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PROGRAMA DE ESTÁGIO 2017
Projeto de Inovação ou Melhoria
Gerência: Jurídica�Unidade: CTV��Estagiário: Ramonny Alves Oliveira dos Santos��Supervisor de Estágio: Maria Cristhiane Santos de Oliveira�� 
PROGRAMA DE ESTÁGIO 2017
Projeto de Inovação ou Melhoria
REDUÇÃO DE PASSIVO COM A UTILIZAÇÃO DE PREPOSTO ÚNICO 
Gerência Jurídica
 Complexo Mineroquímico Taquari-Vassouras − CTV
Ramonny Alves Oliveira dos Santos
Maria Cristhiane Santos de Oliveira
Rosário do Catete
2017
INTRODUÇÃO
A missão da Vale é transformar recursos naturais em prosperidade e desenvolvimento sustentável visando ser a empresa de recursos naturais global número um em criação de valor a longo prazo, com excelência, paixões pela pessoas e pelo planeta. Para tanto a Vale tem a condução das suas atividades empresariais orientadas por um conjunto de valores que refletem elevados padrões éticos e morais, buscando assegurar a credibilidade e preservar a imagem da empresa, no curto e longo prazo, junto aos mercados que atua regularmente, sendo tais valores, a vida em primeiro lugar, agir de maneira correta, valorizar quem faz parte da nossa empresa, crescer e evoluir juntos, cuidar do nosso planeta e fazer acontecer, é com todos esses valores que nos estagiários vislumbramos nossas melhorais dentro dos setores que atuamos. 
O estágio supervisionado foi desenvolvido no período de outubro de 2015 e irá ser finalizado em outubro de 2017 na Gerência Jurídica responsável por todo contensioso trabalhista, ambiental e cível, isto inclui elaboração de pareceres jurídicos, acompanhamento de processos, defesas administrativas, suporte em todas às áreas para assuntos no âmbito jurídico e principalmente em redução de passivos na Unidade de CTV. 
OBJETIVO
Apresentar por meio de utilização de preposto único diminuição do passivo no contencioso trabalhista. 
DESENVOLVIMENTO
A rotina do estágio parte principalmente pela busca de prepostos para nossas pautas de audiências semanais, hoje a gerência jurídica têm como diretriz a utilização de prepostos de cada setor específico da Unidade, ou seja, temos no total cerca de 11 prepostos para nos representar nas nossas audiências sejam elas do passivo trabalhista, ambiental ou cível, conforme tabela abaixo:
Mas o que é um preposto? Qual é a função dele em audiência? Preposto é a pessoa que por nomeação, delegação ou incumbência de outra, o proponente, dirige negócio seu ou lhe presta, em caráter permanente, serviço de determinada natureza, ressaltando que na Justiça do Trabalho o preposto deve ser empregado, de preferência, que exerce cargo de gerente ou qualquer outro de confiança, da empresa, e que tenha conhecimento dos fatos constantes da reclamatória trabalhista, devidamente autorizado a representá-lo junto à Justiça do Trabalho.
Assim dispõe o art. 843, § 1º da CLT, in verbis:
"§ 1º - É facultado ao empregador fazer-se substituir pelo gerente, ou qualquer outro preposto que tenha conhecimento do fato, e cujas declarações obrigarão o proponente."
O preposto em audiência representa a empresa e o que ele disser ou não disser (quando deveria) caracteriza confissão, ou seja, as declarações do preposto comprometem e responsabilizam a empresa, conforme dispõe o termo final do parágrafo citado acima “... e cujas declarações obrigarão o proponente". A grande quantidade de prepostos é um problema que o jurídico vem enfrentando no seu cotidiano, pois a responsabilidade de comparecimento dos 11 empregados em diversas audiências semanais gera desperdício de tempo em elaboração de pauta com inúmeros prepostos, quanto o desprendimento dos mesmos em diversas audiências que às vezes são no mesmo dia, gerando prejuízo à empresa, pois esses empregados poderiam estar atuando no seu labor originário, porém percebemos o ponto mais agravante em questão, e se esses prepostos esquecerem ou por algum motivo faltarem à audiência?
Diferentemente do que se imagina quanto às consequências do não comparecimento do reclamante na audiência, caso o preposto da empresa venham faltar sem motivo relevante, devidamente comprovado, as alegações feitas pelo reclamante na petição inicial são tidas como verdadeiras, caracterizando a revelia, conforme dispõe o art. 844 da CLT: 
"Art. 844 - O não comparecimento do reclamante à audiência importa o arquivamento da reclamação, e o não comparecimento do reclamado importa revelia, além de confissão quanto à matéria de fato."
Não basta o advogado da empresa comparecer em audiência, é a falta do preposto quem gera a revelia, ou seja, se o preposto comparecer sozinho e relatar os fatos de acordo com a contestação (por isso a importância do preposto conhecer os fatos junto ao jurídico interno ou advogado externo), a empresa será devidamente representada de acordo com as normas trabalhistas. Consoante o disposto na súmula 122 do TST: 
"A reclamada, ausente à audiência em que deveria apresentar defesa, é revel, ainda que presente seu advogado munido de procuração, podendo ser ilidida a revelia mediante a apresentação de atestado médico, que deverá declarar, expressamente, a impossibilidade de locomoção do empregador ou do seu preposto no dia da audiência".
Contudo, o que se colhe do entendimento majoritário da doutrina e da jurisprudência, é que essa tese ainda não foi acolhida, pois, em regra, o magistrado não recebe a contestação sem a presença do réu, aplicando-se a revelia e confissão, conforme podemos constatar pelos julgados nos Tribunais Trabalhistas:
RECURSO ORDINÁRIO. REVELIA. AUSÊNCIA DO RECLAMADO À AUDIÊNCIA INAUGURAL. NÃO APRESENTAÇÃO DE DEFESA. FICTA CONFESSIO. No processo do trabalho, a defesa apenas pode ser validamente aceita com a presença física do demandado, ou de um preposto por ele tempestiva e eficazmente nomeado (CLT, arts. 843 e 844). A revelia constitui fenômeno processual materializável pela ausência de resposta do réu (CPC, art. 319). Não sendo apresentada contestação, serão considerados verdadeiros os fatos alegados na inicial (art. 319 do CPC) e a ficta confessio imposta à parte tem amplitude suficiente para abarcar o indeferimento de juntada dos documentos levados à audiência pelo advogado. (TRT1 - RO 00009166420125010065, 1ª Turma, Relator: Alexandre Teixeira de Freitas Bastos Cunha, Julgado em 25/02/2014)
REVELIA E CONFISSÃO. PRESENÇA APENAS DO ADVOGADO À AUDIÊNCIA. De acordo com a segunda parte do art. 844 da CLT, o não comparecimento da reclamada importa revelia, além de confissão quanto à matéria de fato. Assim sendo, entendo que mesmo que o advogado da empresa tenha se apresentado à audiência portando instrumento de mandato e contestação, a revelia, que é o desatendimento do reclamado ao chamado judicial, cujo principal efeito é a ausência de defesa, deve ser declarada, pois a norma do art. 843 da CLT exige a presença do reclamado à audiência, independentemente do comparecimento de seus representantes. (TRT3 -RO 00781201006903007, 10ª Turma, Relator: Sueli Teixeira, Publicado em 12/07/2011)
Conforme anteriormente explanado, o não comparecimento do réu na audiência inicial, nos termos do artigo 844 da CLT, importa em revelia e confissão quanto à matéria de fato, todavia, revelia e confissão são coisas distintas. A revelia é a ausência de defesa, enquanto que a confissão é a falta de depoimento, prejudicado pelo não comparecimento do reclamado em audiência. Nessa linha, podemos concluir que a confissão é uma consequência da revelia, conforme conceito elaborado por Martins (2007, p. 318):
“Distingue-se a confissão da revelia. Revelia é a ausência de defesa do réu, que foi regularmente citado para se defender. Confissão é um dos efeitos da revelia. Havendo revelia, há presunção de serem considerados verdadeiros os fatos alegados na inicial.”A diferenciação desses institutos é fundamental, sobretudo se considerarmos os casos em que as partes são intimadas primeiramente para comparecimento na audiência inicial, na qual se apresenta a defesa, e, posteriormente, para a audiência de instrução, colhendo-se os depoimentos. Destaca-se que, embora inexistente a previsão legal desse fracionamento da audiência, é praxe nas Varas do Trabalho a adoção desse procedimento, em função do grande número de processos e pela promoção da conciliação. Dessa forma, poderá ocorrer de o réu comparecer na audiência inicial e apresentar defesa, inexistindo a revelia, mas deixar de comparecer à audiência de instrução, sendo considerado confesso quanto a matéria de fato.
Dentre o principal passivo supramencionado gerado com a utilização de vários prepostos, temos outros pontos a elucidar nesse projeto, vejamos os pontos positivos gerados pela utilização de preposto único nos nossos processos:
- Otimização de tempo do jurídico quanto a elaboração de pauta e convocação de prepostos. 
- Diminuição de gasto com transporte para vários prepostos em um único dia de pauta de audiência.
- Tempo laboral efetivo com sua função dentro da empresa, sem desprender tempo para audiências. 
- Blindagem das lideranças na área de atuação. 
- Imparcialidade das lideranças juntos a reclamantes que laboram na empresa. 
- E por fim, um dos pontos mais importantes à uniformização de depoimentos em audiência, para não gerar prova de confissão em outro processo que possua mesmo objeto. 
CONCLUSÃO
Em virtude dos fatos mencionados, concluímos que ao decorrer da elaboração desse projeto a utilização de preposto único, não irá somente trazer melhoria no setor jurídico, mas em todas as áreas que colocam a disposição suas lideranças, tanto no aspecto em diminuição de prejuízos econômicos, quanto a gerar passivos em outras ações e por fim a blindagem da liderança junto à sua equipe.

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