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Anatomia macroscópica do cerebelo 
 
 Distingue-se no cerebelo uma porção ímpar mediana, o vérmis, ligado a duas grandes massas laterais, 
os hemisférios cerebelares. A superfície do cerebelo apresenta sulcos que delimitam lâminas finas(folhas do 
cerebelo), havendo também as fissuras do cerebelo que delimitam os lóbulos, podendo cada um dele conter 
várias folhas. É constituído de um centro de substância branca, o corpo medular, de onde irradiam as lâminas 
brancas que são revetidas externamente por substância cinzenta, o córtex cerebelar. No interior do corpo 
medular há 4 pares de núcleos de subst cinzenta que são os núcleos centrais: denteado, emboliforme, 
globoso e fastigial. 
 Os lóbulos recebem denominações diferentes no vérmis e nos hemisférios, sendo um lóbulo no 
vérmis para dois nos hemisférios(um em cada). Para simplificar, na ordem partindo de uma parte Antero-
superior, dando a volta sagitalmente e terminando Antero-inferiormente, os lóbulos e as fissuras que os 
separam são: 
 
Vérmis Hemisférios Fissuras(separa o 
correspondente do abaixo) 
Língula --------- Pré-central 
Central Asa do lóbulo central Pré-culminar 
Cúlmen Parte anterior do lóbulo 
quadrangular 
Prima 
Declive Parte posterior do lóbulo 
quadrangular 
Pós-clival 
Folium Semilunar superior Horizontal 
Túber Semilunar inferior Pré-piramidal 
Pirâmide Biventre Pós-piramidal 
Úvula Tonsila Póstero-lateral 
Nódulo Flóculo ---------- 
 
Obs: O flóculo liga-se ao nódulo pelo pedúnculo do flóculo 
Obs: As tonsilas estão na face inferior do cerebelo, projetando-se medialmente sobre a face dorsal do bulbo, 
o que é importante pois em caso de hipertensão craniana as tonsilas podem comprimir o bulbo, como pode 
ocorrer em acidentes nas punções lombares, que aumentam a pressão intracraniana, deslocando as tonsilas 
caudalmente, comprimindo o bulbo. 
 
 A divisão ontogênica do cerebelo leva em conta o fato de que a primeira fissura a surgir foi a póstero-
lateras, dividindo o cerebelo em duas partes: lóbulo flóculo-nodular e corpo do cerebelo. A seguir aparece a 
fissura prima que divide o corpo do cerebelo em lóbulos anterior e posterior 
 A divisão filogenética se corresponde com a evolução da complexidade dos movimentos pelos 
animais. Há 3 fases: 
a) 1ª fase: surge com ciclóstomos(lampréia), que tem necessidade de se manter em equilíbrio. Para isso, 
o cerebelo recebe impulsos dos canais semicirculares que informam sobre a posição do animal e 
permitem ao cerebelo coordenar a atividade muscular, para mante-lo em equilíbrio. Este é o 
arquicerebelo que tem conexões vestibulares(cerebelo vestibular). 
b) 2ª fase: surge com peixes que já realizam movimentos mais elaborados. Surgem receptores 
especiais(fusos neuromusculares) e órgãos neurotendíneos, que originam impulsos 
proprioceptivos(informações sobre grau de contração muscular) que chegam ao cerebelo após passar 
pela medula e pelo bulbo. Este é o paleocerebelo com conexões com a medula(cerebelo epinhal). 
c) 3ª fase: surge com mamíferos para capacidade de utilizar membros para movimentos delicados e 
assimétricos. É o neocerebelo com conexões com o córtex cerebral(cerebelo corical). 
 
O cerebelo do homem é formado por três partes: arqui(lobo flóculo-nodular), paleo( lobo anterior + 
pirâmide e úvula) e neocerebelo(resto do lobo posterior). Assim, a maior parte do neocerebelo está nos 
hemisférios enquanto que o paleocerebelo é predominantemente vermiano. 
 
 
 
Estrutura e funções do cerebelo 
 
O cerebelo apresenta um córtex que envolve um centro de subst branca( o corpo medular do cerebelo), 
onde são observadas massas de subst cinzenta(núcleos centrais do cerebelo). 
Sua citoarquitetura é a mesma em todas as folhas e lóbulos, aprsentando da superfície para o interior as 
camadas molecular, de células de Purkinje e granular. As células de Purkinje possuem dendritos que se 
ramificam na camada molecular e um axônio que sai em direção oposta, terminando nos núcleos 
centrais(ação inibitória), sendo as únicas fibras eferentes do córtex. A camada molecular possui fibras em 
direções paralelas com 2 tipos de neurônios: células estreladas e em cesto. A camada granular é formada 
pelas células granulares que têm vários dendritos e um axônio que atravessa a camada de células de 
Purkinje, bifurcando-se em T na camada molecular, originando as chamadas fibras paralelas que 
estabelecem contato com os dendritos das células de Purkinje. Sendo assim, cada célula granular faz sinapse 
com um grande número de células de Purkinje. Na camada granular há ainda as células de Golgi com 
ramificações muito amplas. 
 
I. Conexões intrínsecas 
 
Dois tipos de fibras entram no cerebelo em direção ao córtex: trepadeiras(axônios de neurônios do 
complexo olivar inferior) e mugosas(terminações dos demais tipos de fibras que entram no cerebelo). As 
trepadeiras terminam enrolando-se em torno dos dendritos das Purkinje(ação excitatória). As mugosas, ao 
penetrar no cerebelo, emitem ramos colaterais que fazem sinapses excitatórias com os núcleos centrais,para 
depois atingirem a camada granular, onde se ramificam, e terminam fazendo sinapses 
excitatórias(axodendrídicas) com várias células granulares que se ligam às Purkinje. Dessa forma, os 
impulsos que penetram no cerebelo pelas musgosas ativam sucessivamente os neurônios dos núcleos 
centrais(NC), as granulares e as Purkinje, que por sua vez, inibem os neurônios dos NC. A atividade desses 
neurônios é modulada pela ação inibitória das Purkinje. 
O circuito formado pela união das granulares com as Purkinje é modulado pela ação de outras 3 células 
inibidoras: as de Golgi, as em cesto e as estreladas, que agem através da liberação de ácido gama-amino-
butírico(GABA). 
 
II. Núcleos centrais e corpo medular 
 
São os seguintes: denteado, emboliforme, globose e fastigial. 
a) fastigial: próximo ao plano mediano(relação com o ponto mais alto do IV ventrículo) 
b) denteado: maior de todos e localizado mais lateralmente 
c) globoso e emboliforme: entre o fastigial e o denteado, sendo bastante semelhantes funcional e 
estruturalmente(núcleo interpósito). 
Dos núcleos centrais saem as fibras eferentes do cerebelo e chegam os axônios das Purkinje. 
O corpo medular é constituído de subst branca e fibras mielínicas que são principalmente: 
a) aferentes ao cerebelo: penetram pelos pedúnculos cerebelares, se dirigindo ao córtex 
b) axônios das células de Purkinje: dirigem-se aos núcleos centrais 
No cerebelo há poucas fibras de associação no corpo medular, sendo essas ramos colaterais dos axônios 
das Purkinje. 
Obs: Além da divisão transversal do cerebelo já vista acima, há uma divisão onde as partes se orientam 
longitudinalmente e se dispões no sentido médio-lateral. Distinguem-se uma zona medial(vérmis) e de cada 
lado uma intermédia paraverminiana e uma lateral(maior parte dos hemisférios). Os axônios das Purkinje da 
zona medial projetam-se para o núcleo fastigial, os da zona intermédia para o nécleo interpósito e o da lateral 
para o denteado. As fibras aferentes se distribuem dentro do cerebelo obedecendo à divisão transversal 
enquanto as eferentes os deixam obedecendo à divisão longitudinal. 
 
III. Conexões extrínsecas 
 
Ao contrário do cérebro os cerebelo influencia os neurônios motores de seu próprio lado. Para isso, suas 
vias aferentes e eferentes quando não são homolaterais sofrem um duplo cruzamento. 
 
 
A) Aferenetes 
 
Terminam no córtex como fibras trepadeiras(originam-se no complexo olivar inferior e distribuem-se por 
todo o cerebelo) ou musgosas(distribuem-se a áreas específicas e originam-se de 3 regiões: núcleos 
vestibulares, medula espinhal e núcleos pontinos). 
A.1) Aferentes de origem vestibular-> chegam ao cerebelo pelo fascículo vestíbulo-cerebelar, se 
distribuindo principalmente ao arquicerebelo e em parte à zona medial(vérmis). Trazem informações sobre a 
posição da cabeça, importantes para a manutenção do equilíbrio e da postura básica. 
A.2) Aferentes de origem medular -> são os tractos espino-cerebelare anterior e posterior que penetram 
respectivamente pelos pedúnculos cerebelares superior e inferior, terminando no córtex do paleocerebelo. 
Através do posterior recebe sinais sensoriais de receptores proprioceptivos e, em menor grau, de outros 
receptores somáticos, permitindo avaliar o grau de contração dos músculos, a tensão na cápsulas articulares e 
tendões, assim como as posições e velocidades do movimento de partes do corpo. Já do anterior são ativadas 
pelos sinais motores que chegam à medula pelo tracto córtico-espinhal, permitindo ao cerebelo avaliar o 
grau de atividade desse tracto. 
A.3) Aferentes de origem pontina -> tem origem nos núcleos pontinos(fibras ponto-cerebelares), penetram 
pelo pedúnculo médio e distribuem-se ao córtex do neo. Fazem parte da via cortico-ponto-cerebelar, levando 
ao cerebelo informações oriundas do córtex de todos os lobos cerebrais. 
 
B) Eferentes 
 
Através delas o cerebelo influencia os neurônios motores da medula, agindo através de relés 
intermediários, situados no tronco encefálico, tálamo ou nas próprias áreas motoras do cérebro. Saem dos 3 
nécleos centrais que, por sua vez, recebem os axônios das Purkinje de cada uma das 3 zonas longitudinais do 
corpo do cerebelo. 
B.1) Eferentes da zona medial -> os axônios das Purkinje da zona medial fazem sinapse nos núcleos 
fastigiais de onde sai o tracto fastigiobulbar com dois tipos de fibras: fastígio-vestibulares(sinapse nos 
núcleos vestibulares -> tracto vestíbulo-espinhal -> neurônios motores) e fastígio-reticulares( terminam na 
formação reticular -> tracto retículo-espinhal -> neurônios motores) Em ambos os casos a influência é sobre 
os neurônios do grupo medial da coluna anterior(mm axial e proximal dos membros) para manter o 
equilíbrio e a postura. 
B.2) Eferentes da zona intermédia -> os axônios das Purkinje dessa zona fazem sinapse no núcleo 
interpósito, de onde saem fibras para o núcleo rubro e tálamo do lado oposto. Através das primeiras, 
influencia os neurônios motores pelo tracto rubro-espinhal(via interpósito-rubro-espinhal). Já os impulsos 
que vão para o tálamo seguem para as áreas motoras do córtex cerebral( via interpósito-talamo-cortical), 
onde se origina o tracto cortico-espinhal, por onde o cerebelo exerce sua influência nos neurônios motores. 
A ação do núcleo interpósito é sobre os neurônios do grupo lateral da coluna anterior( controla mm distais 
dos membros- movimentos delicados). 
B.3) Eferentes da zona lateral -> os axônios das Purkinje, nesse caso, fazem sinapse no núcleo denteado, 
indo os impulsos para o tálamo do lado oposto e daí para as áreas motoras do córtex cerebral(via dento-
tálamo-cortical), onde se origina o tracto cortico-espinhal. Através desse tracto, o núcleo denteado participa 
da atividade motora, agindo sobre a mm distal, responsável por movimentos delicados, sendo nesse caso a 
organização da atividade motora voluntário ao contrário do núcleo interpósito(involuntário). 
 
IV. Aspectos funcionais 
 
As principais funções do cerebelo são: 
a) manutenção do equilíbrio e da postura: feito pelo arqui e pelo vérmis que promovem a 
contra~çao adequada dos mm axiais e proximais dos membros. Influência transmitida aos 
neurônios motores pelos tractos vestíbulo-espinhal e retículo-espinhal. 
b) controle do tônus muscular: feito pelos núcleo centrais(pp deanteado e interpósito) que, 
mesmo na ausência de movimento, mantém um certo nível de atividade espontânea, agindo 
sobre os neurônios motores via tractos córtico-espinhal e rubro-espinhal. 
c) controle dos movimentos voluntários: lesões no cerebelo causam falta de coordenação dos 
movimentos voluntários decorrentes de erros na força, extensão e direção do movimento. O 
controle do movimento ocorre em duas etapas: planejamento e correção do movimento. 
1) Planejamento: é feito pela zona lateral do cerebelo, a partir de informações trazidas, pela via córtico-
ponto-cerebelar, de áreas do córtex cerebral ligadas a funções psíquicas superiores e que expressão a 
intenção do movimento. O plano motor é então enviado às áreas motoras do córtex cerebral pela via 
dento-tálamo-cortical e colocado em ação pela ativação dos neurônios apropriados dessas áreas, os 
quais, por sua vez, ativam os neurônios motores medulares através do tracto córtico-espinhal.( córtex 
-> via córtico-ponto-cerebelar -> zona lateral do cerebelo -> via dento-tálamo-cortical -> córtex -> 
tracto córtico-espinhal -> neurônios motores medulares) 
2) Correção: feito pela zona intermédia que, através de suas aferências sensoriais(especialmente os 
tractos espino-cerebelares) é informada das características do movimento em execução e, através da 
via interpósito-tálamo-cortical promove as correções devidas, agindo sobre as áreas motoras e o 
tracto córtico-espinhal. A zona intermédia compara as características do movimento em execução 
com o plano motor, promovendo correções e ajustamentos necessários para que o movimento seja 
adequado. 
Obs: A zona intermédia recebe aferências espinhais e corticais enquanto a zona lateral recebe apenas 
corticais. 
Obs2: O núcleo denteado(ligado ao planejamento) é ativado antes do início do movimento, enquanto o 
interpósito(ligado à correção) só é ativado depois que este se inicia. Em certos movimentos muito 
rápidos(balísticos), atua apenas a zona lateral, pois não há tempo de a zona intermédia receber informações 
sensoriais que lhe permitam corrigir o movimento. 
d) aprendizagem motora: o sistema nervoso aprende a executar tarefas motoras repetitivas. O 
cerebelo participa desse processo pelas fibras olivo-cerebelares, que chegam ao córtex como 
trepadeiras e fazem sinapse com as Purkinje. Essas fibras podem modular a excitabilidade das 
Purkinje, em resposta aos estímulos que elas recebem do sistema de fibras musgosas e 
paralelas(ação imp para a aprendizagem) 
 
V. Correlações anatomo-clínicas 
 
 A lesão cerebelar leva a 3 categorias de sintomas: 
a) ataxia que se manifesta pp nos membros, sendo característica a marcha atáxica. A 
incoordenação motora pode manifestar-se na articulação das palavras, levando o doente a 
falar com voz arrastada. 
b) perda do equilíbrio. O doente tende a abrir as pernas para ampliar a base de sustentação 
c) hipotonia 
As síndromes cerebelares distinguem-se com a divisão filogenética do cerebelo: 
1) Síndrome do arqui -> em geral ocorre em crianças com menos de 10 anos, sendo devida, em geral, 
a tumores do teto do IV ventrículo, que comprimem o nódulo e o pedúnculo do flóculo. Há perda 
do equilíbrio e, quando o paciente está deitado, a coordenação dos movimentos é praticamente 
normal. 
2) Síndrome do paleo -> consequência da degeneração do córtex do lobo anterior no alcoolismo 
crônico. Há ataxia dos membros inferiores e perda do equilíbrio. 
3) Síndrome do neo -> o sintoma fundamental é uma ataxia testada por vários sinais: 
a) dismetria: execução defeituosa de movimentos que visam atingir o alvo( o indivíduo não consegue 
dosar exatamente a quantidade de movimento necessária para isso). 
b) decomposição: movimentos complexos que normalmente são feitos simultaneamente por várias 
articulações, passam a ser feitos em etapa sucesivas. 
c) disdiadococinesia: dificuldade em fazer movimentos rápidos e alternados. 
d) rechaço: os musculos extensores custam agir quando o paciente força a flexão do antebraço contra 
uma resistência no pulso que é retirado. O movimento é violento, levando o pacientea dar um tapa 
em seu rosto. 
e) tremor: se acentua ao final do movimento ou quando o paciente está prestes atingir um objetivo. 
f) nistagmo: movimento oscilatório rítmico dos bulbo oculares(lesões do sistema vestibular e 
cerebelo). 
Obs: As lesões hemisféricas manifestam-se no lado lesado e dão sintomatologia neocerebelar característica. 
Já a lesão do vérmis manifesta-se pela perda do equilíbrio, com largamento da base de sustentação e marcha 
atáxica. 
Obs: O cerebelo tem uma capacidade de recuperação funcional quando há lesões de seu córtex por este ter 
uma estrutura uniforme, permitindo que áreas intactas assumam pouco a pouco as funções das áreas lesadas, 
sendoq ue ão há recuperação quando há comprometimento dos núcleos centrais. 
 
 
 
Anatomia macroscópica do diencéfalo 
 
O diencéfalo compreende as seguintes estruturas: tálamo, hipotálamo, epitálamo e subtálamo., todos 
relacionados com o III ventrículo. 
 
I. III ventrículo 
 
É a cavidade do diencéfalo que se comunica com o IV ventrículo pelo aqueduto cerebral e com os 
ventrículos laterais pelos forames de Monro. 
Quando o cérebro é seccionado no plano sagital mediano, verifica-se a existência de uma depressão, o 
sulco hipotalâmico, que se estende do aqueduto cerebral ao forame interventricular. As porções da parede 
acima deste sulco pertencem ao tálamo e, as abaixo, ao hipotálamo. Unindo os dois tálamos observa-se a 
aderência intertalâmica que atravessa a cavidade ventricular. 
A parede posterior do ventrículo é formada pelo epitálamo que está acima do sulco hipotalâmico. Saindo 
d cada lado do epitálamo há um feixe de fibras nervosas, as estrias medulares do tálamo, onde se insere a 
tela corióide, a partir da qual invaginam-se na luz ventricular os plexos corióides. 
A parede anterior do III ventrículo é formada pela lâmina terminal, fina lâmina d tecido nervoso que une 
os dois hemisférios e se dispõe entre o quiasma óptico e a comissura anterior. A luz do III ventrículo se 
evagina para formar 4 recessos: do infundíbulo, óptico, pineal e suprapineal. 
Obs: A comissura anterior, a lâmina terminal e as partes adjacentes das paredes laterais do III ventrículo 
pertencem ao telencéfalo. 
 
II. Tálamo 
 
São duas massas de substância cinzenta de cada lado do diencéfalo. A extremidade anterior apresenta o 
pulvinar que se projeta entre os corpos geniculados lateral e medial. A porção lateral da face superior faz 
parte do assoalho do ventrículo lateral, enquanto a porção medial constitui, junto com o tecto do III 
ventrículo, o assoalho da fissura transversa do cérebro, cujo tecto é constituído pelo fórnix e pelo corpo 
caloso(telencefálicos). 
A face lateral do tálamo é separada do telencéfalo pela cápsula internan , compacto feixe de fibras que 
liga o córtex cerebral a centros nervosos subcorticais. A face inferior do tálamo continua com o hipotálamo e 
o subtálamo. 
 
III. Hipotálamo 
 
Possui funções relacionadas principalmente com o controle da atividade visceral. Compreende estruturas 
situadas nas paredes laterais do III ventrículo, além das seguintes formações do assoalho do III ventrículo: 
a) corpos mamilares: eminências arredondadas de substância cinzenta; 
b) quiasma óptico: na parte anterior do asoalho, recebe fibras do nervo óptico que aí se cruzam, 
continuando como tractos ópticos até o corpo geniculado lateral 
c) túber cinéreo: área acinzentada atrás do quiasma e dos tractos ópticos, entre estes e os corpos 
mamilares. No túber cinéreo prende-se à hipófise pelo infundíbulo; 
d) infundíbulo: formação nervosa em forma de funil que se prende ao túber cinéreo, contendo o 
recesso do infundíbulo. Sua extremidade superior dilata-se, constituindo a eminência mediana 
do túber cinéreo, enquanto a inferior continua com o processo infundibular(lobo nervoso da 
neuro-hipófise). 
 
IV. Epitálamo 
 
Limita o III ventrículo posteriormente. Seu elemento mais evidente é a glândula pineal(epífise) que 
repousa sobre o tecto do mesencéfalo. A base do corpo pineal prende-se anteriormente a dois feixes 
transversais de fibras que cruzam o plano mediano, as comissuras posterior e das habênulas, entre as quais 
penetra na epífise o recesso pineal. A comissura posterior é considerada como limite entre o mesencéfalo e o 
diencéfalo. Já a comissura das habênulas interpõe-se entre os trígonos das habênulas, entre a pineal e o 
tálamo; continua anteriormente com as estrias medulares do tálamo. A tela corióide do III ventrículo insere-
se, lateralmente, nas estrias medulares do tálamo e, posteriormente, na comissura das habênulas, fechando 
assim o tecto do III ventrículo. 
 
V. Subtálamo 
 
Zona de transição entre o diencéfalo e o tegmento do mesencéfalo. Se localiza abaixo do tálamo, sendo 
limitado lateralmente pela cápsula interna e medialmente pelo hipotálamo. Seu elemento mais evidente é o 
núcleo subtalâmico. 
 
 
Estrutura e funções do hipotálamo 
 
 
 É constituído fundamentalmente de subst cinzenta que se agrupa em núcleos. O fórnix divide o 
hipotálamo em uma área medial, onde se localizam os principais núcleos hipotalâmicos, e outra lateral, onde 
há predominância de fibras longitudinais e percorrida pelo feixe prosencefálico medial(estabelece concexões 
entre a área septal e a formação reticular do mesencéfalo). 
 O hipotálamo pode ser dividido em: supra-óptico(quiasma óptico e áreas nas paredes do III 
ventrículo acima dele), tuberal(túber cinério e áreas das peredes do ventrículo, acima dele) e mamilar(corpos 
mamilares e áreas das paredes do ventrículo, acima dele). 
Obs: Na parte mais anterior do III ventrículo, próximo da Lamina terminal, está a área pré-óptica que não 
pertence ao diencéfalo. 
 
I. Conexões do hipotálamo 
 
a) Com o sistema límbico 
1) hipocampo: liga-se aos núcleos mamilares pelo fornix. De lá, os impulsos vão para o núcleo anterior do 
tálamo pelo fascículo mamilo-talâmico(circuito de Papez). Podem também seguir para a formação 
reticular do mesencéfalo pelo fascículo mamilo-tegmentar. 
2) corpo amigdalóide: fibras saem dos núcleos amigdalóides e chegam ao hipotálamo pela estria terminal. 
3) área septal: liga-se ao hipotálamo por fibras que percorrem os feixe prosencefálico medial. 
 
b) Com a área pré-frontal 
Têm o mesmo sentido das anteriores pois tb se relaciona com o comportamento emocional. Mantém 
conexões com o hipotálamo diretamente ou através do núcleo dorsomedial do tálamo. 
 
c) Viscerais 
1) Aferentes: o hipotálamo recebe informações sobre as vísceras através de suas conexões diretas com o 
núcleo do tracto solitário(recebe sensibilidade visceral, espercial e geral, dos nervos VII, IX e X). 
2) Eferentes: o hipotálamo age direta ou indiretamente sobre os neurônios pré-ganglionares do sistema 
nervoso autônomo. As conexões diretas são através de fibras que terminam nos núcleos da coluna 
eferente visceral geral do tronco ou na coluna lateral da medula. As indiretas se fazem através da 
formação reticular. 
 
d) Com a hipófise 
Apenas conexões eferentes. 
1) tracto hipotálamo-hipofisário: formado por fibras que se originam nos neurônios grandes dos núcleos 
supra-óptico e paraventricular e terminam na neuro-hipófise. Essas fibras são ricas em neurossecreção. 
2) tracto túbero-infundbular: fibras neurossecretoras que se originam em neurônios pequenos do núcleo 
arqueado e áreas vizinhas do hipotálamo tuberal, terminando na eminência mediana e na haste 
infundibular. 
 
e) Sensoriais 
Além das provenientes das vísceras há outras modalidades sensoriais que tem acesso ao hipotálamo 
por via indiretas, sendo importantes para a ereção, por exemplo. 
 
 
 
f) Monoaminérgicas 
Vários grupos de neurônios noradrenérgicos da formação reticular do troncoprojetam-se para o 
hipotálamo, assim como os neurônios serotonérgicos dos núcleos da rafe. 
 
II. Funções do hipotálamo 
 
a) Controle do sistema nervoso 
O hipotálamo é o centro supra-segmentar mais importante do SNA, sendo que estimulações elétricas 
determinadas do hipotálamo dão respostas típicas dos sistemas simpático(hipotálamo posterior) e 
parassimpático(hipotálamo anterior). 
 
b) Regulação da temperatura corporal 
O hipotálamo é informado da temperatura corporal por termorreceptores peiféricos e, pp, por 
neurônios localizados no hipotálamo anterior, funcionando como um termostato que regula a temperatura do 
sangue, ativando mecanismos de perda(centro da perda de calor – hipotálamo anterior)) ou de 
conservação(centro da conservação do calor – hipotálamo posterior) do calor. Estimulações do 1º levam a 
vasodilatação periférica e sudorese enquanto do 2º leva a vasoconstrição peiférica, tremores musculares e 
liberação do hormônio tereoidiano. Lesões no centro de perda causa uma elevação incontrolável da 
temperatura(febre central), quase sempre fatal. 
 
c) Regulação do comportamento emocional 
Junto com o sistema límbico e a área pré-frontal. 
 
d) Regulação do sono e da vigília 
A parte posterior do hipotálamo se relaciona com a vigília, reforçando a ação do sistema ativador 
reticular ascendente(SARA). Lesões nessa área causam sono. 
 
e) Regulação da ingestão de alimentos 
O hipotálamo lateral é responsável pela sensação de fome(centro da fome), enquanto o núcleo 
ventromedial é responsável pela saciedade(centro da saciedade). Lesões no º levam à ausência no desejo de 
se alimentar, enquanto no 2º leva à uma alimentação exagerada, causando obesidade. 
 
f) Regulação da ingestão de água 
O centro da sede se localiza no hipotálamo lateral e sua lesão faz com que a pessoa perca a vontade 
de beber água, podendo morrer desidratada.. Nesse centro existem neurônios sensíveis às variações locais de 
pressão osmótica, que tem importante papel na regulação do funcionamento desse centro. 
 
g) Regulação da diurese 
Os núcleos supra-óptico e paraventricular sintetizam o hormônio antidiurético que aumenta a 
absorção de água nos túbulos renais, diminuindo a eliminação de água na urina. 
 
h) Regulação do sistema endócrino 
O hipotálamo regula a secreção de todos os hormônios da adeno-hipófise e, deste modo, exerce ação 
controladora sobre quase todo o sistema endócrino. 
 
i) Geração e regulação dos ritmos circadianos 
A maioria de nossos parâmetros fisiológicos, metabólicos ou comportamentais sofre oscilações que se 
repetem no período de 24h. Essas variações são endógenas, ocorrendo mesmo quando se é mantido em 
escuro permanente, sendo que nesse caso, o ritmo perde seu sincronismo e o período de oscilação passa a ser 
diferente de 24h. O marcapasso circadiano situa-se no núcleo supraquiasmático que recebe informações 
sobre a luminosidade do ambiente através do tracto retino-hipotalâmico, o que lhe permite sincronizar os 
ritmos circadianos com o ritmo claro/escuro. 
 
 
 
 
 
 
III. Relações hipotálamo-hipofisárias 
 
a) Com a neuro-hipófise 
O hormônio antidiurético é sintetizado pelos neurônios dos núcleos supra-óptico e paraventricular e, 
a seguir, é transportado pelas fibras do tracto hipotálamo-hipofisário até a neuro-hipófise, onde é liberado. 
Os grandes neurônios neurossecretores desses núcleos sintetizam ADH, ocitocina e a substância 
Gomori-positiva(neurofisina). Na neuro-hipófise as fibras do tracto hipotálamo-hipofisário termianm em 
relação com vasos situados em septos conjuntivos, o que permite a liberação dos hormônios na corrente 
sanguínea. 
 
b) Com a adeno-hipófise 
O hipotálamo regula a secreção dos hormônios da adeno-hipófise por um mecanismo que envolve 
uma conexão nervosa e uma vascular. Através da nervosa, neurônios neurossecretores do núcleo arqueado e 
áreas vizinhas ao hipotálamo tuberal secretam substâncias ativas que descem por fluxo axoplasmático nas 
fibras do tracto túbero-infundibular e são liberadas em capilares especiais da eminência mediana e da haste 
infundibular. Inicia-se então a conexão vascular, através do sistema porta hipofisário(sistema com veias 
interpostas entre redes capilares). 
As subtâncias ativas liberadas pelo hipotálamo na primeira dessas redes(eminência mediana e haste 
infundibular) passam através das veias do sistema porta à segunda rede capilar(adeno-hipófise) onde atuam 
regulando a liberação dos hormônios pelas células adeno-hipofisárias, facilitando ou inibindo a liberação 
desses hormônios( fatores de liberação e inibição). Todos esses hormônios possuem fatores de liberação, 
sendo que apenas a prolactina e os hormônios de crescimento, têm tb fatores de inibição. 
 
 
Estrutura e funções do subtálamo e epitálamo 
 
 
I. Subtálamo 
 
Estando situado na transição com o mesencéfalo, algumas estruturas mesencefálicas estendem-se até 
o subtálamo, como o núcleo rubro, a substância negra e a formação reticular, formando a zona incerta do 
subtálamo. Além essas, o subtálamo apresenta formações próprias como o núcleo subtalâmico que possui 
conexões nos dois sentidos com o globo pálido através do circuito pálido-subtálamo-palidal, importantes 
para a regulação da motricidade somática. Lesões desse núcleo causam hemibalismo. 
 O subtálamo é atravavessado por vários feixes de fibras, detacando-se as fibras que, do globo pálido 
se dirigem ao tálamo ou ao núcleo subtalâmico. 
 
II. Epitálamo 
 
Contém formações endócrinas(pp é a pineal) e não-endócrinas(núcleos da habênula no trígono da 
habênula, comissura das habênulas, estrias medulares e comissura posterior – todos pertencem ao sistem 
límbico menos a comissura posterior). 
As estrias medulares possuem fibras originadas na área septal e que terminam nos núcleos da 
habênula do mesmo lado ou do lado oposto, cruzando na comissura das habênulas. Esses núcleos se ligam 
ao núcleo interpeduncular do mesnecéfalo pelo fascículo retroflexo, ligando o sistema límbico ao 
mesencéfalo. 
A comissura posterior é constituída por fibras que, da área pré-tectal de um lado, cruza para o núcleo 
de Edinger-Westphal, do lado oposto, intervindo no reflexo consensual. 
 
 
 
 Glândula Pineal 
Origina-se embriologicamente de um divertículo ependimário no tecto do III ventrículo, entre as 
comissuras posterior e habenular, formando um saco de epêndima em comunicação com a cavidade 
ventricular. As células ependimárias que formam esse divertículo multiplicam-se obliterando a luz do 
divertículo. Essas células diferenciam-se nos pinealócitos. Durante o desenvolvimento embrionário a pineal 
é invadida por tecido conjuntivo derivado da pia-máter, possuindo, então, essa gld uma estrutura com 
elementos mesodérmicos derivados da pia-mater(células e fibras do tecido conjuntivo frouxo) e 
neurectodérmicos derivados do epêndima(células da glia e pinealócito). No homem apresenta também 
concreções calcárias que aumentam com a idade e que possuem importância radiológica por se apresentarem 
opacas no raio X. 
A pineal é muito vascularizada e seus capilares são fenestrados, diferentemente dos do cérebro, 
havendo, por isso, ausência de barreira hemato-ecefálica. Sua inervação se dá por fibras pós-ganglionares do 
gânglio cervical superior, que penetram no ápice d gld e terminam em relação com os pinealócitos e com os 
vasos. 
 Funções: 
Produz o hormônio melatonina que é o principal responsável por suas funções. Esta é uma 
indolamina sintetizada pelos pinealócitos a partir da serotonina e esse processo é ativado pela noradrenalina 
liberada pelas fibras simpáticas. 
Durante o dia as fibras simpáticas possuem pouca atividade, havendo pouca liberação denoradrenalina e, consequentemente, baixa concentração de melatonina nos pinealócitos e na circulação. À 
noite, a inervação da pineal é ativada e a liberação da noradrenalina aumenta a concentração de melatonina 
circulante, por aumentar sua síntese. esse ritmo não é intrínseco da pineal, decorrendo da atividade rítmica 
do núcleo supraquiasmático do hipotálamo, transmitido à pineal pela sua inervação simpática. 
No homem a luz ag indiretamente sobre a glandula através de um circuito nervoso que envolve as 
conexões da retina com o núcleo supraquiasmático pelo tracto retino-hipotalâmico e deste com a pineal 
através do sistema simpático. Sendo assim, a luz inibe e o escuro ativa a pineal. 
Ação antigonadotrópica da Pineal: Em tumores de pineal ocorre uma destruição os pinealócitos, cessando 
a ação frenadora que a glândula tem sobre as gonadas. A pinealectomia no rato antes da puberdade causa 
adiantamento desse fenômeno, além de aumento no peso dos ovários, provando a ação antigonadotróica da 
pineal. Já a injeção de melatonina tem efeito oposto. Sendo assim, a luz possui efeito estimulador sobre as 
gônadas já que diminui a ação da pineal, diminuindo assim a inibição das gônadas por esta( no homem essa 
relação ainda é controvérsia). 
Regulação dos ritmos circadianos: Como o teor de melatonina circulante sofre uma variação circadiana 
esta pode estar envolvida n regulação de outros ritmos circadianos do organismo. Em mamíferos a 
pinealectomia causa a dessincronização de vários ritmos circadianos, assim como a administração de 
melatonina em horários adequados é capaz de mudar a fase dos ritmos circadianos podendo até mesmo 
corrigir alterações já existentes, sincronizando-os com o ritmo externo dia/noite. Este efeito se deve à ação 
da melatonina sobre o núcleo supraquiasmático que é muito rico em receptores de melatonina. 
Obs: A melatonina tem sido usada pra melhorar o mal-estar e a insônia observados após vôos internacionais 
em aviões a jato, quando o indivíduo é deslocado de uma região onde já é noite quando para seu relógio 
biológico ainda é dia. 
 
 
Estrutura e funções do tálamo 
 
É constituído de duas massas ovóides de tecido nervoso com o tubérculo anterior do tálamo e o 
pulvinar do tálamo unidos pela aderência intertalâmica. essas massas se relacionam medialmente com o III 
ventrículo, lateralmente com a cápsula interna, superiormente com a fissura cerebral transversa e com os 
ventrículos laterais e inferiormente com o hipotálamo e o subtálamo. Também pertencem ao tálamo os 
corpos geniculados, lateral e medial. 
É fundamentalmente constituído de substância cinzenta sendo que, a superfície dorsal é revestida por 
uma lâmina de substância branca, o extrato zonal do tálamo, que se estende até a face lateral onde se chama 
lâmina medular externa. Entre esta e a cápsula externa está o núcleo reticular do tálamo. O extrato zonal 
penetra no tálamo formando um septo, a lâmina medular interna em cujo interior estão os núcleos 
intralaminares do talamo(massas de subst cinzenta). 
I. Núcleos do Tálamo 
 
a) Grupo anterior 
Situados no tubérculo anterior do tálamo, esses núcleos recebem fibras dos núcleos mamilares pelo 
fascículo mamilo-talâmico e projetam fibras para o córtex do giro cíngulo, integrando o circuito de Papez, 
relacionando-se, portanto, com o comportamento emocional. 
 
 
 
b) Grupo posterior 
1) Pulvianr: conexõe recíprocas com a área de associação têmporo-parietal do córtex cerebral nos giros 
angular e supramarginal. Suas funções não são bem conhecidas. 
2) Corpo geniculado medial: recebe pelo braço do colículo inferior fibras do colículo inferior ou do 
lemnisco lateral, projetando fibras para a área auditiva do córtex cerebral. 
3) Corpo geniculado lateral: formado por camadas de substância branca e cinzenta, recebe pelo tracto 
óptico fibras provenientes da retina e projeta fibras para a área visual do córtex(bordas do sulco 
calcarino). 
 
c) Grupo lateral 
Núcleo situados lateralmente à lâmina medular interna, são divididos em um subgrupo dorsal e um 
ventral( + importante). 
1) Ventral anterior: recebe a maioria das fibras que do globo pálido se dirigem ao tálamo e projeta-se 
para as áreas motoras do córtex, tendo função ligada à motricidade somática. 
2) Ventral lateral: recebe fibras do cerebelo e projeta-se para áreas motoras do córtex, integrando a via 
cerebelo-tálamo-cortical. Também recebe fibras do globo pálido. 
3) Ventral póstero-lateral: núcleo relé das vias sensitivas, recebendo fibras dos leminiscos medial(tato 
epicrítico e propiocepção consciente) e espinhal(dor, temperatura, tato protopático e pressão). Projeta 
fibras para o córtex do giro pós-central, onde está a área somestésica 
4) Ventral póstero-medial: tb é relé das vias sensitivas. Recebe fibras do lemisnisco 
trigeminal(sensibilidade somática geral de parte da cabeça) e fibras gustativas provenientes do núcleo 
do tracto solitário(solitario-talâmicas). Projetam fibras para as áreas somestésica e gustativa do giro 
pós-central. 
No grupo lateral há também o núcleo reticular do tálamo que é atravessado por quase todas as fibras 
tálamo-corticais ou córtico -talâmicas que passam pela cápsula interna. Ao atravessas esse núcleo essas 
fibras dão colaterais que aí fazem sinapse. 
Obs: O núcleo reticular não possui conexões com o córtex sendo sua conexões principais com os demais 
núcleos talâmicos, admitindo-se que haja uma ação moduladora sobre a atividade desses núcleos. 
 
d) Grupo Mediano 
Núcleos próximo ao plano sagital mediano, na aderência intertalâmica ou na substância cinzenta 
periventricular. Possui conexões com o hipotálamo e, possivelmente, se relaciona com funções viscerais. 
 
e) Grupo medial 
Núcleos situados dentro da lâmina medular interna e o núcleo dorsomedial. Os núcleos 
intralaminares recebem um grande número de fibras da formação reticular e tem importante papel ativador 
sobre o córtex cerebral. O núcleo dorsomedial recebe fibras do corpo amigdalóide e do hipotálamo e tem 
conexões recíprocas com a área pré-frontal, se relacionando com o comportamento emocional. 
 
II. Relações tálamo-corticais 
 
Ocorre esse tipo de conexão na maioria dos núcleos talâmicos, sendo esta, geralmente, recíprocas 
formando as radiações talâmicas(fibras tálamo-corticais e córtex-talâmicas) que constituem grande parte da 
cápsula interna e seu maior contingente se destina às áreas sensitivas do córtex. 
No tálamo se diferenciam dois tipos de núcleos: os núcleos talâmicos específicos(ventral póstero-
lateral e corpo geniculado medial, p.e) que, quando estimulados, pode-se tomar potenciais evocados em 
apenas uma área específica do córtex e os núcleos talâmicos inespecíficos(intralaminares) cuja estimulação 
modifica os potenciais elétricos de territórios muito grande do córtex. Estes últimos recebem fibras da 
formação reticular, sendo que o sistema ativador reticular ascendente exerce sua ação sobre o córtex através 
desses núcleos, e, com suas conexões corticais, formam o sistema talâmico de projeção difusa. 
 
III. Correlações funcionais e clínicas sobre o tálamo 
 
As funções do tálamo se relacionam com: 
a) sensibilidade: todos os impulsos sensitivos, antes de chegar ao córtex cerebral, passam por 
um núcleo talâmico que retransmite os impulsos para áreas do córtex além de integra-los e 
modifica-los(exceto os impulsos olfatórios). O córtex só é capaz de interpretar 
corretamente impulsos já modificados pelo tálamo. Alguns impulsos sensitivos como de 
dor, temperatura, tato protopático e pressão são interpretados já em nível talâmico não 
precisando chegar ao cérebro para que haja essa interpretação. 
b) motricidade: através dos núcleos ventral anterior e ventral lateral interpostos, 
respectivamente,em circuitos pálido-corticais e cerebelo-corticais. 
c) comportamento emocional: através dos núcleos do grupo anterior, integrantes do sistema 
límbico e do núcleo dorsomedial com suas conexões com a área pré-frontal. 
d) ativação do córtex: através dos núcleos talâmicos inespecíficos e suas conexões com o 
sistema ativados reticular ascendente. 
Afecções do tálamo decorrentes de lesões em alguns vasos causam a síndrome talâmica onde há 
alterações da sensibilidade. Ocorre a chamada dor central, espontânea e pouco localizada e que se 
irradia a toda metade do corpo situada no lado oposto ao tálamo comprometido. Além disso, certos 
estímulos térmicos ou táteis desencadeiam sensações desproporcionalmente intensas, geralmente 
muito desagradáveis e não facilmente caracterizadas pelo doente. 
 
 
Anatomia macroscópica de telencéfalo 
 
 
O telencéfalo compreende os dois hemisférios cerebrais, incompletamente separados pela fissura 
longitudinal do cérebro cujo assoalho é formado pelo corpo caloso, e uma pequena parte da porção anterior 
do III ventrículo. Os hemisférios possuem cavidades, os ventrículos laterais, que se comunicam com o III 
ventrículo pelos forames interventriculares. Cada hemisférios possui os pólos frontal, occiptal e temporal e 
as faces súpero-lateral, medial e inferior. 
 
I. Sulcos e giros 
A superfície cerebral possui depressões chamadas sulcos que delimitam os giros cerebrais e permitem 
um aumento da superfície sem aumento do volume cerebral. Em cada hemisférios os sulcos mais 
importantes são o central(de Rolando) e o lateral(de Silvius): 
a) sulco lateral: separa o lobo temporal dos lobos frontal e parietal. Termina se dividindo em 
ramos ascendente, anterior e posterior, sendo os dois primeiros curtos e penetrantes no 
lobo frontal e o último, longo terminando no lobo parietal. 
b) sulco central: percorre obliquamente a face súpero-lateral, separando os lobos frontal e 
parietal. É ladeado por dois giros paralelos, o pré central e o pós-central. As áreas adiante 
do sulco central relacionam-se com a motricidade e as posteriores a este, com a 
sensibilidade. 
Os lobos cerebrais são denominados de acordo com os ossos com o qual se relacionam: lobos frontal, 
parietal, temporal e occiptal. Além desses, há a ínsula que é profunda ao sulco lateral e não se 
relaciona com osso algum. O lobo frontal está acima do sulco lateral e adiante do central. Na face 
medial o limite anterior do lobo occiptal é o sulco parieto-occiptal, enquanto na face súpero-lateral 
este limite é situado em uma linha imaginária que liga o sulco parieto-occiptal à incisura pré-occiptal. 
Do meio desta linha parte outra linha imaginária que limit o lobo temporal do parietal. 
 
 
II. Morfologia das faces e hemisférios cerebrais. 
a) Face súpero-lateral: convexa, relaciona-se com todos os ossos da abóbada. 
1) Lobo frontal: 3 sulcos principais, o pré-central, o frontal superior e o frontal inferior. Entre o sulco 
central e o pré-central está o giro pré-central(área motora principal). Acima do sulco frontal superior está 
o giro frontal superior. Entre este sulco e o frontal inferior está o giro frontal médio, enquanto abaixo do 
frontal inferior está o giro frontal inferior que se divide em 3 partes: orbital(à frente do ramo anterior do 
sulco lateral), triangular(entre os ramos anterior e ascendente) e opercular(posterior ao ramo 
ascendente). O giro frontal inferior esquerdo é o giro de Broca, centro cortical da palavra falada. 
2) Lobo temporal: 2 sulcos principais, os temporais superior e inferior. Entre o sulco lateral e o temporal 
superior etá o giro temporal superior; entre os sulcos temporais está o giro temporal médio enquanto 
abaixo do sulco temporal inferior está o giro temporal inferior, que se limita com o sulco occipto-
temporal. Afastando-se os lábios do sulco lateral, em seu assoalho(parte do giro temporal superior) estão 
os giros temporais transversos, sendo o anterior o mais evidente e importante pois nele se localiza o 
centro cortical da audição. 
3) Lobos parietal e occiptal: O parietal possui 2 sulcos principais, o pós-central e o intraparietal. Entre os 
sulcos central e pós-central está o giro pós-central(onde está a áreas somestésica, mais importante área 
sensitiva). O sulco intraparietal separa o lobo parietal inferior do superior. O inferior se divide nos giros 
supramarginal e angular. O lobo occiptal quase não se relaciona com essa face. 
4) Ínsula: Evidente quando se afasta os lábios o sulco lateral. Tem forma cônica e seu ápice é denominado 
límen da ínsula. Apresenta alguns sulco e giros como os sulcos circular e central da ínsula e os giros 
curtos e longo. 
 
b) Face medial 
1) Corpo caloso: formado por um grande nº de fibras mielínicas que cruzam o plano sagital mediano e 
penetram de cada lado do centro branco medular do cérebro, unindo áreas simétricas do córtex cerebral 
de cada hemisfério. O tronco do corpo caloso se dilata posteriormente para formar o esplênio e se flete 
anteriormente para formar o joelho que se afila para formar o rostro que continua em uma fina lâmina, a 
lâmina rostral, até a comissura anterior. Entre esta e o quiasma óptico está a lâmina terminal que também 
une os hemisférios e constitui o limite anterior do III ventrículo. 
2) Fórnix: feixe complexo de fibras, abaixo do esplênio do corpo caloso, constituído por duas metades 
laterais afastadas nas extremidades e unidas no trajeto abaixo do corpo caloso. A porção intermédia, 
unida, é o corpo do fórnix, enquanto as extremidades que se afastam são as colunas(anteriores) e as 
pernas(posteriores) do fórnix. as colunas terminam no corpo mamilar correspondente, enquanto as 
pernas divergem e penetram de cada lado no corno inferior do ventrículo lateral, onde se ligam ao 
hipocampo. No ponto onde as pernas se separam está a comissura do fórnix. 
3) Septo pelúcido: entre o corpo caloso e o fórnix, e formado por duas lâminas de tecido nervoso que 
delimitam uma cavidade muito estreita, a cavidade do septo pelúcido. Separa os dois ventículos laterais. 
4) Lobo occiptal: 2 sulcos importantes, o calcarino e o parieto-occiptal, entre os quais está o cúneos. 
adiante ao cúneos, no lobo parietal, está o pré-cúneos. Abaixo do sulco calcarino está o giro occípto-
temporal medial, que se contiua com o giro parahipocampal, no lobo temporal. 
5) Lobos frontal e parietal: 2 sulcos passam do frontal para o parietal, o do corpo caloso, que continua com 
o sulco do hipocampo, e o do cíngulo, que é separado do anterior pelo giro do cíngulo e termina se 
dividindo em um ramo marginal e um sulco subparietal. O sulco paracentral se destaca do sulco do 
cíngulo, delimitando com este e seu ramo margina o lóbulo paracentral, em cujas partes anterior e 
posterior se localizam, respectivamente, as área motora e sensitiva da perna e do pé. 
Obs: A região abaixo do rostro do corpo caloso, à frente da comissura anterior e da lâmina terminal é a área 
septal, um dos centros do prazer do cérebro. 
 
c) Face inferior: Duas partes, uma do lobo frontal e outra do temporal 
1) Lobo temporal: 3 sulcos principais, o occípto-temporal, o colateral e o do hipocampo. O giro temporal 
superior está entre os sulcos occípto-temporal e o temporal inferior, enquanto o giro occípto-temporal 
lateral(fusiforme) está entre o sulco colateral e o occípto-temporal. O sulco colateral delimita com o 
calcarino o giro occípto-temporal medial e com o do hipocampo o giro parahipocampal, cuja porção 
anterior forma o úncus. Este sulco pode ser contínuo com o sulco rinal. O giro parahipocampal se liga o 
do cíngulo pelo istmo do giro cíngulo. Úncus, giro parahipocampal, istmo do giro do cíngulo e giro do 
cíngulo formam o lobo límbico. 
2) Lobo frontal: sua face inferior apresenta o sulco olfatório.Medialmente a este está o giro reto que se 
continua com o frontal superior. O restante da face inferior desse lobo é formada pelos giros e sulcos 
orbitários. Pertencentes ao rinencéfalo, neste região, está o bulbo olfatório que se continua com o tracto 
olfatório. O bulbo recebe os filamentos que constituem o I par. Posteriormente, o tracto olfatório se 
bifurca formando as estrias olfatórias lateral e medial, que delimitam o trígono olfatório, atrás do qual 
está a substância perfurada anterior. 
 
III. Morfologia dos ventrículos laterais 
 
Cada ventrículo é uma cavidade fechada a não ser pelos forames interventriculares. Apresenta uma 
parte central e dois cornos que correspondem aos 3 pólos: anterior(frontal), posterior(occiptal) e 
inferior(temporal). Com exceção do corno inferior todas as partes desse ventrículo têm o teto formado pelo 
corpo caloso. 
O corno anterior está adiante do forame interventricular e sua parede medial é o septo pelúcido que 
separa os dois cornos anteriores. O assoalho forma tb a parede lateral e é formada pela cabeça do núcleo 
caudado. A parte central estende-se dentro do lobo parietal até o esplênio do corpo caloso, no trígono 
colateral. O tecto dessa parte é formado pelo corpo caloso e a parede medial pelo septo pelúcido e o assoalho 
une-se ao tecto e apresenta o fórnix, plexo corióide, parte lateral e face dorsal do tálamo, estria terminal, veia 
tálamo-estriada e núcleo caudado. O corno posterior estende-se para dentro do lobo occiptal e suas paredes 
são formadas pelas fibras do corpo caloso. O corno inferior curva-se em direção ao pólo temporal a partir do 
trígono colateral. Seu tecto é formado pela substância branca do hemisfério e apresenta em sua margem 
medial a cauda do núcleo caudado e a estria terminal. Na extremidade desta cauda está o corpo amigdalóide. 
O assoalho desse corno apresenta a eminência colateral e o hipocampo, uma elevação curva e muito 
pronunciada acima do giro para-hipocampal que se liga às pernas do fórnix pela fímbria do hipocampo. 
A pia-máter penetra entre o fórnix e o tálamo e constitui junto com o epêndima da cavidade 
ventricular o plexo corióide da parte central. Esse plexo acompanho o fórnix e a fímbria e atinge o corno 
inferior. Os cornos anterior e posterior não possuem plexo corióide. 
 
 
 
Estrutura e função dos núcleos da base e do centro branco medular do 
cérebro 
 
A) Núcleos da base 
Os núcleos da base são claustrum, corpo amigdalóide, núcleo caudado, globo pálido, putâmen(os 3 
últimos formam o corpo estriado), núcleo basal de Meynert e núcleo accumbens(formam o corpo estriado 
ventral). 
 
I. Corpo estriado 
Formado pelo núcleo caudado, putâmen e globo pálido, sendo que os 2 últimos formam o núcleo 
lentiforme. O núcleo caudado se relaciona em toda a extensão com os ventrículos laterais. Sua extremidade 
anterior é a cabeça do núcleo caudado que continua com o corpo que afina-se para formar a cauda. A cabeça 
funde-se com a parte anterior do núcleo lentiforme de quem é separado pela cápsula interna no resto de sua 
extensão. O putâmen e o globo pálido são separados pela lâmina medular lateral, sendo que o globo pálido 
se subdivide pela lâmina medular medial em parte externa e interna. o putâmen é mais ligado funcional e 
estruturalmente com o núcleo caudado formando com este o neoestriado(striatum) enquanto o globo pálido 
forma o paleoestriado(pallidum). 
Os impulsos aferentes do corpo estriado chegam ao neoestriado passando ao paleoestriado de onde 
saem a maioria das fibras eferentes do corpo estriado. Além desse, há o corpo estriado ventral, extensões 
ventrais do pallidum e do striatum que são semelhantes a seus correspondentes dorsais, tendo como 
diferença entre os dois o fato de que as estruturas da porção ventral têm conexões com as áreas do sistema 
límbico, enquanto as estruturas da porção dorsal são motoras somáticas. O striatum ventral tem como 
principal componente o núcleo accumbens(na união do putâmen com a cabeça do núcleo caudado). 
a) Conexões 
As funções do corpo estriado são exercidas através de um circuito básico que o liga ao córtex 
cerebral, o qual é modulado ou modificado por circuito subsidiários ou satélites que a ele se ligam 
1) Circuito básico: origina-se no córtex e, através das fibras córtico-estriatais, liga-se ao striatum de onde os 
impulsos passam ao globo pálido que através das fibras pálido-talâmicas liga-se aos núcleos ventrais 
anterior e lateral do tálamo, os quais se projetam para o córtex. Fecha-se assim o circuito córtico-
estriado-tálamo-cortical. As fibras córtico-estriatais originam em todas as áreas do córtex enquanto as 
tálamo corticais convergem para a área motora suplementar, onde se origina o tracto córtico-espinhal. 
Dessa forma, informações originadas em áreas diversas do córtex são processadas no corpo estriado e 
influenciam a atividade motora somática através do tracto córtico-espinhal. 
2) Circuitos subsidiários: se ligam ao básico e os mais importantes são os nigro-estriato-nigral e o pálido-
subtálamo-palidal. As fibras nigro-estriatais são dopaminérgicas e exercem ação moduladora sobre o 
circuito básico, fazendo sinapse com os neurônios espinhosos do neoestriado que recebem as fibras 
córtico-estriatais e seus axônios constituem as fibras estriato-palidais. Lesões das fibras nigro-estriatais 
causam a Síndome de Parkinson. O núcleo subtalâmico é capaz de modificar a atividade do circuito 
básico, agindo assim sobre a motricidade somática. Uma interrupção desse circuito provocada por lesão 
do núcleo subtalâmico causa hemibalismo. Nos vários componentes dos circuitos básico e subsidiários 
interagem neurônios excitadores e inibidores resultando em uma ação excitadora sobre as áreas corticais 
motoras. 
 
b) Considerações funcionais e clínicas 
O corpo estriado agindo sobre as áreas motoras do córtex através do circuito básico exerce influência 
não só sobre a execução do movimento já iniciado, mas tb sobre o próprio planejamento do ato motor. Para 
isso, acredita-se que são importantes suas projeções para a área motora suplementar do córtex, também 
envolvida no planejamento motor. Neurônios do corpo estriado são ativados não só durante os movimentos, 
mas tb antes de eles se iniciarem. Portanto, há um paralelo entre o papel do corpo estriado e do cerebelo na 
organização do ato motor voluntário, o qual se reflete tb na existência em ambos de um circuito fechado que 
os une ao córtex cerebral. Dentre as Síndromes dos núcleos da base merecem destaque: 
1) Doença de Parkinson: ocorre após os 50 anos causando tremor nas extremidades quando elas estão 
paradas, reigidez resultante de uma hipertonia de toda a musculatura esquelética e oligocinesia 
manifestada por uma lentidão e redução da atividade motora espontânea, na ausência de paralisia além 
de haver dificuldade de se dar início a um movimento. A lesão geralmente está na substância negra, 
resultando em diminuição de dopamina nas fibras nigro-estriatais, cessando a atividade moduladora 
sobre o circuito motor básico. A moderna terapêutica da doença vis aumentar o teor de dopamina nessas 
fibras. 
2) Coréia: movimentos involuntários rápidos e de grande amplitude 
3) Atetose: movimentos involuntários lentos e sinuosos, especialmente dos antebraços e mãos 
4) Hemibalismo: movimentos involuntários violentos de uma das extremidades que podem não 
desaparecer com o sono e causar exaustão. Resulta quase sempre de lesão vascular do núcleo 
subtalâmico, o que interrompe a atividade moduladora desse núcleo sobre o globo pálido. 
Lesões do corpo estriado e dos núcleos a ele ligados causam sintomas de dois tipos: hipercinéticos e 
hipocinéticos, onde há aumento e diminuição da atividade motora mediada pelo córtex. Nos primeiros háaumento exagerado e, nos segundos, uma diminuição da atividade excitadora que o circuito básico do corpo 
estriado exerce sobre a área motora do córtex cerebral e que a atinge pela parte final desse circuito, ou seja, 
as fibras tálamo-corticais. 
 
II. Núcleo basal de Meynert. Doença de Alzheimer 
É constituído de um conjunto de neurônios colinérgicos grandes situados na substância inominata, 
entre o globo pálido e a superfície ventral do hemisfério. Recebe fibras de várias áreas do sistema límbico e 
dá origem à quase todas as fibras colinérgicas do córtex, que dele se projetam a quase todas as áreas 
corticais. No Mal de Alzheimer(demência pré-senil) ocorre uma perda progressiva da memória e do 
raciocínio abstrato por degeneração dos neurônios desse núcleo, que, através de suas conexões com o 
sistema límbco e com o córtex tem um importante papel relacionado com a memória e com as funções 
psíquicas superiores. 
 
III. Claustrum 
Delgada calota de substância cinzenta entre o córtex da ínsula(separados pela cáopsula extrema) e o 
núcleo lentiforme(separados pela cápsula externa). 
 
IV. Corpo amigdalóide 
Massa esferóide de substância cinzenta no pólo temporal do hemisférioem relação com o núcleo 
caudado. Faz parte do sistema límbico e é um importante regulador do comportamento sexual e da 
agressividade. 
 
B) Centro branco medular cerebral 
É constituído de fibras mielínicas que podem ser de projeção ou de associação sendo que as primeiras 
ligam o córtex a centros subcorticais enquanto as segundas ligam áreas corticais situadas em pontos 
diferentes do cérebro. Estas últimas podem ser divididas em fibras de associação intrahemisféricas ou inter-
hemisféricas. 
a) Intra-hemisféricas: classificam-se em curtas e longas. As curtas associam áreas vizinhas 
do córtex e são também chamadas fibras arqueadas do cérebro ou em U. Já as longas 
unem-se em 4 fascículos: do cíngulo, que percorre o giro de mesmo nome unindo o lobo 
temporal e o frontal passando pelo parietal; longitudinal superior(arqueado) que liga os 
lobos frontal, parietal e occiptal pela face súpero-lateral; longitudinal inferior que une o 
pólo occiptal ao temporal; e unciforme que liga o lobo frontal ao temporal passando pelo 
fundo do sulco lateral. 
O fascículo arqueado tem um papel importante na lnguagem na medida em que estabelece conexão 
entre os centros anterior e posterior da linguagem. 
b) Inter-hemisféricas(comissurais): fazem união entre as áreas simétricas dos dois 
hemisféricos. As principais são: comissura do fórnix cujas fibras se dispõe entre as duas 
pernas do fórnix e estabelecem conexão entre os dois hipocampos; comissura anterior que 
tem uma porção olfatória que liga os bulbos e o tractos olfatórios, e uma porção não-
olfatório que estabelece união entre os lobos temporais; e corpo caloso, conexão entre as 
áreas corticais simétricas dos dois hemisférios, com exceção daquelas do lobo temporal, 
permitindo a transferência de conhecimentos e informações de um hemisfério para o 
outro, fazendo comque funcionem harmonicamente. 
 
V. Fibras de projeção 
Agrupam-se para formar o fórnix e a cápsula interna. O fórnix liga o hipocampo aos núcleos 
mamilares, integrando o circuito de Papez do sistema límbico. 
A cápsula interna é um grande feixe de fibras que separa o tálamo do núcleo lentiforme acima do 
qual se continua com a coroa radiada, continuando, abaixo, com a base do pedúnculo cerebral. Se divide em 
3 partes: perna anterior, perna posterior e joelho. Por ela passa a maioria das fibras que saem ou que entram 
no córtex. Entre as fibras originadas no cérebro(descendentes) temos os tractos córtico-espinhal, nuclear, 
pontino, reticulares, rubros e estriatais. Já as que se dirigem ao córtex passam vem do tálamo e são as 
radiações óptica e auditiva. 
Estas fibras tem posições bem definidas podendo ser lesadas separadamente. As radiações talâmicas 
levam ao córtex a sensibilidade somática geral. 
Lesões da cápsula interna decorrentes de hemorragias ou obstruções de seus vasos constituem os 
chamados “derrames cerebrais” que geralmente causam hemiplegia e diminuição da sensibilidade na metade 
posta do corpo. 
 
 
 
Estrutura e funções do córtex cerebral 
 
 No córtex chegam os impulsos de todas as vias de sensibilidade que aí se tornam conscientes e são 
interpretadas. Do córtex saem os impulsos que iniciam e comandam a atividade motora voluntária e com ele 
estão relacionados os fenômenos psíquicos. 
 
I. Citoarquitetura 
A estrutura do córtex cerebral é muito complexa e heterogênea, diferindo do cerebelo. Há dois tipos 
de córtex: isocórtex e alocórtex sendo que no primeiro há seis camadas: I. molecular; II. granular externa; 
III. piramidal externa; IV. granular interna; V piramidal interna; VI. de células fusiformes. 
Há vários tipos de neurônios corticais: 
a) células granulares(estreladas): seu axônio estabelece conexões com as células vizinhas, sendo o 
principal interneurônio cortical, estabelecendo conexões entre os demais neurônios e fibras do 
córtex. A maioria das fibras que chegam ao córtex estabelecem sinapses com essas células que 
são as principais células receptoras do córtex, se apresentando em todas as camadas. 
b) piramidais: As gigantes são denominadas células de Betz e ocorrem apenas na área motora do 
giro pré-central. Possuem dendritos apicais, que se destaca do ápice da pirâmide se dirigindo a 
camadas mais superficiais, e basais que distribuem-se próximo ao corpo. Seus axônios tem 
direção descendente ganhando a substância branca como fibra eferente. Aparece em todas as 
camadas. 
c) fusiformes: axônio descendente que penetra no centro medular sendo portanto efetuadoras. 
Predominam na VI camada 
d) células de martinotti: possuem dendritos que se ramificam nas proximidades do corpo celular e 
um axônio ascendente. 
e) células horizontais(de Cajal): seus dendritos e axônios são horizontais. Estão somente na camada 
molecular e são intracorticais de associação. 
II. Fibras e circuitos corticais 
As fibras de projeção aferentes do córtex podem ser talâmicas ou extra talâmicas sendo que as 
últimas são monoaminérgicas originadas na formação reticular ou colinérgicas originadas no núcleo basal de 
Meynert. Estas distribuem-se a todo o córtex mas sua terminação nao é uniforme, dependendo do tipo de 
fibra e da área cortical, o que indica uma ação não-generalizando, aumentando ou diminuindo a atividade de 
áreas específicas em determinadas etapas do processamento da informação. Possuem ação moduladora, 
interferindo nas características fisiológicas das células, modificando assim o seu funcionamento. A 
degeneração dessas fibras, como ocorre na doença de Alzheimer, associa-se a uma completa disfunção 
cortical. 
As fibras aferentes dos núcleos talâmicos inespecíficos tb se distribuem a todo o córtex onde exercem 
ação ativadora como parte do SARA e terminam em todas as camadas, pp nas 3 superficiais. Já as radiações 
talâmicas terminam na camada IV, camada muito desenvolvida nas áreas sensitivas. 
As fibras de projeção eferentes estabelecem conexão com vários centros subcorticais. A grande 
maioria dessas fibras se origina na camada V(muito desenvolvida nas área motoras) e são axônio das células 
piramidais aí localizadas. As demais camadas são predominantemente de associação. 
Um grande nº de fibras corticais são mielínicas e agrupam-se em raias(perpendicularea à superfíceie) 
ou em estrias(paralelas à superfície). As duas estrias mais evidentes são as de Baillarger externa e interna. As 
raias corticais delimitam colunas verticais formadas principalmente por células e atingem toda a espessura 
do córtex, havendo grande semelhança funcional entre os neurônios dentro de uma mesma coluna. Sendoassim, as conexões entre as células corticais se fazem preferencialmente no sentido vertical, entre células da 
mesma coluna. 
 
III. Classificação das áreas corticais 
a) anatômica: baseia-se na divisão do cérebro em sulcos e giros 
b) filogenética: córtex dividido em arquicórtex(hipocampo), paleocórtex(úncus e parte do giro para-
hipocampal) e neocórtex(resto). Arqui e paleo ocupam áreas relacionadas com a olfação e o 
comportamento emocional. 
c) estrutural: Isocórtex é o córtex que tem 6 camadas e alocórtex é o que nunca as tem. No iso 
homotítico as 6 camadas são sempre bem individualizadas, enquanto no heterotípico não o são pela 
presença de muitas células granulares e piramidais. No iso heterotípico granular(áreas sensitivas) há 
muitas células granulares qu chegam a invadir as camadas III e V. Já no iso heterotípico 
agranular(áreas motoras) há enorme quantidade de células piramidais inclusive nas camadas 
granulares. 
d) funcional: inicialmente a clasificação foi em áreas de projeção(conexões com áreas subcorticais) e 
áreas de associação(conexão apenas com áreas corticais) apesar de todas as áreas corticais possuírem 
conexões com áreas subcorticais como o SARA. Sendo assim, as áreas de projeção recebem ou dão 
origem a fibras diretamente relacionadas com a sensibilidade ou com a motricidade enquanto as de 
associação etão relacionadas com funções psíquicas complexas. as áreas de projeção são divididas 
em sensitivas e motoras. Outro tipo de divisão é de acordo com o grau de relacionamento com a 
motricidade ou sensibilidade. as áreas primárias(de projeção) são diretamente ligadas a esse tipo de 
impulsos enquanto as secndárias e terciárias, de associação. As primeiras são unimodais, sendo 
relacionada indiretamnente com sensibilidade e motricidade(conexão com áreas primárias de mesma 
função) e as segundas, supramodais, envolvidas com atividades psíquicas superiores(conexões com 
várias áreas unimodais ou outras supramodais). 
 
IV. Áreas de projeção 
Só há uma área primária motora, no lobo frontal, e várias sensitivas nos demais lobos, sendo que cada 
tipo de sensibilidade especial possui uma área primária própria e as várias sensibilidades gerais se unem 
numa única área primária, a área somestésica. 
1) Áreas sensitivas primárias 
a) Área somestésica 
Localizada no giro pós-central(áreas 3, 2 e 1 de Brodmann). Aí chegam as radiações talâmicas que se 
originam nos núcleos ventrais póstero-lateral e póstero-medial e trazem impulsos relacionados à dor, 
temperatura, pressão, tato e propriocepção consciente do lado oposto. existe uma correspondência entre as 
partes do corpo e partes da área sometésica(somatotopia). assim, na porção superior do giro pós-central, na 
face medial, está a área dos órgãos genitais e pé, seguida, na parte súpero-lateral das áreas da perna, tronco e 
do braço, todas pequenas.Mais abaixo vem a área da mão(muito grande), seguida da cabeça, onde face e 
boca tb tem uma representação grande. Por último vem as áreas da língua e da faringe. 
Lesões dessa área podem ocorrer como consequência de acidentes vasculares cerebrais que 
comprometem as cerebrais média ou anterior, havendo perda da sensibilidade discriminativa da lado oposto. 
 
 
 
 
b) Área visual 
Localiza-se nos lábios do sulco calcarino( área 17 de Broadmann). Aí chegam as fibras do tracto 
genículo-calcarino, originadas no corpo geniculado lateral. Existe uma correspondência perfeita entre a 
retina e córtex visual, sendo que a ablação bilateral da área 17 causa cegueira completa. 
 
c) Área auditiva 
Situada no giro temporal transverso anterior(áreas 41 e 42 de Brosmann). Nela chegam as fibras da 
radiação auditiva que se originam no corpo geniculado medial. Lesões bilaterais nesse giro causam surdez 
completa e lesões unilaterais causam défcits auditivos pequenos poism ao contrário das dmais vias de 
sensibilidade, a via auditiva não é totalmente cruzada(cada cóclea representa-se no córtex dos dois 
hemisférios). Nessa área há tonotopia(sons de determinadas frequências projetam-se em áreas determinadas 
desta área. 
 
d) Área vestibular 
Localiza-se no lobo parietal próximo ao território da área somestésica correspondente à face, estando 
mais relacionada com a área de projeção da sensibilidade proprioceptiva do que com a auditiva. 
 
e) Área olfatória 
Ocupa apenas uma pequena área na parte anterior do úncus e do giro para-hipocampal. Certos casos 
de epilepsia local do úncus causam alucinações olfatórias(crises uncinadas). 
 
f) Área gustativa 
Porção inferior do giro pós-central(área 43). Lesões dessa área provocam diminuição da gustação na 
metade oposta da língua. 
 
2) Área motora primária 
Parte posterior do giro pré-central(área 4). Nessa área há uma somatotopia correspondente à já 
descrita para a área somestésica. Há uma grande extensão da área correspondente à mão comparada às do 
tronco e membro inferior, o que mostra que a representação cortical de uma parte do corpo na área 4 é 
proporcional não ao seu tamanho, mas à delicadeza dos movimentos realizados pelos grupos musculares aí 
localizados. 
As principais conexões aferentes dessa área são com o tálamo(através do qual recebe informações 
sobre o cerebelo), com a área somestésica e com as áreas pré-motora e motora suplementar. Dá origem à 
maior parte das fibras do tracto córtico-espinhal e córtico-nuclear, vias da motricidade voluntária. 
 
V. Áreas de associação com o córtex 
Ocupam um território cortical muito maior do que o das áreas de projeção o que pode ser relacionado 
com o grande desenvolvimento das funções psíquicas do homem. 
 
1) Áreas de associação secundária 
Relacionam-se, ainda que indiretamente, com alguma modalidade de sensção ou com a motricidade. 
Podem ser sensitivas e motoras. 
 
a) Áreas de associação secndárias sensitivas 
 área somestésica secundária: no lobo parietal superior, atrás da área somestésica priméria( 
áreas 5 e parte da 7) 
 área visual secundária: adiante da visual primária(áreas 18 e 19), estendendo-se ao lobo 
temporal(áreas 20, 21 e 37) 
 área auditiva secundária: no lobo temporal, circundando a auditiva primária(área 22) 
As áreas secundárias recebem aferências pp das áreas primárias correspondentes e repassam as 
informações para outras áreas do córtex, especialmente as supramodais. 
Para entendimento da função dessas áreas a descrição dos processos mentais envolvidos na 
identificação de um objeto se torna necessária. Essa identificação se faz em duas etapas: de sensação, onde 
toma-se consciência das características sensoriais do objeto(forma, dureza, cor, tamanho,...) e de 
interpretação, onde tais características são comparadas com o conceito do objeto existente na memória. A 1ª 
faz-se na área sensitiva de projeção e a 2ª, que envolve processos psíquicos complexos, dependem da 
integridade das áreas secundárias. A lesão das áreas primárias causa deficiência sensorial, como cegueira ou 
surdez, o que não ocorre nas áreas secundárias, onde há agnosia(perda da capacidade de reconhecer o 
objeto). 
 
b) Áreas de associação secundária motoras 
Lesões dessas áreas causam apraxias que correspondem às agnosias. Nesse caso há incapacidade de 
executar um movimento voluntário, sem déficit motor, estando a lesão em áreas corticais de 
associação relaconada com o planejamento dos atos voluntários. São 3: 
 Área motora suplementar: parte mais alta da área 6 na face medial do giro frontal 
superior. Suas principais conexões são com o corpo estriado(para o planejamento motor), 
via tálamo, e com a área motora primária. Relaciona-se com a concepção ou planejamento 
de sequências complexas de movimentos e sabe-se que ela é ativada junto com a área 
motora primárias. 
 Área pré-motora:no lobo frontal, adiante da motora primária e ocupa toda a área 6 na face 
lateral. Suas respostas são menos localizadas que as da área 4 e envolvem grupos 
musculares maiores, como tronco ou base dos membros. Nas lesões dessa área esses 
músculos sofre paresia. Tem projeções com a formação reticular de onde se origina o 
tracto retículo-espinhal, responsável pelo controle motor da musculatura axial e proximal 
dos membros e com a área motora primária e recebe aferências do cerebelo(via tálamo) e 
de várias áreas de associação do córtex. Através da via córtico-retículo-espinhal coloca o 
corpo em uma postura básica preparatória para o movimento delicado. 
 Área de Broca: parte opercular e triangular o giro frontal inferior(área 44 e 45). É 
responsável pela programação da atividade motora representada pela expressão da 
linguagem. Lesões dessas áreas causam afasias. 
 
2) Áreas de associação terciárias 
Não se relacionam com nenhuma modalidade sensorial. Recebem e integram as informações 
sensoriais já elaboradas por todas as áreas secundárias e são responsáveis também pela elaboração 
das diversas estratégias de comportamento. 
 Área pré-frontal: Parte anterior, não motora, do lobo frontal. Através dos fascículos de 
associação do córtex recebe fibras de todas as demais áreas de associação do córtex, 
ligando-se ainda ao sistema límbico. São especialmente importantes as conexões 
recíprocas que mantém com o núcleo dorsomedial do tálamo. Está envolvida com as 
seguintes funções: escolha das opções e estratégias comportamentais mais adequadas à 
situação física e social assim com a capacidade de alterá-las quando tais situações se 
modificam; manutenção da atenção, assim como outras áreas cerebrais, mas participando 
nos aspectos mais complexos como a seguir sequências ordenadas de pensamentos; e 
controle do comportamento emocional. 
 Área temporoparietal: todo o lobo parietal inferior(áreas 39 e 40) estendendo-se às 
margens do sulco temporal superior e parte do lóbulo parietal superior. está entre as áreas 
auditiva, visual e somestésica, integrando tais informações, É importante para a percepção 
espacial, permitindo determinar as relações entre os objetos no espaço extrapessoal e 
permite que se tenha uma imagem das partes componentes do próprio corpo. O quadro 
clínico mais característico das lesões desta área é a chamada síndrome da negligência, que 
se manifesta por lesões no lado direito(hemisfério de processos visuo-espaciais) havendo 
negligência em relação ao seu corpo ou ao espaço exterior. 
 Áreas límbicas: giro do cíngulo, giro para-hipocampal e hipocampo. 
 
 
 
VI. Áreas relacionadas com a linguagem 
Há no cérebro uma área anterior(de Broca), relacionada com a expressão da linguagem e outra 
posterior(de Wernicke), na junção entre os lóbulos temporal e parietal(área 22) relacionada com a percepção 
da linguagem, ambas de associação. Essas duas estão ligadas pelo fascículo longitudinal superior, através do 
qual as informações para expressão da linguagem são passadas da área de Wernicke para a de Broca. Lesões 
nessas áreas causam afasias que podem ser de dois tipos: motora(de expressão), que ocorre na área de Broca, 
e sensitiva(de percepção) que ocorrem na área de Wernicke. Na 1ª o indivíduo não compreende a linguagem 
falada ou escrita mas tem dificuldade de se expressar adequadamente. Na 2ª a compreensão da fala e da 
escrita são deficientes e há tb déficit na expressão pois o perfeito funcionamento da área de Broca depende 
das informações vindas da área de Wernicke. Quando o fascículo é lesado há a afasia de condução onde a 
compreensão é normal e a expressão é deficiente. 
 
VII. Assimetria das funções corticais 
As afasias estão sempre relacionadas com lesões no hemisfério esquerdo o que demonstra que os 
hemisférios não são simétricos e que as áreas da linguagem estão nesse hemisfério assim como o raciocínio 
matemático. Já o direito se relaciona com habilidades artísticas, relações espaciais e fisionomia. Esta 
assimetria manifesta-se apenas nas áreas de associação, sendo as de projeção iguais dos dois lados. 
Essa assimetria torna mais importante o papel do corpo caloso de transmitir informações entre os 
hemisférios. Quando essa comissura é seccionada, a pessoa é incapaz de descrever um objeto colocado em 
sua mão esquerda podendo fazê-lo quando na mão direita. Isso ocorre pois as impressões sensoriais da mão 
direita chegam ao hemisfério esquerdo, dominante, onde há os centros da linguagem enquanto as da mão 
esquerda chegam ao hemisfério direito. Com o corpo caloso seccionado não há transmissão das informações 
entre os hemisférios não tendo como essas informações chegarem ao centro da linguagem no hemisfério 
esquerdo. 
 
 
Sistema límbico e a anatomia das emoções 
 
No estudo da emoção distingui-se um componente central, subjetivo, e outro periférico, o 
comportamento emocional que envolve padrões de atividade motora, somática e visceral características de 
cada emoção e espécie. A maioria das áreas relacionadas com emoções está também relacionada com a 
motivação, ou seja, aqueles estados de necessidade ou de desejo essenciais à sobrevivência como fome, sede 
ou sexo. Além disso essas áreas controlam o sistema nervoso autônomo. 
 
I. Tronco encefálico 
Os neurônios nele localizados influenciam os centros encefálicos da regulação das emoções através 
das vias monoaminérgicas aí localizadas. Tem um papel efetuador 
No tronco estão localizados vários núcleos de nervos cranianos, além de centros viscerais. a ativação 
dessas estruturas por impulsos tele ou diencefálicos ocorre nos estados emocionais, resultando nas 
manifestações que acompanham a emoção. Além disso, as vias descendentes que passam pelo tronco ativam 
neurônios medulares permitindo aquelas manifestações periféricas dos fenômenos emocionais que se fazem 
por nervos emocionais ou pelos sistemas simpático ou parassimpático sacral. Também aí se originam fibras 
monoaminérgicas do SNC que projetam-se para o di e telencéfalo, exercendo ação moduladora sobre os 
neurônios e circuitos nervosos existentes nas áreas relacionadas com a emoção. 
 
II. Hipotálamo 
O sistema límbico, através de suas conexões exerce uma ação moduladora sobre o hipotálamo 
posterior que, quando liberado funciona como agente da expressão das manifestações que caracterizam a 
raiva. O hipotálamo tem portanto, um papel preponderante como coordenador das manifestações periféricas 
das emoções. A estimulação de certas áreas do hipotálamo desperta uma sensação de prazer, o que sugere 
sua participação no componente central da emoção. 
 
 
III. Tálamo 
A importância dos núcleos dorsomedial e anteriores do tálamo na regulação das emoções decorre de 
suas conexões. O 1º liga-se ao córtex da área pré-frontal, ao hipotálamo e ao sistema límbico enquanto os 
outros ligam-se ao corpo mamilar e ao córtex do giro do cíngulo, fazendo parte do sistema límbico. 
Obs: a área pré-frontal tb faz parte mais já foi citada. 
 
IV. Sistema límbico 
Seu córtex é mais simples que o do isocórtex que o circunda. O mecanismo da emoção envolve as 
estruturas do chamado lobo límbico, do hipotálamo e do tálamo, todas unidas pelo circuito de Papez que não 
só elabora o processo subjetivo central como participa de sua expressão. Pode ser conceituado como um 
sistema relacionado com a regulação dos processos emocionais e do SNA constituído pelo lobo límbico e 
pelas estruturas subcorticais a ele relacionadas. 
 
 
1) Componentes do sistema límbico 
a) Corticais: giro do cíngulo(córtex intermediário ao alo e ao isocórtex, sendo percorrido pelo fascículo 
do cíngulo); giro para-hipocampal(constituído de paleocórtex); e hipocampo(constituído de 
arquicórtex, projetando-se

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