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Fluxo magne´tico Fabio Rasera Fernanda Vito´ria Roman de Oliveira Luan Bottin de Toni 30 de junho de 2017 1 Introduc¸a˜o Este experimento consiste na determinac¸a˜o da intensidade do vetor induc¸a˜o magne´tica de um ima˜ permanente e uma bobina atrave´s da aplicac¸a˜o da lei da induc¸a˜o de Faraday-Lenz e, inserindo um nu´cleo de ferro dentro da bobina, determinar a permeabilidade magne´tica do material. Ale´m disso, procura-se verificar a validade dessa lei e a validade da expressa˜o do campo magne´tico produzido por um soleno´ide, assim como verificar a permeabili- dade magne´tica do ferro. 2 Referencial Teo´rico Para aplicar a lei de Faraday-Lenz, precisamos saber calcular a quan- tidade de campo magne´tico que atravessa a espira. Para isso, partimos da definic¸a˜o que o fluxo magne´tico que atravessa a espira e´ dado por: ΦB = ∫ ~B.d ~A (1) onde d ~A e´ um vetor de mo´dulo dA perpendicular a um elemento de a´rea dA. No caso particular em que o plano da espira e´ perpendicular ao campo magne´tico e este considerado uniforme, o fluxo atrave´s da superf´ıcie sera´: ΦB = BA (2) A lei da induc¸a˜o de Faraday-Lenz nos diz que a forc¸a eletromotriz E induzido num circuito e´ igual a` taxa de variac¸a˜o com o tempo do fluxo magne´tico: E = −dΦB dt (3) 1 Se aplicarmos essa equac¸a˜o a uma bobina de N espiras, aparecera´ uma f.e.m. induzida em cada uma das espiras, e rearranjando-a temos que: E = −NdΦB dt − ∫ Φ1 Φ0 dΦB = 1 N ∫ t1 t0 Edt Φ0 = 1 N ∫ t1 t0 Edt (4) pois Φ1 = 0, uma vez que o ima˜ na˜o produz fluxo magne´tico detecta´vel quando fica totalmente fora das espiras. Para calcular o vetor induc¸a˜o magne´tica de uma bobina, partimos das expressa˜o do campo magne´tico produzido por um soleno´ide: BSem nucleo = µ0Ni L (5) onde L e´ o comprimento da bobina e i a sua corrente. Quando um nu´cleo de material ferromagne´tico e´ inserido dentro da bobina a induc¸a˜o magne´tica B da bobina passa a ser: BNucleo = µNi L (6) onde µ >> µ0. Ao dividirmos a equac¸a˜o 6 pela equac¸a˜o 5, temos que: µ = BNucleo BSem nucleo µ0 = ΦNucleo ΦSem nucleo µ0 (7) 3 Materiais Utilizados Foram utilizados os seguintes materiais: • Um ima˜ permanente; • Uma bobina de 1000 espiras (a´rea 49(±0,25)cm2 e comprimento de 6,5(±0,5)cm); • Uma bobina de 10000 espiras a´rea 49(±0,25)cm2 e comprimento de 6,5(±0,5)cm); • Um oscilosco´pio; • Um multiteste; • Resistores; • Uma fonte de tensa˜o. 2 4 Procedimento de coleta de dados O experimento foi dividido em duas partes. Na primeira parte monta- se a bobina de 10000 espiras ligada ao multiteste e ao oscilosco´pio a fim de observar uma corrente ele´trica induzida na bobina devido ao fenoˆmeno de induc¸a˜o magne´tica. Na segunda parte utiliza-se uma bobina de 1000 espiras pela qual passa uma corrente de 200mA como um eletroima˜, e com esse eletroima˜ continua-se a executar o processo de induc¸a˜o magne´tica na bobina de 10000 espiras. Com estas etapas do experimento, podemos estimar o valor do campo magne´tico induzido, a permeabilidade magne´tica do ferro e verificar a validade da lei de Faraday-Lenz. Os materiais utilizados esta˜o expostos na imagem a seguir, na configurac¸a˜o de montagem para a segunda parte do experimento. Figura 1: Esquema de montagem do experimento com bobinas Primeiramente, monta-se o oscilosco´pio ligado na bobina de 10000 espiras e no multiteste de forma que quando um ima˜ passar pelo centro da bobina uma corrente e´ induzida pelas espiras o oscilosco´pio registra a variac¸a˜o da corrente. Com o aux´ılio de um pen drive foram salvas 10 curvas da tensa˜o pelo tempo. Na segunda parte, usa-se uma bobina geradora de 1000 espiras e uma bobina detectora (composta pela mesma bobina de 10000 espiras usada na primeira parte do experimento). A bobina geradora e´ conectada a` fonte 3 de tensa˜o para funcionar como um eletroima˜ e a bobina detectora e´ co- nectada ao oscilosco´pio e ao multiteste de forma que possamos registrar a corrente induzida em suas espiras. Quando o circuito e´ ligado e a cor- rente passa pela bobina geradora, tal corrente gera um campo magne´tico, ao afastarmos uma bobina da outra ha´ variac¸a˜o do fluxo magne´tico na bo- bina detectora e, portanto, corrente induzida nessa bobina. Essa variac¸a˜o e´ captada pelo oscilosco´pio atrave´s de curvas Vxt; foram salvas 10 dessas curvas para ana´lise posterior. Posteriormente, mante´m-se a mesma montagem e procedimento com a u´nica diferenc¸a de que se adiciona um nu´cleo de ferro que preenche o interior da bobina. Dessa forma, e´ poss´ıvel determinar a permeabilidade magne´tica do ferro. 5 Dados Experimentais As a´reas sob as curvas captadas no oscilosco´pio nos treˆs casos repre- sentam a integral ∫ t1 t0 Edt da equac¸a˜o 4, as dez a´reas calculadas atrave´s do programa SciDavis esta˜o dispostas a seguir, juntamente com um gra´fico re- presentativo de cada caso: A´rea (V.s) Ima˜ permanente Bobina sem nu´cleo Bobina com nu´cleo 1 0,57236 0,009546 0,173336 2 0,57608 0,009034 0,179936 3 0,56964 0,009076 0,176964 4 0,56152 0,009852 0,173672 5 0,56492 0,009776 0,179680 6 0,57388 0,009260 0,173748 7 0,57416 0,009250 0,176264 8 0,55916 0,009360 0,174968 9 0,57156 0,009102 0,175732 10 0,56828 0,009090 0,171472 Me´dia 0,569 ± 0,002 0,00933 ± 0,00009 0,1756 ± 0,0009 Tabela 1: A´reas sob as curvas 4 Figura 2: Gra´fico de E em func¸a˜o do tempo para o ima˜ permanente Figura 3: Gra´fico de E em func¸a˜o do tempo para a bobina sem nu´cleo 5 Figura 4: Gra´fico de E em func¸a˜o do tempo para a bobina com nu´cleo 6 Ana´lise dos dados Analisamos os fluxos magne´ticos em cada um dos casos, eles esta˜o dis- postos na tabela abaixo: Fluxo magne´tico (Tm2) Ima˜ permanente Bobina sem nu´cleo Bobina com nu´cleo 5, 69(±0, 02).10−5 9, 33(±0, 09)10−7 1, 756(±0, 009).10−5 Tabela 2: Fluxos magne´ticos 6.1 Induc¸a˜o atrave´s do ima˜ permanente Com as a´reas das curvas geradas pelo oscilosco´pio ja´ calculadas, po- demos combinar a equac¸a˜o 4 e a equac¸a˜o 2 para obter o valor do campo magne´tico induzido no caso do ima˜ permanente. Fizemos o desvio padra˜o da me´dia das a´reas das curvas geradas pelo oscilosco´pio, que esta˜o dispos- tas na Tabela 1, a a´rea da bobina foi medida por meio de uma re´gua e o nu´mero de espiras da bobina ja´ nos era conhecido. Ao calcularmos o campo magne´tico induzido, propagamos a incerteza da re´gua usada para medir as dimenso˜es da bobina e a incerteza do desvio padra˜o da me´dia relacionado a` a´rea sob as curvas de Vxt. O valor encontrado para B foi: B = 1, 2(±0, 5).10−2T 6 6.2 Induc¸a˜o atrave´s do eletroima˜ Podemos calcular o campo magne´tico induzido na bobina sem nu´cleo e o campo magne´tico gerado pelo eletro´ıma com os dados dispon´ıveis. Ao compararmos o o valor do campo magne´tico induzido na bobina de 10000 espiras sem nu´cleo com o valor do campo magne´tico gerado pela bobina de 1000 espiras, obtemos os seguintes resultados: Bgerado = 3, 87(±0, 01).10−3T Bdetectado = 1, 9(±0, 04).10−4T Atrave´s dos dados expostos na Tabela 1, os fluxos magne´ticos para todos os casos foram calculados e relacionados na Tabela 2. Utilizando os dados da Tabela 2, podemos determinar a constante de permeabilidade magne´tica do ferro pela equac¸a˜o 7. O resultado obtido e´: µ = 2, 4(±0, 2).10−5Tm/A 7 Conclusa˜o Com este experimento foi poss´ıvel verificar a validade da lei da induc¸a˜o de Faraday-Lenz, a validade da equac¸a˜o para o campo magne´tico produzido por um soleno´ide, comparar a magnitude de um campo magne´tico induzido com o campo magne´tico gerado e ainda estimar a constante de permeabi- lidade do ferro. Detectamos no nosso experimento um campo magne´tico com uma ordem de grandeza menor para o campo induzido, quee´ um re- sultado plaus´ıvel ao analisarmos a situac¸a˜o qualitativemente, pois o campo magne´tico induzido depende da variac¸a˜o de fluxo magne´tico na a´rea do so- leno´ide, enquanto o campo magne´tico gerado so´ depende da intensidade da corrente que passa pelas espiras. Quanto a` consntante de permeabilidade magne´tica encontrada para o ferro, o valor obtido e´ cerca de 20 vezes maior que a permeabilidade magne´tica do va´cuo. Ao comparar com alguns valores esperados, nota-se que o valor obtido experimentalmente e´ menor, mas esse resultado e´ compreens´ıvel devido ao fato de na˜o sabermos se na composic¸a˜o da barra usada como nu´cleo encontra-se exlcusivamente ferro, ale´m de que o nu´cleo da bobina na˜o foi totalmente preenchido pela barra, havendo tambe´m ar no seu interior. 7 Refereˆncias [1] H. M. NUSSENZVEIG, Curso de F´ısica ba´sica - vol. 3 - Eletromagne- tismo, (editora Edgard Blu¨cher, 1a edic¸a˜o, 1997). [2] D. HALLYDAY, R. RESNICK & J. WALKER, Fundamentos de F´ısica vol.3 - Eletromagnetismo, (editora LTC, 8a edic¸a˜o, 2010) 8
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