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Experimento de Young e Coereˆncia Luan Bottin de Toni(246851) Grupo: Luan, Fabio, Augusto, Ramon, Renan, Fernanda Professora: Cilaine Veronica Teixeira 11 de outubro de 2015 Resumo Este relato´rio apresenta a metodologia e resultados para a obtenc¸a˜o da distaˆncia entre duas fendas no experimento de Young, ob- servando os fenoˆmenos ondulato´rios da luz; e, ainda, abordar aspectos relacionados com o conceito de coereˆncia luminosa. 1 Introduc¸a˜o Em 1801, na Inglaterra, Young demonstrou experimentalmente a inter- fereˆncia da luz, fornecendo, desta maneira, uma base experimental para a teoria ondulato´ria da luz. A figura 1 mostra o experimento feito por Young. Com uma agulha fina fez-se um pequeno orif´ıcio em S0 no anteparo A na qual incide luz solar. A luz difratada pela fenda se espalha e ilumina as fen- das S1 e S2 no anteparo B. Uma nova difrac¸a˜o ocorre quando a luz atravessa essas fendas e as duas ondas se propagam interferindo uma com a outra. O anteparo C e´ utilizado para interceptar a luz e, deste modo, observar a inter- fereˆncia causada que pode ser construtiva ou destrutiva. Nos pontos onde as ondas se reforc¸am observa-se listras iluminadas, denominadas ma´ximos; e, analogamente, nos pontos onde as ondas se cancelam veˆ-se listras sem iluminac¸a˜o, denominadas mı´nimos. Figura 1: Montagem de Young com luz solar. 1 Para que uma figura de interfereˆncia aparec¸a na tela C e´ preciso que a diferenc¸a de fase entre as ondas na˜o varie com o tempo, ou seja, as ondas devem ser coerentes. Na figura 1, as ondas que passam pelo anteparo B sa˜o originadas de uma mesma onda, logo elas sa˜o coerentes. Por esse motivo Young colocou o anteparo A em seu experimento, visto que a luz solar na˜o e´ totalmente coerente. No experimento deste relato´rio na˜o foi preciso utilizar o primeiro anteparo, pois a luz originada pelo laser utilizado ja´ e´ coerente. Para determinar a localizac¸a˜o dos ma´ximos e mı´nimos observados no anteparo considere a figura 2 onde uma onda de luz incide nas duas fendas S1 e S2 no anteparo B e, apo´s difratada, produz uma figura de interfereˆncia no anteparo C. Os raios r1 e r2 que partem das duas fendas se encontram e interferem um com o outro no ponto P . O aˆngulo entre o eixo central e a reta que liga o ponto me´dio das duas fendas ao ponto P e´ chamado de θ. Figura 2: Paraˆmetros do experimento de Young. Sendo a distaˆncia entre os anteparos D muito maior que a distaˆncia entre as fendas d, podemos supor que os raios r1 e r2 sa˜o aproximadamente paralelos. Sendo assim, a diferenc¸a de caminho ∆L pode ser expressa como: ∆L = dsen(θ) e, sendo θ muito pequeno, tambe´m vale a aproximac¸a˜o sen(θ) ' tg(θ) = y/D, logo: ∆L = d y D (1) Esta diferenc¸a de caminho ∆L provoca a diferenc¸a de fase e, portanto, a interfereˆncia observada. Como as duas ondas sa˜o coerentes, elas possuem a mesma fase inicialmente. Se a diferenc¸a de caminho for um nu´mero inteiro de comprimento de onda, as ondas continuam em fase ao interceptarem o ante- paro C e, nesse caso, a interfereˆncia e´ totalmente construtiva e observaremos um ma´ximo de intensidade. Por outro lado, se ∆L for um mu´ltiplo ı´mpar de metade do comprimento de onda, as ondas chegam com uma diferenc¸a 2 Elas possuem a mesma fase inicialmente porque foram geradas pela mesma fonte. Elas são coerentes inicialmente e continuam sendo coerentes porque, mesmo depois de passar pelas fendas e serem. passaremna ter uma diferença de fase, esta diferença permanece constante. de fase de meio comprimento de onda, e a interfereˆncia e´ totalmente destru- tiva formando um mı´nimo de intensidade. Com isso, a partir da equac¸a˜o 1, obtemos a expresso˜es para os ma´ximos de intensidade: d y D = mλ m = 0, 1, 2, ... (2) Quando m = 0, na˜o ha´ diferenc¸a de caminho entre as ondas e ocorre um ma´ximo de intensidade no eixo central, esse ponto e´ o ma´ximo central, o primeiro ma´ximo adjacente corresponde a m = 1 e assim por diante. Da mesma forma como anteriormente obtemos a expressa˜o para os mı´nimos de intensidade: d y D = (m+ 1/2)λ m = 0, 1, 2, ... (3) Os mı´nimos de primeira ordem podem ser obtidos fazendo m = 0, onde a diferenc¸a de fase e´ de 0, 5λ. Para m = 1, essa diferenc¸a e´ de 1, 5λ e sa˜o chamados de mı´nimos de segunda ordem, e assim sucessivamente. O objetivo desse experimento e´ observar os comportamentos da luz cita- dos acima utilizando fendas de diferentes formatos, sendo poss´ıvel calcular a distaˆncia entre elas a partir das equac¸o˜es deduzidas quando utilizado o me´todo do experimento de Young. 2 Materiais Utilizados Foram utilizados os seguintes materiais: • Laser de HeNe (λ = 632, 8nm); • Banco o´ptico com cavaleiros; • Slides com fendas; • Slides com orif´ıcios; • Anteparo; • Projetor de slides; • Trena (precisa˜o 0,1cm). 3 Procedimento de coleta de dados Foram alinhados sobre o banco o´ptico o laser de HeNe de modo que a luz proveniente deste passasse por um slide com fendas e iluminasse um anteparo a uma distaˆncia D medida com uma re´gua. Para o experimento de Young utilizamos um dispositivo com va´rias fendas a uma distaˆncia d uma 3 da outra, escolhemos a que mostrava franjas claras maiores no anteparo, facilitando a medic¸a˜o destas. Posicionou-se uma folha de papel no anteparo para marcar as posic¸o˜es dos ma´ximos e medi-las posteriormente com uma re´gua. A posic¸a˜o dos ma´ximos e mı´nimos foi adquirida medindo a distaˆncia entre dois ma´ximos ou mı´nimos de mesma ordem; sendo que eles esta˜o equidistantes do ma´ximo central (e do eixo central) o valor adquirido e´ 2y, esse me´todo mostra-se mais preciso do que medir y diretamente, pois trata- se de uma distaˆncia maior, assim a incerteza do instrumento e´ menor em relac¸a˜o a` grandeza medida. Este procedimento foi utilizado para medir a distaˆncia d entre as fendas, apo´s isso o grupo observou qualitativamente os padro˜es de interfereˆncia causados por outro slide com orif´ıcio pequeno. A fim de observar a diferenc¸a entre uma luz coerente e na˜o coerente foi utilizado um projetor de slides e em seu suporte colocou-se um slide com um orif´ıcio pequeno. O observador posicionou-se a uma certa distaˆncia do projetor e, segurando outro slide com dois orif´ıcios perto do olho, procu- rou olhar em direc¸a˜o a` luz projetada. Apo´s observar o comportamento da luz nesse caso, trocou-se o slide no suporte do projetor por um com um orif´ıcio bem maior e observou-se a diferenc¸a entre os dois casos, explicado posteriormente na ana´lise dos dados. 4 Dados Experimentais Na tabela abaixo encontram-se os valores medidos para a distaˆncia entre dois ma´ximos ou mı´nimos de mesma ordem (2y) medidos com uma re´gua juntamente com o valor correspondente de m. Ainda, encontra-se o valor calculado para a distaˆncia d utilizando a equac¸a˜o 2 para os ma´ximos ou a equac¸a˜o 3 para os mı´nimos com sua incerteza propagada. A distaˆncia entre o slide e o anteparo foi medido com uma re´gua: D = 81, 65(±0, 05)cm. O comprimento de onda de um laser de HeNe e´ λ = 632, 8nm. Tabela 1: Valores medidos e calculados. 2y(±0, 05)(cm) m d(µm) Ma´x. 2, 10 1 49(±2) 4, 10 2 50(±1) 5, 80 3 53, 4(±0, 9) Mı´n. 1, 00 0 52(±5) 3, 10 1 50(±2) 4, 90 2 53(±1) 4 5 Ana´lise dos Dados Utilizando os valores calculados para d apresentados na tabela 1, obteu- se um valor me´dio para a distaˆncia entre as duas fendas e sua incerteza definida como o desvio padra˜o da me´dia. Assim, o valor encontrado e´ de: d = 51, 2(±0, 7)µm O slide utilizado possuia uma se´rie com quatro fendas duplas. Notou- se que as franjas de interfereˆncia mudavam de tamanho para cada fenda dupla, sendo que o grupo escolheu para a coleta de dados a que apresentava as maiores franjas, pela facilidade das medidas. Essa relac¸a˜o pode ser vista nas equac¸o˜es deduzidas anteriormente, nota-se quequanto menor a distaˆncia d entre as fendas maior sera´ a distaˆncia y da franja ao eixo central. O padra˜o observado pelo grupo foi aproximadamente como mostrado na figura 3. Figura 3: Padra˜o observado no experimento com luz passando por uma fenda dupla. Apo´s isso, substituiu-se o slide com fendas por um slide com pequeno orif´ıcio. Dessa forma observou-se um padra˜o diferente da luz no anteparo, dessa vez formado por ane´is conceˆntricos claros e escuros, causado pela difrac¸a˜o da luz, como representado na figura 4. Figura 4: Padra˜o observado no experimento com luz passando por um pe- queno orif´ıcio. E´ importante ressaltar que tanto a interfereˆncia quanto a difrac¸a˜o sa˜o causados pela superposic¸a˜o de ondas, sendo os dois casos originados do mesmo princ´ıpio f´ısico. A distinc¸a˜o reside em saber como se ocasionou a superposic¸a˜o das ondas. Por exemplo, se no experimento anterior o slide utilizado possui um orif´ıcio, os ane´is observados no anteparo sa˜o causados pela difrac¸a˜o da luz; no caso de dois orif´ıcios, o fenoˆmeno da interfereˆncia tambe´m se mostra presente. Na segunda parte do experimento, observou-se o comportamento da luz de um projetor de slides. Ao colocar um slide com um pequeno orif´ıcio 5 Algumas incertezas dos valores individuais de d são maiores do que o desvio apresentado no valor final. Portanto não faz sentido escrever um erro final menor. Lembre que nessa figura o efeito da interferência. está sobreposto ao efeito da difração. pro´ximo ao projetor, este funciona como o anteparo A representado na figura 1, de forma que a luz incidente no anteparo B (slide com dois orif´ıcios perto do olho) e´ coerente. O padra˜o observado esta´ ilustrado na figura 5. Figura 5: Padra˜o observado no experimento com o projetor de slides. A configurac¸a˜o de ane´is claros e escuros deve-se a` difrac¸a˜o da luz ao passar pelo segundo orif´ıcio, enquanto as listras presentes sa˜o ocasionadas pela interfereˆncia. Ao trocar o slide no suporte do projetor (anteparo A) por um com orif´ıcio bem maior, notamos que esse padra˜o e´ bem menos n´ıtido pois nesse caso a luz na˜o e´ mais coerente. Para o primeiro experimento aqui descrito, este primeiro anteparo na˜o se mostrou necessa´rio por utilizarmos um laser de HeNe que ja´ produz uma luz coerente. 6 Conclusa˜o Com a reproduc¸a˜o do experimento de Young foi poss´ıvel calcular a distaˆncia entre duas fendas a partir de grandezas facilmente mensura´veis. Ale´m disso, observamos fenoˆmenos caracter´ısticos da natureza ondulato´ria da luz, como a interfereˆncia e a difrac¸a˜o, provenientes do princ´ıpio da su- perposic¸a˜o de ondas. O experimento tambe´m abordou aspectos relacionados com o conceito de coereˆncia luminosa, sem a qual na˜o e´ poss´ıvel observar os fenoˆmenos aqui discutidos. Refereˆncias [1] EUGENE HECHT Optics, Addison Wesley Longman Inc., 4a ed., San Francisco, 2002. [2] WIKIPEDIA, Airy Disk. Dispon´ıvel em: https://en.wikipedia.org/ wiki/Airy_disk. Acessado em 10/10/2015. [3] D. HALLYDAY, R. RESNICK & J. WALKER, Fundamentos de F´ısica vol.4 - O´ptica e F´ısica Moderna, editora LTC, 8a edic¸a˜o, 2010. 6 Introdução. 2,0/2,0 1a. 2,0/2,0 1b/1c/1d. 1,9/2,0 2. 2,0/2,0 Conclusão. 2,0/2,0 Total. 9,9/10 Introdução Materiais Utilizados Procedimento de coleta de dados Dados Experimentais Análise dos Dados Conclusão
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