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aula 8 HIMOCI

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Aula 8: Conhecendo a Cidade Medieval 
Ao final desta aula, o aluno será capaz de:
1. Entender como a organização da cidade impacta muito mais do que o comércio; 
2. aprender que grupos marginais também precisam ser entendidos, discutidos e fazem parte da História; 
3. discutir a figura da mulher: prostitutas, damas, feiticeiras e mães; 
4. compreender que a arte é uma forma de analisar os fenômenos sociais. 
Nesta aula, será entendida a leitura europeia sobre as cruzadas, rediscutindo o papel de convocação, da organização e seus efeitos na economia da Europa.
O que são as cruzadas?
Um movimento religioso?
Bem mais do que isso. Seus efeitos têm relação direta com as transformações políticas e sociais no medievo. Sua força reside na transformação social que ela ocasiona na Europa, uma vez que amplia as possibilidades de trocas no mediterrâneo, introduz o mundo europeu no lucrativo comércio Oriental.
Os primeiros homens que voltavam das cruzadas vieram enriquecidos e com possibilidades que antes eram muito difíceis. Buscavam também reproduzir grandes castelos e organizações sociais vistas no mundo Oriental.
“A história do apogeu das cidades medievais está relacionada com o progresso da civilização material, fruto da produção de excedente agrícola e da evolução demográfica assistida na Europa ocidental a partir do século X. Após o ano 1000, o crescimento econômico na Europa incrementa e impulsiona a expansão urbana.
Essa expansão, situada entre 1150 e 1330, pode ser acompanhada através do aumento da superfície construída de algumas cidades, como Bordéus, que passa de 30 a 170 hectares, da construção de sucessivas muralhas e da criação de cidades novas, tais como Villeneuve e Neuville. 
A maior parte das cidades no período considerado se originam da cité da época romana, dos castelos ou mosteiros. Era comum pessoas se reunirem em torno de um castelo e estabelecerem pequenos estabelecimentos comerciais, formando um núcleo urbano que iria dar início à futura cidade. A origem das cidades também estava ligada às bastides, espécies de aldeias de formação espontânea.
O aumento da superfície urbana das novas cidades provém principalmente do fluxo de homens do campo, que formam um contingente demográfico que varia de 80.000 a 200.000. Por volta de 1250, a rede urbana da Europa pré-industrial já estava traçada: Paris era uma das maiores cidades, com cerca de 200.000 habitantes, as metrópoles italianas contavam com o contingente populacional de cerca de 60.000 habitantes. Centenas de pequenas cidades cobriam o mapa da Europa, com uma população que variava de 1000 a 10.000. 
O desenvolvimento do aparelho urbano está diretamente imbricado com as funções que a cidade assume na Idade Média. Além da importância das feiras e do comércio, que conferem à cidade sua função econômica, merece destaque a função religiosa, exercida pelas ordens mendicantes; a função cultural das escolas e universidades e a função política, onde se percebe as lutas pelo domínio do poder nas cidades. 
No tocante aos aspectos da dominação política na cidade, é preciso considerar primeiramente que o crescimento dos centros urbanos está relacionado com as cortes dos grandes senhores, havendo, portanto, uma ligação entre a vitalidade urbana e o poder senhorial. Neste sentido, a cidade se define como um dominium que pertence a um ou vários senhores, representando um enclave territorial no mundo rural. 
Esses senhores concedem ou outorgam parte de seus direitos às comunidades urbanas ascendentes. Contudo, essa concessão nem sempre foi acompanhada pela aceitação geral dos citadinos, de forma que grande parcela dos direitos teve de ser arrancada à força.
Essa reação contra os poderes arbitrários que os senhores laicos ou religiosos exerciam nas cidades ganhou força com o movimento comunal. A comuna era uma associação; uma “conjuração” que residia no juramento mútuo que seus membros prestavam. Conhecidas desde o século IX, na época carolíngia, as comunas tiveram um papel marcante na formação das cidades e na emancipação dos mercadores, estando intimamente relacionada com motivações de ordem econômica.” 
http://www.periodicos.ufrn.br/ojs/index.php/mneme/article/view/247/227 
A CIDADE MEDIEVAL: MULHER E ARQUITETURA COMO FORMA DE ENTENDIMENTO DO MOMENTO 
Entendemos o que é Cidade Medieval, seus antecedentes e sua organização...
Mas como adentrar de fato suas estruturas, conhecer suas dificuldades, releituras e práticas sociais?
COMO ESTUDAR A MULHER? Não é a mesma história do homem? 
Pergunte a qualquer mulher e ela vai te dizer que não, ainda temos traços de resistência a posições prevalentes do feminino, e só o estudo de História vai nos permitir entender mais sobre esta mulher...
E vem a questão, mas qual mulher?  
Existem muitas em uma sociedade, com formas e práticas diferentes, mas direcionamentos comuns. É isso que veremos nesta aula, começando com a prostituta.
A prostituta, definindo, mulher que vende o seu corpo mediante pagamento, é uma figura presente, mas marginalizada durante a Idade Média.  Antes que iniciemos respostas rápidas, vamos estudar um pouco mais sobre ela.
Muitos clérigos eram donos de prostíbulos, era comum os prostíbulos ficarem no andar de câmara do comércio.
Nem todas as Igrejas apoiavam ou se utilizavam da prostituição, existem defesas de que elas eram a prova de que as cidades são as novas Sodoma e Gomorra, um lugar de pecado em que a alma do homem se perde.
Vamos entender melhor o tema. Temos uma sociedade que está em transformação, novos grupos intelectuais, sociedades de cortes, em que mulheres detêm influências. É necessário reconstruir, repensar os argumentos para entender essa prática social.
Existem cidades em que as prostitutas são exiladas, lançadas para fora dos muros das cidades.
A igreja dava ênfase na regeneração das prostitutas, incentivando-as a se casarem e abandonando a profissão. O papa Inocêncio III oferecia a remissão dos pecados a quem se casasse, com elas. 
Foram criadas casas religiosas para as prostitutas regeneradas. Havia diversas santas cujos cultos eram promovidos como exemplos de vida para as prostitutas regeneradas, como por exemplo, santa Maria Madalena.
Historicamente temos três mulheres chamadas de “Maria”, uma adúltera, uma rica e uma intelectual de Magdala, que acolheu os apóstolos e uma outra que era chamada diretamente de Madalena. Não há nenhum fundamento no texto bíblico para se afirmar que as Marias eram uma só. 
Os períodos, os momentos e as relações eram diferentes. Não havia sobrenome, a tendência era que a pessoa fosse apresentada ou pelo nome do pai (João filho de José) ou pela cidade. O sobrenome é estrutura posterior, que era o reconhecimento familiar. Muitas vezes usa-se o mesmo nome sem ter nada a ver com ele, como uma forma de buscar legitimidade pelo reconhecimento do outro.
A ideia de sobrenome é muito forte a partir da estrutura do batismo, que vai construir a noção de uma linha familiar.
Se não havia uma única Maria Madalena, ela é criada no século XII/XIII, na forma de prostituta.
Na cidade há mais mulheres concentradas, assim o discurso passa a ter que pensar nelas. O modelo das mulheres é Maria, sem pecado. 
Por outro lado, se uma adúltera ou uma prostituta pode se arrepender e virar santa, qualquer mulher pode, também se a Igreja prega a salvação, deve- se oferecer formas de salvação, independentemente para quem for.
Havia uma preocupação muito grande no discurso da Igreja, como o homem era capaz de conceber, porque há algo de divino no homem se considerarmos a tradição grega. Pelos elementos, a mulher é um invólucro, o filho é do homem, a mulher é o jarro, não há noção de óvulo, nesse momento se o filho é do homem, quando se desperdiça o sêmen está se desperdiçando algo divino. Então, a masturbação e o homossexualismo não eram aceitos.
Exemplificando:
A cruzada dos Albigenses é um momento herético de muita força no sul da França e, para combatê-los, a Igreja organiza uma verdadeira cruzada. As cidades conquistadas pelosAlbigenses vão receber um critério diferenciado e mais controlado de ação religiosa.  Nestes espaços então as prostitutas deveriam residir fora das muralhas da cidade, mas eram designadas as zonas
Síntese
Em relação às prostitutas, temos três posturas possíveis da Igreja que é a porta-voz de parte da sociedade:
1- Negação com a exclusão;
2- Absolvição e o resgate; 
3- Disponibilização, ação possível das prostitutas.
Uma sociedade que cresce é uma corte que cresce e nota-se que as mulheres começam a ser um dos elementos primordiais. Na Idade Média, a mulher não tinha um papel tão submisso, elas não eram frágeis, sem força, sem papel social e político e isso incomodava. Essa mulher submissa aparecia nos documentos, mas na verdade, eram mulheres bem diferentes.
Misoginia seria o ódio à resistência, repulsa às mulheres. Uma sociedade misógina é uma sociedade mais civilizada e que tem a ideia de uma repulsa, de uma negação da figura feminina.
Os documentos medievais são extremamente masculinos, boa parte dos seus escritos são, em primeiro lugar, da Igreja à sua reprodução masculina, a sua escolha é masculina.
As mulheres do século XIII liam e escreviam. No mosteiro feminino isso era obrigatório. O mosteiro era hierarquizado da mesma forma que a sociedade e todas as mulheres, dentro da sua posição, aprendiam a ler e a escrever.
Temos vários relatos, várias documentações que constam sobre a leitura das mulheres da corte. Chamam a atenção uma série de materiais, que muitos autores defendem, muitas vezes são provenientes de uma espécie de novela.  Estes materiais estão relacionados às damas das cortes, quem eram as que mais liam, as que mais reproduziam, como por exemplo, Tristão e Isolda,
Rei Arthur e As Brumas de Avalon, onde aparecem mulheres adúlteras, manipuladoras lindas, relacionadas a cultos pagãos e etc.
No filme de Arthur, observe a cena da Guinevere o traindo com Lancelot, ou outro de corte que mostre a dama bem dissimulada. A Outra, recente, é de um período posterior, mas dá para ilustrar com a figura de Ana Bolena.
As mulheres da corte incomodavam a todo mundo, os clérigos relatam que elas mandavam, subvertiam a ordem e provocavam guerras.
O discurso religioso é forte, mas tem um elemento que chama a atenção, o período que a mulher representa em relação ao paganismo. Muitos imaginam que durante a Idade Média o cristianismo se estabeleceu de tal forma que não existiam outras manifestações religiosas. 
Quando chegamos ao final da Idade Média, notamos um monte de tratados, trabalhos, livros com o paganismo com força, sendo trabalhado e valorizado. As rainhas sempre tiveram notoriedade e importância com suas formas de lutar.
Os primeiros mosteiros femininos são do século II. No concílio de Toledo, fala-se de optar por ser virgem e se direcionar para o mosteiro, de ser respeitada independente da sua posição social. Étienne de Fougerès fora capelão de Henrique Plantageneta, um dos padres que oficiavam as liturgias na casa principesca. Servira tão bem ao seu poderoso senhor que em 1168 se tornou bispo de Rennes.
Foi um bispo bom, consciencioso. 
Para guiar os homens para o bem, mais especialmente os homens de igreja a quem se lhe impunha e que era preciso encorajar na luta contra os próprios desejos, ele escreveu em latim vidas de santos, em particular a de Guillaume Firmat, um exemplo de renúncias às alegrias do corpo. Firmat vivera na mesma região no século precedente: ele também foi padre, como Abelardo, e enriquecera ensinando. 
Depois, tocado pela graça, escolhera terminar sua vida como eremita na pobreza e nas abstinências. O demônio armou-lhe uma cilada. Para escapar a discípulos devotados demais que o importunavam, o asceta havia se retirado para as profundezas dos bosques. Foi lá que jovens maldosos conceberam lançar-lhe uma moça nos braços. 
Ela veio uma noite bater à porta de seu retiro: “Abre”, disse ela, “estou com medo, os animais vão me devorar”. Guillaume a acolheu, avivou as brasas, ofereceu pão. Em troca, ela exibiu seus encantos. O “atleta” aceitou o desafio.
Satã o atacava pelo fogo do desejo, ele o contra-atacou pelo fogo natural. Com um tição, queimou profundamente sua carne, maravilhando a “mulher”, que se arrependeu. Vitória sobre si, sobre a concupiscência, vitória sobre o poder feminino, sobre o perigo que vem das mulheres. 
Para Étienne, a mulher era portadora do mal. O que ele repete com vigor no Livre des manières (Livro das maneiras) composto entre 1174 e 1178. Escreveu-o em língua romântica, dirigido, portanto, aos membros da corte, aos cavaleiros e às damas.
A abstinência é um exercício de negação. Temos os encantos diabólicos representados na mulher, ela é algo que o homem não resiste, que representa a sua perdição. Só que, no momento em que o homem, aquilo que tem uma atitude acima disso, a própria mulher é convertida, ela se arrepende dos seus pecados. Horrível, enfim, o pecado das que chegam até a enfeitiçar os homens, que tentam domá-los com encantamentos, sortilégios, com bonecas que aprenderam a modelar na cera ou na argila para fazê-los definhar “envenenando-os com ervas más”, para matá-los. Sendo o primeiro alvo, evidentemente, o seu marido, o seu “senhor”.
Pois essa é a segunda falha as damas, indóceis agressivas, são naturalmente hostis a esse macho a quem seu pai, o seu irmão, ou filho primogênito as entregou. Não lhe suportam necessária tutela. Assim, no seio do par conjugal trava-se uma luta, surda, tenaz, cruel. Diante do esposo, que se irrita de a encontrar tão distante quando se dispõe ao amor, a esposa se faz cada vez mais “pesada”, mais “renitente”, “taciturna”. Étienne, como conhecedor, escolhe com cuidado suas palavras, “muda”. As damas são rebeldes, pérfidas, vingativas e sua primeira vingança é tomar um amante.
Com efeito, o terceiro vício pelo qual sua natureza é afetada e toca-se, neste ponto, o fundo de sua malignidade tem, nesse tempo, nessa linguagem, um nome: lécherie. É a luxúria. Queime-as um desejo que, fracas demais, custam a dominar. Ele os conduz diretamente ao adultério. Diante do marido que as solicita, fecham-se, reprimindo o seu ardor. Em compensação, insatisfeitas, correm atrás dos amantes. Por toda a parte. Nas igrejas mergulhadas em sombras, durantes esses ofícios noturnos, há os encontros furtivos.
O texto tem um tom de miséria, um certo tom de afirmar a força dessas damas. No primeiro momento, a associação das mulheres com a tentação. Essa associação tem dois lados, primeiro é a da tradução pagã, aquilo que é passado de mãe para filha, as ervas, os abortivos, as práticas, e é justamente nesse conteúdo que surge aquela figura da bruxa com caldeirão e vassoura, representando o cuidado com a casa e com a comida.
Outra questão é a da aceitação da mulher em relação ao casamento, se a mulher é um mero acordo, alguém tem que estar junto. Se esse acordo vai firmar uma estrutura de negociação problemática, esse acordo pode virar um problema. Precisa-se, de alguma forma, trazer essas mulheres junto com os demais grupos.
Nesse espaço, a Igreja precisa se organizar, nesse momento são criadas práticas específicas. A estrutura de um decreto que estabelece a figura dos questionamentos dos espaços, em que é necessário que o cristão aja com correção. Nesse sentido, há mais preocupação e isso é mais complicado. Se a Igreja só negasse a mulher, o discurso falaria dessa preocupação. 
A Igreja, sem dúvida nenhuma, busca nas cidades abraçar a mulher, só que ela não consegue se desfazer dos seus discursos formadores, então ela nega essa mesma mulher, ela discute práticas das mais complexas, sobre o que as mulheres fazem, percebendo que tipos de críticas e de elementos podem ser discutidos.
É justamente um conjunto para direcionar aquele que questiona e fazê-lo entender melhor as formas de se comportar. 
 Há vários outros, na parte relativa aos homens esses questionamentos eram maiores e quando se fala em fornicação, há uma inversão: a preocupação é maior com as mulheres, porque a ideia é de que o homem é um agentepassivo, é um mal ao qual a mulher se abre. Nem todo mundo acreditava nisso, mas certamente a questão da valorização dessa sexualidade tão discutida era culpa da mulher.
Só existiam dois mundos na Idade Média, um que era feito pelos clérigos, ela era feita por barbeiros e aplicada especialmente nas pessoas que apresentavam doenças mentais, havia também as benzedeiras, porções, ervas eram mais próximos dos penitenciais a idéia de rezando curava-se. 
É a tradição passada de mãe para filha e que aplica dentro de uma representação social. A preocupação do decreto não era só o homossexualismo, era o prazer. Existem arquivos, documentos eclesiásticos que dizem automaticamente condenada, mas, se ela não tiver prazer na profissão, não havia problema.
Há muito tempo existe uma imposição masculina que direcionava, em especial nas cidades, nas organizações comerciais, a ideia de que a prostituição é a profissão mais antiga. Na realidade, a profissão mais antiga nas sociedades humanas é a do caçador e do coletor. Os mosteiros são separados a partir do século IX/X, mas mesmo antes o aconselhamento já era de mosteiros separados.
Fazendo um comparativo das penas aplicadas para os homens e as mulheres, percebe- se que a mesma pena pode variar. Essa ideia de tutela da Igreja sob a língua do feminino é muito forte, muito marcada. Na Idade Média, havia claramente um discurso missionário de favorecimento ao homem. 
Nesse discurso prezamos notar práticas que denotam como a mulher, apesar de ser envolvida e trazida para dentro da Igreja, tem que passar por controles, por práticas de maneiras mais fortes e vigorosas do que o homem. No entanto, elementos de uma hagiografia, em especial a de Maria Madalena, cria e estabelece que qualquer mulher, independente da vida que tenha levado, pode e deve se arrepender propiciando determinadas aproximações e determinados afastamentos variando de cidade para cidade.
Um dos elementos que marcam as características de uma sociedade é a arte que ela expressa.  Arte que pode se manifestar em pinturas, esculturas, literatura ou arquitetura.  Para buscar um melhor entendimento da transformação no medievo a partir do chamado Renascimento Urbano, mergulhemos na arquitetura eclesiástica medieval.
A ARTE MEDIEVAL:
UMA PROPOSTA COMPARADA AO ROMÂNICO
Características:
> Contexto: séc. VII – XII Europa Ocidental.
> Influências: bizantinos e árabes.
> Três correntes culturais: Romantismo; Germanismo e Cristianismo.
> Serenidade é o tom principal da construção.
> As imagens retratadas têm um tom apocalíptico principalmente e são imagens bidimensionais.
> Materiais: pedras e arcos romanos (os arcos redondos).
> Plantas em cruz com grandes e profunda naves.
> Irregularidade na estrutura, o detalhe não é o essencial.
> Abóbodas começam a surgir no período tardio como um sinal de status.
O ESTILO GÓTICO: A ARTE DAS CIDADES
As mudanças sofridas pela Igreja causaram reflexos em sua arquitetura, tendo uma lógica diversificada. Em meio ao século XII e XIII, em especial, vemos o crescimento do Gótico. O nome refere-se à ideia de escuridão e de tenebrosidade. Isto mostra que o Gótico precisa ser revisto, ou então a catedral ao lado pode ser muito mal interpretada:
Gótico - ressurgimento das cidades
Um título posterior: a figura da Renascença – Já notaram que quando falamos em gótico imaginamos um lugar escuro, sombrio, medonho?  Quando estudamos vemos que não é bem isso.  Mas porque o nome foi dado pelos renascentistas que pintaram tudo ligado à Idade Média e à Igreja como as Trevas, visão que, como temos estudado, precisa ser relativizada, afinal é um período como qualquer outro.
Muralhas e edifícios gigantescos: A cidade representa grandiosidade, a muralha, o castelo. É nesse movimento que a Igreja busca manter-se como um centro importante, surgem as catedrais Ocidentais, caracterizadas pela arquitetura gótica.
O Gótico vem para ser a resposta da Igreja às grandes cidades, buscando marcar seu papel como um espaço especial e, nesse sentido, os prédios crescem e a arquitetura e a engenharia conseguem grandes progressos. Um dos fenômenos marcantes são os chamados arcos de Ogiva.
Este estilo fundamenta-se em um sistema de contra-apoio que divide o peso do arco e faz com que as igrejas tenham tamanho e forma vigorosos, conseguindo fazer frente aos castelos e às novas casas dos senhores. Suas torres são elementos fundamentais, pois destacam o poder que a Igreja quer demonstrar. Torre de Colônia:
http://artetorre.blogspot.com.br/2009_12_01_archive.html
O Gótico é caracterizado pelo inverso do que imaginamos. Por utilizar a luz como elemento vital de suas construções, seus vitrais eram colocados para que fossem iluminados no nascer do sol, dando efeitos diferenciados nos momentos de alvorada, valorizados no Natal, Páscoa e dias santos.
As cidades trazem de maneira mais clara a divisão entre ricos e pobres e o Gótico também vai revelar isto com a divisão do Gótico em tribunas para ricos e pobres; as imagens ganham tom tridimensional, se aproximando do que mais tarde seria tratado por Renascimento, este filho ingrato da Idade Média... Mas isso é outro papo. Por hoje, buscamos entender, conhecer e discutir a cidade medieval conversando com seu interior, com elementos da sua organização.
Nessa aula você:
·	Compreendeu que existem muitas formas de estudar um mesmo objeto;

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