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Aula 10 ORI

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Aula 10: Os novos donos do Oriente
	
		Ao final desta aula, o aluno será capaz de:
1. Analisar as consequências das Cruzadas para o mundo oriental; 
2. compreender como as Cruzadas mudaram as relações do dito mundo oriental com a porção ocidental; 
3. identificar as principais características do Império Turco Otomano Seldjúcida; 
4. elencar as conquistas territoriais obtidas pelo Império Turco Otomano Seldjúcida. 
O Império Bizantino e sua desagregação
O Império Bizantino, por séculos, representou a joia do entroncamento Europa, Ásia, África. Dada à sua posição geográfica, foi sistematicamente assediado e, bravamente, resistiu a essas incursões, não sem perdas, obviamente. Nada disso é novidade para você! Estudamos esses fatos em aulas passadas.
SAIBA COMO A ESTRUTURA DO IMPÉRIO BIZANTINO, MONTADA HÁ SÉCULOS, SUCUMBIU
Neste estudo dirigido, no entanto, nos deteremos a detalhar como essa estrutura, montada há séculos, sucumbiu finalmente aos constantes assédios e o que é mais surpreendente, como aqueles, que supostamente poderiam acorrer em seu auxílio, exacerbaram sua fragilização, ou seja, os Cruzados.
Apesar de todas as querelas, dissensões dogmáticas e, até mesmo o Cisma do século XI, a ação predatória dos Cruzados, ou parte deles na Quarta Cruzada, é digna de menção e estudo detalhado.
A Quarta Cruzada: 
Leia a notícia abaixo e compreenda a atualidade do tema da Quarta Cruzada:
PAPA DEVOLVE RELÍQUIAS PARA IGREJA ORTODOXA. (27/11/2004. Site Terra)
“O papa João Paulo II, numa tentativa de melhorar relações com os cristãos ortodoxos, devolveu hoje os restos mortais de dois dos mais importantes santos da Igreja Ortodoxa. Os ossos foram retirados de Constantinopla pelos cruzados há 800 anos. Próximo de Bartolomeu I, o patriarca de Constantinopla e líder espiritual dos 300 milhões de cristãos ortodoxos do mundo, o pontífice de 84 anos renovou apelos para unidade entre as alas da Igreja, que se separaram no Grande Cisma de 1054. […] "Este gesto fraternal da Igreja da Velha Roma confirma que não há problemas insuperáveis na igreja de Cristo", afirmou Bartolomeu. […]
Desde sua eleição em 1978, o papa fez da reconciliação com os cristãos ortodoxos uma prioridade de sua agenda. Durante uma visita a Atenas, em 2001, o papa pediu a Deus para perdoar os católicos romanos por mil anos de pecados contra os cristãos ortodoxos.
Ele também pediu perdão aos muçulmanos pelos cruzados, que tentaram reconquistar a Terra Santa, e aos judeus por séculos de antissemitismo. Alguns relatos históricos afirmam que os restos de Nazianzen e de Crisóstomo foram levados em 1204 durante um saque à Constantinopla, atual Istambul.” 
http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI429827-EI312,00%20Papa+devolve+reliquias+para+a+Igreja+Ortodoxa.html
(http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI429827-EI312,00 Papa+devolve+reliquias+para+a+Igreja+Ortodoxa.html)
A reportagem que vimos aborda uma ferida de mais de 800 anos entre as Igrejas Cismáticas. Mas por que ela ocorreu?
Estudamos, nas aulas passadas, que a Igreja Católica Apostólica Romana, apoiada em vários momentos pelos Patriarcas Ortodoxos, se lançou em uma luta pela recuperação dos territórios considerados santos e que estavam sob domínio muçulmano, denominando tais investidas de Cruzadas.
AS CRUZADAS
Ao todo foram realizadas nove cruzadas (alguns historiadores, inclusive, desconsideram a nona). O fato é que, ignorando um pouco a questão dos sucessos ou fracassos, a Quarta Cruzada tornou-se emblemática.
Iniciada em 1202 e tendo durado dois anos, a Quarta Cruzada fora conclamada pelo Papa Inocêncio III.
O pretexto era o mesmo, retomar o domínio cristão perdido na cidade de Jerusalém. Esse apelo sempre fora forte entre a nobreza europeia e, mais uma vez, conseguiu reunir seguidores à causa. Pelos planos papais, a empreitada deveria partir para um ataque ao Egito e seu poderio muçulmano, para só então alcançar a Terra Santa.
A IMPORTÂNCIA DA QUARTA CRUZADA
Bom, até aí vocês devem estar pensando: “Ok, mas o que ela tem de tão especial em relação às anteriores?” Sua diferença foi a mudança de rumos: os cruzados tomaram Constantinopla, isso mesmo, a capital do Império Bizantino.
Houve inclusive a criação de um Império Latino, com a deposição do imperador de Bizâncio.  A guerra que antes se justificava por ser contra os infiéis, os muçulmanos e pela retomada da Terra Santa, deixa sua máscara cair e mostra sua face mais cruel, ou seja, a face da ambição.
Os Cruzados se mobilizaram na cidade costeira de Veneza, que era um local estratégico para o deslocamento no Mediterrâneo e chegada à costa oriental, conforme observamos no mapa abaixo:
APOIO VENEZIANO AOS CRUZADOS
Os comerciantes venezianos, não necessariamente com aspirações piedosas, concederam generosas quantias de dinheiro e embarcações para os Cruzados. Tal atitude é facilmente compreensível, pelo interesse nos produtos orientais e na fixação de um entreposto que facilitasse o acesso a essas mercadorias.
O ponto nevrálgico da situação eram as relações entre venezianos e bizantinos. Desde o século XII, o imperador João II (1118-1143) rompera um acordo comercial tecido por seu pai com os venezianos. Voltara atrás, mas o clima tornara-se tenso.  Mais do que isso, alguns Cruzados, dentre eles muitos venezianos, ocuparam áreas pertencentes a Bizâncio nesse período. Havia bastante ressentimento envolvido.
Além disso, havia ainda outro ponto não definido: a posse do Egito. O Papa, como dissemos, defendia essa ideia; os venezianos, por seu lado, mantinham boas relações com os comerciantes locais. Seus interesses estavam muito mais direcionados para Constantinopla e em uma possível revanche.
Os líderes da Quarta Cruzada eram os nobres Balduíno de Flandres e Bonifácio II. Eles, bem como os demais cruzados, estavam com sérios problemas para manter seu deslocamento. Os venezianos, seus parceiros, exigiam uma quantia absurda para permitir a passagem dos exércitos por suas águas mediterrâneas. A solução definiu os rumos da Quarta Cruzada: o que antes eram intenções ou apenas ressentimentos, tornaram-se ações.    
Um duque veneziano, chamado Enrico Dandolo, propôs que, por um adiantamento que lhes facilitaria a continuidade da Cruzada, os cruzados deveriam fazer incursões contra a cidade de Zara, na atual Croácia. Essa cidade era governada por um rei cristão e interessava bastante ao comércio veneziano.   
O FIM DA QUARTA CRUZADA
A cidade de Zara caiu em mãos cruzadas o que provocou, inclusive, a reação do Papa Inocêncio III. Depois de condenar firmemente a ação, ele excomungou os líderes venezianos. Pouco depois, o ataque voltou-se para Constantinopla e o então imperador, Aleixo III, ainda tentou resistir, mas acabou fugindo deixando o império acéfalo.
Depois de imperadores tampões, os cruzados acabaram nomeando seu próprio imperador, instalando um “Império Latino”. Constantinopla só voltou a ser “grega” em 1261. Centenas de estátuas, mosaicos, ícones foram saqueados (aqueles citados na reportagem acima). E a Quarta Cruzada? Bem, ela parou nesse local, nem se dirigiu a Jerusalém. Como dissemos, nela os interesses venais das Cruzadas foram mais evidentes do que os ditos anseios religiosos. E o Império Bizantino passa a ser um pálido reflexo daquele passado suntuoso.
O IMPÉRIO TURCO OTOMANO SELJÚCIDA:
A Quarta Cruzada, como vimos, foi extremamente nociva para o Império Bizantino. No entanto, sua fragilidade já vinha de outrora. Há séculos, perdera vastas áreas para os muçulmanos, persas e mongóis.
No século XI, uma comunidade seminômade, que já citamos anteriormente, os seljúcidas, inicia suas incursões na região da Anatólia. Por sua parceria com os turcos, receberam territórios nas fronteiras de Bizâncio e, segundo a tradição, como seu comandante chamava-se Osman I ou Othman, passaram a ser chamados de turcos otomanos seljúcidas.   
Após seguidas e desastrosas batalhas, Bizâncio, no século XIV, continuava existindo, mas como um Estado nominal, de fato regido pelos turcos seljúcidas.A política era pagar impostos e manter os turcos fora da capital.
OS APOIO VENEZIANOS A CONSTANTINOPLA
A vulnerabilidade de Constantinopla era ainda maior graças a seu afastamento do lado Ocidental em virtude do Cisma.  Com o agravamento da situação a partir do século XV, os bizantinos reconsideraram a situação e solicitaram ajuda às nações ocidentais.
A vulnerabilidade de Constantinopla era ainda maior graças a seu afastamento do lado Ocidental em virtude do Cisma.  Com o agravamento da situação a partir do século XV, os bizantinos reconsideraram a situação e solicitaram ajuda às nações ocidentais.
O CERCO A CONSTANTINOPLA
Em 1453, os turcos otomanos seljúcidas iniciaram um cerco a Constantinopla e seu líder adotou uma estratégia que se mostrou decisiva para a vitória. Como qualquer cerco fracassaria se não fossem vetadas as entradas de suprimento, Maomé II tratou de bloquear o fluxo do Mar de Mármara e o Estreito de Bósforo.
Segundo a tradição, o cerco oficial teve início em 6 de abril, com a disparada de um canhão em direção às muralhas da cidade de Constantinopla, até então, só transpostas durante a Quarta Cruzada. Maomé II, o sultão, toma a frente da batalha. O cerco dura vários dias, a ajuda prometida não chega e os bizantinos acabam sucumbindo.
VENCIDAS AS MURALHAS DE CONSTANTINOPLA, MAOMÉ II CONSAGRA O MAIOR SÍMBOLO DA IGREJA ORTODOXA
Vencidas as muralhas, os saques se processaram seguidamente. Atos de brutalidade foram descritos reiteradamente. Os sobreviventes tentavam escapar pelo mar. Para coroar seu êxito, Maomé II consagra o maior símbolo da Igreja Ortodoxa, a Catedral de Santa Sofia, como uma mesquita.
O Ocidente recebeu com assombro a notícia da tomada de Constantinopla graças ao mito de sua inexpugnabilidade. Aventou-se até a possibilidade de uma expedição libertadora, mas que não foi tomada a termo.
A PERDA DE CONSTANTINOPLA LEVA À BUSCA DE NOVAS ROTAS DE COMÉRCIO
Um problema real se formara; o decréscimo do comércio feito através do Estreito de Bósforo, a perda de Constantinopla como entreposto comercial. Muitas nações europeias em seu processo de unificação interna se veem com mais esse desafio; como adquirir os produtos orientais diante desse novo quadro?
Os portugueses, bem antes desse evento, ou seja, desde 1415, já margeavam o litoral africano em busca da dita rota oriental para a chegada direta às Índias. Os demais, retardatários no processo, também vão buscar suas alternativas. Terá início o processo das Grandes Navegações, assunto de nosso próximo semestre. Nos veremos lá!
SÍNTESE
Compreendeu o significado da Quarta Cruzada para o Império Bizantino; 
aprendeu como as Cruzadas mudaram as relações entre Ocidente e Oriente; 
analisou as características do Império Turco Otomano Seldjúcida.

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