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Estado e democracia TGE

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ESTADO MODERNO E DEMOCRACIA
Estado Democrático – raízes no séc. XVII, implicando a afirmação de valores fundamentais da pessoa humana, bem como a exigência de organização e funcionamento do Estado tendo em vista a proteção daqueles valores. 
Princípio básico: governo do povo. Estado Democrático – Estado que se organiza para ser democrático: Estado Constitucional.
Origem - Grécia: demos (povo) + cracia (governo). Com a ressalva de que a noção de povo grega era distinta, restrita aos cidadãos, apenas os homens, exercício direto do governo. 
Estado Democrático – nasce das lutas contra o absolutismo, sobretudo através da afirmação dos direitos naturais da pessoa humana.
Séc. XVII - Revolução Inglesa (Bill of Rights – 1689) – intenção de estabelecer limites ao poder absoluto do monarca e a influência do protestantismo, ambos contribuindo para a afirmação dos direitos naturais dos indivíduos nascidos livres e iguais. Governo da maioria, que deveria exercer o poder legislativo assegurando a liberdade dos cidadãos – supremacia do Parlamento. Desejo da liberdade religiosa associada ao direito de culto impulsionou a democracia.
Séc. XVIII - Revolução Americana – Idéia de democracia atende aos anseios de liberdade dos colonos, que optam por não se submeterem ao Parlamento ou nobreza, proporcionando noção mais vigorosa de democracia. Defesa da liberdade religiosa + luta contra as monarquias absolutistas. Declaração da Independência - 1776. Busca da garantia da supremacia da vontade do povo, a liberdade de associação e a possibilidade de manter um permanente controle sobre o governo, inclusive sustentando a idéia de que o povo tem o direito de demitir o atual governo.
Séc. XVIII - Revolução Francesa: Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão - 1789. (influência de Rousseau). Declara-se que os homens nascem e permanecem livres e iguais em direitos. Estado passa a ter por finalidade a conservação dos direitos naturais do homem, que são a liberdade, a propriedade, a segurança e a resistência à opressão. Nenhuma limitação pode ser imposta ao indivíduo, a não ser por meio da lei, expressão da vontade geral, a qual todos têm o direito de compor, pessoalmente ou por seus representantes.
Pontos fundamentais da democracia
Supremacia da vontade popular – necessidade de participação popular no governo, elaboração de diversas experiências e polêmicas envolvendo: a representatividade; extensão do direito de sufrágio e aos sistemas eleitorais e partidários; Preservação da liberdade ​ Poder de fazer tudo o que não incomodasse ao próximo, sem interferência do Estado; Igualdade de direitos – proibição de distinções no gozo de direitos, sobretudo por motivos econômicos ou de discriminação entre as classes sociais. 
O único modo de tornar possível o exercício da soberania popular é a atribuição ao maior número de cidadãos do direito de participar direta e indiretamente na tomada das decisões coletivas (...) O melhor remédio contra o abuso de poder sob qualquer forma – mesmo que "melhor" não queira realmente dizer nem ótimo nem infalível – é a participação direta ou indireta dos cidadãos, do maior número de cidadãos, na formação das leis. Sob esse aspecto, os direitos políticos são um complemento natural dos direitos de liberdade e dos direitos civis, ou, para usar as conhecidas expressões tornadas célebres por Jellinek (1851-1911), os iura activae civitatis constituem a melhor salvaguarda que num regime não fundado sobre a soberania popular depende unicamente do direito natural de resistência à opressão (Bobbio, 1990, pp. 43-44). Liberalismo e democracia. 3ª ed. São Paulo : Brasiliense; 1990.
DEMOCRACIA DIRETA, SEMIDIRETA E REPRESENTATIVA
Se no Estado Democrático é o próprio povo que governa, quais são os meios para que o povo possa externar sua vontade?
Na Suíça há a Landsgemeinde (assembléia cantonal). Trata-se de uma assembléia aberta a todos os cidadãos do Cantão que tenham o direito de votar. A assembléia reúne-se ordinariamente uma vez por ano, podendo, entretanto, haver convocações extraordinárias. Há uma publicação prévia dos assuntos a serem submetidos à deliberação, podendo ser votadas proposições de cidadãos ou do Conselho Cantonal. A Landsgemeinde vota leis ordinárias e emendas à Constituição do Cantão, tratados internacionais, autorizações para a cobrança de impostos e para a realização de despesas públicas de vulto. 
Para Hauriou, esta forma de democracia direta não é mais razoável no mundo contemporâneo:
Só se mantém a Landsgemeinde naqueles Cantões menos populosos; 
O trabalho das assembléias é de meramente aprovar ou desaprovar o que foi estabelecido pelo Conselho Cantonal;
Quando se trata de problemas técnicos ou jurídicos a assembléia (p. ex. a inconstitucionalidade de algum projeto) não está apta para discutir. 
Outros institutos de democracia que por não darem ao povo a possibilidade de ampla discussão antes da deliberação são considerados representativos da democracia semidireta:
Referendo: consulta à opinião pública depois de tomada uma decisão, para que esta seja ou não confirmada. Pode ocorrer para a introdução de uma emenda constitucional ou uma lei ordinária. Ex.:referendo sobre o desarmamento. Reforma Constitucional Venezuelana. 
Plebiscito: consulta prévia à opinião popular. Dependendo do resultado do plebiscito é que se irão adotar providências legislativas, se necessário. Ex.: ADCT Art. 2º. No dia 7 de setembro de 1993 o eleitorado definirá, através de plebiscito, a forma (república ou monarquia constitucional) e o sistema de governo (parlamentarismo ou presidencialismo) que devem vigorar no País.
Críticas – geralmente a decisão popular será a de dizer sim ou não para a medida tomada ou que se pretende adotar, o que pode não abarcar a complexidade da discussão. É também mais fácil direcionar o plebiscito ou referendo, fazendo a consulta sem dar ao povo todos os elementos necessários para uma decisão bem informada e consciente.
Iniciativa: confere a um número de eleitores o direito de propor uma emenda constitucional ou um projeto de lei. 
A Constituição adotou a iniciativa popular apenas para projetos de lei ordinária ou complementar e sem a possibilidade de recurso se o Legislativo rejeitar o projeto. 
No Brasil, a iniciativa popular consubstancia-se na apresentação de projeto de lei com o apoio de um número de eleitores que seja igual ou superior a um percentual específico da totalidade de eleitores da circunscrição eleitoral, equivalente ao determinado para a esfera estatal que possua competência legislativa para disciplinar a matéria objeto da proposição apresentada pelos cidadãos. Esse percentual está definido na Constituição brasileira para os níveis federal e municipal (CF, arts. 29, XIII, e 62, § 2º). Por exemplo, em se tratando de matéria de competência da União, o projeto de iniciativa popular deve ser assinado por, pelo menos, um por cento do eleitorado nacional, pois, nesse caso, a circunscrição é o País, e apresentado à Câmara dos Deputados; caso a iniciativa seja em matéria de competência municipal, no mínimo, cinco por cento dos eleitores do município, que é a circunscrição respectiva, devem constar como signatários do projeto encaminhado à Câmara de Vereadores. A iniciativa popular estadual, por sua vez, deverá ser exercida na Assembléia Legislativa, nos termos da lei (CF, art. 27, § 4º). Ainda não tivemos nenhuma lei de iniciativa popular, mas a mobilização da sociedade fez com que parlamentares “adotassem” o projeto que estava sendo discutido pelos cidadãos ex: Lei dos crimes hediondos; lei de habitação de interesse social e lei de combate a corrupção eleitoral.
Veto popular: EUA – dá-se aos eleitores, após a aprovação de um projeto pelo Legislativo, um prazo para que requeiram a aprovação popular. A lei não entra em vigor antes de decorrido esse prazo e, dede que haja a solicitação por um número de eleitores, ela continuará suspensa até as próximas eleições, quando então o eleitor decidirá se ela deve serposta em vigor ou não.
Recall – revogar a eleição de um legislador ou funcionário eletivo, ou para reformar decisão judicial sobre constitucionalidade de lei. 
Democracia participativa – participação direta do povo nas decisões políticas, por meio de manifestações coletivas, aprovando proposições para adoção de políticas públicas. 
Democracia representativa – o povo concede um mandato a alguns cidadãos, para , na condição de representantes externarem a vontade popular e tomarem decisões em seu nome, como se o próprio povo estivesse governando. 
Mandato –deve o mandatário seguir fielmente as instruções repassadas pelos eleitores?
Constituição Francesa 1791 – “Os representantes eleitos nos departamentos não serão representantes de nenhum departamento em particular, mas de toda a nação, e não lhes poderá ser dado nenhum mandato.” 
Características do mandato:
- o mandatário expressa a vontade de todo o povo, ou da circunscrição eleitoral onde foi votado. 
- O mandatário tem absoluta autonomia e independência;
- O mandato é geral para todas as competências ao qual alguém é eleito;
- O mandatário é irresponsável por sua decisão
- O mandato é irrevogável, exceção recall EUA.
REPRESENTAÇÃO POLÍTICA
Cada indivíduo tem suas aspirações, seus interesses e suas preferências a respeito das características dos governantes. Mesmo nesta diversidade é comum a formação de grupos de opinião, cada um pretendendo prevalecer sobre os demais.
A origem dos partidos políticos é contemporânea à concepção da noção de oposição política, isto é, a doutrina de que os adversários do governo não são inimigos do Estado e de que os opositores não são traidores ou subversivos.
Hume em seu “Ensaios Morais, Político e Literário” (1741) classifica os partidos em três:
1. De interesse: quando duas ordens de homens como os nobres e o povo possuem autoridade distinta, em um governo não muito exatamente equilibrado e formado, seguem interesses distintos;
2. De princípio: baseado em princípio abstrato especulativo; 
3. De afeição: baseiam-se nas diferentes ligações dos homens para com famílias particulares ou com pessoas que desejam ver a governá-los.
Bureau duas noções de partido:
Geral (material) - “qualificação de um movimento de idéias centralizado no problema político e cuja originalidade é suficientemente percebida pelos indivíduos, para que estes aceitem ver nele uma realidade objetiva independente dos comportamentos sociais”
Formal – natureza do liame que reúne os indivíduos no partido e à delimitação de seus objetivos imediatos.
Dallari: “a extrema variedade dos partidos torna bastante difícil a formulação de um conceito de validade universal, devendo-se concluir em face de cada caso concreto, e tendo em conta o respectivo sistema jurídico, se se trata ou não de partido político.”
Classificação de sistemas partidários
Quanto à organização interna: 
Partidos de quadros – mais preocupados com a qualidade de seus membros do que a quantidade deles, não buscam reunir o maior número possível de integrantes, preferindo atrair as figuras mais notáveis ou mais abastadas. 
Partidos de massas – além de buscarem o maior número possível de adeptos, procuram servir de instrumento para que indivíduos de condição econômica inferior possam aspirar às posições de governo. 
Quanto à organização externa:
Sistema de partido único – existência de um só partido no estado. Pretende-se que os debates políticos sejam travados dentro do partido. Normalmente, se prende a princípios rígidos, só havendo debate quanto a aspectos secundários.
Sistemas bipartidários – existência de dois grandes partidos que se alternam no governo do Estado. Características: predominância de dois grandes partidos, sem exclusão de outros; divisão do eleitorado em duas grandes correntes de opinião. Inglaterra e EUA.
Sistemas pluripartidários – existência de vários partidos igualmente dotados de possibilidade de predominar sobre os demais. Fracionamento interior das correntes de opinião. Ex. PT e PSOL. 
Quanto ao âmbito de atuação dos partidos
Partidos de vocação universal – quando pretendem atuar além das fronteiras do Estado, baseando-se a solidariedade entre seus membros numa teoria política de caráter universal. Atuam em relação com os congêneres de outros Estados. Ex.: Internacionais comunistas.
Partidos nacionais – quando têm adeptos em número considerável em todo o território do Estado. 
Partidos regionais – âmbito de atuação limitado a determinada região do Estado, satisfazendo-se os seus líderes e adeptos com a conquista de poder político nessa região. 
Partidos locais – orientam sua atuação exclusivamente por interesses locais, em função dos quais almejam a obtenção do poder político municipal.
Crítica aos partidos políticos
A favor
Necessidade e as vantagens do agrupamento das opiniões convergentes, criando-se uma força grupal capaz de superar obstáculos e de conquistar o poder político, fazendo prevalecer no Estado a vontade social preponderante.
Facilita a identificação das correntes de opinião e de sua receptividade pelo meio social, servindo para orientar o povo e os próprios governantes.
Contra
O povo não tem condições para se orientar em função de idéias e não se sensibiliza por debates em torno de opções abstratas. Prevalecendo, portanto, os interesses sobre a identificação do partido com idéias políticas.
Meros instrumentos para a conquista do poder, uma vez que raramente a atuação de seus membros condiz com os ideais enunciados no programa partidário.
Retiram a capacidade de seleção, pois os eleitores são obrigados a escolher entre os candidatos apontados pelos partidos, e isto é feito em função do grupo dominante em cada partido.
A SEPARAÇÃO DE PODERES E AS FUNÇÕES DO ESTADO
A idéia da separação de poderes do Estado foi concebida inicialmente como uma forma de assegurar a liberdade dos indivíduos frente ao poder soberano, pois, quanto maior for a concentração do poder, maior será o risco de um governo ditatorial. 
Mais tarde a mesma foi desenvolvida pretendendo-se com a separação de poderes também o objetivo de aumentar a eficiência do Estado, pela distribuição de suas atribuições entre órgãos especializados.
A expressão clássica separação de poderes pode ser denominada atualmente por distribuição de funções. Inicialmente, porque o poder do Estado é uno e indivisível, logo não seria possível separá-lo. É uno porque dentro de um Estado não se admite a existência de mais de uma soberania e indivisível porque o comando da norma se aplica à universalidade dos fatos ocorridos em seu território. 
Além disso, a palavra poder vem sendo substituída por função, uma vez que mais do que poderes, o Estado possui uma gama de atribuições, em benefício da comunidade, cuja distribuição se torna oportuna para o seu melhor desempenho.
A teoria da separação de poderes é concebida em Montesquieu como um sistema em que se conjugam um legislativo, um executivo e um judiciário, harmônicos e independentes entre si, tomando, praticamente, a configuração que aparece na maioria das Constituições. 
Em sua obra “o Espírito das Leis” (1748), Montesquieu afirma a existência de funções diversas e inconfundíveis, mesmo quando confiadas a um só órgão. Assim, o normal seria a existência de um órgão próprio para cada função tendo em vista a necessidade de que o poder não se concentre nas mãos de um mesmo homem ou grupo político.
Na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, aprovada na França em 1789, já é declarado no art. XVI: “Toda sociedade na qual a garantia dos direitos não está assegurada, nem a separação dos poderes determinada, não tem Constituição.” 
O sistema de separação dos poderes, consagrado nas Constituições de quase todo o mundo, foi associado à idéia de Estado Democrático e deu origem a uma construção doutrinária, conhecida como sistema de freios e contrapesos. Esta teoria divide os atos do Estado em atos gerais ou atos especiais.Os atos gerais, que só podem ser praticados pelo poder legislativo, consistem na emissão de regras gerais e abstratas, não se sabendo, no momento de serem emitidas, a quem elas irão atingir. Dessa forma, o poder legislativo, não atua concretamente na vida social, pois apenas formula situações hipotéticas. Em contrapartida, o poder executivo dispõe de meios concretos para agir, mas está igualmente impossibilitado de atuar livremente, pois seus atos são limitados pela lei. E se houver exorbitância de qualquer dos poderes surge a ação fiscalizadora do poder judiciário, obrigando cada um a permanecer nos limites de sua respectiva esfera de competências. 
Críticas à teoria
Na prática, há uma intensa interpenetração dos poderes. Ou o órgão de um dos poderes pratica atos que, a rigor, seriam de outro, ou se verifica a influência de fatores extralegais, fazendo com que algum dos poderes predomine sobre os demais, guardando-se apenas a aparência de separação. 
Outro aspecto contra o sistema é que ele jamais conseguiu assegurar a liberdade dos indivíduos ou o caráter democrático do Estado, vejamos:
A sociedade plena de injustiças criada pelo liberalismo, com acentuadas desigualdade e a efetiva garantia de liberdade apenas para um pequeno grupo de privilegiados, foi construída dentro do sistema da separação de poderes.
O poder legislativo por diversas vezes acaba por representar interesses particulares em detrimento do interesse público. Além disso, muitas vezes atua sem a necessária representatividade dos interesses dos diversos grupos sociais. E, em outras situações, acaba por obedecer às determinações ou conveniências do executivo.
A complexidade do mundo atual e o aumento das exigências às quais o Estado deve atender também acabam por impor a necessidade de uma legislação mais numerosa e mais técnica, incompatível com os modelos da separação de poderes. O legislativo não tem condições para fixar regras gerais sem conhecimento do que já foi ou está sendo feito pelo executivo e sem saber de que meios este dispõe para atuar. O executivo, por seu lado, não pode ficar à mercê de um lento processo de elaboração legislativa, nem sempre adequadamente concluído, para só então atender às exigências sociais, muitas vezes graves e urgentes.
Algumas soluções foram buscadas no intuito de possibilitar maior eficiência do Estado mantendo a aparência de separação de poderes, das quais se destacam:
Delegação de poderes: Admite-se, atualmente, a delegação de poderes, sobretudo o legislativo, exigindo-se apenas que seja limitada no tempo e quanto ao objeto. Mantém-se, entretanto, que certas competências são consideradas indelegáveis. 
Transferência constitucional de competências – Através de emendas, ou pelo próprio texto das novas Constituições, são realizadas transferências de competências entre os poderes. O que se percebe é o aumento das competências do executivo, o que resulta na manutenção de órgãos legislativo que conservam sua estrutura tradicional, mas com um mínimo de participação na formação da vontade do Estado.
FORMAS DE GOVERNO
A organização das instituições que atuam o poder soberano do Estado e as relações entre aquelas instituições fornecem a caracterização das formas de governo.
Apresentam-se de maneiras variadas entre os Estados. No entanto, é possível identificar características básicas que podem ser encontradas em um grande número de Estados.
Aristóteles:
Realeza – um só indivíduo é quem governa;
Aristocracia – governo exercido por um grupo reduzido em relação ao todo;
Democracia – governo exercido pelo povo.
Cada uma dessas formas de governo poderia sofrer degeneração quando deixa de se orientar pelo interesse geral e passa a decidir segundo as conveniências particulares (tirania, oligarquia e demagogia).
Atualmente a monarquia e a república são as formas fundamentais de governo.
MONARQUIA
No surgimento do Estado Moderno se estabelece como garantidora da ordem e não se submete a limitação do poder soberano, que era concentrado no rei.
Com a resistência ao absolutismo surgem as monarquias constitucionais, nas quais o rei continua governando, mas está sujeito a limitações jurídicas estabelecidas na Constituição. Com a adoção do sistema parlamentar de governo, o monarca não mais governa, mantendo-se apenas como Chefe de Estado, tendo quase que só atribuições de representação, não de governo. 
Características:
Vitaliciedade – o monarca mantém sua função enquanto viver ou tiver condições para continuar governando. 
Hereditariedade – a escolha do monarca se faz pela verificação da linha de sucessão.
Irresponsabilidade – O monarca não tem responsabilidade política. O Rei situa-se acima das correntes políticas e, em conseqüência, não exerce nenhum poder político direto. 
Argumentos favoráveis à monarquia: 1º- sendo vitalício e hereditário, o monarca está acima das disputas políticas, podendo intervir nos momentos de crise política. 2º O monarca é um fator de unidade do Estado, pois todas as correntes políticas têm nele um elemento superior, desta forma assegura a estabilidade das instituições. 3º O monarca recebe uma educação que o prepara para governar, dessa forma não há o risco de governantes despreparados. 4º O monarca não age contra os interesses do Estado, pois todo o seu prestígio e fortuna, bem como de sua família e sucessores, dependem do prestígio e fortuna do Estado.
Argumentos contrários à monarquia: 1º Se o monarca não governa, é uma inutilidade dispendiosa. 2º A unidade e a estabilidade do Estado não podem estar atreladas a um fator pessoal, mas sim na ordem jurídica. 3º Qualidades de liderança e eficiência são inerentes à pessoa e não a determinada educação. 4º A idéia de um monarca hereditário, vitalício e irresponsável é contrária à da soberania da vontade popular.
REPÚBLICA
Forma de governo que se opõe à monarquia, indica a possibilidade de participação do povo no governo. 
Características:
Temporariedade – o Chefe do Governo recebe um mandato, com prazo de duração determinado. 
Eletividade – o Chefe do Governo é eleito pelo povo.
Responsabilidade – O Chefe do Governo é politicamente responsável, ou seja, deve prestar contas de sua orientação política ao povo diretamente ou a um órgão de representação popular. 
A república pode ser presidencialista ou parlamentarista. Na primeira, o Presidente da República cumula as funções de Chefe do Governo e Chefe de Estado. Na segunda, o Presidente da República é o Chefe de Estado e o Chefe do Governo é o Primeiro-Ministro.
PARLAMENTARISMO
Inicia-se, em 1213, a convocação pelo Rei João Sem Terra de “quatro cavaleiros discretos” de cada condado, para com eles “conversar sobre assuntos do reino”. No ano de 1295 o Rei Eduardo I oficializou essas reuniões consolidando a criação do Parlamento. Em 1688 o Parlamento se impõe de modo a alterar a linha de sucessão. 
No séc. XVIII compõe-se um “Conselho de Gabinete”, que era um corpo de conselheiros privados ao soberano. Este seria o embrião do Parlamentarismo, uma vez que este conselho evolui até adquirir condições de tomar decisões sem a presença do rei. Dentre os integrantes deste conselho, o Primeiro Ministro passa a assumir a função de “Chefe de Governo”.
Em 1782 a Câmara dos Comuns passa a dar sua aquiescência à escolha do Primeiro Ministro. Estabelecia-se a supremacia da representação popular.
Atualmente, o Primeiro Ministro é escolhido entre um representante da maioria parlamentar, condicionando-se a sua permanência no cargo à manutenção dessa maioria. No caso da Inglaterra, bipartidarismo, o partido que tem o maior número de representante indica o Primeiro Ministro. Nos sistemas pluripartidários o Primeiro Ministro é eleito a partir da composição que consegue o maior número de representantes. 
Principais características:
Distinção entre Chefe de Estado e Chefe de Governo. 
O Chefe de Estado, monarca ou Presidente da República, não participa das decisões políticas, exercendo preponderantementeuma função de representação do Estado. Além da função de representação, ele desempenha um papel de relevância nos momento de crise, quando é necessário indicar um novo Primeiro Ministro à aprovação do Parlamento.
O Chefe de Governo é a figura política central do parlamentarismo, pois é ele que exerce o poder executivo. O Chefe do Governo, no parlamentarismo, é um delegado do Parlamento, pois ele só pode assumir a chefia do governo e permanecer nela, com a aprovação da maioria parlamentar.
Chefe de Governo com responsabilidade política
O Chefe do Governo, não tem mandato com prazo determinado, podendo permanecer no cargo por alguns dias ou por muitos anos, ambas as hipóteses já tendo ocorrido na prática. A demissão do Primeiro Ministro pode ocorrer por perda da maioria parlamentar ou por um voto de desconfiança. Se um parlamentar desaprova, no todo ou num importante aspecto particular, a política desenvolvida pelo Primeiro Ministro, propõe um voto de desconfiança. Se este for aprovado pela maioria parlamentar, isso revela que o Chefe de Governo está contrariando os interesses da vontade da maioria do povo. Assim sendo, deve demitir-se.
Possibilidade de dissolução do Parlamento
Na dissolução do Parlamento, considera-se extinto o mandato dos membros da Câmara dos Comuns antes do prazo normal. Pode ocorrer para reverter um voto de desconfiança ou quando o Primeiro Ministro considera que pode reverter a situação de minoria no Parlamento. Nesses casos ele pode pedir ao Chefe de Estado que declare extintos os mandatos e convoque novas eleições gerais.
Defesa do parlamentarismo
Os defensores do parlamentarismo consideram-no mais racional e menos personalista, porque atribui responsabilidade política ao chefe do executivo e transfere ao Parlamento a competência para fixar a política do Estado.
Críticas ao parlamentarismo
Falta dinamismo e energia ao parlamentarismo diante das múltiplas funções atribuídas ao Estado.
Sistema de governo inglês. http://www.direct.gov.uk/en/Governmentcitizensandrights/UKgovernment/Centralgovernmentandthemonarchy/DG_073438
O PRESIDENCIALISMO
Resultado da aplicação das ideias democráticas, concentradas na liberdade e na igualdade dos indivíduos e na soberania popular. É fruto da experiência democrática dos Estados Unidos e das ideias de Montesquieu, que visava impedir a concentração do poder pela distribuição de funções. 
Características:
O Presidente da República é Chefe de Estado e Chefe de Governo. Com a ressalva de que no presidencialismo parlamentarista o Presidente é Chefe de Estado e o Chefe de Governo o Primeiro-Ministro.
A chefia do executivo é unipessoal. A responsabilidade pela fixação das diretrizes do poder executivo cabe exclusivamente ao Presidente da República. Desta forma, o Presidente é quem escolhe seus auxiliares, que não compartilham da responsabilidade do Presidente pelas decisões. 
O Presidente da República é escolhido pelo povo.
Temporalidade. O Presidente é escolhido por um prazo determinado. Sendo possível, em alguns países a recondução por períodos consecutivos.
Poder de veto. Tendo em vista a redução do risco de uma ditadura do legislativo, os projetos de lei aprovados pelo legislativo, devem ser remetidos ao Presidente para sanção, que é a manifestação de sua concordância. Caso este negue a sanção, o projeto volta para o legislativo que poderá ser aprovado em quorum especial. Em alguns países, há a possibilidade de iniciativa de leis pelo Presidente. No Brasil esta prerrogativa é enorme tendo em vista a iniciativa de leis exclusiva do chefe do Executivo em assuntos que onerem os cofres públicos. 
Argumentos favoráveis:
1º Maior rapidez na tomada de decisões. 2º Unidade de comando, o que permite maior energia nas decisões, pois sendo o responsável pela política e tendo os meios necessários para aplicá-la, o Presidente tudo fará para que o Estado atue com o máximo de suas possibilidades.
Argumentos contrários:
1º Por não ter responsabilidade política efetiva, o Presidente pode agir contra a vontade do povo ou do Congresso sem que haja meios políticos para afastá-lo da presidência. 2º Como o presidente necessita de base legal para seus atos mais importantes , este ficará totalmente cerceado, no caso de falta de apoio do legislativo, não podendo agir com eficácia.
ESTADO UNITÁRIO 
Forma mais simples de Estado, uma vez que a ordem jurídica, a ordem política e a ordem administrativa se acham conjugadas referidas a um só povo, território e poder soberano. A unificação do poder soberano a um bloco único corresponde à aspiração do Estado Moderno de homogeneização das antigas coletividades sociais governantes, que pudemos constatar na superação do Estado Medieval.
No entanto, faltam condições práticas e políticas de centralização do poder soberano. Haja vista a perspectiva democrática e a necessidade de proximidade da atuação estatal perante o cidadão. Assim, é necessário distinguir a centralização política da descentralização administrativa. 
Centralização política: unidade do sistema político e jurídico, comportando o país um só direito e uma só lei. Tal característica é marcante no Estado Unitário.
Descentralização administrativa: como forma de viabilizar a possibilidade de participação local nos problemas locais, se admitem órgãos locais de decisão sujeitos a autoridades que a própria municipalidade, comuna, ou província (são diversas as denominações da divisão territorial do Estado) venha a instituir, com o propósito solver ou ordenar matéria de seu respectivo interesse. Note-se que na descentralização as faculdades são derivadas do poder central, que faz subsistir sem nenhuma quebra a unidade do sistema jurídico. 
Observa-se em Estados Unitários tais como a Espanha e a Itália, poderes relevantes para as regiões administrativas. Tendo em vista este fator de proximidade entre Estado Unitário e Estado Federal há um aspecto essencial de diferenciação, qual seja: no Estado Unitário descentralizado a lei ordinária basta para fixar e modificar o regime jurídico das coletividades internas; já no Estado Federal, cabe esse papel não à lei ordinária, mas a uma constituição rígida.
ESTADO FEDERAL
Estados federais – conjugam vários centros de poder político autônomo. 
O Estado Federal surge como uma aliança ou união de Estados. O primeiro Estado Federal nasce com a constituição dos Estados Unidos da América em 1787. 
Em 1776 as treze colônias britânicas da América declaram-se independentes, passando a constituir, cada uma delas, um novo Estado. Poucos anos depois celebram entre si um tratado, conhecido como Artigos de Confederação, aliando-se para uma ação conjunta, visando, sobretudo à preservação da independência.
Já em 1643 quatro colônias haviam constituído a Confederação da Nova Inglaterra, para atuarem juntas nas guerras com os indígenas e para resistirem às ameaças da expansão holandesa na América. Em 1754 reuniu-se pela primeira vez um Congresso intercolonial, no qual já foi proposto um plano de união das colônias sem obter aprovação. Mas o Congresso continuou a reunir-se, o que influiu para que em 1776 houvesse a Declaração de Independência, assinada em conjunto pelas treze colônias. Neste momento já não havia mais colônias e sim Estados, que se uniam como confederação. No Tratado de Confederação cada Estado mantinha sua soberania, liberdade e independência, e cada poder, jurisdição e direitos. Sendo um tratado o instrumento jurídico de aliança qualquer dos signatários poderia desligar-se da confederação, mediante simples denúncia do tratado, o que tornava os laços demasiado frágeis e que a união dela resultante era pouco eficaz. 
Assim, através de representantes, os Estados reuniram-se em convenção para discutir mudanças na Confederação. Neste momento, novamente é proposta a conversão da confederação em federação promovendo a constituição de um Estado Federal. O temor que se tinha era a submissão de todos os Estados a um governo central, criando um substituto paraa antiga dominação do governo central britânico. Por fim, a união dos Estados resultou na Federação. 
Características fundamentais do Estado Federal 
A união faz nascer um novo Estado e, concomitantemente, aqueles que aderiram à federação perdem a condição de Estados, ainda que se mantenha a denominação Estado aos entes que compõem a federação.
A base jurídica do Estado Federal é uma Constituição, não um tratado. Assim, todos os assuntos que possam interessar a qualquer dos componentes da federação devem ser conduzidos de acordo com as normas constitucionais. 
Na federação não existe direito de secessão, ou seja, efetiva a adesão de um Estado este não pode mais se retirar por meios legais. 
Só o Estado Federal tem soberania. Os Estados que ingressarem na federação perdem sua soberania no momento do ingresso, preservando, contudo uma autonomia política limitada. 
No Estado Federal as atribuições da União e das unidades federadas são fixadas na Constituição, por meio de uma distribuição de competências. Não há, portanto, hierarquia entre a União e as unidades federadas, mas sim competências determinadas.
A cada esfera de competências se atribui renda própria. É indispensável que se assegure a quem tem os encargos uma fonte de rendas suficientes para que possa agir com autonomia.
O poder político é compartilhado pela União e pelas unidades federadas. Existe um governo federal, do qual participam as unidades federadas e o povo, e existem governos estaduais dotados de autonomia política, podendo fixar sua própria orientação nos casos em que não contrariem a Constituição Federal. O poder legislativo bicameral é resultado da partilha do poder político, sendo que o Senado é o órgão de representação dos Estados.
Os cidadãos do Estado que adere à federação adquirem a cidadania do Estado Federal e perdem a anterior.
Essa forma de Estado, demonstrou ser capaz de dificultar, a acumulação de poder num só órgão, dificultando com a formação de governos totalitários. Além disso, possibilitou maiores oportunidades de participação no poder político através do mais fácil acesso aos poderes locais. Há ainda, a preservação das características locais, reservando uma esfera de ação autônoma a cada unidade federada. Por isso, o Estado Federal passou a ser visto como o mais favorável à defesa das liberdades do que o Estado centralizado. 
Em contrapartida, os contrários à organização federativa apresentam os seguintes argumentos:
Para que seja possível uma planificação global, para melhor aproveitamento dos recursos disponíveis em um Estado, é necessário que ocorra a centralização, uma vez que as unidades federadas não são obrigadas a seguir um plano elaborado pela União.
O Estado Federal provoca a dispersão dos recursos, uma vez que obriga à manutenção de múltiplos aparelhos burocráticos, sempre dispendiosos e desejando executar seus próprios planos.
A organização federativa tende a favorecer a ocorrência de conflitos jurídicos e políticos, pela coexistência de inúmeras esferas autônomas, cujos limites nem sempre podem ser claramente fixados. 
A tendência atual é pela organização federativa:
De um lado, procura-se a federação para aumentar o poder dos Estados. A necessidade de uma ação intensa e planificada, bem como as exigências de serviços e o custo de uma organização militar eficiente, exigem recursos que os pequenos Estados não podem obter sozinhos. 
O Estado que adere a uma federação pode manter suas peculiaridades sócio-culturais. 
É necessário destacar que a federação, quando autêntica, exige o tratamento igual de todos os componentes, o que na prática pode ser um mal, criando uma solidariedade forçada e meramente formal.
INTERVENÇÃO DO ESTADO NA SOCIEDADE
Estado absolutista – poder público inimigo liberdade individual. Qualquer restrição ao individual em favor do coletivo era tida como legítima.
Revolução Francesa – ascensão da burguesia ao poder político: intervenção mínima do Estado na vida social, considerando a liberdade contratual e o direito de propriedade como direitos naturais dos indivíduos.
Liberalismo político – Stuart Mill “Da Liberdade” (1859) – Três objeções fundamentais à interferência do governo:
ninguém é mais capaz de realizar qualquer negócio ou determinar como ou por que deva ser realizado do que aquele que está diretamente interessado. Assim, os indivíduos é provável que os indivíduos façam melhor que o governo;
o esforço individual para suas realizações é elemento da própria educação mental.
Acrescentar poder sem necessidade ao governo, proporciona influência desnecessária e o parasitismo do povo.
Função do Estado – proporcionar a segurança e as condições favoráveis do meio físico. Estado mínimo ou Estado-polícia, funções restritas à vigilância da ordem social e à proteção contra ameaças externas.
Benefícios do liberalismo: valorização do indivíduo e da liberdade humana; ascensão do poder legal em detrimento do poder pessoal. 
Prejuízos do liberalismo: individualismo exacerbado na sociedade; crescente injustiça social, privilegiando os economicamente fortes. Direito de ser livre, sem o poder de ser livre.
Surgimento dos movimentos socialistas e intervencionistas (séc. XIX e XX) Fatos históricos: Revolução Russa 1917; 1ª Guerra Mundial (1914-18), Crise Norteamericana – 1929.
EUA – New Deal – Roosevelt 1932 – política intervencionista como forma de superação da crise econômica.
Estado Social
Busca por maior igualdade entre os cidadãos do Estado. Preponderância do interesse da sociedade ou interesse público sobre os interesses individuais. Constituição Mexicana: 1917 e Constituição de Weimar 1919.
O Estado assume o encargo de buscar a promoção da igualdade e da justiça social, através da prestação dos serviços fundamentais a todos os indivíduos. Nos termos da CF, em seu art. 6º, são direitos sociais: a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.
A atuação estatal na economia tem por finalidade organizar a vida econômica e social em contraponto ao liberalismo. No Brasil, esta intervenção não exclui o modo de produção capitalista, porque a ordem se apóia na apropriação privada dos meios de produção e na iniciativa privada.
A Constituição declara que a ordem econômica é fundada na valorização do trabalho humano e na iniciativa privada.
A iniciativa privada é princípio básico da ordem capitalista, a menção a este princípio consagra a economia de mercado no país. Embora capitalista, a menção à valorização do trabalho humano faz valer os valores sociais do trabalho que, ao lado da iniciativa privada, constituem o fundamento não só da ordem econômica, mas da própria República Federativa do Brasil (art. 1º, IV).
O art. 170 estabelece que a ordem econômica tenha por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social. No entanto, não se pode perder de vista a base capitalista do sistema que é, essencialmente, individualista. 
Um regime de justiça social será aquele em que cada um deve poder dispor dos meios materiais para viver confortavelmente segundo as exigências de sua natureza física, espiritual e política. Não aceita as profundas desigualdades, a pobreza absoluta e a miséria. O reconhecimento dos direitos sociais, como instrumentos de tutela dos menos favorecidos, não teve, até o momento, a eficácia necessária para reequilibrar a posição de inferioridade que lhes impede o exercício das liberdades garantidas. 
A CF de 88 insere alguns princípios da ordem econômica – a defesa do consumidor, a defesa do meio ambiente, a redução das desigualdades regionais e pessoais e a busca do pleno emprego – que possibilitam a compreensão de que o capitalismo concebido há de humanizar-se. Traz, por outro lado, mecanismos na ordem social voltados à sua efetivação.

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