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RAYSSA VASCONCELOS – MEDICINA - 2017.1 ANESTÉSICOS LOCAIS (resumo) 1. DEFINIÇÃO 2. FATORES QUE INTERFEREM NA AÇÃO 3. TIPOS DE FIBRAS NERVOSAS 4. MECANISMOS DE AÇÃO 5. TIPOS DE ANESTÉSICOS LOCAIS 6. RELAÇÃO ESTRUTURA E ATIVIDADE 7. PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS 8. CLASSIFICAÇÃO FARMACOCINÉTICA 9. TOXICIDADE DOS ANESTÉSICOS LOCAIS DEFINIÇÃO: São fármacos que inibem reversivelmente o processos de excitação e condução do impulso nervoso ao longo das fibras nervosas sem produzir inconsciência. • Podem ser administrados por: injeção ou tópico. • Dependendo da dose pode ocasionar paralisia motora. É aplicado uma injeção que alcance apenas as fibras que devem ser anestesiado. Já o anestésico tópico é absorvido pelas camadas superiores da epiderme até alcançarem as fibras nervosas onde se deseja anestesiar. Em ambos a droga se difundirá para periferia dos nervos. Obs: a aplicação tópica é mais aconselhada nas mucosas. Obs: imagem mostra processo inflamatório, porém o objetivo era mostrar cél. Nervosa até medula. RAYSSA VASCONCELOS – MEDICINA - 2017.1 MECANISMOS DE AÇÃO: Agem bloqueando, reversivelmente, os canais de Na+ e assim impedindo a condução do estímulo nervos, assim não permitindo sua excitabilidade e sua condutibilidade. • Se isso ocorrer em células nociceptivas, promoverá analgesia e eliminação da dor. O anestésico local impede que a célula alcance o potencial de ação, permanecendo assim em seu potencial de repouso. Eles podem agir em vias hidrofóbicas ou hidrofílicas, tudo vai depender da sua composição. Hidrofóbicas vão atravessar a membrana plasmática, bainha de mielina, até alcançar o canal iônico do sódio Na+, seja ele aberto, seja ele fechado, os anestésicos atuarão de forma simultânea. Hidrofílicos vão ter acesso apenas pelo próprio canal iônico aberto. Em canais iônicos fechados não vão conseguir atuar. FATORES QUE INTERFEREM NA AÇÃO • O tamanho da molécula pode determinar o tempo de ação dos anestésicos. Moléculas menores desprendem mais rapidamente dos seus receptores, ou seja, tem um curto prazo de duração. • A solubilidade lipídica da molécula determina a via que este anestésico vai atuar, ou seja, se ele vai atravessar a membrana, a bainha de mielina e atuar nos dois canais de Na+ (fechados e abertos), ou se vai atuar apenas nos canais de Na+ abertos que é o que ocorre nos anestésicos hidrofílicos. RAYSSA VASCONCELOS – MEDICINA - 2017.1 • O tipo de fibra que vai bloquear. As fibras finas e mais delgadas de condução lenta, possuem um efeito anestésico mais rápido, já as fibras mais grossas e de condução rápida possuem efeito anestésico mais lento. • O pH do meio vai interferir bastante, pois a maioria dos anestésicos locais são bases fracas, ou seja se ionizam em meio ácidos o que altera a proporção das quantidades dos anestésicos. • Concentração dos anestésicos: A maior quantidade dos anestésicos promove a maior disponibilidade deles para bloquearem maiores quantidades de canais de Na+. • Associações com vasoconstritores promove maior tempo desses anestésicos no tecido em que foi aplicado. Com os vasoconstritores não permitirá que esse anestésico alcance os vasos e seja levado para o sistema e assim reduzindo seu efeito local, promovendo assim maior duração desses medicamentos locais. ANESTÉSICOS LOCAIS: Vão atuar em nervos e membranas excitáveis. Nervos: vão depender do diâmetro e da mielinização. Atuam primeiro em fibras menores e com aferência a dor, posteriormente atuam em fibras com maiores diâmetros, estas que responsáveis pelo tato e função motora. Além disso as fibras mielinizadas são mais sensíveis das que não são mielinizadas. Membranas excitáveis: músculos estriados nas junções neuro/efetoras há sensibilidade as ações bloqueadoras dos anestésicos locais, porém não tem grande significado clínico. Músculo cardíaco possui maior relevância como por exemplo a lidocaína que possui ação antiarrítmica. RAYSSA VASCONCELOS – MEDICINA - 2017.1 SEQUÊNCIA DOS BLOQUEIOS DOS ANESTÉSICOS LOCAIS: • Dor; • Frio; • Calor; • Tato e compressão profunda; • Função motora. CONSTITUIÇÃO DOS FÁRMACOS ANESTÉSICOS Os fármacos anestésicos locais são constituídos por 3 partes, uma hidrofóbica, hidrofílica e uma ponte que conecta ambas as partes, sendo esta conexão é quem divide os anestésicos em Ésteres e Amidas. Ésteres: são fármacos facilmente hidrolisados devido a colinesterase plasmática, com essa hidrólise reduz-se o efeito anestésico do fármaco. Cocaína (uso tópico porém gera dependência se injetado ou ingerida), procaína (parenteral e possui um grupamento amina na estrutura lipófila que aumenta a atividade anestésica), tetracaína (tópico são mais estáveis devido ao grupo etilamina o que gera um metabolismo mais lento) e benzocaína (tópico). Amidas: São fármacos mais resistentes a hidrólise, e são degradados por enzimas microssomais no fígado. RAYSSA VASCONCELOS – MEDICINA - 2017.1 Lidocaína(resistência a degradação devido ao impedimento estérico de grupos volumosos do benzeno), pirrocaína (anelação do fármaco gera restrição conformacional e aumenta o potencial do fármaco), prilocaína, ropivacaína, bupivacaína e mepivacaína. Lidocaína e pirrocaína: por terem essas características possuem maior duração do tempo e efeito. CARACTERÍSTICAS DOS ANESTÉSICOS LOCAIS POTÊNCIA: Relacionada a solubilidade. Quanto maior a lipossolubilidade maior potência do anestésico, por exemplo: a a solubilidade da Bupivacaína é de 3420 e tem uma potência 4x maior que a lidocaína que possui uma lipossolubidade de 366. LATÊNCIA: Tempo para o início da ação. Depende da proporção da base não-ionizada/ionizada. Quanto maior essa quantidade de base não ionizada mais rápido é o início de ação. Devido a basicidade de alguns anestésicos e o meio ácido, estes fármacos sofrem ionização e por isso deixando seu início de ação mais lento, vai demorar mais a fazer o efeito do anestésico. Exemplo: em um meio com pH de 7,4 a bupivacaína que possui um pKa de 8,1(básico) e a lidocaína que possui um pKa de 7,9 (ácido), este tem seu início de ação mais rápida do que aquele. Isso ocorre devido as formas protonadas ou não protonadas do anestésico. A forma protonada liga- se preferencialmente ao canal de Na+ no estado aberto e inativo. A forma protonada poderá ultrapassar a membrana plasmática, independe do canal iônico está aberto ou fechado. No meio ácido diante de uma infecção (pH=7,2, fica mais ácido, normal é 7,4) com um anestésico de pKa de 8,1, levará a formação de mais anestésicos protonados e assim levando mais tempo para agir. Diferente de um meio alcalino como quando adiciona-se bicarbonato (pH=8,2) com um anestésico de pKa de 7,8, haverá mais formação de forma molecular e não protonada, assim aumentando a disponibilidade do anestésico, assim diminuindo o tempo na qual o fármaco começará seus efeitos da administração. DURAÇÃO DE AÇÃO: Relacionada a ligação com proteínas plasmáticas. Por exemplo: a lidocaína possui ligação proteica de 64 (1-2horas), diferente da bupivacaína que possui ligação proteica de 95 (4-8horas). Devido ao pKa dos anestésicos amidas, ele terá um início de ação mais rápida comparada aos de ésteres que terá um início de ação mais lento devido a sua ação ionizada ser maior (menos moléculas no meio, pois sofre ionização). RAYSSA VASCONCELOS – MEDICINA - 2017.1 DURAÇÃO DA AÇÃO CURTA: Procaína MÉDIA: lidocaína, Prilocaína. LONGA: Tetracaína, Bupivacaína Etidocaína. RAYSSA VASCONCELOS – MEDICINA - 2017.1 Na prática podemos associar o início da duração com seu tempo de duração. Por exemplo: Lidocaína inicia-se em 2min e possui uma duração cerca de 2horas. Podemos também associar os fármacos, para que tenha um início rápido comuma longa duração, por exemplo: Lidocaína + tetracaína, terá início em 2min com duração de 4 horas e meia. ASSOCIADO A VASOCONSTRITORES Outra forma de aumentar o tempo de ação dos fármacos é associá-los com vasoconstritores, isso faz com que diminua a absorção sistêmica, além de diminuir atoxicidade(atua em células sistema nervoso central e células cardíacas) e aumenta a duração deste fármaco. OBS: Contra indicado essa associação em extremidades. EFEITOS ADVERSOS DOS ANESTÉSICOS LOCAIS Ações Cardiovasculares: • Redução da frequência cardíaca; • Colápso cardíaco- Reanimação Cardio-respiratório-. Ações centrais: • Ansiedade, tremores, euforia e agitação; • Convulsões; • Depressão respiratória (doses elevadas). Outras: • Reações alérgicas. TOXICIDADE • Gosto metálico • Zumbido • Distúrbios visuais • Contrações musculares • Convulsões • Inconsciência • Coma • Depressão respiratória • Depressão cardiovascular. NEUROTOXICIDADE Isso ocorre devido ao bloqueio de fibras inibitórias (descendentes) no córtex cerebral o que aumentará a condutibilidade elétrica e promovendo convulsões. Além disso há bloqueio de fibras inibitórias e excitatórias o que promove uma depressão generalizada do SNC. CARDIOTOXICIDADE • Ação central sobre o SNA RAYSSA VASCONCELOS – MEDICINA - 2017.1 • Ação periférica sobre o SNA : vão bloquear as fibras que liberam a nora-adrenalina assim controlar a força e a frequência cardíaca. • Potente efeito vasodilatador direto: causa depressão das funções cardíacas. • Ação direta sobre o miocárdio; • Ação na eletrofisiologia cardíaca: redução na condutibilidade elétrica. Para prevenir o cardiotoxicidade dos anestésicos pode-se ser feito: limitar a dose total e lentificar sua absorção (vasoconstritor) evitar a buvivacaína manter a ventilação e oxigenação utilizar bloqueadores de canal de Ca+2 para fornecer proteção utilizar midazolam para aumentar o limiar para a cardiotoxicidade e diminuir sua letalidade. ANESTESIA PERIDURAL E SUBARACNOIDE (RÁQUI) Indicadas para operações: Membros inferiores, Abdômen inferior (apendicite, útero, ovário, bexiga etc) e cesáreas. Ambos os procedimentos é aplicado com o paciente deitado ou sentado. RAYSSA VASCONCELOS – MEDICINA - 2017.1 RAYSSA VASCONCELOS – MEDICINA - 2017.1 PERIDURAL: O anestésico é aplicado na região peridural, na camada de gordura anterior a duramater. RAQUIANESTESIA: A agulha ultrapassa a duramater, mas não atinge a medula. O anestésico é injetado em uma região abaixo da medula, onde só há filamento nervoso. RAYSSA VASCONCELOS – MEDICINA - 2017.1 EFEITOS COLATERAIS DA RAQUIANESTESIA: Cefaleia, êmese (repouso). Atenção a retenção de urina, causada por bloqueio muscular.
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