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Duplicata

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Direito Empresarial II – Duplicata - 12/05/17
Origem: Tem origem no direito brasileiro, foi concebido como instrumento de política fiscal para controle da incidência a incidência do imposto do selo.
Principal Característica: aceite obrigatório (diferente da letra de câmbio).
Legislação: É regulada por legislação específica - Lei 5.474/1968 e Decreto-lei 436/1969 (alterações).
Causalidade da duplicata: (i) uma compra e venda mercantil (mais utilizada), ou (ii) um contrato de prestação de serviços. A jurisprudência considera nula a emissão de duplicata para locação de bens móveis e leasing.
Características essenciais
Causal
Modelo vinculado (modelo fixado pelo CMN);
Elementos (art. 2° da Lei das Duplicatas): 
1) a expressão duplicata (cláusula cambiária) e a cláusula à ordem, que autoriza, como visto, a sua circulação via endosso; 
2) data de emissão, coincidente com a data da fatura; 
3) os números da fatura e da duplicata; 
4) a data do vencimento, quando não for à vista; 
5) o nome e o domicílio do vendedor (sacador); 
6) o nome, o domicílio e o número de inscrição no cadastro de contribuintes do comprador (sacado); 
7) a importância a ser paga, por extenso e em algarismos; 
8) o local do pagamento; 
9) o local para o aceite do sacado; 
10) a assinatura do sacador.
Vencimento: só pode ser emitida com dia certo ou à vista. Não admite a extração de duplicatas com vencimento a certo termo da vista nem a certo termo da data. 
Ordem de pagamento. 
Aceite obrigatório, ou seja, emitido o título, com base na fatura ou nota fiscal que documenta a venda, o devedor é obrigado a aceitá-la. E mais: ainda que não assine o título, aceitando-o expressamente, assumirá a obrigação dele constante.
Aceite obrigatório X aceite irrecusável. 
Para que haja recusa, é necessária a apresentação de justificativa plausível, tal como: (i) o não recebimento das mercadorias, (ii) a existência de vícios nos produtos recebidos, (iii) a entrega fora do prazo estipulado etc. (art. 8.° da Lei das Duplicatas).
Sistemática de emissão, aceite e cobrança da duplicata
1.6.1. Fatura obrigatória em todo o contrato de compra e venda mercantil - Art. 1° da Lei das Duplicatas.
1.6.2. Emissão da Fatura e Duplicata pelo próprio credor - art. 2.° da Lei das Duplicatas. (Obs.: não é único título que pode ser emitido para documentar uma compra e venda, veda apenas letra de câmbio – STJ).
1.6.3. Envio para o devedor (comprador) p/ o aceite e devolução – art. 6º.
1.6.4. Recusa do Aceite - art. 8.° da Lei das Duplicatas - razões plausíveis que devem ser de forma escrita e justificada (art. 7.°). 
1.6.5. Aceite pode ser expresso (ordinário) ou presumido (por presunção).
1.6.5.1. Aceite expresso - Realizado no próprio título e a duplicata se aperfeiçoa como título de crédito. Pode ser executado direto.
1.6.5.2. Aceite presumido - comprador recebe, sem reclamação, as mercadorias adquiridas e enviadas pelo credor (vendedor). O simples fato de o devedor ter recebido as mercadorias sem recusa formal já caracteriza o aceite do título. Necessários o protesto (mesmo que a execução se dirija contra o devedor principal) e o comprovante de entrega das mercadorias. - art. 15 da Lei das Duplicatas.
Obs.: § 1° - “contra o sacador, os endossantes e respectivos avalistas caberá o processo de execução referido neste artigo, quaisquer que sejam a forma e as condições do protesto”.
Posição do STJ:
“Duplicata sem aceite. Fatura. Execução. Na espécie, não foi expedida fatura e as notas fiscais não estão referidas nas duplicatas sem aceite, não ficando claro se as mercadorias entregues, conforme consta ao pé de algumas notas fiscais, não de todas, correspondem às duplicatas que instruíram a inicial do processo de execução. Assim, o exequente não comprovou que as duplicatas correspondem às operações de compra e venda das mercadorias efetivamente entregues e recebidas. Logo, não cabe a ação executiva (REsp 450.628-MG, Rel. Min. Ruy Rosado, j. 12.11.2002, Informativo 154/2002) ”.
“Execução. Duplicata sem aceite. Não havendo comprovação de efetiva prestação do serviço, a sacada não apôs o seu aceite nos títulos, e é inexistente a comunicação do devedor ao apresentante das cártulas, no sentido de que as reteve, mas aceitou-as. Logo, trata-se, na espécie, de títulos desprovidos de aceite, sendo necessário que a execução viesse instruída com os instrumentos de protesto, cujo teor se fizesse constar em qualquer documento comprobatório do vínculo contratual e da efetiva prestação de serviços. A remessa dos títulos à sacada, sem que esta ofereça oposição, não equivale ao aceite. Assim, forçoso reconhecer-se a nulidade de execução, nos termos do art. 618, I, do CPC (REsp 68.735-AM, Rel. Min. Barros Monteiro, j. 26.10.1999, Informativo 38/1999) ”.
“Duplicata. Validade. Valores. Ocorrência. Danos. A jurisprudência assente deste Superior Tribunal afirma: para valer como documento hábil à instauração do processo executivo, a duplicata deve conter o aceite do devedor; a falta deste, desde que protestado o título, pode ser contornada com documento que comprove a efetiva prestação do serviço e o vínculo contratual que o autorizou. Contudo, na espécie, a duplicata não teve origem válida, pois a emitente, além dos serviços contratados (locação de veículos), acrescentou, no título, a quantia referente ao reparo do automóvel em decorrência de acidente de trânsito. Assim, além de extrapolar o pactuado, tal atitude unilateral por parte da credora impede que o devedor acompanhe a real extensão do dano, tornando a duplicata inválida de pleno direito. Precedentes citados: REsp 40.720-MT, DJ 14/11/1994, e REsp 327.720-SP, DJ 18/2/2002 (REsp 190.735-RO, Rel. Min. Luís Felipe Salomão, j. 14.10.2008) ”. 
Execução. Duplicata sem aceite. A cobrança de duplicata não aceita e protestada só torna necessária a comprovação da entrega e recebimento da mercadoria em relação ao sacado, devedor do vendedor, e não quanto ao sacador, endossantes e respectivos avalistas. O endossatário de duplicata sem aceite, desacompanhada de prova de entrega da mercadoria, não pode executá-la contra o sacado, mas pode fazê-la contra o endossante e o avalista. Precedente citado: REsp 168.288-SP, DJ 24/5/1999 (REsp 250.568-MS, Rel. Min. Antônio de Pádua Ribeiro, j. 19.10.2000, Informativo 75/2000). 
A duplicata sem aceite, caso não se consiga demonstrar inequivocamente a entrega das mercadorias, pode embasar o ajuizamento de ação monitória. Nesse sentido:
Ação monitória. Duplicata sem aceite protestada. A Turma não conheceu do recurso por considerar correto o entendimento do acórdão recorrido, no sentido de que a duplicata sem aceite é documento hábil para instruir a ação monitória, sendo suficiente a prova escrita que ateste a existência da obrigação. Precedentes citados: REsp 167.618-MS, DJ 14/6/1999; REsp 166.343-MG, DJ 27/3/2000; REsp 247.342-MG, DJ 22/5/2000, e REsp 167.222-MG, DJ 4/10/1999 (REsp 204.894-MG, Rel. Min. Waldemar Zveiter, j. 19.02.2001, Informativo 85/2001). 
Duplicata sem causa é transferida por endosso. 
Direito Civil e Cambiário. Recurso especial representativo de controvérsia. Art. 543-C do CPC. Duplicata desprovida de causa recebida por endosso translativo. Protesto. Responsabilidade do endossatário. 1. Para efeito do art. 543-C do CPC: O endossatário que recebe, por endosso translativo, título de crédito contendo vício formal, sendo inexistente a causa para conferir lastro a emissão de duplicata, responde pelos danos causados diante de protesto indevido, ressalvado seu direito de regresso contra os endossantes e avalistas. 2. Recurso especial não provido (REsp 1.213.256/RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, 2.ª Seção, j. 28.09.2011, DJe 14.11.2011). 
1.7. Protesto da duplicata (art. 13):
(i) por falta de aceite; 
(ii) por falta de devolução; 
(iii) por falta de pagamento;
Todos devem ser efetuados na praça de pagamento constante do título, assim como a execução - art. 17.
Protesto por indicações: Esse protesto por indicações é realizado quando há a retenção(não devolução) do título por parte do devedor (comprador). Nesse caso, como o credor (vendedor) não está na posse do título, deverá então fornecer ao cartório as indicações deste, retiradas da fatura e do Livro de Registro de Duplicatas de que trata o art. 19 da lei. (exceção ao princípio da cartularidade).
O Superior Tribunal de Justiça decidiu que não é admissível o protesto por indicações de meros boletos bancários, sendo indispensável que tenha havido a emissão de duplicatas e a posterior retenção delas por parte do comprador:
Direito Comercial. Duplicata mercantil. Protesto por indicação de boletos bancários. Inadmissibilidade. I – A retenção da duplicata remetida para aceite é conditio sine qua non exigida pelo art. 13, § 1.° da Lei n.° 5.474/68 a fim de que haja protesto por indicação, não sendo admissível protesto por indicação de boletos bancários. II – Recurso não conhecido (STJ, REsp 827.856-SC, Rel. Min. Antônio de Pádua Ribeiro, DJ 17.09.2007, p. 295). 
É comum, quando há retenção da duplicata, que o credor emita uma triplicata, enviando-a posteriormente a protesto para executá-la na sequência. Em tese, não é o procedimento correto. Com efeito, a triplicata só deve ser emitida quando há perda ou extravio da duplicata, nos termos do art. 23 da Lei das Duplicatas. 
1.8. Prescrição: a execução da duplicata prescreve: (i) em três anos contra o devedor principal e seus avalistas, (ii) em um ano contra os codevedores e seus avalistas, e em um ano entre os codevedores (art. 18). 
Exercícios de fixação da aprendizagem 
1) Com relação ao instituto do aceite de títulos de crédito, assinale a alternativa correta.
a)	A duplicata pode não ser aceita, sem qualquer fundamentação pelo sacado; neste caso, ele não será responsável pelo pagamento do título.
b)	Para a cobrança de uma duplicata não aceita, é necessária apenas a realização de seu protesto.
c)	O aceite de cheque é condição essencial para que o beneficiário possa executar o sacado.
d)	O aceite de uma letra de câmbio torna o sacado devedor direto do título. 
2) A indústria Beta, fabricante de uniformes, entregou, em janeiro de 2009, um lote de produtos solicitados por Rori Serviços Gerais Ltda. A compradora recebeu as mercadorias solicitadas, que não apresentavam avarias, vícios de qualidade ou quantidade, nem mesmo divergências, mas não restituiu a duplicata enviada para aceite, tampouco efetuou o pagamento do valor devido. Diante disso, a indústria Beta contratou profissional da advocacia para resolver a situação. 
Considerando a situação hipotética apresentada e na qualidade de advogado(a) contratado(a) pela indústria Beta, discorra sobre:
- o aceite do referido título de crédito; 
- a legitimidade ativa da indústria Beta para mover ação de execução contra Rori Serviços Gerais Ltda. bem como requisitos, foro competente e prazo prescricional para a propositura dessa ação. 
RESPOSTA: A Duplicata é um título causal que se relacional a uma compra e venda ou prestação de serviços de ordem mercantil, sendo que o aceite é obrigatório.
O art. 8.º apenas autoriza o comprador a deixar de aceitá-lo por motivo de I – avaria ou não recebimento das mercadorias, quando não expedidas ou não entregues por sua conta e risco; II – vícios, defeitos e diferenças na qualidade ou na quantidade das mercadorias, devidamente comprovados e III – divergência nos prazos ou nos preços ajustados.
A Indústria Beta se legitima para promover a Ação de Execução contra Rori Serviços Gerais Ltda. A cobrança judicial de duplicata ou triplicata será efetuada de conformidade com o processo aplicável aos títulos executivos extrajudiciais, contanto que cumulativamente a) haja sido protestada; b) esteja acompanhada de documento hábil comprobatório da entrega e recebimento da mercadoria; e o sacado não tenha, comprovadamente, recusado o aceite, no prazo, nas condições e pelos motivos previstos nos arts. 7º e 8º desta Lei.
O foro competente para a cobrança judicial da duplicata ou da triplicata é o da praça de pagamento constante do título, ou outra de domicílio do comprador e, no caso de ação regressiva, a dos sacadores, dos endossantes e respectivos avalistas. A pretensão à execução da duplicata prescreve: l – contra o sacado e respectivos avalistas, em 3(três) anos, contados da data do vencimento do título.
Fundamento na lei de duplicatas de n.º 5474/68, mais especificamente em seus artigos 7.º e 8.º e 15 a 18. 
3) No que tange à duplicata:
A) o comprador poderá deixar de aceitá-la por vícios, defeitos e diferenças na qualidade ou na quantidade das mercadorias, exclusivamente.
B) é lícito ao comprador resgatá-la antes do aceite, mas não antes do vencimento.
C) trata-se de título causal, que por isso não admite reforma ou prorrogação do prazo de vencimento.
D) é título protestável por falta de aceite, de devolução ou de pagamento, podendo o protesto ser tirado mediante apresentação da duplicata, da triplicata, ou ainda por simples indicações do portador, na falta de devolução do título.
E) em nenhum caso poderá o sacado reter a duplicata em seu poder até a data do vencimento, devendo comunicar eventuais divergências à apresentante com a devolução do título

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