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INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANATOMIA

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INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANATOMIA 
Ezequiel Rubinstein 
CONCEITO DE ANATOMIA 
No seu conceito mais amplo, a Anatomia é a ciência que estuda, macro e microscopicamente, 
a constituição e o desenvolvimento dos seres organizados. 
Um excelente e amplo conceito de Anatomia foi proposto em 1981 pela American Association 
of Anatomists: anatomia é a análise da estrutura biológica, sua correlação com a função e com 
as modulações de estrutura em resposta a fatores temporais, genéticos e ambientais. Tem 
como metas principais a compreensão dos princípios arquitetônicos da construção dos 
organismos vivos, a descoberta da base estrutural do funcionamento das várias partes e a 
compreensão dos mecanismos formativos envolvidos no desenvolvimento destas. A amplitude 
da anatomia compreende, em termos temporais, desde o estudo das mudanças a longo prazo 
da estrutura, no curso de evolução, passando pelas das mudanças de duração intermediária 
em desenvolvimento, crescimento e envelhecimento; até as mudanças de curto prazo, 
associadas com fases diferentes de atividade funcional normal. Em termos do tamanho da 
estrutura estudada vai desde todo um sistema biológico, passando por organismos inteiros 
e/ou seus órgãos até as organelas celulares e macromoléculas. 
A palavra Anatomia é derivada do grego anatome (ana = através de; tome = corte). Dissecação 
deriva do latim (dis = separar; secare = cortar) e é equivalente etimologicamente a anatomia. 
Contudo, atualmente, Anatomia é a ciência, enquanto dissecar é um dos métodos desta 
ciência. 
Seu estudo tem uma longa e interessante história, desde os primórdios da civilização humana. 
Inicialmente limitada ao observável a olho nu e pela manipulação dos corpos, expandiu-se, ao 
longo do tempo, graças a aquisição de tecnologias inovadoras. 
Atualmente, a Anatomia pode ser subdividida em três grandes grupos: Anatomia macroscópica, 
Anatomia microscópica e Anatomia do desenvolvimento. 
A Anatomia Macroscópica é o estudo das estruturas observáveis a olho nu, utilizando ou não 
recursos tecnológicos os mais variáveis possíveis, enquanto a Anatomia Microscópica é aquela 
relacionada com as estruturas corporais invisíveis a olho nu e requer o uso de instrumental 
para ampliação, como lupas, microscópios ópticos e eletrônicos. Este grupo é dividido em 
Citologia (estudo da célula) e Histologia (estudo dos tecidos e de como estes se organizam 
para a formação de órgãos). 
A Anatomia do desenvolvimento estuda o desenvolvimento do indivíduo a partir do ovo 
fertilizado até a forma adulta. Ela engloba a Embriologia que é o estudo do desenvolvimento 
até o nascimento. 
Embora não sejam estanques, a complexidade destes grupos torna necessária a existência de 
estudos específicos. 
NORMAL E VARIAÇÃO ANATÔMICA 
Normal, para o anatomista, é o estatisticamente mais comum, ou seja, o que é encontrado na 
maioria dos casos. Variação anatômica é qualquer fuga do padrão sem prejuízo da função. 
Assim, a artéria braquial mais comumente divide-se na fossa cubital. Este é o padrão. 
Entretanto, em alguns indivíduos esta divisão ocorre ao nível da axila. Como não existe perda 
funcional esta é uma variação. 
Quando ocorre prejuízo funcional trata-se de uma anomalia e não de uma variação. Se a 
anomalia for tão acentuada que deforme profundamente a construção do corpo, sendo, em 
geral, incompatível com a vida, é uma monstruosidade. 
NOMENCLATURA ANATÔMICA 
Como toda ciência, a Anatomia tem sua linguagem própria. Ao conjunto de termos empregados 
para designar e descrever o organismo ou suas partes dá-se o nome de Nomenclatura 
Anatômica. Com o extraordinário acúmulo de conhecimentos no final do século passado, 
graças aos trabalhos de importantes “escolas anatômicas” (sobretudo na Itália, França, 
Inglaterra e Alemanha), as mesmas estruturas do corpo humano recebiam denominações 
diferentes nestes centros de estudos e pesquisas. Em razão desta falta de metodologia e de 
inevitáveis arbitrariedades, mais de 20 000 termos anatômicos chegaram a ser consignados 
(hoje reduzidos a poucos mais de 5 000). A primeira tentativa de uniformizar e criar uma 
nomenclatura anatômica internacional ocorreu em 1895. Em sucessivos congressos de 
Anatomia em 1933, 1936 e 1950 foram feitas revisões e finalmente em 1955, em Paris, foi 
aprovada oficialmente a Nomenclatura Anatômica, conhecida sob a sigla de P.N.A. (Paris 
Nomina Anatomica). Revisões subseqüentes foram feitas em 1960, 1965 e 1970, visto que a 
nomenclatura anatômica tem caráter dinâmico, podendo ser sempre criticada e modificada, 
desde que haja razões suficientes para as modificações e que estas sejam aprovadas em 
Congressos Internacionais de Anatomia . A língua oficialmente adotada é o latim (por ser 
“língua morta”), porém cada país pode traduzi-la para seu próprio vernáculo. Ao designar uma 
estrutura do organismo, a nomenclatura procura utilizar termos que não sejam apenas sinais 
para a memória, mas tragam também alguma informação ou descrição sobre a referida 
estrutura. Dentro deste princípio, foram abolidos os epônimos (nome de pessoas para designar 
coisas) e os termos indicam: a forma (músculo trapézio); a sua posição ou situação (nervo 
mediano); o seu trajeto (artéria circunflexa da escápula); as suas conexões ou inter-relações 
(ligamento sacroilíaco); a sua relação com o esqueleto (artéria radial); sua função (m. 
levantador da escápula); critério misto (m. flexor superficial dos dedos – função e situação). 
Entretanto, há nomes impróprios ou não muito lógicos que foram conservados, porque estão 
consagrados pelo uso. 
POSIÇÃO ANATÔMICA 
Para evitar o uso de termos diferentes nas descrições anatômicas, considerando-se que a 
posição pode ser variável, optou-se por uma posição padrão, denominada posição de 
descrição anatômica (posição anatômica). Deste modo, os anatomistas, quando escrevem 
seus textos, referem-se ao objeto de descrição considerando o indivíduo como se estivesse 
sempre na posição padronizada. 
Nela o indivíduo está em posição ereta (em pé, posição ortostática ou bípede), com a face 
voltada para a frente, o olhar dirigido para o horizonte, membros superiores estendidos, 
aplicados ao tronco e com as palmas voltadas para frente, membros inferiores unidos, com as 
pontas dos pés dirigidas para frente. 
DIVISÃO DO CORPO HUMANO 
O corpo humano divide-se em cabeça, pescoço, tronco e membros. A cabeça corresponde à 
extremidade superior do corpo estando unida ao tronco por uma porção estreitada, o pescoço. 
O tronco compreende o tórax e o abdome com as respectivas cavidades torácica e abdominal; 
a cavidade abdominal prolonga-se inferiormente na cavidade pélvica. Dos membros, dois são 
superiores ou torácicos e dois inferiores ou pélvicos. Cada membro apresenta uma raiz, pela 
qual está ligada ao tronco, e uma parte livre. 
PLANOS DE DELIMITAÇÃO E SECÇÃO DO CORPO HUMANO 
Na posição anatômica o corpo humano pode ser delimitado por planos tangentes à sua 
superfície, os quais, com suas intersecções, determinam a formação de um sólido geométrico, 
um paralelepípedo. 
Tem-se assim, para as faces desse sólido, os seguintes planos correspondentes: dois planos 
verticais, um tangente ao ventre – plano ventral ou anterior – e outro ao dorso – plano dorsal 
ou posterior. Estes e outros a eles paralelos são também designados como planos frontais, por 
serem paralelos à “fronte”; dois planos verticais tangentes aos lados do corpo – planos laterais 
direito e esquerdo e, finalmente, dois planos horizontais, um tangente à cabeça – plano cranial ou 
superior – e outro à planta dos pés – plano podálico – (de podos = pé) ou inferior. 
O tronco isolado é limitado, inferiormente, pelo plano horizontal que tangencia o vértice do 
cóccix, ou seja, o osso que no homem é o vestígio da cauda de outros animais. Por esta razão, 
este plano é denominado caudal. 
Os planos descritos sãode delimitação. É possível traçar também planos de secção: o plano 
que divide o corpo humano em metades direita e esquerda é denominado mediano. Toda 
secção do corpo feita por planos paralelos ao mediano é uma secção sagital (corte sagital) e os 
planos de secção são também chamados sagitais; os planos de secção que são paralelos aos 
planos ventral e dorsal são ditos frontais e a secção é também denominada frontal (corte 
frontal); os planos de secção que são paralelos aos planos cranial, podálico e caudal são 
horizontais. A secção é denominada transversal. 
TERMOS DE POSIÇÃO E DIREÇÃO 
A situação e a posição das estruturas anatômicas são indicadas em função dos planos de 
delimitação e secção. 
Assim, duas estruturas dispostas em um plano frontal serão chamadas de medial e lateral 
conforme estejam, respectivamente, mais próxima ou mais distante do plano mediano do 
corpo. 
Duas estruturas localizadas em um plano sagital serão chamadas de anterior (ou ventral) e 
posterior (ou dorsal) conforme estejam, respectivamente, mais próxima ou mais distante do 
plano anterior. 
Para estruturas dispostas longitudinalmente, os termos são superior (ou cranial) para a mais 
próxima ao plano cranial e inferior (ou caudal) para a mais distante deste plano. 
Para estruturas dispostas longitudinalmente nos membros emprega-se, comumente, os termos 
proximal e distal referindo-se às estruturas respectivamente mais próxima e mais distante da 
raiz do membro. Para o tubo digestivo emprega-se os termos oral e aboral, referindo-se às 
estruturas respectivamente mais próxima e mais distante da boca. 
Uma terceira estrutura situada entre uma lateral e outra medial é chamada de intermédia. Nos 
outros casos (terceira estrutura situada entre uma anterior e outra posterior, ou entre uma 
superior e outra inferior, ou entre uma proximal e outra distal ou ainda uma oral e outra aboral) 
é denominada de média. 
Estruturas situadas ao longo do plano mediano são denominadas de medianas, sendo este um 
conceito absoluto, ou seja, uma estrutura mediana será sempre mediana, enquanto os outros 
termos de posição e direção são relativos, pois baseiam-se na comparação da posição de uma 
estrutura em relação a posição de outra 
SISTEMA ESQUELÉTICO 
O Sistema esquelético (ou esqueleto) humano consiste em um conjunto de ossos, cartilagens e 
ligamentos que se interligam para formar o arcabouço do corpo e desempenhar várias funções, 
tais como: proteção (para órgãos como o coração, pulmões e sistema nervoso central); 
sustentação e conformação do corpo; local de armazenamento de cálcio e fósforo (durante a 
gravidez a calcificação fetal se faz, em grande parte, pela reabsorção destes elementos 
armazenados no organismo materno); sistema de alavancas que movimentadas pelos 
músculos permitem os deslocamentos do corpo, no todo ou em parte e, finalmente, local de 
produção de várias células do sangue. 
O sistema esquelético pode ser dividido em duas grandes porções: uma mediana, formando o 
eixo do corpo, composta pelos ossos da cabeça, pescoço e tronco, o esqueleto axial; outra, 
apensa a esta, forma os membros e constitui o esqueleto apendicular. A união entre estas duas 
porções se faz por meio de cinturas: escapular (ou torácica), constituída pela escápula e 
clavícula e pélvica constituída pelos ossos do quadril. 
No adulto existem 206 ossos, distribuídos conforme mostra a tabela 2. Este número varia de 
acordo com a idade (do nascimento a senilidade há uma redução do número de ossos), fatores 
individuais e critérios de contagem. 
CLASSIFICAÇÃO DOS OSSOS 
Há várias maneiras de classificar os ossos. Uma delas é classificá-los por sua posição 
topográfica, reconhecendo-se ossos axiais (que pertencem ao esqueleto axial) e apendiculares 
(que fazem parte do esqueleto apendicular). Entretanto, a classificação mais difundida é aquela 
que leva em consideração a forma dos ossos, classificando-os segundo a relação entre suas 
dimensões lineares (comprimento, largura ou espessura), em ossos longos, curtos, laminares e 
irregulares. 
 osso longo: seu comprimento é consideravelmente maior que a largura e a espessura. 
Consiste em um corpo ou diáfise e duas extremidades ou epífises. A diáfise apresenta, 
em seu interior, uma cavidade, o canal medular, que aloja a medula óssea. Exemplos 
típicos são os ossos do esqueleto apendicular: fêmur, úmero, rádio, ulna, tíbia, fíbula, 
falanges. 
 osso laminar: seu comprimento e sua largura são equivalentes, predominando sobre a 
espessura. Ossos do crânio, como o parietal, frontal, occipital e outros como a 
escápula e o osso do quadril, são exemplos bemdemonstrativos. São também 
chamados (impropriamente) de ossos planos. 
 osso curto: apresenta equivalência das três dimensões. Os ossos do carpo e do tarso 
são excelentes exemplos. 
 osso irregular: apresenta uma morfologia complexa não encontrando correspondência 
em formas geométricas conhecidas. As vértebras e osso temporal são exemplos 
marcantes 
Estas quatro categorias são as categorias principais de se classificar um osso quanto à sua 
forma. Elas, contudo, podem ser complementadas por duas outras: 
 osso pneumático: apresenta uma ou mais cavidades, de volume variável, 
revestidas de mucosa e contendo ar. Estas cavidades recebem o nome de sinus ou 
seio. Os ossos pneumáticos estão situados no crânio: frontal, maxilar, temporal, 
etmóide e esfenóide 
 osso sesamóide que se desenvolve na substância de certos tendões ou da 
cápsula fibrosa que envolve certas articulações. os primeiros são chamados 
intratendíneos e os segundos periarticulares. A patela é um exemplo típico de osso 
sesamóide intratendíneo. 
Assim, estas duas categorias adjetivam as quatro principais: o osso frontal, por exemplo, é um 
osso laminar, mas também pneumático; o maxilar é irregular, mas também pneumático, a 
patela é um osso curto, mas é, também um sesamóide (por sinal, o maior sesamóide do corpo). 
ESTRUTURA DOS OSSOS 
O estudo microscópico do tecido ósseo distingue a substância óssea compacta e a esponjosa. 
Embora os elementos constituintes sejam os mesmos nos dois tipos de substância óssea, eles 
dispõem-se diferentemente conforme o tipo considerado e seu aspecto macroscópico também 
difere. Na substância óssea compacta, as lamínulas de tecido ósseo encontram-se fortemente 
unidas umas às outras pelas suas faces, sem que haja espaço livre interposto. Por esta razão, 
este tipo é mais denso e rijo. Na substância óssea esponjosa as lamínulas ósseas, mais 
irregulares em forma e tamanho, se arranjam de forma a deixar entre si espaços ou lacunas 
que se comunicam umas com as outras e que, a semelhança do canal medular, contém 
medula Nos ossos longos a diáfise é composta por osso compacto externamente ao canal 
medular, enquanto as epífises são compostas por osso esponjoso envolto por uma fina 
camada de osso compacto. 
Nos ossos planos, a substância esponjosa situa-se entre duas camadas de substância 
compacta. Nos ossos da abóbada craniana, a substância esponjosa é chamada de díploe. 
Os ossos curtos são formados por osso esponjoso revestido por osso compacto, como nas 
epífises dos ossos longos. 
PERIÓSTEO 
No vivente e no cadáver o osso se encontra sempre revestido por delicada membrana 
conjuntiva, com exceção das superfícies articulares. Esta membrana é denominada periósteo e 
apresenta dois folhetos: um superficial e outro profundo, este em contato direto com a 
superfície óssea. A camada profunda é chamada osteogênica pelo fato de suas células se 
transformarem em células ósseas, que são incorporadas à superfície do osso, promovendo 
assim o seu espessamento. 
Os ossos são altamente vascularizados. As artérias do periósteo penetram no osso, irrigando-o e 
distribuindo-se na medula óssea. Por esta razão, desprovido do seu periósteo o osso deixa de 
ser nutrido e morre. 
CARTILAGEMA cartilagem é uma forma de tecido de suporte firme e resistente, mas não tanto como o osso. 
Não tem vasos sangüíneos nem linfáticos e não recebe nervos. Três tipos são conhecidos - 
cartilagem hialina, fibrocartilagem e cartilagem elástica. 
 a cartilagem hialina tem uma aparência translúcida, branco-azulada. É o tipo de mais 
larga distribuição e aparece no modelo cartilagíneo dos ossos em desenvolvimento. Ela 
persiste, na vida adulta, como cartilagem articular, nas extremidades dos ossos; como 
cartilagens costais, da traquéia, do nariz, septo nasal dos brônquios e como as maiores 
cartilagens da laringe. Os representantes não-articulares da cartilagem hialina têm 
tendência a se ossificar mais tarde na vida. 
 a fibrocartilagem consiste em coleções densas de fibras colágenas nas quais está 
misturada uma matriz cartilagínea. Ela é menos homogênea que a cartilagem hialina, 
porém é mais resistente e mais flexível. Ocorre nos discos intervertebrais e articulares e 
nas orlas glenoidais de certas articulações. Está presente na sínfise púbica e cobre 
tendões onde estes têm relação com ossos. 
 a cartilagem elástica é atravessada por uma rica rede de fibras elásticas, o que lhe dá, além 
de uma aparência amarelada, a capacidade de retornar rapidamente a sua forma 
original, quando tracionada ou torcida. A cartilagem elástica ocorre somente nas partes 
móveis do ouvido externo, no nariz e na epiglote. 
LIGAMENTOS 
Um ligamento é uma faixa ou corda bem definida de tecido fibroso unindo dois ossos. A maioria 
dos ligamentos atua resistindo ao movimento de uma articulação em uma direção específica. 
Existem aqueles que são espessamentos localizados da cápsula da articulação (ligamentos 
capsulares), outros que são completamente isolados da cápsula da articulação sobre a qual 
atuam (ligamentos extracapsulares) e outros, ainda, que estão situados dentro da articulação 
(ligamentos intracapsulares). 
Algumas estruturas, tais como o ligamento inguinal e o ligamento redondo do fígado, que 
recebem a denominação de ligamentos não o são no sentido estrito do termo. Também 
distantes deste sentido estrito, recebem o nome de ligamentos, algumas pregas do peritônio, 
que contêm vasos sangüíneos e tecido conjuntivo e unem uma víscera a outra ou a parede do 
corpo. 
ARTICULAÇÕES 
Articulação ou juntura é a conexão entre duas ou mais peças esqueléticas (ossos ou 
cartilagens). Essas uniões não só colocam as peças do esqueleto em contato, como também 
permitem que o crescimento ósseo ocorra e que certas partes do esqueleto mudem de forma 
durante o parto. Além disto, capacitam que partes do corpo se movimentem em resposta a 
contração muscular. 
Embora apresentem consideráveis variações entre elas, as articulações possuem certos 
aspectos estruturais e funcionais em comum que permitem classificá-las em três grandes 
grupos: fibrosas, cartilaginosas e sinoviais. O critério para esta divisão é o da natureza do 
elemento que se interpõe às peças que se articulam. 
ARTICULAÇÕES FIBROSAS 
As articulações nas quais o elemento que se interpõe às peças que se articulam é o tecido 
conjuntivo fibroso são ditas fibrosas (ou sinartroses). O grau de mobilidade delas, sempre 
pequeno, depende do comprimento das fibras interpostas. Existem três tipos de articulações 
fibrosas: sutura, sindesmose e gonfose. 
As suturas, que são encontradas somente entre os ossos do crânio, são formadas por várias 
camadas fibrosas, sendo a união suficientemente íntima de modo a limitar intensamente os 
movimentos, embora confiram uma certa elasticidade ao crânio. A maneira pela qual as 
bordas dos ossos articulados entram em contato é variável, reconhecendo-se suturas planas 
(união linear retilínea ou aproximadamente retilínea), suturas escamosas (união em bisel) e 
suturas serreadas (união em linha “denteada”). No crânio, a articulação entre os ossos nasais é 
uma sutura plana; entre os parietais, sutura denteada; entre o parietal e o temporal, escamosa. 
No crânio do feto e recém-nascido, onde a ossificação ainda é incompleta, a quantidade de 
tecido conjuntivo fibroso interposto é muito maior, explicando a grande separação entre os 
ossos e uma maior mobilidade. Estas áreas fibrosas são denominadas fontículos (ou 
fontanelas). São elas que permitem, no momento do parto, uma redução bastante apreciável 
do volume da cabeça fetal pela sobreposição dos ossos do crânio. Esta redução de volume 
facilita a expulsão do feto para o meio exterior. 
Na idade avançada pode ocorrer ossificação do tecido interposto (sinostose), fazendo com que 
as suturas, pouco a pouco, desapareçam e, com elas, a elasticidade do crânio. 
Nas sindesmoses os ossos estão unidos por uma faixa de tecido fibroso, relativamente longa, 
formando ou um ligamento interósseo ou uma membrana interóssea, nos casos, 
respectivamente de menor ou maior comprimento das fibras, o que condiciona um menor ou 
maior grau de movimentação. Exemplos típicos são a sindesmose tíbio-fibular e a membrana 
interóssea radio-ulnar. 
Gonfose é a articulação específica entre os dentes e seus receptáculos, os alvéolos dentários. 
O tecido fibroso do ligamento periodontal segura firmemente o dente no seu alvéolo. A 
presença de movimentos nesta articulação significa uma condição patológica. 
ARTICULAÇÕES CARTILAGINOSAS 
Nas articulações cartilaginosas o tecido que se interpõe é a cartilagem. Quando se trata de 
cartilagem hialina, temos as sincondroses; nas sínfises a cartilagem é fibrosa. Em ambas a 
mobilidade é reduzida. As sincondroses são raras e o exemplo mais típico é a sincondrose 
esfeno-occipital que pode ser visualizada na base do crânio. Exemplo de sínfise é a união, no 
plano mediano, entre as porções púbicas dos ossos do quadril, constituindo a sínfise púbica. 
Também as articulações que se fazem entre os corpos das vértebras podem ser consideradas 
como sínfise, uma vez que se interpõe entre eles um disco de fibrocartilagem - o disco 
intervertebral. 
ARTICULAÇÕES SINOVIAIS 
A mobilidade exige livre deslizamento de uma superfície óssea contra outra e isto é impossível 
quando entre elas interpõe-se um meio de ligação, seja fibroso ou cartilagíneo. Para que haja o 
grau desejável de movimento, em muitas articulações, o elemento que se interpõe às peças 
que se articulam é um líquido denominado sinóvia, ou líquido sinovial. 
Além da presença deste líquido, as articulações sinoviais possuem três outras características 
básicas: cartilagem articular, cápsula articular e cavidade articular. 
 a cartilagem articular é a cartilagem do tipo hialino que reveste as superfícies em 
contato numa determinada articulação (superfícies articulares), ou seja, a cartilagem 
articular é a porção do osso que não foi invadida pela ossificação. Em virtude deste 
revestimento as superfícies articulares se apresentam lisas, polidas e de cor 
esbranquiçada. A cartilagem articular é avascular e não possui também inervação. Sua 
nutrição, portanto, principalmente nas áreas mais centrais, é precária, o que torna a 
regeneração, em caso de lesões, mais difícil e lenta. 
 a cápsula articular é uma membrana conjuntiva que envolve a articulação sinovial 
como um manguito. Apresenta-se com duas camadas: a membrana fibrosa (externa) e 
a membrana sinovial (interna). A primeira é mais resistente e pode estar reforçada, em 
alguns pontos, por ligamentos , destinados a aumentar sua resistência. Em muitas 
articulações sinoviais, todavia, existem ligamentos independentes da cápsula articular 
e em algumas, como na do joelho, aparecem também ligamentos intra-articulares. 
 cavidade articular é o espaço existente entre as superfícies articulares, estando 
preenchido pelo líquido sinovial 
Ligamentos e cápsula articular têm por finalidade manter a união entre os ossos, mas além disto, 
impedem o movimento em planos indesejáveis e limitam a amplitudedos movimentos 
considerados normais. 
A membrana sinovial é a mais interna das camadas da cápsula articular. É abundantemente 
vascularizada e inervada, sendo encarregada da produção da sinóvia (líquido sinovial), o qual 
tem consistência similar a clara do ovo e tem por funções lubrificar e nutrir as cartilagens 
articulares. O volume de líquido sinovial presente em uma articulação é mínimo, somente o 
suficiente para revestir delgadamente as superfícies articulares e localiza-se na cavidade 
articular. 
Além destas características, que são comuns a todas articulações sinoviais, em várias delas 
encontram-se formações fibrocartilagíneas, interpostas às superfícies articulares, os discos e 
meniscos, de função discutida: serviriam à melhor adaptação das superfícies que se articulam 
(tornando-as congruentes) ou seriam estruturas destinadas a receber violentas pressões, 
agindo como amortecedores. Meniscos, com sua característica forma de meia lua, são 
encontrados na articulação do joelho. Discos são encontrados nas articulações 
esternoclavicular e temporomandibular. 
MOVIMENTOS DAS ARTICULAÇÕES SINOVIAIS 
As articulações fibrosas e cartilagíneas tem um mínimo grau de mobilidade. Assim, a 
verdadeira mobilidade articular é dada pelas articulações sinoviais. Estes movimentos ocorrem, 
obrigatoriamente, em torno de um eixo, denominado eixo de movimento. A direção destes 
eixos é ântero-posterior, látero-lateral e longitudinal. Na análise do movimento realizado, a 
determinação do eixo de movimento é feita obedecendo a regra, segundo a qual, a direção do 
eixo de movimento é sempre perpendicular ao plano no qual se realiza o movimento em 
questão. Assim, todo movimento é realizado em um plano determinado e o seu eixo de 
movimento é perpendicular àquele plano. Os movimentos executados pelos segmentos do 
corpo recebem nomes específicos e aqui serão definidos, a seguir, apenas os mais comuns: 
 flexão e extensão são movimentos angulares, ou seja, neles ocorre uma diminuição ou 
um aumento do ângulo existente entre o segmento que se desloca e aquele que 
permanece fixo. Quando ocorre a diminuição do ângulo diz-se que há flexão; quando 
ocorre o aumento, realizou-se a extensão, exceto para o pé. Neste caso, não se usa a 
expressão extensão do pé: os movimentos são definidos como flexão dorsal e flexão 
plantar do pé. Os movimentos angulares de flexão e extensão ocorrem em plano 
sagital e, seguindo a regra, o eixo desses movimentos é látero-lateral. 
 adução e abdução que são movimentos nos quais o segmento é deslocado, 
respectivamente, em direção ao plano mediano ou em direção oposta, isto é, 
afastando-se dele. Para os dedos prevalece o plano mediano do membro. Os 
movimentos da adução e abdução desenvolvem-se em plano frontal e seu eixo de 
movimento é ântero-posterior. 
 rotação que é o movimento em que o segmento gira em torno de um eixo longitudinal 
(vertical). Assim, nos membros, pode-se reconhecer uma rotação medial, quando a 
face anterior do membro gira em direção ao plano mediano do corpo, e uma rotação 
lateral, no movimento oposto. A rotação é feita em plano horizontal e o eixo de 
movimento, perpendicular a este plano é vertical. 
 circundução, é o resultado do movimento combinatório que inclui a adução, extensão, 
abdução, flexão e rotação. Neste tipo de movimento, a extremidade distal do segmento 
descreve um círculo e o corpo do segmento, um cone, cujo vértice é representado pela 
articulação que se movimenta. 
CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL DAS ARTICULAÇÕES SINOVIAIS 
O movimento nas articulações depende, essencialmente, da forma das superfícies que entram 
em contato e dos meios de união que podem limitá-lo. Na dependência destes fatores as 
articulações podem realizar movimentos em torno de um, dois ou três eixos. Este é o critério 
adotado para classificá-las funcionalmente. Quando uma articulação realiza movimentos 
apenas em torno de um eixo, diz-se que é mono-axial ou que possui um só grau de liberdade; 
será bi-axial a que os realiza em torno de dois eixos (dois graus de liberdade); e tri-axial se eles 
forem realizados em torno de três eixos (três graus de liberdade). Assim, as articulações que só 
permitem a flexão e extensão, como a do cotovelo, são mono-axiais; aquelas que realizam 
extensão, flexão, adução e abdução, como a radio-cárpica (articulação do punho), são bi-
axiais; finalmente, as que além de flexão, extensão, abdução e adução, permitem também a 
rotação, são ditas tri-axiais, cujos exemplos típicos são as articulações do ombro e do quadril. 
CLASSIFICAÇÃO MORFOLÓGICA DAS ARTICULAÇÕES SINOVIAIS 
O critério de base para a classificação morfológica das articulações sinoviais é a forma das 
superfícies articulares. Contudo, às vezes é difícil fazer esta correlação. Além disto, existem 
divergências entre anatomistas quanto não só a classificação de determinadas articulações, 
mas também quanto à denominação dos tipos. De acordo com a nomenclatura anatômica, os 
tipos morfológicos de articulações sinoviais são: 
 plana, na qual as superfícies articulares são planas ou ligeiramente curvas, permitindo 
deslizamento de uma superfície sobre a outra em qualquer direção. A articulação 
acromioclavicular (entre o acrômio da escápula e a clavícula) é um exemplo. 
Deslizamento existe em todas as articulações sinoviais mas nas articulações planas ele 
é discreto, fazendo com que a amplitude do movimento seja bastante reduzida. 
Entretanto, deve-se ressaltar que pequenos deslizamentos entre vários ossos 
articulados permitem apreciável variedade e amplitude de movimento. É isto que 
ocorre, por exemplo, nas articulações entre os ossos curtos do carpo, do tarso e entre 
os corpos das vértebras. 
 gínglimo, ou dobradiça, sendo que os nomes referem-se muito mais ao movimento 
(flexão e extensão) que elas realizam do que à forma das superfícies articulares. A 
articulação do cotovelo é um bom exemplo de gínglimo e a simples observação mostra 
como a superfície articular do úmero, que entra em contato com a ulna, apresenta-se 
em forma de carretel. Todavia, as articulações entre as falanges também são do tipo 
gínglimo e nelas a forma das superfícies articulares não se assemelha a um carretel. 
Este é um caso concreto em que o critério morfológico não foi rigorosamente 
obedecido. Realizando apenas flexão e extensão, as articulações sinoviais do tipo 
gínglimo são mono-axiais. 
 trocóide, na qual, as superfícies articulares são segmentos de cilindro e, por esta 
razão, cilindróides talvez fosse um termo mais apropriado para designá-las. Estas 
articulações permitem rotação e seu eixo de movimento, único, é vertical: são mono-axiais. 
Um exemplo típico é a articulação radio-ulnar proximal (entre o rádio e a ulna) 
responsável pelos movimentos de pronação e supinação do antebraço. Na pronação 
ocorre uma rotação medial do rádio e, na supinação, rotação lateral. Na posição de 
descrição anatômica o antebraço está em supinação. 
 condilar, cujas superfícies articulares são de forma elíptica e elipsóide seria talvez um 
termo mais adequado. Estas articulações permitem flexão, extensão, abdução e 
adução, mas não a rotação. Possuem dois eixos de movimento, sendo portanto bi-
axiais. A articulação radio-cárpica (ou do punho) é um exemplo. Outros são a 
articulação temporomandibular e as articulações metacarpofalângicas. 
 selar, na qual a superfície articular de uma peça esquelética tem a forma de sela, 
apresentando concavidade num sentido e convexidade em outro, e se encaixa numa 
segunda peça onde convexidade e concavidade apresentam-se no sentido inverso da 
primeira. A articulação carpo-metacárpica do polegar é exemplo típico. É interessante 
notar que esta articulação permite flexão, extensão, abdução, adução e rotação 
(conseqüentemente, também circundução) mas é classificada como bi-axial. O fato é 
justificado porque a rotação isoladanão pode ser realizada ativamente pelo polegar 
sendo só possível com a combinação dos outros movimentos. 
 esferóide, que apresenta superfícies articulares que são segmentos de esferas e se 
encaixam em receptáculos ocos. O suporte de uma caneta de mesa, que pode ser 
movimentado em qualquer direção, é um exemplo não anatômico de uma articulação 
esferóide. Este tipo de articulação permite movimentos em torno de três eixos, sendo 
portanto, tri-axial. Assim, a articulação do ombro (entre o úmero e a escápula) e a do 
quadril (entre o osso do quadril e o fêmur) permitem movimentos de flexão, extensão, 
adução, abdução, rotação e circundução. 
COMPLEXIDADE DE ORGANIZAÇÃO 
Quando apenas dois ossos entram em contato numa articulação sinovial diz-se que ela é 
simples (por exemplo, a articulação do ombro); quando três ou mais ossos participam da 
articulação ela é denominada composta (a articulação do cotovelo envolve três ossos: úmero, 
ulna e rádio). 
INERVAÇÃO 
As articulações sinoviais são muito inervadas. Os nervos são derivados dos que suprem a pele 
adjacente ou os músculos que movem as articulações. 
As terminações nervosas sensíveis a dor são numerosas na membrana fibrosa da cápsula e 
nos ligamentos e são sensíveis ao estiramento e à torção destas estruturas. Contudo, o 
principal tipo de sensibilidade é a propriocepção. 
Das terminações proprioceptoras da cápsula - fusos neurotendinosos - partem impulsos que 
interpretados no sistema nervoso central informam sobre a posição relativa dos ossos da 
articulação, do grau e direção de movimento. As vezes, essas informações são inconscientes, 
e atuam em nível de medula espinhal para controle dos músculos que agem sobre a 
articulação. 
MÚSCULOS 
A capacidade de reagir em resposta a uma modificação do meio ambiente constitui uma das 
propriedades fundamentais do protoplasma animal. Assim, um ser unicelular em contato com 
um agente irritante contrai-se no ponto de estímulo e emite um prolongamento do citoplasma 
no ponto oposto àquele que foi estimulado. Diz-se que a célula contraiu-se ao ser estimulada, 
distanciando-se do agente de estímulo; em suma, ocorreu um movimento. Porém, sendo 
unicelular, ele deve realizar com uma única célula, um sem número de atividades: respiração, 
absorção, excreção etc. Nos seres multicelulares, as células diferenciam-se para realizar 
funções específicas: algumas são apropriadas à respiração, outras à absorção, etc. As 
chamadas células musculares especializam-se para a contração e o relaxamento. Estas 
células agrupam-se em feixes para formar massas macroscópicas chamadas músculos, os 
quais acham-se fixados pelas suas extremidades. Assim, músculos são estruturas que movem 
os segmentos do corpo por encurtamento da distancia que existe entre suas extremidades 
fixadas, ou seja, por contração. Dentro do aparelho locomotor, constituído pelos ossos, 
articulações e músculos, estes últimos são os elementos ativos do movimento. Além de tornar 
possível o movimento, a musculatura também mantém unidas as peças do esqueleto, 
determinando a posição e a postura do esqueleto. 
MÚSCULO ESQUELÉTICO 
A célula muscular está normalmente sob o controle do sistema nervoso. Cada músculo possui 
o seu nervo motor, o qual divide-se em muitos ramos para poder controlar todas as células do 
músculo. As divisões mais delicadas, microscópicas, destes ramos terminam, em cada célula 
muscular, num mecanismo especializado conhecido como placa motora. Quando o impulso 
nervoso passa através do nervo, a placa motora transmite o impulso à célula muscular 
determinando a sua contração. Se o impulso para a contração resulta de um ato de vontade 
diz-se que o músculo é voluntário; se o impulso parte de uma porção do sistema nervoso sobre 
o qual o indivíduo não tem controle consciente, diz-se que o músculo é involuntário. Os 
músculos voluntários distinguem-se histologicamente dos involuntários por apresentar 
estriações transversais. Por esta razão são estriados, enquanto os involuntários são lisos. O 
músculo cardíaco, por sua vez, assemelha-se ao músculo estriado, histologicamente, mas atua 
como músculo involuntário, além de se diferenciar dos dois por uma série de características 
que lhe são próprias.Também é possível distinguir os músculos estriados dos lisos pela topografia: 
os primeiros são esqueléticos, isto é, estão fixados, pelo menos por uma das extremidades, ao 
esqueleto; os últimos são viscerais, isto é, são encontrados na parede das vísceras de diversos 
sistemas do organismo. Entretanto, músculos estriados são também encontrados em algumas 
vísceras, e músculos lisos podem estar, excepcionalmente, submetidos ao controle da vontade. 
Um músculo esquelético típico possui uma porção média e extremidades. A porção média é 
carnosa, vermelha no vivente e recebe o nome de ventre muscular. Nele predominam as fibras 
musculares, sendo, portanto a parte ativa do músculo, isto é, a parte contrátil. Quando as 
extremidades são cilindróides ou então têm forma de fita, chamam-se tendões; quando são 
laminares, recebem a denominação de aponeuroses. 
Tanto tendões quanto aponeuroses são esbranquiçados e brilhantes, muito resistentes e 
praticamente inextensíveis, constituídos por tecido conjuntivo denso, rico em fibras colágenas. 
De um modo geral, os músculos se prendem a duas áreas do corpo, em geral no esqueleto, 
por seus tendões e aponeuroses, enquanto o ventre muscular não se prende, para que possa 
contrair-se livremente. Na contração muscular, uma delas permanece fixa e a outra se move. A 
fixa é a origem e a móvel é a inserção. Portanto, os conceitos de origem e inserção são 
dinâmicos, dependendo de que peça se move e de qual permanece fixa. 
Estes conceitos, que são genéricos, admitem algumas exceções, tais como: os tendões ou 
aponeuroses nem sempre se prendem ao esqueleto, podendo fazê-lo em outros elementos 
(cartilagem, cápsulas articulares, septos intermusculares, derme, tendão de outro músculo 
etc.); em um grande número de músculos, as fibras dos tendões têm dimensões tão reduzidas 
que se tem a impressão de que o ventre muscular se prende diretamente no osso; em uns 
poucos músculos, aparecem tendões interpostos a ventres de um mesmo músculo, e esses 
tendões não servem para fixação no esqueleto. 
A fáscia muscular é uma lâmina de tecido conjuntivo que envolve cada músculo. A espessura 
da fáscia muscular varia de músculo para músculo, dependendo de sua função. Às vezes a 
fáscia muscular é muito espessada e pode contribuir para prender o músculo ao esqueleto. 
Para que os músculos possam exercer eficientemente um trabalho de tração ao se contrair, é 
necessário que eles estejam dentro de uma bainha elástica de contenção, papel executado 
pela fáscia muscular. Outra função desempenhada pelas fáscias é permitir o fácil deslizamento 
dos músculos entre si. 
Em algumas regiões do corpo as fáscias musculares vão além de serem somente envoltórios 
musculares. Assim, nos membros, além de cada músculo ser envolvido por sua fáscia, todo o 
conjunto muscular também é envolto por uma fáscia mais espessa, da qual partem 
prolongamentos que vão se fixar nos ossos, separando grupos musculares. Estes 
prolongamentos são chamados de septos intermusculares. A fáscia muscular que envolve os 
músculos da parede abdominal apresenta setores ocupados por músculos e setores 
desocupados. 
CLASSIFICAÇÃO MORFOLÓGICA DOS MÚSCULOS ESQUELÉTICOS 
Os músculos são classificados de várias formas. As mais comumente empregadas são as que 
o fazem em relação à forma do músculo e ao arranjo de suas fibras e às extremidades e ao 
ventre muscular 
A função do músculo condiciona sua forma e arranjo de suas fibras. como as funções dos 
músculos são múltiplas e variadas, também o são sua morfologia e arranjo de suas fibras. De 
um modo geral e amplo, os músculos têm as fibras dispostas paralelas ouoblíquas à direção 
de tração exercida pelo músculo. 
A disposição paralela das fibras pode ser encontrada tanto em músculos nos quais predomina 
o comprimento - músculos longos-, quanto em músculos nos quais comprimento e largura se 
equivalem - músculos largos -. Nos músculos longos é muito comum notar-se uma 
convergência das fibras musculares em direção aos tendões de origem e inserção, de tal modo 
que na parte média o músculo tem maior diâmetro que nas extremidades e por seu aspecto 
característico é denominado fusiforme. Músculos fusiformes são muito freqüentes nos 
membros. Nos músculos largos, as fibras podem convergir para um tendão em uma das 
extremidades, tomando o aspecto de leque. 
Músculos cujas fibras são oblíquas em relação aos tendões denominam-se penados, porque 
esta disposição lembra a das barbas de uma pena. Se os feixes musculares se prendem numa 
só borda do tendão fala-se em músculo unipenado, se os feixes se prendem nas duas bordas 
do tendão, será bipenado. 
Quando os músculos se originam por mais de um tendão, diz-se que apresentam mais de uma 
cabeça de origem. São então classificados como músculos bíceps, tríceps ou quadríceps, 
conforme apresentam 2, 3 ou 4 cabeças de origem. Exemplos clássicos são encontrados na 
musculatura dos membros e a nomenclatura acompanha a classificação: m. bíceps braquial, m. 
tríceps da perna, m. quadríceps da coxa. 
Do mesmo modo, os músculos podem inserir-se por mais de um tendão. Quando há dois 
tendões, são bicaudados; três ou mais, policaudados. 
Alguns músculos apresentam mais de um ventre muscular, com tendões intermediários 
situados entre eles. São digástricos os músculos que apresentam dois ventres e poligástricos 
os que apresentam maior número de ventres. 
CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL DOS MÚSCULOS ESQUELÉTICOS 
Quando um músculo é o agente principal na execução de um movimento ele é um agonista. 
Quando um músculo se opõe ao trabalho de um agonista, é um antagonista. Quando atua no 
sentido de eliminar algum movimento indesejado que poderia ser produzido pelo agonista é um 
sinergista. Assim, o músculo braquial quando se contrai é o agente ativo na flexão do 
antebraço, sendo pois um agonista. O músculo tríceps braquial, que opõe-se a este 
movimento, retardando-o, para que ele não ocorra bruscamente, atua como um antagonista. 
Na flexão dos dedos, os músculos flexores dos dedos são os agonistas. Como os tendões de 
inserção destes músculos cruzam a articulação do punho, a tendência natural é provocar 
também a flexão da mão. Isto não ocorre porque outros músculos, como os extensores do 
carpo, se contraem e desta forma estabilizam a articulação do punho, impedindo o movimento 
indesejado e atuando assim como sinergistas. 
Os músculos que fixam um segmento do corpo para permitir um apoio básico nos movimentos 
executados por outros músculos são chamados de fixadores ou posturais, como ocorre na 
contração dos músculos abdominais para permitir a flexão do braço contra resistência. Alguns 
anatomistas consideram os sinergistas como uma subcategoria dos fixadores. Independente de 
sutilezas conceituais, é importante notar que estes conceitos são dinâmicos, ou seja, um 
músculo que em determinado momento é agonista em outro pode ser antagonista ou fixador ou 
sinergista. 
MECÂNICA MUSCULAR 
A contração do ventre muscular vai produzir um trabalho mecânico, em geral representado pelo 
deslocamento de um segmento do corpo. Ao contrair-se o ventre muscular, há um 
encurtamento do comprimento do músculo e conseqüente deslocamento da peça esquelética. 
O trabalho realizado por um músculo depende da potência do músculo e da amplitude de 
contração do mesmo. A amplitude de contração depende do comprimento das fibras 
musculares. Assim, um músculo longo tem o mais alto grau de encurtamento. A potência (ou 
força) é função do número de fibras que se contraem e número de fibras contido em uma 
secção transversal do músculo, o que é medido em ângulo reto com o eixo maior dos 
fascículos musculares e não com o eixo maior do músculo como um todo. 
Desta forma, o que um músculo penado perde em amplitude de contração, ganha em força. 
Como foi anteriormente dito, o trabalho do músculo se manifesta pelo deslocamento de um (ou 
mais) osso(s). Os músculos agem sobre os ossos como potências sobre braços de alavancas. 
No caso da musculatura cardíaca e dos músculos lisos, geralmente situadas nas paredes de 
vísceras ocas ou tubulares, também se produz um trabalho: a contração da musculatura destes 
órgãos reduz seu volume ou seu diâmetro e desta forma vai expelir ou impulsionar seu 
conteúdo. 
A célula muscular obedece a chamada lei do tudo ou nada, ou seja, ou está completamente 
contraída ou está totalmente relaxada. Assim, a quantidade de fibras musculares que vai estar 
envolvida com o trabalho de um músculo, ao mesmo tempo, vai depender de quantas unidades 
motoras ele possua. Denomina-se unidade motora ao conjunto de fibras de um músculo 
supridas pelo mesmo neurônio. Desta forma um músculo com poucas unidades motoras é um 
músculo de movimentos mais grosseiros, enquanto aquele que possui muitas unidades 
motoras é capaz de movimentos de alta precisão e delicadeza. 
SISTEMA CIRCULATÓRIO 
O sistema circulatório é dividido em sistema circulatório sangüíneo, com as funções de levar 
oxigênio e nutrientes aos tecidos e deles trazer seus produtos, que serão redistribuídos a 
outros órgãos e tecidos e seus resíduos, que serão eliminados (ver sistema urinário) e em 
sistema circulatório linfático, que transporta para a circulação sangüínea o excesso de líquido 
intersticial, bem como substâncias de grande tamanho, incapazes de passar diretamente dos 
tecidos para aquela. Além disto ajuda na defesa do organismo contra o ataque de 
microrganismos. 
Em síntese o sistema circulatório pode ser dividido em: sistema sangüíneo composto por 
artérias, veias, capilares e coração e cujo fluido é o sangue e em sistema linfático, formado por 
vasos linfáticos, linfonodos, tonsilas e órgãos hemopoiéticos e cujo fluido é a linfa. 
SISTEMA CIRCULATÓRIO SANGÜÍNEO 
O sistema circulatório sangüíneo é formado por um circuito fechado de tubos (artérias, 
capilares e veias) dentro dos quais circula o sangue e por um órgão central, o coração, que 
atua como bomba aspirante-premente. 
ARTÉRIAS 
As artérias são os vasos que transportam o sangue centrifugamente ao coração. Distribuem-se 
por praticamente todo o corpo, iniciando por grandes troncos que vão se ramificando 
progressivamente. Estes ramos podem ser colaterais ou terminais. Quando uma artéria dá 
ramos e deixa de existir por causa desta divisão, diz-se que estes ramos são terminais. 
Quando a artéria emite ramos e continua a existir, estes ramos são chamados de colaterais. 
Estes, que são a grande maioria dos ramos arteriais, se separam do tronco arterial mais 
comumente em ângulo agudo, mas podem fazê-lo em ângulo reto ou, mais raramente, em 
ângulo obtuso. Estes seguem um trajeto retrógrado e são denominados de recorrentes. 
CAPILARES 
As artérias se ramificam e se tornam, progressivamente, menos calibrosas e com as paredes mais finas, 
até chegarem aos capilares, que são de dimensões microscópicas e cujas paredes são uma simples 
camada de células (endotélio). Sua distribuição é quase universal no corpo, sendo rara sua ausência, 
como ocorre na epiderme, na cartilagem hialina, na córnea e no cristalino. É ao nível dos capilares, graças 
a aberturas existentes entre células endoteliais vizinhas( poros capilares), que ocorrem as trocas entre o 
sangue e os tecidos. Estas aberturas variam de dimensões de tecido para tecido. 
VEIAS 
As veias são os vasos que transportam o sangue centripetamente ao coração. Sua formação 
lembra a formação dos rios: afluentes vão confluindo no leito principal e o caudal deste torna-
se progressivamente mais volumoso. As veias recebemnumerosas tributárias e seu calibre 
aumenta à medida que se aproximam do coração, exatamente o oposto do que ocorre com as 
artérias, nas quais o calibre vai diminuindo à medida que emitem ramos e se afastam do 
coração. De acordo com sua localização em relação às camadas do corpo, as veias são 
classificadas em superficiais e profundas. Estas podem ser solitárias. ou seja, não 
acompanham artérias ou , o que é mais comum, satélites, quando acompanham as artérias. 
Neste caso são, geralmente, em número de duas para cada artéria. As veias superficiais possuem 
trajeto independente do das artérias e se comunicam com as profundas por inúmeras anastomoses. Na 
superfície interna de muitas veias existem pregas membranosas, de forma semilunar, geralmente 
aos pares, denominadas válvulas, as quais , por direcionarem o fluxo sangüíneo, 
contrabalançam a ação da gravidade, desfavorável à circulação nas veias de trajeto 
ascendente. Assim, nas veias dos membros as válvulas são comuns, enquanto na cabeça e 
pescoço são ausentes ou vestigiais. 
CORAÇÃO 
O coração, localizado no mediastino torácico ( porção mediana do tórax, compreendida entre 
as cavidades pulmonares é um órgão muscular oco que funciona como uma bomba contrátil-
propulsora. O tecido muscular que forma o coração é de tipo especial, tecido muscular estriado 
cardíaco, e constitui sua camada média, o miocárdio. Este é revestido internamente por 
endotélio, o qual é contínuo com a camada íntima dos vasos que chegam ou saem do coração. 
Esta camada interna é o endocárdio. Externamente ao miocárdio, há uma serosa revestindo-o, 
denominada epicárdio. A cavidade do coração é subdividida em quatro câmaras: duas à direita, 
o átrio e o ventrículo direitos e duas à esquerda, o átrio e o ventrículo esquerdos. O átrio direito 
se comunica com o ventrículo direito através do óstio atrioventricular direito, no qual existe um 
dispositivo direcionador do fluxo, a valva tricúspide. O mesmo ocorre à esquerda, através do 
óstio atrioventricular esquerdo, cujo dispositivo direcionador de fluxo é a valva mitral. As 
cavidades direitas são separadas das esquerdas pelos septos interatrial e interventricular. 
Ao átrio direito, através das veias cavas inferior e superior chega o sangue venoso do corpo (com 
baixa pressão de O2 e alta pressão de CO2). Ele passa ao ventrículo direito através do óstio 
atrioventricular direito e deste vai ao tronco pulmonar e daí, através das artérias pulmonares 
direita e esquerda, dirige-se aos pulmões, onde ocorrerá a troca gasosa, com CO2 sendo 
liberado dos capilares pulmonares para o meio ambiente e com O2 sendo absorvido do meio 
ambiente para os capilares pulmonares. Estes capilares confluem e, progressivamente, se 
formam as veias pulmonares que levam sangue rico em O2 para o átrio esquerdo. Deste, o 
sangue passa ao ventrículo esquerdo através do óstio atrioventricular esquerdo e daí vai para a 
artéria aorta, que inicia sua distribuição pelo corpo. 
O trajeto ventrículo esquerdo aorta artérias de calibres progressivamente menores 
capilares veias de calibres progressivamente maiores veias cavas superior e 
inferior átrio direito, é chamado de grande circulação ou circulação sistêmica. 
O trajeto ventrículo direito tronco pulmonar artérias pulmonares direita e esquerda, com 
redução progressiva de calibre capilares pulmonares veias pulmonares com aumento 
progressivo de calibre átrio esquerdo, é chamado de pequena circulação ou circulação 
pulmonar. 
PERICÁRDIO 
Envolvendo o coração, separando-o dos outros órgãos do tórax e limitando sua distensão 
existe um saco fibro-seroso, o pericárdio. Ele é constituído por uma camada externa fibrosa, o 
pericárdio fibroso e por uma camada interna serosa, o pericárdio seroso. Este possui uma 
lâmina parietal, aderente ao pericárdio fibroso e uma lâmina serosa, aderente ao miocárdio, ou 
seja, a lâmina serosa é o epicárdio. 
SISTEMA CIRCULATÓRIO LINFÁTICO 
O sistema linfático é formado por vasos linfáticos e linfonodos situados ao longo do trajeto dos 
vasos. Estes atuam basicamente como um sistema auxiliar de drenagem, pois nem todas as 
moléculas do líquido tecidual passam para os capilares sangüíneos, em especial as de grande 
tamanho, que são recolhidas em capilares especiais, os capilares linfáticos, de fundo cego, de 
onde a linfa segue para os vasos linfáticos e destes para os troncos linfáticos, os mais 
volumosos, que por sua vez lançam a linfa em veias de médio ou grande calibre. Por serem 
capazes de absorver estruturas de maior calibre, os capilares linfáticos podem captar também 
restos de células normais ou inflamatórias e bactérias. 
Para evitar que estas substâncias estranhas ao organismo penetrem na circulação sangüínea e 
se disseminem por todo o corpo existem ao longo dos vasos linfáticos estruturas denominadas 
linfonodos, que atuam como uma barreira ou filtro contra estes agentes agressores. Os 
linfonodos são, portanto, elementos de defesa do organismo e para tanto produzem glóbulos 
brancos, principalmente linfócitos. Os linfonodos variam muito em forma, tamanho e coloração, 
ocorrendo geralmente em grupos, embora possam apresentar-se isolados. Como resposta a 
uma inflamação, o linfonodo pode intumescer-se e tornar-se doloroso, fenômeno conhecido 
tecnicamente como linfadenite ou popularmente como íngua. As tonsilas são órgãos linfóides 
situados na orofaringe compostos por linfonodos parcialmente encapsulados. 
SISTEMA NERVOSO 
As funções orgânicas, bem como a integração ao meio ambiente estão na dependência de um 
sistema especial denominado sistema nervoso. Isto significa que este sistema não só controla 
e coordena as funções de todos os sistemas do organismo como também, ao receber os 
devidos estímulos, é capaz de interpretá-los e desencadear respostas adequadas a eles. Desta 
forma, muitas funções do sistema nervoso dependem da vontade (caminhar, por exemplo, é 
um ato voluntário) e muitas outras ocorrem sem que se tenha consciência delas (a secreção de 
saliva, por exemplo, ocorre independentemente da vontade). 
O sistema nervoso é dividido em duas partes fundamentais que são o sistema nervoso central 
(SNC) e o sistema nervoso periférico. O sistema nervoso central é a porção de recepção de 
estímulos, de comando e desencadeadora de respostas, sendo formado pelo encéfalo e pela 
medula espinhal. A porção periférica está constituída pelas vias que conduzem os estímulos ao 
sistema nervoso central ou que levam até aos órgãos efetuadores as ordens emanadas da 
porção central, sendo formado pelos nervos cranianos e espinhais, pelos gânglios e pelas 
terminações nervosas. 
SISTEMA NERVOSO CENTRAL 
O sistema nervoso central é formado pelo encéfalo e pela medula espinhal, protegidos, 
respectivamente. pelo crânio e pela coluna vertebral Esta proteção é reforçada pela presença 
de lâminas de tecido conjuntivo, as meninges. Elas são, de fora para dentro: dura-máter, 
aracnóide e pia-máter. A dura-máter é a mais espessa delas, sendo que no crânio está 
associada ao periósteo da face interna dos ossos, enquanto entre ela e a coluna vertebral 
existe um espaço, o espaço extradural (ou epidural). A pia-máter é a mais fina e está 
intimamente aplicada ao encéfalo e a medula espinhal. Entre a dura e a pia-máter está a 
aracnóide, da qual partem fibras delicadas que vão a pia-máter, formando uma rede 
semelhante a uma teia de aranha. A aracnóide é separada da dura-máter por um espaço 
capilar, o espaço subdural e da pia-máter pelo espaço subaracnóideo, onde circula o líquido 
cérebro-espinhal ou líquor, o qual funciona como absorvente de choques. 
O encéfalo é dividido em cérebro, cerebelo, mesencéfalo, ponte e bulbo, sendo estes três 
últimos conhecidos em conjunto como tronco encefálico. A maior parte do encéfalo 
corresponde ao cérebro, constituído por duas massas, os hemisférios cerebrais, unidos por 
uma pontede fibras nervosas, o corpo caloso e separados por uma lâmina de dura-máter, a 
foice do cérebro. Na superfície dos hemisférios existem depressões, os sulcos que delimitam 
giros. Os hemisférios podem ser divididos em lobos, correspondendo cada um aos ossos do 
crânio com que guardam relações, existindo, portanto, os lobos frontal, occipital, temporal e 
parietal. O cérebro responde pelas funções nervosas mais elevadas, contendo centros para 
interpretação de estímulos bem como centros que iniciam movimentos musculares. Ele 
armazena informações e é responsável também por processos psíquicos altamente 
elaborados, determinando a inteligência e a personalidade. O cerebelo atua, basicamente, 
como coordenador dos movimentos da musculatura esquelética e na manutenção do equilíbrio. 
O tronco encefálico, além de ser a origem de dez dos doze nervos cranianos, é sede de várias 
funções ligadas ao controle das atividades involuntárias e das emoções. 
A medula espinhal é formada por trinta e um segmentos, cada um dos quais dá origem a um 
par de nervos espinhais. Ela atua como um caminho pelo qual passam impulsos que vão ou 
vem do encéfalo para várias partes do corpo. 
A observação atenta de um corte de qualquer área do SNC permite reconhecer áreas claras e 
escuras que representam, respectivamente, o que se chama de substância branca e 
substância cinzenta. A primeira está constituída, predominantemente, por fibras nervosas 
mielínicas e a segunda por corpos de neurônios. No cérebro e no cerebelo a estrutura geral é a 
mesma: uma massa de substância branca, revestida externamente por uma fina camada de 
substância cinzenta e tendo no centro massas de substância cinzenta constituindo os núcleos 
(acúmulos de corpos neuronais dentro do SNC). Na medula, a substância cinzenta forma um 
eixo central contínuo envolvido por substância branca, enquanto no tronco encefálico a 
substância cinzenta central não é contínua, apresentando-se fragmentada, formando núcleos. 
SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO 
O sistema nervoso periférico é composto por terminações nervosas, gânglios e nervos. Estes 
são cordões esbranquiçados formados por fibras nervosas unidas por tecido conjuntivo e que 
têm por função levar (ou trazer) impulsos ao (do) SNC. As fibras que levam impulsos ao SNC 
são chamadas de aferentes ou sensitivas, enquanto que as que trazem impulsos do SNC são 
as aferentes ou motoras. Os nervos são divididos em dois grupos: nervos cranianos e nervos 
espinhais. 
NERVOS ESPINHAIS 
O nervo espinhal é formado pela fusão de duas raízes: uma ventral e outra dorsal. A raiz 
ventral possui apenas fibras motoras (eferentes), cujos corpos celulares estão situados na 
coluna anterior da substância cinzenta da medula. A raiz dorsal possui fibras sensitivas 
(aferentes) cujos corpos celulares estão no gânglio sensitivo da raiz dorsal, que se apresenta 
como uma porção dilatada da própria raiz. Como o nervo espinhal é formado pela fusão destas 
raízes, ele é sempre misto, ou seja tem fibras aferentes e eferentes. Logo após sua formação 
pela fusão das raízes ventral e dorsal o nervo espinhal se divide em dois ramos: ramo dorsal, 
menos calibroso e que inerva a pele e os músculos do dorso e ramo ventral, mais calibroso e 
que inerva os membros e a porção ântero-lateral do tronco. 
Os ramos ventrais que inervam os membros se anastomosam amplamente formando os 
plexos, dos quais emergem nervos terminais, de tal forma que cada ramo ventral contribui para 
formar vários nervos e cada nervo contem fibras provenientes de diversos ramos ventrais. Já 
no tronco não há a formação dos plexos; cada ramo ventral segue seu curso isolado. 
NERVOS CRANIANOS 
Os nervos cranianos são doze pares de nervos que fazem conexão com o encéfalo. Os dois primeiros 
têm conexão com o cérebro e os demais com o tronco encefálico. Os nervos cranianos são mais 
complexos que os espinhais, havendo acentuada variação quanto aos seus componentes 
funcionais. Alguns possuem um gânglio, outros tem mais de um e outros, ainda, não tem 
nenhum. Também não são obrigatoriamente mistos como os nervos espinhais. Os nervos 
cranianos recebem denominações próprias, bem como também são numerados em seqüência 
crânio-caudal, o que é mostrado na tabela 3, juntamente com suas respectivas funções 
TERMINAÇÕES NERVOSAS E GÂNGLIOS 
As terminações nervosas existem na extremidade de fibras sensitivas e motoras. Nestas 
últimas, o exemplo mais típico é a placa motora. Nas primeiras, as terminações nervosas são 
estruturas especializadas para receber estímulos físicos ou químicos na superfície ou no 
interior do corpo. Assim, os cones e bastonetes da retina são estimulados somente pelos raios 
luminosos; os receptores do ouvido apenas por ondas sonoras; os gustativos por substâncias 
químicas capazes de determinar as sensações de doce, azedo, amargo, etc.; na pele e nas 
mucosas existem receptores especializados para os agentes causadores de calor, frio, pressão 
e tato, enquanto as sensações dolorosas são captadas por terminações nervosas livres, isto é, 
não há uma estrutura especializada para este tipo de estímulo. 
Enquanto acúmulos de neurônios dentro do SNC são chamados de núcleos, fora do SNC são 
chamados de gânglios e se apresentam, em geral, como uma dilatação. 
Do ponto de vista funcional pode-se dividir o sistema nervoso em SN somático e SN visceral. 
Este é o conjunto de estruturas nervosas, centrais e periféricas, que se ocupam do controle do 
meio interno, enquanto o SN somático, também formado por estruturas centrais e periféricas, 
têm por função a interação do organismo com o meio externo. Assim, de uma forma geral, 
pode-se afirmar que o SN somático cuida das atividades voluntárias enquanto o SN visceral o 
faz das involuntárias. 
SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO 
Tanto o SN somático quanto o SN visceral possuem uma parte aferente e outra eferente. 
Denomina-se sistema nervoso autônomo (SNA) a parte eferente do SN visceral. O SNA por 
sua vez é dividido em duas partes: o sistema simpático e o sistema parassimpático. O 
simpático estimula as atividades que ocorrem em situações de emergência ou tensão, 
enquanto o parassimpático é mais ativo nas condições comuns da vida, estimulando atividades 
que restauram e conservam a energia corporal. O simpático tem origens nas regiões torácica e 
lombar da medula espinhal, enquanto o parassimpático as tem porções no tronco encefálico e 
nos segmentos sacrais da medula espinhal. Ambos possuem fibras pré-ganglionares que 
fazem conexões com gânglios (acúmulo de neurônios fora do SNC) e dos quais partem fibras 
pós-ganglionares que vão até os órgãos efetuadores; contudo as fibras pré-ganglionares 
simpáticas são curtas e as pós-ganglionares são longas, enquanto no parassimpático ocorre o 
contrário. Existem várias outras diferenças, como no tipo dos mediadores químicos, que fogem 
ao objetivo deste tópico. 
SISTEMA RESPIRATÓRIO 
O sistema respiratório contem os tubos que transportam o ar do meio externo aos pulmões e 
vice-versa e os alvéolos dos pulmões, onde ocorrem as trocas gasosas. Respiração é o 
processo pelo qual gases são trocados entre o meio ambiente e as células do corpo. 
ÓRGÃOS DO SISTEMA RESPIRATÓRIO 
O nariz, formado por ossos e cartilagens, apresenta duas aberturas, as narinas, que permitem 
a entrada do ar. 
A cavidade nasal é o espaço situado posteriormente ao nariz e é dividida medianamente pelo 
septo nasal. As paredes laterais da cavidade nasal apresentam saliências, as conchas nasais, 
que aumentam a superfície de contato entre o ar e a mucosa da cavidade nasal. Esta mucosa 
filtra, aquece e umedifica o ar inspirado. 
Os seios paranasais são cavidades existentes em alguns ossos do crânio e que se abrem na 
cavidade nasal. Seu revestimento é contínuo e idêntico ao da cavidade nasal. Além de 
reduzirem o peso do crânio, apresentam as mesmas funções da cavidade nasal.A faringe apresenta três partes: naso, oro e laringofaringe. Destas três, a nasofaringe é, 
exclusivamente, via aérea. A laringofaringe é somente via digestiva e a oro faringe é um 
caminho comum ao ar e aos alimentos. Da orofaringe o ar inspirado vai para a laringe. 
A laringe, atua como passagem de ar e ajuda a evitar, através do reflexo da tosse, que corpos 
estranhos penetrem na traquéia. Além disto ela contem as pregas vocais (errônea e 
popularmente chamadas de cordas vocais), saliências músculo-ligamentares em sua luz, que 
produzem os sons básicos da fala, por vibrarem com a passagem do ar durante a expiração. A 
movimentação das pregas vocais as leva a maior ou menor tensão ( o que regula se os sons 
serão mais ou menos agudos) e a uma maior ou menor aproximação mediana (o que produz 
sons mais ou menos intensos). 
A traquéia além de servir de passagem de ar também ajuda a aquecê-lo e a umedificá-lo. 
Termina dividindo-se em brônquios principais direito e esquerdo. 
Os brônquios se ramificam progressivamente, formando a árvore bronquial, que leva o ar da traquéia 
aos alvéolos pulmonares. Os pulmões são formados pelo conjunto dos alvéolos, da maior parte da 
árvore bronquial e de tecidos de sustentação. 
INSPIRAÇÃO E EXPIRAÇÃO 
A inspiração (entrada do ar) e a expiração (saída do ar) são acompanhadas de alterações dos 
diâmetros da caixa torácica. 
Para que a inspiração ocorra é necessário que o tórax se expanda, reduzindo assim a pressão 
dentro dele, o que vai permitir a expansão dos tecidos pulmonares e a sucção do ar do meio 
ambiente. Esta expansão do tórax ocorre no diâmetro crânio-podálico as custas da contração e 
conseqüente abaixamento (em direção ao abdome) do músculo diafragma, constituindo o 
principal movimento inspiratório. Os diâmetros látero-lateral e ântero-posterior aumentam 
devido movimentos das costelas. 
A expiração, ao contrário da inspiração, que sempre envolve gasto energético, quando feita de 
forma tranqüila, o que ocorre habitualmente, é passiva, sem gasto de energia, pois é feita às 
custas da energia potencial acumulada nas fibras elásticas pulmonares, distendidas durante a 
inspiração (como uma borracha estirada volta a seu tamanho original sem ser preciso 
empregar energia). 
SISTEMA DIGESTIVO 
Digestão é o processo de transformar os alimentos em formas possíveis de serem absorvidas 
pelo organismo. O sistema digestivo, que realiza esta tarefa, é composto pelo canal alimentar 
ou tubo digestivo e por várias glândulas anexas. 
CANAL ALIMENTAR 
A boca está adaptada a receber os alimentos e iniciar o processo de digestão. Também atua 
como órgão da fala e do prazer. As bochechas são seu limite lateral, enquanto que os lábios a 
delimitam superior e inferiormente. Os lábios são muito móveis e possuem grande variedade e 
quantidade de receptores sensitivos, utilizados para analisar as características do alimento. 
A língua é, basicamente, uma estrutura muscular revestida por mucosa que atua misturando o 
alimento com a saliva e encaminhando-o à faringe. A superfície irregular da língua, além de 
facilitar a movimentação dos alimentos também apresenta receptores gustativos. 
O palato forma o teto da cavidade bucal e apresenta duas partes, o palato duro, ósseo e o 
palato mole, muscular. Este se move e ajuda a ocluir a comunicação com a cavidade nasal 
durante a passagem dos alimentos em direção à faringe. 
Os dentes (vinte, primariamente e trinta e dois, secundariamente) atuam cortando o alimento 
em pedaços pequenos, aumentando assim a área exposta às ações digestivas. 
A faringe e esôfago atuam, somente, como tubos condutores, levando o alimento da boca até 
ao estômago. A faringe é dividida em nasofaringe, orofaringe e laringofaringe. Destas três, a 
nasofaringe é, exclusivamente, via aérea. A laringofaringe é somente via digestiva e a oro 
faringe é um caminho comum ao ar e aos alimentos. A deglutição dos alimentos se inicia com 
eles sendo misturados com a saliva, na boca, e empurrados para a orofaringe. A seguir, 
reflexos involuntários encaminham o alimento até ao esôfago, do qual é encaminhado ao 
estômago. 
O estômago recebe os alimentos, mistura-os com o suco gástrico, absorve-os (limitadamente) 
e os encaminha ao intestino delgado. 
O intestino delgado, composto de três partes (duodeno, jejuno e ílio) mede, no vivo, cerca de 3 
a 4 metros de comprimento. Após a morte, pela perda do tônus muscular, pode atingir até 7 
metros. Ele recebe o bolo alimentar do estômago, mistura-o com secreções provenientes do 
pâncreas, da vesícula biliar e dele mesmo e completa o processo de digestão, absorvendo 
seus produtos e encaminhando seus resíduos ao intestino grosso. 
O intestino grosso, formado pelo ceco, pelos colos ascendente, transverso, descendente e 
sigmóide, pelo reto e pelo canal anal, recebe os resíduos da digestão vindos do intestino 
delgado, reabsorve a água e os eletrólitos neles contidos e forma e estoca as fezes. Estas 
consistem de material não digerido, água, eletrólitos, secreções mucosas e bactérias. 
GLÂNDULAS ANEXAS 
As glândulas salivares secretam a saliva, a qual umedece os alimentos, facilita a mastigação, 
possibilita a gustação, inicia a digestão e ajuda a limpar a língua. Existem três pares de 
glândulas salivares maiores (parótida, submandibular e sublingual) e um número variável de 
glândulas salivares menores disseminadas pela cavidade oral. 
O pâncreas, estreitamente relacionado com o duodeno, produz o suco pancreático, Além 
disto, tem ações como glândula endócrina, produzindo dois hormônios, a insulina e o glucagon, 
que atuam no metabolismo dos açucares. 
O fígado é a maior glândula do corpo humano. Além de produzir diversas substâncias 
fundamentais para a vida, ele atua na digestão através da produção da bile, a qual é 
armazenada, concentrada e excretada pela vesícula biliar. 
SISTEMA URINÁRIO 
O sistema urinário é constituído pelos rins, que removem substâncias do sangue, formam a 
urina e auxiliam a regulação de diversos processos corporais; pelos ureteres, estruturas 
tubulares que transportam a urina dos rins até a bexiga. Esta atua como reservatório de urina. 
Quando cheia, esvazia-se para o exterior através de um tubo, a uretra. 
Os rins são órgãos pares, situados um de cada lado da coluna vertebral, na parte mais superior 
da parede posterior do abdome. Eles atuam removendo resíduos metabólicos do sangue, bem 
como regulando o volume e a composição dos líquidos corporais. 
A unidade funcional do rim é o nefron (em cada rim existem cerca de um milhão), de 
dimensões microscópicas e composto pelo corpúsculo renal (formado pelo glomérulo e pela 
cápsula do glomérulo) e pelos túbulos renais. 
O glomérulo renal é formado por um aglomerado de capilares, através dos quais ocorre a 
filtração do sangue. Este filtrado é recolhido pelos túbulos renais e, a nível destes, ocorre a 
reabsorção de algumas substâncias, bem como a eliminação de outras. O que fica é a urina. A 
última parte dos túbulos é o chamado ducto coletor. Estes progressivamente vão confluindo 
entre si até desaguarem na pelve renal, que se continua no ureter. 
Os capilares que formam os glomérulos renais tem uma característica própria: eles se 
interpõem entre duas artérias e não, como é comum, entre uma artéria e uma veia. Isto ocorre, 
porque o sangue após ser filtrado vai nutrir os tecidos renais, sendo necessário para tal a 
disposição habitual. Em resumo, no rim as coisas acontecem assim: artéria capilares 
glomerulares artéria capilares comuns veia. 
 
 
TABELA 1 - SISTEMAS ORGÂNICOS, SEUS PRINCIPAIS ÓRGÃOS E 
FUNÇÕES 
SISTEMA PRINCIPAIS ÓRGÃOS PRINCIPAIS FUNÇÕES 
TEGUMENTAR (pele e 
tela subcutânea) 
Pele, cabelo, unhas, 
glândulas sudoríparas 
e sebáceas 
Protege tecidos subjacentes, regula a 
temperatura corporal, atua como 
reservanutricional, contémterminações sensitivas 
ESQUELÉTICO 
Ossos, ligamentos, 
cartilagens 
Sustenta e protege as partes moles, serve de 
fixação aos músculos, produz células do 
sangue, estoca sais inorgânicos 
ARTICULAR 
Articulações fibrosas, 
cartilaginosas e 
sinoviais 
Unem peças esqueléticas, fixando-as ou 
permitindo que ocorra sua movimentação 
MUSCULAR Músculos e fáscias 
Produzem movimentos, mantém a postura, 
produzem os batimentos cardíacos 
CIRCULATÓRIO 
 sangüíneo 
Coração, artérias, 
veias e capilares 
 
Move o sangue através dos vasos sangüíneos 
e distribuem substâncias por todo o corpo 
 
 linfático 
Vasos linfáticos, 
linfonodos, timo, baço 
Traz de volta ao sangue os líquidos tissulares, 
absorve e transporta estruturas de maior 
volume, defende o organismo contra infecções 
NERVOSO 
Cérebro, medula 
espinhal, nervos, 
gânglios, terminações 
sensitivas 
Detecta alterações, recebe e interpreta 
informações, estimula músculos e glândulas 
SENSORIAL 
Órgãos da visão, 
audição, equilíbrio, 
olfação e gustação 
Fornecem informações complexas, 
provenientes dos meios externo e interno ao 
sistema nervoso 
ENDÓCRINO 
Glândulas que secretam 
hormônios (hipófise, 
tireóide, paratireóide, 
pâncreas, adrenal, 
gônadas, pineal) 
Controla as atividades metabólicas do 
organismo 
DIGESTIVO 
Boca, língua, dentes, 
glândulas salivares, 
faringe, esôfago, 
estômago, fígado, 
vesícula biliar, pâncreas, 
intestinos delgado e 
grosso 
Recebe, quebra e absorve os alimentos, 
elimina o material não absorvido 
RESPIRATÓRIO 
Cavidade nasal, faringe, 
laringe, traquéia, 
brônquios, pulmões 
Inspira e expira o ar, promove a troca de gases 
entre o sangue e o ar 
URINÁRIO 
Rins, ureteres, bexiga 
urinária, uretra 
Remove os resíduos do sangue, mantêm o 
equilíbrio de água e eletrólitos, armazena e 
transporta urina 
REPRODUTOR 
MASCULINO 
testículo, epidídimo, ducto 
deferente, vesícula 
seminal, próstata, 
glândulas bulbo-uretrais 
uretra, pênis 
Produz e sustenta os espermatozóides; transfere-
os para o sistema reprodutor feminino 
REPRODUTOR 
FEMININO 
ovários, tubas uterinas, 
útero, vagina, clitóris, 
vulva 
Produz e sustenta os óvulos, recebe e transporta os 
espermatozóides, sustenta o desenvolvimento do 
embrião, atua no processo de nascimento 
 
 
TABELA 2 – DISTRIBUIÇÃO E NÚMERO DOS OSSOS DO CORPO 
LOCALIZAÇÃO NÚMERO 
ESQUELETO AXIAL 
Crânio e hióide 29 
Vértebras 26 
Costelas e esterno 25 
TOTAL 80 
ESQUELETO APENDICULAR 
Membro superior e cintura escapular 64 
Membro inferior e cintura pélvica 62 
TOTAL 126 
TOTAL GERAL 206 
 
 
TABELA 3 - NERVOS CRANIANOS E SUAS FUNÇÕES 
NERVO TIPO FUNÇÃO 
I - OLFATÓRIO sensitivo 
Fibras sensitivas transmitem impulsos 
relacionados ao sentido do olfato 
II - ÓPTICO sensitivo 
Fibras sensitivas transmitem impulsos 
relacionados à visão 
III - OCULOMOTOR 
principalmente 
motor 
Fibras motoras transmitem impulsos que elevam 
as pálpebras, movem os olhos, ajustam a 
quantidade de luz que penetra no olho e foca o 
cristalino. Algumas fibras sensitivas transmitem 
impulsos relacionados as condições dos músculos 
IV - TROCLEAR 
principalmente 
motor 
Fibras motoras transmitem impulsos aos músculos 
que movem os olhos. Algumas fibras sensitivas 
transmitem impulsos relacionados as condições 
dos músculos 
V - TRIGÊMEO misto 
 Oftálmico sensitivo 
Fibras sensitivas transmitem impulsos 
provenientes dos olhos, glândulas lacrimais, couro 
cabeludo, fronte e pálpebras superiores 
 Maxilar sensitivo 
Fibras sensitivas transmitem impulsos 
provenientes dos dentes superiores, da gengiva 
superior, do lábio superior, do palato e da pele da 
face 
 Mandibular misto 
Fibras sensitivas transmitem impulsos 
provenientes do couro cabeludo, dos dentes 
inferiores, da gengiva inferior, do lábio inferior e da 
pele da mandíbula. Fibras motoras transmitem 
impulsos aos músculos da mastigação 
VI - ABDUCENTE 
principalmente 
motor 
Fibras motoras transmitem impulsos aos músculos 
que movem os olhos. Algumas fibras sensitivas 
transmitem impulsos relacionados as condições 
dos músculos 
VII - FACIAL misto 
Fibras sensitivas transmitem impulsos 
relacionados a gustação. Fibras motoras 
transmitem impulsos aos músculos da expressão 
facial e às glândulas lacrimais e salivares 
VIII - VESTIBULOCOCLEAR sensitivo 
 Vestibular sensitivo 
Fibras sensitivas transmitem impulsos 
relacionados ao equilíbrio 
 Coclear sensitivo 
Fibras sensitivas transmitem impulsos 
relacionados ao sentido da audição 
IX - GLOSSOFARÍNGEO misto 
Fibras sensitivas transmitem impulsos 
provenientes da faringe, das tonsilas, da língua e 
das artérias carótidas. Fibras motoras transmitem 
impulsos aos músculos da faringe utilizados na 
deglutição e às glândulas salivares. 
X - VAGO misto 
Fibras sensitivas transmitem impulsos 
provenientes da faringe, da laringe, do esôfago e 
das vísceras do tórax e do abdome. Fibras 
motoras somáticas transmitem impulsos aos 
músculos associados a fala e a deglutição. Fibras 
motoras autônomas transmitem impulsos ao 
coração e aos músculos lisos e glândulas das 
vísceras torácicas e abdominais. 
XI - ACESSÓRIO motor 
 Raiz 
craniana 
motor 
Fibras motoras transmitem impulsos aos músculos 
da faringe, da laringe e do palato mole 
 Raiz 
espinhal 
motor 
Fibras motoras transmitem impulsos aos músculos 
do pescoço e da nuca 
XII - HIPOGLOSSO motor 
Fibras motoras transmitem impulsos aos músculos 
que movem a língua.

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