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Aula 08 PARADIGMAS DE QUALIDADE AVALIANDO COMPETÊNCIAS E HABILIDADES

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Aula 08 PARADIGMAS DE QUALIDADE: AVALIANDO COMPETÊNCIAS E HABILIDADES
Disciplina: Avaliação Institucional
(p.2)
Objetivo desta Aula
Ao final desta aula, você será capaz de:
1- Reconhecer diferentes conceitos e pressupostos da qualidade da educação/ensino da educação básica aplicando-os para o entendimento da realidade brasileira;
2- Analisar e formular questões sobre a concepção atual de qualidade social da educação analisando as condições atuais da escola pública de ensino fundamental e médio;
3- Identificar e refletir sobre os paradigmas de qualidade social descritos nas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica relacionando e discutindo alguns aspectos que envolvem o ensino por competências e habilidades.
(p.3)
Introdução
Nesta aula, vamos apresentar e discutir o conceito de qualidade social da educação realizando uma tentativa de análise da escola pública e sua condição de funcionamento para que você possa estabelecer uma relação com os resultados dos exames nacionais apresentados pelo Inep e os indicadores da qualidade da educação brasileira.
Caro aluno o que pensa você sobre a qualidade do ensino, da educação, da escola?
Você é capaz de nomear os professores que realizavam as suas aulas dentro de um padrão de qualidade? 
Acha que a escola onde cursou a sua educação básica realiza um ensino de qualidade? 
As diretrizes curriculares instituídas pelo MEC apresentam os paradigmas de qualidade da escola?
Porém, antes de analisar esses pontos vamos discutir o entendimento que temos do que seja necessário encontrar na escola para que se possa caracterizá-la como uma escola de qualidade.
O que é necessário que a escola possua para que possa dizer que ela é uma escola de qualidade?
(p.4)
Escola de qualidade
O que é uma escola de qualidade?
Então vamos partir, inicialmente, das ideias e conceitos expressos no documento elaborado em 2007, para o MEC, pelos professores Luiz Fernandes Dourado (coord.), João Ferreira de Oliveira e Catarina de Almeida Santos sobre qualidade da educação.
Refletir sobre esses conceitos de uma boa educação é da maior importância por que se não sabemos o que seja uma boa escola, um bom ensino, uma educação de qualidade como podemos exigir o nosso direito por uma escola de qualidade?
É extensa a lista de elementos que podem ser considerados indispensáveis para uma educação escolar eficaz, assim como são profundos e diversificados os aspectos que podem levar a uma compreensão consistente da problemática, em razão da multiplicidade de significados do que seja uma boa educação ou uma escola eficaz se considerarmos um conjunto de qualidades ou aspectos envolvidos. Isso significa dizer, no entanto, que é fundamental identificar e apontar elementos constituintes comuns de uma boa escola ou escola eficaz, identificando as similitudes a serrem consideradas para essa qualificação, mesmo tendo em conta que as escolas de boa qualidade são produzidas em realidades e em condições objetivas bastante diferenciadas. (p.9)
Como diz Dourado (2007), vários são os aspectos que devemos considerar, mas não podemos esquecer a importância de compreender que a qualidade da escola está condicionada pelas situações existentes em uma determinada comunidade.
*comunidade: Uma escola em uma comunidade carente deve suprir os seus alunos com tudo que lhe falta para ter as mesmas condições dos que frequentam as melhores escolas do bairro. Seria ilusão achar que, se a escola fornecendo o livro didático, a merenda, o material escolar, o acesso ao computador e à internet, o problema da qualidade estaria solucionado. Essa lógica não se aplica de maneira tão linear. Porém, podemos perceber que esses fatores favorecem o aprendizado do aluno e criam as condições ideais para que o ensino aconteça da melhor forma possível.
A qualidade da escola não diz respeito somente às notas que seus alunos alcançam durante os exames nacionais. Elas significam apenas uma parte do trabalho realizado pelo professor e pelo próprio aluno no que diz respeito à dimensão pedagógica da relação que se estabelece na sala de aula entre eles.
*exames nacionais: O exame é importante porque sinaliza que o aluno soube resolver as questões que foram propostas na prova. O exame não representa toda a aprendizagem do aluno, mas lhe permite perceber a sua situação individual.
(p.5)
Elementos constituintes de uma boa escola de educação básica
De acordo com as diretrizes curriculares para a educação básica (2010), “a escola de educação básica é o espaço em que se ressignifica e se recria a cultura herdada, reconstruindo-se as identidades culturais, em que se aprende a valorizar as raízes próprias das diferentes regiões do país”.
O que estabelece o Conselho Nacional de Educação?
O Conselho Nacional de Educação estabeleceu que “essa concepção de escola exige a superação do rito escolar, desde a construção do currículo até os critérios que orientam a organização do trabalho escolar em sua multidimensionalidade.”
Uma escola que atenda à diversidade e à individualidade de seus alunos e que em seu espaço eles usufruam da tranquilidade necessária para aprender.
*Conselho Nacional de Educação: O CNE também “privilegia trocas, acolhimento e aconchego, para garantir o bem-estar de crianças, adolescentes, jovens e adultos, no relacionamento entre todas as pessoas.” 
Esses são alguns dos paradigmas descritos para a escola de educação básica.
(p.6)
Será que as nossas escolas se enquadram nesses paradigmas de qualidade? Apresentam essas características de qualidade?
Para considerar uma escola como sendo de qualidade em um mundo globalizado, repleto de apelos para a comercialização de produtos industrializados, sem tempo para o lazer devemos identificar os elementos que consideramos básicos e necessários para favorecer o aprendizado do aluno.
SAIBA MAIS
Saiba mais sobre os elementos que favorecem o aprendizado do aluno. Leia em: Aula 8 (anexo) Elementos que favorecem o aprendizado do aluno
Acesso ao computador e à internet
Professores da escola
Biblioteca
Livro didático
Espaço físico e equipamentos
(p.7)
A importância da participação de todos
Além de cuidar para que os professores tenham a formação ideal, precisamos nos preocupar com a dinâmica interna da escola, das relações estabelecidas para que a equipe da escola atue de forma harmônica e coerente. O grupo pode se reunir e discutir os problemas encontrados, as inovações de que ficou sabendo sobre os seus conteúdos ou de outros colegas. Assim vamos discutir as ideias apresentadas por Dourado (2007).
Ideias apresentadas por Dourado
As pesquisas e os estudos sobre a Qualidade da Educação revelam, também, que uma educação de qualidade, ou melhor, uma escola eficaz é resultado de uma construção de sujeitos engajados pedagógica, técnica e politicamente no processo educativo, em que pese, muitas vezes, as condições objetivas de ensino, as desigualdades de origem socioeconômica e cultural dos alunos, a desvalorização profissional e a possibilidade limitada de atualização permanente dos profissionais da educação. Isso significa dizer que não só os fatores e os insumos indispensáveis sejam determinantes, mas que os trabalhadores em educação (juntamente com os alunos e pais), quando participantes ativos, são de fundamental importância para a produção de uma escola de qualidade ou escola que apresenta resultados positivos em termos de aprendizagem. (p 10)
A possibilidade de integração entre os sujeitos pode resolver todos os entraves a uma boa escola ou a um processo educacional de qualidade. Quando a escola pública realiza uma gestão centrada na participação democrática ela tem mais chance de realizar um trabalho pedagógico permitindo a superação dos seus pontos frágeis e pode mudar a realidade adversa que prejudica ao pleno desenvolvimento de seu projeto pedagógico e o atendimento das aspirações e desejos de seus alunos e pais.
(p.8)
O conceito de qualidade social aplicado à escola
LINK
Antes de iniciar esse tópico gostaria de convidá-lo a assistiruma apresentação de um vídeo que mostra uma escola de Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, onde três professores debatem o seguinte tema: Gestão Democrática: avaliação institucional. Clique aqui.
Assistir em: http://www.youtube.com/watch?v=JqSRs9Hqgtc&feature=youtu.be
Como podemos conceituar a qualidade social quando nos referimos à escola pública?
Esse termo qualidade foi aplicado inicialmente no meio empresarial e dizia respeito à qualidade que um produto deveria ter para ser considerado como bom e ser comercializado. Silva (2009) analisou a passagem do emprego desse termo de uma situação comercial para a educação e podemos nos valer de seu estudo para entender melhor o que significa ter qualidade em um produto.
Podemos deduzir pela análise do texto que há uma diferença básica entre uma relação pedagógica e uma relação mercantil. Na primeira se pode dizer que o produto da escola é o aluno educado (Vitor Paro, 1986), não é um objeto, um artefato. Muitas pessoas acham que é a aula porque ela é a unidade considerada para o pagamento do professor.
*relação mercantil: Na relação mercantil o valor do objeto, a sua qualidade intrínseca e substantiva está sempre dependente das características da matéria prima utilizada que só podem ser alteradas quando misturadas com outros componentes e substâncias. O homem que elabora o objeto influencia diretamente na sua qualidade. O mercado estabelece o preço nem sempre por sua qualidade, mas por tudo que representa no desejo e no imaginário do consumidor.
*aluno educado: O aluno, ao aprender um conteúdo, é capaz de estabelecer com base nele um novo conhecimento e as suas experiências e vivências na escola possibilitam criar novas formas de aprender e de agir. Uma aula não se encerra quando acaba o tempo, ela se prolonga porque o aluno elabora outras questões baseado por ela.
No caso do aluno, por conta da incompletude da natureza humana (Freire, 1996), sempre é possível uma aprendizagem nova, a qualidade da aprendizagem do aluno vai extrapolar a escola, a sala de aula, o professor, porque por uma ação interna, subjetiva ele pode, por si mesmo, ultrapassar os seus limites e, de um aluno medíocre, passar a um aluno brilhante. Uma bicicleta depois de pronta, por si mesma não pode realizar esse intento.
Podemos concordar com Paulo Freire (1996) e encarar a “boniteza” que há na educação.
O conceito de qualidade construído na relação entre negociantes e consumidores modifica-se de acordo com as circunstâncias econômicas e sociais. Na relação mercantil, o produto, o objeto, o artefato, o símbolo, a coisa une os interesses de ambos e, ao mesmo tempo, os distingue de outros produtos pelas suas características. A qualidade é negociada, dinâmica, transitória e contém as marcas históricas da opinião pública, o que estimula o ato comparativo. (p. 219)
Continuando com o conceito de qualidade social aplicada à escola podemos dizer com Silva (2009) que o Banco Mundial, influindo na política social do Brasil, sugere aos técnicos a introdução do conceito de qualidade de origem mercadológica, para aplicação direta nos sistemas educacionais e escolas, sob o argumento que um homem educado favorece ao capitalismo e aos objetivos do neoliberalismo levando o povo a desfrutar de maior qualidade de vida.
*sistemas educacionais: A concepção de qualidade educacional que emana do Banco fundamenta-se na adoção de “insumos”, que deverão conduzir a resultados a serem avaliados por meio de índices de desempenho e de rendimento escolar dos alunos e das escolas. Seus técnicos preconizam um raciocínio linear segundo o qual a mera adoção de equipamentos gera resultados satisfatórios. A concepção de qualidade assentada na racionalidade técnica e nos critérios econômicos serviu e serve de referência para a formulação de políticas para a educação pública no país. (Silva, p.222)
Por insumos podemos entender todos os elementos elencados no primeiro tópico apresentado nessa aula que pode ser introduzido no sistema ou nas escolas para provocar uma mudança para melhor.
A institucionalização do IDEB aplicados aos estados, municípios e escolas estabelece um parâmetro de qualidade permitindo ao governo comparar a eficácia do processo educacional ocorrido nesses diferentes contextos.
*IDEB: Índice de Desenvolvimento da Educação Básica
*parâmetro de qualidade: Essas medidas minoram as deficiências da escola pública, mas não garantem o seu sucesso. Porque os números não demonstram em sua totalidade a riqueza dos processos ocorridos nas escolas para melhorar o desempenho do aluno. Os resultados podem ser o produto de um treinamento para a resolução dos itens das provas. 
Outro efeito da aplicação direta do conceito de qualidade social da educação, com base em uma teoria econômica, diz respeito ao fato que o direito à educação de qualidade está previsto na Constituição Federal de 1988 como um ganho democrático de equalização social.
A educação quando distribuída a todos minimiza a exclusão, a marginalização e a segregação social.
Podemos esquecer esse fato? Atrelar a educação brasileira aos objetivos e às metas de desenvolvimento econômico? 
Podemos fazer melhor. Podemos rechear nossas escolas de oportunidades para realizar plenamente o aluno, para que saiba exercer a cidadania e estar pronto para assumir uma tarefa produtiva que lhe garanta a participação no mundo do trabalho. Então estaremos propiciando a inclusão do diferente, acabando com a segregação do analfabeto, do desempregado, do negro e a sua consequente marginalização social como desejavam os técnicos do Banco Mundial.
Quando conseguirmos oferecer a todos os brasileiros uma educação social de qualidade, uma escola nos paradigmas descritos nas diretrizes curriculares certamente surgirá outra sociedade, outro homem, um novo Brasil.
(p.9)
Avaliando Competências e Habilidades
O Conselho Nacional de Educação aprovou através da Resolução nº 4, de 13 de julho de 2010, as Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica. No seu art. 5º define que:
“Educação Básica é um direito universal e o alicerce indispensável para o exercício da cidadania em plenitude, (...) da qual depende a possibilidade de conquistar todos os demais direitos que consagram as prerrogativas do cidadão”.
Considerando o que está disposto nesse artigo podemos, através da avaliação calcada em competências e habilidades, responder com consciência sobre a qualidade dos procedimentos educativos realizados nas escolas? 
Os exames nacionais atestam se a escola está formando para a cidadania?
Nos exames nacionais, são cobrados dos alunos que exteriorizem por uma resposta a itens as competências adquiridas mediante a proposta curricular desenvolvida por sua escola.
LEITURA
Conheça outros artigos da Resolução CNE/CEB 4/2010. Leia em: Aula 08 (anexo) Avaliando Competências e Habilidades
Após a identificação dos paradigmas de qualidade descritos na norma emanada do Conselho Nacional de Educação, vamos realizar um esforço para identificar os pressupostos utilizados pelo MEC para a construção dos itens das provas aplicadas aos alunos e para definir a qualidade da escola através do IDEB.
O que desejamos entender agora é como se desenrola esse processo de construção de uma Matriz de Referência com base nas diretrizes curriculares e compreender os paradigmas usados para a escolha das competências e habilidades que serão consideradas na elaboração das provas nacionais
LEITURA
Conheça mais sobre matriz de referência. Ler em: Aula 08 (anexo) Matriz de Referência
(p.10)
O que constituem as competências e as habilidades?
Competências
Com base em Perrenoud o MEC/Inep define a competência como sendo a “capacidade de agir eficazmente em um determinado tipo de situação, apoiando-se em conhecimentos, mas sem se limitar a eles.” (p. 18) 
Ainda, no mesmo documento esclarecem que: “Assim, as competências cognitivas podem ser entendidas como as diferentes modalidades estruturais da inteligência que compreendem determinadas operações que o sujeito utilizapara estabelecer relações com e entre os objetos físicos, conceitos, situações, fenômenos e pessoas”. (2011, p. 18)
Habilidades
As habilidades têm um caráter prático e são entendidas como um saber fazer e se originam nas competências já adquiridas e transformadas em habilidades.
Esclarecem ainda que cada matriz apresenta tópicos ou temas como descritores indicando as habilidades a serem avaliadas. Assim consideram que o descritor é uma associação entre conteúdos curriculares e operações mentais desenvolvidas pelos alunos.
Outras definições de competências e habilidades
Para não restar dúvidas, vamos apresentar outras definições que estão em um dicionário e podem nos ajudar a entender melhor o que sejam as competências e as habilidades. 
Vamos escolher o dicionário mais conhecido e usado na escola brasileira, o Aurélio. Por competência entende que é “qualidade de quem é capaz de apreciar e resolver certos assuntos, fazer determinadas coisas”.
No mesmo dicionário, encontramos que a definição de habilidade é “qualidade ou caráter de  hábil” e em hábil vamos encontrar a seguinte definição “competente, apto, capaz”.
Podemos destacar a dificuldade que o professor encontra em entender o currículo estruturado em competências e habilidades, pois esse dois termos são usados como sinônimos e exige do professor uma criatividade muito grande para a sua prática cotidiana. Ele terá que visualizar o efeito prático do conteúdo da sua disciplina.
Os cursos de Licenciatura são baseados nos conteúdos teóricos da didática e da metodologia e não costumam focar a dinamização dos conteúdos curriculares por competências e habilidades, não priorizam a análise dos livros didáticos em circulação nas várias escolas e sistemas de ensino. Não abordam os documentos do MEC contendo o detalhamento das diretrizes curriculares.
Pensam que o formando, sabendo profundamente os conteúdos das disciplinas, saberá realizar a transposição para trabalhar no desenvolvimento no aluno de competências e habilidades.
* formando: Argumentam, ainda, que a maioria opta por sair apenas como bacharel e deve ter um grande aporte teórico para exercer bem uma profissão ligada à sua área do saber.
Como licenciado, o aluno pretende exercer o magistério em último caso. Com base nesses argumentos julgam não ser necessário se preocupar em dominar as técnicas e estratégias para realizar a aprendizagem de um aluno hipotético. 
Por outro lado as disciplinas de estágio supervisionado são entendidas como esvaziadas de conteúdo, e mesmo que o professor supervisor do estágio deseje muito discutir com o aluno as suas experiências na escola, onde realizam a sua prática de ensino, ele não conta com o interesse deles.
Então se o licenciando não tem oportunidade de aplicar e solidificar o seu conhecimento sobre como desenvolver as competências e as habilidades dos seus alunos, como atuará eficientemente nas escolas de educação básica?
O primeiro problema que o formando vai enfrentar diz respeito que antes da LDB de 1996 o objetivo do currículo era no conteúdo que o professor deveria ensinar e agora o que se deseja na escola é que o aluno aprenda, desenvolva a sua capacidade de análise, sua consciência crítica, competências e habilidades.
Como saber se o aluno desenvolveu essa ou aquela competência ou habilidade? 
Ele aprendeu a usar os seus conhecimentos para resolver situações novas?
Urge que se façam as intervenções necessárias para que o sistema apresente uma coerência interna no sentido de cobrar que a formação dos professores seja realizada com a sonhada integração entre teoria e prática. O magistério é uma profissão que exige um conhecimento prático, um saber fazer que os livros não são capazes de produzir.
O processo ensino/aprendizagem poderia ser retratado como uma gangorra, na qual o professor ficasse em uma ponta e o aluno na outra. A situação ideal é que houvesse o equilíbrio entre os dois. Isto significando que o professor ensina e o aluno aprende. Há uma mediação do processo ensino/aprendizagem entre os dois. Para que o professor possa dizer que ensinou, tem que ter a contrapartida do aluno, que aprendeu.
(p.11)
REFLEXÃO
Para terminar a aula de hoje deixamos com voce as palavras de Fernando Pessoa, para que reflita sobre uma escola com qualidade social:
Esqueço do quanto me ensinaram
Deito-me ao comprido na erva.
E esqueço do quanto me ensinaram.
O que me ensinaram nunca me deu mais calor nem mais frio,
O que me disseram que havia nunca me alterou a forma de uma coisa.
O que me aprenderam a ver nunca tocou nos meus olhos.
O que me apontaram nunca estava ali: estava ali só o que ali estava.
Fernando Pessoa, in "Fragmentos"
(p.12)
SÍNTESE DA AULA
Nesta aula, você:
Reconheceu o conceito de qualidade social da educação e pode formular as próprias questões sobre a realidade da educação básica brasileira; 
Estabeleceu que a qualidade social da educação é condicionada por fatores internos à realidade escolar, mas extrapola os muros da escola e se estende pela vida do aluno e a sua capacidade em aplicar os conhecimentos armazenados por ele durante os anos em que estudou; 
Analisou as características de uma educação de qualidade comparando com a matriz curricular da educação básica estabelecendo um juízo de valor sobre a aplicabilidade delas na vida cotidiana do aluno e na definição de seu futuro. 
 
O QUE VEM NA PRÓXIMA AULA
Na próxima aula, você estudará sobre:
A Meta-avaliação: reelaborando e revisando o processo de avaliação; 
Planejando a meta-avaliação: o projeto de autoavaliação da UNESA; 
Importância da meta-avaliação para a regulação interna da organização.
REGISTRO DE PARTICIPAÇÃO
1.A qualidade social da educação pública é entendida como:
 1) O projeto educativo onde a educação escolar é prioridade.
 2) O projeto educativo que é realizado como prática social e política.
 3) O projeto educativo se preocupa com os pobres e carentes.
 4) O projeto educativo se preocupa em redistribuir a riqueza.
 5) O projeto educativo onde a educação é desenvolvida na escola pública.
2.Os paradigmas de qualidade na escola são difíceis de serem definidos por que:
 1) As pessoas possuem desejos e necessidades diferenciadas sobre o futuro de seus filhos.
 2) As pessoas não sabem definir os próprios objetivos e nem o que é uma escola de qualidade.
 3) As pessoas se baseiam na opinião da maioria e acreditam que a nota é o mais importante.
 4) As pessoas não conhecem o seu direito por uma escola de qualidade.
 5) As pessoas não sabem que uma escola de qualidade é aquela em que o aluno aprende.
3.O que posso entender por competência:
 1) A capacidade de resolver um problema.
 2) A capacidade de transferir o meu conhecimento.
 3) A capacidade de resolver uma situação nova com base nos conhecimentos que tem.
 4) A capacidade de entender uma situação nova.
 5) A capacidade de resolver uma situação nova e transferir os conhecimentos.
4.A habilidade envolve um saber/fazer que significa para o aluno que ele:
 1) É capaz de realizar com eficiência a tarefa que lhe é pedida.
 2) É capaz de modificar com eficiência o que lhe é pedido.
 3) É capaz de entender e realizar o que lhe foi pedido.
 4) É capaz de tentar e pode ser que consiga fazer o que lhe foi pedido.
 5) É capaz de realizar a tarefa pedida. 
Respostas: 1-2, 2-5, 3-3, 4-1.

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