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VIII TURISMO EM DEBATE ARTIGOS COMPLETOS RESUMOS EXPANDIDOS DOS POSTERS Reitor Prof. Dr. Carlos Edilson de Almeida Maneschy Pró-Reitor de Extensão Prof. Dr. Fernando Arthur de F. Neves Pró-Reitora de Ensino e Graduação Profª. Dra. Marlene Rodrigues Medeiros Freitas Diretor do Instituto de Ciências Sociais Aplicadas Prof. Dr. Marcelo Bentes Diniz Diretora da Faculdade de Turismo Profª. Dra. Silvia Helena Ribeiro Cruz Coordenação do VIII Turismo em Debate Coordenadora Prof.ª Msc. Jéssika Paiva França Vice-coordenação Prof.ª Msc. Giselle Castro Comissão Científica Prof.ª Dr.ª Helena Doris de Almeida Barbosa Quaresma Prof.º Dr. Raul Ivan Raiol de Campos Prof.ª Msc. Diana Priscila Sá Alberto Helena Doris de Almeida Barbosa Quaresma Raul Ivan Raiol de Campos Diana Priscila Sá Alberto Organizadores VIII TURISMO EM DEBATE ANAIS Belém – Pará 22-24 Outubro de 2012 Capa Diana Priscila Sá Alberto Ricardo Augusto Vieira Matos Editoração Helena Doris de Almeida Barbosa Quaresma Raul Ivan Raiol de Campos Diana Priscila Sá Alberto Ricardo Augusto Vieira Matos Diagramação Ricardo Augusto Vieira Matos Fotos de Capas Ricardo Augusto Vieira Matos Revisão Helena Doris de Almeida Barbosa Quaresma Raul Ivan Raiol de Campos Diana Priscila Sá Alberto Dados Internacionais de Catalogação de Publicação (CIP) Turismo em debate : turismo de base comunitária: debatendo experiências e desmistificando conceitos (8: 2012 : Belém) VIII Turismo em debate: turismo de base comunitária: debatendo experiências e desmistificando conceitos / Helena Doris de Almeida Barbosa Quaresma, Raul Ivan Raiol de Campos, Diana Priscila Sá Alberto ; Organizadores . – Belém: UFPA, 2012. 214p.: il.; 23 cm(Anais) Inclui bibliografias ISBN: 978-85-61214-11-1 1. Turismo .2. Comunidades. 3. Gestão ambiental– Política governamental. I. Título. CDD 22. ed. 338.47 6Anais do VIII Turismo em Debate 22 a 24 de outubro de 2013 - Centro de Eventos Benedito Nunes/UFPA - Belém PA Apresentação As Instituições de Ensino Superior (IES) vivem hoje um novo momento de sua história, no qual os cursos investem em mudanças em sua infraestrutura, através de programas de modernização do ensino superior, que se efetiva não só através da reestruturação de seus planos políticos pedagógicos, com investimentos em equipamento, material bibliográfico e laboratórios para o ensino de graduação, bem como na realização de eventos acadêmicos regionais, nacionais e internacionais. Tais ações têm como objetivo comum oferecer e manter um ensino público como referência de qualidade no país, bem como oportunizar que a sociedade que transita ao largo desta IES possa também ter acesso a sua produção, a partir da divulgação científica que se efetiva nos eventos acadêmicos. Possibilitando não só a formação de profissionais mais qualificados ao mercado bem como, oportunizar uma aproximação efetiva com a sociedade, a prestação de serviços de maior qualidade e um atendimento mais efetivo e interativo com as instituições de ensino superior. Neste contexto, o Curso de Turismo da Universidade Federal do Pará, hoje com 37 anos desde sua criação em 1975 e reconhecimento pelo Ministério de Educação (MEC) em 1979, se constitui em um expoente no que diz respeito à formação de Bacharéis em Turismo na região norte. Seja por ser a primeira instituição pública a oferecer o curso de Turismo na região, seja por constituir-se em uma referência no que diz respeito a sua atuação em prol da formação de profissionais comprometidos com as questões amazônicas e com as especificidades locais. Neste sentido, encontra-se em um momento em que novas demandas acadêmicas e de mercado emergem no sentido de um redirecionamento da atuação do curso, e busca através de eventos científicos e projetos de pesquisa e extensão se aproximar cada vez mais da sociedade como um todo (Estado e mercado), além de outras instituições que trabalham com a temática do turismo na região. O Turismo enquanto atividade interdisciplinar vem ao longo do tempo se consolidando e se ampliando não só como um segmento do terceiro setor, mas também, como um produto social que tem o seu viés acadêmico ampliando-se cada vez mais. O interesse em debater o Turismo perpassa não só pelas instituições de pesquisa e ensino, como também pelos segmentos de gestão e fomento da atividade e pelo setor empresarial direta e ou indiretamente relacionado a atividade. Neste sentido, surge o “Turismo em Debate”, enquanto possibilidade de se constituir um fórum permanente de trocas, de experiências e saberes de pessoas que tem na atividade turística sua razão de ser. O Seminário “Turismo em Debate” constitui-se em um evento técnico - cientifico que ocorre desde o ano de 2002, organizado pela Faculdade de Turismo, do Instituto de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Federal do Pará. Surgiu em virtude da necessidade de discutir o turismo de forma crítica e a partir das perspectivas acadêmica, política, mercadológica e social e a cada edição vem amadurecendo no sentido de acompanhar as mudanças e avanços que são impostos a sociedade contemporânea regional e os desafios do setor. Até o ano de 2012, foram realizadas 08 edições, nas quais participaram mais de 1.700 pessoas, contando com palestrantes dos âmbitos local, regional, nacional e internacional. As temáticas selecionadas a cada evento envolveram ecoturismo, a importância da profissão do Turismólogo, a relação turismo e cultura, eventos, esporte e lazer, patrimônio, políticas públicas, entre outros. Tais temas foram definidos na tentativa de possibilitar que questões mais amplas pudessem ser debatidas com um caráter local. 7Anais do VIII Turismo em Debate 22 a 24 de outubro de 2013 - Centro de Eventos Benedito Nunes/UFPA - Belém PA O VIII “Turismo em Debate” ocorreu no período de 22 a 24 de outubro de 2012 e debateu a importância da participação das comunidades no processo de planejamento e comercialização da atividade turística. Nessa edição, o evento alcançou um público recorde de pouco mais de 500 participantes, constituídos não só por estudantes, como também por pesquisadores de renome nacional, representantes das instâncias públicas, e da sociedade civil organizada. Tal contexto lhe conferiu o status de maior evento técnico-científico de turismo realizado na cidade de Belém. A programação do evento estruturou-se em conferências, apresentações de trabalhos orais e em posters, minicursos, dentre outras atividades. Ao todo foram apresentados vinte e dois trabalhos orais nos cinco Grupos de Trabalho que integraram o evento e 16 posters. O público recorde desta edição do evento “Turismo em Debate” reflete diversas novidades implantadas naquele ano como a criação de um blog para divulgar notícias sobre o evento e produção técnica-científica; a publicação dos trabalhos selecionados/ apresentados no evento no formato de e-book; facilidades para inscrição on line, a expansão de atuação da Faculdade de Turismo para o campus de Bragança, dentre outras. Busca-se fazer deste evento uma referência nos debates acadêmicos em prol do turismo regional. Espera-se que o “Turismo em Debate” se consolide como um espaço de integração acadêmica, de intercâmbio de experiências e construções de parcerias e redes de pesquisa. Um evento que estimule e oportunize a sociedade a perceber o fazer turístico como uma alternativa para o desenvolvimento sustentável das cidades amazônicas. Profª. Drª. Helena Doris de Almeida B. Quasresma Prof. Dr. Raul Ivan Raiol de Campos Profª MSc. Diana Priscila Sá Alberto (Comissão Científica do VIII Turismo em Debate) SUMÁRIO 1 PROGRAMAÇÃO ...................................................................................................................................102 APRESENTAÇÃO DOS ARTIGOS COMPLETOS .................................................................................14 TURISMO DE BASE COMUNITÁRIA E SEUS REFLEXOS A PARTIR DE MÚLTIPLOS OLHARES NA ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DA ILHA DO COMBÚ, BELÉM - PARÁ ............................................16 ECOTURISMO COOPERATIVO E DESENVOLVIMENTO REGIONAL SUSTENTÁVEL NA AMAZÔNIA: ANÁLISE DE UMA POSSIBILIDADE EM ACARÁ/PA ................................................................................36 O PARQUE AMBIENTAL ANTÔNIO DANÚBIO COMO ALTERNATIVA DE TURISMO E EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA O MUNICÍPIO DE ANANINDEUA/PARÁ. ...................................................................47 GESTÃO AMBIENTAL E POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O ECOTURISMO DENTRO DAS APPS NO MUNICÍPIO DE BAIÃO. ..............................................................................................................................54 GESTÃO PARTICIPATIVA E TURISMO NA RESEX MÃE GRANDE DE CURUÇÁ: MÚLTIPLAS PERCEPÇÕES...........................................................................................................................................68 A GESTÃO PÚBLICA DO TURISMO EM BELÉM ......................................................................................84 TURISMO, PATRIMÔNIO ARQUEOLÓGICO E INCLUSÃO SOCIAL: A SITUAÇÃO DO TURISMO ARQUEOLÓGICO NA AMAZÔNIA .............................................................................................................102 LUGAR DE MEMÓRIA: O BAIRRO DA TERRA FIRME, BELÉM-PA, E SUAS PERSPECTIVAS PARA O TURISMO CULTURAL. ..............................................................................................................................118 CENTRO CULTURAL JOÃO FONA - SANTARÉM/PA: PROPOSTA DE UM PLANO INTERPRETATIVO 123 GEOGRAFIA, TURISMO E PATRIMÔNIO: UMA ANÁLISE DO PLANEJAMENTO E DA GESTÃO DO COMPLEXO FELIZ LUSITÂNIA EM BELÉM, NA AMAZÔNIA ...................................................................142 TURISMO E URBANIZAÇÃO TURÍSTICA NO LITORAL PARAENSE: O CASO DE SALINÓPOLIS/PA .. 159 FESTIVIDADE DO GLORIOSO SÃO BENEDITO: A MARUJADA E O PERFIL DO VISITANTE DE BRAGANÇA NO ANO DE 2011. .................................................................................................................171 3 RESUMOS EXPANDIDOS DOS POSTERS ...........................................................................................182 CONTRIBUIÇÕES DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA O TURISMO SUSTENTÁVEL NA ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DE ALGODOAL-MARACANÃ- PARÁ. ..............................................................184 TURISMO ALTERNATIVO E EDUCAÇÃO PATRIMONIAL: UMA EXPERIÊNCIA DE ROTEIROS GEO- TURÍSTICOS NO CENTRO HISTÓRICO DO MUNICÍPIO DE VIGIA-PA ..................................................188 LAZER, TURISMO E EDUCAÇÃO: UMA ANÁLISE SOBRE A EXPERIÊNCIA DO PROJETO DE EXTENSÃO,“LAZER, TURISMO E FORMAÇÃO CIDADÃ PARA O USUFRUTO DOS ESPAÇOS PÚBICOS.” .................................................................................................................................................192 PERFIL DA DEMANDA DO LAZER DA POPULAÇÃO LOCAL DE ALTAMIRA (PA) ..................................196 A GASTRONOMIA PARAENSE COMO ATRATIVO TURÍSTICO ..............................................................201 TEORIA E PRÁTICA EM PROL DA VALORIZAÇÃO DA CULINÁRIAAMAZÔNICA ..................................205 ANÁLISE DA PONTECILIDADE TURISTÍCA PARA O TURISMO DE BASE COMUNITÁRIA, ASSIM COMO DO PROJETO “BRASIL MEU NEGÓCIO É TURISMO” NA VILA DE TARTURUGUEIRO, MARAJÓ- PA 211 1 - PROGRAMAÇÃO 11Anais do VIII Turismo em Debate 22 a 24 de outubro de 2013 - Centro de Eventos Benedito Nunes/UFPA - Belém PA 22/10/2012 – CENTRO DE EVENTOS BENEDITO NUNES 13h00 – CREDENCIAMENTO (Atração cultural: grupo de carimbo) 14h00 – ABERTURA 14h30 – CONFERÊNCIA DE ABERTURA: A construção do conhecimento acerca do Turismo de Base Comunitária: Prof. Dr. Davis Sansolo (UNESP) 15h40 – APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS (PÔSTER) 16h00 – Mesa de debate 1: “O Turismo de Base Comunitária: experiências de construções epistemológicas” Mediadora: Profª. Drª. Maria Goretti da Costa Tavares (UFPA) Prof. Dr. Davis Gruber Sansolo (UNESP) Profª. Drª Luzia Neide Menezes Teixeira Coriolano (UECE) Prof. MSc. Paulo Moreira Pinto (UFPA) Profª Drª. Neila Waldomira do Socorro Sousa Cabral (IFPA) 18h00 – Lançamento Programa de Formação de Empreendimentos Culturais Solidários Profª Drª. Maria José de Souza Barbosa 18h00 – ENCERRAMENTO 23/10/2012 – CENTRO DE EVENTOS BENEDITO NUNES 8h00 – APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS GT´S 14h00 – Palestra:. “Planejamento e Gestão do Turismo de Base Comunitária” Prof. Dr. Carlos Alberto Cioce Sampaio (UFPR) 15h00 – Mesa de Debate 2: “Atuação da comunidade no desenvolvimento do Turismo Comunitário” Mediador: Prof. MSc. Jorge Alex de Almeida Souza Representante do Movimento de Mulheres da Ilha de Cotijuba (MMIB) Representantes da comunidade de Curuçá Representante da comunidade da RESEX de Soure Prof. MSc. Eduardo Lima dos Santos Gomes (UFPA) 15h00 – Mesa de Debate 3: “TBC e políticas públicas” Mediador: Prof. Dr. Carlos Alberto Cioce Sampaio (UFPR) Representante do ICMbio (RESEX – MAPUÁ) Representante Secretaria de Turismo do Estado do Pará (SETUR-PA) Prof. Dr. Daniel dos Santos Fernandes (FIPI) 18h00 – Conferência de encerramento: “Turismo Comunitário e Desenvolvimento de Comunidades” Profª. Drª Luzia Neide Menezes Teixeira Coriolano (UECE) 19h00 – Programação cultural de encerramento 12Anais do VIII Turismo em Debate 22 a 24 de outubro de 2013 - Centro de Eventos Benedito Nunes/UFPA - Belém PA 24/10/2012 – BLOCO/SALA DE AULA 08h00 – OFICINAS Oficina 1: Planejamento e Gestão de Trilhas Ecológicas. CH:8h (Prof. MSc. Adrielson Furtado – BELEMTUR) Oficina 2: Inventariação de Atrativos Turísticos. CH:8h (Secretaria de Turismo do Estado do Pará); Oficina 3: Captação de Recursos Para a Realização de Projetos. CH:8h (Esp. Ricardo Matos – Diretor do Site “Eu Patrocino”); Oficina 4: Como Proteger Suas Ideias, o Produto Turístico. CH: 8h (Prof. MSc. Antonio Pinheiro – Museu Emilio Goeldi) 2 - APRESENTAÇÃO DOS ARTIGOS COMPLETOS GT 1 - TURISMO DE BASE COMUNITÁRIA: construção de uma epistemologia. 16Anais do VIII Turismo em Debate 22 a 24 de outubro de 2013 - Centro de Eventos Benedito Nunes/UFPA - Belém PA TURISMO DE BASE COMUNITÁRIA E SEUS REFLEXOS A PARTIR DE MÚLTIPLOS OLHARES NA ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DA ILHA DO COMBÚ, BELÉM - PARÁ. Willa dos Prazeres1 Yasmin dos Santos2 RESUMO O presente trabalho teve como objetivo analisar o turismo de base comunitária e a participação da comunidade nas políticas de organização, planejamento, implantação e implementação em Áreas de Proteção Ambiental (APA), tendo como foco sistemático a APA da Ilha do Combú (Localizada na região insular da cidade de Belém do Pará). Analisou-se os interesses da comunidade da Ilha do Combú em participar do corpo de atividades existentes e promovidas pela atual Gestão; e a utilização do espaço para o turismo de base comunitária e a possibilidade da implantação desse segmento, tal como o posicionamento das populações tradicionais a respeito dessa atividade para a fomentação de trabalho e renda. Tendo como pressuposto que a comunidade não é fator decisório no planejamento das atividades proposta pela gestão da APA, e que a mesma não utiliza o espaço para a fomentação da atividade turística. PALAVRAS-CHAVES: Turismo de Base Comunitária, Políticas Públicas, APA da Ilha do Combú. 1 INTRODUÇÃO O mundo perpassa por mudanças radicais, por meio de fenômenos climáticos, a fim de amenizar essas mudanças desastrosas, tem-se a criação de áreas protegidas ou regimes especiais de proteção para os recursos naturais, uma práticaantiga nas sociedades humanas. Essa concepção provem do século XIX, com o objetivo de preservar espaços com atributos ecológicos importantes ou de grande significados. A exemplo dessas áreas protegidas tem-se os parques, que inicialmente tinha a finalidade de resguardar sua riqueza natural e estética, não se permitindo a moradia de pessoas em seu interior. Seguindo essa linha de raciocínio foram criadas as primeiras áreas protegidas legalmente nos Estados Unidos da América (EUA), como o Parque Nacional de Yellowstone, em 1872, resultando de ideias preservacionistas que se tornavam importante nos EUA desde o inicio do século XIX, sendo considerado o primeiro parque nacional no mundo. Essa concepção de preservação de acordo com Morsello (2001, p. 22) antecede ao nascimento de Cristo, pois as civilizações do Oriente detinham de reservas. E na Europa Medieval, a palavra “parque” designava um local delimitado no qual animais viviam na natureza em áreas sob a responsabilidade do rei. Segundo Keith Thomas (1983 apud DIEGUES, 1994, p.19) na Inglaterra até o século XVIII, havia um conjunto de percepções que apreciavam o mundo natural domesticado, e os campos de plantação eram os únicos que tinham valor [...] e os animais, eram privados de seus direitos e sentidos. Contudo, é a partir da criação do parque de Yellowstone, que o conceito que deu origem ao sistema de UCs evoluiu e foi reproduzido mundialmente levando em consideração a noção de “wilderness3” (vida natural/ selvagem). E posteriormente, a partir das fragilidades dos avanços tecnológicos, as questões ambientais, 1 Bacharel em Turismo pela Universidade Federal do Pará. Discente do curso de Especialização em Agriculturas Amazônicas e Desenvolvimento Agroambiental/ DAZ/ NCADR/UFPA; 2 Bacharel em Turismo pela Universidade Federal do Pará. Discente do curso de Especialização em Extensão Rural, Sistemas Agrários e Ações de Desenvolvimento/ AGIS/ NCADR/UFPA; 3 Wilderness: Tradução do inglês para o português significa lugar selvagem, selva. 17Anais do VIII Turismo em Debate 22 a 24 de outubro de 2013 - Centro de Eventos Benedito Nunes/UFPA - Belém PA dos movimentos ambientalistas e das conferências internacionais, as UCs passaram a ser utilizadas como meio de garantir a proteção de espécies e de ecossistemas com o mínimo de impacto humano. No Brasil não foi diferente, logo o modelo adotado foi o norte-americano que não permitia a permanência de pessoas no seu interior, entretanto esse conceito mostrou-se inadequado as florestas brasileiras geralmente ocupadas por populações tradicionais, as quais desenvolvem uma dinâmica interação com o meio ambiente, utilizando os seus recursos sem danificar o meio ou mesmo impactá-lo como as grandes indústrias o fazem. Assim, a primeira UC instituída no Brasil foi o PARNA de Itatiaia, em 1937, no Estado do Rio de Janeiro, baseado no artigo 9 do Código Florestal de 1934, objetivando a pesquisa cientifica e o lazer às populações urbanas. Existindo hoje duas categorias de UCs: a de proteção integral e a de uso sustentável, como exemplo dessa última categoria temos as Áreas de Proteção Ambiental (APAs), espaços que possuem ecossistemas diversificados, junto à ação antrópica, os quais necessitam de ordenamento de manejo para o uso sustentável dos recursos naturais. Como um meio de integração social e geração de renda para as comunidades residentes dessas APAs, pode- se propor o turismo de base comunitária, toda via, há um paradoxo entre a preservação e a utilização desses espaços, sem a perda do seu caráter conservatório e ambiental, e o manejo sustentável desse meio pelas populações tradicionais. Diante do pressuposto, questiona-se a respeito da existência de comunicação entre a comunidade tradicional e os dirigentes? Será possível a utilização dessas APAs sem que as mesmas percam seu caráter conservatório? Qual o interesse da população tradicional na implantação do turismo de base comunitária nessas áreas? Esse artigo teve por objetivo a análise a respeito do turismo de base comunitária e a participação da comunidade nas políticas de organização em Áreas de Proteção Ambiental (APA), tendo como foco sistemático a Área de Proteção Ambiental da Ilha do Combú, por ser uma localidade próxima da Área Metropolitana de Belém e composta por populações tradicionais, as quais desenvolvem atividades primárias – o extrativismo e a pesca - para seu sustento, e informalmente realiza um segmento turístico sem planejamento, por está aquém das políticas e ações públicas voltadas à população. Além de aprofundar os conhecimentos existentes sobre o turismo de base comunitária em APAs, faz- se uma analise sobre os interesses da comunidade da Ilha do Combú em participar do corpo de atividades existentes e promovidas pela atual Gestão, a utilização do espaço para o turismo de base comunitária; tal como uma avaliação sobre as possibilidades da implantação do segmento turístico em questão e uma analise do posicionamento das populações tradicionais a respeito do turismo de base comunitária como gerador de trabalho e renda. 2 CONCEITOS E DESENVOLVIMENTOS PARA FINS SOCIOAMBIENTAIS Com a revolução industrial, surgem diversas teorias sobre a evolução do homem na sociedade, uma das principais teorias, seria a darwiniana, que se baseia nos princípios da seleção natural, na qual sobrevivem os membros da espécie que melhor se adaptam as condições impostas pela natureza (DARWIN, 1987 apud 18Anais do VIII Turismo em Debate 22 a 24 de outubro de 2013 - Centro de Eventos Benedito Nunes/UFPA - Belém PA HENRÍQUEZ; SAMPAIO, ZECHNER, 2008, p.02). Visando essa sobrevivência o homem retira a matéria- prima para confecção do seu produto de mercado, retirando-a do meio ambiente. Contudo a retirada desgovernada dessa matéria do meio ambiente, o alterou a tal ponto que hoje o planeta não tem mais capacidade de absorção ou regeneração dos impactos produzidos pela ação humana (gases efeitos estufas), o que vai provocar uma mudança significativa nos modos de vida que se convencionaram a chamar de moderno (sociedade urbana industrial) ou, para os mais futuristas, pós- moderno (WMO-UNEP, 2007 apud HENRÍQUEZ et al., 2008, p. 04). Nesse contexto, o homem é um ser mutável, o qual se adéqua com as modificações do planeta desde as civilizações antigas até a nossa atual realidade, no entanto o meio ecológico segue um processo único imutável como afirma Barry Commoner, no seguinte enunciado: A civilização humana comporta uma série de processos cíclicos interdependentes, todos com uma tendência para o crescimento indefinido- todos, com exceção de um único: o processo natural. Processo que é insubstituível e absolutamente essencial pelo valor dos recursos provenientes das riquezas minerais, terrestres e da ecosfera. Um conflito entre esta tendência dos setores da atividade humana que procuram progredir no interior dos ciclos e as limitações insuperáveis do setor da natureza torna-se então inevitável. (COMMONER, 1971, p. 122). No entanto o homem esquece-se da importância desses processos e agride o meio natural. Nesse aspecto homem tem buscado amenizar as agressões e danos causados ao meio ambiente a fim de diminuir o ritmo do acelerado processo de modificação ambiental (ou da biodiversidade), e consequentemente, a degradação da vida no planeta. Pensando nessa perspectiva, os países desenvolvidos criaram as chamadas UC, forma consagrada de conservação in situ4, as quais inicialmente foram criadas para preservar espaços detentores de atributos ecológicos significativos. Segundo Brito (1998, p.2) e: Unidades de Conservação são áreas espacialmente definidas, terrestres ou marinhas, estaduais, federais ou municipais, criadas e regulamentadas por meio de leis ou decretos. Seus objetivos são aconservação in situ da biodiversidade e da paisagem, bem como a manutenção do conjunto dos seres vivos em seu ambiente – plantas, animais, microrganismos, rios, lagos, cachoeiras, morros, picos etc. – de modo que possam existir sem sofrer grandes impactos das ações humanas. (BRITO et al., 1998, p. 02). Hoje a estratégia da criação de UCs tende alcançar três objetivos segundo Quaresma (2003, p. 49): A preservação de habitats naturais ou sítios culturais significativos, a proteção dos suprimentos de recursos de alto valor e a manutenção das características e da diversidade paisagística tendo em vista as geraçõesfuturas (QUARESMA, 2003, p. 49). A fim de padronizar as áreas naturais já protegidas que contém amostras de biomas, ecossistemas e espécies, criou-se o SNUC, o qual pode ser entendido como o conjunto de leis que regem sobre as UCs federais, estaduais e municipais, cuja as categorias de manejo estejam previstas na Lei 9.985 de 18 de julho de 2000, e regulamentado em 22 de agosto de 2002 pelo Decreto nº 4.340. (GUATURA, 2000, p. 26). As UCs integrantes do SNUC dividem-se em dois grupos: as Unidades de Proteção Integral (Estação Ecológica, Reserva Biológica, Parques, Monumento Natural e Refúgio da Vida Silvestre) possuem maior grau de restrição tanto à visitação quanto principalmente à possibilidade de exploração de recursos naturais. E as Unidades de uso sustentável (Área de Proteção Ambiental, Floresta Nacional, Reserva Extrativista, Reserva de Fauna, Reserva de Desenvolvimento Sustentável e Reserva Particular do Patrimônio Natural) 4 In Situ: Expressão que significa no lugar 19Anais do VIII Turismo em Debate 22 a 24 de outubro de 2013 - Centro de Eventos Benedito Nunes/UFPA - Belém PA cujo objetivo básico é compatibilizar a conservação da natureza, possibilitando a exploração direta econômica parcelada dos seus recursos naturais sem a destruição do meio ambiente (GUATURA, 2000, p. 28). Como exemplo de Unidade de Uso Sustentável tem-se as APAs de domínio público, no Brasil, sua implementação começou na década de 80, com base na Lei Federal nº 6.902, de 27 de abril de 1981, que estabelece no art. 8: Havendo relevante interesse público, os poderes executivos Federal, Estadual ou Municipal poderão declarar determinadas áreas dos seus territórios de interesse para a proteção ambiental, a fim de assegurar o bem-estar das populações humanas, a proteção, a recuperação e a conservação dos recursos naturais (Brasil, Lei 6.902 de 27/04/1981, da política nacional do meio ambiente, 1981). As APAs são consideradas como espaços de planejamento que possuem ecossistemas diversificados e de grande importância, que necessitam de ordenamento de manejo para o uso sustentável dos recursos naturais, elaborado por meio de processos transacionais, objetivando a melhoria da qualidade de vida das comunidades locais. Harmonizando conservação, recuperação ambiental e necessidades humanas. Para Guatura (2000, p. 30) uma APA tem por objetivo: Proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidades do uso dos recursos naturais, [para] visitação e pesquisas com condições estabelecidas pelo órgão gestor da unidade ou pelo proprietário nas áreas sob propriedade privada. Sendo uma área em geral extensa, com ocupação humana, com atributos bióticos5, abióticos6, estéticos ou culturais importantes para as populações humanas(GUATURA, 2000, p. 30). A população residente na maioria das vezes sobrevive dos recursos naturais dessas áreas, no entanto sem o conhecimento de como devem fazer o manejo das mesmas, o qual deve ser uma iniciativa do Poder Público, que retém de recursos e profissionais, que deve reunir com a comunidade residente na APA e planejar esse manejo por meio de um processo transacional. Entretanto, a criação dessas áreas de proteção nem sempre são bem vista pela população residente, pois as escolhas das decisões fundamentais partem apenas do Poder Público. O qual designa os por quês dessas políticas de proteção efetivadas no modelo tradicional de planejamento. Na maioria das vezes a população é apenas comunicada à respeito das novas medidas de “socialização do meio ambiente”. 2.1 TURISMO DE BASE COMUNITÁRIA: UMA ALTERNATIVA PARA AS POPULAÇÕES TRADICIONAIS O turismo como fenômeno social, com o transcorrer do tempo, passou a ser um instrumento de exploração, uma indústria do capital que tem em vista somente o lucro. Nesse sentido, o turismo de massa é o que se enquadra na concepção atual de turismo segundo Kassis (2005). Onde esse segmento turístico só agrega fatores negativos à comunidade, pois os turistas usufruem do espaço e o degradam, interferindo também no ambiente natural, logo um segmento malvisto pela comunidade local. Diante desse contexto o turismo de base comunitária poderá ser uma alternativa de geração de trabalho e renda, podendo ser um instrumento importante na luta contra a pobreza, e uma atividade que poderá constitui-se como uma ferramenta para o desenvolvimento sustentável das populações tradicionais, a partir de políticas públicas adequadas e de planejamento participativo transacional. 5 Atributos Bióticos: Diz-se biótico dos recursos que são vivos e orgânicos como os animais, as bactérias e as plantas. 6 Atributos Abióticos: Diz-se abiótico dos recursos que são inorgânicos como a agua, a areia e o cascalho. 20Anais do VIII Turismo em Debate 22 a 24 de outubro de 2013 - Centro de Eventos Benedito Nunes/UFPA - Belém PA Assim, a atividade turística pode abrir “novos leques” de oportunidades de trabalho em conjunto de mão-de-obra familiar, contribuindo para o aumento da renda e para a melhoria das condições de vida da população local. Tornando seu dia-a-dia um produto o qual se contrapõe ao seu meio de vida. Em 2008, o Ministério do Turismo (MTur) passou a reconhecer institucionalmente a existência do turismo de base comunitária, ao publicar um edital (MTur, n. 001/2008 apud SANSOLO e BURSZTYN, 2008?, ) voltado para o fomento a essas atividades. No edital, este Ministério define o turismo de base comunitária da seguinte forma: O turismo de base comunitária é compreendido como um modelo de desenvolvimento turístico, orientado pelos princípios da economia solidária, associativismo, valorização da cultura local, e, principalmente, protagonizado pelas comunidades locais, visando à apropriação por parte dessas dos benefícios advindos da atividade turística (MTur, 2008 apud SANSOLO e BURSZTYN, 2008?,). No Brasil, a partir das discussões no I Encontro Nacional de Turismo de Base Local (ENTBL), realizado em São Paulo, em 1997, o turismo passou a ser interpretado, no país, como alternativa para inclusão social, posteriormente no mercado foram surgindo novas tendências do turismo, modificando o perfil dos turistas, voltados para as temáticas da responsabilidade social e ambiental (IRVING, 2008?, p. 109), influenciando operadoras e agencias internacionais de turismo a promoverem destinos turísticos menos convencionais, com novas experiências e descobertas para o “ cidadão global”, que busca vivências e aprendizagem. Desse modo, a atividade turística ganha um novo foco, a sustentabilidade, que preza a conservação dos recursos naturais e culturais, o compromisso de desenvolvimento socioeconômico das comunidades receptoras juntamente com os atores sociais em todas as etapas do planejamento, implementação e implantação dos projetos, gerando benefícios para a população local e sua autonomia no processo de decisão (IRVING, 2002a apud IRVING 2008?, p. 110). Logo o turismo de base comunitária, segundo Irving (2008, p. 111): [...] tende a ser aquele tipo de turismo que, em tese, favorece a coesão e o laço social e o sentido coletivo de vida em sociedade, e que por esta via, promove a qualidade devida, o sentido de inclusão, a valorização da cultura local e o sentimento de pertencimento (IRVING, 2008, p. 111). Nessa visão Irving (2008, p. 111) afirma que o turismo de base comunitária: [...] implica não apenas a interpretação simplista e estereotipada de um grupo social desfavorecido que recebe “outsiders7” curiosos e ávidos pelo exotismo em seu convívio cotidiano, para o aumento de sua renda e melhoria social, mas, antes de tudo, significa encontro e oportunidade de experiência compartilhada (IRVING, 2008, p. 111). O turismo comunitário possibilita que visitantes conscientes ou não - estudantes, professores, pesquisadores, simpatizantes e apenas turistas tradicionais - tenham contato com temas relacionados à preservação da natureza (sistemas ecológicos) e a sustentabilidade e, ao mesmo tempo, a conservação de modos de vida tradicionais (sistemas sociais), por meio da convivência com a comunidade e suas experiências adquiridas com os seus antepassados. Para Coriolano (2006, p. 201-202), o primeiro passo para se iniciar o planejamento da atividade turística de cunho comunitário: É elaborar um pacto interno com todos os residentes em defesa de suas propriedades. Todos 7 Outsiders: Tradução do inglês para o português significa terceiros, “pessoas de fora”. 21Anais do VIII Turismo em Debate 22 a 24 de outubro de 2013 - Centro de Eventos Benedito Nunes/UFPA - Belém PA se comprometem com a preservação de suas terras, delas não se desfazendo, e aqueles que precisam de fato vende-las submetem o negocio à apreciação da comunidade, que analisa quem é o comprador, verifica se ele pode ser um parceiro, e como pode ser feita a parceria. [...] os residentes exigem que este comprador se identifique com os objetivos da comunidade, mostrando que só assim tem sentido sua presença e de sua família no lugar (CORIOLANO, 2006, p. 201 - 202). Outra questão a ser levantada para implantação desse segmento é o fator tempo, logo a comunidade terá que amadurecer seu conhecimento diante da temática do turismo de base comunitária, assim como os temas que o permeiam, como meio ambiente, sustentabilidade, cultura e sociedade, entre outros. Em que a mesma terá que conhecer o básico deste segmento para as primeiras tomadas de decisões, onde a partir do conhecimento adquirido e de sua importância para comunidade, a mesma decidirá a favor ou contra essa opção para o desenvolvimento de sua localidade. Deste modo cada comunidade de acordo com Mielke (2009, p. 23 - 24): [...] tem sua própria dinâmica para discutir seus problemas e apresentar soluções. Todo processo envolve reuniões (oficinas) de trabalho, em que a participação de todos é fundamental, contudo, muitas vezes, os afazeres de cada um e a distancia de onde residem dificultam a criação e o desenvolvimento de uma agenda efetiva. Isso, na pratica, resulta que, se um determinado assunto não pode ser discutido em uma reunião, ele entrará em pauta somente no encontro seguinte, ou seja, no mês seguinte. Vale lembra ainda que o desenvolvimento turístico envolve um grande numero de pessoas. Isso significa que, na mesma hora em que uma reunião está acontecendo muitos deles estão deixando de trabalhar e atender seu próprio negócio (MIELKE, 2009, p. 23 - 24). Partindo desse pressuposto, essa atividade turística não pode ser imposta as comunidades, as mesmas devem decidir e tomar suas decisões sem nenhuma interferência externa, pois caso não estejam preparadas para assumir essa atividade logo deixarão de lado, retomando suas antigas atividades ou até mesmo vendendo suas propriedades. Assim, para Irving (2008?, p. 112), se a iniciativa não tiver motivação endógena8 e expressar o desejo dos grupos sociais locais, ela certamente não atenderá às demandas de desenvolvimento local e nem contribuirá para o protagonismo social, condição essencial para esse tipo de turismo. Ademais, o desenvolvimento local vem a ser a valorização da cultura, dos modos de vida, das tradições e das cosmologias locais (AZEVEDO, 2002 apud IRVING2008?, p.113). Com isso, o turismo de base comunitária é vinculado a uma proposta de desenvolvimento local capaz de contribuir para consolidação das dimensões da existência humana em sociedade, ou seja, do trabalho, do social, da política e da cultura, logo da vida em sociedade. Onde as populações locais devem participar desde o planejamento, implementação, avaliação do projeto turístico até a efetivação do mesmo, garantindo assim a essência para a sustentabilidade e conservação do patrimônio natural e cultural. Confirmando assim a explanação da Irving (1998: 140 apud IRVING, 2008?, p. 114): As vantagens da participação nos estágios iniciais de concepção de um projeto de desenvolvimento são inúmeras, a começar pelo saber compartilhado da problemática local e a identificação de necessidades essenciais a serem incorporadas na visão de projeto. Da mesma maneira, o processo participativo nesse estagio é capaz de nortear o “timing9” do projeto e sua adequação ao tempo de resposta do beneficiário. Nesse sentido, se abre a possibilidade de um engajamento efetivo dos diversos atores envolvidos e o desenvolvimento de uma postura pró-ativa na resolução de problemas sob a ótica da co-responsabilidade. Da mesma forma, o processo permite a avaliação realista de custo-benefício das intervenções 8 Endógeno: adj. Que se forma no interior. Botânica. Diz-se de um elemento anatômico que se forma no interior do órgão que o engendra. 9 Timing: Tradução do inglês para o português significa cronometragem ou “escolha do momento”. 22Anais do VIII Turismo em Debate 22 a 24 de outubro de 2013 - Centro de Eventos Benedito Nunes/UFPA - Belém PA propostas e, principalmente, a “apropriação” do projeto pelo próprio beneficiário, ponto fundamental para a sustentabilidade desejada (IRVING 1998: 140 apud IRVING, 2008?, p. 114). A participação social é um grande diferenciador na prática de projetos de base local, sendo democrático, integra a comunidade em todas as vertentes, contudo esses processos participativos são lentos, envolvem custos adicionais, grandes investimentos em recursos humanos e construção de arcabouço metodológico. Modificando de forma negativa ou positiva o futuro de uma população, principalmente o turismo internacional. Esse segmento turístico não substituirá o tradicional turismo massivo em termos receita. Pelo contrario este segmento constitui uma alternativa aos pacotes padronizados pelo mercado, necessitando também de parcerias com a gestão pública, uma vez que existem medidas que só podem ser realizadas pelo poder público, como por exemplo, o saneamento básico. Contudo, gerando primeiramente, benefícios a população local. Da mesma forma esse segmento não pode ser caracterizado como garantia de geração de emprego e renda, como exposto inicialmente, ele depende das atividades primárias. Constituído principalmente para valorização da cultura local e transmissão desses conhecimentos ou do saber endógeno por meio do encontro com outras identidades, ou seja, com os turistas. Por fim, depois que o produto turístico estiver consolidado, deve-se articular juntamente com a comunidade como será a promoção deste produto, assim como a formação dos moradores para o bem receber dos turistas, pois a partir desse encontro que haverá a relação local-global definindo a excelência ou não do segmento turístico na localidade. 3 RESULTADO DA PESQUISA: UMA CONSTRUÇÃO DE MÚLTIPLOS OLHARES NA APA DA ILHA DO COMBÚ. O presente trabalho teve como metodologia10 a técnica de pesquisa exploratória e descritiva com abordagem qualitativa e aplicação de questionários estruturados e semiestruturados e entrevistas em profundidade, o qual implicou em três etapas. A primeira etapa realizou-se a aplicação de questionário estruturadojunto ao Órgão público responsável pela atual Gestão da APA do Combú, DIAP/CUC/SEMA, com intuito de se obter o conhecimento a respeito das ações públicas voltadas para APA, tal como: a forma de administração implantada pela Gestão; a relação da comunidade com os representantes públicos, a elaboração do Plano de Manejo e suas diretrizes, e; as atividades econômicas voltadas para a localidade. A segunda etapa visitou-se a APA e realizaram-se as entrevistas em profundidades, a qual segundo 10 A metodologia dessa pesquisa inicialmente seria realizada por meio da técnica de Grupo Focal, a qual implicaria na realização de uma oficina, para as representações comunitária, dividida em quatro encontros em que consistiria-se: apresentação do projeto de estudo; dinâmica de apresentação; discussão a respeito do entendimento da comunidade sobre o tema em questão; a relação existente entre dirigentes e comunidades, e; a explanação sobre o entendimento à respeito do que seria turismo comunitário (Líderes Comunitários). Todavia, por motivos externos a nossa pesquisa não foi possível realizar a técnica descrita a cima, sendo a mesma substituída pela técnica de Entrevistas em Profundidades para os residentes da APA e aplicação de questionário estruturado e semiestruturado para atual gestão da APA do Combú, DIAP/CUC/SEMA, pois antecedendo ao nosso período de pesquisa de campo foi diagnosticado um surto da Doença de Chagas, onde o Instituto de Pesquisa Clinica Evandro Chagas (IPEC) realizou nesse mesmo período uma campanha de conscientização da doença de Chagas na comunidade, impossibilitando a concentração dos representantes comunitários para a aplicação da oficina, já que os mesmos encontravam-se em mobilização da campanha em questão. 23Anais do VIII Turismo em Debate 22 a 24 de outubro de 2013 - Centro de Eventos Benedito Nunes/UFPA - Belém PA ZEAL (2011, p. 270): ● Usualmente conduzida com um número relativamente pequeno de sujeitos; ● A entrevista é guiada por um roteiro de tópicos e não por um questionário formal ● As entrevistas muitas vezes são gravadas e transcritas; ● Entrevistas geralmente demoram pelo menos meia hora e podem se estender por diversas horas (ZEAL, 2011, p. 270). Nessa etapa utilizou-se essa metodologia, pois a mesma permite investigar mais afundo o objeto de estudo do que uma entrevista baseada em questionários, sendo menos estruturada possibilitando a formulação de questões baseadas nas respostas dos entrevistados. A terceira e última etapa efetivou-se a análise das informações obtidas por meio dos questionários, entrevistas e diálogos informais com intuito de legitimar a referida pesquisa. Os resultados estão dispostos em caixas de texto, nas quais subdividiu-se em dois subtópicos referentes a esse capítulo de resultados. 3.1 APA DA ILHA DO COMBÚ: CARACTERÍSTICAS E DELIMITAÇÕES. A Área de Proteção Ambiental da Ilha do Combú localiza-se no município de Belém/Pará, mais especificamente na margem esquerda do rio Guamá, abrange uma área de aproximadamente de 15 quilômetros quadrados (Km²), distante aproximadamente 1,5 Km da cidade de Belém. É habitada por quatro comunidades, as quais são: Comunidade Beira do Rio, Comunidade do Igarapé Combú, Comunidade São Benedito a Preservar e Comunidade Santo Antônio do Igarapé Piriquitaquara. Figura 1: Mapa da APA da Ilha do Combú. Fonte: Diretoria de Áreas Protegidas - DIAP/SEMA/PA, 2011. Criada por meio do Decreto Lei nº 6083/97 de 13 de Novembro de 1997, com o intuito de proteção às palmeiras de açaí da derrubada intensiva e predatória gerada pela principal atividade econômica da ilha que é a extração do palmito e do fruto do açaizeiro (PARÁ, 2009, p. 02). A gestão é realizada pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA) por meio da Diretoria de Áreas Protegidas (DIAP) subordinada a 24Anais do VIII Turismo em Debate 22 a 24 de outubro de 2013 - Centro de Eventos Benedito Nunes/UFPA - Belém PA Coordenadoria de Unidades de Conservação (CUC). De acordo com o SNUC (2000) APA é: [...] uma área em geral extensa, com um certo grau de ocupação humana, dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais especialmente importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das populações humanas, e tem como objetivos básicos proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais (SNUC, 2000,CAP.III, ART.15 apud GUATURA, 2000, p.30). Nesse sentido, de acordo com a lei de criação da APA da Ilha do Combú é restrito, em seu interior, a locação e o funcionamento de indústrias potencialmente poluidoras; a realização de obras de terraplanagem e a abertura de canais, quando essas iniciativas não forem extremamente imprescindíveis para atividades afins; o exercício de atividades que ameacem extinguir as espécies da biota regional; o uso de biocidas, quando indiscriminados ou em desarmonia com as normas ou recomendações técnicas oficiais (PARÁ, 2009, p. 02 - 03). Em conformidade com o Art. 3º da Lei de Criação da APA de Combú Nº 6083, de 13/11/1997: Art.3º - Na APA da Ilha do Combú ficam proibidos ou limitados: 1 A implantação e o funcionamento de industrias potencialmente poluidoras; 2 A realização de obras de terraplanagem e a abertura de canais, quando essas iniciativas não forem restritamente necessárias para atividades afins; 3 O exercício de atividades que ameacem extinguir as espécies da biota regional; 4 O uso de biocidas, quando indiscriminados ou em desacordo com as normas ou recomendações técnicas oficiais (PARÁ, SEMA, 2011, Lei de Criação da APA de Combú nº 6083, de 13/11/1997, art.3º). Desse modo, as atividades desenvolvidas na ilha ou que virão a ser desenvolvidas, devem ocasionar o ínfimo impacto possível no meio ambiente, para que os recursos naturais existentes possam ser utilizados de maneira racional e preservados pela comunidade local. De acordo com PARÁ (2009) a APA da Ilha do Combú caracteriza-se: por apresentar atrativos naturais e beleza cênica de grande importância, com variados ecossistemas dotados de igarapés, furo, mata fechada e inúmeras espécies da fauna e flora Existem hoje quatro comunidades de moradores [...]onde se distribuem uma população de aproximadamente 1.300 pessoas. A atividade econômica local está na extração e comercialização de produtos como banana, coco, manga, pupunha, cacau, cupuaçu, andiroba, jambo, cupuaçu, limão, biribá, caju, além de plantas medicinais e principalmente o açaí (PARÁ, 2009). Para que a gestão de uma UC seja eficaz e reproduza bons resultados é importante que os gestores da unidade tenham em mãos um “roteiro” que se possa seguir, um documento que informe sobre todos os aspectos da UC, documento esse conhecido como Plano de Manejo de Unidades de Conservação. Segundo o “Roteiro Metodológico para Elaboração de Plano de Manejo das Unidades de Conservação do Estado do Pará” (PARÁ, 2009, p. 12): o “Plano de Manejo, como instrumento de planejamento, vem sendo utilizado no Brasil desde os anos 1970, embora tenha sido legalmente reconhecido em 2000 no contexto do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) (PARÁ, 2009, p. 12). Por meio da Lei nº 9.985/00 o Plano de Manejo é um: [...] documento técnico mediante o qual, com fundamento nos objetivos gerais de uma 25Anais do VIII Turismo em Debate 22 a 24 de outubro de 2013 - Centro de Eventos Benedito Nunes/UFPA - Belém PA unidade de conservação, se estabelece o seu zoneamento e as normas que devem presidir o uso da área e o manejo dos recursos naturais, inclusive a implantação das estruturas físicas necessárias à gestão da unidade (BRASIL, 2000). Partindo desse pressuposto, o plano de manejo deve ser construído segundo os princípios do enfoque ecossistêmico da Convenção de Diversidade Biológica(CDB), (deve) ser contínuo e adaptativo, ligado ao ciclo de gestão da UC, e viabilizar a participação social (PARÁ, 2009, p. 03). Sendo assim, PARÁ (2009, p. 20) indica para a elaboração de um plano de manejo para as UCs estaduais cinco etapas, as quais são: ● Etapa I: Organização do Planejamento, etapa esta que define as estratégias de elaboração do plano de manejo; ● Etapa II: Diagnostico da UC e da Região, realiza-se a caracterização da UC e de sua área de abrangência por meio da coleta de dados primários; ● Etapa III: Avaliação Estratégica: tem-se nessa etapa a avaliação estratégica da situação atual da UC, com intuito de realizar uma analise integrada ao diagnostico; ● Etapa IV: Identificação de Estratégias: elaboram-se as diretrizes e identifica-se as estratégias para o alcance dos objetivos do plano. ● Etapa V: Aprovação: analisa-se e aprova-se tecnicamente a versão final do plano de manejo, a SEMA reconhece e oficializa o documento como instrumento oficial de planejamento (Pará 2009, p.20). Desde sua criação em 1997, a APA da Ilha do Combú, não detém de um plano de manejo para auxiliar na administração da unidade, ficando assim prejudicada, pois sem esse plano as diretrizes, recomendações e ações estratégicas que teriam o papel de facilitar a integração entre os diferentes atores sociais atuantes na APA ficam vulneráveis, dificultando a consolidação desses objetivos. 3.2 AÇÃO: GOVERNO X COMUNIDADE LOCAL De acordo com a SEMA (PARÁ, 2009), 58% do território paraense é formado por áreas protegidas, totalizando 86 UCs, onde a SEMA e responsável pela criação, planejamento e gestão em conjunto com a comunidade local, sendo uma gestão descentralizada e participativa. Em conformidade à essa análise, a Técnica em Gestão ambiental da SEMA explana: [...] a administração das Unidades de conservação, que a APA é uma Unidade de Conservação né, ela é uma gestão descentralizada tá e participativa [...] porque não só a secretaria fica responsável pela gestão como também existe um conselho, que no caso da APA da Ilha do Combú ele é deliberativo. Ele é consultivo e deliberativo também, por que o conselho tem direito a voto em questões importantes na APA e é participativo porque permite que nesse conselho haja participação do quantitativo da população da APA. Segundo o Gerente, o Conselho Gestor da APA da Ilha do Combú: “é formado por 20 membros e seus respectivos suplentes, sendo 10 cadeiras para Poder Públicos e as outras 10 para representantes da Sociedade Civil, dividido entre as quatro comunidades e as outras seis cadeiras são divididas entre associações e cooperativas, de acordo com a Portaria Nº 2.526/2008-GAB/SEMA, 22 de Dezembro de 2008, publicado no Diário Oficial Nº 31323 de 23/12/2008”. Contudo a realidade é distorcida, a SEMA de um lado expõe uma gestão transacional, onde a população tem voz e voto, colhendo as ideias das 04 comunidades por meio de reuniões promovidas pela mesma, nas 26Anais do VIII Turismo em Debate 22 a 24 de outubro de 2013 - Centro de Eventos Benedito Nunes/UFPA - Belém PA quais fazem propostas inovadoras, na maioria das vezes apenas promessas, assim como relata o barqueiro A11, morador da Comunidade Santo Antônio do Igarapé Piriquitaquara há 49 anos e integrante da Associação de Barqueiros da Ilha do Combú (ABIC), “essas reuniões nunca dão em nada, por que eles sempre falam, prometiam coisas e não cumpriam”. Segundo a Técnica da APA da Ilha do Combú, a SEMA segue um planejamento estratégico voltado para participação, onde existe um envolvimento dos comunitários nas reuniões de implantação e implementação, entretanto pouco expressiva, assim como a mesma relata: [...] lá na APA do Combú uma das principais preocupações que nós temos é quanto à participação da população que não é muito grande. Existem vários convites de reuniões, inclusive do conselho e outras para tratar do planejamento da APA e a participação às vezes ela é pequena [...]. Para os comunitários o envolvimento da SEMA com a população é totalmente baixo, de acordo com o barqueiro B12, morador da Comunidade do Igarapé Combú nascido e criado na ilha relata: “não vejo ninguém se movimentar para fazer nada, continua igual nesse tempo que moro aqui, nem sei o que é a SEMA”. No entanto, para o morador D13, residente da comunidade Igarapé Combú há 50 anos, “olha a SEMA tem aqui um pessoal andando há bastante tempo aqui, mas eu ainda não tive oportunidade de ir assim nessas reuniões deles, mas ele atua nessa área aqui”. Para a técnica da SEMA essa situação ocorre: [...] porque durante muito tempo o Combú, ele por exemplo foi alvo de pesquisas e trabalhos de inúmeros órgãos que muitas vezes iam lá e não traziam o retorno pra eles. Então eles começaram a perder a credibilidade em cima dessas pesquisas dessas entidades [...] fica complicado até deles comparecerem e a participação nem sempre é grande. Geralmente quem aparece são aquelas pessoas, as mesmas pessoas que já tem outra visão mais preocupada mesmo com a gestão, elas querem está se envolvendo, como é o caso mesmo da Prazeres. Diante do exposto observou-se que a relação entre os representantes públicos e a comunidade local é delicada, por diversos motivos, promessas não cumpridas por parte do Órgão Gestor, como a criação de espaços de lazer às crianças da APA, como afirma o barqueiro A na sua fala:” a SEMA fez uma proposta e não cumpriu, como a criação de um espaço de lazer para as crianças, a criação de galpão em Piriquitaquara e no Combú, se você for na SEMA vai ver que a verba para isso já foi liberada.” A técnica da SEMA relata que isso ocorre: “porque as nossas atividades da gestão da SEMA, elas ocorrem de maneira lenta, só que o serviço público ele é muitas vezes caracterizado por isso, ele é excessivamente burocrático então as coisas acabam demorando mais do que deveriam pra acontecer”. Toda ação realizada pela SEMA para APA deve ser pensada em conjunto com a comunidade como o planejamento do plano de manejo, que foi explanado em duas oficinas realizadas no Igarapé Combú e Beira do Rio e a outra realizada na Stº Antonio e São Benedito a Preservar, o mesmo esta sendo criado desde 2009, conforme relato da técnica da SEMA isso ocorre por causa da demora do serviço público, a empresa 11 Iv (informação verbal): por questões de preservação da imagem do entrevistado optou-se em ocultar os nomes verdadeiros dos entrevistados. 12 Iv (informação verbal): por questões de preservação da imagem do entrevistado optou-se em ocultar os nomes verdadeiros dos entrevistados. 13 Iv (informação verbal): por questões de preservação da imagem do entrevistado optou-se em ocultar os nomes verdadeiros dos entrevistados. 27Anais do VIII Turismo em Debate 22 a 24 de outubro de 2013 - Centro de Eventos Benedito Nunes/UFPA - Belém PA que está desenvolvendo o plano é a Vida Meio Ambiente de Minas Gerais, em que a mesma ganhou a licitação para a execução do plano de manejo, por ser a que apresentou o menor custo pela prestação do serviço, conforme o edital para a criação do plano. E segundo o Gerente da APA do Combú na SEMA, a licitação de liberação foi cancelada devido a empresa não está atendendo as demandas solicitadas em edital pela SEMA. Ademais segundo relato de alguns moradores houve sim reuniões com essa temática, contudo nenhuma deliberação foi tomada. De acordo com o mesmo existe apenas um Plano de Uso Temporário (sendo um acordo extraoficial). Para população local a Secretaria está deixando muito a desejar, referente a infraestrutura por não existir uma fiscalização efetiva por parte do Poder Público responsável, onde empresas privadas de turismo exploram a APA, como explana o barqueiro A “os turistas entram e saem da ilha, eles têm que deixar 10% da renda para comunidade e nada dissoé feito, pois isso é importante”. Outro fato é a comercialização da APA sem o envolvimento da população, como passeios turísticos ou mesmo turistas transitando pelo espaço atrapalhando a vida dos moradores. De acordo com o inciso V do Art.2º da Lei de Criação da APA do Combú Nº 6083, de 13/11/1997: Aplicação, quando for necessário, das medidas legais destinadas a impedir ou evitar o exercício de atividades causadoras de sensível degradação da qualidade ambiental, em especial as atividades de derrubada dos açaizeiros, para a retirada do palmito (PARÁ, SEMA, 20011, Lei de Criação da APA de Combú nº 6083, de 13/11/1997, inciso V do art.2º). Conforme a técnica da Sema, isso resulta: [...] nós temos um espaço pequeno, nós não temos computadores pra todo mundo, quer dizer que agente trabalha com uma estrutura precária né, a nossa lancha tá sem combustível porque não foi liberado o combustível pelo financeiro, então quer dizer nós temos todas essas dificuldades pra tá trabalhando. Então algumas pessoas não entendem isso, já outros eles ficam chateados, por que eles acham que a SEMA já deveria tá lá, deveriam sempre tá lá trazendo mais benefícios, eles acham que pelo menos é o que eu percebo que a gestão da SEMA pra eles não tem trazido muita diferença. Outro ponto a se abordar da disparidade entre as ações do governo x comunidade local é a questão da própria população desconhecer que reside em uma APA e até mesmo o que seria uma UC, onde analisou- se a partir das entrevistas realizadas com os moradores da APA do Combú, entre 04 entrevistados 03 não sabiam o que seria uma APA ou UC, ou descreveram de forma errada, como a definição que o morador C aponta, para ele uma UC “é a conservação da natureza, das árvores e dos animais da floresta”, já uma APA, o mesmo relata: “o que sei e que é preservar uma área de natureza, não derrubar as árvores”. Todavia, os demais desconhecem que residem em uma APA, como afirma o morador B, ao ser perguntado se sabia que morava em uma APA, responde que não, que nem mesmo sabe o que seria isso. Segundo Guatura (2000, p. 30 – 31), uma Área de Proteção Ambiental caracteriza-se por ser: “área em geral extensa, com ocupação humana, com atributos bióticos, abióticos, estéticos ou culturais importantes para as populações humanas”. Nesse ponto a técnica da SEMA concorda, aonde “muitas vezes alguns não conhecem o que seja uma APA né, por mais que se faça reuniões aparecem poucas pessoas, então é um processo que eu vejo como lento e gradual”. E ainda aponta que a causa dessas precariedades é pelo fato da APA ter sido legalizada posteriormente a sua criação que seria em 1997, e até 2003 (ou 2006/2007) só existia no papel, e que somente a partir da admissão do atual coordenador o Cristino e que foram a fazer os trabalhos de Educação 28Anais do VIII Turismo em Debate 22 a 24 de outubro de 2013 - Centro de Eventos Benedito Nunes/UFPA - Belém PA Ambiental, providenciou-se a lancha, foi se pensar o plano de manejo. A mesma ainda ressalta que existem diversas políticas públicas e atividades voltadas para comunidade no geral como: [...] atividades voltadas para educação ambiental, nós temos cursos, também de alternativas de renda, como hortas suspensas, artesanatos, existem, por exemplo, o projeto agroextrativista do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) [...] o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) já implantou vários cursos lá, existe um posto de atendimento de saúde municipal [atualmente só conta com uma enfermeira para atender as 04 comunidades], agente tem três escolas também municipais [...]. Confirmando o exposto o Gerente relata: “que essas políticas públicas são direcionadas por meios de programas (Uso Público, Plano de Manejo, Educação Ambiental, etc.)”. Diante do exposto conclui-se que o relacionamento do Órgão Gestor a SEMA com os comunitários é delicada, de um lado o défice do poder público e de outro as necessidades da população, a qual tem pouca participação nas reuniões deliberativas da secretaria, de acordo com a mesma. E na visão da comunidade a Secretaria não participa massivamente nas ações da APA, participando quando lhe é mais conveniente, falhando em situações básicas como na saúde e na fiscalização. 3.3 O TURISMO DE BASE COMUNITÁRIA COMO GERADOR DE TRABALHO E RENDA Para se desenvolver o turismo como atividade geradora de trabalho e renda é necessário primeiramente ter-se a compreensão do que seria esse termo ou como o mesmo deve ser implementado e implantado na sociedade. Partindo desse pressuposto, Mielke (2009, p. 20) afirma que: O Turismo, quando bem organizado é considerado uma grande força promotora de benefícios, tanto para o município especificamente, como para a região, em função da possibilidade que tem de proporcionar uma melhoria da situação econômica de cada elemento que compõe a oferta. O que se observa, independentemente do tamanho do município, é que há certa confiança e/ou expectativa de que o turismo realmente tenha condição de estimular a economia local (MIELKE, 2009, p. 20). Todavia, esse conhecimento não é devidamente repassado para quem trabalha diretamente com esse segmento, como é caso da APA do Combú, segunda a pesquisa de campo realizada com alguns moradores da APA, conclui-se que de cada 04 entrevistados 02 disseram não entender nada sobre o assunto e os outros 02 definiram turismo como sendo uma coisa boa. De acordo com relato do morador D, quando questionado sobre seu entendimento a respeito do turismo, o mesmo responde: “olha o turismo aqui no Combú é muito bom (sublinhado nosso) aqui, vem bastante gente de fora aqui”. Já na visão do morador A: “o turismo é uma coisa muito boa de trabalhar (sublinhado nosso) né, só que falta mais infraestrutura”. Onde essa temática deveria ser debatida em reuniões com os comunitários coordenadas pela SEMA, sendo a mesma responsável pelo plano de manejo da APA, o que de fato não ocorre, a partir dos dados obtidos nessa pesquisa. Assim observou-se que os moradores possuem uma visão superficial do que seria turismo, ou mesmo desconhecem esse termo. Sabem que é bom e o praticam indiretamente, contudo desconhecem a base da atividade turística, o bem receber, assim com as estruturas mínimas para manter esse serviço. 29Anais do VIII Turismo em Debate 22 a 24 de outubro de 2013 - Centro de Eventos Benedito Nunes/UFPA - Belém PA Pode-se observar essa ação na fala do morador D “o turismo é muito bom aqui, pena que é só restaurante não tem outra coisa aqui pra eles. Aqui tem os igarapés, aqui os furos, aqui eles acham bom, mas é pouco”. O morador B relata que “só existe o envolvimento dos donos de restaurantes, eles fazem as trilhas [dentro das suas propriedades], levam daqui do porto para ilha, só isso”. Logo, entende-se que a comunidade desconhece os benefícios que o turismo possa vir acarretar. Entretanto não o turismo massivo, mas sim o turismo comunitário, aonde ambos ganhariam - o turista e a própria comunidade. Em presença da crise socioambiental e da massificação do turismo em escala mundial, o turismo de base comunitária vem ser a alternativa criada para se contrapor ao turismo de massa. Trata-se de um modo de desenvolvimento para grupos sociais com menores potenciais de acesso na cadeia produtiva do turismo. É uma segmentação do turismo que enfatiza o local, a conservação e a preservação ambiental e a identidade cultural da comunidade (ARAÚJO & GELBCKE, 2008, p.10). Nesse sentido, o turismo de base comunitária oportuniza as comunidades tradicionais com desvantagens e desigualdades históricas a desenvolver uma estratégia de comunicação social que possa viabilizar seus respectivos modos de vida. Além de “abrir as portas” para visitantes ampliarem a relação com temáticas provenientes à preservaçãoe a conservação da natureza, e de modos de vida tradicionais (SAMPAIO, ALVES, FALK, 2008, p. 10). Todavia, volta-se à problemática inicial: a falta de conhecimento da população local, agora a respeito do que seria turismo comunitário. Quando questionados a respeito de seu entendimento sobre essa temática os moradores responderam: “não sei o que é isso, nunca ouvi falar” diz morador B, da ilha há 25 anos e barqueiro há 10 anos. Mesmo posicionamento do barqueiro C também morador da ilha há 20 anos e comandante de embarcação há 10 anos quando questionado: “não entendo muita coisa não, eu apenas trabalho com os bares lá da ilha”. Ademais se esse segmento fosse aderido pela comunidade como um todo, o mesmo poderia tornar-se uma fonte de trabalho e renda à população, a qual continuaria suas atividades cotidianas, constituindo um dos requisitos para realização do turismo de base comunitária. Entretanto essa prática deve estar incluída no plano de manejo da área, por ser a uma UC, logo deve haver um plano elaborado junto com a comunidade, no qual se deveria propor essa atividade, porém até o presente momento esse plano, segundo o Gerente da APA do Combú, encontra-se com a licitação cancelada por tempo indeterminado. Um exemplo da ocorrência dessa atividade turística que obteve bons resultados está na localidade de Prainha do Canto Verde, localizada no litoral leste do estado do Ceará, no município de Beberibe a 126 km de Fortaleza. O turismo de base comunitária emergiu para essa pequena comunidade como uma oportunidade de desenvolvimento de mais uma atividade econômica para a localidade, de criação de trabalho e de renda. Nesse sentido, Mendes & Coriolano (2005, p. 01): Constatou-se que a comunidade alcançou um nível de organização capaz de decidir sobre seu destino, e isso só foi possível com trabalho de educação de base, que levou os pescadores e residentes a se organizarem em defesa da pesca artesanal, do fortalecimento do sentimento de luta, enfrentamento aos problemas de especulação imobiliária, a degradação ambiental e da criação da Cooperativa de Turismo e Artesanato da Prainha do Canto Verde - COOPECANTUR. A cooperativa vem contribuindo para implantação de pequenos empreendimentos turísticos gerenciados pelos próprios moradores, e que contribuem para melhorar o nível e a qualidade de vida desse lugar (MENDES & CORIOLANO, 2005, p.01). 30Anais do VIII Turismo em Debate 22 a 24 de outubro de 2013 - Centro de Eventos Benedito Nunes/UFPA - Belém PA Assim, a localidade de Prainha de Canto Verde pode ser considerada um exemplo de sucesso para outras localidades que buscam a implantação da atividade turística de base comunitária. Desse modo, a comunidade tem por objetivo o desenvolvimento do turismo de forma sustentável, suprimindo a introdução de grandes cadeias hoteleiras e desenvolvendo o comércio local para que o lucro fique na comunidade. Por fim, pode-se dizer que Canto Verde constitui-se como uma referência de turismo comunitário no estado do Ceará e no Brasil. Aonde este segmento vem sendo realizado de forma participativa e suas diretrizes estão sendo implementadas de “baixo para cima”. Tornando-se um processo produtivo social e economicamente para os residentes da localidade. O turismo vem sendo, sobretudo um complemento à renda das famílias de pescadores que ali residem, além de ter contribuído para a inclusão das mulheres no processo produtivo local, para a inclusão do trabalho dos pescadores na época do defeso e para a permanência dos jovens que passam encontrar oportunidades de trabalho e crescimento pessoal dentro do seu lugar. Assim como Canto Verde o turismo comunitário poderia dar certo na APA do Combú, se houvesse iniciativas do poder público, assim como a dinamização do que seria essa atividade, seus pontos positivos e ganhos para população local, e por fim interesse da própria comunidade em aderir esta causa. Diante das analises das entrevistas, para o morador A da comunidade do Piriquitaquara “a comunidade tem interesse mais falta muita infraestrutura [...] um barco mais adequado [...] a comunidade tinha que fazer alguma coisa para apresentar para os turistas, como venda do artesanato e visitação nos igarapés”. Quando questionado a respeito das ações da SEMA voltadas para atividade turística o mesmo explana: “a SEMA fez reuniões com propostas de barracões de lazer, mas nunca fez nada, o centro cultural, geralmente, geraria turismo, a proposta seria de criar 03 barracões, um no Piriquitaquara, no Combú e outro no São Benedito”. Na visão do morador B: [...] nessa parte tá difícil, pois a comunidade não tem um envolvimento, só existe o envolvimento dos donos de restaurantes, eles têm interesse, eles fazem trilhas ecológicas, levam daqui do porto para ilha, mas a comunidade não tem interesse em fazer esse tipo de turismo comunitário [...]. O mesmo relata que nas reuniões de lideres comunitários não há debate sobre o turismo, somente sobre saúde e educação. Logo, para a concretização do segmento em questão é de extrema importância a participação social, pois somente a comunidade tradicional, como um todo, pode iniciar essa atividade. Segundo o morador C “há interesse da comunidade com turismo, mas só o de levar da praça e levar para os restaurantes e bares”. Para o morador D na comunidade como um todo não existe interesse, mas poderia ser uma boa proposta, pois “sempre vem gente procurar por trilhas, mas só tem aquela da Saudosa Maloca, mas a menina que leva às vezes ta trabalhando, ai não da pra fazer, por que só ela que leva eles”. Vale ressaltar que o turismo, hoje é reconhecido como importante fomentador de divisas, capaz de gerar oportunidades de trabalho e renda e de contribuir para a diminuição das desigualdades regionais e sociais em diferentes pontos do território nacional, enquanto setor econômico, e é de grande valia ressaltar que o turismo não será a solução para o déficit mundial de pobreza. Infelizmente, a partir das entrevistas realizadas com alguns moradores da APA que trabalham diretamente com os turistas, percebe-se que a comunidade de um modo geral não tem interesse nesse 31Anais do VIII Turismo em Debate 22 a 24 de outubro de 2013 - Centro de Eventos Benedito Nunes/UFPA - Belém PA segmento, uma vez que o conceito de turismo de base comunitária está aquém da realidade local e também pela incipiente ou quase nula intervenção das políticas públicas socioambientais na APA. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS É de grande valia ressaltar, que o turismo de base comunitária não será a solução para o déficit mundial da pobreza. Mas sim, uma possibilidade paliativa para comunidades tradicionais que desejam interagir sua cultura e tradições por meio da atividade turística transacional, ou seja, pensado em conjunto – comunidade e Órgãos Públicos – contudo, mantendo suas atividades primárias. Uma atividade na qual a comunidade repassaria seus conhecimentos utilizados no seu cotidiano para os futuros turistas, afim de repassar suas vivencias e ações promovidas pela comunidade, além de ampliar a relação com temáticas provenientes à preservação e a conservação da natureza, e de modos de vida tradicionais. No entanto, a falta de planejamento participativo para a implantação do turismo de base comunitária, faz com que os objetivos desse segmento não sejam atingidos, agravando-se quando trabalhando em uma APA, pois qualquer ação ou política pública voltada para uma área de proteção ambiental deve ser discutida no Conselho Gestor da mesma, tal como, incluída no seu plano de manejo. Partindo desse pressuposto, e a partir do levantamento bibliográfico e da aplicação de questionários estruturados e semiestruturados, junto ao Órgão Gestor da unidade de conservação (DIAP/CUC/SEMA), assim como pesquisa de camporealizada com os moradores da APA do Combú por meio de entrevista em profundidade e levantamento de documentos visuais, observou-se que a comunidade, mesmo detendo dez assentos no Conselho Gestor, a mesma não é fator decisório no desenvolvimento do planejamento das atividades proposta pela gestão da APA devido alguns fatores. Esses fatores são: a falta da credibilidade na atual Gestão; o descrédito nas pesquisas desenvolvidas por diversas entidades e órgão públicos que não levam nenhum retorno os comunitários da unidade de conservação; a falta de união dos próprios comunitários, devido pequenas rixas motivadas pelo favorecimento de algumas comunidades no desenvolvimento das ações propostas pela Gestão da APA. Portanto, analisou-se que o envolvimento entre a atual gestão da APA com os comunitários é fragilizada. A SEMA aponta como um dos fatores para a ocorrência dessa situação a demora no serviço público, o qual é lento devido a burocracia na liberação de recursos para a promoção de algumas atividades como: o abastecimento da lancha, que faz o transportes da equipe de técnicos até a APA e a falta de estrutura física tanto no prédio da Secretaria como na APA, pois deveria existir uma sede administrativa na própria localidade e mais recursos básicos como computador para todos os técnicos, impressora entre outros na sede em Belém. Para a comunidade local, de uma maneira equivocada ou desconhecendo a realidade de uma Gestão Pública, a Secretaria está deixando muito a desejar, pois a mesma deveria oferecer o mínimo de infraestrutura para população, o que de fato não ocorre. Outro ponto existente é a questão da população residente desconhecer que habita em uma APA, tal como o que seria APA ou UC ou mesmo descrever de forma erronia, constatada a partir das entrevistas realizadas com os mesmos. 32Anais do VIII Turismo em Debate 22 a 24 de outubro de 2013 - Centro de Eventos Benedito Nunes/UFPA - Belém PA A partir da análise das entrevistas em profundidade, observou-se que moradores quando questionados sobre o que entendem à respeito de turismo desconhecem o seu significado e seus benefícios quando planejado. Realizando um tipo de turismo que só agrega valores negativos à comunidade e ao meio ambiente, por ser uma ação apenas de consumismo realizado pela maioria das vezes pelos donos de bares e restaurantes centralizados na orla da comunidade do Igarapé Combú. Uma alternativa para substituir esse segmento seria o turismo de base comunitária, que viria a agregar receita sem interferir diretamente na vida dos moradores e nem degradar o meio natural da APA. Todavia, a comunidade desconhece esse termo, o qual deveria ser abordado no plano de manejo, que por ventura o mesmo ainda encontra-se em fase de elaboração – atualmente está estagnado devido ao cancelamento da licitação. Diante da análise dos resultados, observou-se que o segmento trabalhado nessa pesquisa não existe na APA do Combú. Devido à falta de iniciativa e interesse por parte da comunidade, logo a mesma detém interesses divergentes, onde o processo de união entre as comunidades como um todo não existe, com exceção das pessoas ligadas diretamente aos bares e restaurantes, sendo que um dos pilares do turismo comunitário é que a comunidade em geral abrace essa causa para que posteriormente essa atividade não seja abandonada. Todavia, observou-se que a APA do Combú possui elementos para a realização do turismo de base comunitária, tais com: recursos humanos – (associações e cooperativas), recursos culturais (artesanato, culinária, danças e o próprio cotidiano da comunidade) e recursos naturais (biótico e abiótico ). Além das parcerias com as supostas ações dos Órgãos Públicos (SEMA e a Prefeitura Municipal de Belém). Conclui-se, a partir da pesquisa como um todo, que o Órgão Gestor e comunidade não caminham juntos, onde apenas alguns comunitários se interessam em participar das atividades propostas pela Gestão em quanto outros permanecem realizando suas atividades rotineiras. E que a SEMA não está cotidianamente presente na localidade devido a demora na realização do serviço público. Ademais, a comunidade local fica a margem de um verdadeiro e responsável turismo que seria uma alternativa econômica interessante para fortalecer as atividades primárias existentes e com isso, incentivar o sentimento participativo da comunidade local. 6 REFERENCIAS ARAÚJO Guilherme P.; GELBCKE Daniele L. Turismo Comunitário: uma perspectiva ética e educativa de desenvolvimento. Revista Turismo Visão e Ação – Eletrônica, v. 10, nº 03. p. 357 – 378, set/dez. 2008. Disponível em: <www.univali.br/revistaturismo>. Acesso em: 14 de nov de 2011. ARRUDA, Rinaldo. Populações tradicionais e a proteção dos recursos naturais em unidades de conservação. Ambient. soc. [online]. 1999, n.5, pp. 79-92. ISSN 1414-753X. Disponivel em <http://www. scielo.br/pdf/asoc/n5/n5a07.pdf>. Acesso em: 15 de jun de 2010. BRASIL. Lei Federal nº 9.958de 18 de julho de 2000. Sistema Nacional de Unidades de Conservação. Brasilia, em 18 de julho de 2000. 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