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Contabilidade Tributária Aula_10

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CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA
Prof. Mst. Marcos Vinícius Kucera
Aula 10
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IRPJ - LUCRO PRESUMIDO
OBJETIVOS DA AULA
 
Identificar e compreender os principais conceitos contidos na modalidade IRPJ - Lucro Presumido;
Identificar as pessoas jurídicas aptas a optar pelo Lucro Presumido; 
Aplicar, apurar, ajustar e contabilizar os principais institutos tributários na opção pelo Lucro Presumido;
Compreender e aplicar as obrigações acessórias inerentes as pessoas jurídicas optantes pelo Lucro Presumido.
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LUCRO PRESUMIDO - CONCEITO
O lucro presumido é uma forma de tributação simplificada para determinação da base de cálculo do Imposto de Renda e da CSSLL das pessoas jurídicas que não estiverem obrigadas, no ano-calendário, à apuração pelo lucro real. Como o próprio nome já indica, existe uma presunção legal de lucratividade, que servirá de base à tributação do imposto de renda e da CSSL.
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LUCRO PRESUMIDO – PERÍODO DE APURAÇÃO
O período de apuração é trimestral, encerrando-se em 31/03, 30/06, 30/09 e 31/12.
Nenhuma empresa está obrigada à utilização desta modalidade de apuração do IR e da CSSL, embora nem todas as pessoas jurídicas se enquadrem nas condições exigidas para adotá-lo. 
A adoção deste sistema de apuração da base de cálculo não vincula sua manutenção além do ano correspondente. Desta forma, a opção é anual.
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PESSOAS JURÍDICAS AUTORIZADAS A OPTAR
As pessoas jurídicas não obrigadas ao regime de tributação pelo lucro real, cuja receita total, no ano-calendário anterior, tenha sido igual ou inferior a R$48.000.000,00, poderão optar pelo regime de tributação com base no lucro presumido.
O limite previsto é proporcional ao número de meses do ano calendário, no caso de início de atividade.
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PESSOAS JURÍDICAS NÃO AUTORIZADAS A OPTAR
Conforme visto, a partir de 1999 estão obrigadas à apuração do Lucro Real as pessoas jurídicas (ou seja não podem optar pelo Presumido):
 
Cuja receita total, no ano-calendário anterior, seja superior ao limite de R$48.000.000,00 ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses. Considera-se receita total, o somatório das receitas operacionais (exceto as receitas de operações de renda variável), dos ganhos de capital, dos ganhos líquidos em operações de renda variável e das receitas decorrentes de ajustes dos preços de transferência;
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PESSOAS JURÍDICAS NÃO AUTORIZADAS A OPTAR
Cujas atividades sejam instituições financeiras ou equiparadas;
Que obtiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior;
Que, autorizadas pela legislação tributária, usufruam de benefícios fiscais relativos à isenção ou redução do imposto;
Que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado pagamento mensal pelo regime de estimativa;
Que explorem as atividades de prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber, compras de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring).
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OPÇÃO PELO LUCRO PRESUMIDO
A opção pela tributação com base no lucro presumido será aplicada em relação a todo o período de atividade da empresa em cada ano-calendário. A partir de 1999, a opção pela apuração do imposto de renda com base no lucro presumido é irretratável para o ano-calendário.
A opção será manifestada com o pagamento da primeira ou única quota do imposto devido correspondente ao primeiro período de apuração de cada ano calendário (1 trimestre).
Caso a atividade se inicie a partir do segundo trimestre, a PJ manifestará a opção com o pagamento da primeira ou única quota do imposto devido relativa ao período de apuração do início de atividade.
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BASE DE CÁLCULO DO LUCRO PRESUMIDO
A base de cálculo do lucro presumido é a Receita Bruta auferida no trimestre aplicando o coeficiente de determinação do lucro presumido, que se diferencia em função da atividade exercida pela empresa. A este resultado são adicionadas as demais receitas, rendimentos e ganhos de capital.
 
Receita Bruta x % = Lucro sobre a Receita Bruta
		 (+) Valores diferidos constantes do LALUR
		 (+) Ganhos de Capital
		 (+) Outras Receitas e Rendimentos Tributáveis
		 (=) Lucro Presumido.
COEFICIENTE
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PERCENTUAIS DE PRESUNÇÃO (COEFICIENTES)
A base de cálculo será determinada pela aplicação dos seguintes percentuais sobre a receita bruta trimestral: 
1,6% - pela revenda de combustíveis derivados de petróleo, álcool etílico carburante e gás natural para consumo;
8% - para as seguintes atividades: 
Da venda de produtos de fabricação própria;
Da venda de mercadorias adquiridas para revenda;
Da industrialização de produtos (quando a matéria-prima, o produto intermediário ou a embalagem seja fornecido pelo contratante;
Da atividade rural;
De serviços hospitalares;
De transporte de cargas;
De outras não caracterizadas como prestação de serviços.
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PERCENTUAIS DE PRESUNÇÃO (COEFICIENTES)
16% - prestação de serviço de transporte de passageiros;
32% - para as seguintes atividades:
prestação de serviços, pelas sociedades civis, relativas ao exercício de profissão legalmente regulamentada;
intermediação de negócios (incluindo-se: corretagem e representação comercial);
administração, locação ou cessão de bens, imóveis, móveis ou direitos de qualquer natureza, se este for o objeto social da PJ;
construção por administração ou empreitada de mão-de-obra;
prestação de outra espécie de serviço não mencionada;
resultados de operações equiparadas às de consignação na venda de veículos usados.
Se empresa exercer atividades diversificadas, será aplicado o percentual correspondente sobre a receita bruta da atividade.
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RECEITA BRUTA PARA FINS DE LUCRO PRESUMIDO
Na sistemática de tributação pelo Lucro Presumido, a receita bruta das vendas e serviços compreende o produto da venda de bens nas operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado auferido nas operações de conta alheia. 
Na receita bruta não se incluem as vendas canceladas, os descontos incondicionais concedidos e os impostos não cumulativos cobrados destacadamente do comprador ou contratante (ICMS ST e o IPI) e do qual o vendedor dos bens ou prestador dos serviços seja mero depositário.
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RECEITA BRUTA PARA FINS DE LUCRO PRESUMIDO
O conceito de receita bruta utilizado para a determinação do lucro presumido não é o mesmo utilizado na contabilidade. Devemos lembrar que na contabilidade as vendas canceladas e os descontos incondicionais são contas redutoras da receita bruta.
A receita bruta era considerada pelo regime de competência. Porém, a partir da publicação da IN 104/98, passou-se a admitir o regime de caixa para a tributação da receita bruta.
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RECEITA BRUTA PARA FINS DE LUCRO PRESUMIDO
As PJ que tenham como objeto a compra e venda de veículos automotores poderão equiparar, para efeitos tributários, como operação de consignação, as operações de venda de veículos usados, adquiridos para revenda, bem como os recebidos como parte do preço da venda de veículos novos ou usados. 
A receita bruta das operações de venda de veículos usados, adquiridos para revenda e os recebidos como parte do preço da venda de veículos será a diferença entre o valor de alienação e o custo de aquisição do citado veículo.
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OUTROS VALORES INTEGRANTES DA BASE DE CÁLCULO
Valores Diferidos Constantes do LALUR (Parte B)
 
Ganhos de Capital
 
Outras Receitas e Rendimentos Tributáveis
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GANHOS DE CAPITAL
 Integram a base de cálculo:
 
Os ganhos de capital, nas alienações de bens e direitos, inclusive de aplicações em ouro não caracterizado como ativo financeiro;
Os ganhos de capital auferidos na alienação de participações societárias permanentes em sociedades coligadas e controladas, e de participações societárias que permanecerem
no ativo da pessoa jurídica até o término do ano-calendário seguinte ao de suas aquisições;
Os ganhos de capital auferidos na devolução de capital em bens ou direitos quando o valor de mercado destes bens ou direitos for superior ao respectivo valor contábil.
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OUTRAS RECEITAS E RENDIMENTOS TRIBUTÁVEIS
Integram a base de cálculo do lucro presumido as demais receitas, ou os resultados positivos: 
Os resultados positivos são as receitas auferidas, diminuídas das despesas necessárias à sua obtenção, quando efetivamente realizadas. Nestas despesas admitidas como redutoras, não se inclui o PIS e a COFINS, incidentes sobre as receitas correspondentes. 
O resultado negativo apurado (receita inferior à despesa correspondente) não poderá ser compensado com os resultados positivos auferidos em outras operações.
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OUTRAS RECEITAS E RENDIMENTOS TRIBUTÁVEIS
Exemplos:
 
Os rendimentos auferidos nas operações realizadas entre controladoras, controladas, coligadas ou interligadas;
Os ganhos auferidos em operações de cobertura (hedge) realizadas em bolsas de valores, de mercadorias e de futuros ou no mercado de balcão;
A receita de locação, quando não for este o objeto social da pessoa jurídica;
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OUTRAS RECEITAS E RENDIMENTOS TRIBUTÁVEIS
Os juros incidentes sobre impostos e contribuições a serem restituídos ou compensados;
As variações monetárias ativas;
Os rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplicações financeiras de renda fixa e de renda variável;
Os juros sobre o capital próprio auferidos;
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OUTRAS RECEITAS E RENDIMENTOS TRIBUTÁVEIS
Os custos e despesas recuperados, inclusive perdas no recebimento de créditos, salvo se a pessoa jurídica comprovar não os ter deduzido em período anterior no qual tenha se submetido ao regime de tributação com base no lucro real, no lucro presumido ou arbitrado;
Os valores decorrentes dos preços de transferência;
As multas ou qualquer outra vantagem recebida ou creditada, ainda que a título de indenização, em virtude de rescisão de contrato;
Os lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior, auferidos por empresas submetidas ao REFIS, optantes pelo lucro presumido.
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RECEITAS E RENDIMENTOS NÃO-TRIBUTÁVEIS 
Recuperações de créditos que não representem ingressos de novas receitas, e cujas perdas não tenham sido deduzidas na apuração do lucro real em períodos anteriores;
A reversão de saldo de provisões anteriormente constituídas, desde que o valor provisionado não tenha sido deduzido na apuração do lucro real dos períodos anteriores, ou que se refiram ao período no qual a pessoa jurídica tenha se submetido ao regime de tributação com base no lucro presumido ou arbitrado;
Os lucros e dividendos recebidos decorrentes de participações societárias, quando se referem-se a períodos em que os mesmos sejam isentos de imposto de renda.
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CÁLCULO DO IMPOSTO 
O imposto devido em cada trimestre será calculado mediante a aplicação da alíquota de 15% sobre a base de cálculo, mais adicional de 10%, sobre o valor que exceder o resultado da multiplicação de R$ 20.000,00 pelo número dos meses do respectivo período de apuração (três meses).
A PJ poderá deduzir do imposto devido, o imposto pago ou retido na fonte sobre as receitas que integram a base de cálculo, bem como o imposto de renda pago indevidamente em períodos anteriores.
Não é permitida qualquer dedução a título de incentivo fiscal.
Excetuam-se desta regra as empresas submetidas ao REFIS. 
OBS: OS PREJUÍZOS FISCAIS NÃO SÃO COMPENSÁVEIS NO LUCRO PRESUMIDO
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PAGAMENTO DO IMPOSTO 
O pagamento do imposto será feito mediante a utilização de Documento de arrecadação de Receitas Federais (DARF) pago em quota única, até o último dia útil do mês subseqüente ao do encerramento do período de apuração. 
À opção da pessoa jurídica, o imposto devido poderá ser pago em até três quotas mensais, iguais e sucessivas, vencíveis no último dia útil dos três meses subseqüentes ao de encerramento do período de apuração a que corresponder. Nenhuma quota poderá ter valor inferior a R$ 1.000,00 e o imposto de valor inferior a R$ 2.000,00 será pago em quota única.
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EXEMPLO:
Uma empresa comercial optante pelo Lucro presumido com percentual de estimativa do lucro de 8% sobre a receita bruta, em determinado trimestre de X10, apresenta as seguintes contas:
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EXEMPLO:
MEMÓRIA DE CÁLCULO DO IMPOSTO DEVIDO NO TRIMESTRE
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SUCESSO A TODOS!!!
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