Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Dieta, Nutrição e Doenças Dieta, Nutrição e Doenças Crônicas Não transmissíveis Nutrição em Saúde Pública 2013 DCNTDCNT � Grupo de agravos que se caracteriza por apresentar longo tempo de evolução, múltiplas causas, com evolução para óbito ou sequelas. Doenças cardiovasculares, diabetes, hipertensão,� Doenças cardiovasculares, diabetes, hipertensão, câncer e doenças respiratórias crônicas � Doenças mentais, genéticas, acidentes e violência (DANT) DCNTDCNT 60% dos óbitos no mundo inteiro (OMS) Previsão: 73% em 2020 Brasil (OPAS e OMS, 2004) Todos os estratos sociais No Brasil, a mortalidade por doenças crônicas não No Brasil, a mortalidade por doenças crônicas não transmissíveis já chega a 72% (VIGITEL, 2012) 39% das hospitalizações (SUS) World Health Organization - NCD Country Profiles , 2011. NCDs = DCNT Artigo “A construção da vigilância e prevenção das doenças crônicas não-transmissíveis no contexto do Sistema Único de Saúde”. [Revista Epidemiologia e Serviços de Saúde. 2006;15(1):47-65]. Consequências SociaisConsequências Sociais DCNTDCNT - afetam a qualidade de vida da população e a economia do país; - custo social: absenteísmo e queda na produtividade; - retirada precoce da força produtiva (morte e- retirada precoce da força produtiva (morte e incapacidade); - gastos com tratamento, hospitalização e reabilitação; - aumento de gastos na previdência social. Artigo “A construção da vigilância e prevenção das doenças crônicas não-transmissíveis no contexto do Sistema Único de Saúde” [Revista Epidemiologia e Serviços de Saúde. 2006; 15(1):47-65]. Fatores associadosFatores associados � Estilo de vida ocidental � alimentação inadequada, estresse, sedentarismo, consumo excessivo de álcool e tabagismo � Condições ambientais� poluição, estresse e violência � Aspectos sociais, culturais e ocupacionaisAspectos sociais, culturais e ocupacionais � Transição demográfica: envelhecimento populacional � Transição epidemiológica: mudança no perfil de morbidade da população� ↑importância das DCNT � Processos de urbanização, globalização e modernização � desenvolvimento CENÁRIO ATUAL CENÁRIO ATUAL -- DCNTDCNT Principal causa de mortalidade em adultos no Brasil Percentuais de DM e HAS vêm se mantendo estáveis Obesidade em ascensão (avança anualmente cerca de 1% entre adultos) Obesidade em ascensão (avança anualmente cerca de 1% entre adultos) Determinantes de natureza demográfica, socioeconômica, epidemiológica, cultural e ambiental Ministério da Saúde (2012) Doenças CardiovascularesDoenças Cardiovasculares (DCV)(DCV)(DCV)(DCV) Doenças CardiovascularesDoenças Cardiovasculares � Fatores de risco Principais (80%): Alimentação inadequada Sedentarismo Tabagismo Riscos intermediários: Hipertensão Diabetes Obesidade Outros riscos: Pobreza Estresse Estudos epidemiológicos clássicos de Estudos epidemiológicos clássicos de causalidade das causalidade das DCVDCV *DAC – doença do aparelho circulatório Estudos epidemiológicos clássicos de Estudos epidemiológicos clássicos de causalidade das causalidade das DCVDCV Estudos epidemiológicos clássicos de Estudos epidemiológicos clássicos de causalidade das causalidade das DCVDCV Intervenção e ControleIntervenção e Controle Conhecimento dos fatores associados Risco e Proteção Dieta e estado nutricional Fatores de riscoFatores de risco Obesidade + Substratos Dietéticos DislipidemiaHipertensão Diabetes Fatores de riscoFatores de risco � Fatores Clássicos: - Obesidade - Gordura total - Gordura saturada - Colesterol � Novos fatores de risco: - Baixo consumo de nutrientes antioxidantes (vit. C, E - Colesterol - Álcool - Açúcares - Sódio - Fibras antioxidantes (vit. C, E e β caroteno) - Baixo consumo de ácido fólico - Consumo de Ácidos graxos trans - Baixo consumo de Fitoesteróis Padrões de Distribuição de Padrões de Distribuição de Gordura CorporalGordura Corporal Andróide Ginecóide Andróide Ginecóide Tabela: Risco de complicações metabólicas associadas à obesidade abdominal através da aferição da circunferência da cintura em centímetros. . Gênero Risco aumentado Risco muitoaumentado HomemHomem >94 cm >102 cm MulherMulher >80 cm >88 cm Distribuição da Gordura Corporal e RiscoDistribuição da Gordura Corporal e Risco Sobrepeso e ObesidadeSobrepeso e Obesidade DIETA E DCVDIETA E DCV �Nutrientes �Grupos de AlimentosAlimentos � Padrões de Alimentação Gordura da dietaGordura da dieta Total de gordura Sem relação com DAC Tipo de gordura Podem ↓ ou ↑ risco para DAC Gordura saturadaGordura saturada � Alto potencial aterogênico � Recomendação: < 7% das calorias totais � Pode-se obter redução em 5 a 10% no LDL-cLDL-c ATP III. JAMA 2001; 285 (19): 2486-97. Denke MA. Circulation 2002; 105: 132-135 ColesterolColesterol Efeito aterogênico � Recomendação de consumo : < 300 mg /dia � Pode-se obter redução de 1 a 3 % do LDL-c Ácidos Graxos Ácidos Graxos TransTrans � Consumo → está relacionado ao aumento em 23% da incidência de DCV. � Mais aterogênico que AGS � Recomendação: até 1% VCT� Recomendação: até 1% VCT Margarinas, atualmente, em sua maioria, tem outro processo de tecnológico – não possuem mais gordura trans FitoesteróisFitoesteróis � Componentes de origem vegetal com estrutura do colesterol � Evidências Clínicas→ meta-análise com 14 estudos � Consumo médio de 2g fitoesteróis/ dia→ redução de 9 a 14% no LDL-c14% no LDL-c FibrasFibras Dieta do Mediterrâneo Dieta do Mediterrâneo � Azeite → gordura monoinsaturada + compostos fenólicos � Frutas e hortaliças→ fibras e fitocompostos � Sementes → gordura monoinsaturada + gorduraSementes → gordura monoinsaturada + gordura poliinsaturada � Vinho→ flavonóides Dados Dados –– VIGITEL (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para VIGITEL (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico)Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico) Dados Dados –– VIGITEL (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para VIGITEL (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico)Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico) Report of Joint WHO/FAO Expert Consultation. WHO Technical Report Series 916 World Health Organization / 2003 Diet, nutrition and the prevention Diet, nutrition and the prevention of chronic diseases.of chronic diseases. Diet, nutrition and the prevention of Diet, nutrition and the prevention of chronic diseases (OMS/2003)chronic diseases (OMS/2003) � Obesidade � Diabetes tipo 2 � Doença cardiovascular � Câncer � Doenças bucais (dentais) � Osteoporose Força de evidência dos fatores Força de evidência dos fatores nutricionais relacionados à DCVnutricionais relacionados à DCV Evidência Convincente Reduz Risco -Atividade Física regular -Ácido linoléico Aumenta Risco -Ácido mirístico e palmítico -Ácido graxos trans-Ácido linoléico -Ômega 3 -Peixe -Frutas, verduras e legumes -Álcool (baixo a moderado) - Potássio -Ácido graxos trans -Sódio (alto consumo) -Excesso de peso -Álcool (alto consumo) CIÊNCIA Comprovação de risco ou proteçãoou proteção Recomendações dietéticas (indivíduos e populações) Recomendações nutricionais (OMS/2003)Recomendações nutricionais (OMS/2003) Substrato dietético Recomendação / Meta Gordura Total: Ácidos graxos saturados Ácidos graxos polinsaturados: ômega 6 ômega 3 Ácidos graxos trans 15 – 30% < 10% 6 -10% 5 – 8% 1 – 2% < 1%Ácidos graxos trans Ácidosgraxos monoinsaturados < 1% Por diferença Carboidratos totais Açúcares (free sugars) 55 – 75% < 10% Proteína 10 – 15% Colesterol < 300 mg/dia Cloreto de sódio (Sódio) < 5 g/dia (< 2 g/dia) Frutas, legumes e verduras ≥ 400 g/dia Diabetes MellitusDiabetes MellitusDiabetes MellitusDiabetes Mellitus DEFINIÇÃO E EPIDEMIOLOGIADEFINIÇÃO E EPIDEMIOLOGIA Doença metabólica caracterizada por hiperglicemia, derivada de defeitos na secreção ou e/ou ação da insulina. Dados OMS Em 2000� 177 milhões de portadoresEm 2000� 177 milhões de portadores Em 2025� 350 milhões de portadores Doença associada a 9% da mortalidade mundial BRASIL� 12 milhões de portadores DM + HAS = primeira causa de hospitalizações no país quase 50% não sabem que são portadores!!!quase 50% não sabem que são portadores!!! Principais ConsequênciasPrincipais Consequências � Risco de HAS, AVC e IAM (DCV) � Risco de úlceras nos pés, amputações e retinopatias. � Risco de falência renal e neuropatias. � Impacto econômico e social Fatores de RiscoFatores de Risco � aumento do consumo de açúcares e refrigerantes; � Redução do consumo de carboidratos complexos, frutas, verduras e legumes, principalmente nas regiões metropolitanas do Brasil. aumento do consumo de ácidos graxos saturados e trans� aumento do consumo de ácidos graxos saturados e trans � Estilo de vida sedentário + consumo excessivo de calorias � AUMENTO NA PREVALÊNCIA DE SB/OBESIDADE TRANSIÇÃO NUTRICIONAL PrevençãoPrevenção MudançasMudanças nono estiloestilo dede vidavida: � Alcançar e manter um peso corporal saudável � Ser fisicamente ativo (pelo menos 30 minutos de exercício regular com intensidade moderada/intensa,exercício regular com intensidade moderada/intensa, 5 dias na semana) � Alimentação saudável - 3 a 5 porções de frutas e vegetais por dia e reduzir o consumo de açúcares, gorduras saturadas e sódio � Evitar o tabaco – fumar aumenta o risco cardiovascular, entre outras doenças CâncerCâncer DEFINIÇÃO E ETIOLOGIADEFINIÇÃO E ETIOLOGIA Enfermidade multifatorial crônica, caracterizada pelo crescimento descontrolado das células. Interação entre fatores endógenos e ambientais (DIETA/ DIETA/ tabagismo/obesidade/AF/ vírus e bactérias). Interação entre fatores endógenos e ambientais (DIETA/ DIETA/ tabagismo/obesidade/AF/ vírus e bactérias). Acredita-se que cerca de 35% dos diversos tipos de câncer ocorrem em razão de dietas inadequadas. Epidemiologia do Câncer no BrasilEpidemiologia do Câncer no Brasil Segunda causa de morte por doença, apenas superada pelas doenças cardiovasculares. Ministério da Saúde (de 1979 a 1998) CA mama� ↑68% CA colo de útero� ↑29% Exposição a fatores de risco associados à urbanização Sedentarismo, ↑consumo produtos industrializados e mudanças no comportamento reprodutivo (nuliparidade e idade avançada na primeira gestação). Epidemiologia do Câncer no BrasilEpidemiologia do Câncer no Brasil Maior número de mortes por CA no Mundo� CA pulmão No Brasil � principal causa de morte por CA em homens e 2ª causa em mulheres CA estômago, cólon e reto � encontram-se entre as cinco primeiras causas de morte por câncer no Brasil. Alimentação como Alimentação como Fator de Risco Fator de Risco para Câncerpara Câncer Mortes por CA atribuídas a fatores ambientais: 35% estão associadas à alimentação 30% são associadas ao tabaco30% são associadas ao tabaco 5% Ocupação, poluição, álcool, aditivos alimentares Uma dieta adequada poderia prevenir de 3 a 4 milhões de casos novos de CA anualmente!!! Alimentação como Alimentação como Fator de Risco Fator de Risco para Câncerpara Câncer Gorduras � papel na carcinogênese varia de acordo com a composição dos lipídeos. Excesso de ingestão de gorduras� CA cólon, reto (elevada ingestão ↑produção de ácidos biliares que são mutagênicos), próstata e pulmão. Excesso de ingestão de gorduras e calorias� CA mamasExcesso de ingestão de gorduras e calorias� CA mamas Obesidade� ↑ risco CA mamas e endométrio Métodos de conservação � consumo habitual de picles, conservas e defumados (nitratos e nitritos) � CA esôfago e estômago. Armazenamento� Fungos (aflatoxina)� CA hepático Métodos de preparo � carnes preparadas em temperaturas elevadas e queimadas� CA estômago Alimentação como Alimentação como Fator de Fator de PrevençãoPrevenção para Câncerpara Câncer Frutas e Hortaliças Fonte: GARÓFOLO et al. Dieta e Câncer: um enfoque epidemiológico. Rev Nutr. 2004; 17(4): 491-505. Fibras � CA cólon e reto Fonte: GARÓFOLO et al. Dieta e Câncer: um enfoque epidemiológico. Rev Nutr. 2004; 17(4): 491-505. Fonte: GARÓFOLO et al. Dieta e Câncer: um enfoque epidemiológico. Rev Nutr. 2004; 17(4): 491-505. ObesidadeObesidadeObesidadeObesidade DEFINIÇÃO E ETIOLOGIADEFINIÇÃO E ETIOLOGIADEFINIÇÃO E ETIOLOGIADEFINIÇÃO E ETIOLOGIA Fatores genéticos, Fatores genéticos, Distúrbio do metabolismo energético (excessivo acúmulo de gordura corporal) Doença crônica, complexa, de etiologia multifatorial IMC > 30kg/m2 Etiologia multifatorial Fatores genéticos, Fatores genéticos, ambientais e ambientais e comportamentaiscomportamentais Causas endócrinas, Causas endócrinas, tumores, síndromes tumores, síndromes genéticasgenéticas IMC > 30kg/m2 95% casos95% casos 5% casos5% casos Passado evolutivo � FOME � necessidade de acumular energia � mudanças genéticas e comportamentais� alterações metabólicas (constituição física que predispõe à obesidade) PREVALÊNCIA DA OBESIDADE EM ADULTOSPREVALÊNCIA DA OBESIDADE EM ADULTOS BRASIL (2008/2009)BRASIL (2008/2009) PREVALÊNCIA DA OBESIDADE EM ADULTOSPREVALÊNCIA DA OBESIDADE EM ADULTOS BRASIL (2013 BRASIL (2013 -- VIGITEL)VIGITEL) PREVALÊNCIA DA OBESIDADE EM ADULTOSPREVALÊNCIA DA OBESIDADE EM ADULTOS BRASIL (2013 BRASIL (2013 -- VIGITEL)VIGITEL) TransiçãoTransição NutricionalNutricionalTransiçãoTransição NutricionalNutricional Wabitsch, 2000 Consumo alimentar ingestão de alimentos ricos em calorias, gorduras, açúcares, sal e pobres em vitaminas Gasto Energético trabalho braçal comportamento sedentário IndustrializaçãoIndustrialização e pobres em vitaminas e sais minerais tamanho das porções disponibilidade alimentar custo atividades do dia-a-dia Drewnowski & Popkin, 1997 Condições Associadas à Obesidade Dislipidemia Cardiopatia AVC Hipertensão Câncer Obesidade Apnéia do Sono Disturbios Afetivos Osteoartrose DM 2Doença da vesícula biliar Gota Transtornos alimentares Ganho de Peso na Ganho de Peso na InfânciaInfância Coorte de Pelotas � resultados apresentados no SLAN Chile/2009 Ganho de peso adequado até 2 anos de vida �Ganho de peso adequado até 2 anos de vida � formação adequada de massa magra e prevenção das DCV Ganho de peso acelerado após 4 anos de vida � favorece acúmulo de gordura visceral � risco cardiovascular LEITURA COMPLEMENTARLEITURA COMPLEMENTAR Garófolo et al. Dieta e Câncer: um enfoque epidemiológico. Rev Nutr. 2004; 17(4): 491-505. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rn/v17n4/22897.pdf Jaime PC, Figueiredo ICR, Moura EC, Malta DC. Fatores associados ao consumo de frutas e hortaliças no Brasil, 2006. Rev Saúde Pública. 2009;43(Supl 2):57-64. Disponível em:Pública. 2009;43(Supl 2):57-64. Disponível em: http://www.scielosp.org/pdf/rsp/v43s2/ao789.pdf Monteiro et al. Monitoramento de fatores de risco para doenças crônicas por entrevistas telefônicas. Rev Saúde Pública. 2005; 39(1): 47-57. Disponível em: http://www.scielosp.org/pdf/rsp/v39n1/07.pdf World Health Organization. Diet, Nutrition and the Prevention of Chronic Diseases - Report of Joint WHO/FAO Expert Consultation. WHO Technical ReportSeries 916, Geneva: 2003. Available from: http://whqlibdoc.who.int/trs/who_trs_916.pdf
Compartilhar