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Consumo nocivo de álcool durante a gravidez

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Consumo nocivo de álcool durante 
a gravidez
Artigo Científico de Hermann Grinfeld
Acadêmicas: Ana Caroline Sant’Ana, Buna Eduarda, Bruna Mara, Pâmela Séleri e Taeline Abati.
INTRODUÇÃO
 O álcool (etanol) é uma droga licita e psicoativa e é usado em quase 97% da população mundial. Pode causar dependência em pessoas contidas a situações de depressão, estresse, entre outras...
Estudos mostram que o uso do álcool é o vetor mais relevante para retardo mental nos filhos de mães que utilizam essa droga, responsável também por Teratogenias. Em mulheres gravidas, o consumo desta substancia pode levar a Sindrome Álcoolica Fetal (SAF). Um pediatra francês, Lemoine, foi quem ”observou e encontrou anomalias em filhos de mulheres alcoolistas”.
ALCOOLISMO FEMININO
As mulheres gestantes que ingerem álcool durante a gravidez geram efeitos deletérios, com o feto. O alcoolismo na gravidez é visto como más condições socioeconômicas, em relação educacional baixa, idade superior a 25 anos, desnutrição, doenças infecciosas e uso de outras drogas.
É dominante de apenas 5,7% do alcoolismo para as mulheres e ainda é reconhecido de trazer inúmeras repercussões negativas para a saúde, física e psíquica para a vida social.
O álcool (etanol) predomina com sérias concentrações no organismo feminino que no masculino. Com isso, na gestação traz consequências irreversíveis como a (SAF) Síndrome Alcoólica Fetal. Posteriormente o recém-nascido de uma alcoolista mama pouco, é irritável, tem tremores, alteração do sono, hipersensível e hiperexcitado. Além disso, tem mais probabilidade de infecções do tipo HIV, hepatite B e C e Sífilis.
EPIDEMIOLOGIA e prevalência 
 É importante levantar dados e avaliar criteriosamente a SAF, pois essas condutas permitem que as crianças identificadas com a doença possam receber cuidados médicos adequados e ser encaminhadas a serviços sociais com ações específicas e intervenções eficazes no plano educacional.
 Os agentes de saúde e outros profissionais, como professores que lidam com pré-escolares, não identificam rotineira e consistentemente suspeitos ou pacientes com SAF, estudos que utilizam fontes de dados como certidões de nascimento, prontuários médicos e tabelas em clínicas mostram larga variabilidade na identificação de casos de SAF, dependendo da população estudada.
Estão associados ao maior risco da exposição fetal ao etanol: 
o padrão do abuso da bebida, seja por ingestão de grande volume de uma vez 
 só ou por consumo constante e cotidiano; 
o grau de dependência (leve, moderado ou pesado), inclusive de outras drogas;
membro da família como consumidor pesado;
gravidez prévia com exposição fetal ao álcool, pois o risco de surgir SAF em gravidez subseqüente tem recorrência de mais de 75%;
ETIOPATOGENIA
 A teratogenia do álcool está amplamente demonstrada em numerosos estudos experimentais. Em mulheres grávidas que bebem, a placenta é totalmente permeável à passagem do álcool para o feto, ou seja, a alcoolemia fetal é bastante similar à materna. 
 No organismo que está em crescimento dentro do útero, o etanol transforma-se em aldeído acético por metabolização no fígado, ou seja, o acetaldeído é a primeira substância derivada do metabolismo do etanol na circulação materna e fetal. 
 Os danos pré-natais na época da concepção e nas primeiras semanas de gestação podem ser de natureza citotóxica ou mutagênica, levando a aberrações cromossômicas graves.
 No 1º trimestre, ocorre risco de malformações e dismorfismo facial, pois trata-se de fase crítica para a organogênese. No 2º semestre, há aumento da incidência de abortos espontâneos. No 3º trimestre, o álcool lesa outros tecidos do sistema nervoso, como o cerebelo, o hipocampo e o córtex pré-frontal, além de causar retardo do crescimento intra-uterino e comprometer o parto e descolamento prematuro de placenta.
 O etanol também é transferido para o leite materno, na proporção de somente 2% da alcoolemia materna. 
O áLCOOL E A PLACENTA
 O álcool tem como efeito primário uma vasoconstrição no cordão umbilical e na placenta, o que pode incrementar a duração da exposição fetal devido à redução do fluxo sanguíneo. 
 O álcool cruza a placenta pelo sangue materno e vai para o líquido amniótico e para o feto. Em cerca de 1 hora, os níveis de etanol no sangue fetal e no líquido amniótico são equivalentes aos do sangue da grávida. O acetaldeído também cruza a placenta, mas seu nível no transporte é variável.
 Antes das vinte semanas de gravidez, o álcool poderia ser absorvido pela pele do feto embora essa evidência seja de difícil comprovação.
É provável que o líquido amniótico da gestante alcoolista transforme-se em um reservatório de etanol, pois o nível de etanol permanece elevado por mais tempo no líquido amniótico que no sangue materno.
CRITÉRIOS DIAGNóSTICOS DA TERATOGENIA DO áLCOOL 
Havendo exposição pré-natal ao álcool, e com base nos estudos realizados até o momento, a SAF e suas variações clínicas, como as desordens do espectro alcoólico fetal e outras anteriormente denominadas efeito alcoólico fetal, podem apresentar:
Dismorfologia facial, com variações de traços raciais na face com três características 
mais evidentes: 
Deficiência no crescimento pré ou pós-natal, 
no peso e/ou na altura.
Anormalidades no sistema nervoso central
Assim, é importante que haja pelo menos três alterações faciais e documentação dos déficits de crescimento e das anormalidades neurológicas, pois com esses dados, o diagnóstico terá consistência para clínicos.
O primeiro protocolo utilizado, apresentado pelo Instituto de Medicina dos EUA, foi desenvolvido em virtude da dificuldade em reconhecer e estabelecer o diagnóstico das crianças expostas ao álcool durante a gestação, propondo seis categorias diagnósticas para a SAF e os efeitos relacionados ao álcool:
SAF com confirmada exposição materna ao álcool; SAF sem confirmada exposição materna ao álcool; SAF parcial com confirmada exposição materna ao álcool; SAF parcial sem confirmada exposição materna ao álcool; desordem congênita relacionada ao álcool e distúrbio do neurodesenvolvimento relacionado ao álcool. 
Essa divisão considera o fato de que, em muitos casos, a história materna não está disponível quando o diagnóstico é realizado. O perfil comportamental das crianças com SAF inclui problemas com a fala e a comunicação, dificuldades, como desorganização e perda de pertences; mudanças de humor ou reações extremadas; disfunções motoras; desempenho escolar pobre entre outros.
 Muitas síndromes genéticas e com malformações possuem algumas características da SAF, e crianças com outras alterações genéticas e síndromes dismórficas nascem de mães alcoolistas com tanta frequência quanto crianças de mães da população em geral. A SAF compartilha muitas de suas características com a síndrome de Williams, causada por uma microdeleção do cromossomo, na qual as crianças podem apresentar retardo de crescimento, microcefalia, fendas palpebrais curtas e outras anomalias. É importante salientar que mulheres alcoolistas que continuam com o consumo pesado de álcool em gestações subsequentes terão seus filhos mais novos com quadros mais graves que os mais velhos.
EVOLUÇÃO
Estudos mostram que, aparentemente, 50% das crianças com SAF possuem retardo mental, com média de coeficiente de inteligência de 65, em uma variação de 20 a 100.
 À medida que o doente vai se desenvolvendo cronologicamente, o déficit de atenção e a hiperatividade se tornam mais aparentes, mas as dismorfias faciais, que mudam com o tempo, fazem com que a suspeita diagnóstica seja mais fácil entre os 5 e 7 anos de idade. 
A combinação entre os déficits neurológicos e o estresse ambiental adicional pode promover altos riscos de deficiências na vida adulta, como dificuldades sociais, desajustes emocionais e familiares, abuso de álcool e de outras drogas, problemas de saúde mental entre outros.
TRATAMENTO
CLíNICAS DE DIAGNÓSTICO :
 Grande parte das clínicas de diagnóstico e
tratamento encontra-se na América do Norte e, como anteriormente exposto, o diagnóstico das condições resultantes da exposição ao álcool in utero pode ser difícil para um profissional de saúde não-treinado. 
 Levantamentos realizados entre profissionais de saúde na área da Pediatria mostram a considerável e generalizada falta de conhecimento sobre as características clínicas e evolutivas da SAF .
PLANEjAMENTO EDUCACIONAL 
 A chave do sucesso escolar depende da avaliação individual apropriada para cada criança. 
 Deve-se encaminhá-la para um ambiente no qual ela poderá exercer suas capacidades e desenvolver rotinas e estruturas mentais, criando um senso de segurança e conforto até ficar mais inclinada a mostrar alguma iniciativa e correr mais riscos. 
Equipadas com a informação das avaliações diagnósticas individuais, a equipe de educação poderá utilizá-las para criar um programa escolar positivo, desde que disponha das ferramentas de intervenção necessárias, que são criadas especificamente para as necessidades de aprendizado individuais de cada criança.
PREVENÇÃO
As alterações físicas e mentais que ocorrem na SAF e na DEAF são totalmente preveníveis se a gestante se abstiver do consumo de álcool ao longo da gravidez ou mesmo antes da concepção, pois os piores danos ocorrem no período embrionário, que é o das primeiras 4 a 6 semanas de vida intra-uterina.
A prevenção da SAF e das desordens funcionais relacionadas à exposição fetal ao álcool tem enorme importância em saúde pública. Grande número de programas em clínicas obstétricas de pré-natal tem sido desenvolvido com eficácia considerável no intuito de reduzir os riscos de gravidez em que há consumo nocivo e abusivo de etanol. 
O encaminhamento adequado da mulher grávida que consome bebida alcoólica é o caminho mais promissor para resolução da questão da SAF e de seu espectro.

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