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Processos patológicos gerais Flávio Chame Barreto www.flaviocbarreto.bio.br Doenças genéticas Gene é a unidade de transmissibilidade genética que responde pela hereditariedade de um caráter Gene é um pedaço de uma molécula helicoidal chamada ácido desoxirribonucléico (DNA). Os genes ditam as propriedades inerentes a uma espécie. Os produtos da maioria dos genes são as proteínas específicas. Gene A quase totalidade de um organismo é composta por proteínas ou por produtos originados por uma proteína. Relembrando: No DNA AcomTeCe com G E no RNA A com U. Etapas do fluxo informacional DNA O DNA na célula possui duas funções básicas: 1- Transferir as informações genéticas durante a duplicação celular (Replicação). 2- Servir de molde para a produção das proteínas específicas daquele organismo (síntese de proteínas). 1 – Replicação: (Clonagem do material genético ao gerar uma nova célula garantindo a continuidade da espécie) Transcrição 2- Síntese de proteína (produção e manutenção das estruturas do organismo) Tradução Gene (codifica uma proteína) Gene (codifica uma proteína) Gene (codifica uma proteína) Gene (codifica uma proteína) Gene (codifica uma proteína) Ligações fosfodiéster Síntese de proteínas - uma função do DNA -O DNA carrega as informações para a fabricação de todas as proteínas da célula que implementam as funções do organismo vivo e determinam suas características. Uma proteína é feita de uma longa cadeia de aminoácidos unidos. Uma proteína pode ser: 1- uma enzima que realiza as reações químicas (como as enzimas digestivas); 2- uma proteína estrutural que é o material de construção (colágeno e queratina das unhas); 3- uma proteína de transporte (a hemoglobina, que carrega o oxigênio no sangue); 4- uma proteína de contração que faz os músculos se comprimirem (como a actina e a miosina); 5- uma proteína de armazenamento que se fixa nas substâncias (como a ferritina, que armazena ferro no baço); 6- um hormônio que é um mensageiro químico entre as células (insulina, estrogênio, testosterona, cortisona, etc.); 7- uma proteína protetora como os anticorpos do sistema imunológico ou as proteínas de coagulação do sangue; 8- uma toxina (como veneno de abelha e de cobra). enzima hemoglobina, anticorpos Hormônio testosterona Filamento de actina Síntese de proteínas - uma função do DNA -O DNA carrega as informações para a fabricação de todas as proteínas da célula que implementam as funções do organismo vivo e determinam suas características. Uma proteína é feita de uma longa cadeia de aminoácidos. Curiosidade: O fio de seda da teia de aranha é uma proteína denominada genericamente por fibroína, composta predominantemente de: glicina, alanina, serina e tirosina, Síntese de proteínas - uma função do DNA -O DNA carrega as informações para a fabricação de todas as proteínas da célula. A ordem dos nucleotídeos (cada trinca de bases) dentro de um gene determina a ordem dos aminoácidos específicos que devem ser unidos para formar uma proteína. A seqüência dos aminoácidos é codificada no DNA, onde cada gene se codifica para uma proteína. A seqüência do gene é reproduzida em uma fita de RNAm que servirá como um molde (invertido) para produzir a proteína específica. (Relembrando que como o RNA não possui a base Timina, a Adenina do DNA pareia com Uracila na fita de RNAm) Padrões de herança A a cor Alelos Gene * (codifica uma outra proteína) Gene * (que codifica uma proteína que dá a cor) Gene * (que codifica uma outra proteína ou Locus (localização do Gene) * Modelo esquemático com genes hipotéticos Gene * (que codifica uma proteína que dá a cor) AAlelo Alelo a A Predomina a proteína expressada pelo gene a a A A A A a a a a aa A A A A A a A a A A a a a a a A A A A a Predominará o fenótipo expressado pela proteína codificada pelo gene A na proporção: 100% A_ ... Predominará o fenótipo expressado pela proteína codificada pelo gene A na proporção: 75% A_ (3/4) e 25% aa (1/4) Distúrbios autossômicos e herança genética A maioria dos animais e plantas existem 2 categorias de cromossomos: 1- Cromossomos sexuais 2 – Autossomos As células humanas possuem 22 pares de cromossomos homólogos autossômicos mais 2 cromossomos sexuais, perfazendo um total de 46 cromossomos no total. Nas mulheres há 2 cromossomos “X” e nos homens um “X” e um “Y”. Distúrbios autossômicos recessivos Na herança autossômica recessiva, as duas cópias do alelo da doença são necessárias para um indivíduo ser suscetível à expressão do fenótipo (aa). Os pais de um indivíduo afetado quando não são afetados, são portadores dos genes. A proporção de homens afetados deve ser igual à proporção de mulheres afetadas em uma dada população. O albinismo é uma doença onde não ocorre produção de pigmentos devido a um problema na síntese de melanina, um pigmento que além de absorver radiação ultravioleta, protegendo o organismo, também dá as diferentes tonalidades do cabelo, pele e olhos. A forma mais comum de albinismo se dá quando não há produção da enzima tirosinase que cataliza a oxidação do aminoácido tirosina no pigmento melanina. Sem a melanina, não há pigmentação e nem proteção contra os raios ultravioleta. Aa Aa aa Aa A_ aa A_ Distúrbios autossômicos recessivos talassemia A talassemia ou anemia falciforme é um distúrbio autossômico recessivo onde os eritrócitos ficam deficientes na síntese de hemoglobinas. Assim, os eritrócitos deficientes somente têm a membrana e pouquíssima hemoglobina no seu interior. Segundo dados de um informe epidemiológico do SUS sobre a anemia falciforme, 25% dos doentes não atingem os quatro anos de idade e quase 80% deles não completam 30 anos. O diagnóstico destes casos e o acompanhamento clínico dos pacientes reduzem os óbitos deste grupo em até 80% Aa Aa aa Aa Aa Aa Aa A_AA Aa Aa Distúrbios autossômicos recessivos Principais manifestações: Hepáticas e gastrointestinais: irritabilidade, letargia, vômitos, dificuldade de alimentação, baixo ganho de peso, hepatomegalia, esplenomegalia, ascite, cirrose hepática. Neurológicas: retardo mental, problemas de fala e coordenação motora. Endócrinas: disfunção ovariana com amenorréia Oculares: catarata. Infecciosas: a galactose inibe a atividade anti-bacteriana dos leucócitos e isso aumenta a freqüência de mortes neonatais por infecção por E. coli. Galactosemia Doença genética recessiva rara do metabolismo da galactose. Defeito em uma das enzimas responsáveis pela conversão da galactose em glicose e, dependendo da enzima defeituosa, a doença se manifesta de maneira diferente. Gene descoberto em 1956. Distúrbios autossômicos dominantes A herança autossômica dominante é freqüentemente chamada herança vertical devido a transmissão dos pais para a descendência. Através de uma população, a proporção de homens afetados deve ser igual à proporção de mulheres afetadas. A transmissão homem para homem pode ser observada. Em uma herança autossômica dominante, apenas uma cópia de um alelo da doença é necessário para um indivíduo ser suscetível para expressar o fenótipo (A_). Com cada gravidez, existe uma em duas (50%) de mudança na prole irá herdar o alelo doente. Todos os indivíduos afetados terão pelo menos um pai afetado.Aa aa Aaaa aa aa Aa AaAa Aaaa Distúrbios autossômicos dominantes É produzida por um gene autossômico dominante de penetrância completa, de modo que todos os portadores do gene apresentam a doença. Cerca de 10% dos casos são transmitidos, pois um dos genitores é afetado; Os 90% restantes são produzidos por mutação nova. Praticamente todos os indivíduos acondroplásticos são heterozigotos (Aa); Acondroplasia Mas se conhecem uns poucos homozigotos (AA), gravemente afetados, resultantes de casamentos entre dois heterozigotos (Aa), e que faleceram precocemente. O gene da acondroplasia é, portanto, letal em homozigose (AA). Distúrbios autossômicos dominantes - É uma forma de nanismo produzida por um distúrbio do crescimento, devido a uma deficiência da ossificação endocondral. - Os pacientes apresentam baixa estatura desde o nascimento, por terem os membros curtos, mas o tronco e coluna vertebral têm tamanho quase normal. Acondroplasia -A cabeça parece grande (megacefalia relativa); - A fronte é proeminente, a ponte nasal baixa e o nariz tem forma de botão, com narinas e pontas antevertidas. - O tronco apresenta lordose lombar acentuada; o ventre e as nádegas são proeminentes. - Nas crianças há excesso de pele nos membros, o que se evidencia pela formação de pregas cutâneas exageradas. - A acondroplasia tem freqüência de 1 afetado por 10.000 nascidos vivos. Distúrbios autossômicos dominantes Em 1993, após uma busca de dez anos, os cientistas encontraram o gene que causa a doença de Huntington. É uma doença degenerativa autossômica dominante cujos sintomas são causados pela perda marcante de células em uma parte do cérebro denominada gânglios da base. Este dano afeta a capacidade cognitiva (pensamento, julgamento, memória), movimentos e equilíbrio emocional. Os sintomas aparecem gradualmente, em geral nos meados da vida, entre as idades de 30 e 50 anos. Entretanto, a doença pode atingir desde crianças pequenas até idosos. Na maior parte dos casos, as pessoas podem manter sua independência por vários anos após o aparecimento dos primeiros sintomas da doença. Doença de Huntington Distúrbios autossômicos dominantes É uma patologia com herança autossômica dominante de alta penetrância (cerca de 100% aos 65 anos). Trata-se de entidade rara com prevalência de 1/36.000 pessoas. As principais manifestações são: hemangioblastomas de sistema nervoso central (SNC) e retina, carcinoma renal, cistos renais, feocromocitoma, tumores císticos e sólidos de pâncreas, cistoadenoma de epidídimo e tumores de saco endolinfático. Doença de von Hippel – Lindau Distrofia miotônica É uma doença autossômica dominante caracterizada por uma incapacidade de relaxamento muscular. Provavelmente é causada pela ausência de uma enzima que participa no processo de despolimerização do citosqueleto em determinados tecidos musculares Cromossomos sexuais e herança ligada ao sexo A maioria dos animais e plantas apresentam dimorfismo sexual. Existem 2 categorias de cromossomos: os sexuais e os autossomos As células humanas possuem 22 pares de cromossomos homólogos autossômicos mais 2 cromossomos sexuais, perfazendo um total de 46 cromossomos no total. Nas mulheres há 2 cromossomos “X” e nos homens um “X” e um “Y”. X Y Região diferencial do “X” Região homóloga (onde ocorre o pareamento) Região diferencial do “Y” Região homóloga (onde ocorre o pareamento) Na meiose dos homens, o “X” e o “Y” se pareiam apenas em uma região homóloga muito curta . O restante não é pareado. Logo, entre o “X” e o “Y” existe uma grande região diferencial não homóloga que contém genes exclusivos para o “X” ou para o “Y”. Distúrbios dominantes ligados ao X Este tipo de herança segue o mesmo padrão da dominante autossômica destacando-se que a sua expressão é determinada por um ou ambos cromossomos X. Exemplos de doenças com herança dominante ligada ao X é o raquitismo hipofosfatêmico e uma síndrome X-frágil. XaY XAXa XAXa X aXaXaXaX AY XaY XaY XaYXAXa XAXa Distúrbios dominantes ligados ao X Síndrome do X Frágil A expressão "X-Frágil" deve-se a uma anomalia causada por uma mutação no gene FMR1 localizado no cromossoma X. O gene FMR1 apresenta nos indivíduos saudáveis, de 6 a 50 cópias repetidas da trinca de bases CGG. Nos indivíduos afetados SFX apresentam mais de 200 cópias, fazendo com que não ocorra a síntese da proteína FMRP e sua falta desencadeia problemas, principalmente, a nível intelectual e cognitivo. Esta doença é mais freqüente nos homens do que nas mulheres (1 em cada 4000 homens para 1 em 6000 mulheres), porque as mulheres, tendo dois cromossomas X, apresentam duas cópias do gene FMR1. Nas mulheres, o aumento do número de cópias CGG anormal geralmente presente em apenas um dos cromossomas X, pode ser compensado pelo funcionamento do outro gene normal contido no par. Tal compensação não ocorre no sexo masculino que possui apenas um X. Distúrbios dominantes ligados ao X Síndrome do X Frágil Pessoas afetadas gozam de boa saúde e sua aparência pode ser semelhante à de outras pessoas, entretanto, algumas características físicas são freqüentes e em geral se tornam mais evidentes após a puberdade: -Face alongada, orelhas grandes e em abano e mandíbula proeminente -Macrorquidia (testículos aumentados), principalmente no adulto. -Hipotonia muscular, comprometimento do tecido conjuntivo -Pés planos, hiperextensibilidade das articulações, escoliose e prega palmar única -Palato alto e estrabismo -Prolapso da válvula mitral Distúrbios dominantes ligados ao X raquitismo hipofosfatêmico Distúrbio que afeta a mineralização da matriz óssea ou osteóide em ossos ainda em crescimento em um processo que envolve tanto a placa de crescimento epifisial, quanto o osso cortical e trabecular devido a perda de fósforo. A depleção de fósforo é devido a expressão de uma enzima que causa fosfatúria intensa Sua incidência é rara ocorrendo em 1:20.000 nascimentos Distúrbios recessivos ligados ao X Como na herança autossômica recessiva, duas cópias do alelo doente no cromossomo X são necessárias para uma mulher ser afetada com uma doença recessiva ligada ao X. As mulheres podem ser portadoras sem serem afetadas, devido a apenas terem uma cópia do alelo doente. Para uma mulher portadora, cada gravidez existe apenas uma em duas (50%) de chance de seus filhos herdarem o alelo doente e uma em duas (50%) de chance de suas filhas serem portadoras não afetadas. Os exemplos de doenças herdadas ligadas ao X incluem a distrofia muscular de Duchene e a hemofilia A. XAY XAXa XAXa XaY XAXa XAXa XAXA XAY XAY XAY XAXA Como os homens são hemizigotos para os genes ligados ao X (possuem apenas um cromossomo X). Qualquer homem com um alelo doente recessivo ligado ao X é afetado. Distúrbios recessivos ligados ao X - Distrofia muscular de Duchenne É uma doença genética de herança recessiva, ligada ao cromossomo X, que pode ser também caracterizada como sendo uma distrofinopatia. caracterizando-se, no começo, pela atrofia dos membros inferiores e pélvicos, com isso, nota-se que a criança passa a ter dificuldades na locomoção até mesmo no que se refere a atividades quotidianas, como levantar-se, correr, subir escadas, entre outras, apresentando quedas freqüentes. Com o progredir da doença ocorre comprometimento dos músculos dos membros superiores e o grau de atrofia muscular e sua extensão aumentam. O gene responsável está localizado no braço curto do cromossomo X, (regiãoXp21) e foi identificado em 1986 assim como a proteína que ele produz, a distrofina, cuja ausência acarreta as alterações musculares. Como na mulher existem dois cromossomos X, se um deles tiver o gene defeituoso, o outro cromossomo X garantirá o bom funcionamento dos músculos. Assim sendo, a mulher pode ser portadora sem desenvolver a doença. Portanto a distrofia muscular de Duchenne afeta apenas o sexo masculino porque nele só há um cromossomo X. Sabe-se que cerca de 2/3 de todos os casos são herdados da mãe, e que nos 1/3 restantes dos casos, ocorre uma mutação nova na criança com distrofia, sem que o gene tenha sido herdado. Distúrbios recessivos ligados ao X – Hemofilia A A hemofilia A é uma doença hemorrágica grave decorrente da deficiência de fator VIII (FVIII) da coagulação, herdada através do gene localizado na porção 2.8 do cromossomo X. É classificada como grave quando os níveis plasmáticos do FVIII são menores que 1%. Sua prevalência é de 1/20.000 indivíduos, quase que exclusivamente do sexo masculino, sendo rara sua apresentação em mulheres. Em muitos casos, os pacientes hemofílicos vêem-se diante de situações em que necessitam de infusões freqüentes de fator de coagulação. Além dos sinais clínicos, o diagnóstico é feito por meio de um exame de sangue que mede a dosagem do nível dos fatores VIII e IX de coagulação sangüínea. Sintomas Nos quadros graves e moderados, os sangramentos repetem-se espontaneamente, sendo em geral, hemorragias intramusculares e intra-articulares que desgastam primeiro as cartilagens e depois provocam lesões ósseas. Os principais sintomas são dor forte, aumento da temperatura e restrição de movimentos e as articulações mais comprometidas costumam ser joelho, tornozelo e cotovelo. Os episódios de sangramento podem ocorrer logo no primeiro ano de vida do paciente sob a forma de equimoses (manchas roxas), que se tornam mais evidentes quando a criança começa a andar e a cair. Nos quadros leves, o sangramento ocorre em situações como cirurgias, extração de dentes e traumas. Distúrbios recessivos ligados ao X – Daltonismo Daltonismo é caracterizado pela dificuldade em identificar e reconhecer diferentes cores e matizes. É um distúrbio raro, sendo mais comum o tipo onde os indivíduos apresentam incapacidade de distinguir as cores vermelho e verde A daltônica ( Xd Xd ) transmite o gene do daltonismo para seu filho ( Xd Y), pois ela só transmite o X. O daltônico ( Xd Y ) não transmite o gene do daltonismo para o seu filho ( XD Y), pois ele só transmite o Y. Para uma mulher nascer daltônica, seu pai, tem que ser daltônico ( Xd Y), pois ele só transmite o X para suas filhas. Para um homem nascer daltônico, sua mãe, tem que ser daltônica ( Xd Xd ), pois ela só transmite o X para seus filhos. Porem se ela for portadora ( XD Xd ) e seu marido for normal ( XD Y ) a chance de terem um filho com daltonismo é de 50%. MULHERES MULHERES HOMENS HOMENS Genótipo Fenótipo Genótipo Fenótipo XD XD Normal XD Y Normal XD Xd Normal porem portadora Xd Y Daltônico Xd Xd Daltônica Distúrbios ligados ao Y Hipertricose auricular é uma herança ligada ao cromossomo Y Apenas o pai transmite para o seu filho homem Indivíduos apresentam longos pêlos nas orelhas. XX XYA XYA XYA XX XX XX XX Mutação Genótipo: Genótipo é o conjunto de genes contidos no DNA de um organismo. Fenótipo: Fenótipo são as propriedades visíveis, conferidas pelas proteínas expressadas pelos genes de um organismo. OBSERVAÇÃO: Este é um esquema hipotético apenas para ilustrar como ocorre a produção de diferentes proteínas a partir de um genótipo fictício. Tipos de mutações espontâneas 1.1 - Substituição ou troca de pares de bases – (Mutação gênica) 1- Mutação gênica Tipos de mutações espontâneas 1.1- Substituição ou troca de pares de bases (Mutação gênica) Tipos de mutações espontâneas Tipos de mutações espontâneas 1- Exemplo da resultante de uma mutação gênica. Tipos de mutações espontâneas 1.2- Alteração na fase de leitura (Mutação gênica) 1- Mutação gênica Tipos de mutações espontâneas 2.1- Deleção de uma região do DNA (mutação estrutural) 2.2- Inserção de novos pares de bases em uma região (mutação estrutural) Deleção ou Deficiência Inversão Translocação 2- Mutações estruturais Tipos de mutações induzidas 1- Análogos de bases (possuem estrutura semelhante às bases purínicas ou pirimídicas) 2-Agentes químicos que reagem com o DNA. 2.1 - ácido nitroso (HNO2) causa a desaminação da Adenina e/ou da Citosina (retirada da amina primária – NH2 ou da amina secundária – NH) 2.2 - hidroxilamina (NH2OH) reage com a Citosina. Tipos de mutações induzidas 3- Agentes alquilantes A alquilação é a transferência de um grupo alquila (metil ou metila, etil ou etila, pentil etc) de uma molécula para outra. O etil-metanosulfonato adiciona um grupo metil nas Guaninas que são exisadas pela DNAse. 4- Radiação A radiação por definição é o transporte de energia de um ponto a outro no espaço por meio de ondas eletromagnéticas, mecânicas ou por partículas sub-atômicas. 4.1- A radiação ultra violeta (UV) é a radiação eletromagnética com um comprimento de onda menor que a da luz visível e maior que a dos raios X. O nome significa além do violeta que é a cor visível com comprimento de onda mais curto. A radiação UV pode formar dímeros de pirimidinas (C,T), ou seja, duas pirimidinas adjacentes ligam-se. Por exemplo, Citosina com Timina; Citosina com Citosina; Timina com Timina. As bases purínicas (A,G) e pirimídicas (C,T) dos ácidos nucléicos absorvem fortemente a radiação UV e acabam se ligando, e geralmente a DNA-polimerase acaba inserindo um nucleotídeo incorreto. Radical metil Tipos de mutações induzidas 4.2 – A radiação Ionizante é um tipo de radiação capaz de arrancar elétrons de átomos ou moléculas (por exemplo, raios X, Gama, Alfa, Beta e Nêutrons), logo, libera radicais livres que atacam o DNA, rompendo a fita Mutações cromossômicas numéricas Heteroploidia Qualquer número diferente de 46 cromossomos (humanos). 1- Euploidia Alterações em que há perda ou acréscimo de lotes de cromossomos completos (genomas). Surgem quando os cromossomos se duplicam e a célula não se divide. Geralmente apresentam um múltiplo ou submúltiplo exato do número haplóide de cromossomos. - haploidia possuem número de cromossomos = n - triploidia possuem número de cromossomos = 3n - tetraploidia possuem número de cromossomos = 4n Exemplo: O trigo do gênero tricum apresenta variedades diplóides (2n), tetraplóides (4n) e hexaplóides (6n) 2- Aneuploidia São alterações em que há perda ou acréscimo de um ou mais cromossomos da célula. Surgem devido a erros na distribuição dos cromossomos durante as divisões celulares (meiose ou mitose). As células resultantes da divisão anormal ficam com excesso ou falta de cromossomos. Qualquer outro número de cromossomos presente nas células humanas causa distúrbios. - nulissomia possuem número de cromossomos = 2n -2 -monossomia possuem número de cromossomos = 2n -1 -trissomia possuem número de cromossomos = 2n +1 -tetrassomia possuem número de cromossomos = 2n + 2 Mosaicismo Mutações cromossômicas numéricas Aneuploidias: Embora uma trissomia possa ocorrer com qualquer cromossoma, os tipos mais comuns (em humanos ) são: Trissomia 21 ( Síndrome de Down) Trissomia 18 ( Síndrome de Edward ) Trissomia 13 ( Síndrome de Patau ) Trissomia 8 ( Síndrome de Warkany ) Síndrome de Downou trissomia 21 É uma aneuploidia causada pela presença de um cromossomo 21 extra total ou parcialmente. Recebe o nome em homenagem a John Langdon Down , médico britânico que descreveu a doença em 1866 . A trissomia no cromossomo 21 geralmente ocorre durante a meiose 2 materna, quando durante a fase da metáfase 2, não ocorre a disjunção das cromátides de um dos cromossomos 21 que estão pareados na linha equatorial. Então durante a anáfase 2, ambas cromátides irão juntas para o mesmo pólo da célula que ao se dividir na telófase 2, forma uma célula com uma cromátide a mais e outra com uma cromátide a menos. Durante a fecundação este conjunto cromossômico materno com 1 cromátide excedente se une com o material genético paterno ocorrendo a trissomia (cromossomo com 3 cromátides). Síndrome de Down ou trissomia 21 Geralmente a síndrome de Down está associada a algumas dificuldades de habilidade cognitiva e desenvolvimento físico, assim como de aparência facial, sendo geralmente identificada no nascimento. Portadores de síndrome de Down podem ter uma habilidade cognitiva abaixo da média, geralmente variando de retardo mental leve a moderado. Um pequeno número de afetados possui retardo mental profundo. A incidência da síndrome de Down é estimada em 1 a cada 800 ou 1000 nascimentos. Muitas das características comuns da síndrome de Down também estão presentes em pessoas com um padrão cromossômico normal. Elas incluem a prega palmar transversa (uma única prega, ao invés de duas), olhos com formas diferenciadas devido às pregas nas pálpebras, membros pequenos, baixo tônus muscular e língua protrusa. Síndrome de Down ou trissomia 21 Os afetados pela síndrome de Down possuem maior risco de sofrer defeitos cardíacos congênitos, doença do refluxo gastroesofágico , otites recorrentes, apnéia de sono obstrutiva e disfunções da glândula tireóide. Indivíduos com síndrome de Down podem ter algumas ou todas as seguintes características físicas: - fissuras palpebrais oblíquas, - hipotonia muscular , - a flat nasal bridge, - uma prega palmar transversal única (prega simiesca), - uma língua protrusa (devido à pequena cavidade oral), - pescoço e dedos curto, - pontos brancos nas íris conhecidos como manchas de Brushfield , - flexibilidade excessiva nas articulações, - defeitos cardíacos congênitos , - espaço excessivo entre o hálux e o segundo dedo do pé. Síndrome de Edwards ou trissomia 18 É uma aneuploidia resultante de trissomia regular sem mosaicismo do cromossoma 18 . As características principais da doença são: atraso mental, atraso do crescimento e, por vezes, malformação grave do coração . O crânio é excessivamente alongado na região occipital e o pavilhão das orelhas apresenta poucos sulcos. A boca é pequena e o pescoço normalmente muito curto. Há uma grande distância intermamilar e o dedo indicador é maior que os outros e flexionado sobre o dedo médio. Os pés têm as plantas arqueadas e as unhas costumam ser hipoplásticas. Síndrome de Edwards ou trissomia 18 Esta sintomatologia tem uma incidência de 1/8000 recém- nascidos, a maioria dos casos do sexo feminino, mas calcula-se que 95% dos casos de trissomia 18 resultem em abortos espontâneos durante a gravidez. A esperança de vida para as crianças com síndrome de Edwards é baixa, mas já foram registrados casos de adolescentes com 15 anos portadores da síndrome. Toda mulher, independente da idade, tem risco de ter um erro cromossômico em seu feto. A maioria dos pacientes com a trissomia do cromossomo 18 apresenta trissomia regular sem mosaicismo, isto é, cariótipo 47, (XX + 18 ou XY, +18). Entre os restantes, cerca de metade é constituído por casos de mosaicismo e outro tanto por situações mais complexas, como aneuploidias duplas, translocações. Estudos recentes demonstram que, na maior parte dos casos (85%), o erro ocorre na disjunção cromossômica da meiose materna, e somente 15% da meiose paterna. O primeiro caso de trissomia 18 foi descrito por Edwards, no ano de 1960, daí o nome Síndrome de Edwards. Síndrome de Edwards ou trissomia 18 Os portadores da Síndrome de Edwards demonstram algum comprometimento do sistema nervoso central, sendo os mais freqüentes: alteração do padrão dos giros cerebrais, alterações morfológicas cerebelares, anomalias do corpo caloso e hidrocefalia. Os pacientes apresentam, normalmente, atrofia cerebral de graus variados, demonstrada na tomografia axial computadorizada de crânio. Pode ser diagnosticada ao nascimento, ou mesmo algum tempo depois, a partir de aspectos dismórficos, os quais podem variar ligeiramente, mas que constituem um quadro sintomático anatômico comum: -Hipertonia (característica típica); -Estatura baixa; -Cabeça pequena, alongada e estreita; -Zona occipital muito saliente; -Pescoço curto; -Orelhas baixas e mal formadas; -Defeitos oculares; -Palato alto e estreito, por vezes fendido; -Lábio leporino; -Maxilares recuados; -Esterno curto; -Pés virados para fora e com calcanhar saliente; -Unhas geralmente hipoplásticas; -Acentuada má formação cardíaca; -Anomalias renais (rim em ferradura) -Anomalias do aparelho reprodutor. -Rugas presentes na palma da mão e do pé, ficando arqueadas nos dedos; -Mão cerrada segundo uma forma característica (2º e 5º dedos sobrepostos aos 3º e 4º dedos); Síndrome de Patau ou trissomia 13 Reconhecida em 1960 por Klaus Patau observando um caso de malformações múltiplas em um neonato, sendo trissômico para o cromossomo 13. Tem como causa a não disjunção dos cromossomos durante a anáfase 1 da meiose , gerando gametas com 24 cromátides. Ocorre na maioria das vezes com mulheres com idade avançada 35 anos acima. A trissomia no cromossomo 13 geralmente ocorre durante a meiose 2 materna, quando durante a fase da metáfase 2, não ocorre a disjunção das cromátides de um dos cromossomos 13 que estão pareados na linha equatorial. Então durante a anáfase 2, ambas cromátides irão juntas para o mesmo pólo da célula que ao se dividir na telófase 2, forma uma célula com uma cromátide a mais e outra com uma cromátide a menos. Durante a fecundação este conjunto cromossômico materno com 1 cromátide excedente se une com o material genético paterno ocorrendo a trissomia (cromossomo com 3 cromátides). Síndrome de Patau ou trissomia 13 O fenótipo inclui malformações graves do sistema nervoso central e um retardamento mental acentuado está presente. Em geral há defeitos cardíacos congênitos e defeitos urigenitais incluindo criptorquidia nos meninos, útero bicornado e ovários hipoplásticos nas meninas gerando inviabilidade, e rins policísticos. Com freqüência encontram-se fendas labial e palato fendido, os punhos cerrados e as plantas arqueadas. A fronte é oblíqua, há hipertelorismo ocular e microftalmia bilateral, podendo chegar a anoftalmia, coloboma da íris, olhos são pequenos extremamente afastados ou ausentes. As orelhas são malformadas e baixamente implantadas. As mãos e pés podem mostrar quinto dedo ( polidactilia ) sobrepondo-se ao terceiro e quarto, como na trissomia do 18. anoftalmia, Síndrome de Warkany ou trissomia 8 A síndrome de Warkany ou trissomia 8 se caracteriza pelo comprometimento do desenvolvimento das estruturas mentais, conformação facial relativamente comum entre os portadores, rótulas (articulação dos joelhos) ausentes ou displásicas, contrações espasmódicas, sulcos nas plantas dos pés e nas palmas das mãos o que provoca a posturadistintiva anormal do dedo do pé, anomalia vertebral, pelvis estreito, anomalias ureteral-renal, ou outras anomalias. Apenas 15% dos indivíduos com esta síndrome apresentam trissomia do 8 verdadeira, sendo que 85% apresentam mosaicismo para o cromossomo 8. Forte prevalência pelo sexo masculino (5:1). Não existem diferenças fenotípicas entre indivíduos com trissomia verdadeira ou mosaicismo. Síndrome de Turner (monossomia do X0) É uma síndrome que é identificada no momento do nascimento, ou antes da puberdade por suas características fenotípicas distintivas. A constituição cromossômica mais freqüente é 45, X sem um segundo cromossoma sexual, X ou Y . A Síndrome de Turner é uma condição que afeta apenas meninas, e é um distúrbio cromossômico de causa desconhecida. A idade dos pais das meninas com Síndrome de Turner não parece ter qualquer importância e não foram identificados fatores hereditários. O diagnóstico pode ser feito em qualquer idade; cerca de 30% das crianças são diagnosticadas ao nascimento e outras 25,5% durante a período médio da infância . Para muitas, entretanto, o diagnóstico pode ser feito somente na adolescência . Ao nascimento, geralmente têm um comprimento menor e pesam menos que as outras. Durante os primeiros anos de suas vidas, elas crescem quase tão rápido quanto suas contemporâneas, porém, com o tempo, a diferença na altura torna-se mais aparente e a diferença é particularmente notável quando as outras meninas entram na puberdade e apresentam rápidos aumentos de estatura. Geralmente são, em média, 20 cm mais baixas. Síndrome de Turner (monossomia do X0) As meninas com Turner, antes do nascimento, possuem um número normal de folículos ovulares em seus ovários. Entretanto, estes folículos desaparecem rapidamente e as meninas com Turner geralmente não mais os possuem ao nascimento. O ritmo de desaparecimento varia para cada menina e até 20% das meninas com Turner ainda podem possuir óvulos em seus ovários no início da puberdade. Quando ocorre ausência dos folículos ovulares, também há uma ausência dos hormônios sexuais femininos, as quais são importantes para o desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários (pêlos pubianos, desenvolvimento dos seios, etc.). Conseqüentemente, muitas meninas com Turner podem ter desenvolvimento incompleto das características sexuais secundárias. A maioria das meninas com Turner não menstrua e apenas podem ter filhos em raros casos. Síndrome de Turner (monossomia do X0) Ao nascimento, entre um terço e metade das meninas com Turner apresentará inchaços com aspecto de um coxim no dorso das mãos e pés. Isto normalmente desaparece após um certo tempo, porém pode reaparecer durante a puberdade. Algumas podem ter um palato (céu da boca) estreito e elevado e um maxilar inferior menor, o que pode levar à dificuldade na alimentação como um refluxo. Problemas dentários ocasionalmente podem ocorrer numa época posterior. As unhas freqüentemente se dobram em relação aos dedos e artelhos de um modo característico, e têm uma tendência a "enganchar" nas meias. Muitas apresentam um número maior que o habitual de manchas escuras , freqüentemente na face. Outro aspecto mais raro da Síndrome de Turner é o pescoço com um septo lateral. Este é uma pequena dobra de pele de cada lado do pescoço dando a impressão que o pescoço é curto. Síndrome de Klinefelter (trissossomia nos cromossomas sexuais) A Síndrome de Klinefelter foi descrita pela primeira vez por Harry Klinefelter , e é a causa mais freqüente de hipogonadismo e infertilidade em indivíduos do sexo masculino. As vítimas da Síndrome de Klinefelter, pessoas do sexo masculino, têm um cromossomo X adicional (47,XXY). Apresentam estatura elevada, algum desenvolvimento do tecido mamário e testículos pequenos. É de esperar que indivíduos com a síndrome de Klinefelter tenham uma esperança média de vida normal, no entanto há a referir um aumento considerável de acidentes vasculares cerebrais (6 vezes superior à população geral). O atraso da linguagem (51%), o atraso motor (27%) e problemas escolares (44%) complicam o desenvolvimento destas crianças e em alguns estudos estão descritos comportamentos anti-sociais e psiquiátricos. Outros apontam para uma boa adaptação social e no trabalho. Outra complicação é o déficit auditivo. Síndrome de Klinefelter (trissossomia do cromossoma sexual) Esta síndrome raramente é diagnosticada no recém-nascido face à ausência de sinais específicos. O diagnóstico precoce permite a intervenção antecipada, seja ela psicológica ou farmacológica. O rastreio de problemas visuais e auditivos, assim como a avaliação do desenvolvimento, devem ser realizados periodicamente. Muitas vezes detecta-se a anomalia apenas quando problemas comportamentais, desenvolvimento pubertal anómalo ou infertilidade aparecem. A puberdade apresenta problemas particulares secundários aos problemas genitais já referidos, sugerindo tratamento com testosterona.. Esta anomalia genética está associada à idade materna avançada. Num casal com um filho com a síndrome de Klinefelter, o risco de recorrência é igual ou inferior a 1%. O estudo familiar é habitualmente desnecessário, salvo em raras situações. Nem sempre a infertilidade é a regra e caso se encontrem indivíduos férteis, deve ser oferecido o diagnóstico pré-natal a fim de excluir alterações cromossómicas uma vez que existe um risco acrescido das mesmas. Variantes da Síndrome de Klinefelter Existem outras variações menos comuns como: - 48, XXYY; (Euploidia) - 48, XXXY; (Euploidia) - 49, XXXXY; (Aneuploidia) - e mosaico XY/XXY. -Todas são consideradas variantes da Síndrome de Klinefelter. Como têm um cromossomo Y, estes indivíduos apresentam fenótipo masculino, porém se detecta um grau de deficiência metal e maiores anormalidades físicas a cada cromossomo X adicional. Os pacientes apresentam fenótipo masculino, ginecomastia, microrquidia, azoospermia, e níveis elevados de hormônio folículo estimulante(FSH). A ginecomastia apesar de ser um importante sinal, não é obrigatória, aparecendo em somente 25 a 35% dos casos. Outros sinais associados são: -estatura elevada, membros superiores alongados desrespeitando a simetria corporal, - pênis e testículos pequenos, moles e indolores e sinais de feminilização nos pelos pubianos e na voz. -azoospermia total ou uma oligoospermia. - Alguns pacientes podem apresentar fenótipo normal. Síndrome XYY A síndrome XYY é uma aneuploidia dos cromossomos sexuais, onde um humano do sexo masculino recebe um cromossomo Y extra em cada célula , ficando assim com um cariótipo 47,XYY . A síndrome XYY também é designada como trissomia XYY , aneuploidia 47,XYY ou síndrome do super-macho . A maioria dos Homens com XYY são fenotipicamente normais com crescimento ligeiramente acelerado na Infância Homens com estatura muito elevada Antigamente associada a comportamento anti-social, porém são relatados problemas comportamentais como distração, Hiperatividade e crises de fúria na infância e início da adolescência, sendo que o comportamento agressivo usualmente não é problema e eles aprendem a controlar a raiva à medida que crescem. Verificou-se, porém, que, entre criminosos, a freqüência desta síndrome chega a 3%. Os homens afetados não apresentam anormalidades específicas, a não ser estatura acima da média da população. Ocorrência 1/1.000 nascimentos do sexo masculino. Síndrome XXX ou poli-X SÍNDROME XXX e XXXX ou poli-X47, XXX (Aneuploidia) ou 48, XXXX (Euploidia) – Características: Mulheres com genitália normal e leve retardamento mental Geralmente há deficiência de crescimento pré-natal, baixa estatura . Ocorrência 1/1000 nascimentos do sexo feminino Síndrome cri du chat Progenitores com translocações equilibradas são perfeitamente normais porque nenhum material genético foi perdido, assim sendo, provavelmente não saberão que são portadores até que tenham uma criança afetada com na família. Pode ser uma monossomia parcial do cromossomo 5 devido a quebra do braço curto do cromossoma 5 (5p-) ou do cromossomo 4, sendo este último, mais raro do que o anterior. Geralmente produz um fenótipo anormal com baixo peso de nascimento, desenvolvimento anormal, coloboma da íris e aspecto facial anormal. Esta Síndrome na maioria das vezes não é herdada pelos pais, somente em 20% dos casos. Esses casos são causados por translocação equilibrada nos cromossomas de um dos pais (material genético de um cromossoma que se uniu a outro). Síndrome cri du chat É chamado de Síndrome do cri du chat (choro do gato), por causa da semelhança do choro da criança com um miado de gato. As crianças afetadas têm retardo mental, são microcefálicas, têm um aspecto facial característico com hipertelorismo marcante (pelos) e têm padrões dérmicos característicos. Essa síndrome pode ocorrer na prole de um portador de translocação que formou um gameta não balanceado com uma deficiência. Na mesma família, podem ser encontrados pacientes com a correspondente duplicação. Síndrome Wolf-Hirschhorn É uma anomalia genética que se caracteriza por um grupo de manifestações clínicas, comprometendo o desenvolvimento e crescimento. A doença afeta a qualidade de vida do paciente e pode ser uma ameaça para ele, levando à morte no primeiro ano. Foi descrita pela primeira vez por Wolff em 1965 e mais tarde por Hirschhorn. As manifestações são o resultado de uma deleção parcial do braço curto de um cromossomo 4. A incidência é rara (1:50.000), sendo o sexo feminino mais afetado (2:1). Tem na literatura cerca de 100 casos descritos até 1981. As características clínicas são muito variadas: -Atraso no desenvolvimento geral - Hipoplasia do cerebelo e nervo olfatório - Agenesia de estruturas cerebrais, - Hipotonia, convulsões, baixo peso e estatura (abaixo de 3% da média). - Aspecto facial característico com hipertelorismo, nariz grande e largo. - Micrognatia e outras anormalidades craniofaciais. Síndrome Wolf-Hirschhorn Alterações oculares são freqüentes, como coloboma da íris, estrabismo divergente, estenose lacrimal , fendas palpebrais e sobrancelhas altas e arqueadas. Existem algumas características ósseas como cifose, escoliose, displasia ou deslocamento do quadril, desenvolvimentos anormais de hálux e polegares, hipoplasia uterina, hérnias, hidronefrose, rins policísticos e aumento da distância entre os mamilos. Defeitos cardíacos congênitos podem ser encontradas como a comunicação inter-atrial e comunicação interventricular. A etiologia está relacionada com a supressão do braço curto de um cromossomo 4 (região 4p). Esta supressão pode ocorrer durante a formação dos gametas paternos, no desenvolvimento dos embriões nas primeiras mitoses e também pode ser herdado dos pais que portam uma translocação equilibrada. As manifestações clínicas da doença pode ser notada desde os primeiros anos de vida. A expectativa de vida é considerada curta, principalmente devido a complicações cardio-respiratória. Síndrome Prader Willi Esta síndrome descrita em 1956 é de origem genética localizada no cromossomo 15, ocorrendo na fecundação uma microdeleção neste cromossomo. Causa obesidade, deficiencia mental e hipogonadismo e afeta meninos e meninas em um complexo quadro de sintomas, durante todas suas vidas, estes variando em presença e intensidade de indivíduo para indivíduo. Um diagnóstico precoce, antes da manifestação dos sintomas, principalmente a obesidade, tem trazido uma melhora na qualidade de vida dos portadores nos últimos anos. Mas ainda em caso de diagnósticos tardio, uma série de cuidados pode ser iniciados, retornando na qualidade de vida dos portadores. Bebês com Síndrome de Prader Willi apresentam dificuldade de sugar, choro fraco e são muito pouco ativos, dormindo a maior parte do tempo. Raramente conseguem ser amamentados. Seu desenvolvimento neuro-motor é lento, tardam a sentar, engatinhar e caminhar. Síndrome Prader Willi Os principais sintomas são: -Hiperfagia - constante sensação de fome e interesse com comida, que pode surgir entre os 2 e 5 anos de idade e levar a obesidade ainda na infância. Hipotonia - atraso nas fases típicas do desenvolvimento psicomotor quando bebês. Mais tarde fraco tônus muscular, dificuldades com alguns movimentos, equilíbrio, escrita, uso de instrumentos, lentidão. Dificuldades de aprendizagem e fala. Instabilidade emocional e imaturidade nas trocas sociais. Alterações hormonais - atraso no desenvolvimento sexual. Baixa estatura. Diminuição da sensibilidade à dor. Mãos e pés pequenos, pele mais clara que os pais. Boca pequena com o lábio superior fino e inclinado para baixo nos cantos da boca. Fronte estreita, olhos amendoados e estrabismo.
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