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A Biomecânica em Educação Física Escolar

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36 Perspectivas em Educação Física Escolar, Niterói, v. 2, n. 1, p. 36-49 - 2001 
 
 
A BIOMECÂNICA EM EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR 
 
Prof. Dr. Luiz Alberto Batista 
Doutor em Ciências do Desporto 
Instituto de Educação Física e Desportos 
Universidade do Estado do Rio de Janeiro 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO. O professor de Educação 
Física recebe durante sua educação pro-
fissional, uma grande quantidade de 
distintos conhecimentos. É fato conhe-
cido que este conhecimento deve ser 
utilizado no momento em que ele está 
diante de seus alunos. Contudo, nem 
sempre essa aplicação ocorre. Em mui-
tos casos o que acontece não é uma ina-
bilidade do professor, mas sim, as carac-
terísticas do conhecimento produzido. 
Diante dessa realidade, o principal obje-
tivo desse artigo é discutir a possibilida-
de de aplicar conhecimentos de Biome-
cânica em aulas de Educação Física Es-
colar. Para isso, procuramos demonstrar 
os reais propósitos da Biomecânica utili-
zada nos cursos de formação de profes-
sores e, finalmente, mostramos as estra-
tégias para trabalhar com esse conheci-
mento. 
 
Palavras-
chaves: 
§ Educação Física 
§ Escola 
§ Biomecânica 
§ Conhecimento apli-
cado 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT. The Physical Education 
teacher achieves during his professional 
education a great amount of distinct 
knowledge. Its known that this knowl-
edge has to be used right in the moment 
that he is ‘in front his classes’. How-
ever, not always this application occurs. 
In most cases what happens it is not an 
inability’s teacher, but the characteris-
tics of the main purpose of this paper is 
to discuss the possibility to apply Bio-
mechanics knowledge in elementary 
Physical Education classes. For this, we 
tried to demonstrate the real Biomechan-
ics purposes, the kind of biomechanics 
used in undergraduate courses, and fi-
nally showed the strategy for working 
with this knowledge. 
 
Keywords: § Physical Educa-
tion 
§ School 
§ Biomechanics 
§ Applied knowledge 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. Introdução 
Introdução 
 
Atuando profissionalmente como 
professor de Biomecânica em Licencia-
turas de Educação Física e coordenador 
de estágios profissionais, sempre sou 
confrontado por um questionamento, 
expresso por meus alunos e estagiários, 
que procuram saber “Para que serve o 
conhecimento científico recebido du-
rante a graduação na prática profis-
sional?” A resposta parece obvia, porém 
se analisarmos detidamente a questão 
veremos que não é. 
Para alguns casos, em contextos de-
terminados, é possível, com relativa 
facilidade, responder a essa pergunta e 
até fazer demonstrações. Já para outros, 
por mais que se tente, estabelecer a rela-
ção entre conhecimento produzido e 
prática profissional efetiva é uma tarefa 
difícil. Tal dificuldade leva as pessoas a 
concluírem simplesmente que muitas 
das informações científicas provenientes 
desses setores não apresentam utilidade 
prática. Pode ser que algumas realmente 
não sejam tão importante como se julga, 
mas com certeza isso não deve ser regra 
geral. 
 
 
Perspectivas em Educação Física Escolar, Niterói, v. 2, n. 1, p. 36-49 – 2001 37 
 
O fato de acreditar que a Biomecâni-
ca pode ser extremamente útil ao profes-
sor de Educação Física e que isso pode-
ria não estar sendo visto com clareza em 
decorrência do valor do campo de co-
nhecimento em foco estar sendo questi-
onado a partir de algumas pistas falsas, 
passou a ser uma de nossas principais 
preocupações. Muito embora acredite-
mos que esse campo de conhecimento 
tenha um papel a ser cumprido no con-
texto da Educação Física, estamos con-
victos de que a simples manifestação 
pública dessa crença não é o suficiente 
para provar que haja uma verdade cientí-
fica contida nessa perspectiva. 
Diante dessa motivação desenvolve-
mos uma série de investigações com o 
propósito de examinar a aplicabilidade 
dos conhecimentos produzidos em de-
corrência de pesquisas em Biomecânica 
no universo de exercício profissional da 
Educação Física. 
Nesse artigo introduzimos a discus-
são sobre o uso da Biomecânica em E-
ducação Física Escolar. Questionamos 
se ela realmente possui algum conteúdo 
que possa ser útil a esse contexto e apon-
tamos para cuidados metodológicos, 
fundamentais, a serem considerados nas 
fases iniciais de pesquisas que procuram 
estudar essa possibilidade de aplicação. 
Assim, o presente texto constitui uma 
singela introdução a uma proposta me-
todológica para o estudo da aplicabilida-
de do conhecimento científico no con-
texto da Educação Física Escolar, com 
enfoque na Biomecânica como campo 
gerador de informações. 
Acreditamos que tal abordagem seja 
importante visto a necessidade que te-
mos, na atualidade, de melhor utilizar o 
tempo acadêmico, o que pode envolve, 
também, trabalhar com conhecimentos 
que realmente sejam adequados e ao 
fazê-lo tomar o cuidado com a qualidade 
do processo de transmissão e utilização 
dos saberes. 
 
Biomecânica aplicada à Educação 
Física 
 
A presença da disciplina acadêmica 
Biomecânica na formação de professores 
de Educação Física é um fato muito re-
cente, o que faz com que a grande maio-
ria dos profissionais que estão atuando 
hoje no mercado de trabalho não possu-
am conhecimentos de tal campo de co-
nhecimento. 
Além da recentidade cronológica, e 
em decorrência da mesma, é preciso que 
levemos em conta o fato de um campo 
de conhecimento científico precisar de 
um certo tempo para amadurecer, de 
forma a melhor cumprir seu papel curri-
cular como disciplina acadêmica. No 
caso em foco, os fatos demonstram, o 
tempo transcorrido ainda não foi sufici-
ente para a consolidação dessa maturi-
dade. Em outras palavras, não se pode 
afirmar nos dias de hoje que a Biomecâ-
nica encontra-se organicamente integra-
da às perspectivas curriculares. Isso a-
grava a situação comentada no parágrafo 
anterior, visto que mesmo aqueles que 
tiveram contato com essa disciplina na 
graduação, receberam informações ainda 
imaturas e, sendo assim, pouco eficien-
tes no que diz respeito à sua capacidade 
de instrumentalizar procedimentos didá-
tico pedagógicos. 
Como se não bastasse essa sua evi-
dente juventude epistemológica, a Bio-
mecânica adentrou em Educação Física 
perpassada por um acentuado conteúdo 
folclórico, principalmente no que diz 
respeito aos seus propósitos. Isso tudo 
somado a uma boa quantidade de inter-
pretações simplistas. É comum escutar-
mos, por exemplo, a afirmação de que 
ela é um ramo do conhecimento científi-
co que tem atendido somente ao esporte 
de alto rendimento e que por isso ela não 
teria um papel relevante a ser exercido 
no contexto da Educação Física Esco-
lar. 
 
 
38 Perspectivas em Educação Física Escolar, Niterói, v. 2, n. 1, p.36-49 – 2001 
 
Objetamos tal tipo de declaração 
tendo em vista a noção de incapacidade 
que ela transmite. Uma coisa é dizer que 
a Biomecânica não tem procurado aten-
der a outros setores que não o do esporte 
de alto rendimento, outra, completamen-
te diferente, é atribuir-lhe total incapaci-
dade para fazê-lo, o que não é o caso do 
campo de conhecimento em foco. 
É típico de indivíduos que conhecem 
muito pouco, quando nada, do ramo ci-
entífico que criticam afirmarem que o 
mesmo só se presta a um determinado 
fim. Afirmações como essa, se tomadas 
como verdade, dificultam sobremaneira 
uma exata compreensão das reais possi-
bilidades de aplicação das informações 
oriundas de qualquer campo de conhe-
cimento científico. Por isso é de funda-
mental importância que argumentações 
simplistas sejam examinadas quanto ao 
seu grau de veracidade, antes de serem 
adotadas como válidas de formas a evi-
tar tanto uma adoção precocequanto 
uma rejeição incondicional. 
Podemos começar o exercício de um 
exame crítico esclarecendo o que é esse 
ramo da Ciência, que competências lhe 
são atribuídas e o que ele tem feito efeti-
vamente no contexto prático real. No 
universo científico como um todo a Bi-
omecânica é considerada "...o estudo da 
mecânica de coisas vivas...” 1. Porém, 
quando nos inserimos no contexto espe-
cífico dessa disciplina científica, perce-
bemos que esse conceito é, no sentido 
operacional, muito pobre. Ele não nós 
informa, sequer aproximadamente, acer-
ca das reais características do campo de 
conhecimento. 
Não há dúvida de que a situação si-
naliza à prudência, sendo necessário 
desenvolver um exame mais apurado. 
Façamos isso iniciando por compilar a 
posição de alguns pesquisadores e/ou 
usuários confessos de Biomecânica pois 
que, tendo em vista o ponto de vista de 
 
1 LAPEDES, Daniel N. Dictionary of Scientific 
and Techical terms. England, McGraw-Hill, 1993 
uma epistemologia histórica, forma eles 
que estabeleceram os consensos que 
efetivaram a estruturação dessa região 
do saber2. 
 
 
O que é a Biomecânica e para o que 
serve? 
 
Gerhard Hochmuth esclarece que 
"...a Biomecânica estuda os movimentos 
do homem e do animal a partir do ponto 
de vista das leis mecânicas...". Com-
plementa dizendo que, por conseguinte, 
o objeto de sua investigação "...é o mo-
vimento mecânico (mudança de lugar de 
uma parte da massa) do homem e do 
animal, considerando as propriedades e 
pressupostos mecânicos do aparato do 
movimento os quais, por sua vez, depen-
dem funcionalmente das condições bio-
lógicas do organismo” 3. 
Hochmuth leva-nos a inferir, moti-
vados por suas declarações, que esse 
campo de conhecimentos faz parte de 
um "... complexo científico de investiga-
ção do movimento...", que tem como 
objetivo fornecer informações que de-
vem ajudar na compreensão de certos 
elementos do ato motor, tais como: deta-
lhes acerca do ciclo de movimentos mais 
eficientes; detalhes acerca de resultado 
obtidos a partir do exercício motriz, 
transformado em parâmetros mensurável 
e o esclarecimento dos pressupostos 
físicos e psíquicos do indivíduo assim 
como de sua capacidade de aprender e 
de assimilar. 
Doris I. Miller e Richard C. Nelson 
conceituam Biomecânica como sendo 
"...a ciência que investiga os efeitos de 
forças internas e externas sobre os cor-
pos vivos...” 4. Os autores defendem a 
 
2 BATISTA, Luiz Alberto. Aplicabilidade do Co-
nhecimento Científico. Rio de Janeiro: (no prelo). 
3 HOCHMUTH, Gerard. Biomecanica de los Mo-
vimientos Deportivos. Madrid, Doncel, 1973, p.9. 
4 MILLER, Doris I., NELSON, Richard C. Bio-
mechanics of Sport - A Research Approach. Philadel-
phia, Lea & Febiger, 1976, p.1 
 
 
Perspectivas em Educação Física Escolar, Niterói, v. 2, n. 1, p. 36-49 – 2001 39 
 
idéia de que esta disciplina deve possibi-
litar, através das estratégias metodológi-
cas que congrega, a realização de 
"...precisas avaliações quantitativas do 
desempenho humano...” 5. 
Para Wolfang Baumann a 
"...Biomecânica é uma matéria das 
ciências naturais que se preocupa com 
a análise física dos sistemas biológicos, 
examinando, entre outros, os efeitos de 
forças mecânicas sobre o corpo huma-
no em movimentos cotidianos, de tra-
balho e de esporte...". 
Para o autor estando revestida deste 
arcabouço conceptual, essa ciência deve 
preocupar-se com a "...medição técnica e 
de descrição quantitativa do desenrolar 
de movimentos por meio de grandezas 
mecânicas, a explicação mecânica dos 
movimentos assim como, baseado nisso, 
a perfeição da técnica do movimento 
com vistas à performance motora e à 
solicitação mecânica do aparelho loco-
motor...".6 
Assim conceituada, a Biomecânica, 
na visão do autor, deve cumprir diversas 
tarefas, dentre as quais ele destaca a 
"...descrição quantitativa dos movimen-
tos...", a "...modelagem da estrutura e 
função do aparelho locomotor..." e a 
"...modelagem da estrutura do movimen-
to..." 7 
Apesar de não apresentarem uma 
conceituação explícita, os escritos de 
José Luiz Fraccaroli nos levam a acredi-
tar que a Biomecânica é uma disciplina 
voltada ao estudo da "...máquina huma-
na..." através da utilização das "...leis da 
física..." 8. 
Jorge de Hegedus ao apresentar as 
considerações acerca da técnica despor-
tiva destaca que ela está "...baseada em 
 
5 Idem, p.6. 
6 BAUMANN, Wolfang, SCHONMETZLER, 
Sepp. Curso de Biomecânica. Santa Maria ,Rio Gran-
de do Sul, Brasil: Universidade de Santa Maria, 1980, 
p.1 
7 Op.cit, p. 8. 
8 FRACCAROLI, José Luiz. Biomecânica - análi-
se dos movimentos . (Introdução).Rio de Janeiro, 
Cultura Médica, 1981. 
leis Biomecânicas e que estas se apro-
veitam em maior ou menor proporção 
da capacidade do desportista...” 9. Ele 
admite, para o desenvolvimento do seu 
trabalho, que a "...a Biomecânica pode 
ser definida, então, como a aplicação 
das leis físicas ao estudo dos seres vi-
vos...” 10. 
James G. Hay, em uma dissertação 
de nove parágrafos os quais precedem a 
uma discussão sobre a tarefa da Biome-
cânica, aborda o tema melhor técnica do 
movimento desportivo estabelecendo 
relações com o processo pedagógico11. 
Está contida nos escritos de Rolf Wi-
rhed a crença de que as informações 
procedentes de uma descrição biomecâ-
nica permitem ao professor entender 
melhor "...como e porque um exercício 
deve ser executado de uma determinada 
maneira...". 12 
Jürgen Weineck faz uso de uma pro-
posta de D. Martin na qual é defendida a 
idéia de que o "...o primeiro passo para 
estabelecer um modelo técnico ideal-
típico é uma análise científica da estru-
tura física do desenvolvimento motor de 
conjunto....". Após essa consideração 
inicial o autor defende a competência da 
Biomecânica para cumprir tal tarefa ar-
gumentando que tal ramo científico 
“...contribui bastante para captar obje-
tivamente os aspectos, sobretudo quanti-
tativos, dos caracteres do movimento...". 
Diz ainda que ela "...permite a objetiva-
ção da técnica, a descrição dos caracte-
res cinemáticos e dinâmicos..." do mo-
vimento corporal13. 
Luiz Irineu Cibilis Settineri esclarece 
que a Biomecânica pode ser considerada 
como uma disciplina preocupada com o 
"...estudo anatomofisiológico e mecâni-
 
9 HEGEDUS, Jorge. La ciencia del entrenamiento 
deportivo. Buenos Aires, Stadium, 1984, p.139. 
10 Idem. 
11 HAY, James G. The Biomechanics of Sports 
Techiniques. New Jersey, Prentice-Hall, 1985, p.2. 
12 WIRHED, Rolf. Atlas de Anatomia do Movi-
mento. São Paulo, Manole, 1986, p.94. 
13 WINECK, Jurgen. Manual de treinamento es-
portivo. 2ª ed. São Paulo, Manole, 1986, p. 196. 
 
 
40 Perspectivas em Educação Física Escolar, Niterói, v. 2, n. 1, p.36-49 – 2001 
 
co do movimento do homem e dos seus 
segmentos corporais...” 14. 
Harold M. Barrow e Janie P. Brown 
procuram, com o objetivo de esclarecer a 
terminologia utilizada em seu livro, tra-
çar o perfil das relações existentes entre 
cinesiologia mecânica e Biomecânica. 
Na consecução de tal tarefa eles concei-
tuam essa última como "...a ciência de 
movimento humano que descreve o mo-
vimento do corpo humano utilizando os 
métodos da Mecânica...” 15. 
Fernando Vizcaíno argumenta que 
"...a Biomecânica joga um papel funda-
mental na busca da melhor solução: a 
tarefa motora..." e que ela "...se ocupa 
do estudo dos movimentos humanos a 
partir do ponto de vista das leis da físi-
ca...".16 
Jaune A. Mirallas Sariola traz-nos 
a interessante visão de um especialista 
no desporto judo. 
Em seu modode entender a 
"...importância das ciências de suporte 
ao treinamento dos desportos de elite é 
indiscutível...". Esclarece que a "... Bi-
omecânica ocupa, nesse sentido, um 
nível destacado, como ajuda ao ensino 
da técnica desportiva” 17. 
Essa seqüência de declarações permi-
te-nos tirar algumas ilações acerca do 
que seja Biomecânica e para que ela 
serve. 
Como se pode concluir, a partir do 
que é dito por esses autores, pesquisado-
res ou usuários, considerar que o conhe-
cimento produzido por essa ciência está 
relacionado, única e exclusivamente 
com o esporte de alto rendimento é um 
 
14 SETTINERI, Luiz Irineu Cibilis. Biomecânica - 
Noções gerais. Rio de Janeiro, Livraria Atheneu, 
1988, p. 1 
15 BARROW, Harold M.; BROWN, Janie P. Bio-
mechanics of Human Movement. Man and Move-
ment: principles of Physical Education. Fourth edi-
tion. Philadel phia, Lea & Febiger, 1988, p.249. 
16 VIZCAÍNO, Fernando. L´ANÀLISE BIOME-
CÀNIQUE DES LES TÈCNIQUES SPORTIVES. 
Apunts. nº 7-8, juny, 1987, p. 6. 
17 SARIOLA, Jaume A. Mirallas. Bases 
Biomecánicas para una Didáctica del Judo. Apunts. 
n.21, septiembre, 1990, p.68. 
ato que carreia consigo, no mínimo, dois 
grandes equívocos que devem ser, de 
imediato, esclarecidos. 
Em primeiro lugar a Biomecânica 
não serve apenas para a discussão do 
movimento corporal esportivo, como é 
comum alguns afirmarem, e o segundo é 
que, mesmo quando ela está voltada para 
o esporte, o alto rendimento não é a úni-
ca possibilidade, não obstante o fato de 
ser esse o universo mais explorado. 
De saída podemos constatar que, em 
verdade, estamos lidando com uma ciên-
cia voltada ao estudo dos comportamen-
tos Físico-mecânicos de corpo humano, 
dentre os quais o movimento corporal, 
segundo um ponto de vista claramente 
definido. No caso do movimento, por 
exemplo, não é examinado um tipo es-
pecífico e sim de qualquer comporta-
mento motor. Quem irá definir o tipo de 
motricidade a ser estudada será o inves-
tigador. O fato de se ter investigado 
massivamente o desporto de alto rendi-
mento está fundado em razões históricas 
e não significa, de forma alguma, que 
essa seja a única ou mesmo a principal 
aplicação. Voltaremos a isso mais adian-
te. 
O outro ponto importante diz respei-
to a inexistência de um enunciado que 
defina o que seja a Biomecânica. Pelo 
que é dito por especialistas e usuários, 
ainda hoje, não é possível apresentar 
uma definição clara e inequívoca deste 
campo de conhecimento. O desvelamen-
to de tal fato vem reforçar a veracidade 
da proposição de que estamos lidando 
com uma ciência ainda em intenso pro-
cesso de retificação, em outras palavras, 
uma ciência que ainda não atingiu seu 
melhor estágio de desenvolvimento epis-
temológico ou, como referimos anteri-
ormente, sua maturidade final. 
De certa forma isso é extremamente 
saudável pois é no decurso de constru-
ção de sua estrutura epistemológica que 
uma ciência vai sendo moldada, dentre 
outras coisas, para apresentar uma de-
 
 
Perspectivas em Educação Física Escolar, Niterói, v. 2, n. 1, p. 36-49 – 2001 41 
 
terminado nível de aplicabilidade a seto-
res específicos. 
Porém, se por um lado não é possível 
defini-la, por outro abundam-lhe concei-
tos. Isso também é muito importante 
pois que a presença de diferentes concei-
tos nos indica a grande gama de possibi-
lidades operacionais de um ramo da ci-
ência. 
No caso da Biomecânica pode ser 
que seja possível delinear um conceito, a 
partir de suas características particulares, 
que denote a pertinência de sua efetiva 
utilização como instrumento pedagógi-
co. Essa possibilidade, por si só, de-
monstra uma certa qualidade imanente, a 
qual denota alguma possibilidade de que 
ela venha a ser utilizada dentro da Edu-
cação Física Escolar com resultados po-
sitivos. 
O fato de podermos admitir uma 
grande quantidade de conceitos para 
Biomecânica significa que ela prova-
velmente trabalha com diferentes obje-
tos, além de abordá-los orientada por, 
também, distintos objetivos. Sendo as-
sim não há como considerar a possibili-
dade de aplicação concreta desse ramo 
do conhecimento a um universo qual-
quer sem, a prior, esclarecer, com preci-
são científica, os objetos sobre os quais 
ela deverá se debruçar e com que propó-
sito deve fazê-lo. 
Alias essa não é uma prática exclusi-
va desse caso. Sempre que pretendemos 
examinar a aplicabilidade de conheci-
mento científico a um contexto qual-
quer, o desvelamento dos detalhes das 
estruturas epistemológicas envolvidas 
deve ser admitido como ação primordial 
do fluxo investigatório18. Dentro dessa 
ação a identificação dos elementos acer-
ca dos quais se conheceu ou se deseja 
conhecer algo é um passo fundamental. 
Visto como princípio fundamental essa 
tarefa virá cumprir o que denominamos 
 
18 BATISTA, Luiz Alberto. Aplicabilidade do 
Conhecimento Científico. Rio de Janeiro: (no prelo). 
de “Princípio da Identificação dos Obje-
tos de Conhecimento”. 
Tal comportamento metodológico 
não deve ser desprezado em nenhuma 
situação na qual é discutida a possibili-
dade de efetiva aplicação de saberes. Por 
isso essa orientação vale também para o 
estudo acerca da utilização da Biomecâ-
nica no contexto da Educação Física 
Escolar, que é claramente uma questão 
de aplicabilidade de conhecimento cien-
tífico. 
Infelizmente, temos percebido que o 
não cumprimento dessa etapa constitui 
um dos erros mais freqüentes na obten-
ção das informações que posteriormente 
são utilizadas na fundamentação de ar-
gumentações ponderativas acerca da 
efetiva utilização da Biomecânica na 
Educação Física, seja no sentido de de-
fendê-la ou rejeitá-la. A conseqüência 
disso é o que já sabemos. Uma série de 
críticas, positivas ou negativas, fundadas 
em folclore e senso-comum, as quais só 
contribuem com a construção de uma 
estrutura de conhecimento mais velada e 
inconsistente. 
Por tudo isso, reafirmamos, que do 
ponto de vista metodológico a imple-
mentação desse primeiro procedimento é 
de fundamental importância. Ele não 
pode ser negligenciado quando exami-
namos a aplicabilidade de conhecimen-
tos científicos. Se a estratégia é correta-
mente implementada e executada, os 
resultados obtidos permitiram, com uma 
boa margem de certeza científica, dizer 
por quê e para que um determinado a-
cervo de conhecimento foi construído. 
Temos demonstrado que “...é epis-
temologicamente contraproducente co-
brar de um campo de conhecimento ci-
entífico mais do que aquilo que sua his-
tória gênica lhe deu condições de ofere-
cer...” 19 , em outras palavras, não adian-
ta esperar que a Biomecânica proporcio-
ne mais do aquilo para o quê ela tem 
sido epistemologicamente estruturada 
 
19 BATISTA. L. A., op.cit. 
 
 
42 Perspectivas em Educação Física Escolar, Niterói, v. 2, n. 1, p.36-49 – 2001 
 
para fazer. Qualquer aplicação de co-
nhecimento que não leve em considera-
ção esse compromisso, estará tendendo 
ao insucesso, ou, no melhor dos resulta-
dos, ao sucesso casual, para o que não é 
preciso utilizar ciência sendo suficiente, 
e menos trabalhoso, o uso do senso-
comum. 
 
Biomecânica e Educação Física Es-
colar: o objeto de conhecimento 
 
Com base no exposto anteriormente 
façamos algumas reflexões acerca da 
aplicabilidade da Biomecânica à Educa-
ção Física, considerando essa última a 
parte do currículo escolar que ajuda a 
educar pessoas. 
 Veja-se a complexidade da situação. 
Mesmo com as delimitações estabeleci-
das no parágrafo acima, havemos de 
considerar que o ato educativo, admitido 
como principal ação da Educação Física 
dentro do contexto escolar,determina 
um ainda amplo universo de possibilida-
des. O ser humano congrega em si uma 
série de necessidades educacionais dos 
mais diferentes tipos. Isso nos remete a 
tarefa de identificar as necessidades edu-
cativas para as quais o campo de conhe-
cimento em questão pode gerar respostas 
culturais20. Para que conjunto delas es-
tamos preconizando a utilização de co-
nhecimentos de Biomecânica, quando 
falamos de sua aplicabilidade. 
De imediato deparamo-nos com 
uma situação digna de nota. Os cursos 
de licenciatura adotaram a denomina-
da “Biomecânica do Desporto” como 
sendo a disciplina a ser implementada 
na formação do professor de Educação 
Física. 
Este setor da Biomecânica, segundo 
dados obtidos em nossas pesquisas21, 
 
20 MALINOWSKI, B. A Scientific Theory of Cul-
ture and other essays. New York: The University of 
North Carolina Press, 1976, p. 70. 
21 BATISTA, L. A. O conhecimento aplicado: A 
efetiva utilização do conhecimento contido no campo 
da Biomecânica, nos processos de ensino de habili-
gera conhecimento a partir de questões 
do tipo: Como obter o melhor rendimen-
to técnico? Como examinar determinada 
técnica esportiva? Como avaliar biome-
canicamente a execução dessa ou daque-
la técnica esportiva? Quanto mede essa 
ou aquela técnica desportiva? Como 
realizar esta ou aquela técnica desportiva 
de forma mais eficiente e com menor 
gasto energético? Porque uma determi-
nada técnica desportiva possui uma de-
terminada forma? 
Diante de tal problemática podemos 
inferir quais são os compromissos do 
setor de conhecimento utilizado, cum-
prindo um primeiro passo no sentido de 
examinarmos se eles estão de acordo 
com as necessidades em foco ou não, 
tendo em vista o fato do nível de compa-
tibilidade entre as necessidades da Edu-
cação Física Escolar e as questões a par-
tir das quais as investigações têm se de-
senvolvido, ser uma importante variável 
interveniente no estabelecimento do ní-
vel de aplicabilidade. 
Como se pode perceber, no raciocí-
nio conduzido nos parágrafos anteriores 
realizamos uma análise perfazendo um 
caminho no sentido de fora para dentro 
do universo de aplicação, ou seja, pri-
meiro identificamos o que a Biomecâni-
ca do Esporte tem feito, para depois, de 
posse dessa informação, propormos o 
questionamento de sua aplicabilidade à 
Educação Física Escolar. Façamos agora 
o fluxo contrário. Tomemos um objeto 
da Educação Física Escolar e conside-
remos o que a Biomecânica tem produ-
zido para tal. 
Para tal façamos uma análise da situ-
ação assumindo o ensino de habilidade 
motoras esportivas pode ser “um dos” 
propósitos educativos da Educação Físi-
ca escolar. A primeira vista tudo estaria 
perfeito, dado que estaríamos lidando 
 
dades motoras desportivas. (Dissertação de doutora-
mento) Porto: UP, 1996.22 BEYER, E. F. Gymnastic 
Gimmicks: Another Gimmick for Quick Learning of 
Gymnastics - Use of Physics. Modern Gymnast. v. 3, 
v. 1, 1960, p. 20-21. 
 
 
Perspectivas em Educação Física Escolar, Niterói, v. 2, n. 1, p. 36-49 – 2001 43 
 
com uma competência da Educação Fí-
sica escolar e com um fenômeno ligado 
ao universo do esporte, adequado ao 
campo da Biomecânica do Esporte. Infe-
lizmente essa primeira impressão não 
resistiria ao menor exercício de crítica, 
como veremos logo a seguir. 
Tendo como base nossas argumenta-
ções anteriores, sabemos que a Biome-
cânica do Esporte, para fornecer infor-
mações a serem utilizadas em processos 
de ensino de habilidade motoras, preci-
sa, necessariamente, ter promovido in-
vestigações tendo como objetos de estu-
do fenômenos pertinentes a esse contex-
to. Com o objetivo de qualificar o co-
nhecimento, quanto ao seu nível de apli-
cabilidade nessa situação, examinamos a 
produção relativa à criança e ao ensino, 
investigando os títulos pertinentes ao 
campo de estudo da Biomecânica do 
Esporte veiculados entre 1893 até 1980. 
No período estudado a produção de 
conhecimentos voltados à discussão da 
criança e/ou do aprendizado básico de 
habilidades esportivas foi encontrada em 
17 dos 1731 títulos examinados, consti-
tuindo, como se vê, 0,98% da amostra. 
Em termos quantitativos tal produção é 
insignificante dada a quantidade de dife-
rentes questões que permeiam o univer-
so e o considerável intervalo de tempo, 
87 anos, durante o qual se deu a produ-
ção. Há muito tempo de estudos para tão 
poucos problemas científicos resolvidos. 
No entanto a superficialidade não pa-
ra por ai, estendo-se também aos aspec-
tos quantitativos. Levando-se em conta 
os interesses, que moveram os autores 
destes 17 artigos, vemos que o conheci-
mento veiculado foi estruturado a partir 
da exploração de três temas diferentes, a 
saber: O aprendizado de habilidades 
motoras esportivas; O iniciante na práti-
ca esportiva e A Criança. Em alguns 
casos estas três temáticas foram combi-
nadas em único estudo. 
No item “aprendizado de habilidades 
motoras esportivas” os autores se preo-
cuparam especificamente com o fato do 
indivíduo ter que aprender uma determi-
nada habilidade motora esportiva. Dis-
cutiram, baseados em conhecimentos da 
Física, formas de movimentos corporais 
catalisadores, ou seja, movimentos que 
levassem a um aprendizado mais rápi-
do(22)(23); procuraram verificar em que 
medida as diferenças antropométricas24 
ou a capacidade de flutuação em meio 
líquido25 dos indivíduos influenciam no 
sucesso do aprendizado de habilidades 
motoras da natação. Também aparece a 
preocupação em desenvolver tecnologia 
que permitisse ao professor realizar uma 
melhor observação dos gestos e, conse-
quentemente, ajudasse a melhorar a qua-
lidade do ensino26. 
No que diz respeito ao iniciante co-
meçamos por apontar os casos nos quais 
o binômio iniciante Û aprendizado é 
textualmente referido pelos autores. 
Nesses procurou-se estudar a correlação 
entre o quadro antropométrico do inici-
ante na natação com a velocidade de seu 
aprendizado27 ou o das mudanças na 
mecânica do comportamento motor de 
crianças iniciantes no waterpolo, induzi-
das pela introdução de uma bola com 
características físicas diferentes das que 
 
23 ___________ Gymnastic Gimnicks: Another 
Gimnick for Quick Learning of Gymnastics - The Use 
of Mechanics. Modern Gymnast. v. 3, n. 2, 1960, p. 
22-23. 
24 ROZIN, E. U. The Influence of Anthropometric 
Parameters on Sucessful Learning in Gymnastics. 
Theory and Practice of Physical Culture. N. 3, 1973, 
p. 50-52. 
25 CAMPBELL, W. A., Jr. Relationship Between 
Buoyancy of the Black Male and Learning the Crawl 
Stroke. Biomechanics of Sport and Kineantropometry. 
P. 149-206. Miami, Symposia Specialist, 1978. 
26 HOECKE, G.; GUENDLER, G. Use of Light 
Trace Photography in Teaching Swimming. Swim-
ming II. P. Baltimore, University Park Press, 1975, p. 
194-206. 
27 GRAY, R. K.; WHEELER, D. K. The Relation-
ship of Measures of Body Size and Density of Begin-
ning Swimmers to Their Rate of Learning to Swim. 
Astraliaj Journal of Physical Education. N. 19, p. 16-
19, june/july, 1960. 
 
 
44 Perspectivas em Educação Física Escolar, Niterói, v. 2, n. 1, p.36-49 – 2001 
 
normalmente são utilizadas naquela prá-
tica28. 
Outros trabalhos preocuparam-se em 
apresentar as melhores técnicas motoras 
a serem utilizadas por iniciantes na prá-
tica do esqui29 e do atletismo30 ou mes-
mo a descrição do quadro Biomecânico 
que se apresenta quando um iniciante 
executa uma habilidade31. 
Em outro caso o autor procurou e-
xaminar as diferenças entre a expressão 
de uma mesma técnica motora quando 
executada por um iniciante e um atleta 
de alto rendimento32. 
Note-seque muito embora o enfoque 
desses estudos tenha sido sobre o apren-
dizado nenhum deles preocupou-se em 
estudar o processo. Quando muito men-
surou variação no estado motor compa-
rando os resultados de um pré-teste com 
aqueles obtidos após o desenvolvimento 
do programa de ensino. Assim sendo as 
mudanças comportamentais motoras 
inerentes ao decurso do processo de a-
prendizagem não foram enfaticamente 
examinadas. 
Os trabalhos que tiveram a criança 
como seu principal objeto de conheci-
mento voltaram-se à descrição. Seja a 
descrição de características extrínsecas, 
como a flutuabilidade em meio líqui-
do33, as características cinemáticas da 
corrida34, ou características intrínsecas 
 
28 PITTUCK, D. E.; DAINTY, D. A. Effects of a 
Modified Ball on the Mechanics of Selected Water 
Polo Skills in Novice Children. Swimming III. Balti-
more, University Park Press, p. 338-345, 1979. 
29 REILLY, A. M. Skiing: A Beginner’s Guide. 
London, Lutterworth Press, 1970. 
30 POWERS, S. K. Standing or Crouch Start for 
Beginners?. Track Technique. n. 67, 2126, 1977. 
31 McFARLANE, B. Biomechanics of Beginning 
Pole Vaulting. Track and Field Quarterly Review. v. 
80, n. 4, p. 38-40, 1980. 
32 FLEISS, O.; FLEISS, H.; RUCKENBAUER, 
K. The Technique of the Diagonal Step of the Begin-
ner and of the Skilled Athlete. Leistungssport. v. 9, 
n.6, p. 488-496, 1979. 
33 COTTON, C. E.; NEWMAN, J. A. Buyoncy 
Characteristics of Children. Journal of Human Move-
ment Studies. n.4, p. 129-143, 1978. 
34 VILCHKOVSK, E. S.; ORESHCHUK, S. A.; 
SHPIIALNY, V. B. Investigation of th Running of 
como o comportamento cinematográfico 
e/ou eletromiográfico na execução de 
habilidades motoras da natação(35) (36). 
Dois estudos nos chamaram a aten-
ção pelo fato de neles o autor ter procu-
rado trabalhar com a perspectiva de lidar 
com a complexidade típica do mundo 
real do ensino do desporto. Não procu-
rou fugir dela e nem mesmo utilizou 
como argumento para justificar a delimi-
tação de seu estudo. 
Nestes dois casos o investigador bus-
cou descrever não só as características 
dos movimentos de corridas de crianças 
em idade pré-escolar37 e escolar38, como 
também, para além disso, procurou de-
monstrar as variações que denotam a 
evolução destes indivíduos ao final de 
um determinado período. Desta forma o 
autor realiza um tipo de trabalho que se 
aproxima da investigação voltada para o 
processo de desenvolvimento da criança 
e não simplesmente a um momento des-
te processo. 
Nesse ponto de nossas apreciações é 
preciso deixar claro que ao admitirmos 
como verdadeiro o fato da Biomecânica 
não estar, em termos quantitativos e qua-
litativos, atendendo as necessidades do 
universo do ensino de habilidades moto-
ras esportivas, de forma alguma preten-
demos estabelecer um juízo de valor. 
Queremos demonstrar que os interesses 
norteadores das investigações estão fin-
cados muito mais na Biomecânica do 
que no universo do ensino. Nossa pro-
 
Pre-School Age Children. Thory and Pratic of Physi-
cal Culture. n. 2, p. 40-41, 1974. 
35 OKA, H.; OKAMOTO, T.; YOSHIZAWA, M.; 
TOKUYAMA, H.; KUMAMOTO, M. Eletromyog-
raphic and Cinematographic Study of the Flutter kick 
in Infants and Children. Swimming III. Baltimor, 
University Park Press, p. 167-172, 1979. 
36 TOKUYAMA, .; OKAMOTO, T.; KUMA-
MOTO, M. Electromyographic Study of Swimming in 
Infants and Children. Biomechanics V-B. Baltimore, 
University Park Press, p. 215-221, 1976. 
37 WINTER, R. On the level of Development of 
Running Movements at the End of the Preschool 
Period. Leipzig. v.8, n.2, p. 65-67, 1966. 
38 WINTER, R. The Development of Running 
Movements in Boys and Girls of School Age. Leipzig. 
v.8, n. 2, 1966. 
 
 
Perspectivas em Educação Física Escolar, Niterói, v. 2, n. 1, p. 36-49 – 2001 45 
 
posta é que esse fluxo seja invertido no 
sentido de que as problemáticas imanen-
tes ao processo de ensino desencadeiem 
as investigações. 
Voltando ao fato de ter sido escolhi-
da a Biomecânica do Esporte para com-
por os currículos das Escolas de Educa-
ção Física, cabe fazer uma ressalva. Fa-
zendo a devida contextualização essa 
escolha não era de todo injustificável. 
Durante um certo período histórico-
temporal os cursos de formação de pro-
fessores foram intensa e extensamente 
carregados com elementos do universo 
esportivo, pois entendia-se que esse era 
o principal objeto de trabalho do profis-
sional do setor. Sendo assim durante 
aquela fase a escolha não foi tão desca-
bida. 
Por outro lado é preciso ter claro que 
ao escolhermos um setor específico de 
conhecimento restringimos o universo 
de informações disponíveis. A Biome-
cânica, nessas condições, só teria a obri-
gação de fornecer informações, ou ins-
trumentalizar o exercício profissional, 
em questões relativas à prática esportiva 
e, ainda mais, dentro desse universo so-
mente acerca dos fenômenos que esta-
vam sendo investigados. 
Promovendo um outro enquadramen-
to histórico verificamos, também, que a 
Educação Física contemporânea trans-
cende setores específicos do universo 
esportivo, como por exemplo o alto ren-
dimento. Ela vai além disso e transcende 
o fenômeno esporte como um todo. Em 
virtude dessa neo-amplitude muitas ou-
tras problemáticas possíveis de também 
serem examinadas pela ótica mecânico-
biológica, ainda não o foram. 
Isso tudo tem feito com que o quadro 
geral se altere. Hoje temos claro que ao 
exercermos nossa prática pedagógica 
precisamos utilizar conhecimentos Bio-
mecânicos, assim como os de outros 
ramos instrumentalizadores, que trans-
cendam à mera abordagem do fenômeno 
esportivo. No entanto os novos objetos 
de estudo que viabilizarão essa trans-
cendência ainda não estão plenamente 
identificados. Assim sendo o momento 
é de cumprirmos, na prática, o princípio 
da identificação dos objetos de conhe-
cimento. 
Diante de tais fatos, adotar a Biome-
cânica do Esporte como campo de co-
nhecimento absoluto naquele momento 
histórico não pode, sequer, ser conside-
rada uma atitude incoerente. Por outro 
lado, diante do atual estado da arte no 
campo da Educação Física, não evoluir 
para uma Biomecânica mais abrangente 
constitui, no mínimo, assumir um total 
desconhecimento das necessidades atu-
ais que demandam do setor de aplicação. 
 
 
Possibilidade concreta 
 
Entrementes, como já assumimos an-
teriormente, não estamos aqui pregando 
a tese da impossibilidade plena. Muito 
embora não seja perceptível em uma 
abordagem superficial, em verdade já há 
espaço aberto para a criação de condi-
ções que favorecem a efetiva aplicação 
da Biomecânica à Educação Física Esco-
lar. 
No decorrer da busca por soluções 
constatamos que um certo número de 
objetos inerentes ao universo da Educa-
ção Física, para além daqueles típicos do 
ambiente esportivo, têm sido investiga-
dos pela Biomecânica, o que denota, já, 
um certo grau de transcendência. 
Dentre esses objetos materiais o 
“Movimento Corporal” é um dos mais 
presentes nas investigações 39. Isto de 
certa forma é um ponto positivo no sen-
tido de estabelecermos uma conexão 
coerente com o universo da Educação 
Física escolar. Não há dúvidas de que, 
de um ponto de vista genérico, o movi-
mento corporal do ser humano faz parte 
do universo fenomenal da Educação 
Física como um todo. 
 
39 BATISTA, L. A., 1996, op cit. 
 
 
46 Perspectivas em Educação Física Escolar, Niterói, v. 2, n. 1, p.36-49 – 2001 
 
Porém, antes de desencadearmos um 
entusiasmo desenfreado e prosseguirmos 
em nossas argumentações defensivas, 
cabe apresentar algumas noções funda-
mentais acercado conceito de “Objeto” 
adotadas por nos de forma a deixarmos 
claro os limites de nossas considerações. 
Estamos partindo, nesse caso em parti-
cular, da possibilidade de existência de 
diferentes tipos de Objetos, dentre os 
quais dois serão utilizados por nos, a 
saber: os materiais e os formais. 
“O objeto material é como objeto 
indeterminado; a sua determinação ope-
ra-se por meio do objeto formal. A dife-
rença entre objeto formal e objeto mate-
rial funda-se na diferença entre o co-
nhecido e o objeto do conhecimento.” 40 
Diante de tal premissa dizer que a 
Biomecânica estuda o “Movimento cor-
poral” não é delimitação suficiente, visto 
ser esse um objeto material. Como tal 
ele tem a capacidade de gerar uma gran-
de quantidade de diferenciados objetos 
formais, o que alias tem constituído uma 
ocorrência concreta.41 O problema aqui é 
que muitos dos objetos formalizados a 
partir do “Movimento Corporal” podem 
não fazer parte do universo da Educação 
Física Escolar, e é com base no objeto já 
formalizado que se determina a especifi-
cidade do campo de conhecimento e, 
consequentemente seu nível de aplicabi-
lidade a outros setores. 
Em decorrência de tais características 
não basta defendermos a pertinência da 
aplicação de conhecimentos oriundos da 
Biomecânica no contexto da Educação 
Física Escolar dizendo que ela investiga 
o movimento corporal. É de fundamental 
importância que ela investigue movi-
mentos corporais pertinentes ao contexto 
ao qual pretende-se ela seja aplicada. 
 
 
40 MORA, J. F. Dicionário de Filosofia. Lisboa: 
Publicações Dom Quixote, 1991, p. 67. 
41 BATISTA, L. A., ibidem. 
Conclusão 
É certo que a Biomecânica constitui 
uma ciência de reconhecido valor em 
muitos setores de atividade profissio-
nais. No entanto ela pode criar uma série 
de embaraços para aqueles que, acriti-
camente, fazem uso, ou recomendam a 
utilização, de tudo o que dela provém, 
sem considerar o real valor do quê estão 
aplicando e para o quê estão aplicando. 
Também podem cair no ridículo os que 
defendem a tese de que esse ramo da 
ciência não apresenta nenhum tipo de 
conhecimento que possa ser utilizado em 
uma determinado campo de trabalho. 
Um fato interessante é que, a medida 
em que vamos ampliando o leque de 
atuação profissional e adentramos em 
diferentes campos de trabalho, percebe-
mos que muitos dos conhecimentos da 
Biomecânica, os quais acreditávamos 
inúteis a princípio, se mostram, extre-
mamente adequados ao entendimento de 
fenômenos que ali se apresentam. 
Nesse sentido, é nossa posição que a 
investigação acerca da possibilidade de 
efetiva utilização do conteúdo epistêmi-
co da Biomecânica nos processos educa-
tivos deve, obrigatoriamente, avançar 
para além do que hoje é ratificado com 
base no senso-comum e de forma folcló-
rica. Dizer que várias partes do conteúdo 
de um livro de Biomecânica Básica 
“...serão eficazes no aprendizado e na 
aplicação dos conceitos...” 42 é fácil. O 
difícil é demonstrar cientificamente, e na 
prática, que essa proposição é verdadei-
ra. 
No presente estágio de desenvolvi-
mento de nossos estudos e, principal-
mente, dado ao presente estado da arte 
do campo da Biomecânica, estamos 
convictos de que esse ramo do conheci-
mento reúne muitas das condições ne-
cessárias à geração de informações que 
podem efetivamente ser aplicadas nos 
processos educativos. Porém a precisa 
 
42 HALL, S. Basic Biomechanics. St. Louis, 
Mosby-Year Book, preface, 1991. 
 
 
Perspectivas em Educação Física Escolar, Niterói, v. 2, n. 1, p. 36-49 – 2001 47 
 
determinação de como isso pode ser 
efetivado carece ainda de exame cientí-
fico mais aprofundado. 
Todo esse quadro não deve ser visto 
de maneira diferente quando tratamos do 
caso específico da Educação Física Es-
colar. Como já aludimos, não temos 
dúvidas de que a Biomecânica pode 
contribuir com a efetivação de processos 
educativos, que envolvam comporta-
mentos corporais motores, mais consci-
entes, críticos e, consequentemente, 
marcados por concretas responsabilidade 
e intencionalidade pedagógica por parte 
de que conduz o processo. 
Nesse ensaio partimos da premissa 
básica de que a preocupação do profes-
sor com a qualidade do movimento cor-
poral constitui um elemento crítico no 
processo educativo influenciando, con-
sequentemente, no tipo de resultado a 
ser produzido em decorrência do mes-
mo43. 
Explicamos que, do ponto de vista da 
Biomecânica, entender e aceitar que o 
movimento corporal faz parte do univer-
so educativo da Educação Física Esco-
lar, não delimita, de forma suficiente, 
um objeto claro a partir do qual possa-
mos examinar, de uma maneira cientifi-
camente correta e precisa, se as informa-
ções fornecidas por aquele campo de 
conhecimento podem ser aplicadas de 
forma proveitosa nesse contexto. 
Antes de qualquer coisa, é preciso 
identificar os objetos formais gerados a 
partir do objeto material “movimento 
corporal”, de forma que possamos veri-
ficar se a Biomecânica os tem investiga-
do e, se o tem feito, com que propósitos. 
Esse é o primeiro grande passo para que 
possamos comparar o tipo de produção 
com o tipo de demanda, aquilatar o grau 
de compatibilidade entre os dois e emitir 
um parecer acerca da aplicabilidade do 
conhecimento científico nesse caso. 
 
43 GRAHAM, G., HEIMERE, E. Research on 
teacher effectiveness: A summary with implications 
for teaching. Quest. n.3, v. 33, 1981. 
Com base nas pesquisas realizadas 
até o momento conhecemos muito do 
que tem sido produzido pela Biomecâni-
ca do esporte, sendo esse o setor da Bi-
omecânica que mais espaço ocupa den-
tro do contexto epistêmico da Educação 
Física. Sabemos que esse conteúdo pro-
vavelmente não aponta no sentido de um 
razoável grau de aplicabilidade ao uni-
verso escolar. 
De qualquer forma, apesar do tema 
ainda merecer um maior aprofundamen-
to, temos uma idéia razoável do que a 
Biomecânica tem produzido, e, mais 
importante ainda, sabemos que ela está 
habilitada para investigar o movimento 
corporal. 
Ao contrário, no que diz respeito às 
informações necessárias ao processo 
crítica proposto, muito pouco, ou quase 
nada sabemos acerca do contexto da 
Educação Física Escolar, mais especifi-
camente, não sabemos nem mesmo quais 
são as formas de movimento corporal 
que ela congrega. 
Como se vê, não está sendo defendi-
da aqui a idéia de que a Biomecânica já 
tenha produzido o suficiente. Muito ao 
contrário, parafraseando conceitos da 
mecânica clássica, aqui identificamos 
uma situação de equilíbrio instável. O 
campo fornecedor de informações já 
possui, reconhecidamente, algum conte-
údo com o qual contribuir, seja sobre a 
forma de informação, ou de acervo me-
todológico para promover investigações 
adequadas. É preciso agora equilibrar a 
balança aumentando o lastro do lado da 
Educação Física Escolar, a qual deve ser 
examinada afim de que sejam desvela-
dos os objetos formais passíveis se se-
rem estudados pela Biomecânica. 
Diante desses fatos, se queremos, e-
xaminar os conhecimentos existentes ou 
mesmo estabelecer, através de investiga-
ções Biomecânicas, uma produção de 
conhecimentos que sejam efetivamente 
aplicáveis ao contexto da Educação Físi-
ca Escolar, a melhor orientação metodo-
 
 
48 Perspectivas em Educação Física Escolar, Niterói, v. 2, n. 1, p.36-49 – 2001 
 
lógica para o momento é promover estu-
dos que busquem descrever o contexto 
da Educação Física Escolar com o pro-
pósito de identificar, de forma científica, 
os objetos formais gerados a partir do 
movi44mento corporal. 
Se já há conhecimento adequado passa-
remos atrabalhar na operacionalização 
de seu uso prático. Se, por outro lado, 
não existirem ainda as informações, uti-
lizaremos os objetos desvelados para 
que, a partir deles, desencadeemos uma 
produção de conhecimento através de 
investigações de Biomecânicas. 
 
 
 
 
 
 
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