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Comunicaçao Jurídica de Direito

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COMUNICAÇÃO JURÍDICA
 1º período
Curso: Direito
Disciplina: Português
Profª Edna G. O. Colebrusco
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Referências
DAMIÃO, R. T.; HENRIQUES, A. Curso de português jurídico. São Paulo: Atlas, 2004. 
O primeiro a gente Valisère nunca esquece. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=gXQ4XuG5c1M Acesso em: 02-02-2014.
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			“A comunicação ultrapassa o plano histórico, vai além do temporal; por isso, assistiu razão ao poeta latino Horácio dizer que ele não morreria de todo e a melhor parte de seu ser subsistiria à morte.”
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1.1 conceitos
O ser humano agrupa-se em sociedade.
Vive ens sociale, por saber de suas limitações, para atingir seus objetivos.
O homem é o único ser comunicativo.
Comunicação é um ato político, uma prática social básica.
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Raízes do Direito: conjunto de normas reguladoras da vida social.
Direito: papel político;
 função social.
Características: generalidade;
 alteridade.
Comunicação: verbal;
 não verbal.
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Linguagem corporal
Corpo: Charles Chaplin
Olhos: Capitu.
Gestual: jogadores
Mímica: surdos-mudos
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Prática jurídica
Falsidade: transpiração, palidez, movimento palpebral.
Timidez – ausência de caráter: abaixar os olhos, desviar insistentemente o olhar
Desafio – cinismo: olhar persistente,
Espírito inquisitivo e perspicaz: olhar voltado para cima, cabeça levemente inclinada.
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Linguagem do vestuário
Túnicas brancas - postulante de cargos públicos em Roma: pureza.
Toga – juízes: a cor negra sinaliza seriedade e compostura.
	Não se misturam trajes não se usurpam funções.
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O calar-se é um ato de comunicação.
No Direito, fala-se em:
Tácita aceitação
Tácita recondução
Renúncia tácita
Confissão tácita
Tácita ratificação
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1.2 Elementos da comunicação
Mensagem: objeto da comunicação.
Referente: conteúdo.
Receptor: recebe a mensagem.
Emissor: envia a mensagem
Canal: Suporte material ou sensorial através do qual se faz a comunicação; meio utilizado para enviar o sinal de um emissor a um receptor. 
Código: vocabulário ou sistema de sinais convencionais 
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Não há comunicação unilateral.
Comunicação é um ato solidário.
Para a comunicação se realizar em sua plenitude todos os componentes devem funcionar adequadamente.
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		Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito de ...	
		Eutanásio Boamorte, brasileiro, solteiro, R.G. nº 000.000.00, decorador, residente na Rua B, nº 16, Jardim Mascote, vem requerer seja expedida ordem de Habeas Corpus a favor de Asnásio da Silva pelas razões seguintes: 
		Asnásio da Silva foi preso no dia 10 do fluente mês, na rua B, nº 17 (Jardim Mascote), por agentes policiais, constando ter sido conduzido para a Delegacia do 38º Distrito Policial. 
		A prisão é ilegal, pois não ocorreu em flagrante delito e não houve mandado de prisão. 
		
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		O auto de prisão em flagrante, além de indevido, é nulo, pois o detido é menor de vinte e um anos e não lhe foi nomeado curador no momento da lavratura do auto. 
		Os casos em que alguém pode ser preso estão disciplinados na lei e na Constituição. Qualquer prisão fora dos casos legais permite a impetração de Habeas Corpus. 
		Em face dessa ilegalidade requer digne-se Vossa Excelência conceder-lhe a ordem pedida, expedindo-lhe alvará de soltura. 
			São Paulo, 10 de fevereiro de 2011. 
					a. Eutanásio Boamorte 
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Emissor:
Receptor:
Mensagem:
Canal:
Código: 
Referente:
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Emissor : é o autor do requerimento, Eutanásio Boamorte; ele é o destinador, o produtor, a fonte da mensagem. 
Receptor : é o Juiz de Direito; a mensagem lhe é enviada; ele é o destinatário. 
Mensagem : coação ilegal. 
Canal- no caso, o canal é a folha, o papel em que se faz o requerimento. O Habeas Corpus pode ser impetrado por telefone ou telegrama; então o canal poderá ser o telefone ou o telegrama. 
Código: é a linguagem verbal: escrita em língua portuguesa. 
Referente: ato prisional. 
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1.3 - Funções da linguagem 
Emotiva
Poética
Referencial
Conativa
Fática
Metalinguística 
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Função emotiva: subjetiva, carregada de pronomes eu, me, mim, minha, enfatizando o emissor.
Função poética: valoriza o texto na sua elaboração, ou seja, quando o autor faz uso de combinação de palavras, figuras de linguagem exploração dos sentidos e sentimentos, expressão do chamado eu-lírico, dentre outros.
Função referencial: denotativa, precisa, objetiva (informação jurídica).
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Função conativa: persuasório, dirige-se ao receptor 
Exortativa: publicitário;
Autoritária: típica do discurso jurídico:
“Intime-se.”
“Afixe-se e cumpra-se.”
“Revoguem as disposições contrárias.”
“Conduzir sob vara.”
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Função fática: a palavra fático significa “ruído, rumor”. Foi utilizada inicialmente para designar certas formas que se usam para chamar a atenção (ruídos como psiu, ahn, ei). Essa função ocorre quando a mensagem se orienta sobre o canal de comunicação ou contato, buscando verificar e fortalecer sua eficiência.
 Função metalinguística: quando a linguagem se volta sobre si mesma, transformando-se em seu próprio referente, ocorre a função metalinguística. 
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1.4 Língua oral e língua escrita
Linguagem oral difere da linguagem escrita.
Oral: espontânea, mais viva, mais concreta, menos preocupada com a gramática.
Escrita: indireta, caráter mais abstrato, mais refletido, sujeita a preceitos gramaticais, vocabulário mais castiço.
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	"O direito é uma disciplina cultural, cuja prática se resolve em palavras. Direito e linguagem se entrelaçam e se confundem. Algumas vezes - infelizmente, mais do que o necessário - os profissionais da área jurídica ficam tão empolgados com os fogos de artifício da linguagem que se esquecem do justo e, outras vezes, até da lei. Nas acrobacias da escrita jurídica, chega-se a encontrar formas brilhantes nas quais a substância pode ser medida em conta-gotas. O defeito ­também com desafortunada frequência - surge mesmo em decisões judiciais que atingem a liberdade e o patrimônio das pessoas." 
Ceneviva (Folha de S. Paulo, 2-5-93, p. 4-2
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1.5 Níveis de linguagem
A- Linguagem culta: Utilizam-na as classes intelectuais – meios diplomáticos, científicos, discursos, sermões, tratados jurídicos, nas sessões do tribunal.
O vocabulário é rico e são observadas as normas gramaticais em sua plenitude.
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Linguagem familiar:
nível menos formal, mais cotidiano;
vocabulário comum;
obediência às disposições gramaticais é relativa.
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Linguagem popular:
linguagem corrente;
sem preocupação com regras gramaticais de flexão;
gírias;
expressões regionais.
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 Disponível em: www.mundodasmensagens.com
Vende-se um sítio
 
		O dono de um pequeno sítio, amigo do grande poeta Olavo Bilac, abordou-o na rua: 
		_ Sr. Bilac, estou precisando vender o meu sítio, que o Senhor bem conhece. Pode redigir o anúncio para o jornal? 
		Olavo Bilac apanhou o papel e escreveu:
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		"Vende-se encantadora propriedade, onde cantam os pássaros ao amanhecer; com extenso arvoredo, cortada por cristalinas e marejantes águas de um ribeiro. A casa banhada pelo sol nascente oferece a sombra tranquila das tardes, na varanda". 
		Meses depois, topa o poeta com o homem e pergunta-lhe se havia vendido o sítio. 
		- Nem penso mais nisso, disse o homem. Quando li o anúncio e percebi a maravilha que tinha! Desisti imediatamente de vender aquele paraíso!
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Disponível em: pensador.uol.com.br/frases/‎
		
			Diz a lenda que Rui Barbosa, ao chegar em casa, ouviu um barulho estranho vindo do seu quintal. Chegando lá, constatou haver um ladrão tentando levar seus patos de criação. Aproximou-se vagarosamente do indivíduo e, surpreendendo-o ao tentar pular o muro com seus amados patos, disse-lhe:
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		- Oh, bucéfalo anácrono! Não o interpelo pelo valor intrínseco dos bípedes palmípedes, mas sim pelo ato vil e sorrateiro de profanares o recôndito da minha habitação, levando meus ovíparos à sorrelfa e à socapa. Se fazes isso por necessidade, transijo; mas se é para zombares da minha elevada prosopopéia de cidadão digno e honrado, dar-te-ei com minha bengala fosfórica bem no alto da tua sinagoga, e o farei com tal ímpeto que te reduzirei à quinquagésima potência que o vulgo denomina nada. 		E o ladrão, confuso, diz: 	"- Dotô, eu levo ou deixo os pato?"
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1.6 O ato comunicativo jurídico
Direção onomasiológica: o emissor possui o pensamento e busca a expressão verbal.
Direção semasiológica: o receptor possui a expressão verbal e caminha em direção ao pensamento
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Linguagem representa o pensamento e funciona como mediador das relações sociais.
Direito é uma ciência que disciplina a conduta das pessoas.
Quando os interesses se mostram conflitantes ou uma ação humana fere os valores da norma jurídica forma-se a lide (conflito).
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O ato comunicativo jurídico:
Não se faz apenas como linguagem;
Discursos;
Peças processuais (estruturas pré-estabelecidas).
Exige a construção de um discurso que possa convencer o julgador da veracidade do “real’ que pretende provar.
Prestigia o vocabulário especializado;
O discurso jurídico constrói uma linguagem própria.
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1.7.1 Quando ao emissor
Emissor: relações paradigmáticas
 (associação livre de ideias)
Quem sou eu?
O que dizer?
Qual a finalidade?
Qual o meio?
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Relação sintagmática: 
escolha das ideias;
formas de estruturá-las.
Relação paradigmática:
Ideias livres.
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Atributos da linguagem:
recte: reta
bene: boa
pulchre: bonita
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	1- Compreensão : a mensagem é codificada com neutralidade, sem opinião.
	2- Interpretação: o receptor irá posicionar-se ou comentá-lo.
	3- Crítica: questionar a aplicabilidade da norma jurídica, tecendo comentários.
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1.7.3 Estrutura do discurso jurídico
Emissor> paradigmática>sintagmática
 (profundo - ideia) (superfície - sintática)
Receptor> sintagmática> paradigmática

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