Buscar

Alexandre Sanson Grupos de Pressão

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Docente: Elizabeth Reymão
Discente: Ewerton Uchôa Vieira Fiel
OS GRUPOS DE PRESSÃO E A CONSECUÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS 
Alexandre Sanson[1: Especialista em Direito Constitucional pelo Centro de extensão Universitária; Mestre em Direito político e Econômico pela universidade Presbiteriana Mackenzie e Doutorado em Direito do Estado na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. ]
O autor apresenta um texto voltado para a conceituação de alguns elementos característicos das políticas públicas. Ele aborda de forma conceitual as políticas públicas, como sendo “ A percepção de que direitos de igualdade são voltados, por meio da solidariedade social, ao desenvolvimento pessoal e pleno, faz com que o Estado evoque o papel de promotor de ações que criam desigualdades jurídicas, de modo a suprir necessidades naturais, [...] sobrevindas de debilidades setoriais [...]”. E a função precípua do poder público de garantir o Estado de bem-estar social. E o papel dos grupos de pressão exercem sobre os governos e elaboração de agendas. Segundo o texto o Estado é incumbido de desenvolver e implementar ações capazes de atender os diretos fundamentais dos cidadãos, as demandas decorrentes do convívio social, atinentes a complexa sociedade capitalista. Contudo, o atual paradigma do Estado liberal não é eficiente nas respostas ao público, haja vista, que não se dispõe de recursos suficientes para o pleno atendimento das demandas provindas da coletividade. Em razão disso, há uma transição no aparelho Estatal, que passa de estado letargia para um estágio mais intervencionista e mediador entre o público e outros substratos da sociedade civil, o que o autor coloca como sendo grupos de pressão. Esses grupos de interesses, “ refletem a relevância da sociedade civil organizada, por meio de microcosmos de atuação, na realidade das aspirações dos governados [...]”. O texto deixa claro que os grupos de interesse exercem, fundamentalmente, o controle e a participação social por vias não formais, garantindo que os anseios de determinados grupos ou minorias possam receber e ser alvo de ações que visam o atendimento de suas demandas, através da pressão. Esse contexto de pressões de grupos sociais, e uma clara visão da ineficiência do modelo representativo do Estado, na realidade, não há uma democracia propriamente dita, em razão de que a agenda pública não é formulada com a finalidade do bem comum, mas sim para o atendimento de interesses particulares, mediantes pressões de grupos demasiadamente articulados e de maior poder econômico, mesmo que implique a não observância dos direitos fundamentais, ao qual o Estado tem o dever de prover, porém o modelo liberal sem aplicado erroneamente na sociedade não permite um refinamentos nos instrumentos de política pública ou mesmo, a sua não aplicação, quando há tais dispositivos. O foco social do governo é negligenciado em favor de particulares, cabendo muito pouco orçamento para o suprimento dos direitos de primeira dimensão, que são os mais básicos.[2: O DIREITO E AS POLÍTICAS PÚBLICAS NO BRASIL: Os grupos de pressão e a consecução de políticas públicas, Alexandre Sanson, editora Atlas, São Paulo, 2013, p. 118.][3: Ibid., p.121][4: Ibid., p. 127][5: Politicamente ou de maior influência.][6: Ibid., p. 119-120]
Conclusão
O estudo de políticas públicas e suas implicações não podem ser circunscritas, somente ao Estado como ente formulado, no entanto precisa ser devidamente debatido com a sociedade, permitindo uma retroalimentação entre este e o público alvo. O estado Liberal não é capaz de substituir o Estado como agente promotor do desenvolvimento econômico e social, a função precípua do Estado democrático é manter a interação entre os diversos substratos de forma harmônica e equânime, diante disso, em sociedades complexas um Estado democrático de direito, como “ao menos deveria ser o Brasil”, não pode haver separação deste com a sociedade civil, em vistas sua dinamicidade de atores e interesses destoantes. Os cidadãos têm o dever e o direito constitucional de participarem das tomadas de decisões, o texto retrata “ [...] uma noção atrelada ao ideal de solidariedade, permitido, pois, uma participação ativa dos cidadãos nas instituições públicas”. No que concerne a participação popular e intervenção pública, o texto discorre “ Os grupos de pressão não devem ser vistos como mecanismos de interferência indevida [...], mas como canalizadores da vontade do povo, mediadores de seus anseios em relação aos órgãos representativos” [grifo do autor]. A importância da participação pública através dos grupos de pressão é incontestável, mesmo que também possa representar uma ameaça aos interesses sociais, em vista de que é sabido que na esfera pública os decision-makers possuem informações privilegiadas e diversos tipos de assimetria de informação podem ocorrer, falhas de comunicação, interesses conflitantes, tendo assim, o público mais carente entrar neste debate em condições desfavoráveis. Por que o a saúde e a educação não se sustentam no Brasil, levando em consideração a alta carga tributária e levas de investimentos nos setores? A crise do Welfare State é a resposta para essa questão, segundo o autor os grupos de interesses são instrumentos de participação popular menos burocráticas, muito embora a formação desses mesmos grupos acaba desconstruindo ou dificultando os direitos do Estado para com a sociedade, sob a égide do Estado mínimo e supremacia da livre iniciativa que acarretará a uma profunda crise social, ao qual já se vive no Brasil. Somente com uma ampla reforma no sistema político brasileiro, com a desvinculação de super-salários aos cargos eletivos e a redução ou extinção de benefícios intermináveis, além de uma restrição a quem pode almejar um cargo de poder, de forma que somente pessoas com o verdadeiro ímpeto de trabalhar para melhora de seu país possam se candidatar, neste caso, poder-se-á pensar em um futuro, pois se continuar com estar, a passos lentos um dia chegar-se-á algum lugar [grifo do autor].[7: Ibid., p. 135][8: Sanson, 2013, loc. Cit.][9: Não tem motivos para os cargos de poder desfrutarem de salários astronômicos e ainda terem benefícios ao qual eles poderiam arcar sem muito impacto às suas remunerações.]

Outros materiais