Buscar

Introdução ao pensamento científico sobre o social

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

Disciplina: Ciências Sociais 
Prof.: Marcus Nery 
 
Introdução ao pensamento científico sobre o social 
 
 
As transformações que ocorreram no mundo a partir do século XVI, com as grandes 
navegações, internacionalização do comércio, são acompanhadas pela crítica ao poder 
eclesiástico de explicar a realidade. 
Com a desagregação do mundo feudal, é conferida ao saber científico uma importância 
única. 
Existe uma necessidade histórica de formular um saber que permitisse estabelecer um 
critério de verdade funcional. 
A razão, ou a capacidade racional do homem de conhecer é definida como elemento 
essencial que se colocaria frontalmente contra o dogmatismo e a autoridade eclesial, 
criando-se, pois uma nova atitude diante da possibilidade de explicar os fatos sociais. 
A partir do século XVII significativas mudanças ocorrem na Europa, começa uma nova 
era não só para a organização do trabalho como o conhecimento, sofrem modificações. O 
ser humano deixa de apenas explicar ou questionar racionalmente a natureza, para se 
preocupar com a questão de como utilizá-la melhor. 
 
NASCE ASSIM A CIÊNCIA, UM MODO DE INTERPRETAR O MUNDO COM FINS 
TÉCNICOS, POIS AGORA NÃO SE TRATA APENAS DE ENTENDER A RAIZ DAS 
COISAS, O IMPORTANTE CONSISTE EM SABER USAR MELHOR A NATUREZA PARA 
NOSSO MAIOR PROGRESSO E CONFORTO. 
 
A ciência procura descobrir as leis que regem o mundo como uma atividade, como um 
valor em si mesmo (independente das explicações religiosas). Com essa alteração, o 
conhecimento sobre o mundo se torna muito grande, surgem novos inventos como o 
telescópio, a bússola, o microscópio, balanças de precisão. Por fim, o próprio conhecimento 
se fragmenta, ao contrário da filosofia, que se preocupa com a totalidade do saber, o 
cientista se torna o especialista de um só aspecto do conhecimento. Nascem as ciências 
particulares: a biologia, a química, a física, história etc. Essa divisão é fruto da busca de um 
conhecimento exato sobre a realidade para que se possa agir sobre ele, tirando-se o 
máximo proveito. 
A ciência dá origem a uma linguagem objetiva, que tenta evitar ao máximo as ideias e 
conclusões ambíguas e, com isso, teremos as pesquisas seguindo um método rigoroso 
através das seguintes etapas: 
 
1. Observação dos fatos, que dá origem a uma hipótese. 
2. Decomposição dos fatos em partes (análise), que dá origem à experimentação. 
3. Reordenação dos fatos (síntese) que dá origem às leis da ciência. 
 
Um dos primeiros cientistas do século XVII a seguir esse método foi Galileu Galilei 
(1564-1642), que conseguiu, entre outras coisas, estabelecer a lei da queda dos corpos, 
medir o espaço e o tempo que um corpo usa para atingir um plano e ainda confirmou que o 
nosso sistema solar é heliocêntrico, isto é, a terra e demais planetas giram em torno do sol. 
Assim, a razão passa a ser soberana e é colocada como elemento essencial para se 
conhecer o mundo, ou seja, os homens devem ser livres para julgar, avaliar, pensar e emitir 
opiniões sem se submeter a nenhuma autoridade transcendente. 
Essa nova forma de conhecimento da natureza e da sociedade, na qual a 
experimentação e a observação são fundamentais, aparece neste momento, representada 
pelo pensamento de Maquiavel (1469-1527), Galileu Galilei (1564-1642), Francis Bacon 
(1561-1626), René Descartes (1596-1650). 
No Renascimento o homem redescobre o prazer de investigar o mundo, descobrir as 
leis de sua organização como atividade com valor em si mesmo. Nos últimos 400 anos, 
vivenciamos o crescente progresso desse conhecimento, a ciência, destinada à descoberta 
das relações entre as coisas, das leis que regem o mundo natural. 
O aprimoramento das técnicas, a imprensa e demais meios de comunicação levaram a 
uma transmissão cada vez maior dos conhecimentos. A ciência é um esforço racional e 
sistemático para elucidar problemas que os homens se colocaram ao longo da história. A 
ciência não é apenas um ensaio de respostas, é, sobretudo o caminho seguido pelas 
investigações e da comprovação dos resultados obtidos. A ciência não se constitui de 
verdades aparentes, mas de investigação sistemática dos processos que estão "por trás" da 
aparência. 
No século XIX surge a Sociologia, que não significou o aparecimento da preocupação 
do homem com o seu mundo e sua vida em grupo, mas a separação dessa forma de pensar 
do vínculo com as tradições morais e religiosas. SOCIOLOGIA: Preocupação com as regras 
que organizam a vida social, regras que pudessem ser observadas, medidas e 
comprovadas, regras que tornassem possível prever e controlar os fenômenos sociais. 
Busca de métodos capazes de explicar e interpretar a experiência social - métodos que 
permitissem tornar a ação social humana explicável. A sociologia busca desvendar as regras 
que ordenam a vida em sociedade. 
O conhecimento sociológico ao tentar explicar as relações entre acontecimentos 
complexos e diferenciados, unindo fenômenos aparentemente dissociados, permite ao 
homem transpor os limites de sua condição particular para percebê-la como parte de uma 
totalidade mais ampla, que é o social. 
A sociologia se define não por seu objeto de estudo, mas por sua abordagem, isto é, 
pela forma como pesquisa, analisa e interpreta os fenômenos sociais. 
As Ciências Sociais se constituem como ciência na medida em que a sociedade passa 
a ser focada em sua complexidade, portadora de uma realidade capaz de ser observada, 
entendida, explicada à luz da razão. 
Pensar sociologicamente é pesar não só de modo racionalmente rigoroso, como 
também de maneira comprovável pela observação controlada dos fatos. 
Pensar sociologicamente é pensar de modo crítico, pois o pensamento científico 
expressa sempre uma atitude de dúvida. É um saber aberto à procura de seu erro "o homem 
precisa conhecer sua realidade social da maneira menos insegura possível, ou seja, de 
maneira comprovável por métodos e técnicas de pesquisa científica (observação controlada 
dos fatos), pois ele necessita ou adaptar-se a essa realidade social do modo menos 
insegura possível ou precisa transformá-la, com maior segurança possível". O mundo 
contemporâneo exige a retomada e a análise de conceitos consagrados, como divisão social 
do trabalho, Estado Nacional e democracia, lazer e consumo se transformam em regras 
sociais.

Outros materiais