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Hormônios são substâncias que controlam as atividades de diversos tecidos em todo o corpo. Eles agem alterando a velocidade HormôniosHormôniosHormôniosHormônios BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 1 de síntese e secreção de enzimas ou outros hormônios. Cada hormônios é importante para o funcionamento global do orga- nismo. Hormônios hipofisários BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 2 CorticotropinaCorticotropinaCorticotropinaCorticotropina (ACTH)(ACTH)(ACTH)(ACTH):::: Estimula o córtex suprarenal a secretar o cortisol e, em menor grau, androgênios e aldosterona. Ela aumenta a captação de aas por células musculares, promove a decomposição dos lipídios, estimula o pâncreas a secretar insulina e contribui para a liberação do hormônio de crescimento (GH). O teste pode ser solicitado para pacientes com sinais de hipofunção ou hiperfunção (síndrome BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 3 de Cushing) suprarenal. � Ciclo menstrual, gravidez, estresse, depressão, etanol, entre outros podem alterar os resultados. Hormônio de crescimento h (hGH): Hormônio de crescimento h (hGH): Hormônio de crescimento h (hGH): Hormônio de crescimento h (hGH): É secretado na hipófise anterior e é o principal regulador do crescimento humano. O teste é uma análise quantitativa dos níveis de GH, geralmente realizados como parte de um teste de estimulação ou supressão da hipófise anterior. É um teste muito importante, pois as manifestações clínicas BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 4 de deficiência de GH raramente podem ser revertidas pela terapia. SUPRESSÃOSUPRESSÃOSUPRESSÃOSUPRESSÃO DODODODO hGHhGHhGHhGH (TESTE(TESTE(TESTE(TESTE DEDEDEDE SOBRECARGASOBRECARGASOBRECARGASOBRECARGA DEDEDEDE GLICOSE)GLICOSE)GLICOSE)GLICOSE), avalia os níveis basais excessivos do hGH pela medida da resposta secretora a uma dose de glicose. Normalmente o hGH eleva as concentrações de plasmáticas de glicose e ác. graxos; em resposta, a secreção de insulina aumenta para contrabalançar esses efeitos. Uma dose de glicose deve suprimir a secreção de hGH. Num paciente com níveis excessivos BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 5 suprimir a secreção de hGH. Num paciente com níveis excessivos de hGH, a não supressão indica disfunção da hipófise anterior e confirma um diagnóstico de acromegalia ou gigantismo. �Arginina, estrógenos, anfetaminas, dopamida, histamina, insulina, glucagon, corticosteróides, etc. , podem alterar os resultados. BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 6 O Hormônio Folículo Estimulante (FSH), é uma glicoproteína produzida pela hipósife anterior. Sua produção é regulada pelo GnRH (hormônio hipotalâmico liberador de gonadotropina). Nas mulheres, o FSH estimula o crescimento folicular, prepara os folículos ovarianos para a ação do LH e aumenta a liberação LH-induzida de estrogênio. Nos homens, o FSH estimula o desenvolvimento testicular e dos túbulos seminíferos, além de estar envolvido nos estágios iniciais da espermatogênese. Em mulheres após a menopausa, a secreção diminuída de estradiol resulta em aumento nos níveis de FSH e LH. A insuficiência primária testicular também resulta em aumento dos níveis de FSH e LH. A secreção de FSH e LH ocorre de forma intermitente, em resposta ao GnRH. BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 7 Os níveis plasmáticos flutuam amplamente em mulheres; para obter um nível basal verdadeiro, podem ser necessários testes diários (por 3 a 5 dias), ou podem ser colhidas múltiplas amostras no mesmo dia. Valores aumentados: menopausa, hipogonadismo primário, tumores secretores de gonadotropinas pituitárias, aplasia de células germinais, alcoolismo, castração, síndrome de Turner, síndrome de Klinefelter,alcoolismo, castração, síndrome de Turner, síndrome de Klinefelter, puberdade precoce. Valores diminuídos: hipogonadismo secundário ou terciário, anorexia nervosa, hemocromatose, doença pituitária ou hipotalâmica, hiperprolactinemia, hiperplasia adrenal congênita. BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 8 Valor(es) de referência Mulheres Homens Fase Folicular: 3,85 a 8,78 mUI/mL 1,27 A 19,26 mUI/mL Fase Ovulatória: 4,54 a 22,51 mUI/mL Fase Luteínica: 1,79 a 5,12 mUI/mL Menopausa: 16,74 a 113,53 mUI/mL BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 9 O Hormônio Luteinizante (LH) é um hormônio glicoprotéico produzido pela hipófise. Sua produção é regulada pelo GnRH (hormônio hipotalâmico liberador de gonadotropina). Nas mulheres, o LH estimula a produção de esteróides ovarianos e a ovulação. Nos homens, controla a secreção de testosterona a partir das células de Leidig. Nas mulheres as concentrações de LH são baixas durante a fase folicular do ciclo menstrual, aumentandode LH são baixas durante a fase folicular do ciclo menstrual, aumentando até um pico no meio do ciclo para causar a ovulação, caindo a níveis baixos durante a fase folicular. Após a menopausa, os níveis de LH sobem para valores altos, a exemplo de homens vasectomizados. BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 10 Valores aumentados: hipogonadismo primário, menopausa, fase lútea do ciclo menstrual, tumores produtores de GnRH, doença do ovário policístico. Valores diminuídos: hipogonadismo secundário (insuficiência hipotalâmica, se responder a estímulo com GnRH; insuficiência pituitária, se não houver resposta). Valor(es) de referência Pré-Púberes: Inferior a 0,53 mUI/mL Mulheres: Fase Folicular: 2,12 a 10,89 mUI/mL Fase Ovulatória: 19,18 a 103,03 mUI/mL Fase Luteínica: 1,20 a 12,86 mUI/mL Pós-Menopausa: 10,87 a 58,64 mUI/mL Homens: 1,24 a 8,62 mUI/mL BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 11 BETA-HCG QUANTITATIVO (Gonadotrofina Coriônica) A gonadotrofina coriônica é um hormônio glicoprotéico produzido logo após a fecundação. O teste é positivo em praticamente 100% dos casos de gravidez ectópica. Queda abrupta no seu nível pode indicar má evolução da gestação, nos casos de perda fetal, os níveis caem pela metade a cada 36/48hs. É também um marcador de tumores trofoblásticos, testiculares e outros produtores de gonadotrofina coriônica. Valor(es) de referência 0 a 4,9: Incompatível com gravidez 5 a 30: Indeterminado Acima de 30: Compatível com gravidez BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 12 Valores Esperados na Gestação (mUI/mL): 1ª semana ...: 5 a 50 2ª semana ...: 50 a 500 3ª semana ...: 100 a 5.000 4ª semana ...: 500 a 10.000 5ª semana ...: 1.000 a 50.000 6ª semana ...: 10.000 a 100.0006ª semana ...: 10.000 a 100.000 7ª-8ª semana : 15.000 a 200.000 9ª-12ª semana: 10.000 a 100.000 2º trimestre : 10.000 a 30.000 3º trimestre : 5.000 a 15.000 BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 13 Este exame não é conclusivo para diagnóstico de gravidez. Por sustentar-se, basicamente, na dosagem hormonal, o β-hCG pode sofrer várias interferências, principalmente no que se refere ao histórico da paciente e o uso de drogas/medicamentos que influenciam em seu resultado, como o Pregnyl. Somente a avaliação completa do médico assistente, aliada ao β- hCG, poderá determinar a existência ou não de gravidez. Quando os resultados estiverem entre 5 e 100 mUI/mL, atenção especial para sua evolução. BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 14 TIREÓIDE A glândula tireóide é uma glândula em forma de borboleta, localizada logo abaixo da laringe; formada por dois tipos de células endócrinas: as células C (céls. BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 15 parafoliculares) quesecretam calcitonina e, células foliculares (ácinos), que secretam hormônios da T3 e T4 e, uma região central cheia de colóide de glicoproteína. Síntese dos hormônios da tireóide: as células foliculares sintetizam a tiroglobulina e ativamente pegam a iodina presente no sangue. No colóide, a iodina é associada à tirosina produzindo T3 e o T4. As células BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 16 produzindo T3 e o T4. As células foliculares endocitam a tireoglobulina e enzimas intracelulares separam os hormônios da tireóide da proteína de modo que eles possam se difundir para o sangue. Os hormônios da Tireóide Os hormônios da tireóide não são essenciais pra a vida, mas eles afetam sua qualidade. Eles são termogênicos e aumentam o consumo e O2 em muitos tecidos. Interagem com outros hormônios para modular o metabolismo de proteínas, carboidratos e gorduras. BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 17 para modular o metabolismo de proteínas, carboidratos e gorduras. O efeito total em adultos é catabólico, o qual fornece substrato para o metabolismo oxidativo. Nas crianças, os hormônios da tireóide são necessários para a expressão completa do hormônio do crescimento e para o crescimento e desenvolvimento normais, especialmente do sistema nervoso. Nos primeiros anos de vida, T3 e T4 são necessários para a mielinação de sinapses. E, parece que regulam a união dos microtubulos que é uma parte essencial do crescimento neural. Se a tireóide não estiver funcionando corretamente, ela pode produzirSe a tireóide não estiver funcionando corretamente, ela pode produzir muito hormônio tireoidiano, o que faz com que os sistemas do corpo se acelerem. Tal fenômeno é chamado de “hipertireoidismo”. Ou então uma glândula tireóide com mau funcionamento pode produzir pouco hormônio tireoidiano, o que faz com que os sistemas do corpo reduzam sua atividade, o que se denomina de “hipotireoidismo”. BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 18 HIPERTIREOIDISMO OU TIREOTOXICOSE O hipertireoidismo se desenvolve quando há uma produção excessiva dos hormônios da tireóide (T3 e T4), sendo aproxi- madamente, dez vezes mais freqüente nas mulheres, afetando em torno de 2% delas no mundo inteiro. A doença de Graves, manifestação mais comum da doença, é causada por problemas do sistema imunológico, com maior BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 19 causada por problemas do sistema imunológico, com maior prevalência em famílias que já apresentaram casos. São sintomas comuns da doença: aumento da freqüência cardíaca, nervosismo, fraqueza muscular, sudorese, perda de peso, tremores, mudanças na pele, diminuição do fluxo menstrual, bócio e queda de cabelos. Entre as diversas causas do aumento de funcionamento da tireóide, as mais importantes são: • bócio difuso tóxico (Doença de Basedow-Graves) que é uma doença auto- imune na qual o organismo produz anticorpos que estimulam a produção e a liberação de hormônios pela tireóide, podendo estar associado a outras doenças auto-imunes. • bócio multinodular tóxico em geral é uma moléstia de evolução lenta na qual• bócio multinodular tóxico em geral é uma moléstia de evolução lenta na qual ocorre proliferação de diversos folículos da glândula, formando diversos nódulos, algumas vezes volumosos e visíveis. • bócio uninodular tóxico (Adenoma Tóxico - doença de Plummer) - Os adenomas são nódulos únicos, em geral com mais de 3 cm de diâmetro, que produzem em excesso os hormônios da tireóide. BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 20 Bócio Tóxico BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 21 Exoftalmia BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 22 Hipotireoidismo: O hipotireoidismo ocorre quando a tireóide produz uma quantidade de hormônio abaixo dos níveis considerados normais. Pesquisas revelam que cerca de 5 milhões de brasileiros tem hipotireoidismo, a grande maioria ainda não diagnosticada. Tanto homens quanto mulheres podem desenvolver hipotireoidismo. Entretanto, a incidência é quatro vezes maior nas mulheres e aumenta com a idade, principalmente após os 35 anos. Efeitos: Adultos - unhas quebradiças, fraqueza dos cabelos, pele fina e seca. Causam também acúmulo de mucopolissacarídeos sobre a pele, que atraem água e causam uma aparência de inchaço (mixedema) Crianças – retardamento no crescimento ósseo e de tecidos e são mais baixas. � Na infância: CRETINISMO BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 23 Mixedema BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 24 Cretinismo BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 25 QUEM TEM CHANCE DE DESENVOLVER HIPOTIREOIDISMO • Mulheres, especialmente acima dos 40 anos; • Homens acima dos 65 anos; • Mulheres em período pós-parto (6 meses após o parto); • Pessoas que já tiveram doenças de tireóide anteriormente; • Pessoas com história familiar de doenças auto-imunes da tireóide (Tireoidite de Hashimoto); • Pessoas que apresentem outras doenças auto-imunes como: Diabetes Tipo I, Lúpus e Artrite Reumatóide; • Pessoas tratadas anteriormente de hipertireoidismo; • Pessoas que estiveram em tratamento de radioterapia de cabeça e pescoço; • Pessoas em uso de lítio. BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 26 HIPOTIREOIDISMO CONGÊNITO (HC) O hipotireoidismo congênito (HC) é uma síndrome clínica causada por deficiência de hormônios tireóideos, resultando em redução generalizada de processos metabólicos. Como conseqüência, aparecem alterações do crescimento e do desenvolvimento, levando a seqüelas permanentes tais como retardo mental e retardo do crescimento.como retardo mental e retardo do crescimento. É mais freqüente no sexo feminino. O diagnóstico e tratamento precoces são necessários, uma vez que as alterações podem ser reversíveis. BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 27 CAUSAS DO HIPOTIREOIDISMO CONGÊNITO • Disgenesias: A ectopia é a causa mais freqüente de disgenesias. • Defeitos da síntese de hormônios tireoideanos (10% - 15%). • Hipotireoidismo transitório (5%). • Hipotireoidismo central (2%). CLASSIFICAÇÃO • Primário - ocorre deficiência de hormônios na glândula tireóide. • Secundário - ocorre deficiência do TSH na hipófise. • Terciário - ocorre deficiência do TRH no hipotálamo. • Resistência periférica à ação dos hormônios tireoideanos. BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 28 SINAIS CLÍNICOS DE HC •Icterícia prolongada (37 dias) •Fontanela anterior alargada (> 1 cm) •Distensão abdominal •Hérnia umbilical •Hipotonia •Choro rouco •Perfusão periférica inadequada •Bradicardia BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 29 RN com hipotireoidismo-TSH: 50,7Mcui/ml •Bradicardia •Diminuição de pressão arterial •Derrame pericárdico •Faces mixedematosa •Bócio •Retardo na maturação óssea •Retardo do crescimento •Deficiência mental Os problemas com secreção do hormônios da tireóide podem surgir na própria glândula tireóide ou ao longo da via de controle. A secreção através da glândula tireóide está sob o controle do hormônio da adenohipófise TSH. A secreção do TSH é influenciada sucessivamente pelo hormônio liberador de tireotropina, ou TRH, O TSH controla a glândula Tireóide BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 30 proviniente do hipotálamo. Os hormônios da tireóide normalmente atuam como um sinal de retroalimentação negativa para evitar a supersecreção. A ação trófica do TSH na glândula tireóide causa hipertrofia das células foliculares, formando uma enorme massa chamada de bócio. Hormônio Tireoestimulante (TSH) O TSH é um hormônio glicoprotéico,secretado pelas células tireotróficas do lóbulo anterior da hipófise, que estimula a tiróide a liberar T3 e T4, sendo controlado pelos níveis séricos destes últimos e pelo TRH hipotalâmico. Variáveis fisiológicas que alteram os níveis de TSH: gravidez, idade, BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 31 Variáveis fisiológicas que alteram os níveis de TSH: gravidez, idade, ritmo circadiano. Em alguns momentos na gravidez, o HCG compete com o TSH (funcionando como TSH), passando a dirigir a tireóide. O TSH estimula o aumento do tamanho, número e atividade secretora das células da tireóide. BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 32 BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 33 BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 34 T3 – TRIIODOTIRONINA A concentração de T3 é cerca de 1/70 daquela do T4 e ele circula também ligado a proteínas (TBG e albumina). Apenas 1/3 do T3 total é produzido pela tireóide. Os 2/3 restantes são produzidos a partir do T4 nos tecidos periféricos. É útil no diagnóstico de, Principais Testes de Avaliação da Função Tireoidiana hipertireoidismo mas está normal em 30% dos hipotireoidianos. Pode, como o T4, estar alterado, embora em menor proporção, pelas alterações da TBG. Pode estar diminuído em algumas situações como doenças graves em geral, pós-operatório e jejum prolongado. Valor(es) de referência 0,87 a 1,78 ng/mL BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 35 T3 LIVRE A triiodotironina (T3) é produzida tanto na tireóide como nos tecidos periféricos por desiodação de T4. No soro, o T3 é transportado pela TGB, albumina e pré- albumina. Comparativamente ao T4, o T3 tem maior atividade metabólica, uma meia vida mais curta e menor afinidade pela TBG. Cerca de 0,5% do T3 circula na forma livre, não ligada a proteínas, sendo considerada a fração biologicamente ativa. Em geralnão ligada a proteínas, sendo considerada a fração biologicamente ativa. Em geral as dosagens de T3 total é T3 livre apresentam boa correlação, só divergindo quando existem alterações significativa das proteínas carregadoras (gravidez, uso de anticoncepcionais e estrógenos) e nestas circunstâncias, T3 livre retrata mais fielmente a condição tireoidiana. Valor(es) de referência 2,39 a 6,79 pg/mL BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 36 T4 - TIROXINA A tiroxina (T4) é produzida exclusivamente pela tireóide, circulando ligada a proteínas carreadoras (TBG - Thyroid binding globulin 75%, TGPA 15% e albumina 10%). A medida de T4 total é um procedimento comum para avaliar o estado da tiróide de um paciente. Na atualidade, a dosagem de T4 total está sendo praticamente substituída pela dosagem dos níveis de T4 livre. Valores aumentados: hipertireoidismo.Valores aumentados: hipertireoidismo. Valores diminuídos: hipotireoidismo. Diversas outras condições fisiológicas e patológicas não associadas diretamente à função tireoidiana podem interferir diretamente na dosagem de T4: insuficiência renal, cirrose, hepatites, câncer, infecção, inflamação severa, doenças psiquiátricas. Valor(es) de referência Adultos: 6,09 a 12,23 µg/dL BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 37 T4 LIVRE O T4 livre corresponde a 0,02-0,04% do T4 total, estando precocemente elevado nas fases iniciais do hipertireoidismo, quando os níveis de T4 e T3 totais estão ainda dentro dos limites de normalidade. Valores aumentados: hipertireoidismo.Valores aumentados: hipertireoidismo. Valores diminuídos: hipotireoidismo. Valor(es) de referência 0,58 A 1,64 ng/dL BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 38 T3 reverso A primeira fase de metabolismo de T4 pelos tecidos periféricos é a monodeiodação do T4 e T3. A remoção de um iodo do anel alfa de T4 produz T3 reverso. Em contraste, a remoção de um átomo de iodo do anel beta de T4 produz T3. O T3 reverso não tem ação metabólica, parecendo à primeira vista que sua dosagem por radioimunoensaio não tem a mesma importância clínica que a mensuração de T3 e T4. Pode ser encontrado em maior grau em doentes acamados, vítimas de doenças agudas com grande consumo metabólico. Acredita-se que represente um mecanimo de defesa do organisno frente ao consumo tecidual maior nessas patologias. Entretanto, RT3 pode ser útil nas situações em que pacientes apresentam níveis normais de T4 e baixos de T3 e na avaliação da função tireoidiana e metabolismo de recém-nascidos. BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 39 Tireoglobulina (TG) A tireoglobulina (TG) é o maior componente do colóide intrafolicular da glândula tireóide. Assim sendo, compreende a maior parte da massa glândular. Uma vez sintetizada nas células foliculares, a TG é iodada em seus radicais tirosila e será o maior estoque de hormônios tireoidianos, os quais serão liberados por proteólise. Até pouco tempo, a TG era considerada como sendo exclusivamente intratireoideana e que só alcançava a circulação como conseqüência de trauma ou certos processosque só alcançava a circulação como conseqüência de trauma ou certos processos destrutivos glandular. Com a dosagem por radioimunoensaio, demonstrou-se que a TG está presente no soro de indivíduos normais, sugerindo que é segregada regularmente pela tireóide e que entra na circulação através do sistema linfático. BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 40 Estudos adicionais revelam que os níveis de TG séricos aumentam com o estímulo do TRH ou TSH e que a administração de hormônio tireoideano diminui os níveis de TG circulantes. Com respeito à Neoplasia tireoidiana, já existe uma correlação de altos níveis de TG sérico na presença de tumores papilíferos ou tumores mistos (papilar-folicular) e suas metástases. Entretanto, os pacientes portadores de neoplasia diferenciada apresentam TG em níveis mais elevados que o normal, porém nãoapresentam TG em níveis mais elevados que o normal, porém não significativamente elevados para diferenciá-los dos pacientes com patologias não malignas, como adenomas, bócio multinodular tóxico e Graves. Deve ser sempre avaliado em conjunto com a pesquisa de anticorpos antitireoglobulina (anti tg) direta ou mediante o emprego de testes de recuperação BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 41 Anticorpos anti tireoglobulina (anti-tg) Os auto anticorpos anti tireoglobulina (anti-tg) são anticorpos gerados pelo organismo contra a tireoglobulina, presente no interior dos folículos da tireoíde. Comumente os anti-tg são encontrados na tireoidite auto-imune, nos idosos, nos portadores de outras imunopatias (artrite, lupus, diabetes, hepatite auto imune, etc). Costumam estar presentes associados a outros anticorpos contra estruturas da tireóide como o receptor de TSH, a enzima tireoperoxidase ou os canais da bomba Sódio -Iodo. Os altos títulos de anti-Tg não fixadores de complemento. Eles podem estar presentesOs altos títulos de anti-Tg não fixadores de complemento. Eles podem estar presentes em pacientes com carcinoma de Tireóide e outras doenças não tireoidianas sendo que baixos títulos também são encontrados em 10 a 15% dos indivíduos normais (particularmente mulheres idosas). BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 42 Anticorpos Anti-TPO (antimicrossomal) A tireoidite linfocítica crônica (tireoidite de Hashimoto) e a Doença de Graves são, talvez, as endocrinopatias mais estudadas sob o ponto de vista imunológico. A identificação de uma gama de anticorpos dirigidos contra inúmeras estruturas da microscopia tireoidiana faz-nos acreditar que tais doenças são atribuídas, ou estão associadas a processos autoimunes. Cerca de 95% dos pacientes portadores de tireoidite de Hashimoto e 85% daqueles com doença de Graves, apresentamBIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 43 tireoidite de Hashimoto e 85% daqueles com doença de Graves, apresentam positividade para o anticorpo antiperoxidase tireoidiana (anti-TPO) em títulos elevados. O achado de títulos elevados de anticorpos antitireoidianos identifica a etiologia do processo e alerta para a possibilidade de distúrbio tireoidiano real no futuro. As glândulas paratiróides ou glândulas paratireóides são dois pares de glândulas endócrinas que se situam atrás ou embebidas na glândula tiróide. Elas produzem paratormônio (PTH), o hormônio principal na regulação da concentração de BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 44 principal na regulação da concentração de cálcio no sangue. Em casos raros as glândulas paratireóides estão localizados dentro da glândula tireóide. PARATORMÔNIO Mais de 99% do cálcio presente em nosso corpo se encontra depositado em tecidos como ossos e dentes. Sendo assim, o cálcio na forma iônica dissolvida em nosso plasma corresponde a menos de 1% do total de cálcio que possuímos. É muito importante que o nível de cálcio plasmático se mantenha dentro do normal, pois: � em uma situação de hipercalcemia as membranas das células excitáveis se tornam menos permeáveis ao sódio, o que reduz a excitabilidade da mesma. Como conseqüência, ocorre uma hipotonia muscular esquelética generalizada. No músculo cardíaco ocorre um aumento da força contrátil durante a sístole ou mesmo uma parada cardíaca, devido à redução da excitabilidade das fibras de Purkinje. BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 45 � em uma situação de hipocalcemia, ao contrário, as membranas celulares se tornam excessivamente permeáveis aos íons sódio. O aumento na permeabilidade ao sódio torna as membranas mais excitáveis. Os músculos esqueléticos se tornam mais hipertônicos, podendo ocorrer inclusive uma manifestação de tetania (hipocalcêmica). O músculo cardíaco se contrai commenos força. Quando o nível plasmático de cálcio se torna abaixo do normal, as paratireóides aumentam a secreção de paratormônio. Este faz com que a calcemia aumente,aumentam a secreção de paratormônio. Este faz com que a calcemia aumente, retornando ao normal. Quando o nível plasmático de cálcio se torna acima do normal, as células parafoliculares da tireóide aumentam a secreção de calcitonina. Esta faz com que a calcemia se reduza, retornando ao normal. O paratormônio é o mais importante hormônio responsável pelo controle do nível plasmático de cálcio em nosso organismo. BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 46 Cálcio sérico O é mantido dentro dos limites fisiológicos pela ação combinada do paratohormônio e vitamina D, através de seus efeitos sobre os ossos, intestinos e rins. A hipercalcemia encontra-se também associada ao uso de drogas como os tiazídicos, vitaminas A e D, antiácidos alcalinos e carbonato de lítio. A imobilização (fraturas), doença de Paget e doenças granulomatosas são causas de(fraturas), doença de Paget e doenças granulomatosas são causas de hipercalcemia. As causas mais comuns de hipocalcemia são: (1) hipoparatireodismo idiopático ou cirúrgico, (2) pseudo-hipoparatireoidismo, (3) insuficiência renal, (4) desordens do metabolismo da vitamina D, (5) deficiência de magnésio, (6) drogas (uso agudo de diuréticos, uso de corticosteróides e insulina), (7) tetania neonatal, (8) pancreatite aguda e (9) transfusões sanguíneas múltiplas. 47 Concentração sérica de cálcio inferior a 7,0 mg/dL é considerada crítica, pois pode levar à tetania. Também são considerados críticos resultados superiores a 12,0 mg/dL, pois podem induzir ao coma. A calciúria pode aumentar com o uso de acetazolamida, cloreto de amônio, corticosteróides, vitamina D e diuréticos (efeito inicial). BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 48 TESTE DO PEZINHO O Teste do Pezinho tem com objetivo detectar precocemente erros inatos do metabolismo, responsáveis por diversas doenças que podem causar lesões irreversíveis, como, por exemplo, o retardo mental. Os distúrbios metabólicos detectáveis pelo Teste do Pezinho podem ser tratados com sucesso, desde que identificados tratados com sucesso, desde que identificados precocemente, normalmente antes dos dois meses de vida, quando a doença ainda não se manifestou claramente para os pais e para os médicos. Isto exige que todos os recém- nascidos sejam testados, mesmo que não apresentem nenhum sintoma clínico anormal BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 49 PESQUISA DE FENILCETONÚRIA: É uma doença genética, de caráter autossômico recessivo decorrente da deficiência da enzima fenilalanina-hidroxilase, responsável pela transformação da fenilalanina em tirosina. Em conseqüência a este bloqueio do metabolismo da fenilalanina, este aminoácido acumula-se no sangue do recém- nascido sendo tóxico ao sistema nervoso central. A criança sem tratamento evolui com atraso no desenvolvimento psicomotor podendo chegar a deficiência mental severa. O tratamento precoce previne estaspodendo chegar a deficiência mental severa. O tratamento precoce previne estas alterações. Se for encontrada uma dosagem de Fenilalanina superior a 4 mg% após as primeiras mamadas, a criança deve ser submetida a dosagens séricas de Fenilalanina e Tirosina para confirmação do diagnóstico. Portanto o exame a ser solicitado é a dosagem da FENILALANINA (PKU). BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 50 PESQUISA DA DEFICIÊNCIA DE BIOTINIDASE: É uma doença genética, de caráter autossômico recessivo, na qual existe incapacidade de liberar biotina presente nos alimentos. Isto resulta em deficiência secundária da atividade de várias enzimas mitocondriais cuja atividade depende da presença da biotina. Indivíduos com deficiência severa (menos de 10% da atividade da enzima) apresentam as seguintes características clínicas: convulsões, ataxia, hipotonia, dermatite, queda de cabelos, deficiência auditiva, atraso no desenvolvimento e acidose metabólica. O rastreamento neonatal também identifica pacientes com deficiência parcial de biotinidase (atividade enzimática de 10 a 30%) que são geralmente assintomáticos,parcial de biotinidase (atividade enzimática de 10 a 30%) que são geralmente assintomáticos, mas que podem desenvolver sintomas na presença de infecções ou restrição alimentar de biotina. Estima-se que a incidência da deficiência severa esteja entre 1:85000 e 1:145000 nascidos vivos. O tratamento da patologia é simples, com suplementação diária de altas doses de biotina. O início precoce do tratamento previne o desenvolvimento de todas as características clínicas. Portanto o exame a ser solicitado é a pesquisa da atividade de BIOTINIDASE. BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 51 PESQUISA DE TOXOPLASMOSE CONGÊNITA: É decorrente da infecção materna pelo protozoário Toxoplasma gondii, durante a gestação. O parasita é muito difundido em nosso meio. A maioria dos recém-nascidos infectados é assintomática, podendo, entretanto, apresentar sintomas neurológicos e oftalmológicos potencialmente graves muitos anos mais tarde. A detecção precoce da infecção, através da pesquisa de anticorpos específicos da classe IgM e o tratamento da infecção, podem evitar ou minimizar complicações futuras. Portanto o exame a ser solicitado é o anti-Toxoplasma gondii IgM ou simplesmente TOXO IgM. BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 52 PESQUISA DE INFECÇÃO CONGÊNITA PELO HIV: O Brasil tem o maior número de casos de infecção pelo HIV da América Latina, e um dos maiores do mundo. A incidência vem aumentando progressivamente entre as mulheres e, em conseqüência o número de crianças infectadas por transmissãocongênita ou perinatal aumenta de forma proporcional. A positividade do exame anti-HIV em recém-nascidos pode significar apenas infecção materna, com passagem de anticorpos de forma passiva para o concepto. Assim, os filhos de gestantes infectadas pelo HIV devem ser submetidos a testes mais específicos. A realização do teste anti-HIV na mesma amostra do "Teste do Pezinho" permite a seleção dos recém-nascidos que devem ser submetidos aos testes confirmatórios. Assim o exame a ser solicitado é o anti-HIV. BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 53 PESQUISA DE HIPOTIREOIDISMO CONGÊNITO (HC): É uma doença com freqüência bastante elevada em recém-nascidos, aproximadamente 1:4500 nascimentos, que envolve a deficiência parcial ou total dos Hormônios da Tireóide. Com determinação conjunta da Tiroxina (T4), e do Hormônio Tireo Estimulante (TSH) pode-se detectar todos os tipos da patologia. Dosagem de TSH Neonatal superior a 20 m UI/ml e/ou T4 Neonatal inferior a 6Dosagem de TSH Neonatal superior a 20 m UI/ml e/ou T4 Neonatal inferior a 6 mcg/dl são suspeitas de HIPOTIREOIDISMO CONGÊNITO e deverão ser confirmadas com dosagem de T4, T4 Livre e TSH no soro. O tratamento precoce desta patologia previne a deficiência mental. Portanto os exames a serem solicitados são TSH NEONATAL e T4 NEONATAL. BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 54 PESQUISA DE HIPERPLASIA CONGÊNITA DE SUPRA-RENAL (HCS): A deficiência de uma das enzimas envolvidas na esteroidogênese adrenal, a 21-Hidroxilase, é responsável por mais de 80% dos casos de HIPERPLASIA CONGÊNITA DE SUPRA- RENAL. Os níveis elevados de 17 OH-Progesterona no sangue do recém-nascido levam a suspeitar desta patologia.suspeitar desta patologia. O seu diagnóstico precoce é importante para evitar a virilização progressiva, aceleração da idade óssea e, em alguns casos, severa crise de perda de sal que pode levar à morte nas primeiras semanas de vida. O exame a ser solicitado é a 17 OH-PROGESTERONA NEONATAL. BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 55 PESQUISA DE ERROS INATOS DO METABOLISMO DOS AMINOÁCIDOS: Consiste em metodologia especializada de cromatografia em camada delgada para diagnosticar a fenilcetonúria e outras aminoacidopatias, tais como: Homocistinúria, Tirosinemia, Doença do Xarope de Bordo, etc... O resultado esperado é cromatografia normal, caso contrário o paciente deverá ser submetido à pesquisa de Erros Inatos do Metabolismo na Urina e Cromatografia desubmetido à pesquisa de Erros Inatos do Metabolismo na Urina e Cromatografia de aminoácidos em Plasma e Urina. Portanto o exame a ser solicitado é CROMATOGRAFIA DE AMINOÁCIDOS. BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 56 PESQUISA DE FIBROSE CÍSTICA: É a mais freqüente das doenças genéticas detectáveis através do Teste do Pezinho na população branca. Na Europa e América do Norte, ocorre na freqüência de 1:2000 a 2500 nascimentos. Embora seja uma doença incurável, o diagnóstico e tratamento precoces melhoram incrivelmente a qualidade de vida e sobrevida. A Fibrose Cística cursa com aumento de cloreto de sódio no suor, deficiência pancreática exócrina e doença pulmonar obstrutiva crônica. Nos recém-nascidos com Fibrose Cística, o nível de Tripsina Imunoreativa (IRT) eleva-se. Isto se deve à inibição da secreção do suco pancreático para o duodeno pelo bloqueio dos ductos pancreáticos resultando em acúmulo de Tripsina nas células acinares. Este acúmulo acaba provocando um extravasamento da tripsina para a corrente sanguínea. Com o passar do tempo o IRT vai caindo, devido à disfunção pancreática na produção da Tripsina. Atenção: Um teste positivo não faz o diagnóstico. Indica ao clínico que há grande possibilidade de Fibrose Cística. O exame a ser solicitado é TRIPSINA IMUNORREATIVA (IRT). BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 57 PESQUISA DE GALACTOSEMIA: É uma doença genética autossômica recessiva, que se caracteriza por icterícia, convulsão, catarata, cirrose hepática, deficiência mental, podendo ocasionar a morte. O defeito genético fundamenta-se na deficiência da enzima Galactose 1 Fosfato Uridil Transferase que torna o recém-nascido incapaz de metabolizar a galactose, um açúcar presentes no leite e derivados. Sua incidência na população brasileira ainda é desconhecida. O exame a ser solicitado é a pesquisa da atividade da GALACTOSE 1 FOSFATO URIDIL TRANSFERASE ou dosagem de GALACTOSE 1 FOSFATO. BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 58 PESQUISA DE ANEMIA FALCIFORME: É uma doença genética que se caracteriza pela formação defeituosa da Hemoglobina (Hemoglobina S) que confere as Hemácias à forma de foice provocando obstrução de vasos capilares e hemólise. Ocorre com maior freqüência na raça negra. A descoberta precoce desta doença e a instituição de medidas preventivas melhora consideravelmente a qualidade de vida do indivíduo acometido, evitando que o diagnóstico seja feito tardiamente,vida do indivíduo acometido, evitando que o diagnóstico seja feito tardiamente, quando surgem seqüelas irreversíveis. O exame a ser solicitado é a pesquisa de HEMOGLOBINA "S" que uma vez presente, deverá ser confirmada em serviços especializados em doenças Hematológicas. BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 59 Hemoglobinopatias As hemoglobinopatias são um grupo de desordens genéticas caracterizadas pela produção anormal de cadeias de hemoglobina. Apresentam alta prevalência na população brasileira em virtude da miscigenação racial. O recém-nascido normal apresenta HbA e hemoglobina fetal (HbF). A HbF predomina ao nascimento, com seus níveis decrescendo até os 6 meses de idade. São conhecidas, aproximadamente, 400 hemoglobinas variantes. As anormalidades da síntese daaproximadamente, 400 hemoglobinas variantes. As anormalidades da síntese da hemoglobina são divididas em 3 grupos: 1) produção de molécula anormal (ex.: drepanocitose); 2) redução na quantidade de proteína normal (ex.: talassemia); 3) anormalidade de desenvolvimento (ex.: persistência de hemoglobina fetal). Resultados anormais devem ser confirmados após 4 meses de idade com eletroforese de hemoglobina (HPLC em sangue total em EDTA). BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 60 Galactose A Galactosemia é uma doença autossômica recessiva, causada pela deficiência das enzimas galactose-1-fosfato-uridil-transferase (forma clássica), uridinadifosfato- galactose-4-epimerase e da galactoquinase. Acarreta acúmulo da galactose no sangue e tecidos. A incidência é de 1:60.000 a 1:80.000 nascidos e manifesta-se com sinais e sintomas gastrintestinais, icterícia, catarata, retardo mental ecom sinais e sintomas gastrintestinais, icterícia, catarata, retardo mental e susceptibilidade a sepse por E. coli. Dieta sem galactose deve ser mantida por toda vida para que se evite a manifestação da deficiência. Galactosemia transitória pode ocorrer, sendo indicada a confirmação laboratorial de resultados inicialmente elevados. BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 61 Glicose-6- fosfato-dehidrogenase - G6PD A deficiência de G6PD é um defeito enzimático comum, de causa genética, ligado ao cromossomo X. Incide em até 10% da população. Acarreta susceptibilidade a crises de hemólise, induzidas por drogas (sulfas, anti-maláricos, paracetamol, anti-histamínicos), infecções bacterianas e viróticas e pela ingestão de fava. Pode se manifestar com anemia esferocítica e icterícia neonatal. Níveis elevados de G6PD podem ser encontrados ao nascimento (até 12 meses de idade) e em outras situações em queencontrados ao nascimento (até 12 meses de idade) e em outras situações em que ocorram predomínio de hemácias jovens (ex: anemias hemolíticas) sem significado patológico.Amostras expostas a altas temperaturas e/ou umidade podem exibir baixa atividade de GP6D por inativação da enzima. Na ocorrência de níveis baixos no Teste do Pezinho, deve-se realizar a dosagem de G6PD no sangue. Detecção molecular da mutação 202 (G-A) da G6PD também está disponível. BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 62 A infecção materna pelo vírus da rubéola pode gerar aborto ou feto com malformações (Síndrome da Rubéola Congênita). A presença de anticorpos IgM para Rubéola no neonato é indicativa de rubéola congênita, pois esses não atravessam a barreira placentária. Deve Rubéola, IgM neonatal não atravessam a barreira placentária. Deve ser complementada pela sorologia, caso positiva ou caso haja suspeita clínica. Ressalta-se que 20% dos neonatos infectados não produzem IgM antes de 30 dias de idade. BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 63 Citomegalovírus, IgM neonatal O citomegalovírus (CMV) é a causa mais freqüente de infecção congênita: 0,3 a 2% dos nascimentos. A maioria absoluta dos recém-nascidos com infecção sintomática nascem de mães que tiveram infecção primária durante a gestação. Dos infectados, apenas 15% têm sintomas ao nascimento, sendo que 10% dos infectados sem sintomas terão seqüelas neurológicas. A forma mais grave é denominada “Doença de inclusão citomegálica” e caracteriza-se por icterícia, hepatoesplenomegalia, petéquias, microcefalia, corioretinite e calcificações cerebrais. IgM não ultrapassa a barreira placentária, sendo sua presença no recém-nascido útil para o diagnóstico de infecção congênita. Há possibilidade de infecção do recém-nascido durante o trabalho de parto ou pelo leite materno, sendo que 50% das mães infectadas excretam o CMV no leite. Em caso de resultados positivos no Teste do Pezinho, a confirmação requer complementação da sorologia. BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 64 Citomegalovírus congênito BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 65 Doença de Chagas, IgG neonatal A Doença de Chagas pode ser transmitida ao feto pela mãe, com infecção aguda ou crônica, durante toda a gestação e no parto. A prevalência de infecção chagásica em gestantes no Brasil varia de 0,3 a 33% e a taxa de transmissão para o feto varia de 1 a 4%. Muitos desses casos evoluem para aborto ou prematuridade. Dos nascidos vivos, até 90% podem ser assintomáticos inicialmente ou apresentar sintomas comuns a outras infecções congênitas (hepatoesplenomegalia, sepse, miocardite, febre, anemia, icterícia, etc). O tratamento é obrigatório em todos os casos e tem alta taxa de eficácia. O rastreio da doença congênita pode ser realizado por meio da dosagem de anticorpos IgG (ELISA) em sangue coletado em papel filtro, como parte da triagem neonatal BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 66 BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 67 Sífilis, IgM neonatal A presença de anticorpo IgM para treponema caracteriza uma infecção aguda, sendo útil no diagnóstico da sífilis congênita. Resultado negativo não exclui esta infecção (sensibilidade de 80%). Deve ser complementada pela sorologia caso seja positiva ou haja suspeita clínica. Ressalta-se que VDRL e FTA-ABS positivos em recém-nascido são de difícil interpretação devido à possibilidade de transferência materna. Entretanto, nainterpretação devido à possibilidade de transferência materna. Entretanto, na infecção congênita os títulos se mantém ou se elevam com o passar dos meses. BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 68
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