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Epidemiologia e Métodos Saúde coletiva

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SAÚDE COLETIVA II - 2017 
 
DIEGO MARDEGAN 
MÉTODOS PARA CÁRIE DENTÁRIA 
 
1º NÍVEL DE PREVENÇÃO – PROMOÇÃO DE SAÚDE 
 Nutrição adequada no período de formação dos dentes (cálcio, fósforo, vitamina D) para 
formação das estruturas de sustentação; 
 Aplicação: 5º nível (livre escolha); 
 Prevenção: 1º nível (limitações na capacidade de escolha). 
 
 Alimentação detergente: alimentos duros e fibrosos fornecem estímulos a manutenção do 
ligamento periodontal e osso alveolar, redução de depósitos de placa; 
 Aplicação: 5º nível; 
 Prevenção: 1º nível. 
 
 Hábitos higiênicos (escovação), multi-fatoriedade da doença, dificuldade em manter 
continuadamente um nível elevado de higiene dentária pelo indivíduo; 
 Aplicação: 5º nível. 
 
 Oclusão normal: a má oclusão favorece a retenção de restos de alimentos, tornando o 
indivíduo mais susceptível a cárie. Ortodontia interceptativa; 
 Aplicação: 3º nível; 
 Prevenção: 1º nível. 
 
 Genética: susceptibilidade familiar e racial a cárie, morfologia dental, tamanho dos arcos e 
dentes. 
 
2º NÍVEL DE PREVENÇÃO (PROTEÇÃO ESPECÍFICA) 
“Melhores possibilidades de atuação contra a cárie: flúor sistêmico, fluoretação das águas, sal, em 
gotas e comprimidos, flúor tópico (ATF), bochechos, dentifrícios.” 
 
 Controle do açúcar: redução voluntária da quantidade e da frequência da ingestão de 
alimentos ricos em açúcar; 
 Aplicação: 3º nível. 
 
3º NÍVEL DE PREVENÇÃO (DIAGNÓSTICO PRECOCE) 
 Exige consultas periódicas; 
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 Odontomia profilática; 
 Manchas brancas; 
 Cárie em nível de esmalte; 
 Selante invasivo. 
 
4º NÍVEL DE PREVENÇÃO (LIMITAÇÃO DO DANO) 
 Sinais e sintomas que tornam a doença óbvia para o paciente; 
 Dentística operatória; 
 Endodontia; 
 Prótese fixa e prótese removível; 
 Extrações dentárias. 
 
5º NÍVEL DE PREVENÇÃO (REABILITAÇÃO) 
 O indivíduo apresenta problemas de mastigação, oclusão, estética e psicológicos; 
 Dentaduras; 
 Implantes. 
 
EPIDEMIOLOGIA DA CÁRIE DENTÁRIA 
 
CÁRIE DENTÁRIA 
 Franco declínio principalmente a partir da massificação do uso de fluoretos. 
 
CONSEQUÊNCIAS DO DECLÍNIO 
 Número muito menor de cavidades de cárie; 
 Maior quantidade de cavidades se concentra numa minoria de crianças; 
 Maior parte de cavidades se localizam nas superfícies oclusais; 
 Maior número de pessoas necessitando de tratamentos de baixa complexidade; 
 Muitas lesões iniciais não progridem; 
 Permanecem desigualdades sociais significativas na ocorrência de cárie. 
 
PROVÁVEIS RAZÕES PARA O DECLÍNIO 
 Adição de flúor nos dentifrícios; 
 Mudanças no consumo de açúcar; 
 Melhoria nas condições socioeconômicas; 
 Mudanças no diagnóstico de cárie; 
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 Antibióticos; 
 Educação em saúde bucal; 
 Selantes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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MÉTODOS PARA DOENÇAS PERIODONTAIS 
 
1º NÍVEL DE PREVENÇÃO (PROMOÇÃO DA SAÚDE) 
 Inespecífica; 
 Criar condições favoráveis para que o periodonto se mantenha em condições de saúde; 
 Correção ortodôntica quando houver mau-posicionamento dentário ou prevenir através da 
ortodontia interceptiva; 
 Difícil aplicação (5º nível). 
 
 NUTRIÇÃO 
 Uma nutrição balanceada contendo minerais e vitaminas, alimentos energéticos e plásticos 
desejáveis para a saúde geral é a mesma que se recomenda para a saúde periodontal. 
 O alimento deve ser fibroso, resistente e favorecer a autolimpeza, promovendo o estímulo e 
promoção da saúde periodontal; 
 Alimentos moles e pastosos favorecem o acúmulo de resíduos e fermentações, causando 
inflamações gengivais. 
 
2º NÍVEL DE PREVENÇÃO (PROTEÇÃO ESPECÍFICA) 
 Controle de placa; 
 Profilaxia periódica; 
 Prevenção da cárie dentária e tratamento incremental; 
 Odontologia restauradora de alto padrão. 
 Difícil aplicação (5º nível). 
 
 CONTROLE DE PLACA 
 Principal agente etiológico da inflamação gengival marginal; 
 Limpeza mecânica (escovação e fio dental): meio mais eficaz de controle; 
 Educação em saúde bucal (evidenciação de placa e motivação do paciente). 
 
 PROFILAXIA PERIÓDICA 
 Impedir a formação de cálculo e sua ação irritante na gengiva. 
 Escovação e massagem gengival; 
 
 
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 PREVENÇÃO DA CÁRIE DENTÁRIA, TRATAMENTO INCREMENTAL E ODONTOLOGIA 
RESTAURADORA DE ALTO PADRÃO 
 Pela falta de tratamento ou tratamento inadequado, as lesões de cárie ou extrações podem 
fazer com que o indivíduo evite mastigar de um lado, favorecendo o acúmulo de resíduos, 
impacção alimentar, extrusão do dente antagonista e traumas oclusais – culminando para o 
desenvolvimento de algum grau de periodontopatia. 
 
3º NÍVEL DE PREVENÇÃO (DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO PRONTO) 
 Raspagem e alisamento radicular + gengivoplastia; 
 Desgaste seletivo; 
 Correção de possíveis fatores sistêmicos predisponentes. 
 
4º NÍVEL DE PREVENÇÃO (LIMITAÇÃO DO DANO) 
 Gengivectomias; 
 Cirurgias mucogengivais; 
 Osteotomia; 
 Osteoplastia; 
 Enxertos ósseos; 
 Aparelhos de contenção. 
 
5º NÍVEL DE PREVENÇÃO (REABILITAÇÃO) 
 A doença periodontal crônica não tratada pode levar a destruições do osso alveolar e perda 
de dentes; 
 Confecção de próteses dentárias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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MÉTODOS PARA MÁ OCLUSÃO 
 
PRINCIPAIS FATORES DE RISCO 
 Hereditariedade; 
 Enfermidades sistêmicas (distúrbios endócrinos e síndromes); 
 Enfermidades locais (obstrução nasal, tumores, doença periodontal, perdas ósseas e 
migrações, cárie dentária); 
 Traumatismo pré e pós-natais; 
 Agentes físicos; 
 Hábitos nocivos; 
 Fatores culturais e socioeconômicos que dificultem ou impeçam o acesso aos serviços de 
saúde bucal preventivo-promocionais. 
 
ABORDAGEM COLETIVA 
 Atenção e identificação dos principais fatores de risco; 
 Identificação e priorização das populações de maior risco social; 
 Fase de prevenção primária e secundária: interceptar e impedir a má oclusão em fase inicial; 
 O objetivo é obter uma oclusão estética e funcionalmente aceitável para o indivíduo. 
 
1º NÍVEL DE PREVENÇÃO 
 Fatores genéticos ou familiares; 
 Prevenção da cárie e doença periodontal; 
 Acompanhamento e aconselhamento de gestantes para evitar o uso de drogas teratogênicas 
especialmente durante o período embrionário de formação da face e estruturas bucais, bem 
como estimula-la a oferecer ao bebê amamentação no peito por pelo menos 6 meses e a 
importância da respiração nasal e da manutenção da boca fechada na postura de repouso, 
para um melhor desenvolvimento da face. 
 
2º NÍVEL DE PREVENÇÃO 
 Prevenção da cárie e tratamento incremental; 
 Manutenção de espaço; 
 Correção de hábitos. 
 
 PREVENÇÃO DA CÁRIE E TRATAMENTO INCREMENTAL 
 Lesões abertas e polpas expostas; 
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 Mastigação unilateral > assimetria facial; 
 Perda precoce de dentes decíduos e dentes permanentes sem substituição protética: 
extrusão do dente antagonista e inclinação do dente adjacente; 
 
 MANUTENÇÃO DE ESPAÇO 
 A perda precoce de qualquer dente pode ser considerada causa potencial de má oclusão; 
 Tratamento: mantenedor de espaço diante da perda de dentes decíduos posteriores se o 
dente sucessor não tiver formadopelo menos 2/3 da raiz. 
 
 CORREÇÃO DE HÁBITOS 
 Sucção digital, onicofagia, pressão sobre a face ao dormir, morder o lábio e bochecha; 
 Provocam ou agravam a má oclusão quando a persistência do hábito se dá na época em que 
os dentes permanentes irrompem na cavidade bucal; 
 Tratamento: abordagem multidisciplinar com psicólogo. 
 
3º NÍVEL DE PREVENÇÃO 
 Ortodontia interceptativa: recurso para interromper a marcha de uma má oclusão em início 
através de artifícios ortodônticos simples; 
 Extrações seriadas; 
 Desgaste de dentes decíduos para remover interferências durante o período de dentição 
mista. 
 
4º NÍVEL DE PREVENÇÃO 
 Tratamento ortodôntico executado por especialista, pois exige aparelhos complexos e 
supervisão durante longos períodos. 
 
5º NÍVEL DE PREVENÇÃO 
 Reabilitação para casos mais graves de má oclusão. 
 Referenciar para otorrinolaringologista, fonoaudiólogo. 
 
 
 
 
 
 
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EPIDEMIOLOGIA DA MÁ OCLUSÃO 
 
INDÍCE DE ESTÉTICA DENTAL (DAI) 
 Dentição; 
 Espaço; 
 Oclusão. 
 
 DENTIÇÃO 
 As condições da dentição são expressas pelo numero de incisivos, caninos e pré-molares 
permanentes perdidos que causam problemas estéticos, no arco superior e inferior; 
 O valor a ser registrado na respectiva casela, para superiores e inferiores, corresponde ao 
número de dentes perdidos; 
 Dentes perdidos não devem ser considerados se o seu respectivo espaço estiver fechado; 
 Quando todos os dentes no segmento estiverem ausentes e não houver prótese existente, 
assinala-se na casela o código T. 
 
 ESPAÇO 
 Apinhamento no segmento incisal: 
 O segmento é definido de canino a canino; 
 Considera-se apinhamento quando há dentes com giroversão ou mau posicionados no arco; 
 
 Espaçamento no segmento incisal: 
 Há espaçamento quando a distância intercaninos é suficiente para o adequado 
posicionamento de todos os incisivos e ainda sobra espaço; 
 
 Diastema incisal: 
 Espaço em milímetros entre dois incisivos centrais superiores permanentes quando estes 
perdem o ponto de contato; 
 Diastemas em outras localizações ou no arco inferior não são considerados; 
 Desalinhamento maxilar anterior: giroversões ou deslocamentos em relação ao alinhamento 
normal; 
 Desalinhamento mandibular anterior. 
 
 
 
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 OCLUSÃO 
 Overjet maxilar anterior: 
 A relação horizontal entre os incisivos é medida com os dentes em oclusão cêntrica, 
utilizando-se a sonda CPI, posicionada em plano paralelo ao plano oclusal. 
 O overjet maxilar não é registrado se todos os incisivos (superiores) foram perdidos ou se 
apresentam mordida cruzada lingual. 
 
 Overjet mandibular anterior: 
 O overjet mandibular é caracterizado quando algum incisivo inferior se posiciona 
anteriormente ou por vestibular em relação ao seu correspondente superior. 
 
 Mordida aberta vertical anterior: 
 Se há falta de ultrapassagem vertical entre incisivos opostos caracteriza-se uma situação de 
mordida aberta. 
 
 Relação molar anteroposterior: 
 Degrau mesial: código I 
 Degrau distal: código II 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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MÉTODOS PARA CÂNCER BUCAL 
 
1º NÍVEL DE PREVENÇÃO (PROMOÇÃO DE SAÚDE) 
 Fatores genéticos ou familiares: valor prático quase nulo; 
 Evitar exposição excessiva aos raios actínicos: importante nos casos de câncer de lábio; 
 Odontologia de boa qualidade: evitando irritações por próteses mal adaptadas. 
 
2º NÍVEL DE PREVENÇÃO (PROTEÇÃO ESPECÍFICA) 
 Lesões pré-cancerosas: queratoses, aspecto esbranquiçados. Ex.: leucoplasias; 
 Controle do tabaco. 
 
3º NÍVEL DE PREVENÇÃO (DIAGNÓSTICO PRECOCE E TRATAMENTO PRONTO) 
 Nível de excelência: probabilidade de cura é inversamente proporcional ao tempo decorrido 
desde o início da lesão. 
 
4º NÍVEL DE PREVENÇÃO (LIMITAÇÃO DO DANO) 
 Tratamento cirúrgico ou radioterápico: participação em equipe multidisciplinar, manutenção 
da boca em condições de higiene dentária antes, durante e depois do tratamento. 
 
5º NÍVEL DE PREVENÇÃO (REABILITAÇÃO) 
 Restauração estética ou funcional das mutilações: próteses faciais 
 
EPIDEMIOLOGIA DA FLUOROSE DENTÁRIA 
CARACTERÍSTICAS FLUOROSE LEVE OPACIDADE (HIPOPLASIA) 
Área afetada Extremidade de cúspide ou 
bordo incisal (homólogo) 
Centro, de superfície lisa e em 
toda coroa. 
Forma da lesão Linhas de desenvolvimento 
irregulares 
Redondas/ovais. 
Demarcação Sem limites nítidos (estrias) Delimitação nítida 
Cor Picos nevados, opaca Amarelo ao castanho 
 
 
 
 
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ATENÇÃO ODONTOLÓGICA NOS CICLOS DE VIDA 
 
OBJETIVOS 
 Organização do cuidado a saúde na atenção básica; 
 Reorientação do modelo assistencial no SUS (garantia do acesso dos usuários (média e alta 
complexidade), assegurando a integralidade da atenção); 
 Planejamento das atividades de Saúde Bucal na Atenção Básica, em destaque para a 
importância da epidemiologia; 
 Organização da demanda (procura por atendimento). 
 
ASSISTÊNCIA ODONTOLÓGICA INDIVIDUAL (AOI) 
 Conjunto de procedimentos clínico-cirúrgicos dirigidos a consumidores individuais. 
 
ATENÇÃO ODONTOLÓGICA 
 Conjunto de ações que, incluindo a AOI, não se esgota nela, podendo inclusive agregar ações 
externas ao setor saúde. 
 
AÇÕES INTERSETORIAIS NA SAÚDE 
 Acesso ao saneamento básico; 
 Incentivo a fluoretação das águas; 
 Combate ao fumo e uso do álcool; 
 Educação em saúde; 
 Dietas saudáveis. 
 
FATORES CONSIDERADOS 
 Grupos e espaços sociais; 
 Determinantes sociais; 
 Idade do indivíduo. 
 
 BEBÊS (0 A 24 MESES) 
 Trabalho multidisciplinar (área médica e enfermagem); 
 Orientações e ações preventivas devem estar direcionadas a gestantes, aos pais e as pessoas 
que cuidam da criança; 
 Erupção dos dentes: salivação abundante, irritação, sono agitado, diarreia, febre e 
frequentemente coloca as mãos e objetos na boca; 
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 Nessa fase, ingestão excessiva de dentifrício fluoretado pode causar fluorose dentária; 
 Aleitamento materno: exclusivo até os 6 meses; importante fator de prevenção da má-
oclusão; 
 Hábitos bucais: sucção de chupeta ou mamadeira (fator etiológico da má-oclusão); 
 Situações em que é necessário dar a mamadeira, não aumentar o furo do bico; 
 Evitar a adição de açúcar, mel e achocolatado; 
 Uso da chupeta racionalmente, quando da necessidade de sucção não satisfeita; 
 Lactantes com HIV não devem amamentar; 
 Higiene bucal: deve ser iniciada antes da erupção dental com gaze embebida em água 
filtrada ou soro fisiológico; 
 Escovação iniciada após a erupção do 1º dente decíduo (sem dentifrício); 
 A partir da erupção do 1º molar decíduo: quantidade mínima de creme dental sem flúor; 
 Cuidado com a frequência do uso de creme dental, devido a ingestão; 
 Higienização pelos pais e responsáveis. 
 
 CRIANÇAS (2 A 9 ANOS) 
 Idade ideal para descobrir hábitos saudáveis e participação em programas educativos e 
preventivos de saúde bucal; 
 Localização e identificação facilitada das crianças; 
 Trabalho no enfoque familiar (aprendizado por meio da observação); 
 Exame da cavidade bucal: rotina no trabalho da equipe multidisciplinar; 
 Início da erupção dos molares permanentes (enfatizar a importância da higiene bucal); 
 Evitar extração precoce dos decíduos, pois pode alterar o tempo de erupção do dentepermanente; 
 Hábitos deletérios: 
 Sucção da chupeta: até os 3 anos; 
 Sucção digital: mordida aberta; 
 Deglutição atípica: projeção da língua; 
 Onicofagia, respiração bucal e outros. 
 O uso de medidas não traumáticas envolve questões emocionais, portanto, devem ser 
avaliadas a melhor forma e melhor momento para descontinuar o hábito; 
 Reforço da importância da higiene bucal: pais, professores, cuidadores; 
 Hábitos alimentares: 
 Consumo exagerado de açúcar; 
 Alimentos fibrosos. 
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 Higiene bucal: 
 Estimular a realizar a escovação sozinha; 
 Supervisão e complemento da higienização; 
 Uso mínimo de dentifrícios; 
 Uso de fio dental. 
 
 ADOLESCENTES (10 A 19 ANOS) 
 A equipe de saúde deve conhecer os principais problemas que afetam os adolescentes 
(violência, problemas familiares, depressão, drogas, álcool, gravidez, DST e outros); 
 As orientações para adolescentes devem ocorrer em linguagem que seja assimilada com 
facilidade; 
 Falta de procura pelo adolescente da UBS. A busca vem pela necessidade estética; 
 Bulimia: erosão dentária e cárie nas faces palatinas e lingual de dentes anteriores; 
 Piercing: complicações de ordem inflamatória, infecciosa e traumática; 
 Risco de acidentes envolvendo traumatismo dentário; 
 Pericoronarite: cuidado especial durante a escovação; 
 Riscos aumentados a doenças periodontais (periodontite juvenil localizada ou generalizada); 
 Riscos reduzidos a cárie dentária; 
 Nutrientes: cálcio e ferro – devido ao aumento da massa óssea e crescimento da massa 
muscular e aumento do volume sanguíneo; 
 Fumo e álcool: orientar sobre os riscos e efeitos desse hábito sobre a saúde geral e bucal. 
 
 ADULTOS (20 A 59 ANOS) 
 A equipe de saúde deve participar das atividades educativas voltadas para o conhecimento, 
informação e prevenção; 
 Exames clínicos: verificar os tecidos moles e lesões existentes e orientar o indivíduo a realizar 
o autoexame da boca, estimulando a responsabilidade individual para a manutenção da 
saúde; 
 Doença periodontal 
 Prioridades (diabetes – hipertensão arterial – tuberculose – hanseníase – HIV) 
 
 IDOSOS (ACIMA DE 60 ANOS) 
 A compreensão da situação sistêmica, emocional, cognitiva, social e econômica do idoso é 
importante para a formulação de um plano preventivo/terapêutico adequado à sua 
realidade; 
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 Abordagem multidisciplinar; 
 Promoção de saúde bucal: garantir o bem-estar, melhoria da qualidade de vida, autoestima, 
melhorando a mastigação, estética e possibilidade de comunicação; 
 Condições bucais mais comuns: cárie na raiz, xerostomia, lesões de tecidos moles, doença 
periodontal, edentulismo, abrasão/erosão dentária, halitose, dificuldade de higienização, 
mastigação e deglutição, necessidade de prótese ou uso de prótese mal adaptada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ESTRATÉGIAS COLETIVAS DE INTERVENÇÃO 
 
Como intervir nos problemas de Saúde Pública? 
 Conhecendo o conceito de problemas em saúde pública; 
 Saber que recursos nunca são suficientes para solucionar todos os problemas; 
 Estabelecer prioridades (requisitos de Sinai); 
 Estabelecer estratégias. 
 
DETERMINANTES SOCIAIS 
 Fatores sociais, econômicos, étnicos, culturais, psicológicos que influenciam a ocorrência de 
problemas de saúde e seus fatores de risco na população; 
 Identificar onde e quando devem ser feitas as intervenções com o objetivo de reduzir a 
iniquidade de saúde, ou seja, os pontos mais sensíveis onde tais intervenções podem 
provocar maior impacto. 
 
RELAÇÃO: RISCO SOCIAL X DOENÇAS BUCAIS 
 Quanto menor a condição socioeconômica maior a dependência dos serviços públicos de 
saúde. 
 
FATORES DE RISCO 
 Comportamento pessoal; 
 Exposição; 
 Características inatas/ hereditárias. 
 
FATORES RELACIONADOS AO RISCO 
 Individuais 
 Socioeconômicos 
 Epidemiológicos 
 
ANÁLISE DE RISCO 
 Identificar precocemente e corretamente os indivíduos que desenvolverão a doença – 
Desafio da saúde; 
 Ações preventivas; 
 Redução de despesas com serviços de saúde; 
 Utilização de recursos mais eficientemente; 
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 Criação de políticas públicas de saúde; 
“Ações governamentais coordenadas a fim de suprir todas as demandas ou necessidades da 
população” 
 
VULNERABILIDADE SOCIAL 
 Conceito que caracteriza a condição dos grupos de indivíduos que estão à margem da 
sociedade, ou seja, pessoas ou famílias que estão em processo de exclusão social, 
principalmente por fatores socioeconômicos. 
 Condições precárias de moradia e saneamento; 
 Meios de subsistência inexistentes; 
 Ausência de ambiente familiar. 
 Perdendo a representatividade na sociedade; 
 Dependem de auxilio de terceiros para garantir sua sobrevivência; 
 Não é sinônimo de pobreza. 
 
NÍVEIS DE ATENÇÃO EM SAÚDE 
 Atenção primária: Promoção e Prevenção em Saúde; 
 Atenção secundária: Centro de Especialidades Odontológicas; 
 Atenção terciária: Hospitais. 
 
“COMPREENSÃO DO PROCESSO SAÚDE-DOENÇA + FATORES DETERMINANTES DA SAÚDE = 
PROMOÇÃO DE SAÚDE” 
 
PROMOÇÃO DE SAÚDE 
 Conduz a mudanças nos determinantes da saúde; 
 Carta de Ottawa 
 1- Estabelecimento de Políticas Públicas; 
 2- Criação de ambientes favoráveis a saúde; 
 3- Reforços da ação comunitária; 
 4- Desenvolvimento de habilidades pessoais (empoderamento); 
 5- Reorientação dos serviços de saúde. 
 
ESTRATÉGIAS DE INTERVENÇÃO 
 Abordagem de fator de risco comum 
 Abordagem populacional 
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 Estratégias de alto risco 
 Estratégias de prevenção secundária 
 
 ABORDAGEM DE FATOR DE RISCO COMUM 
 Controle de um número pequeno de fatores de risco; 
 Pode ter grande impacto em número significativo de doenças; 
 Custos. 
 
NÍVEIS DE ABORDAGEM 
 Micro: profissionais da saúde; apoio e empoderamento; 
 Macro: ministérios e políticas. 
 
 ABORDAGEM POPULACIONAL 
 Base ampla; 
 Atua em toda população; 
 Apropriada para lidar com problemas que estão muito espalhados na população (fluoretação 
das águas). 
 
AÇÕES DE ESTRATÉGIA POPULACIONAL 
 Educação de líderes populacionais (formadores de opinião); 
 Cauda de exposição se desloca para uma condição melhor de saúde. 
 
PONTOS POSITIVOS 
 Diminui a incidência de doenças; 
 Pessoas menos expostas as causas; 
 Pessoas mais expostas aos fatores de proteção. 
 
PONTOS NEGATIVOS 
 Precisa de muito tempo para mostrar resultados; 
 Se alguma medida tiver efeitos adversos, um grande número de pessoas sentirão as 
consequências. 
 
 
 
 
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 ESTRATÉGIAS DE ALTO RISCO 
 
PONTOS POSITIVOS 
 Tira indivíduos da zona de risco; 
 Pessoas de alto risco são mais propensas a participar e cooperar no tratamento; 
 Direcionamento dos recursos; 
 Direcionamento dos serviços. 
 
PONTOS NEGATIVOS 
 Dinamismo dos grupos: sempre vai apresentar indivíduos no grupo de alto risco. 
 
 ESTRATÉGIA DE PREVENÇÃO SECUNDÁRIA 
 Tratamento de pessoas com sinais e sintomas iniciais; 
 Se deixa de atender as pessoas que estão sem problemas pode favorecer a migração para 
outro grupo. 
 
BONS ESTUDOS! 
 
REFERÊNCIAS 
1. Caderno de Atenção Básica nº 17. 2006, 1ª Edição, 2006 
2. Manual do Examinador –Projeto SB2000. 2001 
3. Odontologia Social. Mario Chaves. 
4. Anotações durante a aula.

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