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Análise do filme "Meu primeiro amor" a luz da teoria de Bowlby

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UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO
ESCOLA DE CIÊNCIAS MÉDICAS E DA SAÚDE
Curso de Psicologia
ÁGATA PASSARELI
BÁRBARA PERRELA
GABRIELA FRUTUOSO
GABRIELA PITA
GABRIELLY BOZZATO
JULIA GOVETRI
LIGIA MOMESSO
NATALIA ARAÚJO
PAULA POSTIGLIONE
Análise do filme “Meu primeiro amor” à luz da Teoria de John Bowlby.
São Bernardo do Campo
2017
ÁGATA PASSARELI
BÁRBARA PERRELA
GABRIELA FRUTUOSO
GABRIELA PITA
GABRIELLY BOZZATO
JULIA GOVETRI
LIGIA MOMESSO
NATALIA ARAÚJO
PAULA POSTIGLIONE
	
Turma Única – Matutino
Análise do filme “Meu primeiro amor” à luz da Teoria de John Bowlby.
Trabalho de aproveitamento parcial da temática de Teorias da aprendizagem do Curso de Psicologia da Universidade Metodista de São Paulo - UMESP. Docente Responsável: Prof. César Pinheiro
São Bernardo do Campo
2017
SUMÁRIO
Fundamentação Teórica...................................................................................................04
Análise Fílmica..................................................................................................................06
Desenvolvimento Físico e Estágio do Desenvolvimento..............................................06
Integração Teórica.........................................................................................................07
Cena Um............................................................................................................07
Cena Dois e Três...............................................................................................08
Cena Quatro......................................................................................................09
Método....................................................................................................................10
Ficha Técnica..........................................................................................................11
Conclusão...................................................................................................................11 
Referências..............................................................................................................12
Fundamentação Teórica
John Bowlby foi um psiquiatra inglês (1907-1990) que dedicou a maior parte dos seus estudos à compreensão dos processos envolvidos nos laços emocionais de uma criança com sua mãe nos primeiros anos de vida, e a ruptura de tais laços provocados por separação, privação ou perda/luto. Seus conceitos foram construídos com conhecimentos advindos da etologia, ciências cognitivas, psicologia do desenvolvimento e psicanálise. (ZORTEA, 2015)
Com tais estudos, Bowlby criou a Teoria do Apego (TA), considerando-o como um mecanismo básico dos seres humanos dentro de um contexto de outros sistemas de controles comportamentais. O papel do apego envolve o conhecimento de uma figura que esteja disponível e oferece respostas para o bebê, proporcionando um sentimento de segurança que é o fortificador da relação. (DALBEM; DELL’AGLIO, 2005)
De acordo com a TA, o relacionamento da criança com os pais é instaurado por um conjunto de sinais inatos do bebê, que demandam proximidade. Essa relação cria um verdadeiro vínculo afetivo, garantido pelas capacidades cognitivas e emocionais da criança, assim como pela consistência dos procedimentos de cuidado, pela sensibilidade e responsividade do cuidador. Sendo assim, um pressuposto da teoria é de que as primeiras relações de apego afetam o comportamento da criança ao longo da vida. (DALBEM; DELL’AGLIO, 2005)
O vínculo afetivo criado é baseado nas necessidades de segurança e proteção da criança, fundamentais na infância, com a finalidade de sobreviver, incluindo o desenvolvimento físico, social e emocional. (ZORTEA, 2015)
Alguns termos como imprinting e base segura fizeram um papel central nas idéias de Bowlby. Imprinting é um fenômeno onde animais seguem o primeiro objeto em movimento que eles encontram no ambiente, criando uma ligação social entre o filhote e o objeto ou organismo. Base segura refere-se à confiança que o individuo tem em uma figura particular, protetora e de apoio, que está disponível e é acessível. (DALBEM; DELL’AGLIO, 2005)
Em continuação aos estudos de Bowlby, a psicóloga canadense/americana Mary Ainsworth desenvolveu um sistema de avaliação do relacionamento mãe-bebê, a partir de observações naturalísticas desse tipo de interação, dando origem a identificação de dois grupos de estilo de apego: os seguros e os inseguros. (DALBEM; DELL’AGLIO, 2005)
Na investigação dessas categorias Mary Ainsworth desenvolveu o método experimental denominado “situação estranha”, onde as reações das crianças na interação do seu cuidadores são observadas em uma situação de separação. Essa investigação concluiu o primeiro sistema de classificação do apego entre o cuidador e a criança, sendo as categorias organizadas em:
•	Apego Seguro: cuidador acessível e responsivo, criando uma relação de apego com base segura e concedendo suporte aos comportamentos exploratórios da criança, funcionando também com a redução da ansiedade do bebê. Tal apego desenvolve na criança um conceito de competência e dignidade de si mesma, e de confiança e responsivo no próximo, sendo essas bases para um desenvolvimento saudável da personalidade da criança. (DALBEM; DELL’AGLIO, 2005)
•	Apego Inseguro/Ansioso Ambivalente: cuidadores que respondem com inconstância a criança, e que as ajudam em casos de necessidade, mostrando-se parcialmente disponíveis. Desenvolve na criança um conceito de incerteza e temor sobre si mesmos, e de falta de confiança no próximo. Esses conceitos interferem no comportamento exploratório da criança, interferindo no seu senso de confiança e decisão, os quais ficam bastante condicionados a presença, suporte e aprovação das figuras de apego. Tal dependência continua dos cuidadores atrasa o desenvolvimento da capacidade de regulação afetiva e deixa a criança particularmente vulnerável ao estresse e à instabilidade ambiental. (DALBEM; DELL’AGLIO, 2005)
•	Apego Inseguro Evitativo: cuidados negligentes e rejeitadores, onde os esforços da criança em solicitar proteção, suporte e cuidado são freqüentemente recusados ou rejeitados. Desenvolvem na criança umas visões sobre si mesmas como solitárias e indesejadas, e o próximo como possíveis rejeitadores e indignos de confiança. O relacionamento emocional não-responsivo dos cuidadores afeta a sensibilidade da criança, podendo criar comportamentos anti-sociais, e possíveis delinqüências. (DALBEM; DELL’AGLIO, 2005)
•	Apego Desorganizado: combinação de padrões do apego ansioso e evitativo. Cuidadores rejeitadores, criando sentimentos mistos sobre relação emocional na criança. Desenvolve visão negativa sobre si mesma e indigna da receptividade do próximo, e falta de confiança na intenção do próximo. Comprometimento do desenvolvimento emocional e cognitivo da criança. (DALBEM; DELL’AGLIO, 2005)
	A partir dessas definições foi possível a percepção da influencia que os modelos de apego na infância (período crítico de desenvolvimento das estruturas cerebrais fundamentais) se constituem como protótipos das relações sociais também na vida adulta. (DALBEM; DELL’AGLIO, 2005)
Análise Fílmica
Desenvolvimento Físico e Estágio do Desenvolvimento
A protagonista Vada tem 12 anos. Encontra-se, de acordo com Papalia (2005), na terceira infância; fase esta em que, segundo Bowlby (1989), a criança possui uma noção maior diante certas ideias e conceitos do mundo. 
Por Vada encontrar-se na terceira infância, podemos identificar algumas características resultantes dessa fase, que segundo Papalia (2005) são: o pensamento espacial (Vada sabe ir e voltar para sua casa, para o grupo de poesia, à escola e ao bosque), a noção de causa e efeito, maior compreensão e interpretação da comunicação oral e da escrita, o uso do vocabulário, gramática e da sintaxe torna-semais sofisticada e a interação com colegas auxilia o desenvolvimento das habilidades de escrita. As quatro últimas características são fortemente identificadas nos minutos finais do Filme, onde Vada lê seu poema totalmente figurado e com palavras extremamente adequadas para seus colegas da aula de poesia.
Nesse estágio, podemos observar como se da o comportamento de apego em Vada, o qual se deu com o pai, já que o mesmo é a principal figura cuidadora da criança. Ao longo do filme, é notável que, em qualquer situação de perigo ou situação resultante em medo, Vada procura pelo seu pai – mesmo que não seja totalmente correspondida. Bowlby (1989) explica que o apego é um artifício que bebê desenvolve por ser imaturo e dependente de uma figura para se sentir protegido, a quem pode recorrer em situações de medo. Esse comportamento se dá a partir de condutas inatas, para manter uma proximidade e estabilidade com a figura de apego; além do que, traz à criança segurança e conforto, possibilitando seu desenvolvimento, que será garantido pelas capacidades cognitivas e emocionais dela.
 Mesmo que o comportamento de apego inicie-se na primeira infância, este persiste por grande parte do ciclo vital do indivíduo, ou seja, ele se dá nos primeiros anos de vida e prolonga-se por toda a vida. Por esse motivo podemos enxergar o comportamento de apego que foi desenvolvido em um estágio não abordado pelo filme, ao longo do estágio que é retratado no filme. 
Para Bowlby (1985), algumas experiências predispõem ao apego ansioso ambivalente que é demostrado por Vada. Ele evidencia que as experiências infantis de pessoas predispostas a este tipo de apego apresentam maior probabilidade de crescerem inseguras, por terem tido pais que, por motivos relacionados às suas próprias infâncias ou dificuldades no casamento, consideraram um fardo o desejo de amor e de cuidados dos seus filhos, reagindo a isso com irritação. Bowlby salienta que as pessoas ansiosas demostram maiores chances que outras de terem sofrido experiências desequilibrantes, como rejeição total ou parcial por parte dos pais e alguma perda durante a infância. As duas situações citadas são encontradas no filme. A menina perde a mãe já no parto, o que pode ter acarretado um desequilíbrio emocional no pai e assim, levado a rejeição parcial por parte do mesmo em algumas situações. É esse passeio entre acessibilidade e inacessibilidade que desenvolve o apego ansioso em Vada. Ainda sobre a perda da mãe, a falta da figura materna é notada até a chegada de Shelly, que tenta preencher a inacessibilidade de Harry. Podemos ver essa tentativa em várias cenas, à exemplo temos a cena em que Shelly conversa com Vada, sentadas na cama da menina, enquanto penteia seus cabelos e a ajuda a colocar o pijama. Não vemos Harry agir desse modo com Vada em nenhum momento do filme. 
“Consequentemente as crianças, ainda na esperança de obter amor e cuidado e ao mesmo tempo profundamente angustiadas com a possibilidade de serem esquecidas ou abandonadas, aumentam suas exigências de atenção e afeto, recusando-se a ficar sozinhas e protestando com raiva quando isso acontece.” (BOWLBY, 1985, p. 228).
Integração Teórica
 2.2.1 Cena Um: A primeira cena escolhida pelo grupo é a que começa no minuto 18:26. Vada está brincando com uma bola que cai no local de trabalho do seu pai. Vemos que Vada entra receosa na sala correndo, como se lá não fosse um local seguro, para pegar o objeto. Shelly, sem saber que Vada se encontra lá, fecha a porta deixando-a trancada na sala. A menina fica presa por menos de dois minutos, mas se desespera pedindo por socorro como se tivesse sido abandonada naquele lugar. Mesmo acostumada com aquele local, ela se sente ameaçada. Segundo Bolwby (1983), as crianças já são capazes de antecipar situações que despertem medo e a mais aterrorizante delas é inacessibilidade à figura de apego. Vada, ao descer as escadas correndo demonstra o receio de ir até lá, pressentindo a possível situação de perigo. Ao ficar presa, a possibilidade de não se encontrar com a figura de apego a aterroriza. Ainda de acordo com Bowlby (1983), ao longo do tempo essa presença deixa de ser a presença física e se torna a presença afetiva. Ou seja, não é o fato do pai não estar ali naquele momento que importa, mas sim o que isso significa. Essa inacessibilidade demonstra a perda da atenção do pai, que já é comum na vida de Vada, tão comum que é esse comportamento dos pais que da corpo ao tipo de apego da menina. 
Sabe-se que ela não seria esquecida ali, em algum momento alguém apareceria para abrir a porta e tirá-la. Bowlby (1983) coloca que as experiências anteriores com a figura de apego, se repetem por toda a vida, logo, a menina tem esse comportamento por relacionar essa situação a outras que já teve em sua vida e sua figura de apego, o pai, não estava acessível. Vada tenta se acalmar, tapando os ouvidos e cantando alto, mas não obtém sucesso.
No final da cena, a menina encontra-se tão desesperada que, mesmo quando é encontrada por Shelly, não consegue se mover e tem de ser levantada pela mesma, que a tira da sala. 
 2.2.1 Cena Dois e Três: A segunda cena escolhida pelo grupo foi a que começa no minuto 12:06 do filme. Vada e Thomas estão andando de bicicleta quando passam pela casa do professor deles, Sr. Bixler. A menina vai de encontro a ele, conta que já terminou de ler todos os livros de férias e que tinha começado a ler Guerra e Paz para passar o tempo. O professor a elogia, chamando-a de aluna predileta. Para Bowlby (1973/1984), a função principal atribuída a esse comportamento é biológica e corresponde a uma necessidade de proteção e segurança. Nota-se neste ponto uma respondência do professor ao comportamento de Vada. Ela pede por atenção e ele atende a esse chamado.
Vada questiona Bixler por estar pintando uma casa grande demais para quem mora sozinho e ao professor colocar a hipótese de poder morar com mais alguém, a menina se desaponta. Bixler brinca que poderia morar com um animal e então o desapontamento transforma-se em um semblante de alívio. Novamente o professor corresponde às expectativas de Vada.
Segundo Bowlby (1984), o vínculo é um laço relativamente duradouro que se estabelece com um parceiro. O apego é uma disposição para buscar proximidade e contato com uma figura específica, e seu aspecto central é o estabelecimento do senso de segurança. É provável que haja certa ansiedade de separação quando tem essa proximidade ameaçada, nesse caso, a hipótese de uma namorada morar com o professor.
No final da cena, Vada vai para a casa e chegando em seu quarto pega um retrato escolar , no qual está desenhado um coração em volta do professor Bixler. A garota começa a cantar sua paixão por ele. 
Mais a frente temos a terceira cena escolhida pelo grupo, que inicia no minuto 85:00 do filme. Vada aparece no velório de Thomas J, debruça no caixão, pergunta se ele quer subir na árvore, diz que o rosto dele está feio e, aos prantos, pergunta onde estão os óculos dele alegando que ele não conseguia enxergar sem eles, pedindo para colocarem e ao final, diz que o garoto iria ser acrobata. 
Neste momento, é possível observar que Vada estava passando pela fase de protesto após perder uma pessoa inesperadamente. 
“Após uma perda inesperada, parece haver sempre uma fase de protesto, durante a qual a pessoa que sofreu a perda se empenha, na realidade ou em pensamento e sentimento, em recuperar a pessoa perdida” (BOWLBY, 2015, p. 74).
Vada, após ver Thomas no caixão e ser retirada dali por seu pai, se desvencilha dos braços do mesmo e vai para casa do Sr. Bixler. Ele começa a falar sobre a morte do amigo, e novamente a garota tapa os ouvidos e começa a cantar, ou seja, entra em seu modo de defesa para fugir do assunto. De acordo com Bowlby (2015) já é difícil para um adulto compreender que alguém próximo está morto, quanto mais para uma criança.
O professor e a garota se sentam na escada da casa dele e Vada, extremamente ansiosa e num ato de impulsividade, começaa falar o que sente. Diz ao professor que o ama como o pai dela ama a Shelly, sua namorada e que deseja morar ali. Bixler começa a dizer que Harry sentiria saudade dela e a criança continua insistindo para morar com ele. Neste momento, a namorada do professor surge pela porta da casa. Vada limpa as lágrimas e pergunta quem é a mulher. Ao ser respondida de que é a noiva do professor, a menina se desespera mais ainda e aos prantos pede para ele não fazer isso. Logo em seguida, sai correndo e vai para a árvore que costumava subir com Thomas. 
Para Bowlby (1984) as crianças dirigem comportamentos de apego também para outras figuras, chamadas figuras subsidiárias de apego. Observamos isso na paixão que Vada nutre pelo seu professor. O Sr. Bixler apesar de não saber, estimula esse comportamento de Vada, já que mostramos que corresponde mais de uma vez ao chamado de atenção da menina. 
 2.2.1 Cena Quatro: A terceira cena escolhida pelo grupo foi a que ocorre no minuto 54:12. Harry Sultenfuss, está preparando uma carne ao lado de sua namorada, Shelly Devoto, e Vada, ao perceber a proximidade dos dois, entra no meio deles questionando se o churrasco já estava pronto. 
Segundo Bowlby (1989), sorrir, fazer contato visual, chamar, trocar, agarrar-se, chorar e ir atrás, são alguns dos comportamentos de apego. Neste caso, Vada foi atrás para chamar a atenção do pai, que até então estava atento à sua namorada. 
No entanto, mais uma vez o pai não da a atenção esperada pela garota, o que a faz pensar que a proximidade deles pode estar mais em risco do que já estava, com a presença de uma terceira pessoa na vida de Harry. Isto gera ansiedade e medo de perder, outras duas características comuns em relações de apego. 
Harry está sempre ocupado com seus compromissos, seja de lazer ou de trabalho, parece nunca ter tempo para sua filha. Mesmo quando ela o chama, ele da respostas curtas, interrompendo a aproximação entre eles, frustrando o desejo de atenção da menina, que tem o pai como fonte de amparo e segurança, pois foi quem a criou desde o falecimento da mãe dela.
 Método
 O filme foi assistido três vezes pelo grupo. A primeira vez foi assistido e destacado o que nos chamava mais a atenção no decorrer do filme. Colocou-se em pauta a história de vida de Vada, destacando-se como eram suas relações, se ela apresentava dificuldades ou não ao relacionar-se e com quem mantinha relações. Nas duas últimas vezes que foi assistido, após o termino do filme, foram realizadas reuniões para discutir e relacionar a teoria de Bowlby com o filme e o modo que iria ocorrer o desenvolvimento do trabalho.
A segunda discussão foi teórica, onde foram abordados os aspectos e as características da Teoria de Bowlby que se relacionavam e que apontavam relações para cada parte específica do filme, escolhida pelo grupo. 
Na terceira reunião, o grupo já apresentava conteúdo suficiente para poder iniciar a parte acadêmica do trabalho. Foi decidido, que cada membro do grupo ficaria responsável por um assunto sobre o tema abordado, facilitando o desenvolvimento do mesmo. Ao longo da produção deste trabalho, o grupo se comunicou para fazer as correções necessárias, baseando-se nas obras de Bowlby e em obras sobre a teoria do mesmo. 
 
 
FICHA TÉCNICA
Titulo: Meu primeiro amor (My girl)
Gênero: Drama/ Romance
Ano: 1991
Produtor: Columbia Pictures Corporation/ Imagine Entertenement
Duração: 102 minutos
Direção: Howard Zieff
Roteiro: Laurice Elehwany
Elenco: Anna Chlumsky, Dan Aykroyd, Griffin Dunne, Jamie Lee Curtis, Macaulay Culkin.
Enredo: A trama é ambientada na década de 70 e narra a história de Vada, uma garota de 11 anos criada pelo pai e avó. É órfã de mãe e sente-se culpada pelo fato dela ter morrido dois dias após o seu nascimento. Seu pai possui uma agência funerária dentro da própria casa e lá trabalha o dia todo, o que a coloca em constante contato com a morte.
 Vada nutre uma paixão platônica por seu professor de inglês. Possui um único e inseparável amigo, Thomas J. Ele é um menino alérgico a quase tudo que o cerca, e a acompanha em todas as suas aventuras. A vida de Vada sofre uma reviravolta quando seu pai contrata uma nova maquiladora para a funerária e ambos iniciam um romance, que causa desconfiança em Vada. Ao ser picado por abelhas, Thomas morre e Vada precisa lidar com o sofrimento e a dor da perda, recebendo amparo daqueles que a cercam.
Conclusão
Levando-se em conta o que foi estudado, conclui-se que a Teoria do Apego pode ser vista como a primeira forma de interação social do indivíduo, onde o aspecto central é o estabelecimento do senso de segurança com uma figura específica, no caso do filme analisado, o pai. Acredita-se que é a partir das relações de Apego que a criança começa a compreender como suas ações influem no seu meio. Estas relações são perpetuadas ao longo do seu ciclo vital, influenciando em aspectos de personalidade, seja uma pessoa confiante ou insegura. 
O formato deste trabalho proporcionou um aprendizado na prática, onde se pôde analisar a teoria e aplica-la. Não bastou somente decorar ou aprender uma teoria, como é feito muitas vezes para conseguir nota em uma prova. Foi necessária realmente entender do que se tratava a teoria, para então conseguir identificar a relação da mesma com o filme. Buscas nas obras do autor foram extremamente importantes, pois possibilitaram um maior entendimento da teoria. Ao se estudar para uma prova, sempre focamos no que o professor fala e não tanto no que o autor diz. Esse trabalhou focou exatamente no contrário. 
A aplicação no filme de suma importância para a fixação do conteúdo passado em sala, uma vez que ao nos engajarmos com uma história, podemos usa-la como um estudo de caso, pareando o conhecimento teórico com o prático.
Referências
BOWLBY, J Apego. Vol.1. 1 ed São Paulo: Martins Fontes, 1990
BOWLBY, J. Separação: angústia e raiva. Vol 2. 1. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2004.
BOWLBY, J. Perda: tristeza e depressão. Vol 3. 1. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2004
DALBEM, J. X.; DELL’AGLIO, D. D. Teoria do apego: bases conceituais e desenvolvimento dos modelos internos de funcionamento. Arquivos Brasileiros de Psicologia, v. 57, n. 1, p. 12-24, 2005. Disponível em: <http://seer.psicologia.ufrj.br/index.php/abp/article/view/40/58>. Acesso em: 24. mar. 2017
PAPALIA, E. D; OLDS, W. S.; FELDMAN, D. R. Desenvolvimento Físico e Cognitivo na Terceira Infância. In: ______. Desenvolvimento Humano. 8. ed. Porto Alegre: Artmed, 2006. p. 354-393. 
ZORTEA, T. Teoria do Apego e Análise do Comportamento: Uma Conversa Possível? 2015. Disponível em: < http://www.comportese.com/2015/12/teoria-do-apego-e-ac>. Acesso em: 15 abr. 2017.

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