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Prof.ª Raquel Marchesan raquelmarchesan@uft.edu.br PROPRIEDADES MECÂNICAS DA MADEIRA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA FLORESTAL Tecnologia e utilização de produtos florestais DEF – Tecnologia de produtos e operações floresta is Pro f .ª Raque l Marchesan PROPRIEDADES MECÂNICAS DA MADEIRA O esforço que uma peça de madeira pode suportar é afetado de forma expressiva pela direção da carga aplicada em relação à direção das fibras ou traqueóides, à duração da carga, massa específica, teor de umidade e temperatura da madeira. DEF – Tecnologia de produtos e operações floresta is Pro f .ª Raque l Marchesan ELASTICIDADE E PLASTICIDADE •Elasticidade é a propriedade da madeira sólida que a possibilita retomar a sua forma original, após a remoção da carga aplicada que causou certa deformação; •As propriedades elásticas são características de corpos sólidos, observadas quando uma carga aplicada se situa abaixo do limite proporcional de elasticidade; quando se situa acima deste limite ocorrerão também deformações plásticas (irreversíveis), seguidas pela ruptura do material; •Na madeira, o teor de umidade é importante, pois com altos teores pequenas deformações elásticas, efetuadas por dado período de tempo, poderão se tornar deformações plásticas. DEF – Tecnologia de produtos e operações floresta is Pro f .ª Raque l Marchesan ELASTICIDADE E PLASTICIDADE DEF – Tecnologia de produtos e operações floresta is Pro f .ª Raque l Marchesan ELASTICIDADE E PLASTICIDADE O limite elástico da madeira, também denominado de limite de proporcionalidade ou limite proporcional (PL), é observado no momento em que deixa de existir proporcionalidade entre a carga aplicada sobre o corpo-de-prova e a deformação resultante – graficamente deixa de existir linearidade na relação carga/ deformação. A sua avaliação é efetuada, portanto, pelo acompanhamento e registro destas variáveis no decorrer do ensaio, para posterior relacionamento. DEF – Tecnologia de produtos e operações floresta is Pro f .ª Raque l Marchesan MÓDULO DE ELASTICIDADE (MOE) •Embora o MOE não ofereça informações reais sobre o comportamento do material madeira, em geral pode-se dizer que: a) Quanto mais alto o MOE, mais alta é a resistência do material; b) Quanto mais alto o MOE, mais baixa será a deformabilidade do material; b) Quanto mais baixo o MOE, piores serão as qualidades do material para fins de construções civis. •Na prática pode-se utilizar o módulo de elasticidade para a classificação de madeira para construções, determinado por meio de aparelhos especiais dotados de dispositivos para avaliar esta propriedade. DEF – Tecnologia de produtos e operações floresta is Pro f .ª Raque l Marchesan MÓDULO DE ELASTICIDADE (MOE) DEF – Tecnologia de produtos e operações floresta is Pro f .ª Raque l Marchesan MÓDULO DE ELASTICIDADE (MOE) Determinação do módulo de elasticidade: σ = resistência ou tensão = P / A (Kgf / cm², ou N / cm² ) ε = Deformação relativa = ∆l / lo (cm); ∆l = alteração da dimensão de um corpo, por ação de uma carga (tração, compressão, etc.); lo = dimensão inicial do corpo submetido ao esforço; DEF – Tecnologia de produtos e operações floresta is Pro f .ª Raque l Marchesan MÓDULO DE ELASTICIDADE (MOE) •O MOE é determinado como o valor recíproco da relação entre a deformação elástica total (obtida no limite proporcional LP) e a carga aplicada através de ensaios de flexão estática, tração ou compressão; •Os valores a serem utilizados em cálculos podem ser diretamente obtidos nos gráficos baseados na relação carga/deformação, confeccionados automaticamente pela máquina de ensaios; •Máquinas de ensaio também poderão ser dotadas de elementos eletrônicos que possibilitam a confecção imediata de gráficos, a partir da carga aplicada e da deformação correspondente causada ao corpo de prova ensaiado. DEF – Tecnologia de produtos e operações floresta is Pro f .ª Raque l Marchesan MÓDULO DE ELASTICIDADE (MOE) DEF – Tecnologia de produtos e operações floresta is Pro f .ª Raque l Marchesan MÓDULO DE ELASTICIDADE (MOE) O módulo de elasticidade também pode ser determinado com base na deformação de corpos-de-prova apoiados em apenas uma das extremidades, tendo a seguinte fórmula para o cálculo da flexão estática: onde: Ef = Módulo de elasticidade à flexão estática; P = Carga aplicada; L = distância entre o apoio e o ponto de aplicação da carga; f = deformação ou flecha ( mm ); I = Momento de inércia calculado - I = b . h³ / 12 , para seções transversais retangulares DEF – Tecnologia de produtos e operações floresta is Pro f .ª Raque l Marchesan MÓDULO DE ELASTICIDADE (MOE) DINÂMICO O MOE dinâmico é obtido pelo teste de pequenas varetas de madeira, submetidas a vibrações de ondas ultra-sonoras. Com o conhecimento da distância entre duas ondas sonoras ( ∆ t ) e do tamanho da peça de madeira, determina-se a velocidade do som V, como: Posteriormente calcula-se o Ed: DEF – Tecnologia de produtos e operações floresta is Pro f .ª Raque l Marchesan MÓDULO DE ELASTICIDADE (MOE) Os módulos de elasticidade determinados pelos diferentes métodos, estático (por flexão, compressão ou tração da madeira) e dinâmico, apresentam variações causadas por influências específicas das condições dos testes (velocidade, tipo de teste, tipo de corpo-de-prova, tensões sobrepostas, etc.). Por este motivo deve-se sempre indicar com que tipo de teste o módulo de elasticidade foi determinado. DEF – Tecnologia de produtos e operações floresta is Pro f .ª Raque l Marchesan MÓDULO DE ELASTICIDADE (MOE) Enquanto a celulose pura teoricamente alcançaria um módulo de elasticidade aproximado de 1.200.000 Kg/cm², a madeira jamais alcançaria tais valores devido aos defeitos e irregularidades de suas macro e micro estruturas. Desta forma, as madeiras das diferentes espécies florestais, com mais ou menos defeitos e irregularidades estruturais, além de outros fatores importantes como a massa específica, etc., terão módulos de elasticidade muito variáveis. DEF – Tecnologia de produtos e operações floresta is Pro f .ª Raque l Marchesan MÓDULO DE ELASTICIDADE (MOE) DEF – Tecnologia de produtos e operações floresta is Pro f .ª Raque l Marchesan ENSAIOS EM LABORATÓRIO •Estes ensaios devem ser realizado atendendo a forma, dimensões do corpo de prova e direções da carga em relação ao sentido anatômico da madeira determinadas por norma técnica especifica: Norma COPANT Norma NBR 7190 DEF – Tecnologia de produtos e operações floresta is Pro f .ª Raque l Marchesan ENSAIOS EM LABORATÓRIO ACONDICIONAMENTO DOS CORPOS-DE-PROVA NORMA COPANT 459 e NBR 7190: Acondicionamento dos corpos de prova para ensaios com a madeira verde; Acondicionamento dos corpos de prova em estado seco em ambiente normalizado. DEF – Tecnologia de produtos e operações floresta is Pro f .ª Raque l Marchesan DEPENDÊNCIAS GERAIS DAS PROPRIEDADES MECÂNICAS E ELÁSTICAS DA MADEIRA CONDIÇÕES DE ENSAIO: Dimensão e forma do corpo de prova Tipos de corpos-de-prova (formas) Velocidade do ensaio Método de ensaio adotado DEF – Tecnologia de produtos e operaçõesfloresta is Pro f .ª Raque l Marchesan DEPENDÊNCIAS GERAIS DAS PROPRIEDADES MECÂNICAS E ELÁSTICAS DA MADEIRA INFLUÊNCIAS INTERNAS DA MADEIRA Ângulo das fibras DEF – Tecnologia de produtos e operações floresta is Pro f .ª Raque l Marchesan DEPENDÊNCIAS GERAIS DAS PROPRIEDADES MECÂNICAS E ELÁSTICAS DA MADEIRA Massa específica Posição do tronco Porcentagem de lenho tardio e lenho inicial Porcentagem de lenho juvenil e lenho adulto Defeitos da madeira Umidade da madeira DEF – Tecnologia de produtos e operações floresta is Pro f .ª Raque l Marchesan DEPENDÊNCIAS GERAIS DAS PROPRIEDADES MECÂNICAS E ELÁSTICAS DA MADEIRA Umidade O projeto das estruturas de madeira deve ser feito admitindo-se uma das classes de umidade especificadas na NBR 7190. As classes de umidade têm por finalidade ajustar as propriedades de resistência e de rigidez da madeira em função das condições ambientais onde permanecerão as estruturas. Estas classes também podem ser utilizadas para a escolha de métodos de tratamentos preservativos das madeiras DEF – Tecnologia de produtos e operações floresta is Pro f .ª Raque l Marchesan DEPENDÊNCIAS GERAIS DAS PROPRIEDADES MECÂNICAS E ELÁSTICAS DA MADEIRA Resistência: É a aptidão da matéria suportar tensões. É determinada convencionalmente pela máxima tensão que pode ser aplicada a corpos-de-prova isentos de defeitos até o aparecimento de fenômenos particulares de comportamento aos quais restringem o emprego do material utilizado em elementos estruturais. De modo geral estes fenômenos são os de ruptura ou de deformação específica excessiva. DEF – Tecnologia de produtos e operações floresta is Pro f .ª Raque l Marchesan DEPENDÊNCIAS GERAIS DAS PROPRIEDADES MECÂNICAS E ELÁSTICAS DA MADEIRA Rigidez A rigidez dos materiais é medida pelo valor médio do módulo de elasticidade, determinado na fase de comportamento elástico- linear. DEPENDÊNCIAS GERAIS DAS PROPRIEDADES MECÂNICAS E ELÁSTICAS DA MADEIRA Classes de Umidade Os valores especificados nesta Norma para as propriedades de resistência e de rigidez da madeira são os correspondentes à classe 1 de umidade, que se constitui na condição padrão de referência, definida pelo teor de umidade de equilíbrio da madeira de 12%. DEPENDÊNCIAS GERAIS DAS PROPRIEDADES MECÂNICAS E ELÁSTICAS DA MADEIRA Na caracterização usual das propriedades de resistência e de rigidez - resultados de ensaios com diferentes teores de umidade da madeira devem ser corrigidos para a umidade padrão de 12%. Resistência: Rigidez: DEF – Tecnologia de produtos e operações floresta is Pro f .ª Raque l Marchesan 1- Para estrutura que será construída com a madeira da espécie Louro pardo, cujas propriedades mecânicas referidas foram determinadas em graus de umidades apresentados abaixo, calcule a resistência e a rigidez corrigidas a 12% de umidade. Resistência Compressão paralela às fibras: 61,0 MPa (15%) Tração Paralelo às fibras: 123,0 MPa (20%) Cisalhamento paralelo às fibras: 11,4 MPa (25%) Rigidez: Compressão paralela às fibras: 8.573,13 MPa (15%) Tração Paralelo às fibras: 5.181,76 MPa (20%) EXERCÍCIOS DEPENDÊNCIAS GERAIS DAS PROPRIEDADES MECÂNICAS E ELÁSTICAS DA MADEIRA INFLUÊNCIAS EXTERNAS Temperatura A influência da temperatura nas propriedades de resistência e de rigidez da madeira deve ser considerada apenas quando as peças estruturais serão submetidas por longos períodos de tempo à temperaturas fora da faixa usual de utilização. Acima de aproximadamente 100 °C, mesmo que de forma lenta, já começa ocorrer a degradação térmica da madeira. Umidade Relativa do ar
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