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Contabilidade Tributária Aula_08

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CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA
Prof. Mst. Marcos Vinícius Kucera
Aula 8
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IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURÍDICA (IRPJ) 
E O SIMPLES NACIONAL
OBJETIVOS DA AULA
Compreender os elementos conceituais, estruturais e princípios definidores do Imposto de Renda Pessoa Jurídica;
Compreender as hipóteses de incidência, contribuintes e formas de tributação do IRPJ;
Compreender o sistema Simples Nacional;
Definir, aplicar e calcular o imposto devido nas microempresas e empresas de pequeno porte optantes pelo sistema Simples Nacional. 
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DISPOSITIVOS CONSTITUCIONAIS
Competência: 
A Constituição Federal, em seu art. 153, inciso III, define que a competência Tributária do Imposto de Renda é da União.
 
Critérios:
Generalidade - qualquer pessoa, independentemente da idade, profissão ou capacidade civil pode ser abrangida pelo Imposto de Renda;
Universalidade - todos os rendimentos e proventos são passíveis de tributação;
Progressividade - quanto maior o rendimento mais elevada deve ser a alíquota.
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Princípio Constitucional da Anterioridade
O princípio da Anterioridade está definido no art. 150, inciso III, b, que veda à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios cobrar tributos no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, onde se conclui que qualquer alteração da legislação do Imposto de Renda, que represente nova incidência ou majoração do tributo, só poderá entrar em vigor no exercício seguinte ao de sua publicação.
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FATO GERADOR
Aquisição de disponibilidade econômica ou jurídica de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos e de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos patrimoniais. 
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FATO GERADOR
A incidência do imposto independe da denominação da receita ou do rendimento, da localização, condição jurídica ou nacionalidade da fonte, da origem e da forma de percepção, inclusive rendimento oriundos do exterior, onde a lei estabelecerá as condições e o momento em que se dará sua disponibilidade, para fins de incidência do imposto.
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FATO GERADOR
A "disponibilidade econômica" corresponde ao rendimento realizado, isto é, dinheiro em caixa ou no bolso. A "disponibilidade jurídica" corresponde a rendimento adquirido, isto é, do qual o beneficiário tem título jurídico que lhe permite obter a respectiva realização em dinheiro, como, por exemplo, os dividendos creditados e os juros incorridos.
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BASE DE CÁLCULO
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CONTRIBUINTES
São definidos como contribuintes do imposto de renda o titular da disponibilidade (econômica ou jurídica), sem prejuízo da capacidade de arbitrar a lei essa condição ao possuidor, a qualquer título, dos bens produtores de renda ou dos proventos tributáveis. Cabendo a possibilidade da Lei atribuir a fonte pagadora da renda ou dos proventos tributáveis a condição de responsável pelo imposto cuja retenção e recolhimento lhe caibam. São contribuintes:
 
As pessoas jurídicas;
As empresas individuais.
 
As disposições tributárias do IR aplicam-se a todas as firmas e sociedades, registradas ou não (inclusive as Sociedades de Fato).
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PESSOAS JURÍDICAS
	Todas as Entidades Submetidas aos Regimes de Liquidação Extrajudicial e de Falência, inclusive:
Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista;
Empresas Individuais (equiparadas a PJ);
As pessoas jurídicas de direito privado, domiciliadas no País, sejam quais forem seus fins, nacionalidade ou participantes no capital;
As filiais, sucursais, agências ou representações no País das pessoas jurídicas com sede no exterior;
Os comitentes domiciliados no exterior, quanto aos resultados das operações realizadas por seus mandatários ou comissários no País;
As sociedades em Conta de Participação (equiparadas a PJ).
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EMPRESAS INDIVIDUAIS
As empresas individuais, para os efeitos do imposto de renda, são equiparadas às pessoas jurídicas. São empresas individuais:
As firmas individuais;
As pessoas físicas que, em nome individual, explorem, habitual e profissionalmente, qualquer atividade econômica de natureza civil ou comercial, com o fim especulativo de lucro, mediante venda a terceiros de bens ou serviços;
As pessoas físicas que promoverem a incorporação de prédios em condomínio ou loteamento de terrenos.
	
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NÃO EQUIPARAÇÃO A PJ
Não se equiparam a PJ as Pessoas Físicas que, individualmente, exerçam as profissões ou explorem as atividades de (mesmo registradas no CNPJ):
Médico, engenheiro, advogado, dentista, veterinário, professor, economista, contador, jornalista, pintor, escritor, escultor e assemelhados;
Profissões, ocupações e prestação de serviços não comerciais;
Agentes, representantes e outras pessoas sem vínculo empregatício que, tomando parte em atos de comércio não praticados em conta própria;
Serventuários da justiça, como tabeliães, notários, oficiais públicos e outros;
Corretores, leiloeiros e despachantes, seus prepostos e adjuntos;
Exploração individual de contratos de empreitada unicamente de lavor, qualquer que seja a natureza, quer se trate de trabalhos arquitetônicos, topográficos, terraplenagem, construções de alvenaria e outras congêneres, quer de serviços de utilidade pública, tanto de estudos como de construções;
Exploração de obras artísticas, didáticas, científicas, urbanísticas, projetos técnicos de construção, instalações ou equipamentos, salvo quando não explorados diretamente pelo autor ou criador do bem ou da obra.
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SITUAÇÕES ESPECIAIS
Prestação ou exploração individual de serviços ocorre quando um médico, engenheiro, contador, etc. presta um serviço. A tributação dos rendimentos apurados deve ser efetuada na pessoa física do prestador, mesmo que ele esteja inscrito no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica. O serviço é personalíssimo. 
O mesmo não acontece quando uma clínica médica, ou um escritório de contabilidade (ou qualquer outra empresa de profissão regulamentada) é contratado para prestar o serviço. Neste caso, quem presta o serviço é uma empresa e não uma pessoa física. Quando uma pessoa física contrata um profissional de mesma qualificação que a sua para prestar um serviço (um contador contratando um outro contador, por exemplo), ocorre a caracterização da pessoa jurídica, pois nesse caso o serviço não é pessoal, ele pode ser prestado por qualquer outro profissional, desde que tenha qualificações técnicas para tanto.
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SITUAÇÕES ESPECIAIS
Um outro exemplo bastante comum é quando o proprietário de um caminhão ou de um táxi contrata um motorista para prestar o serviço. Neste caso ocorre a equiparação da pessoa física à pessoa jurídica, pois não está ocorrendo a prestação pessoal do serviço pelo proprietário, está ocorrendo a exploração do serviço. É irrelevante que a atividade esteja organizada sob a natureza jurídica de firma individual ou prestada na qualidade de serviço autônomo.
Importante ressaltar que a contratação de auxiliares não tem influência na caracterização, para fins tributários, como pessoa jurídica ou como pessoa física. Considera-se auxiliar aquele que tenha uma qualificação profissional diferente do contratante.
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FORMAS DE TRIBUTAÇÃO
 Identificadas as pessoas jurídicas que não sofrem tributação do imposto de renda sobre seus resultados (por serem imunes ou isentas), identificaremos as formas de tributação do lucro pelas demais pessoas jurídicas. Elas são, por opção ou por determinação legal, tributadas por uma das seguintes formas:
 
Simples Nacional (forma de opção para ME e EPP);
Lucro Real (forma de opção da pessoa jurídica);
Lucro Presumido (forma de opção da pessoa jurídica);
Lucro Arbitrado (restrito aos agentes fiscais da fazenda).
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SIMPLES NACIONAL
O SIMPLES é uma forma simplificada de apuração e recolhimento de uma parte dos tributos e contribuições de competência da União, consolidado na LC 128/2008, instituindo tratamento especial às ME e EPP.
As PJ que se enquadram na condição de ME ou EPP poderão optar pela inscrição no Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte - SIMPLES. 
A formalização da opção pelo Simples Nacional é feita até o último dia útil do mês de janeiro, pela INTERNET, sendo irretratável para todo o ano calendário. 
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CÁLCULO PELO SIMPLES NACIONAL 
Uma empresa enquadrada como ME ou EPP e que apresente receita de revenda de mercadorias seguirá as tabelas constantes dos anexos da LC 128/2008, conforme o seguinte:
Comércio e Indústria (indústria = tabela do comércio + 0,5%)
Prestadoras de Serviços com INSS incluso no Simples
Prestadores de Serviços com INSS pago em função da folha
Prestadores de serviços com alícota obtida pelo percentual da folha
Microempreendedor individual
REGRA GERAL: O enquadramento será sobre a média da receita bruta dos 12 meses ou período inferior de existência, anteriores ao mês de apuração, com a aplicação da alícota sobre o faturamento do mês de apuração. 
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TABELA DE ENQUADRAMENTO - COMÉRCIO 
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Exemplo: 
Uma empresa qualificada como EPP, que iniciou suas atividades em junho do ano 10, está enquadrada no simples nacional. O faturamento do ano anterior (10) é apresentado a seguir:
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Exemplo (Continuação): 
Os valores para o enquadramento são calculados obtendo-se a média dos últimos 12 meses ou a média mensal dos últimos meses de operação, multiplicado por 12. O imposto devido é calculado multiplicando-se a receita bruta auferida no mês pela alícota de enquadramento. 
No mês de outubro/10 a média foi obtida somando-se as receitas auferidas em junho, julho, agosto e setembro, [(80.000 + 110.000 + 120.000 + 180.000)/4] x 12 = 1.470.000. A alícota de enquadramento na tabela é 10,13% e o imposto devido é obtido aplicando-se este percentual sobre a receita bruta do mês, ou seja, 0,1013 x R$200.000 = R$20.260,00. 
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Exemplo: 
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TABELA DE ENQUADRAMENTO - Prestadoras de Serviços incluído o INSS
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BENEFICIADAS 
Creches, pré-escolas e estabelecimentos de ensino fundamental, escolas técnicas, profissionais e de ensino médio, de línguas estrangeiras, de artes, de cursos técnicos de pilotagem, preparatórios para concursos, gerenciais e escolas livres;
Agências terceirizadas de correios, agências de viagem e/ou de turismo e agências lotéricas; 
Centros de formação de condutores de veículos automotores, de transporte terrestre de passageiros e de carga;
Serviços de instalação, de reparos e de manutenção geral, de usinagem, solda, tratamento e revestimento em metais;
Produções cinematográficas, audiovisuais, artísticas, e culturais, sua exibição e apresentação, inclusive no caso de música, literatura, artes cênicas, artes visuais, cinematográficas e audiovisuais;
Transporte municipal de passageiros;
Escritórios de serviços contábeis, observadas algumas obrigações de prestação de serviços às micro empresas e empresas de pequeno porte, conforme definido na LC 128/08.
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TABELA DE ENQUADRAMENTO – Prest. de serviços c/INSS pago p/folha 
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BENEFICIADAS 
Algumas entidades prestadoras de serviços receberam tratamento diferenciado nas LC 123/06 e 128/08, permitindo a opção pelo simples, não incluído o INSS, que deve ser pago separadamente:
 
Construção de imóveis e obras de engenharia em geral, inclusive sob a forma de subempreitada, execução de projetos, serviços de paisagismo e decoração de interiores;
Serviços de vigilância, limpeza e conservação. 
O cálculo respeita a mesma metodologia adotada nas empresas comerciais, adotando a tabela a seguir, constante do anexo IV da LC 128/08.
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TABELA DE ENQUADRAMENTO – Prest. sv. c/alícota p/percent. da folha 
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Prestação de serviços com alícota obtida pelo percentual da folha
A outras entidades prestadoras de serviços foi permitida a opção pelo Simples, incluindo o INSS, vinculando, entretanto, o enquadramento ao cálculo a um fator (F), obtido pela divisão da folha de salários, incluídos os encargos, pela receita bruta, conforme formulação abaixo destacada. 
 
F (fator) = Folha de salários + encargos (12 meses)
		 Receita Bruta (12 meses)   
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Exemplo: 
A Academia de Ginástica Malhação, optante do Simples Nacional obteve no mês de maio de X11 os seguintes dados para cálculo do Simples:
Receita Bruta do mês...............................................R$ 99.500,00
Média da folha c/encargos dos últimos 12 meses....R$ 28.650,00
Média de receitas dos últimos 12 meses..................R$114.200,00 
Memória de cálculo do enquadramento para pagamento:
F = 12 x 28.650 = 343.800 = 0,250876 
 12 x 114.200 1.370.400
Enquadramento: 1.370.400 (faixa 1.320 a 1.440); F = 0,2509 (0,25 a 0,299); Percentual de enquadramento = 14,64%; 
Simples do mês = R$99.500 x 0,1464 = R$14.566,80;
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As atividades beneficiadas
Cumulativamente administração e locação de imóveis de terceiros;
Academias de dança, de capoeira, de ioga e artes marciais;
Academias de atividades físicas, desportivas e escolas de esportes; 
Elaboração de programas de computadores, inclusive jogos eletrônicos, desde que desenvolvidos no estabelecimento do optante;
Licenciamento ou cessão de direito de uso de programas de computação;
Planejamento, confecção, manutenção e atualização de páginas eletrônicas, desde que realizados no estabelecimento do optante;
Empresas montadoras de estandes para feiras;
Laboratórios de análises clinicas ou de patologia clínica;
Serviços de tomografia, diagnósticos médicos por imagem, registros gráficos e métodos óticos, bem como ressonância magnética; e
Serviços de prótese em geral. 
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Microempreendedor individual
A LC 128/08 contemplou a figura do microempreendedor individual (MEI) que poderá optar pelo recolhimento nas bases do Simples. É considerado MEI, o empresário individual que auferir receita bruta no ano calendário anterior de até R$36.000,00 e não estiver impedido de optar pelo Simples. 
A LC estabelece valores fixos para os optantes enquadrados como MEI, independendo da receita auferida, montando a soma dos seguintes valores: R$45,65 de INSS, mais R$1,00 se for contribuinte do ICMS e R$5,00 se for contribuinte do ISS. Estes contribuintes também são beneficiados com tratamento diferenciado no processo de registro e redução a zero dos valores referentes às taxas, emolumentos e demais custos relativos à abertura, à inscrição, ao registro e à concessão de alvará de funcionamento provisório. 
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ATÉ A PRÓXIMA 
AULA!!!
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