Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PERFIL NUTRICIONAL DA POPULAÇÃO BRASILEIRA Anemia ferropriva Nutrição em Saúde PúblicaNutrição em Saúde Pública 20132013 Deficiências Nutricionais de Maior Relevância Epidemiológica Desnutrição energético- Anemias energético- protéica Deficiência de Vitamina A Bócio Anemias Anemias Conceito OMSConceito OMS “Estado em que a concentração de hemoglobina do sangue é anormalmente baixa em consequência da carência de um baixa em consequência da carência de um ou mais nutrientes essenciais, qualquer que seja a origem dessa carência”. Anemia Ferropriva Anemia Ferropriva -- ConceitoConceito Concentração anormalmente baixa da hemoglobina circulante (concentração de hemoglobina inferior a 11,0 g/dL) provocada por um longo período de balanço negativo entre a quantidade de ferro biologicamente disponível e a necessidade orgânica desse oligoelemento. Carência nutricional mais comum do mundo Um dos maiores problemas de Saúde Pública do mundo, especialmente em países em desenvolvimento Atinge sociedades pobres e ricas Anemia FerroprivaAnemia Ferropriva Epidemiologia: Segundo estimativas da OMS: 66-80% da população mundial podem apresentar deficiência de ferro e 30% da população mundial podem apresentar anemia. Esta prevalência varia de 8% nas regiões desenvolvidas a 36% em regiões menos desenvolvidas. Estima-se que sejam anêmicas 12% das crianças < 5 anos que vivem em países desenvolvidos e 51% daquelas que vivem em países em desenvolvimento. Estudos na América Latina - prevalências de anemia de 12% a 69% em crianças menores de 5 anos. Epidemiologia: Anemia FerroprivaPrevalência de anemia no Brasil: PNDS, 2006 (mulheres em idade fértil e crianças <5 anos) � 20,9% em crianças < 5 anos • 25,5% no Nordeste; • prevalência em crianças < 24 meses; • prevalência na zona urbana, quando comparada com a zona rural; � 29,4% nas mulheres • 40,0% no Nordeste; Classificação Proposta para significância de anemia em termos de Saúde Pública com base nos níveis de hemoglobina ou hematócrito Grau de significância Prevalência de anemia (%) Severa > 40 Moderada 20 a 39,9 Leve 5 a 19,9 Normal < 4,9 OMS, 2001 • 40,0% no Nordeste; ELEVADA PREVALÊNCIA EM TODAS AS IDADES E NÍVEIS SÓCIOECONÔMICOS Anemia Ferropriva Prevalência de anemia nos países desenvolvidos e em desenvolvimento Maior ocorrência nos países em desenvolvimento se deve a inúmeros e complexos fatores que co-existem como: desnutrição, falta de saneamento básico, alta morbidade infantil e distribuição desigual de renda entre a população. Prevalência de anemia ferropriva em crianças brasileiras Pré-escolares do Município de São Paulo � 3535,,66%% na década de 1980 para 4646,,99%% na década de 1990.década de 1990. Processo de Transição Nutricional Mudanças nos hábitos alimentares Monteiro CA, Szarfarc SC, Mondini L. Tendência Secular da Anemia na Infância na cidade de São Paulo (1984-1996). Rev Saúde Pública. 2000; 34 (Supl 6):62-72. Fatores DeterminantesFatores Determinantes • Infecções • necessidades elevadas de ferro impostas pelo crescimento (crianças < 2 anos)pelo crescimento (crianças < 2 anos) • Insuficiente ingestão de ferro (quantidade e biodisponibilidade) Anemia Ferropriva Grupos de risco: Lactentes Pré-escolares Adolescentes Mulheres em idade fértil GestantesGestantes Causas: Desmame precoce; ↓ ingestão de Fe; ↓ absorção e/ou utilização pelo TGI; ↑ necessidade para crescimento; ↑ excreção ou perda sanguínea Anemia Ferropriva Consequências: � Crianças: � Retardo de crescimento; � Comprometimento do desenvolvimento psicomotor e cognitivo; � Prejuízo no aproveitamento escolar; � Comprometimento da imunidade celular com menor� Comprometimento da imunidade celular com menor resistência às infecções; �Fadiga; �Gestantes: �(forma grave) - Morbimortalidade materna e infantil; � (forma moderada) - Baixo Peso ao nascer � (forma moderada) - prematuridade Anemia Ferropriva Consequências: Além de problema de Saúde Pública é um problema Econômico – estudos do Banco Mundial indicam que há perdas no PIB de até 5% nos países cuja população sofre de deficiência de micronutrientes, sendo o ferro o principalde deficiência de micronutrientes, sendo o ferro o principal responsável. ANEMIA FERROPRIVA Ações desenvolvidas pelo Ministério da Saúde: � Incentivo ao Aleitamento Materno � Promoção da Alimentação Saudável (educação e orientação nutricional) � Fortificação dos alimentos (farinhas de milho e trigo - ferro 4,2mg/100g e 150µg para o ácido fólico) � Suplementação com sulfato ferroso (grupos mais vulneráveis – Programa Nacional de Suplementação de Ferro) PORTARIA Nº 730, de 13 de maio de 2005PORTARIA Nº 730, de 13 de maio de 2005 Institui o Programa Nacional de Suplementação o Programa Nacional de Suplementação de Ferro, destinado a prevenir e controlar a de Ferro, destinado a prevenir e controlar a anemia ferropriva no país.anemia ferropriva no país. PORTARIA Nº 730, de 13 de maio de 2005PORTARIA Nº 730, de 13 de maio de 2005 Institui o Programa Nacional de Suplementação o Programa Nacional de Suplementação de Ferro, destinado a prevenir e controlar a de Ferro, destinado a prevenir e controlar a anemia ferropriva no país.anemia ferropriva no país. PROGRAMA NACIONAL DE SUPLEMENTAÇÃO DE FERROPROGRAMA NACIONAL DE SUPLEMENTAÇÃO DE FERRO O Programa Nacional de Suplementação de Ferro, juntamente com a fortificação obrigatória das farinhas de trigo e milho com ferro e ácido fólico e a orientação nutricional, constituem o conjunto de estratégias voltadas para controle e redução da anemia por deficiência de ferro no País.País. Esse programa consiste na suplementação medicamentosa de ferro para crianças de 6 a 18 meses de idade, gestantes a partir da 20ª semana e mulheres até o 3º mês pós-parto. PROGRAMA NACIONAL DE SUPLEMENTAÇÃO DE FERROPROGRAMA NACIONAL DE SUPLEMENTAÇÃO DE FERRO Objetivos do Programa: • Reduzir a prevalência de Anemia por Deficiência de Ferro em crianças de 6 a 18 meses, gestantes e mulheres no pós-parto em todo o país; • Controlar as formas moderadas e graves da anemia por deficiência de ferro; • Avaliar o impacto da suplementação de ferro. Programa Nacional de Suplementação de FerroPrograma Nacional de Suplementação de Ferro Os suplementos de ferro são distribuídos, gratuitamente, às unidades de saúde que conformam a rede do SUS em todos os municípios brasileiros, de acordo com o número de crianças e mulheres que atendam ao perfil de sujeitos da ação do programa. Além da suplementação preventiva, as mulheres e os responsáveis pelas crianças atendidas pelo programa deverão ser orientados acerca de uma alimentação saudável e sobre a importância do consumo de alimentos ricos em ferro, incluindo informações sobre alimentos facilitadores ou dificultadores da absorção do ferro, com vistas à prevenção da anemia por deficiência de ferro. Programa Nacional de Suplementação de FerroPrograma Nacional de Suplementação de Ferro PÚBLICO A SER ASSISTIDO E CONDUTA DE INTERVENÇÃO: A conduta de intervenção definida pelo programa objetiva prevenir a anemia por deficiência de ferro. Portanto, NÃO é necessário realizar diagnóstico laboratorial de rotina para distribuir os suplementos de sulfato ferroso. Programa Nacional de Suplementação de FerroPrograma Nacional de Suplementação de Ferro Algumas consideraçõesAlgumas considerações 1) Casos de anemia diagnosticada: o tratamento deve ser de acordo com a conduta clínica para anemia definida pelo profissional de saúde responsável. 2) Baixo peso ao nascere prematuridade: Para as crianças pré-termo (< 37 semanas) ou nascidas com baixo peso (< 2.500 gramas), a(< 37 semanas) ou nascidas com baixo peso (< 2.500 gramas), a conduta de suplementação permanece a mesma que já é usualmente preconizada pelos profissionais de saúde. Obs.: Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, todo prematuro e RN com baixo peso, mesmo em aleitamento materno exclusivo, deverá receber, a partir do 30º dia após o nascimento, uma dose de 2mg de ferro elementar/kg/dia durante 2 meses. Após este prazo, a criança deverá receber 1mg de ferro elementar/kg/dia até os 24 meses de idade. Programa Nacional de Suplementação de FerroPrograma Nacional de Suplementação de Ferro 3) Período de suplementação para as crianças: Como regra, as crianças deverão ser suplementadas ininterruptamente dos 6 aos 18 meses de idade. Se a criança não estiver em aleitamento materno exclusivo, a suplementação poderá ser realizada dos 4 aos 18 meses de idade. 4) Gestantes e mulheres no pós-parto: As gestantes devem ser suplementadas também com ácido fólico, pois esta vitamina tem papel importante na gênese da anemia e para diminuir os defeitos do tubo neural. Todas as mulheres até o 3º mês pós-parto ou nos casos de aborto devem ser suplementadas com ferro. Programa Nacional de Suplementação de FerroPrograma Nacional de Suplementação de Ferro XaropeXarope dede sulfatosulfato ferrosoferroso e comprimidocomprimido dede sulfatosulfato ferrosoferroso ee ácidoácido fólicofólico:: Para melhorar a palatabilidade do sulfato ferroso e reduzir os efeitos colaterais, foi desenvolvido por Farmanguinhos/Fiocruz um xarope de sulfato ferroso com gosto de fruta cítrica (laranja), na concentraçãosulfato ferroso com gosto de fruta cítrica (laranja), na concentração de 25mg de ferro para 5ml do produto. Para as gestantes e mulheres até o 3º mês pós-parto são disponibilizados comprimidos de sulfato ferroso. No caso das gestantes, também são oferecidos comprimidos de ácido fólico com a dosagem de 5mg. Programa Nacional de Suplementação de FerroPrograma Nacional de Suplementação de Ferro Distribuição do xarope de sulfato ferroso e de comprimidos de sulfato ferroso e de ácido fólico Os frascos de xarope de sulfato ferroso e os comprimidos são enviados aos municípios, com base nos seguintes critérios: • Número de crianças até 24 meses – de acordo com o último censo do IBGE;censo do IBGE; • Número de gestantes – com base no Sistema Nacional de Nascidos Vivos (Sinasc). Os produtos serão enviados diretamente aos municípios (central de armazenamento), em lotes, até 3 ou 4 vezes por ano. Caso seja necessário, o Ministério da Saúde poderá avaliar a pertinência e possibilidade de enviar um quantitativo adicional do xarope e/ou comprimidos. Programa Nacional de Suplementação de FerroPrograma Nacional de Suplementação de Ferro As famílias deverão ser sensibilizadas quanto à importância da suplementação, bem como sobre a utilização do produto (dosagem, periodicidade e conservação), de forma a que sua adesão seja efetiva, garantindo o impacto positivo na diminuição do risco da deficiência de ferro e de anemia entre crianças e gestantes. Programa Nacional de Suplementação de FerroPrograma Nacional de Suplementação de Ferro As orientações nutricionais são fundamentais para reverter o quadro da deficiência de ferro. Portanto, não basta fornecer o suplemento, pois ele deve ser associado às ações educativas sobre uma alimentação saudável, com ênfase no consumo de alimentos regionais e ricos em ferro (carnes, vísceras, folhas verde-escuras e leguminosas). O consumo de alimentos ricos em vitamina C (frutas cítricas) favorece a absorção do ferro contido nos alimentos de origem vegetal. Outra orientação importante é evitar o consumo de leite e seus derivados (iogurte, coalhada, sobremesas com leite), mate, chá preto e café junto às refeições principais (almoço e jantar), pois interferem negativamente na absorção do ferro dos alimentos. Programa Nacional de Suplementação de FerroPrograma Nacional de Suplementação de Ferro Além das orientações relativas aos alimentos ricos em ferro e formas de consumo para aumentar a absorção do nutriente, é fundamental estimular a manutenção do aleitamento materno exclusivo até os seis meses.seis meses. Programa Nacional de Suplementação de FerroPrograma Nacional de Suplementação de Ferro Identificação do público assistido Cada município deverá adotar a sua estratégia para a identificação da população que será atendida e rotineiramente acompanhada, podendo ser: ⇒ por demanda espontânea nas unidades de saúde (identificação durante as consultas regulares do crescimento e desenvolvimentodurante as consultas regulares do crescimento e desenvolvimento infantil e do pré-natal); ⇒ por busca ativa (Agentes Comunitários de Saúde, Equipe Saúde da Família, etc.); ⇒ em campanhas de vacinação; ⇒ em maternidades; ⇒ indicação de parceiros que atuam na prevenção e controle dos distúrbios nutricionais (ex: líderes da Pastoral da Criança). Programa Nacional de Suplementação de FerroPrograma Nacional de Suplementação de Ferro Monitoramento do programa O monitoramento tem como objetivo avaliar, de forma periódica e permanente, o processo de implantação e implementação do programa em nível municipal, estadual e federal, com o objetivo de redirecionar as ações propostas para atender e superar as metas pré-redirecionar as ações propostas para atender e superar as metas pré- estabelecidas. Pesquisas e estudos sobre o resultado do programa são fomentados e estimulados, no âmbito da rede de alimentação e nutrição (convênios com Secretarias Estaduais e Centros Colaboradores em Alimentação e Nutrição). Deficiência de ÁCIDO FÓLICO Consequências: � Hematológicas; � Complicações na gestação; � Malformações O Atlas Mundial de Defeitos Congênitos publicado pela OMS em 2003 mostrou prevalências variáveis em defeitos do tubo neural para os diferentes países no período 1993-1998. A prevalência de anencefalia no Brasil foi de 0,862/1000 nascidos e as � Malformações congênitas. de espinha bífida foi de 1.139/1000 nascidos (WHO, 2003). Para leitura complementar: Ministério da Saúde. Manual Operacional – Programa Nacional de Suplementação de Ferro. Brasília: MS, 2005. Disponível em: http://nutricao.saude.gov.br/nutricao/docs/ferro/manual_ferro.pdf Ministério da Saúde. Portaria nº730, de 13 de maio de 2005. Institui o Programa Nacional de Suplementação de Ferro, destinado a prevenir a anemia ferropriva, e dá outras providências. Diário Oficial, 2005. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2005/prt0730_13_05_2005.html Jordão RE, Bernardi JL, Filho AAB. Prevalência de anemia ferropriva no Brasil: uma revisão sistemática. Rev Paul Pediatr. 2009; 27(1): 90-8. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rpp/v27n1/14.pdfPediatr. 2009; 27(1): 90-8. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rpp/v27n1/14.pdf Monteiro CA, Szarfarc SC, Mondini L. Tendência Secular da Anemia na Infância na cidade de São Paulo (1984- 1996). Rev Saúde Pública. 2000; 34 (Supl 6): 62-72. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rsp/v34n6s0/3519.pdf
Compartilhar