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Modelos Atoˆmicos. Luan Bottin de Toni Disciplina: Qu´ımica Fundamental A - Turma D 1 de julho de 2017 Resumo A questa˜o da composic¸a˜o fundamental da mate´ria levou filo´sofos da Gre´cia antiga a` con- cepc¸a˜o de uma part´ıcula indivis´ıvel chamada a´tomo. Desde enta˜o, va´rios cientistas tentaram des- creveˆ-lo por meio de modelos baseados em experimentos. Por serem falhos em alguns aspectos, tais modelos precisavam ser corrigidos por outros modelos levando a um grande avanc¸o da cieˆncia e compreensa˜o da mate´ria. 1 Introduc¸a˜o O conceito de a´tomo foi introduzido pe- los filo´sofos gregos Democritus e Leucippus no se´culo V A.C. como sendo part´ıculas indivis´ıveis e muito pequenas que constituem a mate´ria, ou seja, acreditava-se que o a´tomo na˜o pode- ria ser dividido em part´ıculas menores. Pore´m, hoje sabemos que os a´tomos sa˜o constitu´ıdos de um nu´celo positivamente carregado envolvido por ele´trons negativamente carregados. Por sua vez, os pro´tons e neˆutrons que constituem o nu´cleo po- dem ser divididos em particulas mais elementares, como os quarks. Tal ideia de um a´tomo indiv´ısivel que consti- tui toda mate´ria era fundada principalmente em questo˜es filoso´ficas e teolo´gicas, sem fazer uso de evideˆncias experimentais, o que dificultava muito a crenc¸a das pessoas em tal teoria. A partir do se´culo XIX, na tentativa de explicar corretamente a estrutura do a´tomo, cientistas criaram va´rios modelos atoˆmicos para facilitar a compreensa˜o do comportamento e propriedades de tais a´tomos. Foi grac¸as a estas tentativas, muitas vezes incor- retas em uma visa˜o minuciosa, que hoje compre- endemos o a´tomo de maneira muito satisfato´ria. 2 Modelo de Dalton Baseando-se em observac¸o˜es qu´ımicas feitas em laborato´rio entre 1803 e 1807, John Dalton propoˆs sua teoria, onde o a´tomo e´ uma minu´scula esfera macic¸a, impenetra´vel, indestrut´ıvel e indi- vis´ıvel, conhecido como ”bola de bilhar”. Este na˜o e´ um conceito totalmente novo visto que os gregos antigos propuseram que toda mate´ria e´ composta de pequenos e indivis´ıveis objetos. Sua teoria foi baseada em quatro postulados: • 1: Cada elemento e´ composto por part´ıculas muito pequenas chamadas a´tomos. • 2: Todos a´tomos de um mesmo elemento sa˜o ideˆnticos, mas o a´tomo de um elemento e´ diferente dos a´tomos de todos os outros, ou seja, e´ u´nico. • 3: A´tomos de um elemento na˜o podem se transformar em a´tomos de outro elemento por reac¸o˜es qu´ımicas; tambe´m na˜o podem ser destru´ıdos ou criados. • 4: Um composto e´ formado quando a´tomos de mais de um elemento sa˜o combinados; o composto sempre possui o mesmo nu´mero relativo e tipo de a´tomos. A teoria apresentada por Dalton explica, pelo postulado 3, a lei da conservac¸a˜o de massa, co- nhecida na e´poca, onde diz que a massa total dos materiais presentes apo´s uma reac¸a˜o qu´ımica e´ a mesma massa total presente antes da reac¸a˜o. Tal lei, tambe´m conhecida como lei de Lavoisier, pode ser descrita de maneira filoso´fica pela famosa 1 frase: ”Na natureza nada se cria e nada se perde, tudo se transforma”. O postulado 4 explica a lei de Proust ou lei das proporc¸o˜es constantes, onde diz que as massas dos reagentes e as massas dos produtos que par- ticipam de uma reac¸a˜o qu´ımica obedecem sempre a uma proporc¸a˜o constante; esta proporc¸a˜o e´ ca- racter´ıstica de cada reac¸a˜o, ou seja, independe da quantidade de reagentes utilizados. Ale´m de explicar essas conhecidas leis da qu´ımica, o modelo atoˆmico de Dalton permitiu-o ainda deduzir a lei das proporc¸o˜es mu´ltiplas. Tal lei baseia-se na lei de Proust, e diz que quando elementos qu´ımicos se combinam, fazem-no numa raza˜o de pequenos nu´meros inteiros. Por exem- plo, nunca iremos achar na natureza um elemento como o CO1.5, apenas CO1 ou CO2. Figura 1: Modelo atoˆmico de Dalton; os a´tomos sa˜o esferas indestrut´ıveis; cada elemento possui um tipo diferente de a´tomo. 3 Modelo de Thomson Ao estudar o tubo de raios cato´dicos, que consiste na radiac¸a˜o produzida entre dois eletro- dos em um tubo de vidro quase sem ar ao aplicar uma voltagem, observou-se que tais raios eram desviados na presenc¸a de campo ele´trico. Joseph John Thomson notou que os raios cato´dicos sa˜o os mesmos para diferentes materiais, e descreveu-os como part´ıculas carregadas negativamente, apo´s chamados de ele´trons. Com isso, Thomson sabia que os a´tomos deveriam ser constitu´ıdos por tais part´ıculas negativas, apesar de o a´tomo como um todo ser eletricamente neutro. Com a descoberta do ele´tron, Thomson propoˆs seu modelo do a´tomo, em 1904. Tambe´m conhe- cido como ”pudim de passas”(figura 2), o modelo mostra o a´tomo como uma esfera de carga ele´trica positiva composta por ele´trons de carga nega- tiva. Este modelo introduz a natureza ele´trica da mate´ria e derruba a ideia, presente no modelo de Dalton e na filosofia antiga, de que o a´tomo e´ indivis´ıvel e elementar. Figura 2: Modelo atoˆmico de Thomson; esfera de carga ele´trica positiva composta por ele´trons de carga negativa, semelhante a um pudim de pas- sas. Seu modelo explica a pequena contribuic¸a˜o dos ele´trons para a massa total do a´tomo, uma vez que na e´poca era conhecida a massa do ele´tron. Com isso em mente, Thomson supoˆs tambe´m que os ele´trons contribuem para uma mesma frac¸a˜o pequena do tamanho do a´tomo. As o´rbitas dos ele´trons eram estabilizadas pelo fato de que ao se afastarem do centro da esfera positivamente carregada estariam sujeitos a` uma maior forc¸a de atrac¸a˜o, pois haveria mais cargas positivas em sua o´rbita. Apesar de melhorar o modelo proposto por Dalton, sua teoria na˜o durou muito tempo, sendo derrubada por seu aluno Ernest Rutherford. 4 Modelo de Rutherford Em 1908, quando Ernest Rutherford lecio- nava em Manchester, pediu a dois de seus alu- nos, Johannes Wilhelm Geiger e Ernest Mars- den, que bombardeassem uma folha fina de ouro com radiac¸a˜o alfa e medissem o espalhamento dessas part´ıculas. Este experimento ficou conhe- 2 cido como experimento Geiger-Marsden, ou expe- rimento da folha de ouro. Segundo o modelo atoˆmico de Thomson o feixe de part´ıculas deveria atravessar sem grandes des- vios pela folha de ouro, devido ao alto momentum linear das part´ıculas e baixa concentrac¸a˜o das car- gas positivas. De fato, grande parte das part´ıculas passaram reto pela folha, mas algumas foram es- palhadas a grandes aˆngulos. Ao repetir o expe- rimento com outros materiais, constatou-se que quanto maior a massa atoˆmica do material, maior era o aˆngulo de espalhamento das part´ıculas alfa. O experimento levou Rutherford a concluir que a carga positiva do a´tomo deveria estar con- centrada em um pequeno volume no espac¸o para produzir um campo ele´trico suficientemente in- tenso a fim de desviar as part´ıculas a tais aˆngulos. Assim, ele propoˆs seu modelo planeta´rio do a´tomo (figura 3) onde uma nuvem de ele´trons orbita um pequeno e compacto nu´cleo de cargas positivas. Figura 3: Modelo atoˆmico de Rutherford; ele´trons orbitam um compacto nu´cleo de carga positiva. Neste modelo, a maior parte do a´tomo esta´ vazia, sendo que praticamente toda sua massa se concentra no nu´cleo, que e´ 10.000 vezes menor que o a´tomo. Esta estimativa e´ baseada no fato de que o raio atoˆmico e´ a distaˆncia aproximada entre o nu´cleo do a´tomo e sua camada de valeˆncia, tal medida na˜o e´ exata e depende fortemente de sua carga nuclear efetiva. O grande problema do modelo de Rutherford e´ que este na˜o explica a estabilidade do a´tomo. Sabe-se que cargas aceleradas emitem radiac¸a˜o (energia), sendo assim, ele´trons orbitando em mo- vimento circular deveriam perder energia e, de acordo com a f´ısica cla´ssica, sua trajeto´ria forma- ria uma espiral em direc¸a˜o ao nu´cleo. Se os a´tomo fossem,de fato, como o modelo de Rutherford, toda a mate´ria de desintegraria em uma frac¸a˜o de segundo. 5 Modelos posteriores Na tentativa de melhorar o modelo atoˆmico de Rutherford, Niels Bohr utilizou a teoria da mecaˆnica quaˆntica desenvolvida por Max Planck para desenvolver seu modelo atoˆmico, que con- sistia em o´rbitas espec´ıficas para os ele´trons or- bitarem o nu´cleo, cada o´rbita com energia bem definida, e em uma mudanc¸a de o´rbita ocorria a emissa˜o ou absorc¸a˜o de um pacote de energia, ou quanta, com o valor de energia correspondente a` diferenc¸a de energia entre as duas o´rbitas. O mo- delo de Bohr explicava a estabilidade do a´tomo e podia prever as linhas espectrais do hidrogeˆnio, mas falhava ao aplica´-lo em a´tomos com maior nu´mero de ele´trons. Em 1924, Louis De Broglie propoˆs que os ele´trons (e todas as part´ıculas em movimento) se comportavam tambe´m como onda. A partir disso, Erwin Schro¨dinger, em 1926, descreveu o ele´tron como uma func¸a˜o de onda em sua famosa equac¸a˜o: − ~ 2m ∇2Ψ + V Ψ = i~∂Ψ ∂t . (1) Essa abordagem, quase puramente ma- tema´tica, previu corretamente linhas espectrais onde o modelo de Bohr falhou. Pore´m, seu mo- delo era dif´ıcil de visualizar fisicamente. Max Born propoˆs que a func¸a˜o de onda de Schro¨din- ger na˜o descrevia o ele´tron, e sim seus poss´ıveis estados, sendo poss´ıvel calcular a probabilidade de encontra´-lo em uma dada posic¸a˜o ao redor do nu´cleo. 6 Conclusa˜o Desde a Gre´cia antiga filo´sofos e cientistas veˆm tentando descrever como a mate´ria e´ fun- damentalmente feita. Desde enta˜o, va´rios mode- los atoˆmicos foram propostos com base em ex- perieˆncias cient´ıficas. Apesar de descrever algu- mas propriedades do a´tomo, sempre haviam fa- lhas nos modelos criados, sendo corrigidos poste- 3 riormente devido ao avanc¸o da cieˆncia. A des- coberta do ele´tron, que na˜o havia sido conside- rado por Dalton, levou Thomson ao seu modelo ”pudim de passas”, incluindo-os no a´tomo. Apo´s, Rutherford observou que as cargas positivas de- veriam estar concentradas em um nu´cleo e mon- tou seu modelo planeta´rio. Mais recentemente, a mecaˆnica quaˆntica e a dualidade onda-part´ıcula da mate´ria levou a` interpretac¸a˜o probabil´ıstica de Born da equac¸a˜o de Schro¨dinger. Refereˆncias [1] I.Brown, Theodore L., Chemistry: the central science, 12a ed, 2012. [2] WIKILIVROS; Introduc¸a˜o a` Qu´ımica/Evoluc¸a˜o do modelo atoˆmico. Dispon´ıvel em: https://pt.wikibooks. org/wiki/Introdu%C3%A7%C3%A3o_%C3% A0_Qu%C3%ADmica/Evolu%C3%A7%C3%A3o_ do_modelo_at%C3%B4mico. Acessado em 10/08/2016. [3] WIKIPEDIA; Atomic theory. Dispon´ıvel em: https://en.wikipedia.org/wiki/Atomic_ theory. Acessado em 10/08/2016. 4 Introdução Modelo de Dalton Modelo de Thomson Modelo de Rutherford Modelos posteriores Conclusão
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