Hz: altura média das ondas Hs: média das alturas das 1/3 maiores ondas H10: média das alturas as 10% maiores ondas Hi: média das alturas as i% maiores ondas Tz: período médio das ondas Tp: período correspondente ao pico de energia do espectro DEFORMAÇÃO DAS ONDAS NAS PROXIMIDADES DA COSTA Empolamento Refração (empolamento devido à refração) Arrebentação Difração Reflexão DEFORMAÇÃO DAS ONDAS NAS PROXIMIDADES DA COSTA Empolamento alteração da altura da onda devido somente à redução da profundidade, sendo que pouco antes da arrebentação a onda atinge sua altura máxima 1.0 1.1 1.2 1.3 1.4 0.512351015203050 13 8 6 440 h - profundidade (m) H - altu ra d a on da ( m) 100200 arrebenta ! água profunda intermediária água teoria linear teoria solitária Teoria Linear de Ondas Teoria de Onda Solitária Onda de Período de 7 segundos H (m) L (m) c (m/s) L h 100 76.50 10.93 1.31 50 76.46 10.92 0.65 38.11 76.22 10.89 0.50 20 71.98 10.28 0.28 10 59.82 8.54 0.17 5 45.65 6.52 0.11 Variação do comprimento e celeridade de uma onda com período 7s Empolamento de uma onda com período T = 7s e H0 = 1m rumando para a costa. DEFORMAÇÃO DAS ONDAS NAS PROXIMIDADES DA COSTA Refração (empolamento devido à refração) encurvamento da frente de ondas com a tendência de redução do ângulo formado com as isóbatas batimétricas do fundo O fenômeno de refração é muito conhecido em ondas luminosas que passam de um meio a outro (Lei de Snell Descartes). Frente de ondas refratando DEFORMAÇÃO DAS ONDAS NAS PROXIMIDADES DA COSTA Refração (empolamento devido à refração) DEFORMAÇÃO DAS ONDAS NAS PROXIMIDADES DA COSTA Refração (empolamento devido à refração) interferência com o fundo que faz com que a celeridade da onda reduza com a diminuição da profundidade ondas tendam a atingir a costa paralelamente as isóbatas batimétricas. onda atingir a costa em uma enseada há uma desconcentração de energia em função do espalhamento da frente de ondas causado pela refração. Neste caso há uma tendência de acúmulo de sedimentos junto a praia. Junto aos pontais ocorre o contrário, com grande concentração de energia e pouco acúmulo de sedimentos arenosos, sendo que predominam perfis rochosos DEFORMAÇÃO DAS ONDAS NAS PROXIMIDADES DA COSTA linha d e costa enseada pontal isóbata or to go na l Refração (empolamento devido à refração) DEFORMAÇÃO DAS ONDAS NAS PROXIMIDADES DA COSTA Arrebentação onda arrebenta quando atinge a razão entre a altura da onda e a profundidade (H/h) atinge valores da ordem de 0,78 a energia da onda é dissipada sendo capaz de colocar os sedimentos em suspensão para mobilização, fato que influência diretamente na dinâmica da praia Parte da energia, porém, é refletida de volta para o mar, dependendo da declividade da praia (quanto mais íngreme do perfil praial mais a reflexão). DEFORMAÇÃO DAS ONDAS NAS PROXIMIDADES DA COSTA Arrebentação Mergulhante: declividade média e as cristas das ondas, antes de romper, formam um enrolamento em espiral (tubo) Deslizante: declividade mais suave e a onda rompe relativamente longe da beira da praia, de modo suave e vai se espraiando percorrendo grande distância formando um longo rastro de espuma Ascendente: declividade muito alta (praia de tombo) MERGULHANTE DESLIZANTE ASCENDENTE DEFORMAÇÃO DAS ONDAS NAS PROXIMIDADES DA COSTA Difração deformação da onda podem ocorrer devido a presença de um obstáculo, com por exemplo uma ilha, um quebra-mar ou alguma obra de portuária ou de proteção de costa fenômeno de transmissão lateral de energia de onda ao longo de sua crista, sendo responsável pela propagação das ondas na zona de sombra do obstáculo diminui a energia da onda incidente provocando uma perda de competência na movimentação dos sedimentos DEFORMAÇÃO DAS ONDAS NAS PROXIMIDADES DA COSTA Difração DEFORMAÇÃO DAS ONDAS NAS PROXIMIDADES DA COSTA Difração Consequência: formação de tômbolos Sununga Lázaro Domingas Dias DEFORMAÇÃO DAS ONDAS NAS PROXIMIDADES DA COSTA Reflexão ocorre quando a frente de ondas encontra um obstáculo A onda refletida é estacionária e em casos de obstáculos verticais, com por exemplo paredes de proteção de praias, podem ocorrer intensificação do fenômeno de reflexão com o aumento das velocidades orbitais das ondas e amplificação do efeito erosivo na praia devido a perda de sedimentos
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