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Introdução a Economia

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UUnniivveerrssiiddaaddee FFeeddeerraall ddee SSaannttaa MMaarriiaa ((UUFFSSMM)) 
C
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Caderno Didático n0 1: 
Introdução à Economia 
(Versão não-revisada) 
 
 
 
 
 
 
Professora: Solange Regina Marin 
Curso: Administração 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Palmeira das Missões 
2007 
Ceennttrroo ddee EEdduuccaaççããoo SSuuppeerriioorr NNoorrttee –– RRSS ((CCEESSNNOORRSS)) 
DDeeppaarrttaammeennttoo ddee AAddmmiinniissttrraaççããoo 
 
 2
 
INDICE 
 
Introdução 04 
Capítulo 1 – Conceitos Básicos 
1. O conceito de economia 05 
2. De que se ocupa a economia 05 
3. A quantificação da realidade econômica 06 
4. Breve contexto histórico do conceito economia 08 
5. As escolhas na economia 10 
6. Os argumentos da economia 11 
7. Método de investigação da ciência econômica 13 
8. Evolução do pensamento econômico.. 14 
9. Interação entre os agentes econômicos e as questões-chave da economia 15 
 
Capítulo 2- Sistema Financeiro 
1. Origem da moeda 22 
2. Evolução das formas de moeda 23 
3. Ativos financeiros 24 
4. Oferta e demanda de moeda 24 
5. Medida da Oferta de Moeda 25 
6. Base monetária 25 
7. Estrutura do SFN (brasil) 26 
8. Organização do SFN 26 
9. Diferentes mercados 27 
Intermediação Financeira 
1. Formas de financiamento 
2. Criação e destruição de moeda 
3. Multiplicador bancário 
4. Política monetária 
 
29 
29 
30 
31 
 
Capítulo 3 – Inflação 
1. Situações possíveis de variação dos preços 36 
2. Teorias da inflação 37 
3. Inflação e Números-Indices 38 
4. Indicadores de inflação no Brasil e no RS 39 
5. Inflação no Brasil e Planos de Estabilização 42 
 
Capítulo 4 – Setor Público 
1. As funções econômicas do setor público 50 
2. Estrutura tributária 50 
3. Os tributos e sua classificação 51 
4. Os gastos do setor público 55 
5. O Conceito de déficit público 55 
6. Financiamento do déficit 55 
7. Aspectos institucionais do orçamento público 55 
8. Fiscalização 57 
 
Capítulo 5 – Conceito e Cálculo dos Agregados Macroeconômicos 
1. O conceito de valor adicionado: o produto nacional (PN) 58 
2. O conceito de renda nacional (RN) 59 
3. O conceito de despesa nacional (DN) 59 
Alguns problemas com as medidas agregadas 69 
 
Capítulo 6 – A Economia Nacional e as Relações Internacionais 
1. Teorias do comércio internacional 71 
 
 3
2. A taxa de câmbio e o mercado cambial 74 
3. Balanço de pagamentos 76 
4. Instrumentos de ajuste do balanço de pagamentos 80 
A Institucionalidade no Cenário Internacional 85 
 
Capítulo 7 – Noções de Microeconomia 
1. Escassez 91 
2. Custo de oportunidade 92 
3 Análise marginal 94 
Mercado: Oferta e Demanda 
1 Procura (ou Demanda) 
2. Oferta 
 
97 
98 
3. Outros fatores que influenciam as curvas de demanda e de oferta 99 
4. Preço e quantidade de equilíbrio 99 
5. Intervenções de mercado 102 
6. O conceito de elasticidade 103 
7. Estrutura de mercado 104 
Referência Bibliográfica 106 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 4
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
A idéia de produzir um caderno didático surgiu depois de alguns semestres ministrados 
da disciplina de Introdução à Economia para diferentes cursos de graduação. O objetivo é 
propiciar ao aluno, no presente momento ao aluno do curso de administração, uma visão geral 
do objeto de estudo e do método de investigação da chamada Ciência Econômica. A 
preocupação central é apresentar de forma simples e clara os conceitos econômicos básicos, 
sem esquecer de relacioná-los com os fatos econômicos reais, ou seja, traçar um paralelo 
entre as noções econômicas e as informações sobre a realidade econômica brasileira. 
 
Além disso, são apresentadas questões teóricas e aplicadas sobre os diferentes 
assuntos trabalhados que incluem desde os conceitos básicos até as noções sobre economia 
nacional e relações internacionais. 
 
 
Este caderno não pretende dar respostas definitivas às questões sobre economia, mas 
suscitar o interesse, provocar o debate e proporcionar aos alunos do curso de administração uma 
capacidade de análise crítica das questões econômicas atuais. Para isso, estudaremos as noções 
básicas de Economia para observar de forma crítica a realidade e interpretar o significado dos 
diferentes conceitos econômicos frente aos acontecimentos reais da economia brasileira. 
 
Por se tratar de assuntos ainda gerais da Ciência Econômica e relacionar 
acontecimentos recentes da economia brasileira, o caderno se torna uma ferramenta auxiliar 
para o estudante da disciplina de Introdução à Economia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 5
CAPÍTULO 1 – CONCEITOS BÁSICOS 
 
 
O QUE É ECONOMIA ? 
O que veremos? 
 
- De que se ocupa a economia 
- A quantificação da realidade econômica 
- Contexto histórico do conceito economia 
- Argumentos da economia 
- Método de investigação da ciência econômica 
- Evolução pensamento econômico 
- Interação entre os agentes econômicos 
- Questões-chave da economia 
 
 
 
 
1. O CONCEITO DE ECONOMIA 
 
A palavra economia vem do grego oikos (casa) e nomos (norma, lei). Seria 
administração da casa ou administração da coisa pública. 
 
A economia pode ser definida como ciência social que estuda como o indivíduo e a 
sociedade decidem utilizar os recursos produtivos escassos, na produção de bens e serviços, 
de modo a distribuí-los entre as várias pessoas e grupos da sociedade, com a finalidade de 
satisfazer às necessidades humanas. 
 
Como umas das ciências sociais (ciência política, sociologia, antropologia culturas, 
psicologia, direito), a economia não pode ser considerada como fechada em torno de si 
mesma. Pelas implicações da ação econômica sobre outros aspectos da vida humana, o 
estudo da economia implica a abertura de suas fronteiras às demais áreas das ciências sociais 
ou humanas. Essa abertura se dá em uma dupla direção, assumindo um caráter biunívoco. 
 
De um lado, porque a economia busca alicerçar seus princípios, conceitos e modelos 
teóricos não apenas na sua própria coerência, consistência e aderência à realidade, mas ainda 
no desenvolvimento dos demais campos do conhecimento social. De outro lado, porque pode 
influir no questionamento dos princípios e das aquisições conceituais desses mesmos campos. 
E vai além, abrindo suas fronteiras à filosofia, à ética e à história. 
 
 
 
2. DE QUE SE OCUPA A ECONOMIA 
 
Aqui estão destacadas as categorias centrais de preocupação da economia, o que 
implica por sua vez numa interface com outras áreas de conhecimento. 
A figura 1 abaixo mostra que a economia está relacionada com outros campos de 
conhecimento, e os grandes temas de que se ocupa a economia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 6
FIGURA 1 – A relação com outros campos de conhecimento 
 
Antropologia 
Sociologia 
Psicologia 
Direito 
Política 
Ética 
Clássicos/Marx: 
* Produção 
* Distribuição 
* Dispêndio 
*Acumulação 
A. Marshall 
(1842-1924) 
* Pobreza 
* Riqueza 
* Bem-estar
Simon Kuznets 
(1901-1985) 
* Crescimento 
* Desenvolvimento 
Lionel Robbins 
(1898-1984) 
* Recursos 
* Necessidades 
* Prioridades
* Escassez 
* Recursos 
* Emprego 
* Produção 
* Agentes 
* Trocas 
* Moedas 
* Valor 
* Preços 
* Mercados 
* Concorrência 
* Remunerações 
* Agregados 
* Transações 
* Crescimento 
* Equilíbrio 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os temas discutidos pelos diferentes pensadores econômicos e em épocas históricas 
diversas, foram o processo de produção, a distribuição, o dispêndio e a acumulação, assuntos 
tratados pelos clássicos, dentre eles Adam Smith, David Ricardo, e por KarlMarx que ficou 
conhecido pelo desenvolvimento da teoria marxista. Além disso, os temas pobreza, riqueza e 
bem-estar foram apresentados por A. Marshall. Já as noções de crescimento e 
desenvolvimento foram tratadas por Simon Kuznets e Lionel Robbins tratou da questão das 
escolhas em economia, ao ressaltar que as necessidades ilimitadas e os recursos escassos. 
Nesse iniciar do debate econômico, ressaltam-se os diferentes temas que são objetos de 
estudo da economia: escassez, recursos, emprego, produção, agentes, trocas, moedas, valor, 
preço, mercado, concorrência, remuneração, agregados, transações, crescimento, equilíbrio e 
desenvolvimento. 
 
 
 
2.1. Alguns problemas econômicos 
 
- Por que a alta do preço do cafezinho reduz a demanda por açúcar? 
- Por que a renda dos agricultores se eleva quando ocorre uma estiagem que reduz a 
produção? 
- Por que é importante para um produtor saber a elasticidade demanda por seu produto? 
- Por que a demanda por bens como carros ou apartamentos aumenta com o processo 
inflacionário? 
- Por que os aluguéis de imóveis em regiões universitárias geralmente costumam ser maiores 
no início do período letivo? 
- Como pode uma desvalorização cambial conduzir a uma melhora na balança comercial? 
- Por que o setor coureiro-calçadista do Rio Grande do Sul está em crise com o maior valor do 
real frente ao dólar? 
- Por que a taxa de juros é tão importante para os investimentos? 
- De que forma a oferta de moeda na economia afeta a taxa de juros? 
- Por que devemos nos preocupar com o PIB de um país? 
- Quais os fatores que influenciam o crescimento econômico? 
- A taxa de crescimento do PIB seria um bom indicador para o desenvolvimento de um país? 
 
 
3. A QUANTIFICAÇÃO DA REALIDADE ECONÔMICA 
 
O que distingue a economia de outros ramos do conhecimento social é a possibilidade 
de alguma forma de mensuração. Em economia é possível: 
 
 7
 
- quantificar os resultados, 
- construir identidades quantificáveis, 
- estabelecer relações quantitativas entre diferentes categorias de transações, 
- desenvolver modelos explicativos da realidade, baseados em sistemas de equações 
simultâneas, 
- proceder a análises fundamentais em parâmetros quantificados, 
- desenvolver sistemas quantitativos para diagnóstico e prognóstico. 
 
Esta particularidade da economia possibilitou o surgimento de correntes econômicas 
fundamentadas no método matemático, com destaque para a econometria. O quadro abaixo 
sintetiza as formas usuais de indicações quantitativas em economia. 
 
Quadro 1 – A quantificação da realidade e as variáveis econômicas 
 
Unidades 
adotadas 
 
Monetárias 
 
- moeda corrente do país (a) 
- divisas externas (b) 
- relações cambiais entre (a) e (b) 
 
Variáveis 
econômicas 
quantificáveis 
Variáveis-fluxo 
 
 
Variáveis-estoque 
Indicam magnitudes medidas ao longo de 
determinado período de tempo 
 
Indicam magnitudes medidas em um determinado 
momento 
 
 
 
 
 
 
Relações 
entre 
variáveis 
Relações funcionais 
 - lineares 
 - não-lineares 
 
Relações 
Incrementais 
 
 
 
Relações Matriciais 
 
 
Indicam relações entre duas variáveis, 
expressando a correspondência funcional entre 
elas. 
 
Indicam variações cumulativas, no decurso de 
séries históricas, entre duas variáveis. 
Indicam a resposta de uma ou de um conjunto de 
variáveis a determinada ação econômica. 
 
Indicam a interdependência de conjuntos 
interconsistentes de variáveis. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Formas 
usuais de 
indicações 
quantitativas 
Números-indices 
 
 
Medidas de 
tendência central 
 
 
Quocientes 
 
 
 
 
Coeficientes 
 
 
 
 
 
Valores absolutos 
Indicam variações de grupos, conjuntos ou de 
agregações de dados econômicos. 
 
Expressam em termos médios, medianos ou 
modais a abservação de determinada situação ou 
transação. 
 
Resultado da divisão de variáveis econômicaas, 
experessnado: 
 - variações ao longo do tempo. 
 - proporções em determinado momento. 
 
Expressam parâmetros de correlação, simples ou 
múltipla entre as variáveis econômicas. 
Expressam graus de concentração (ou de 
dispersão) de determinadas condições estruturais 
da economia. 
 
Expressam resultados de transações: 
- específicas; de um dado agente, ou interagentes. 
- da atividade econômica agragativamente 
considerada. 
 
 8
4. BREVE CONTEXTO HISTÓRICO DO CONCEITO ECONOMIA 
 
Em seu nascedouro, a denominação usual da economia era adjetivada. Denominava-se 
economia política. Com o tempo, a adjetivação caiu em desuso; evoluiu para economia. 
 
Mesmo que alguns filósofos da Grécia Antiga, como Platão e Aristóteles, tenham 
explorado temas de conteúdo econômico, Roma não deixou nenhum escrito notável na área de 
economia. 
 
A partir do século XVI, observamos o nascimento do primeiro conjunto de idéias mais 
sistematizadas sobre o comportamento econômico com o chamado Mercantilismo. Mas, tais 
idéias estavam baseadas numa definição de economia como o ramo do conhecimento 
essencialmente voltado para a administração do Estado, sob o objetivo de promover seu 
fortalecimento. 
 
No século XVIII, novas concepções se desenvolveram. 
 
A abordagem clássica 
 
A preocupação não era com o fortalecimento do estado, mas com a riqueza das 
Nações. A fisiocracia elaborou alguns trabalhados dignos de destaque. Maior figura foi 
François Quesnay e seu Quadro Econômico de 1758. 
Adam Smith e suas obras Sentimentos Morais (1759) e A Riqueza das Nações (1776). 
Os sentimentos morais, as paixões originais da natureza humana, a busca da aprovação 
social, as razões maiores da acumulação e da conservação da fortuna material foram os 
pressupostos de sua descrição da ordem econômica, fundamentada nas leis que regem a 
formação, a acumulação, a distribuição e o consumo. Esse polinômio foi a base do conceito 
clássico de economia. Os outros economistas clássicos na transição dos séculos XVIII e XIX, 
como Robert Malthus, David Ricardo e John Stuart Mill definiam a economia a partir destes 
quatro fluxos. 
 
Os neoclássicos 
 
A ênfase dos primeiros neoclássicos (Jevons, Walras e Menger) não estava no 
processo de acumulação capitalista e nos mecanismos de repartição dos esforços sociais. Eles 
buscaram entender o equilíbrio do processo econômico, tal como se apresentava. Estavam 
preocupados com a iniqüidade social mas não propuseram formas alternativas e 
revolucionárias para a organização econômica da sociedade. Eles sintetizaram os fundamentos 
da conduta econômica do homem: a escassez de recursos diante de necessidades ilimitáveis, 
cujo principal elemento era a maximização da utilidade. 
 
Alfred Marshall, quem procurou fazer uma síntese de clássicos com neoclássicos, 
acredita que a economia examinava a ação individual e social, em seus aspectos mais 
estritamente ligados à obtenção e ao uso dos elementos materiais do bem-estar. Assim, de um 
lado, é um estudo da riqueza; e, de outro, e mais importante, é uma parte do estudo do 
homem. 
 
A perspectiva socialista 
 
O binômio produção-distribuição é a base a partir da qual a perspectiva socialista 
construiu sua concepção sobre a matéria de que se ocupa a economia. Figura de maior 
destaque foi Karl Mar(1818-1883). 
O estudo das leis sociais que regulam a produção e a distribuição dos meios materiais 
destinados a satisfazer às necessidades humanas resume o campo de que se ocupa a 
economia. 
 
 
 9
A sistematização de Lionel Robbins nos anos de 1930 
 
Robbins não partiu de categorias de fatos econômicos, como produção, distribuição, 
dispêndio, acumulação, riqueza e bem-estar. Ele partiu da existência de: 
- uma multiplicidade de fins que a humanidade procura alcançar 
- a priorização de fins possíveis: podem ser classificados por ordem de prioridade- a limitação dos meios para alcançar os fins possíveis 
- o emprego alternativo dos meios. 
 
O fator de maior importância e que faz o elo de ligação entre as quatro condições é a 
capacidade humana de fazer escolhas. O fato econômico resume-se, assim, nos atos de 
escolha entre fins possíveis e meios escassos aplicáveis a uso alternativos. 
 
Qualquer escolha feita pelos indivíduos, empresas, governos ou outros agentes 
econômicos quanto à alocação de recursos implica, portanto, uma relação entre custos (meios 
empregados) e benefícios (fins alcançados), bem como a ocorrência de custos de oportunidade 
(outros fins que, com os mesmos recursos, poderiam ter sido alcançados). 
 
“A economia é a ciência que estuda as formas de comportamento humano resultantes 
da relação existente entre as ilimitadas necessidades a satisfazer e os recursos que, embora 
escassos, se prestam a usos alternativos”. 
 
Com isso, podemos notar que em Economia tudo se resume a uma restrição quase 
física – a lei da escassez, isto é, produzir o máximo de bens e serviços com os recursos 
escassos disponíveis de cada sociedade. Mas lembre-se só existirá escassez se houver uma 
demanda para a aquisição do bem – tudo aquilo capaz de atender uma necessidade humana. 
E um bem é demandado porque é útil. 
Figura 2 - Síntese dos conceitos básicos da sistematização de Robbins 
 
 Conflito fundamental 
 
 
Escolhas entre fins possíveis e meios 
disponíveis 
Consecução de 
determinado fim 
Alocação de recursos 
(custoso) 
 
Benefício 
Custo de 
oportunidade 
Não-consecução de 
outros fins 
Meios 
(ou recursos) escassos e 
limitados 
Fins 
(ou necessidades) 
múltiplos e ilimitáveis 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 10
Existem ligações formais entre as abordagens consideradas: a neoclássica, a socialista 
e a sistematização de Robbins. A razão de ser da economia está presente nas três formas de 
delimitar o campo específico do conhecimento econômico – o estudo das formas aplicadas 
pelo homem na incessante busca de meios para satisfazer às condições ilimitáveis de bem-
estar. 
 
Quadro 2 – O conceito de economia nas três abordagens 
 
A abordagem neoclássica A perspectiva socialista A sistematização de 
Robbins 
 
- A economia é um estudo 
dos homens tal como vivem, 
agem e pensam nos 
assuntos ordinários da vida. 
 
- Focaliza, principalmente, a 
condução do homem no 
trato com questões que 
interferem em sua riqueza e 
bem-estar. 
 
- O fim último de que cuida a 
economia consiste em 
descobrir como as virtudes 
humanas e a concorrência 
podem conduzir ao bem-
estar social. 
 
- As necessidades humanas 
são determinadas pelo 
estágio cultural da 
sociedade. 
 
- Para satisfazer a um 
padrão de necessidades, o 
hoem se dedica a um ato 
social: a produção. 
 
- A realização desse 
processo se completa com a 
distribuição do produto 
social. 
 
- O estudo das leis sociais 
que regulam a produção e a 
distribuição resume o campo 
de que se ocupa a 
economia. 
 
- A sociedade tem objetivos 
múltiplos, ilimitados, mas 
meios limitados. A conduta 
econômica consiste em 
escolher entre fins possíveis 
e meios escassos para 
alcançá-los. 
 
- A economia é um ramo que 
estuda as formas do 
comportamento humano que 
resultam da relação entre 
necessidades ilimitadas e 
recursos escassos. 
 
- Meios escassos, fins 
alternativos, escolha e 
alocação são os elementos a 
partir dos quais se define o 
campo de que se ocupa a 
economia. 
 
 
5. AS ESCOLHAS NA ECONOMIA: 
 
* O QUE E QUANTO produzir 
* COMO produzir e 
* PARA QUEM produzir 
 
Resumindo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
NECESSIDADES 
HUMANAS 
ILIMITADAS VS. 
RECURSOS 
PRODUTIVOS 
ESCASSOS 
 
ESCASSEZ 
* O QUE E QUANTO 
PRODUZIR 
 
* COMO PRODUZIR 
 
* PARA QUEM 
PRODUZIR 
ESCOLHA 
 
 
Essas questões não seriam problemas se existissem recursos ilimitados. Porém, na 
realidade temos inúmeras necessidades, recursos limitados e técnicas de produção. 
Economia: optar dentre os bens a serem produzidos e os processos técnicos capazes 
de transformar os recursos escassos em produção. A teoria econômica trata de escassez, 
custo e análise marginal como veremos em outras aulas. 
 
 11
 
Por enquanto teremos uma visão geral dos argumentos e do método de investigação na 
ciência econômica, da evolução do pensamento econômico, das interações entre os diferentes 
agentes da economia e de como a partir dessas interações surgem as questões-chave que 
preocupam a Economia. 
 
 
6. OS ARGUMENTOS DA ECONOMIA 
 
Para entendermos o método de investigação da ciência econômica precisamos apenas 
de um simples encadeamento lógico. 
 
Baseadas nos postulados da teoria existente, formulam-se as hipóteses a respeito de 
como a realidade se comporta. Deduzem-se as implicações e os resultados decorrentes 
dessas hipóteses que são confrontados com a evidência dos dados de observações coletados 
da realidade. Finalmente, desse confronto tiram-se as conclusões: ou a teoria explica 
satisfatoriamente o comportamento da realidade econômica ou deve-se formular uma teoria 
alternativa e mais adequada. 
 
Teoria econômica: leis que explicam o comportamento humano e fazem parte do conjunto de 
conhecimentos. 
 
 
 
 
Os argumentos da teoria econômica podem ser: 
 
Positivos - economia positiva: o que é de fato 
Normativos - economia normativa: o que poderia ser 
 
Essa distinção é importante em termos de metodologia uma vez que existe a 
impossibilidade lógica de se deduzirem afirmações positivas de juízos de valores ou normativos 
ou vice-versa. 
 
Suponha-se que alguém afirme que: 
 
1. quando as taxas de crescimento da população são superiores às da expansão da renda 
nacional como um todo, a renda per capita se reduz; 
 
2. a redução da renda per capita implica na perda do poder aquisitivo real da sociedade, 
mantidos os níveis vigentes de preços; 
 
3. logo, como é desejável a manutenção e, mesmo, a ampliação do poder aquisitivo real, 
deveriam ser adotadas políticas de contenção do crescimento populacional. 
 
(1) e (2): são factuais, positivas; 
(3): é de caráter normativo. 
 
As duas primeiras não são condições suficientes para dar sustentação à terceira. Essa 
ressalva metodológica não implica a inexistência de conexões entre os compartimentos 
positivos e normativos na economia. 
 
A política econômica, não obstante seja formulada a partir de escolhas que envolvem 
juízos de valores, tem o respaldo na modelação teórica desenvolvida pelos diferentes troncos 
da economia positiva. Ou seja, a Economia se interessa primordialmente pelos argumentos 
positivos, como pode ser visto na figura abaixo. 
 
 
 
 12
Figura 3 – Compartimentos usuais da economia 
 
 Economia Descritiva Economia Descritiva Economia Descritiva Economia Descritiva 
 
 
Observação sistematizada do 
mundo real. 
Descrição e mensuração de fatos 
econômicos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Divisão do estudo econômico: 
 
Microeconomia: estuda o comportamento de consumidores e produtores e o mercado no qual 
interagem. Preocupa-se com a determinação dos preços e quantidades em mercados 
específicos. 
Macroeconomia: Estuda as condições de equilíbrio estável entre a renda e a despesa 
nacionais. As políticas econômicas de intervenção procuram estabelecer esse equilíbrio. 
Desenvolvimento Econômico: estuda o processo de acumulação dos recursos escassos e da 
geração de tecnologia capazes de aumentar a produção de bens e serviços para a sociedade. 
Economia Internacional: estuda as condições de equilíbrio do comércio exterior, além dos 
fluxos de capitais.Teoria 
Microeconômica 
Teoria 
Macroeconômica 
O
a a
 consumidor e 
nálise da 
procura 
A empresa e a 
análise da oferta 
Remuneração 
dos fatores de 
produção e 
repartição da 
renda 
Análise de 
macrovariáveis: 
renda, 
consumo, 
poupança, 
investimento, 
exportações, 
importações, 
tributos e dispêndio 
público, 
oferta e demanda 
monetária. 
Estrutura 
concorrencial e 
equilíbrio dos 
mercados 
C
Si
n
de rel
inter
ontabilidade Social. 
stemas de contas 
acionais e matrizes 
ações 
industriais. 
Pr
teor
m
ec
incípios, 
ias, leis e 
odelos da 
onomia 
Teoria Econômica
Observação sistematizada do 
mundo real. 
Descrição e mensuração de fatos 
econômicos. 
Teoria 
Macroeconômica 
O
a a
 consumidor e 
nálise da 
procura 
C
Si
n
de rel
inter
ontabilidade Social. 
stemas de contas 
acionais e matrizes 
ações 
industriais. 
Pr
teor
m
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incípios, 
ias, leis e 
odelos da 
onomia 
Teoria Econômica
Observação sistematizada do 
mundo real. 
Descrição e mensuração de fatos 
econômicos. 
Pr
teor
m
ec
incípios, 
ias, leis e 
odelos da 
onomia 
Teoria Econômica
Observação sistematizada do 
mundo real. 
Descrição e mensuração de fatos 
econômicos. 
A condução do 
processo econômico 
agregativamente 
considerado. 
Atuação sobre a 
realidade, com 3 
objetivos: 
* Crescimento 
* Estabilidade 
* Equitatividade 
A regulação da atividade 
dos agentes econômicos: 
o interajuste de custos e 
benefícios privados e 
sociais. 
Política Econômica
Teoria 
Microeconômica 
A empresa e a 
análise da oferta 
Remuneração 
dos fatores de 
produção e 
repartição da 
renda 
Análise de 
macrovariáveis: 
renda, 
consumo, 
poupança, 
investimento, 
exportações, 
importações, 
tributos e dispêndio 
público, 
oferta e demanda 
monetárias. 
Estrutura 
concorrencial e 
equilíbrio dos 
mercados 
Teoria 
Macroeconômica 
O consumidor e 
a análise da 
procura 
Contabilidade Social. 
Sistemas de contas 
nacionais e matrizes 
de relações 
interindustriais. 
Teoria Econômica
Princípios, 
teorias, leis e 
modelos da 
economia 
 
 13
7. MÉTODO DE INVESTIGAÇÃO DA CIÊNCIA ECONÔMICA 
 
A metodologia da elaboração científica, em sua estrutura fundamental, busca, como 
primeiro passo, observar sistematicamente a realidade. Depois elaborar modelos simplificados 
que a reproduzem, que identifiquem relações de causas e efeitos e que interpretem os mais 
variados eventos e seus desdobramentos. No processo de elaboração recorre-se a duas 
abordagens distintas, ainda que complementares: a indução e a dedução. Vejamos como 
ocorre a construção do conhecimento na economia pela figura abaixo. 
 
Figura 4- A construção do conhecimento na economia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Observação 
sistematizada da 
realidade 
Reelaboração resultante de 
novas observações ou de 
mudanças nas condições 
preexistentes. 
Formulação de princípios, 
teorias, leis u modelos 
explicativos ou interpretativos 
da realidade. 
Validação, pelo 
permanente confronto com 
a realidade 
Método dedutivo 
Método indutivo 
 
Abstrações teóricas 
envolvendo situações e 
comportamentos não 
mensuráveis a partir de 
levantamentos da realidade 
concreta. 
 
Esforço de teorização 
substitutivo da validação 
experimental. 
Abstrações resultantes de 
levantamentos e informes 
quantitativos. 
 
Construção de modelos 
validados por testes 
estatísticos. 
 
 
 
 
 
 
 
 14
8. EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ECONÔMICO:1
 
A figura 5 abaixo mostra de maneira bem articulada como ocorreu o desenvolvimento 
das diferentes correntes de pensamento econômico. 
 
Fonte: Rossetti (2003) 
 
1 Para maiores informações sobre as escolas de pensamento econômico ver o website The History of Economic 
Thought: http://homepage.newschool.edu/het/ 
 
 15
9. INTERAÇÃO ENTRE OS AGENTES ECONÔMICOS E AS QUESTÕES-CHAVE DA 
ECONOMIA 
 
9.1. As Categorias Participantes do Sistema Econômico 
 
As três categorias que formam a base de qualquer sistema econômico são os recursos, os 
agentes, e as instituições, como pode ser visto na figura 6 abaixo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Elementos 
constitutivos do 
sistema 
econômico 
como um todo: 
recursos, agentes 
e instituições 
 
Recursos naturais 
Recursos humanos 
Capital 
Capacidade tecnológica 
Capacidade empresarial 
 
 Unidades familiares 
 Empresas 
 Governo 
 
 Jurídicas 
 Políticas 
 Sociais 
Estoque de fatores de 
produção 
Quadro de agentes 
econômicos 
 
Complexo de instituições 
 
 
Os processos, os mecanismos e os instrumentos de interação dos agentes econômicos 
decorrem de dois fatores fundamentais: 
- a diversidade das necessidades humanas, que conduz à organização de sistemas de trocas; 
- a diversidade de capacitações das pessoas e nações, determinada por heranças culturais ou 
por vocações naturais, que conduz à especialização e à divisão social do trabalho. 
 
9.2 Processo de Interação e os Fluxos Econômicos Fundamentais 
 
Os fluxos reais definem-se a partir de suprimentos de recursos de produção, de seu 
emprego e de sua combinação pelas unidades de produção, bem como pela resultante 
geração de bens e serviços intermediários e finais. 
Os fluxos monetários definem-se como contrapartida dos fluxos reais. Traduzem-se, de 
um lado, pelos pagamentos de remunerações aos fatores de produção empregados; de outro 
lado, pelos preços pagos aos bens e serviços adquiridos, independentemente de sua 
destinação. 
 
 
 
 
 
 
 16
 
Figura 7- A interação entre famílias e empresas 
 
 
 
EMPRESAS 
 
 
FAMÍLIAS 
Fornecimento de fatores de produção 
Pagamento aos fatores 
Pagamentos (bens e serviços)
Suprimentos (bens e serviços)
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 8 - A interação entre famílias, empresas e governo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EMPRESAS 
Fornecimento de fatores de produção 
Pagamento aos fatores 
FAMÍLIAS 
 
 
 
 
 
 Pagamentos 
(bens e serviços) 
Suprimentos (bens e serviços)
 
GOVERNO 
Fornecimento (bens e serviços) e IFBKF 
Remuneração 
fatores 
Pgto bens e 
serviços 
 TT
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 17
Figura 9- Uma visão de conjunto do processo econômico e das questões-chave da economia 
 
 
Fonte: Rossetti (2003) 
 
A forma como esses processos de realizam e seus resultados finais estão relacionados 
com as quatro questões-chave da economia: 
 
* A plena utilização dos recursos produtivos – Eficiência Produtiva: emprego dos fatores de 
produção; 
 
 18
* A escolha do que produzir – Eficácia Alocativa: produtos gerados; 
* A distribuição dos resultados dos esforços de produção – Justiça Distributiva: rendas. 
* A organização da vida econômica em sociedade – Ordenamento Institucional: instituições que 
regularão o funcionamento do sistema como um todo e a interação entre os agentes. 
Nós nos deteremos nas duas primeiras das questões-chave, para os interessados nas 
demais questões, ver Rosseti (2003, Caps. 5 e 6). 
 
 
Questões: 
 
1. A condição fundamental para que se realize o fluxo de produção é a existência de um conjunto de 
cinco fatores. Cite e conceitue cada um deles. 
 
2. O que compreende o fator capital. Por que o conceito de capital se associa aos de investimento e de 
acumulação? 
 
3. Diferencie o conceitode formação bruta de capital do de formação líquida de capital fixo. 
 
4. Mobilizando os cinco fatores de produção, o aparelho de produção das economias desenvolve um 
grande fluxo contínuo de geração de bens e serviços. Diferencie os conceitos de bens e serviços finais 
de consumo, bens e serviços intermediários e bens e serviços finais de produção. 
 
5. Quanto à intensidade de emprego dos fatores e à natureza dos bens e serviços gerados, as atividades 
de produção classificam-se em primárias, secundárias e terciárias. Mostre as diferenças entre elas. 
 
6. A função de produção para a economia considerada agregativamente mostra a relação funcional entre 
a produção e os recursos empregados. Exemplifique essa função e diga qual é o tipo de relação entre as 
variáveis produção e recursos de produção. 
 
7. Descreva a partir da função de produção as precondições para que uma economia tenha crescimento 
econômico e, conseqüentemente, uma maior disponibilidade de bens e serviços finais por habitante. 
 
8. A maior disponibilidade de bens e serviços finais por habitante é considerada precondição quantitativa 
para a promoção do crescimento econômico e do bem-estar social. Essa precondição é suficiente 
também para o desenvolvimento econômico? Comente. 
 
9. Diferencie, conceituando cada uma delas, as três seguintes categorias de elementos constitutivos do 
sistema econômico: estoque de fatores, quadro de agentes econômicos e o complexo de instituições. 
 
10. São três os agentes econômicos que interagem dentro de determinado sistema econômico: unidades 
familiares, empresas e governo. Destaque os papéis de cada um. 
 
11. Descreva sucintamente como ocorreu a evolução do sistema de trocas até a instituição da moeda 
como conhecemos na atualidade. 
 
12. Explique cada uma das funções da moeda e dê exemplos. 
 
13. Diferencie os conceitos de fluxo real e fluxo monetário. Sintetize esses dois fluxos em um modelo 
simples de interação entre as famílias e as empresas. 
 
14. O modelo simples de interação entre famílias e empresas é modificado com a introdução do agente 
Governo. Explique. 
 
15. A principal fonte de renda do governo é a arrecadação de tributos. Diferencie tributos diretos e 
tributos indiretos e dê exemplos de cada um deles. 
 
 
 
 
 
 
 19
CAPÍTULO 2 – SISTEMA FINANCEIRO 
 
 
1. O QUE É MACROECONOMIA 
 
Trata da evolução da economia como um todo, analisando a determinação e o 
comportamento dos grandes agregados da economia, como renda e produto nacionais, 
investimentos, poupança e consumo agregados, nível geral de preços, emprego e 
desemprego, estoque de moeda e taxas de juros, balanço de pagamentos e taxa de câmbio. 
O debate constante da macroeconomia é saber se as decisões da política monetária e fiscal do 
governo vão afetar ou não as tendências da economia. 
 
2. AS METAS DE POLÍTICA MACROECONÔMICA 
As metas de política macroeconômica são: pleno emprego dos recursos, estabilidade de 
preços, distribuição de renda e crescimento econômico. 
 
Pleno emprego dos recursos 
Aprofundar os conhecimentos da política econômica com o objetivo de fazer a 
economia recuperar o nível de pleno emprego. 
 
Estabilidade de preços 
A inflação, que é aumento contínuo no nível geral de preços, é um problema porque 
acarreta distorções sobre a distribuição de renda, expectativas empresariais e etc. 
 
Distribuição de renda 
A economia brasileira cresceu bastante entre o fim dos anos 60 e a maior parte da 
década de 70. Mas, houve um aumento da disparidade entre as classes de renda, ou seja, 
ocorreu uma concentração de renda. Alguns críticos do chamado “milagre econômico” 
argumentam que piorou a concentração de renda nos anos de 1968/73 devido a uma política 
deliberda do governo (a Teoria do Bolo): primeiro crescer, aumentando a parte dos lucros e da 
poupança dos mais ricos na renda nacional, para depois pensar em repartição de renda.2
 
Crescimento econômico 
Quando se fala em crescimento econômico, estamos pesando no crescimento da renda 
nacional per capita. A renda per capita é considerada o melhor indicador para se aferir a 
melhoria do bem-estar, do padrão de vida da população. 
 
Mas, o fato do país estar aumentando sua renda per capita não necessariamente 
significa que está tendo uma melhoria do seu padrão de vida. O crescimento econômico capta 
apenas o crescimento da renda per capita. Um pais está realmente melhorando seu nível e 
desenvolvimento econômico e sociais, juntamente com o aumento da renda per capita, se 
estiver também melhorando os indicadores sociais (pobreza, desemprego e etc.). 
 
Esses objetivos não são independentes uns dos outros e podem ser até conflitantes. Ou 
seja, atingir uma meta pode ajudar (ou não) a alcançar outras. 
 
Por exemplo, o crescimento pode facilitar a solução dos problemas de pobreza, uma 
vez que torna possível abrandar conflitos sociais sobre a divisão da renda, se a renda 
aumentar. Nesse sentido, é possível aumentar a renda dos pobres sem diminuir a dos ricos. 
 
 
2 Para uma discussão sobre o Milagre Econômico, ver: Abreu (1990) “A Retomada do Crescimento e as Distorções 
do “ Milagre” (1967-1973). 
 
 
 20
Entretanto, particularmente em países em desenvolvimento, as metas de crescimento e 
equidade distributiva têm se mostrado conflitantes, uma vez que muitos acreditam que o 
aumento do nível de poupança seria mais facilmente obtido por meio de uma distribuição 
desigual de renda – a já citada Teoria do Bolo no período do milagre econômico. 
 
3. OS MEIOS DA POLÍTICA MACROECONÔMICA: 
 
A política macroeconômica envolve a atuação do governo sobre a capacidade produtiva 
(produção agregada) e despesas planejadas (demanda agregada), com o objetivo de permitir à 
economia operar a pleno emprego, com baixas taxas de inflação e distribuição justa de renda. 
Os principais meios para atingir os objetivos são: 
 
Política fiscal: compreende todos os instrumentos de que o governo dispõe para a 
arrecadação de tributos (política tributária) e controle de suas despesas (política de gastos). 
Além da questão do nível de tributação, a política tributária, por meio da manipulação da 
estrutura e alíquotas de impostos, é utilizada para estimular (ou inibir) os gastos do setor 
privado em consumo e em investimento. 
 
Política monetária: refere-se à atuação do governo sobre a quantidade de moeda, de crédito 
e das taxas de juros. Os instrumentos disponíveis são: emissão de moeda, reservas 
compulsórias, compra e venda de títulos públicos, taxas de redescontos e regulamentação 
sobre crédito e taxa de juros. 
 
Política cambial e comercial: atuam sobre as variáveis relacionadas ao setor externo da 
economia. A política cambial refere-se ao controle do governo sobre a taxa de câmbio. A 
política comercial diz respeito aos instrumentos de incentivo às exportações e/ou 
estímulo/desestímulos às importações, sejam fiscais, creditícias, seja estabelecimentos de 
cotas etc. 
 
Política de rendas (ou de controle de preços e salários): a característica especial da política 
de rendas, que influenciam diretamente os salários, os lucros, os juros e os aluguéis é a de 
que, nesses controles, os agentes econômicos ficam proibidos de levar a cabo o que fariam, 
em resposta a influências normais do mercado. Normalmente, esses controles são utilizados 
como política de combate à inflação. No Brasil, a política salarial e a atuação da Secretaria 
Especial de Abastecimento e Preços (Seap) situavam-se nesse contexto. 
 
 
4. ESTRUTURA DA ANÁLISE MACROECONÔMICA 
 
A economia pode ser dividida em parte real e parte monetária. A primeira relacionada 
com a produção de bens serviços bem como no emprego do fator trabalho, tendo como 
variáveis a serem determinadas: o produto nacional, o nível geralde preços, o nível de 
emprego e os salários nominais. A segunda relacionada com o que pode ser chamado de parte 
invisível da economia e determina a taxa de juros, o estoque de moeda e a taxa de câmbio. O 
quadro 3 mostra os mercados e as diferentes variaveis determinadas em cada uma das partes 
da economia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 21
Quadro 3 – Parte real e parte monetária da economia 
 Mercados Variáveis Determinadas 
 
Parte Real 
da Economia 
 
 
* Mercado de Bens e 
Serviços 
 
 
• Mercado de Trabalho 
* Produto Nacional 
* Nível geral de Preços 
 
 
• Nível de Emprego 
• Salários Nominais 
 
Parte Monetária 
da Economia 
* Mercado Financeiro 
 
 
 
• Mercado de Divisas 
* Taxa de juros 
* Estoque de Moeda 
 
 
• Taxa de Câmbio 
 
5. A MACROECONOMIA EM PERSPECTIVA HISTÓRICA. 
 
* Séc. XVIII, primeiras revoluções, que serviram como ponto de partida. Maior desenvolvimento 
da Teoria Microeconômica. 
* Séc. XX: Primeira Guerra Mundial, Identificação de “ciclos de negócios” e Grande Depressão 
dos anos 30. 
* Principais idéias Keynesianas, publicadas no livro “Teoria Geral do Emprego, do Juros e da 
Moeda” de 1936. 
* A teoria prevalecente antes de Keynes acreditava que a economia (i) era autoregulatória, (ii) 
utilizava eficientemente todos os recursos, (iii) produziam em pleno emprego (existia apenas a 
taxa natural de desemprego), (iv) as ações do governo apenas para os bens públicos. 
* Com a teoria de Keynes, a economia (ii) não regula a si própria, (ii) está sujeita à flutuações, 
(iii) pessimismo na comunidade de negócios e (iv) necessita de ação do governo para sua 
estabilização. 
* Em 1937: John Hicks introduz o aparato conhecido como IS/LM – a chamada síntese 
neoclássica – que permite analisar a economia tanto pela hipótese de pleno emprego 
(clássicos e neoclássicos) como pela de desemprego (Keynes). 
* Nos anos 50, surge a Curva de Phillips que mostrava que uma relação inversa entre as taxas 
de inflação e taxas de desemprego. 
* Até os anos 60, tinha o instrumental IS/LM analisando os componentes da demanda 
agregada acoplado à Curva de Phillips, que retratava as condições de oferta agregada. Mas, 
numa herança keynesiana, a ênfase da política econômica ainda era nos instrumentos de 
política fiscal, negligenciando a política monetária. 
* Segunda metade dos nos 50, surge a Teoria Monetária com Milton Friedman da Universidade 
de Chicago. Trata do papel das expectativas inflacionárias sobre a produção e o emprego, 
recuperando o papel da oferta agregada na Teoria Macroeconômica. Atenção para como os 
agentes formas suas expectativas. 
* Décadas de 70 e 80: Escola das Expectativas Racionais (os novos clássicos). 
* Quatro principais linhas de pensamento macroeconômico: keynesianos, neoclássicos, novos 
clássicos e pós-keynesianos. 
 
 
 
Questões: 
1. Descreva as metas da política econômica. 
2. Por que os objetivos de politica econômica podem ser conflitantes. Explique. 
3. O que se entende por política fiscal, política monetária, política cambial e política de rendas? 
4. Você seria capaz de explicar qual objetivo de política econômica o governo brasileiro tem buscado nos 
últimos anos? Comente. 
 
 
 
 
 22
SISTEMA FINANCEIRO 
O que veremos? 
Moeda: 
História 
Funções 
Oferta/Demanda 
Agregados Monetários 
 
Sistema Financeiro no Brasil (SFN): 
Diferentes Mercados 
Intermediação Financeira 
Sistema Bancário e Multiplicação dos Meios de Pagamento 
Criação/Destruição dos Meios de Pagamento 
 
Política Monetária: 
Instrumentos 
Política Restritiva vs. Expansionista 
 
 
 
MOEDA 
 
1. ORIGEM DA MOEDA 
 
Nas economias primitivas, o modo de vida do homem não lhe oferecia qualquer 
instrumento que possibilitasse a transformação dos produtos disponíveis, restringindo suas 
atividades à caça, à pesca e à coleta de frutos. Vivia em grupo tribal fechado, cujo objetivo 
primordial era a sobrevivência. Essa primitiva sociedade, em que tribos vizinhas representavam 
rivais em potencial, era naturalmente impermeável à idéia de se estabelecer entre as 
comunidades um sistema de trocas de mercadorias. 
 
Com o passar do tempo, o homem percebeu que poderia dedicar-se à produção de 
determinadas mercadorias em quantidades superiores às suas necessidades de consumo. 
Salvo nas comunidades extremamente afastadas da civilização, o homem produz, hoje, 
quando muito, apenas uma diminuta parcela daquilo que consome. 
 
Conseqüência desse fato é o estabelecimento das trocas. Cada indivíduo passa a 
destinar a maior parte de sua produção não ao seu consumo próprio, mas às trocas com 
terceiros que tenham bens e serviços de seu interesse. 
 
Historicamente, as trocas evoluíram em duas etapas: trocas diretas, produto por 
produto, e trocas indiretas, por intermédio da moeda.Um raciocínio simples exemplifica o caso 
das trocas diretas: uma tribo, às margens de um rio generoso em peixes, mas com escassas 
chances de acesso a frutos, poderia especializar-se na pesca e trocar com uma outra 
comunidade que, por estar um pouco mais distante ou mesmo não dispor de um rio em iguais 
condições, tenha se especializado na coleta de frutos. 
 
A implantação desse sistema de intercâmbio direto de mercadorias, também conhecido 
como escambo, exigia certas condições especiais para seu funcionamento: se o indivíduo "A" 
fosse especializado na produção (coleta) de frutos silvestres e o indivíduo "B", na produção 
(captura) de peixes, tornava-se fundamental, para ocorrer a permuta, que o indivíduo "A" 
desejasse adquirir peixes e o indivíduo "B” desejasse adquirir frutos silvestres. A troca 
ocorreria, portanto, de forma direta, bilateralmente, desde que houvesse interesse recíproco. 
 
As dificuldades desse sistema são evidentes. Tornava-se imperiosa a criação de novas 
condições de comércio, de maneira que as trocas pudessem ocorrer sem que dependessem 
 
 23
tanto da simultaneidade de interesses específicos. A forma encontrada foi substituir as trocas 
diretas pelas trocas indiretas, estabelecendo-se como padrão de conversão, mediante 
consenso, uma mercadoria ou um produto que fosse aceito por todos os indivíduos. Introduzia-
se assim um elemento responsável, em grande parte, não só pelo desenvolvimento do 
comércio, como também pelas dimensões hoje assumidas pela Economia: a moeda. 
 
A introdução da moeda no sistema econômico conduz à dissociação de cada troca em 
duas operações distintas: uma compra e uma venda. A moeda por sua vez, passa a 
desempenhar três funções básicas: intermediação de trocas, medida de valor e reserva de 
valor. 
 
A função de intermediação de trocas traduz-se em servir como meio de pagamento, de 
aceitação geral. Reside, nessa função, a razão principal, determinante do aparecimento da 
moeda, qual seja, a de facilitar o processo de circulação de bens. 
 
A moeda é medida de valor porque estabelece uma unidade-padrão de medida, à qual 
são convertidos os valores de todos os bens e serviços disponíveis na economia. Em outras 
palavras, diz-se que a moeda serve como denominador comum de valores. 
 
Considerando-se que a moeda pode ser trocada por bens ou serviços em qualquer 
ocasião, sua posse constitui reserva de valor, desde o momento em que é recebida pelo seu 
detentor, até ao instante em que é gasta. A retenção da moeda, como reserva de valor, traduz-
se, portanto, numa forma alternativa de guarda ou de acumulação de riqueza. 
 
2. EVOLUÇÃO DAS FORMAS DE MOEDA 
 
Ao se estabelecer um produto ou mercadoria como base para a troca, nasceu o 
conceito básico de moeda: um instrumento facilitador das trocas que permite a medida ou a 
comparação de valores. Podem ser, como o foram no passado, o trigo, o sal, o gado e os 
metais.Pode ser, também, um simples pedaço de "papel pintado". Há, porém, uma forte 
exigência: que seja aceito pela sociedade, consensualmente. 
 
O estabelecimento da mercadoria-moeda possibilitava a implantação de um sistema de 
intercâmbio, mas trazia consigo novas dificuldades. Por exemplo: alguém que dispusesse de 
cinco sacas de trigo e desejasse comprar meio boi, como resolveria a questão? 
 
Um primeiro complicador consistia, portanto, na indivisibilidade de certas mercadorias 
ou produtos. Outro problema que surgiu de imediato foi o fato de a mercadoria-moeda ter a 
possibilidade de multiplicar-se facilmente, sem o controle da sociedade. 
 
Além disso, havia ainda a desvantagem de ser perecível, o que causava sérios 
problemas para o sistema como um todo. Imagine alguém que tivesse todo o seu estoque de 
moeda representado por 100 sacas de trigo e todas elas se deteriorassem. Esse indivíduo teria 
zerado o seu estoque de moeda, e uma das causas poderia ser até mesmo não ter conseguido 
arcar com os custos de uma acomodação adequada para o trigo. 
 
Como alternativa, passou-se a adotar os metais preciosos como meio de troca. A 
história registra o aparecimento de moedas metálicas cunhadas na Grécia entre os séculos VIII 
e VII a.C. Eram mais duráveis e permitiam subdivisão com maior facilidade. Sua produção era 
mais rara e escassa. Era de melhor qualidade e não apresentava os problemas das demais 
mercadorias adotadas como moeda. 
 
A utilização dos metais preciosos (ouro e prata) como moeda facilitou muito o 
desenvolvimento das trocas e da circulação dos bens e serviços necessários à sociedade. 
Entretanto, apresentava problemas relativos a seu valor intrínseco e a seu transporte, em 
 
 24
virtude do peso e da segurança, já que os possuidores ficavam muito mais vulneráveis ao 
ataque de saqueadores. 
 
Como os cunhadores eram geralmente ourives, que possuíam locais seguros para 
guarda dos metais preciosos passou-se a adotar o costume de deixar as moedas depositadas 
com eles, em troca de um comprovante de depósito, de um recibo. Esse recibo tinha, assim, 
um lastro. Toda vez que se precisasse de moeda, era só trocá-lo por metal precioso. Com o 
tempo, adicionou-se a esse costume o de endossá-lo, transferindo a outrem o direito de saque. 
Com isso, foi eliminada a necessidade de se trocar o recibo por metal precioso a cada 
operação. Surgiu, então, o princípio das cédulas com lastro. 
 
Dessa forma, os cambistas medievais atuavam como "banqueiros", mantendo um 
encaixe de 100% sobre os seus depósitos. Cobravam apenas uma comissão pela prestação do 
serviço de guarda dos metais. 
 
Observe-se que, até então, os banqueiros da época não concediam e nem tomavam 
empréstimos. Não tardou muito, contudo, para que adquirissem a confiança do público e 
iniciassem uma transformação na sua forma de "operação bancária". Ao verificarem que os 
metais ficavam guardados em seus cofres por um longo período de tempo, sem qualquer 
utilização, passaram a emitir os chamados bilhetes de banco negociáveis. Tais operacões 
consistiam na emissão de recibos sem a contrapartida de um depósito em moedas, cuja 
validade dependia única e exclusivamente de sua aceitação geral, como meio de pagamento, 
em função da confiança do público. Essa transformação fez com que os bancos deixassem de 
ser simples depositários de metais e passassem a exercer a função de emissores, surgindo a 
partir daí a moeda fiduciária. 
 
O Estado assumiu e monopolizou a emissão de moeda, uniformizando-a no espaço 
geográfico de sua influência. A aceitação dessa moeda inconversível decorria do poder do 
Estado em garantir sua utilização e na confiança da população nesse Estado. A garantia de 
utilização da moeda é dada pelo seu curso forçado, posto que os credores eram obrigados por 
lei a aceitá-la em pagamento de seus créditos. 
 
Ao lado dessa moeda fiduciária, de emissão não lastreada, de curso forçado, 
monopolizada pelo Estado, desenvolveu-se uma outra modalidade: moeda bancária ou 
escritural. Essa moeda, que surgiu com o desenvolvimento dos bancos comerciais, 
corresponde aos depósitos à vista, os quais possuem liquidez e equivalem à moeda de curso 
legal. 
 
 
3. ATIVOS FINANCEIROS 
 
Os ativos financeiros da economia podem ser diferencidados conforme os atributos 
rendimentos e liquidez. Assim, tem-se: 
Ativos financeiros monetários: liquidez absoluta, rendimento zero e usados como meio de 
pagamento. Ex: papel moeda em poder do público (PMPP) e depósito à vista nos bancos 
comerciais públicos e privados. 
Ativos financeiros não-monetários: menor grau de liquidez e rendimento. Ex: depósito de 
poupança. 
 
 
4. OFERTA E DEMANDA DE MOEDA 
A oferta de moeda na economia é feita pelo Banco Central (BACEN) e pelos Bancos 
Comerciais através das atividades de depósitos e empréstimos. A demanda por moeda é 
derivada dos motivos: transação, precaução e especulação. 
 
 
 
 25
5. MEDIDA DA OFERTA DE MOEDA 
 
A quantidade de moeda existente na economia pode ser medida com a utilização dos 
chamados agregados monetários. Esses agregados são agrupados de acordo com a liquidez 
dos diferentes ativos financeiros da economia. A seguir são definidos os agregados 
monetários: 
M0 = PMPP (notas e moedas) 
M1 = M0 + depósitos à vista nas instituições financeiras bancárias. 
M2 = M1 + depósitos especiais remunerados + depósitos de poupança + títulos emitidos por 
instituições financeiras. 
M3 = M2 + quotas de fundos de renda fixa + operações compromissadas com títulos públicos 
federais. 
M4 = M3 + títulos públicos federais (Selic) e títulos de emissão dos estados e municípios. 
 
 Tabela 1 - Heveres Financeiros no Brasil (R$ bilhões) 
 
 Fonte: Bacen 
 
 
 
6. BASE MONETÁRIA 
 
Além dos agregados monetários, existe ainda outra medida da moeda na economia que 
é a base monetária. O conceito de base monetária (BM) equivale ao passivo monetário do 
Banco Central que serve de lastro aos meios de pagamento e é definida por: 
 
BM = PME + RB 
 
- Papel Moeda Emitido (PME): meio circulante 
- Reservas Bancárias (RB): contas correntes dos bancos criadores de moeda no Banco Central 
 
 
 26
Essas reservas bancárias são compostas por reservas voluntátias e reservas 
compulsórias. A sistemática de recolhimentos compulsórios sobre os recursos à vista e a 
preponderância de metas de taxas de juros resultam em valores desprezíveis de reservas 
voluntárias médias. A figura 10 mostra a base monetária e os meios de pagamentos na 
economia brasileira para os anos de 2004 e de 2005. 
 
Figura 10 – Base monetária e meios de pagamentos no Brasil - 2004 e 2005 
 
 
 Fonte: Bacen 
 
 
7. ESTRUTURA DO SFN (BRASIL) 
Sistema Financeiro: conjunto de agentes e instituições responsáveis pela intermediação de 
recursos financeiros entre as unidades econômicas líquidas (superavitárias) e as ilíquidas 
(deficitárias). 
 
 
8. ORGANIZAÇÃO DO SFN 
- Subsistema normativo 
- Subsistema de Intermediação 
- Outras instituições 
 
 
A figura 11 abaixo mostra a participação por segmentos (públicos, privados nacionais e 
estrangeiras) no sistema bancário do Brasil para o período de 2002 a 2005. Além disso, veja 
em anexo o número de instituições por segmento, por tipo e com maiores agências no país. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 27
Figura 11- Sistema Bancário/Participação por Segmentos (Brasil) 
 
 
Fonte: Bacen 
 
 
9. DIFERENTES MERCADOS: 
 
O sistema financeiro é composto por quatro diferentes mercados que são: 
Mercado Monetário: onde são negociados títulos de curto prazo (Iiquidez da economia). 
Mercado de Capitais: onde são negociados títulos de médio e longo prazo (necessidade de 
recursos para investimento).Mercado de Câmbio: são realizadas as transações com diferentes moedas. Participantes: 
Bacen, Bancos, empresas exportadoras e importadoras. 
Mercado de Crédito: tem a responsabilidade de suprir a necessidade de crédito das diferentes 
atividades econômicas. 
 
A seguir, destaca-se o mercado de crédito no Brasil. Os gráficos mostram, 
respectivamente, o direcionamento do crédito para as diferentes atividades econômicas e as 
taxas de juros cobradas para as pessoas físicas e pessoas jurídicas. 
 
 28
 
 Fonte: Bacen 
 
 Fonte: Bacen 
 
 
 
 Fonte: Bacen 
 
 
 29
INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA 
 
1. FORMAS DE FINANCIAMENTO 
 
Existem dois tipos de agentes no sistema financeiro, aqueles que podem ser chamados 
de unidades superavitárias (US) e outros que podem ser chamados de unidades deficitárias 
(UD). Os primeiros suprem as necessidades de financiamento dos segundos através da 
intermediação das instituições financeiras. As unidades deficitárias possuem duas formas para 
obter financiamento: 
 
Autofinanciamento: venda de algum patrimônio, por exemplo, um bem imóvel. 
 
Financiamento externo: que pode ser direto através da venda de ações ou de títulos da dívida 
e o indireto por meio de empréstimo via instituições financeiras 
 
A pergunta que surge é por que as unidades deficitárias não optam pelo financiamento 
direto? A resposta para esse questionamento está nos conceitos de custos de transação e de 
informação assimétrica. 
 
 
2. CRIAÇÃO E DESTRUIÇÃO DE MOEDA 
 
 O fenômeno mais importante associado ao desenvolvimento da moeda escritural 
consiste na multiplicação dos meios de pagamento através das instituições financeiras 
bancárias que captam depósitos à vista. 
 
 Esse fenômeno decorre do fato de ser altamente improvável que todos os depositantes 
saquem seus recursos ao mesmo tempo, o que permite aos bancos comerciais emprestar parte 
dos depósitos à vista por eles recebidos, mantendo encaixes bem inferiores ao volume destes 
depósitos. 
 
A faculdade de criar ou destruir moeda decorre de operações realizadas entre as 
instituições financeiras bancárias — que captam depósitos à vista — e o público. 
 
 Para se distinguir uma ocorrência da outra, valemo-nos dos conceitos de haveres 
monetários e haveres não-monetários. 
 
Haveres monetários: possuem liquidez imediata — papel-moeda em poder do público e 
depósitos à vista (meios de pagamento). 
 
Haveres não-monetários: não possuem liquidez imediata, como depósitos a prazo, títulos 
públicos, duplicatas e etc. 
 
 
2.1. Criação de moeda: 
 
Quando a instituição financeira bancária desconta uma duplicata - entrega ao público de 
haveres monetários (moeda) e, em troca, recebe haveres não-monetários (duplicata), conforme 
ilustrado na figura a seguir: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 30
 
Figura 12 – Criação de Moeda 
 
 
 
 
Instituição Financeira 
Bancária 
 
 
 
Público 
 
Haveres monetários
Haveres não-monetários
 
 
 
 
 
 
 
 
2.2. Destruição de moeda: 
 
Quando o público quita uma duplicata – a instituição bancária entrega ao público haveres não-
monetários (duplicata quitada) e recebe haveres monetários (moeda), conforme ilustrado na 
figura a seguir: 
 
Figura 13 – Destruição de Moeda 
 
 
 
Instituição Financeira 
Bancária 
 
 
 
Público 
 
Haveres não-monetários
Haveres monetários
 
 
 
 
 
 
 
 
Exemplos de criação e de destruição de moeda: 
Governo Federal deposita impostos arrecadados do público no Bacen (D); 
Exportadores trocam US$ por R$ no Bacen (C); 
Indivíduo resgata sobre poupança, com transferência do saldo para a conta corrente no banco 
comercial (C); 
Indivíduo adquire quotas de um fundo de ações sacando sobre seus depósitos à vista (D); 
Indivíduo efetua um depósito à vista em um banco comercial (N). 
 
 
3. MULTIPLICADOR BANCÁRIO 
 
 As instituições financeiras que captam depósitos à vista podem multiplicar os meios de 
pagamentos através das operações de empréstimos. 
 
Multiplicador Simples 
k = 1/R 
 
k = magnitude do efeito multiplicador 
R = alíquota de recolhimento bancário 
Exemplo: 
 
R = 0,25 Temos que k = 1/0,25 = 4 
 
 Se DV= R$1.000,00, o efeito multiplicador fará com que o volume de meios de 
pagamentos passe a ser de R$ 4.000,00. 
 
 
 
 31
Multiplicador Elaborado: 
k = 1/C+D(R1+R2) 
 
C = PMPP/M1 
D = DV/M1 
R1 = CX/DV 
R2 = RB/DV 
 
Onde: 
PMPP = papel moeda em poder do público 
DV = depósitos à vista 
CX = caixa dos bancos comerciais 
RB = reservas bancárias (voluntárias e compulsórias) 
 
 
4. POLÍTICA MONETÁRIA 
 
Refere-se ao processo de oferta de moeda na economia, com seus mecanismos de 
transmissão. A oferta primária fica a cargo da autoridade monetária (AM), e sua “multiplicação” 
se dá pela ação dos bancos comerciais. 
 
O controle da oferta de moeda pode se dar pelo lado da: 
- oferta (direta e indiretamente) ou 
- demanda (tornando o dinheiro mais caro para o público). 
 
4.1. Instrumentos de política monetária 
 
Operações de mercado aberto: 
 
Compra ou venda de títulos, de forma definitiva ou compromissada, para condicionar os 
volumes de reservas bancárias e as taxas básicas de juros. As operações definitivas alteram a 
posição de carteira, ou de propriedade, das partes envolvidas. As operações compromissadas 
ou com compromisso de recompra/revenda ou de financiamento de títulos alteram a posição de 
custódia, ou de liquidez, das partes envolvidas. 
 
Recolhimentos compulsórios: 
 
Parcelas de algumas modalidades de captação que as instituições financeiras devem manter 
junto a Autoridade Monetária (Bacen) a fim de condicionar a alavancagem de operações ativas 
e a estrutura de custos. Os recolhimentos podem ser exigidos em espécie, que serão 
remunerados ou não remunerados, ou em títulos. 
 
Recolhimentos compulsórios: estrutura no Brasil 
- Anterior ao Plano Real: 
Recursos à vista: 40% em espécie, não remunerado 
Depósitos de poupança : 15% em espécie, remunerado 
- Em março de 1999: 
Recursos à vista : 75% em espécie, não remunerado 
Depósitos de poupança : 15% em espécie, remunerado 
Depósitos a prazo : 30% em títulos 
FIF-curto prazo : 50% em espécie, não remunerado 
FIF-30 dias : 5% em espécie não remunerado 
- Atual (outubro/2003): 
Recursos à vista : 45% em espécie, não remunerado 
Depósitos de poupança : 15% em espécie, remunerado 
Depósitos a prazo: 15% em títulos. 
 
 32
Redesconto 
 
O Bacen pode suprir as necessidades de financiamento dos bancos comerciais através 
de empréstimos. A taxa cobrada por esses empréstimos mais o prazo para o seu pagamento 
constitui o que é chamado de taxa de redesconto. Quando o Bacen quer ser punitivo, aumenta 
a taxa e reduz o prazo de pagamento. 
 
Quadro 3 – Resumo dos Instrumentos de Política Monetária 
 
Instrumentos Oferta monetária Taxas de juros 
1. Recolhimento Compulsório 
- Aumenta a taxa 
* reduz a taxa 
 
- reduz 
* aumenta 
 
- aumenta 
* diminui 
2. Redesconto 
- aumenta juros, reduz prazo 
* reduz juros, aumenta prazo 
 
- reduz 
* aumenta 
 
- aumenta 
* reduz 
3. Open Market 
- Venda de títulos 
* Compra de Títulos 
 
- reduz 
* aumenta 
 
- aumenta 
* reduz 
4. Operações de Crédito 
- Restringe 
* Amplia 
 
- Reduz 
* amplia 
 
 
- aumenta 
*reduz 
 
As Políticas Monetárias podem ser chamadas de restritivas ou de expansionistas. São 
restritivas quando reduzem a oferta monetária e encarecem os empréstimos. São 
expansionistas quando aumentam a oferta monetária e barateiam os empréstimos. 
 
Questões Conceituais: 
1. Dados os seguintes agregados monetários (em mil R$): 
Papel moeda emitido (PME) 1.100 
Papel moeda em poderdo público (PMPP) 600 
Dep. a vista do público nos BC 1.400 
Reservas dos BC no Bacen 
- Voluntárias 100 
-Compulsórias 400 
Depósito em poupança 200 
Quotas de fundo de renda fixa 150 
Títulos públicos federais (Selic) 430 
a) Qual a base monetária ? 
b) Qual o total do M1 ? 
c) Qual o total do M2 ? 
c) Qual o total do M3 ? 
c) Qual o total do M4 ? 
 
2. Quais são os diferentes mercados do sistema financeiro? Explique. 
 
3. Uma empresa deficitária possui duas opções de financiamento. Quais são essas opções? Por que a 
intermediação financeira é a forma mais utilizada de financiamento pelos agentes econômicos 
deficitários? Comente. 
 
4. Os ativos financeiros da economia são diferenciados em duas categorias conforme duas 
características. Diga quais são as características. 
 
5. Nas afirmações abaixo, diga quando ocorre criação (C), destruição (D) de moeda: 
( ) Governo Federal deposita taxas e impostos arrecadados de empresas no Bacen; 
( ) Importadores trocam R$ por US$ no Bacen; 
( ) Indivíduo transfere saldo da conta corrente para a conta de poupança no banco comercial; 
 
 33
( ) Empresa adquire quotas de um fundo de ações sacando sobre seus depósitos à vista; 
( ) Empresa efetua um depósito à vista em um banco comercial. 
( ) indivíduo leva ao banco uma certa quantia em unidades monetárias e efetua um depósito á vista. 
( ) Indivíduo leva ao banco uma certa quantia em unidades monetárias e efetua um depósito à prazo. 
( ) Empresa leva ao banco uma duplicata para descontar, recebendo a inscrição de um depósito à vista. 
( ) Banco compra cambiais de um exportador. 
( ) Banco vende divisas a um importador. 
( ) Banco compra títulos da dívida pública possuídos pelo público. 
( ) Banco vende um imóvel a uma pequena empresa recebendo o pagamento à vista em dinheiro. 
( ) Banco aumenta seu capital vendendo ações ao público. 
 
6. Dos instrumentos que o Bacen pode utilizar para controlar a oferta de moeda na economia, qual é o 
mais punitivo para os bancos. Comente. 
 
7. Coloque falso (F) ou verdadeiro (V), e justifique quando falso: 
( ) Quando o Bacen aumenta a taxa de recolhimento compulsório sobre os DV dos bancos comerciais, 
a taxa de juros reduz; 
( ) Se o Bacen diminui os juros e aumenta o prazo na operação de redesconto, a oferta monetária é 
reduzida e a taxa de juros também cai. 
( ) Se o Governo precisa reduzir a quantidade de oferta de moeda na economia, o Bacen pode 
comprar títulos públicos que estão nas mãos do público. 
( ) A taxa de juros pode ser reduzida através da expansão nas operações de crédito por parte do 
Bacen. 
( ) A oferta de moeda e a taxas de juros são reduzidas através de uma política monetária expansionista. 
( ) Quanto maior a taxa de recolhimento compulsório, maior o multiplicador bancário simples. 
( ) O multiplicador bancário elaborado varia negativamente em relação à taxa de reservas dos bancos e 
positivamente em relação à taxa de retenção do público. 
( ) A velocidade renda da moeda é definida pela relação entre o PIB e a quantidade de moeda (M). 
( ) Quanto maior for a taxa de inflação numa economia, menor será a velocidade-renda da moeda. 
 
8. Dados os seguintes agregados monetários (em R$ milhões): 
* Caixa, em moeda corrente, nos Bancos Comerciais 95 
* Papel Moeda Emitido 200 
* Depósitos à vista do público nos Bancos Comerciais 150 
* Depósitos à vista dos Bancos Comerciais 
 Voluntários 40 
 Compulsórios 30 
* Títulos federais, em poder do resto do mundo 400 
* Depósitos na Poupança, em poder do resto do mundo 250 
* Depósitos à prazo, em poder do resto do mundo 150 
a. Qual o valor da Base Monetária? 
b. Qual o valor do M1, M2, M3 e M4 ? 
 
9. A oferta de moeda pode dar-se pelo Bacen ou pelos Bancos Comerciais, sendo este último dado pelo 
mecanismo do multiplicador monetário. Se R = 0,75, então o valor do multiplicador simples na economia 
será de..................... Se o montante inicial em depósito a vista é de R$ 4.000,00, qual será o valor 
multiplicado. 
 
10. Como se dividem os agregados monetários no Brasil. Explique cada um deles. 
11. Quais as funções principais que o Banco Central exerce na política econômica. 
 
12. A elevação da taxa dos depósitos compulsórios dos bancos comerciais junto as autoridades 
monetárias diminuiu o valor do multiplicador dos meios de pagamentos porque: 
a. ( )diminui o saldo do papel-moeda emitido 
b. ( ) diminui o saldo do papel-moeda em circulação 
c. ( )diminui o saldo do papel-moeda em poder do público 
d. ( )diminuem os depósitos à vista nos bancos comerciais 
e. ( )diminuem os recursos dos bancos comercias para empréstimos ao público. 
 
 
 34
13. Demanda por moeda para ____________: as pessoas mantêm dinheiro porque isso lhes permite 
comprar e vender bens com facilidade. Demanda por moeda para ________________: as pessoas 
mantêm dinheiro porque ele é mais seguro que outros ativos, já que o preço de ações, títulos e imóveis 
pode flutuar muito. Demanda de moeda para _______________: ficando com mais dinheiro as pessoas 
podem enfrentas melhor as despesas imprevistas. 
a)transação – especulação – precaução 
b)precaução – especulação – transação 
c)especulação – transação – precaução 
d)precaução – transação – especulação 
e)nenhuma das anteriores 
 
14. O sistema financeiro nacional constituído do mercado monetário, mercado de crédito, mercado de 
capitais e mercado cambial, é usualmente subdividido em 2 subsistemas: o _______________ e o 
__________________. O primeiro congrega as autoridades monetárias, responsável pela disciplina 
operacional e pela liquidez do sistema. O segundo congrega as instituições bancárias e não bancárias. 
a) normativo – cambial 
b) intermediação – normativo 
c) intermediação – cambial 
d) normativo – intermediação 
e) nenhuma das anteriores 
 
15. O encaixe próprio dos bancos (parcela dos depósitos que é mantida em caixa) é um dos freios à 
multiplicação infinita da moeda escritural. Mas o freio maior é o recolhimento compulsório que o Banco 
Central exige dos bancos comerciais. Quanto ___________ forem as taxas voluntárias e compulsórias, 
__________________seu efeito multiplicador. 
a)maiores – maior será 
b)menores – menor será 
c)maiores – menor será 
d)menores – inalterado será 
e)nenhuma das anteriores 
 
 
16. As operações entre o público e o setor bancário podem criar ou destruir os meios de pagamento. 
Entre as operações a seguir relacionadas, qual delas é responsável pela criação de meios de 
pagamento? 
a) pessoas realizam depósitos a prazo nos bancos 
b) bancos vendem ao público, mediante pagamento à vista, em moeda, títulos de diversas espécies 
c) saque de cheques nos caixas dos bancos 
d) empresas levam aos bancos duplicatas para desconto, recebendo a inscrição de depósitos à vista 
 
17. O Banco Central do Brasil (Bacen) tem, entre suas responsabilidades: 
a) atuar como banco do governo federal e renegociar a dívida externa brasileira 
b) aceitar depósitos, conceder empréstimos ao público e controlar os meios de pagamento do país 
c) emitir papel-moeda, fiscalizar e controlar os intermediários financeiros, supervisionar a compensação 
de cheques 
d) executar as políticas monetária e fiscal do governo 
e) fiscalizar empresas privadas e públicas 
 
18. Entende-se por operações de mercado aberto, especificamente: 
a) concessão de empréstimos, por parte dos bancos comerciais, a empresas e consumidores 
b) concessão de empréstimos, pelo BancoCentral, a bancos comerciais 
c) venda de ações, em bolsa, das empresas ao público em geral 
d) atividade do Banco Central na compra ou venda de títulos 
e) restrições às operações de crédito ao consumidor 
 
19. A principal função da reserva compulsória sobre os depósitos bancários, como instrumento de 
política monetária, é: 
a) permitir ao governo controlar a demanda de moeda 
b) permitir as autoridades monetárias controlar o montante de moeda bancária que os bancos comerciais 
podem criar 
 
 35
c) impedir que os bancos comerciais obtenham lucros excessivos 
d)forçar os bancos a manter moeda ociosa no sentido de cobrir as necessidades de caixa do banco 
central 
e) cortar subsídios governamentais às empresas privadas 
 
20. Para reduzir o volume de meios de pagamentos, o Banco Central deve: 
a) elevar a taxa de redesconto 
b) comprar títulos da dívida pública 
c) elevar a emissão de papel-moeda 
d) reduzir a reserva compulsória dos bancos comerciais 
e) reduzir a taxa de juros para desconto de duplicatas 
 
Questões Aplicadas: 
 
1. O que aconteceria com os agregados monetários M1, M2, M3 e M4 (medidas da moeda) numa 
economia que estivesse praticando uma taxa de juros reais de 9% ao ano? E o que aconteceria se a 
economia passasse a conviver com altas taxas de inflação? Explique. 
 
2. Do total de crédito direcionado para as atividades econômicas nos de 2004 e 2005, a maior parcela 
ficou com as pessoas físicas. De que forma essa distribuição de crédito pode afetar o crescimento futuro 
da economia? Argumente. 
 
3. O Bacen reduziu a taxa de recolhimento compulsório sobre os DV dos bancos comerciais de 75% 
(março/1999) para 45% (outubro/2003). Essa redução foi possível graças ao crescimento econômico da 
economia? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 36
CAPÍTULO 3 – INFLAÇÃO 
 
O que veremos? 
Definição e Cálculo 
Teorias Explicativas 
Mensuração da Inflação no Brasil 
Planos de Estabilização 
 
INFLAÇÃO 
 
1. SITUAÇÕES POSSÍVEIS DE VARIAÇÃO DOS PREÇOS 
 
Inflação = aumento persistente no nível geral de preços; 
 
Desinflação = redução ou a eliminação da inflação; 
 
Deflação = redução no nível da atividade econômica (estagnação – Ex. anos 30), de queda 
generalizada dos dispêndios e dos preços; 
 
Reflação = movimento de recuperação de processos deflacionários depressivos. 
 
 
 
 
 
Situações Possíveis 
 
INFLAÇÃO 
DEFLAÇÃO REFLAÇÃO 
DESINFLAÇÃO 
LINHA DE 
ESTABILIDADE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 37
2. TEORIAS DA INFLAÇÃO 
flação de demanda 
quando há um excesso de demanda agregada.Quando a economia funciona a 
pleno 
flação de custos (Ou inflação de oferta) 
Ocorre quando há variação dos preços de itens com alta participação no processo 
 inflação estruturalista (Cepal) 
Os pensadores da Comissão Econômica para a América Latina (CEPAL) afirmam que 
as cau
sociada ao pouco dinamismo das exportações (X) - (baixa 
portações 
rcado 
flação Inercial
Os mecanismos de indexação formal (contratos, aluguéis, salários) e informal (reajustes 
de pre
indexação formal e informal 
feitos da Inflação 
feito Oliveira Tanzi: mostra que a inflação corrói o montante de arrecadação. 
 dependem 
 
í is su riores o au ento d
rre 
 
 
In
 
Ocorre 
emprego, a oferta agregada não tem como se expandir de forma a acompanhar o 
crescimento da demanda. O ajuste da oferta não se dá via aumento das quantidades, mas sim, 
via aumento dos preços. 
 
In
 
 
produtivo (aumento salarial, desvalorização cambial, quebra de safra, reajuste de tarifas 
públicas, etc...), que leva a um aumento dos custos das empresas que é em alguma medida 
repassado para os preços finais. 
 
A
 
sas estruturais da inflação são: 
- oferta de alimentos inelástica 
- rigidez das importações (M) as
relação de trocas) 
- substituição de im
- estrutura oligopolística no me
 
3In
 
ços no comércio, indústria, tarifas públicas) provocam a perpetuação das taxas de 
inflação anteriores, que são sempre repassadas aos preços. 
Mecanismos: 
- propagação: 
- aceleração: choques de oferta 
 
E
 
E
Efeitos sobre a distribuição de renda: redução do poder aquisitivo das classes que
de rendimentos fixos, que possuem prazos legais de reajuste. 
Efeitos sobre o balanço de pagamentos: taxas de inflação em n ve pe a m e 
preços internacionais encarecem o produto nacional relativamente ao produzido no exterior. 
Efeitos sobre o mercado de capitais: com inflação, deteriora-se o valor da moeda e oco
desestímulo à aplicação de recursos no mercado de capitais financeiros. As aplicações em 
cadernetas de poupança cedem lugar para a aplicação em recursos de bens de raiz, como 
terras e imóveis. 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 Para uma discussão sobre a inflação inercial ver: Pereira (1996). A Inflação decifrada. Revista de Economia 
Política, 16(64): 20-35. 
 
 38
3. INFLAÇÃO E NÚMEROS ÍNDICES 
A inflação é o aumento generalizado dos preços de uma economia. É calculada em 
função
 produtos (carne e batata), uma POF identificou que o consumo 
30 kg de batata. 
mo o mês seguinte, tem-se: 
eríodo base (t0): 
o: 10 Kg * $1/Kg = $10 
15 
3 
eríodo seguinte t + 1 
stáveis), então 10 * 1 = 10 
30 
úmeros Índices 
É uma medida estatística idealizada para mostrar as variações de uma variável, ou de um 
grupo d
uando o número-índice representa uma comparação para um bem ou produto individual, é 
chamad
étodo agregativo ponderado 
s índices agregados de preços são geralmente ponderados segundo as quantidades q dos 
bens. O
dice de Laspeyres 
 um dos mais populares índices agregado de preços, no qual os preços são ponderados 
pelas q
A fórmula é: 
 
 
 do perfil de consumo de uma certa população (POF), que determina a ponderação de 
“cestas de bens e serviços”. 
Exemplo: considerando dois
médio de carne era de 40% e de batata 60%. 
A cesta básica mensal inclui 10 kg de carne e 
Considerando dois períodos de tempo, t0 como mês base e t1 co
 
P
Carne: $ 1/Kg, entã
Batata: 0,50/Kg, então: 30 Kg * 0,50/Kg = $
Cesta (ponderada) = (10*40%) + (15*60%) = $1
 
P
Carne: $1,00 (preços e
Batata: $1,00 (aumento de 100%), então: 30 * 1 = 
Cesta (ponderada): (10*40%) + (30*60%) = $22 
Variação: (22-13)/13 = 69% 
 
N
 
e variáveis, correlacionados ao tempo, à localização geográfica, ou a outras características 
como rendimento, profissão, Uma coleção de números índices de diversos anos, localidades, e etc., 
é frequentemente denominada série de índices. 
 
Q
o número-indice simples (ou relativo). Quando o número-indice foi construído para um 
grupo de bens, é chamado número-indice agregado ou composto. 
 
M
 
O
s exemplos desse métodos são os índices de Laspeyres e o de Paasche. 
 
Ín
 
É
uantidades associadas com o ano-base antes de serem somados. 
 
0 0
1 0
100p qIL
p q
×= ×× 
Onde: 
0p = preço no período inicial; 
1p = preço no período atual; 
0q = quantidade no período inicial; 
O índice de Laspeyres pondera preços (p) em duas épocas, inicial (0) e atual (1), 
tomand
1q = quantidade no período atual. 
o como pesos quantidades (q) arbitradas para estes insumos na época inicial. 
 
 39
Como essas quantidades são consideradas adequadas à época inicial e não à época 
atual, admite-se que o numerador possa se apresentar super dimensionado e assim o índice 
de Laspeyres apresentar tendência de elevação. 
Índice de Paasche 
 
Este índice usa as quantidades do ano dado como pesos. 
A fórmula é: 
0 1
1 1
100p qIP
p q
×= ×× 
O índice de Paasche pondera preços (p) em duas épocas, inicial (0) e atual (1), 
tomando como pesos quantidades

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